A Associação Brasileira de Nutrologia lançou no final de setembro, durante o XVIII Congresso Brasileiro de Nutrologia, um consenso para padronizar as recomendações em relação ao consumo e à suplementação de DHA durante a gestação, lactação e infância. Os autores, um grupo de especialistas que vêm estudando o impacto de DHA ao longo dos últimos anos, apresentaram estudos e dados relevantes que norteiam a importância da ingestão deste nutriente no dia a dia das gestantes e das crianças.
O DHA (ácido docosahexaenoico) é o principal tipo de ômega-3 e traz benefícios para a saúde ao longo de toda a vida, que vão desde o desenvolvimento das estruturas do cérebro e da retina, a partir da gestação, até a prevenção do declínio cognitivo na fase adulta. Este nutriente pode ser obtido por meio da ingestão de peixes de águas profundas ou até mesmo por meio de suplementos. “Nossa intenção com este consenso, é mostrar a importância do consumo do DHA, que no Brasil, é extremamente baixo. Também queremos reforçar o impacto positivo que este nutriente tem durante todas as fases da vida.”, esclarece o Prof. Dr. Carlos Alberto Nogueira de Almeida – Coordenador do Consenso e Diretor do Departamento de Nutrologia Pediátrica da ABRAN.
O Consenso apontou os benefícios do consumo de DHA em três diferentes momentos da vida: Gestação, lactação e infância. Para cada uma dessas fases, foram reunidas as mais recentes evidências com a opinião dos médicos, com o objetivo de apoiar a classe médica e de nutricionistas na hora de recomendar o consumo do nutriente. “Há alguns anos, pouco se sabia a respeito dos benefícios dos ômegas-3 para a saúde humana. Desta forma, reunimos as últimas descobertas em um grande material para mostrar aos especialistas o quão importante pode ser o consumo do DHA”, pontua o doutor Prof. Dr. Mario Cicero Falcão – Professor Colaborador da Disciplina de Neonatologia do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP.
DHA e gestação
A dieta materna é extremamente importante para o desenvolvimento cognitivo dos bebês, uma vez que é a única fonte de ácidos graxos, responsáveis pela formação do cérebro e dos olhos. “O acúmulo desta gordura se dá principalmente no último trimestre da gravidez, e, portanto, durante esta fase, as futuras mamães devem ficar ainda mais atentas à alimentação”, relata o Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da ABRAN.
O consumo de DHA neste período é essencial na formação de todas as membranas celulares do sistema nervoso central, ajuda a prolongar gestações de alto risco, aumentar o peso do recém-nascido, comprimento e circunferência da cabeça ao nascimento, além de zelar da acuidade visual, coordenação mãos-olhos, atenção, resolução de problemas e processamento de informações[1].
Para a ingestão deste nutriente, o consenso recomenda uma suplementação de 200 mg por dia, independentemente se a fonte for por meio de peixes ou os suplementos de DHA. Existe também a preocupação do uso de peixes de maneira criteriosa, uma vez que existem riscos de contaminação com metais pesados, e também a possibilidade dos animais que foram criados em cativeiro apresentarem um baixo teor de DHA.
DHA durante a lactação e nos dois primeiros anos de vida
O cérebro tem seu crescimento extremamente acelerado na vida fetal e também nos primeiros anos de vida. O consenso aponta que existe uma forte correlação entre nutrição adequada e desenvolvimento cognitivo e visual nas crianças. Além disso, revela que o DHA junto com o ácido araquidônico, são os principais componentes lipídicos dos tecidos cerebrais e fundamentais para o desenvolvimento cerebral e visual dos pequenos[2].
O leite materno por muitos meses é o único alimento que a criança recebe, portanto é importante que haja uma boa suplementação da mãe para que o DHA seja passado para o filho. Para os lactentes menores de seis meses que não recebem o aleitamento materno, é recomendado que as fórmulas infantis prescritas contenham de 0.2 a 0.5% de seu total de lipídios sob a forma de DHA.
DHA na infância e desenvolvimento neurológico
Sabe-se que a fase entre o nascimento e o final do segundo ano de vida é considerada como a principal para o crescimento do cérebro. No entanto, deve-se considerar que muitas áreas continuam se desenvolvendo ao longo da infância ou ainda até o final da adolescência, como é o caso dos lobos frontais[3].
Os lobos frontais são responsáveis pela capacidade de compreender e analisar situações complexas, além de estabelecer quais as alternativas de decisão, como escolha e implementação das mais adequadas. Os lobos frontais têm alta concentração de ácidos graxos de cadeia longa, em particular o DHA, que é essencial para o desenvolvimento destas regiões. O nutriente contribui com 15% do total de ácidos graxos no córtex frontal humano[4].
Nesta fase, também é relevante considerar que o DHA é importante para a capacitação e o metabolismo da glicose e alguns de seus metabólitos bioativos protegem tecidos do estresse oxidativo[5]. Além disso, também tem papel em outras áreas como o desenvolvimento ósseo.
Quem são os autores/especialistas?
Prof. Dr. Carlos Alberto Nogueira de Almeida – Coordenador do Consenso
Doutor em Pediatria pela USP. Professor Titular da Universidade de Ribeirão Preto. Diretor do Departamento de Nutrologia Pediátrica da ABRAN.
Prof. Dr. Ribas Durval Filho
Doutor pela FAMERP. Professor da FAMECA. Presidente da ABRAN.
Prof. Dr. Mario Cicero Falcão
Doutor em Pediatria pela USP. Professor Colaborador da Disciplina de Neonatologia do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP. Médico Encarregado da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Profa. Dr. Elza Daniel de Mello
Doutora pela UFRGS, Professora Associada da Faculdade de Medicina da UFRGS, Chefe do Serviço de Nutrologia e Coordenadora da Comissão de Suporte Nutricional do HCPA. Membro dos departamentos científicos de Nutrologia da SBP e de Nutrologia Pediátrica da ABRAN.
Prof. Dr. Paulo Henrique Ferreira Bertolucci
Doutor em Neurologia pela UNIFESP. Professor Adjunto Livre Docente de Neurologia da UNIFESP
Para acessar o consenso na íntegra: http://abran.org.br/wp/wp-content/uploads/2014/10/2014-Consenso-DHA.pdf
terça-feira, 31 de março de 2015
Primeiro consenso aponta benefícios do DHA durante gestação, lactação e infância
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Estudo afirma que não há diferença na recuperação do peso da dieta rápida ou lenta
Um estudo australiano, realizado com 200 adultos obesos, aponta que a perda de peso lenta e progressiva, como recomendado pelas diretrizes dietéticas para o tratamento da obesidade, não oferece vantagens na manutenção da perda de peso quando comparado com dietas de muito baixo teor calórico, que provocam uma perda rápida do peso.
O estudo comparou um grupo onde houve redução de 500 Kcal por dia do total da alimentação diária previa com outro grupo onde se prescreveu alimentação total diária entre 450 e 800 kcal.
