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domingo, 24 de agosto de 2025

Como dietas e suplementos ricos em fibras podem melhorar a saúde de pacientes com obesidade



O papel das fibras no tratamento da obesidade

A obesidade é uma condição de saúde cada vez mais prevalente, e seu manejo vai muito além do simples “comer menos e se exercitar mais”. Entre os recursos disponíveis, o consumo adequado de fibras tem se mostrado uma das estratégias mais eficazes para auxiliar na melhora da saúde e na perda de peso sustentável.

O que é uma dieta rica em fibras?

Quando falamos em dieta rica em fibras, muitas pessoas pensam apenas em frutas e verduras. No entanto, fibras estão presentes também em cereais integrais, sementes, leguminosas e até suplementos específicos, como o psílio, que podem ser grandes aliados no tratamento da obesidade.

Como as fibras agem no organismo

As fibras funcionam como reguladores naturais do organismo. Elas ajudam a controlar a saciedade, diminuem a absorção de gorduras e açúcares e ainda melhoram a saúde intestinal. Por isso, pacientes com obesidade que aumentam a ingestão de fibras geralmente relatam melhora no bem-estar e até mais disposição no dia a dia.

Comparação simples para entender os efeitos

Um ponto que facilita a compreensão é comparar as fibras a uma “vassoura” que varre o intestino, limpando resíduos que poderiam prejudicar o corpo. Elas também funcionam como uma “esponja” que absorve parte do colesterol ruim (LDL), reduzindo o risco de doenças cardiovasculares, tão comuns em quem tem obesidade.

Fibras e o controle da glicemia

Além disso, uma alimentação rica em fibras ajuda a controlar picos de glicose. Isso é fundamental, já que muitos pacientes com obesidade também apresentam resistência insulínica ou diabetes tipo 2. Nesse caso, a fibra age como um “freio” natural, evitando que o açúcar do alimento seja absorvido rapidamente.

Fibras e a microbiota intestinal

Estudos mostram que fibras aumentam a produção de ácidos graxos de cadeia curta, substâncias que alimentam a microbiota intestinal. Uma microbiota equilibrada melhora o metabolismo, reduz inflamações e favorece a perda de peso. Esse é um tema muito procurado hoje em dia: a relação entre microbiota intestinal, emagrecimento e saúde metabólica.

Fibras e o trânsito intestinal

Outro benefício é a melhora do trânsito intestinal. Pacientes com obesidade muitas vezes sofrem tanto com constipação quanto com episódios de diarreia.
E não para por aí. A ingestão adequada de fibras está relacionada à prevenção de doenças como diverticulite, hemorroidas e até alguns tipos de câncer de cólon. Ou seja, é um recurso simples, barato e que promove benefícios em diversas áreas da saúde.

Suplementos de fibras

Entre os suplementos mais estudados está o psyllium. Ele é uma fibra solúvel, que se mistura à água formando uma espécie de gel no estômago. Esse gel aumenta a saciedade e ajuda a reduzir a absorção de gorduras. Por isso, muitos pacientes relatam sentir menos fome quando usam o suplemento.



Psyllium como aliado no emagrecimento

Vale destacar que suplementos não precisam ser caros ou sofisticados. O essencial é o acompanhamento de um profissional de saúde, que poderá indicar se o uso faz sentido para cada caso. Afinal, cada paciente tem uma necessidade diferente.

Fibras e o colesterol

Outro ponto importante é que fibras reduzem o colesterol. Esse efeito é particularmente útil para quem tem obesidade e já apresenta dislipidemia, condição em que o colesterol e os triglicerídeos estão elevados.

Estudos de grandes centros, como Stanford e Harvard, reforçam que dietas ricas em fibras reduzem os níveis de colesterol ruim e melhoram a saúde cardiovascular, que é uma das maiores preocupações em pacientes obesos.

Alimentos ricos em fibras

  • Mas não pense que apenas suplementos resolvem. A base deve ser a alimentação.
  • Leguminosas e cereais integrais
  • Alimentos como feijão, lentilha, grão-de-bico, chia, linhaça, aveia e vegetais variados são as melhores fontes naturais de fibras.

Estratégia do prato equilibrado

  • Uma boa estratégia prática é dividir o prato da seguinte forma:
  • ½ com vegetais
  • ¼ com carboidratos integrais (arroz integral, batata-doce, quinoa, milho)
  • ¼ com proteínas (de origem animal ou vegetal)

Trocas inteligentes no dia a dia

Trocar pães e massas brancas por versões integrais também aumenta a ingestão diária de fibras sem grandes mudanças de hábito. Pequenas trocas geram grandes resultados a longo prazo.

Café da manhã rico em fibras

O café da manhã é um momento excelente para inserir fibras. Uma tigela de aveia com frutas e sementes, por exemplo, oferece saciedade prolongada e ajuda a reduzir a fome ao longo do dia.

Outra dica é incluir frutas com casca, como maçã e pera, que possuem mais fibras. Já a banana pode ser combinada com aveia ou chia para potencializar o efeito.

Fibras e a saúde hormonal

As fibras também favorecem a saúde hormonal. Elas contribuem para o equilíbrio dos níveis de estrogênio e cortisol, hormônios que frequentemente estão alterados em pessoas com obesidade.

Eixo intestino-cérebro e saúde mental

Além disso, o consumo regular de fibras influencia positivamente a saúde mental. Isso porque a microbiota intestinal se comunica com o cérebro através do chamado eixo intestino-cérebro, podendo impactar até o humor e os níveis de ansiedade.

Fibras como anti-inflamatório natural

Não é à toa que muitos especialistas hoje falam das fibras como “nutrientes anti-inflamatórios naturais”. Elas reduzem a inflamação sistêmica, que é um dos principais fatores ligados à obesidade e suas complicações.

Fibras no emagrecimento saudável

Para pacientes que buscam emagrecimento saudável, fibras são indispensáveis. Elas prolongam a sensação de saciedade, evitam beliscos fora de hora e ajudam a controlar melhor o apetite.

Por isso, ao elaborar uma dieta para quem tem obesidade, é essencial que as fibras estejam no centro da estratégia alimentar. Isso aumenta a chance de adesão e facilita a manutenção do peso a longo prazo.

Riscos do consumo excessivo

Contudo, é importante ter cautela. O consumo excessivo de fibras, sem a ingestão adequada de líquidos, pode causar desconforto abdominal, gases e até constipação.

Por isso, a recomendação é sempre aumentar a ingestão de fibras de forma gradual, permitindo que o organismo se adapte, e garantindo o consumo adequado de água.

Quando usar suplementos

Outra questão é que suplementos devem ser usados apenas quando necessários. Se a alimentação já fornece boas quantidades de fibras, nem sempre há necessidade de incluir produtos extras.

O ideal é combinar: alimentos ricos em fibras no dia a dia e, se for preciso, adicionar suplementos com orientação médica.

Conclusão

A longo prazo, essa prática melhora a saúde cardiovascular, reduz riscos de diabetes tipo 2, favorece o emagrecimento e até ajuda a manter o peso conquistado após a perda inicial.

Assim, podemos afirmar que fibras não são apenas “um detalhe” da dieta, mas sim um pilar essencial para a saúde metabólica.

Incluir fibras na rotina é uma das estratégias mais simples, eficazes e seguras para melhorar a qualidade de vida de pacientes com obesidade.

Portanto, se o objetivo é emagrecer com saúde, controlar a saciedade, reduzir colesterol e cuidar do intestino, vale a pena repensar a alimentação e apostar em fibras como aliadas indispensáveis



Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Gostou do texto e quer conhecer mais minha pratica clínica (presencial/telemedicina), clique aqui.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A frequência em que se pesa altera o processo de emagrecimento ?

Preocupação com peso corporal é algo infelizmente inserido na cultura da população como algo comum e aceitável. Eu digo infelizmente, pois ao contrário do que se imagina, a preocupação real não está relacionada à saúde ou melhora de hábitos de vida saudáveis, e sim relacionados à preocupação estética com o corpo. Assim, pesar-se em suas balanças de casa ou mesmo na balança da farmácia passou a ser um hábito incorporado em boa parte das pessoas e se tornou automático, mesmo para quem efetivamente não está preocupado com ganhos ou perdas de peso. E diante disto, para aquelas pessoas que estão insatisfeitas com seu corpo, e acreditam que perder peso seja uma solução, pesar-se se tornou uma obrigação. Acredita-se que, assim, será mais fácil manter o controle sobre o que deverá comer naquele ou no próximo dia para tentar perder ou manter o peso. Além disso, a autoavaliação de peso de forma frequente é muitas vezes recomendada por profissionais em intervenções para perda de peso, acreditando que supostamente pode prevenir o ganho de peso.

Mas será que funciona? Será que pode levar a consequências negativas?

Vamos ver o que nos dizem as evidências científicas?