Saiba mais detalhes no artigo publicado no The Journal of the American Medical Association.
Artigo na íntegra: http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=2084888&utm_campaign=social_122514&utm_medium=facebook&utm_source=@jama.201_fb
O estudo comparou um grupo onde houve redução de 500 Kcal por dia do total da alimentação diária previa com outro grupo onde se prescreveu alimentação total diária entre 450 e 800 kcal.
Saiba mais detalhes no artigo publicado no The Journal of the American Medical Association.
Artigo na íntegra: http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=2084888&utm_campaign=social_122514&utm_medium=facebook&utm_source=@jama.201_fb
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Alimentação saudável: arma contra a celulite por Dr. Renato Salibe Gullo Médico
As brasileiras são invejadas no mundo pelas famosas curvas do corpo. Por isso, o bumbum e as coxas merecem atenção quando o assunto é celulite. Além de uma alimentação balanceada, é importante praticar esportes e manter uma rotina saudável.
É essencial procurar orientação antes de qualquer atividade física ou dieta. Apenas profissionais da saúde podem orientar sobre a melhor opção para o problema.
Toda mulher sabe as causas da celulite, mas o que muitas esquecem é que, além de uma dieta com baixa quantidade de sal, gorduras trans e saturadas, existem alimentos que ajudam na batalha. Eles previnem e combatem o problema
OS ALIMENTOS ESSENCIAIS SÃO DIVIDIDOS EM:
É essencial procurar orientação antes de qualquer atividade física ou dieta. Apenas profissionais da saúde podem orientar sobre a melhor opção para o problema.
Toda mulher sabe as causas da celulite, mas o que muitas esquecem é que, além de uma dieta com baixa quantidade de sal, gorduras trans e saturadas, existem alimentos que ajudam na batalha. Eles previnem e combatem o problema
OS ALIMENTOS ESSENCIAIS SÃO DIVIDIDOS EM:
- GRUPO DA LECITINA: Repara os tecidos, fortalece a pele e impede a perda de nutrientes e água. Exemplos: os derivados da soja como tofu, leite e carne.
- GRUPO DAS PROTEÍNAS: Formado pelos aminoácidos que estimulam a produção de colágeno e elastina, substâncias responsáveis pela construção dos músculos e pela firmeza da pele. São encontrados em carnes, leite e seus derivados.
- GRUPO DOS ALIMENTOS ANTIOXIDANTES: Presentes em frutas, verduras e legumes, os antioxidantes atuam neutralizando os radicais livres, que são substâncias capazes de lesar as células, melhorando aparência da pele.
- GRUPO AGE: É constituído por alimentos fontes de ácidos graxos essenciais, que não são produzidos pelo corpo e precisam estar na alimentação. Eles evitam que a pele perca água e garantem elasticidade e integridade. Exemplos: óleos de soja, canola, linhaça, nozes, castanhas, salmão, cavala e sardinha
- GLICOSAMINA: Melhora a aparência da pele e fortalece os vasos sanguíneos. Presente na casca do camarão ou pode ser adquirido em farmácias de produtos naturais.
- ANTI-INFLAMATÓRIOS: Amenizam os efeitos de inflamação que enfraquecem as defesas das células, tornando-as vítimas dos radicais livres. Estão presentes em algumas verduras verde-escuras, frutas, nozes e castanhas.
- VITAMINA B: Pode ser encontrada nos alimentos integrais, leguminosas (feijão, lentilha e ervilha), produtos derivados de soja e em legumes como a batata e a cenoura
Fonte: http://abran.org.br/wp/wp-content/uploads/2015/02/Boletim-ABRAN33_jan15-pdf7_VFINAL.pdf
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Cochilo reverte problemas de saúde causados por poucas horas de sono
"Nada como uma noite bem dormida!". Essa frase popular reflete a necessidade fundamental do sono para nós seres humanos. O sono tem um papel central para a homeostase dos animais superiores.
A necessidade de dormir segue intocada no processo evolutivo. O homem não escapa a essa regra. Adormecer traz benefícios para muitas funções orgânicas, especialmente para o cérebro. Nossa massa cinzenta precisa de uma preparação para cada novo dia, que é feita durante o sono, em particular no sono REM (de "rapid eyes movements") quando temos sonhos vívidos. Nesse momento elaboramos os acontecimentos e vivências do dia anterior, manifestamos desejos e emoções, organizamos as informações e consolidamos a memória. Assim ao voltarmos para o estado de vigilia, o cérebro pode funcionar em sua plenitude.
Quando não dormimos direito, fica uma sensação de cabeça pesada e raciocínio lento, por falta desse preparo. Se a falta de sono é mais severa, ou seja, comprometeu muitas noites seguidas, sua conseqüências vão ser maiores. Ela vai afetar o humor, a concentração, a memória e pode até prejudicar a cognição e o julgamento da realidade.
Um novo estudo publicado no Jornal Endocrine Society’s Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (JCEM) afirma que um breve cochilo pode ajudar a aliviar o estresse e fortalecer o sistema imunológico das pessoas que dormiram apenas duas horas na noite anterior.
A falta de sono é reconhecida como um problema de saúde pública. Sono insuficiente pode contribuir para a redução da produtividade, além desenvolver doenças crônicas como obesidade, diabetes, pressão alta e depressão.
Segundo o National Health Interview Survey, quase três em cada 10 adultos relatam que dormem uma média de seis horas ou menos por noite.
Artigo na íntegra: http://www.endocrine.org/news-room/current-press-releases/napping-reverses-health-effects-of-poor-sleep
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Consumir amendoins na primeira infância reduz risco de alergia
Um estudo realizado na King’s College London, no Reino Unido, e publicado no The New England Journal of Medice, afirma que o consumo controlado de amendoins antes de um ano de idade ajuda a prevenir a alergia do alimento, reduzindo em até 81% o risco de desenvolvê-la.
A pesquisa acompanhou cerca de 600 crianças durante quase cinco anos.
Elas foram dividas em dois grupos, sendo que, em um deles, era oferecido pelo menos 6g de proteína de amendoim por semana.
Quando as crianças atingiram os cinco anos de idade, os cientistas verificaram que 17,2% do grupo que não consumiu amendoim apresentaram alergia, enquanto apenas 3,2% do outro grupo tiveram uma reação alérgica.
Artigo na íntegra: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1414850
Fonte: http://abran.org.br/para-profissionais/consumir-amendoins-na-primeira-infancia-reduz-risco-de-alergia/
A pesquisa acompanhou cerca de 600 crianças durante quase cinco anos.
Elas foram dividas em dois grupos, sendo que, em um deles, era oferecido pelo menos 6g de proteína de amendoim por semana.
Quando as crianças atingiram os cinco anos de idade, os cientistas verificaram que 17,2% do grupo que não consumiu amendoim apresentaram alergia, enquanto apenas 3,2% do outro grupo tiveram uma reação alérgica.