Cito dois estudos que abordam este tema. O primeiro deles, uma publicação recente de agosto de 2018 por Rohde e colaboradores, que revelou que jovens adultos que se pesam mais frequentemente durante a semana apresentam maior ganho de peso que aqueles que se pesam menos frequentemente ao longo de dois anos de observação, relacionando também com maior risco de apresentarem episódios de compulsão alimentar e tendência a comportamentos compensatórios inadequados na tentativa inapropriada de promoverem de perda de peso. Estes achados sugerem claramente que a autopesagem deve ter efeitos negativos sobre a tentativa de controle de peso. Em revisão de literatura publicada em 2011 por Burke e colaboradores, em que 14 estudos que avaliaram monitorização de peso publicados entre 1993 e 2009 foram analisados, na associação entre automonitoramento e perda de peso, o nível de evidência era fraco (ou seja, monitorar-se com pesagens não determina perda de peso) por causa de limitações metodológicas. Esta revisão destacou a necessidade de estudos populacionais, para definição de medidas objetivas de adesão ao automonitoramento e estudos que estabeleçam qual o padrão necessário de autopesagem para a possibilidade de resultados bem sucedidos.

Mas, e por que será que isto ocorre?

É preciso entender que nosso peso corporal sofre influências de vários fatores comuns do dia a dia e uma oscilação diária é esperada, sem representar aumento ou diminuição real de adiposidade (tecido gorduroso). O quanto de líquidos se ingere em um dia, a frequência que se urina ou de ritmo intestinal, o grau de atividade física diária, o clima quente ou frio (que influencia nossas escolhas alimentares ou nossa hidratação) podem impactar no número exposto na balança sem representar real ganho ou perda de gordura corporal. Assim sendo, a pesagem frequente pode, por consequência de oscilações habituais de peso (sem valor clínico real), levar a insatisfações e frustrações que interferirão nos comportamento alimentar. E podem aparecer como episódios de compulsão ou exagero alimentar ou como tentativas inadequadas de compensação, como fazer restrição e jejuns ou aumentar a intensidade de atividade física, que representam sintomas de um comportamento alimentar transtornado.

Em resumo, as evidências sugerem que se pesar mais frequentemente foi associado com maiores ganhos futuros de peso e pode estar associada a um risco aumentado de início de comportamentos não saudáveis de controle de peso compensatório e posterior surgimento de comportamento alimentar transtornado. 

Autor: Dr. Alexandre Pinto de Azevedo, médico psiquiatra do Programa de Transtornos Alimentares (AMBULIM) do IPq-HC-FMUSP

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pagar pessoas para perder peso funciona, indica estudo

Um estudo britânico de 400 pessoas, batizado de "libras por quilos", descobriu que quase metade dos analisados perdeu mais de 5% do seu peso corporal. O artigo foi publicado no "Journal of Public Health".

Em média, os indivíduos --muitos deles trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (NHS, sigla em inglês)-- perderam cerca de 4 kg em um ano e receberam cerca de 180 libras.

A informação foi publicada no site do jornal britânico "The Telegraph" nesta sexta-feira.

Segundo os pesquisadores, os resultados mostram que o esquema funciona tanto quando programas de perda de peso existentes e poderia ser estendido para todo o país.

Para Clare Relton, da Universidade de Sheffield, "o recrutamento para este programa de incentivo financeiro sugere que a perda de peso pode ser aceitável pelo público em geral e pelos funcionários do NHS, além de homens e mulheres".

O presidente do National Obesity Forum, David Haslam, disse que, anteriormente, estava cético em relação à pesquisa, no caso dos pacientes pararem de perder peso se deixassem de ser pagos.

Mas em declaração à revista "Pulse", disse: "Quatro quilos em um ano é um número muito bom. Se estamos interessados nos ganhos para a saúde, este é o negócio".

A incitava "libras por quilos" recrutou 402 pessoas, 42,5% das quais eram funcionárias do NHS. A média de idade era de 45,1 anos; a média inicial de peso, 101,8 kg; e mais da metade era do sexo feminino.

Os participantes foram submetidos a planos de perda de peso de diversas durações e pesados novamente no fim de cada um.

No total, 44,8% tiveram perda de peso "clinicamente significativa" de mais de 5% do seu peso corporal; 23,6% perderam mais de 10%.

Apenas 38% dos participantes terminaram seus planos, número abaixo do de esquemas existentes, como o Vigilantes do Peso.

Mas a perda de peso média de 5 kg em 12 meses, incluindo aqueles que desistiram, foi maior do que a média do Vigilantes do Peso --4,02 kg.

Mesmo admitindo que aqueles que desistiram retornaram ao seu peso original, os dados sugerem que a perda de peso média geral para todos aqueles que participaram foi de 4 kg.

A incitava teve custo total de 75 mil libras e uma média de 186,57 libras por paciente.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/909233-pagar-pessoas-para-perder-peso-funciona-indica-estudo.shtml