Artigo na íntegra: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1414850
Fonte: http://abran.org.br/para-profissionais/consumir-amendoins-na-primeira-infancia-reduz-risco-de-alergia/
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Fórmulas infantis à base de soja, uma análise crítica - Por Dra. Dra. Christiane Araujo Chaves Leite
Indiscutivelmente a melhor forma de nutrir o lactente é amamentá-lo ao seio. Muito embora a proteína de soja venha sendo usada para a nutrição de lactentes por mais de 100 anos, a popularidade da fórmula infantil à base de soja (FIS) varia substancialmente em diferentes partes do mundo. O mundo é dividido em “países simpáticos à soja” e “países que evitam a soja”. O objetivo desse artigo de revisão é discutir os argumentos usados para motivar ambas as correntes de opinião.
As opiniões da Academia Americana de Pediatria e da Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição (ESPGHAN) diferem no tocante ao uso de FIS no tratamento de lactentes com alergia à proteína do leite de vaca (APLV).
As controvérsias que cercam o uso de FIS versam principalmente sobre os possíveis efeitos adversos, relacionados ao conteúdo de fitato, alumínio, estaquiose, rafinose e especialmente fitoestrógenos.
A alergia à soja ocorre em cerca de 10% dos bebês alérgicos à proteína do leite de vaca. No início do século XX as preparações à base de soja eram a única opção para o tratamento da APLV. Desde a década de 60, a composição das FIS tem sido aprimorada no sentido de atender às necessidades nutricionais dos lactentes. Anteriormente, as FIS continham farinha de soja, cujo conteúdo proteico era em torno de 70%. Nos dias de hoje, as FIS contêm proteína isolada de soja, com conteúdo proteico de 95%. Aminoácidos e minerais como metionina, carnitina, taurina, ferro, zinco, cálcio e fósforo são adicionados às FIS em quantidades apropriadas. As FIS não são recomendadas para utilização em lactentes pré-termo pelo risco de desenvolver osteopenia e possíveis efeitos negativos no crescimento devido à concentração de alumínio existente.
É muito importante entender a distinção entre bebidas à base de soja e FIS. A maioria das bebidas à base de soja não é enriquecida com zinco, ferro, cálcio, fósforo, metionina e carnitina. Bebidas de soja não contêm proteína isolada. Produtos de soja que não preencham os critérios de fórmula infantil não são adequados para a alimentação do lactente.
As FIS modernas atendem a todos os requerimentos nutricionais e padrões de segurança necessários a uma fórmula infantil. Desde o ano 2000, as FIS se adequam às diretrizes e à legislação europeia para a alimentação do lactente.
A fórmula infantil à base de soja é adaptada às necessidades nutricionais dos lactentes, proporcionando crescimento e desenvolvimento normais. A toxicidade das isoflavonas para a função reprodutiva e o desenvolvimento tem sido descrita em animais, e alguns efeitos no desenvolvimento de órgãos sexuais já foram relatados.
Além de possíveis indicações médicas, as FIS também são utilizadas por motivos econômicos, religiosos e filosóficos (como naqueles indivíduos adeptos da dieta vegan).
É papel do pediatra e dos profissionais de saúde estimular o aleitamento materno. Esforços devem ser feitos para aumentar as taxas de aleitamento materno e a duração do aleitamento exclusivo e complementado.
Com base nas evidências atuais, os achados epidemiológicos sobre FIS são insuficientes para prover dados baseados em evidências sobre a ocorrência e/ou a incidência de eventos adversos. Em vista disso, as fórmulas infantis à base de soja seguem sendo uma opção válida para alimentar lactentes nascidos a termo se o aleitamento materno não for possível ou quando a fórmula infantil à base de proteína do leite de vaca não for bem tolerada. Ressaltamos que a posição da Sociedade Brasileira de Pediatria em conjunto com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, consolidada no último Consenso Brasileiro de Alergia, faculta o uso das fórmulas infantis à base de soja a partir do sexto mês de idade e em pacientes com a forma IgE-mediada de APLV.
Para maiores detalhes, acesse: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20860705
Artigo de referência: Vandenplas Y, De Greef E, Devreker T, Hauser B. Soy infant formula: is it that bad? Acta Paediatr. 2011 Feb;100(2):162-6.
As opiniões da Academia Americana de Pediatria e da Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição (ESPGHAN) diferem no tocante ao uso de FIS no tratamento de lactentes com alergia à proteína do leite de vaca (APLV).
As controvérsias que cercam o uso de FIS versam principalmente sobre os possíveis efeitos adversos, relacionados ao conteúdo de fitato, alumínio, estaquiose, rafinose e especialmente fitoestrógenos.
A alergia à soja ocorre em cerca de 10% dos bebês alérgicos à proteína do leite de vaca. No início do século XX as preparações à base de soja eram a única opção para o tratamento da APLV. Desde a década de 60, a composição das FIS tem sido aprimorada no sentido de atender às necessidades nutricionais dos lactentes. Anteriormente, as FIS continham farinha de soja, cujo conteúdo proteico era em torno de 70%. Nos dias de hoje, as FIS contêm proteína isolada de soja, com conteúdo proteico de 95%. Aminoácidos e minerais como metionina, carnitina, taurina, ferro, zinco, cálcio e fósforo são adicionados às FIS em quantidades apropriadas. As FIS não são recomendadas para utilização em lactentes pré-termo pelo risco de desenvolver osteopenia e possíveis efeitos negativos no crescimento devido à concentração de alumínio existente.
É muito importante entender a distinção entre bebidas à base de soja e FIS. A maioria das bebidas à base de soja não é enriquecida com zinco, ferro, cálcio, fósforo, metionina e carnitina. Bebidas de soja não contêm proteína isolada. Produtos de soja que não preencham os critérios de fórmula infantil não são adequados para a alimentação do lactente.
As FIS modernas atendem a todos os requerimentos nutricionais e padrões de segurança necessários a uma fórmula infantil. Desde o ano 2000, as FIS se adequam às diretrizes e à legislação europeia para a alimentação do lactente.
A fórmula infantil à base de soja é adaptada às necessidades nutricionais dos lactentes, proporcionando crescimento e desenvolvimento normais. A toxicidade das isoflavonas para a função reprodutiva e o desenvolvimento tem sido descrita em animais, e alguns efeitos no desenvolvimento de órgãos sexuais já foram relatados.
Além de possíveis indicações médicas, as FIS também são utilizadas por motivos econômicos, religiosos e filosóficos (como naqueles indivíduos adeptos da dieta vegan).
É papel do pediatra e dos profissionais de saúde estimular o aleitamento materno. Esforços devem ser feitos para aumentar as taxas de aleitamento materno e a duração do aleitamento exclusivo e complementado.
Com base nas evidências atuais, os achados epidemiológicos sobre FIS são insuficientes para prover dados baseados em evidências sobre a ocorrência e/ou a incidência de eventos adversos. Em vista disso, as fórmulas infantis à base de soja seguem sendo uma opção válida para alimentar lactentes nascidos a termo se o aleitamento materno não for possível ou quando a fórmula infantil à base de proteína do leite de vaca não for bem tolerada. Ressaltamos que a posição da Sociedade Brasileira de Pediatria em conjunto com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, consolidada no último Consenso Brasileiro de Alergia, faculta o uso das fórmulas infantis à base de soja a partir do sexto mês de idade e em pacientes com a forma IgE-mediada de APLV.
Para maiores detalhes, acesse: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20860705
Artigo de referência: Vandenplas Y, De Greef E, Devreker T, Hauser B. Soy infant formula: is it that bad? Acta Paediatr. 2011 Feb;100(2):162-6.
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Programação Metabólica: Efeitos da Nutrição na saúde a longo prazo por Dra. Christiane Araujo Chaves Leite
Há robustas evidências científicas que identificam a nutrição precoce e fatores relacionados ao estilo de vida como indutores de efeitos duradouros na programação metabólica, culminando num maior risco de obesidade futura e doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, hipertensão e doença cardiovascular (DCV).
A obesidade e suas comorbidades oferecem os melhores argumentos para buscar na programação metabólica não somente a gênese mas também a prevenção dessa epidemia.
A obesidade em crianças e adultos tem aumentado exponencialmente, tornando-se de imensa importância para a saúde pública. Ademais, a amplificação transgeracional da programação metabólica da obesidade acrescenta ainda mais relevância ao seu impacto nas gerações futuras.
Atualmente há três hipóteses propostas para explicar por que a nutrição precoce programa a obesidade e suas comorbidades. Estas não são mutuamente exclusivas e podem ter maior ou menor impacto em diferentes circunstâncias: (i) o combustível mediadoin utero, (ii) o acelerado ganho de peso pós-parto e (iii) a incompatibilidade.
A hipótese da teratogênese combustível-mediada propõe que a exposição intrauterina a um excesso de combustível, notadamente a glicose, provoca alterações fetais permanentes que levam à obesidade na vida pós-natal. Filhos de mulheres obesas e daquelas com ganho de peso excessivo durante a gravidez estão em maior risco de sobrepeso e obesidade.
Em relação à hipótese do acelerado ganho de peso pós-parto, muitos estudos observacionais demonstraram que o rápido ganho de peso na infância está associado com um risco aumentado de obesidade futura e outros efeitos adversos, tais como o risco de DCV.
O ganho de peso acelerado pós-natal pode resultar da elevada ingestão de nutrientes potencializadores do crescimento, como as proteínas, na dieta infantil. As evidências disponíveis sugerem que uma maior ingestão de proteínas eleva os níveis teciduais e plasmáticos de aminoácidos que estimulam a secreção de insulina, levando a um aumento de insulina e IGF-1 e, assim, culminando num maior ganho de peso e atividade adipogênica.
Uma metanálise de 9 estudos demonstrou que o aleitamento materno, que fornece menos proteína do que as fórmulas infantis convencionais, está associado a um risco 20% menor de obesidade futura. Um estudo conduzido por Koletzko et al.(2009), realizado em 5 países europeus, alocou randomicamente 1.138 lactentes saudáveis, alimentados com fórmula infantil (ou seja, não amamentados ao seio), para receber fórmula infantil com teor menor de proteína (em relação ao limite inferior do Codex Alimentarius) ou fórmula infantil com maior teor de proteína (utilizando-se essa mesma referência).
Constatou que, aos 24 meses de vida, a média do z-score do parâmetro peso-para-comprimento no grupo que ingeriu fórmula com quantidade proteica mais baixa foi menor do que no grupo que recebeu fórmula infantil contendo uma quantidade mais elevada de proteína e foi semelhante à do grupo de referência, representados por lactentes em aleitamento materno. Esta diferença de peso-para-comprimento aos 2 anos é muito alvissareira, pois prediz um risco 13% inferior de obesidade na idade de 14-16 anos quando se utiliza uma fórmula infantil contendo menores teores de proteína.
Além disso, em vários estudos não-randomizados, o ganho de peso acelerado na fase de lactente se associou a aumento da massa gorda na infância tardia.
Por fim, a hipótese de incompatibilidade sugere que as pessoas que experimentam o desenvolvimento de um “casamento malsucedido” entre um ambiente subótimo pré-natal/lactente e uma infância em ambiente obesogênico têm predisposição maior para a obesidade e, especialmente, para suas comorbidades.
Veja mais detalhes em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22703585.
Artigo de referência: Early nutrition programming of long-term health. Koletzko B, Brands B, Poston LGodfrey K, Demmelmair H. Proc Nutr Soc. 2012 Aug;71(3):371-8.
Mensagem newsletter
Evidências científicas crescentes demonstram que a nutrição precoce e o estilo de vida têm efeitos a longo prazo sobre a saúde, podendo predispor a um maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Atualmente, 3 principais hipóteses foram definidas sobre a gênese desse processo, dentre elas, o ganho de peso pós-natal acelerado. Alicerça-se essa hipótese na possível associação entre o ganho de peso na infância e um risco aumentado de obesidade mais tarde. A ingestão aumentada de proteína em fases precoces da vida é apontada, como um dos prováveis desencadeantes desse desfecho. Na impossibilidade do aleitamento materno, fórmulas infantis contendo uma menor quantidade de proteína (relacionada ao limite inferior do Codex Alimentarius) poderiam reduzir o risco de obesidade futura e suas comorbidades.
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A nutrição e sua importância nos primeiro 1.000 dias de vida da criança - Dra. Christiane Araujo Chaves Leite
Os primeiros 1.000 dias entre a gravidez e o segundo ano de vida oferecem uma janela de oportunidade única para proporcionar à criança um futuro mais saudável e próspero. O correto manejo nutricional durante os primeiros 1.000 dias pode ter um profundo impacto no crescimento e na aprendizagem, oferecendo também chances para melhora do padrão de vida social e para a construção de uma sociedade mais saudável, a longo prazo, e estável.
Ainda hoje a desnutrição lidera as causas de morte de crianças mais jovens em vários locais do mundo. Para lactentes e crianças abaixo de 2 anos, as consequências da desnutrição são particularmente graves, quase sempre irreversíveis, com repercussões na idade adulta.
Durante a gravidez, a desnutrição pode ter um péssimo impacto no crescimento saudável do feto e no desenvolvimento da criança. Bebês que se desnutrem durante a vida intrauterina têm um maior risco de morrer na infância e são mais propensos a enfrentar, ao longo da vida, déficits cognitivos e físicos e problemas crônicos de saúde.
Para crianças menores de 2 anos, a desnutrição pode ser devastadora, repercutindo sobre o sistema imunológico e susceptibilizando-as a morrer de doenças comuns como pneumonia, diarreia e malária.
Lactentes nascidos de baixo peso (BP) têm piores resultados quanto ao desenvolvimento neurológico (habilidades cognitivas, de memória, visuais e média de quociente de inteligência [QI]) quando comparados com aqueles nascidos com peso adequado para a idade gestacional. O período perinatal é de alta necessidade energética e de micronutrientes, e qualquer processo, como nascimento prematuro, nutrição inadequada ou insuficiência placentária, que interrompa o fluxo de nutrientes para o feto pode resultar em bebês com BP ao nascimento. Portanto, parece lógico que ao menos parte dos déficits cognitivos possa ser explicada por privação nutricional.
Os nutrientes comumente deficientes em lactentes de BP incluem proteína e energia e micronutrientes como ferro, zinco e ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (LC-PUFAs).
Estratégias para melhorar o desenvolvimento neurológico de crianças nascidas de BP são importantes, e muitas intervenções tiveram foco na abordagem nutricional aplicada durante o período após o nascimento. O acúmulo expressivo, no cérebro, dos LC-PUFAs (ácido docosa-hexaenoico [DHA] e ácido araquidônico [ARA]) ocorre principalmente no último trimestre de gestação e nos primeiros meses de vida.
A maioria das fórmulas para prematuros tem sido suplementada com LC-PUFAs desde o princípio dos anos 2000. De maior relevância clínica há dois ensaios recentes com doses de DHA que refletem a taxa estimada de acúmulo na vida intrauterina. Esses ensaios também incluíram lactentes alimentados com leite materno. Ambos descreveram progressos no desenvolvimento neurológico.
Pelas revisões recentes da literatura e das recomendações de expertos acerca da adição de LC-PUFAs às fórmulas infantis, conclui-se que as evidências atuais respaldam a suplementação de DHA e ARA nessas fórmulas, em especial nas destinadas a prematuros.
Estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego, placebo-controlado e de intervenção (suplementação de leite humano com DHA e ARA), com seguimento até os 20 meses de idade, não resultou em diferença no índice de desenvolvimento mental de Bayley (MDI). No entanto, identificou melhora significante na atenção sustentada em atividades lúdicas livres.
Recém-nascidos de BP apresentam déficits cognitivos documentados em comparação com aqueles nascidos a termo e com peso normal ao nascimento. Poucos estudos demonstraram o impacto da privação nutricional nesse desfecho, muito provavelmente porque envolveram amostras pequenas ou apresentaram problemas metodológicos, limitando a possibilidade de extrair conclusões robustas. Estudos maiores e ensaios de intervenção mais bem desenhados, com seguimento a longo prazo do desenvolvimento neurológico e suas repercussões, são necessários para determinar a utilidade dos suplementos nutricionais e o tempo de sua administração a recém-nascidos de baixo peso.
Veja mais detalhes em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/20624152/.
Artigo de referência: Attention among very low birth weight infants following early supplementation with docosahexaenoic and arachidonic acid. Westerberg AC, Schei R, Henriksen C, Smith L, Veierød MB, Drevon CA, Iversen PO. Acta Paediatr. 2011 Jan;100(1):47-52
Ainda hoje a desnutrição lidera as causas de morte de crianças mais jovens em vários locais do mundo. Para lactentes e crianças abaixo de 2 anos, as consequências da desnutrição são particularmente graves, quase sempre irreversíveis, com repercussões na idade adulta.
Durante a gravidez, a desnutrição pode ter um péssimo impacto no crescimento saudável do feto e no desenvolvimento da criança. Bebês que se desnutrem durante a vida intrauterina têm um maior risco de morrer na infância e são mais propensos a enfrentar, ao longo da vida, déficits cognitivos e físicos e problemas crônicos de saúde.
Para crianças menores de 2 anos, a desnutrição pode ser devastadora, repercutindo sobre o sistema imunológico e susceptibilizando-as a morrer de doenças comuns como pneumonia, diarreia e malária.
Lactentes nascidos de baixo peso (BP) têm piores resultados quanto ao desenvolvimento neurológico (habilidades cognitivas, de memória, visuais e média de quociente de inteligência [QI]) quando comparados com aqueles nascidos com peso adequado para a idade gestacional. O período perinatal é de alta necessidade energética e de micronutrientes, e qualquer processo, como nascimento prematuro, nutrição inadequada ou insuficiência placentária, que interrompa o fluxo de nutrientes para o feto pode resultar em bebês com BP ao nascimento. Portanto, parece lógico que ao menos parte dos déficits cognitivos possa ser explicada por privação nutricional.
Os nutrientes comumente deficientes em lactentes de BP incluem proteína e energia e micronutrientes como ferro, zinco e ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (LC-PUFAs).
Estratégias para melhorar o desenvolvimento neurológico de crianças nascidas de BP são importantes, e muitas intervenções tiveram foco na abordagem nutricional aplicada durante o período após o nascimento. O acúmulo expressivo, no cérebro, dos LC-PUFAs (ácido docosa-hexaenoico [DHA] e ácido araquidônico [ARA]) ocorre principalmente no último trimestre de gestação e nos primeiros meses de vida.
A maioria das fórmulas para prematuros tem sido suplementada com LC-PUFAs desde o princípio dos anos 2000. De maior relevância clínica há dois ensaios recentes com doses de DHA que refletem a taxa estimada de acúmulo na vida intrauterina. Esses ensaios também incluíram lactentes alimentados com leite materno. Ambos descreveram progressos no desenvolvimento neurológico.
Pelas revisões recentes da literatura e das recomendações de expertos acerca da adição de LC-PUFAs às fórmulas infantis, conclui-se que as evidências atuais respaldam a suplementação de DHA e ARA nessas fórmulas, em especial nas destinadas a prematuros.
Estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego, placebo-controlado e de intervenção (suplementação de leite humano com DHA e ARA), com seguimento até os 20 meses de idade, não resultou em diferença no índice de desenvolvimento mental de Bayley (MDI). No entanto, identificou melhora significante na atenção sustentada em atividades lúdicas livres.
Recém-nascidos de BP apresentam déficits cognitivos documentados em comparação com aqueles nascidos a termo e com peso normal ao nascimento. Poucos estudos demonstraram o impacto da privação nutricional nesse desfecho, muito provavelmente porque envolveram amostras pequenas ou apresentaram problemas metodológicos, limitando a possibilidade de extrair conclusões robustas. Estudos maiores e ensaios de intervenção mais bem desenhados, com seguimento a longo prazo do desenvolvimento neurológico e suas repercussões, são necessários para determinar a utilidade dos suplementos nutricionais e o tempo de sua administração a recém-nascidos de baixo peso.
Veja mais detalhes em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/20624152/.
Artigo de referência: Attention among very low birth weight infants following early supplementation with docosahexaenoic and arachidonic acid. Westerberg AC, Schei R, Henriksen C, Smith L, Veierød MB, Drevon CA, Iversen PO. Acta Paediatr. 2011 Jan;100(1):47-52
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Dr. Frederico Lobo
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segunda-feira, 23 de março de 2015
Detox: moda ou ilusão ?
Atualmente fala-se muito em dieta detox, programas de detoxificação, desintoxicação, suco detox e etç. Afinal, o que é verdade e o que é mito ? Existe um capítulo sobre o tema na principal referência de farmacologia (GONZALES, FJ, et al. Metabolismo de fármacos. In: BRUNTON L, CHABNER, B, KNOLLMAN, B. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. Cap 06, p.123-142. ) O "Goodman" é adotado pela maioria das universidades de medicina e farmácia de todo o mundo. Então sejamos científicos.
Primeira pergunta: Detox existe?
Sim, existe, não da forma como é propagada, de maneira sensacionalista. O termo mais correto seria destoxificação. Na destoxificação podemos eliminar tanto xenobióticos, fármacos quanto substâncias endógenas (exemplo hormônios, neurotransmissores). O termo desintoxicação ficaria mais ligado a desintoxicação metabólica de drogas = Metabolic Detoxication, Drugs: “redução da atividade farmacológica ou da toxicidade de uma droga (ou outra substância estranha) por um sistema vivo, geralmente por ação enzimática”.
Segunda pergunta: As pessoas querem desintoxicar de que ?
Drogas? Vai pra clínica de reabilitação.
Metais tóxicos? Hospitais fazem processo de quelação.
Venenos? Toxicologistas são especialistas nisso.
Agora Desintoxicar de "Jacadas" de final de semana, carnaval, feriados, final de ano? Isso seu organismo faz muito bem, sozinho, sem custo nenhum, basta você fornecer os substratos para que as reações ocorram.
Mas me falaram...
Ah te falaram que você tem xenobióticos e que eles podem causar doenças, então você precisa fazer DETOX? Os tais falados xenobióticos são substâncias estranhas ao nosso corpo e nosso corpo sabiamente consegue por mecanismos eficazes metabolizá-los e eliminá-los.
O processo de Destoxificação
O tal processo de DESTOXIFICAÇÃO englobaria 3 estágios: 2 fases de metabolização e 1 fase de eliminação.
Geralmente esses xenobióticos são APOLARES, ou seja, substâncias lipossolúveis (hidrofóbicas) e para que sejam excretadas precisam sofrer adição de algum componente químico para se tornarem POLARES, Hidrossolúveis, portanto facilmente excretadas via BILE (via intestinal), Renal (urina) e com um peso molecular menor.
Resumindo Destoxificação: “Trata-se de um processo que envolve múltiplas reações bioquímicas com a utilização de múltiplos substratos e dependente de cofatores enzimáticos” Ou seja, no meio desses cofatores entram vários nutrientes que nosso corpo necessita, teoricamente aí que entraria a tal dieta detox.
Mas será que precisamos mesmo de uma Dieta para metabolizar tais substâncias. A resposta é SIM. Precisamos de uma dieta EQUILIBRADA (aqui não inclui suplementos, é apenas alimentação), com todos os nutrientes para que o nosso corpo consiga fazer o tal Detox. Mas não só com nutrientes se faz uma detox.
As fases da destoxificação
Fase 1: nela ocorre uma biotransformação ou bioativação.
Objetivo: introduzir um novo grupo funcional para modificar o grupo existente, além de fazer a exposição do receptor para a conjugação da fase II.
Nessa fase utiliza-se principalmente de um sistema de enzimático chamado Citocromo P450. Ele é composto por várias isoenzimas e que para funcionarem bem, precisam principalmente dos seguintes nutrientes:
- Ferro (principal fonte são as carnes)
- Colina (principal fonte é o ovo),
- B2 (principal fonte é fígado bovino, além de aveia (vixi tem glúten) e amêndoa),
- B3 (principais fontes são as carnes e amendoim)
Tem um adendo importante com relação ao Citocromo P450. Muitas das substâncias fitoquímicas utilizadas nos chás “detox” podem alterar o funcionamento das isoenzimas (CYPs) e com isso alterar de forma negativa o processo natural de detoxificação. É muito comum utilizarem o chá verde na detox. Seria interessante isso? Usado milenarmente somente agora os pesquisadores estão mostrando que esse chá pode ter seus riscos. Pode por exemplo levar a insuficiência hepática aguda. Pode também por conter cafeína causar agitação, insônia. Quem metaboliza a cafeina é uma isoenzima do citocromo P450 chamada CYP1A2. Algumas pessoas possuem uma baixa de detoxificação pela CYP1A2 e com isso apresentam um aumento nos sintomas de insônia e agitação após o consumo de cafeína.
Após a fase 1 forma-se metabólitos intermediários que levam a produção de radicais livres, dano aos tecidos e precisam ser neutralizados. Mais uma vez: Dieta balanceada dá conta do recado.
Nutrientes envolvidos:
- Betacaroteno (Fontes: cenoura, abóbora)
- Vitamina C (Fontes: acerola, laranja, todas as frutas cítricas)
- Vitamina E (Fontes: óleo de gérmen de trigo (vixi, tem glúten), oleaginosas)
- Selênio (Fonte: Castanha do Pará)
- Zinco (Fontes: carne, ostras, oleaginosas)
- Manganês (Fontes: gérmen de trigo (vixi, mais glúten), oleaginosas, aveia (mais glúten).
- Enxofre (Fontes: alho, cebola, couve, repolho).
- Ácido fólico: (Fontes: fígado, lentilha, quiabo, feijão, espinafre)
- Vitamina B12 (Fontes: alimentos de origem animal)
Fase 2: Fase na qual ocorre conjugações.
Objetivo: transformar as toxinas ativadas (metabólitos intermediários) na fase I em moléculas hidrossolúveis – BIOINATIVAÇÃO.
As principais reações que ocorrem são:
- Sulfatação: conjugação com sulfato inorgânico
- Acetilação: conjugação com acetil-CoA
- Acilação: conjugação com glicina, taurina, ou glutamina
- Glicuronidação: conjugação com ácido glicurônico
- Metilação: conjugação com grupo metil - SAME
- Conjugação com glutationa
Nutrientes da fase 2: estarão relacionado a cada uma das reações.
- Vitamina C (Fontes: acerola, laranja, todas as frutas cítricas)
- Selênio (Fonte: Castanha do Pará)
- Zinco (Fontes: carne, ostras, oleaginosas)
- Molibdênio: (Fonte: lentilha, feijão, amêndoa, amendoim)
- Enxofre (Fontes: alho, cebola, couve, repolho).
- Ácido fólico: (Fontes: fígado, lentilha, quiabo, feijão, espinafre)
- Vitamina B12 (Fontes: alimentos de origem animal)
- Magnésio (Fontes: oleaginosas, caju, acelga, espinafre)
- Colina (principal fonte é o ovo),
- B5 (Fontes: fígado de frango, oleginosas, cogumelos, cottage, ovo, abacate).
- Taurina: (Fontes: carnes e peixes, também podendo ser sintetizada através da cisteína combinada com B6, Zinco e manganês).
Quer fazer detox e não quer malhar? FURADA, BURRADA. Ao invés de na segunda entrar na detox, opte por ir malhar (tem mais evidências científicas do que dietas líquidas, desequilibradas, laxativas). A prática regular de atividade física melhora os níveis de Glutationa e outras enzimas antioxidantes. O processo de adaptação à atividade física leva a um aumento dos níveis da Glutationa S-Transferase (essencial pro processo de destoxificação). alguns hormônios que sobem com o treinamento (como cortisol e testosterona) melhoram os níveis de Sulfotransferases, essenciais pra fase 2.Além disso, a prática regular de atividade física associado a dieta equilibrada (rica em cisteína e zinco (carne novamente?)) favorece a formação de Metalotioneínas que são substâncias que poupam a sua glutationa e auxiliam na fase 2. Fontes científicas existem várias:
- LEEUWENBURGH,C.et al. Adaptations of glutathione antioxidant system to endurance training are tissue na muscle fiber especific. Am J Physiol.
- 272:363-369-1997
- LAUGHLIN,M.H. et al.Skeletal muscle oxidative capacity, antioxidant enzymes, and exercices. J Appl Physio, 68(6):2337-2343,1990
- MAITI,S.et al. Stress regulation of sulfotransferases in male rat liver. Biochem Biophys Res Commun, 323(1): 235-242,2004
- CARLI,G. ET AL. Changes in the exercise-induced hormone response to branched chain amino acid administration. Eur J Appl Phys,64:272-277,1992.
- PENKOWA,M. et al.Exercise –induced metallothionein expression in human skeletal muscle fibres. Exp Physiol, 90(4):477-486,2005.
- HAIDARA, K. ; MOFFATT. P; DENIZEAU,F. Metallothionein induction induction attenuates the of glutathione depletors in rat hepatocytes. Toxicol Sci, 49(2):297-305,1999.
Na fase de eliminação (excreção) o peso molecular determinará por onde o metabólito sairá, se:
- Peso molecular >500 daltons sairá pela Bile (depois fezes)
- Peso molecular <500 daltons="" li="" pela="" sair="" urina="">500>
- Jejum
- Dieta de baixa caloria (Dieta detox é de baixíssima caloria)
- Dieta pobre em proteínas (Dieta detox geralmente restringe proteína animal)
- Deficiência de aminoácidos, vitaminas e minerais (Dieta detox é deficiente principalmente em vitamina B12 e se for sem carne terá uma quantidade bem menor de determinados aminoácidos cruciais para o processo)
Que o processo de destoxificação existe: OK, há evidências científicas sólidas.
Que esse processo é dependente de nutrientes: Ok, tanto na fase 1 quanto na fase 2 eles entram como co-fatores de todo o processo.
Que esses nutrientes podem ser adquiridos apenas com alimentação: Ok, visto as fontes de maior biodisponibilidade
Mas e os estudos que mostram que alguns compostos podem agir na fase 1 e na fase 2? Como o quadro abaixo lista, a maioria dos estudos de referência foram realizados em ratos. Será que podemos extrapolar para humanos? Menos mal que esses fitoquímicos estão em diversos vegetais e frutas.
Problemática da dieta detox
1. Dietas líquidas ou pastosas: na grande maioria das vezes nutricionalmente desequilibradas.
2. Retirada de proteínas animais: o que leva a déficit de proteínas. Faz detox e perde massa magra.
3. Efeito laxativo pela alta ingestão de refeições líquidas/pastosas (daí muita gente acreditar que sente-se mais leve. É ÓBVIO que sente-se mais leve. Tenha uma diarréia pra ver se não se sente mais leve! Facilite a sua digestão utilizando alimentos semi-digeridos, obviamente terá a sensação de leveza.
4. Perda de peso: Muito diferente de emagrecer. Perde-se líquido via retal (amolecimento das fezes e muitas vezes diarréia = efeito laxativo) e massa magra. Somado a isso há o aumento da diurese pela alta ingestão hídrica e de chás com ação diurética.
5. Sensação de tranqüilidade, ilusória: Jacou o final de semana inteiro, tem que arrumar uma forma de se martirizar e aliviar a culpa (criando uma relação doentia com a comida). Solução? Dieta detox por 1 semana. É igual pecador que recorre ao padre pra confessar, reza e pronto, estamos quite.
6. Fraqueza/astenia: Geralmente devido à privação de nutrientes, tais pacientes ficam fracos e não conseguem treinar nos dias em que estão no detox. Se vão treinar, podem sentir mal-estar, hipoglicemia, vertigem, náuseas.
Portanto, confie no seu corpo, ele sabe naturalmente Destoxificar. Você só precisa:
- BEBER ÁGUA,
- COMER ADEQUADAMENTE (com o aporte de todos os nutrientes)
- TREINAR REGULARMENTE,
- DORMIR
- EVITAR SE INTOXICAR: álcool em excesso, cigarro, drogas, auto-medicação, uso de suplementos sem supervisão, ingestão de alimentos com agrotóxicos.
- GONZALES, FJ, et al. Metabolismo de fármacos. In: BRUNTON L, CHABNER, B, KNOLLMAN, B. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. Cap 06, p.123-142.
- LEVIN, B. Environmental Nutrition, 1999.
- COZZOLINO, S. Biodisponibilidade de nutrients. 4ª Ed. Barueri – SP. Manole. 2012
- LISKA, J.A. The detoxification Enzyme Systems . Altern Med Rev ; vol 3, p. 187-198, 1998.
- WILLIAMS, D.A. LEMKE, T.L. Foye’s Principles of Medicinal Chemistry, 2003
- FABER, M.S.; JETTER, A.; FUHR, U. Assessment of CYP1A2 activity in clinical practice: why, how, and when? Basic Clin Pharmacol Toxicol; 97(3):125-34, 2005
- LEEUWENBURGH,C.et al. Adaptations of glutathione antioxidant system to endurance training are tissue na muscle fiber especific. Am J Physiol. 272:363-369-1999.
- LAUGHLIN,M.H. et al.Skeletal muscle oxidative capacity, antioxidant enzymes, and exercices. J Appl Physio, 68(6):2337-2343,1990.
- MAITI,S.et al. Stress regulation of sulfotransferases in male rat liver. Biochem Biophys Res Commun, 323(1): 235-242,2004.
- CARLI,G. ET AL. Changes in the exercise-induced hormone response to branched chain amino acid administration. Eur J Appl Phys,64:272-277,1992.
- PENKOWA,M. et al.Exercise –induced metallothionein expression in human skeletal muscle fibres. Exp Physiol, 90(4):477-486,2005.
- HAIDARA, K. ; MOFFATT. P; DENIZEAU,F. Metallothionein induction induction attenuates the of glutathione depletors in rat hepatocytes. Toxicol Sci, 49(2):297-305,1999.
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quinta-feira, 12 de março de 2015
Gota e Hiperuricemia: como a nutrologia pode auxiliar
A gota é uma doença inflamatória e metabólica que cursa com aumento do ácido
úrico (AU) no sangue (denominamos isso de hiperuricemia). A doença é resultante
da deposição de cristais de monourato de sódio nos tecidos e articulações,
ocasionando dor intensa e sinais inflamatórios nas articulações acometidas.
Nos homens com hiperuricemia, os níveis de AU no sangue estão acima de 7,0 mg/d e nas mulheres: acima de 6,5mg/dL. Mas é importante frisar que nem todo portador de hiperuricemia terá gota, ela pode ser apenas consequência de outras patologias (como por exemplo a obesidade). E nem todo portador de gota tem hiperuricemia.
A hiperuricemia primária pode usar
com 4 condições:
1.
Hiperuricemia sem sintomas
2.
Gota úrica
3.
Calculose renal
4.
Nefropatia intersticial
Mesmo nos pacientes assintomáticos, hoje já se sabe
que a elevação do AU pode favorecer um declínio da função renal. Além disso,
alguns autores consideram o aumento de AU como um fator de risco cardiovascular
independente. Tanto a deterioração da função renal quanto aumento do risco
cardiovascular ocorrem porque os níveis elevados promovem uma alteração na
parede dos vasos.
É comum também os níveis estarem aumentados
secundariamente:
1.
Nos quadros de resistência à ação da insulina,
diabetes e obesidade.
2.
Quando paciente ingere muito álcool, muita proteína
(miúdos, frutos do mar) ou muita frutose.
3.
Com a utilização de alguns diuréticos e Aspirina.
4.
Pacientes com insuficiência renal.
5.
Algumas doenças hematológicas.
6.
Na restrição alimentar, pois, o jejum inibe a excreção
do AU via trato urinário.
7.
Pós-cirurgia bariátrica.
O diagnóstico se dá principalmente pela dosagem de
ácido úrico no sangue.
Na fisiopatologia temos uma
hiperprodução de urato, associada a uma diminuição da excreção de AU. Há
séculos se propõem restrições alimentares para diminuir os níveis de ácido
úrico. As revisões mais atuais mostram que a dieta (restritiva) não é tão
eficaz nessa redução e mudanças no estilo de vida são prioritárias.
O tratamento objetiva reduzir os níveis de AU. Ao
contrário do que por quase 1 século foi propagado, a ingestão de carne magra,
seja branca ou vermelha, geralmente não promovem aumento dos níveis. Outros
fatores são muito mais importantes para redução dos níveis e o seu nutrólogo
poderá orientar melhor.
A ingestão adequada de água é essencial para o
tratamento por promove uma maior diurese. Nos casos em que os níveis (mesmo
assintomático) estão muito elevados é prudente se utilizar uma medicação
chamada Alpurinol ou Febuxostat.
A terapia nutrológica objetiva:
1.
Diminuir a quantidade de Purinas
(substâncias que levam a maior produção de AU) para menos de 400mg/dia,
2.
Aumentar a excreção (eliminação)
do AU.
Como a obesidade favorece muito a
elevação de AU, recomenda-se a perda de peso. Reduzir o consumo de frutose
industrializada. As carnes por muito
tempo foram consideradas vilãs para o AU. Na atualidade não há evidências que
consumidas nas porções habituais elas possam elevá-lo. As que mais possuem
purinas são: miúdos (fígado, rim, coração, moela). Carne vermelha pode ser
consumida diariamente (moderadamente), assim como pescados, frango e porco. O
nutrólogo saberá calcular a quantidade correta de proteína que você deverá
ingerir diariamente.
Um estudo Japonês em Maio de 2014
analisou a quantidade de purina em 270 alimentos e a repercussão deles nos
níveis séricos de AU. Os vegetais com maior teor de purina deveriam ser
consumidos em grande quantidade para gerar uma repercussão nos níveis séricos
de AU. Quem consome 100g de alga nori, salsa ou espinafre por exemplo? O
consumo de legumes é liberado assim como de cereais integrais e vegetais,
oleaginosas, ovos e lácteos,
O álcool é sabidamente um elevador
do AU e pode desencadear crises de gota. Portanto está liberado no máximo 1
dose/dia e apenas nos finas de semana (1 dose de álcool = 250 ml de cerveja,
125 ml de vinho ou 80 mL de destilados)
Alguns estudos mostram que alguns
alimentos e nutrientes podem favorecer a redução dos níveis de AU. O nutrólogo
é o profissional mais capacitado para fornecer orientações nutrológicas acerca
de hiperuricemia.
Referências:
- VALDIVIELSO, JLA; LARIO, BA. Revision: Hiperuricemia y gota: el
papel de la dieta. Nutr Hosp. 29(4):760-770, 2014.
- YAMAOKA, N; et al. Review: Total Purine and Purine Base Content of
Common Foodstuffs for Facilitating Nutritional Therapy for Gout and
Hyperuricemia. Biol Pharm Bull. 37(5): 709–721, 2014.
- CAMPBELL, H; et al. The Association of Dietary Intake of
Purine-Rich Vegetables, Sugar-Sweetened Beverages and Dairy with Plasma
Urate, in a Cross-Sectional Study. PLoS One. 7(6): e38123,
2012.
- SUI, X; et al. Uric acid and the development of metabolic syndrome
in women and men. Metabolism. 57:845–852, 2008.
- UK Gout Society website. 15
http://www.ukgoutsociety.org/docs/2009FinalDietsheet.pdf.
- CHOI, HK; CURHAN, G. Soft drinks, fructose consumption, and the
risk of gout in men: prospective cohort study. Bmj.336:309–312,
2008.
- CHOI, HK; CURHAN, G. Fructose-rich beverages and risk of gout in
women. Jama. 304:2270–2278, 2010.
- EP, O; MORETO, F; SILVEIRA, LV. Dietary, anthropometric, and
biochemical determinants of uric acid in free-living adults. Nutr
J. 12:11, 2013.
- CHOI, HK. A prescription for lifestyle change in patients with
hyperuricemia and gout. Curr Opin Rheumatol. 22(2):165-72,
2010.
- TORRALBA, K; et al. The interplay between diet, urate transporters
and the risk for gout and hyperuricemia: current and future
directions. Inter J Rheumatic Diseases, 15: 499–506,
2012.
- CARMO, I; et al. Estratégias para Intervenção Nutricional na
Hiperuricémia e Gota. Rev Nutricias. 19: 28-31, APN, 2014
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Dr. Frederico Lobo
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