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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Contaminantes emergentes na água afetam animais e humanos

Pênis menores

Durante a década de 1990, houve uma redução na população de jacarés que habitava os pântanos da Flórida, nos Estados Unidos.

Ao investigar o problema, cientistas perceberam que os machos da espécie tinham pênis menores do que o normal, além de apresentar baixos índices do hormônio masculino testosterona.

Os estudos verificaram que as mudanças hormonais que estavam alterando o fenótipo dos animais e prejudicando sua reprodução foram desencadeadas por pesticidas clorados empregados em plantações naquela região.

Menstruação precoce

Mas os problemas não ficaram limitados aos jacarés.

"Em algumas dessas áreas, meninas estão menstruando cada vez mais cedo e, nos homens, o número de espermatozoides despencou nos últimos 50 anos. Esses são alguns problemas cujos motivos ninguém conseguiu explicar até agora e que podem estar relacionados a produtos presentes na água que bagunçam o ciclo hormonal", disse Wilson Jardim, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O pesquisador conta que esses contaminantes, chamados emergentes, podem estar por trás de vários outros efeitos relacionados tanto à saúde humana como aos ecossistemas aquáticos.

Esses produtos químicos eram aplicados de acordo com a legislação norte-americana, a qual estabelecia limites máximos baseados em sua toxicidade, mas não considerava a alteração hormonal que eles provocavam, simplesmente porque os efeitos não eram conhecidos.

Contaminantes emergentes

Assim como os pântanos da Flórida, corpos d'água de vários pontos do planeta estão sendo contaminados com diferentes coquetéis que podem conter princípios ativos de medicamentos, componentes de plásticos, hormônios naturais e artificiais, antibióticos, defensivos agrícolas e muitos outros em quantidades e proporções diversas e com efeitos desconhecidos para os animais aquáticos e também para pessoas que consomem essas águas.

"Como não são aplicados métodos de tratamento que retirem esses contaminantes, as cidades que ficam à jusante de um rio bebem o esgoto das que ficam à montante", alertou o pesquisador.

O aumento no consumo de cosméticos, de artigos de limpeza e de medicamentos tem piorado a situação, de acordo com o pesquisador, cujo grupo encontrou diversos tipos de produtos em amostras de água retirada de rios no Estado de São Paulo. O anti-inflamatório diclofenaco, o analgésico ácido acetilsalicílico e o bactericida triclosan, empregado em enxaguatórios bucais, são apenas alguns exemplos.

A esses se soma uma crescente coleção de cosméticos que engorda o lixo químico que vai parar nos cursos d'água sem receber tratamento algum. "Estima-se que uma pessoa utilize, em média, dez produtos cosméticos e de higiene todos os dias antes mesmo de sair de casa", disse Jardim.

Sem uma legislação que faça as empresas de distribuição retirar essas substâncias tanto do esgoto a ser jogado nos rios como da água deles captada, tem sido cada vez mais comum encontrar interferentes hormonais nas torneiras das residências. Os filtros domésticos disponíveis no mercado não dão conta dessa limpeza.

"Os métodos utilizados pelas estações de tratamento de água brasileiras são em geral seculares. Eles não incorporaram novas tecnologias, como a oxidação avançada, a osmose inversa e a ultrafiltração", disse o professor da Unicamp, afirmando acreditar que tais métodos só serão incorporados pelas empresas por meio de uma legislação específica, uma vez que eles encareceriam o tratamento.

Peixes feminilizados

Uma das primeiras cidades a enfrentar esse tipo de contaminação foi Las Vegas, nos Estados Unidos. Em meio a um deserto, o município depende de uma grande quantidade de água retirada do lago Mead, o qual também recebe o esgoto da cidade.

Apesar de contar com um bom tratamento de esgoto, a água da cidade acabou provocando alterações hormonais nas comunidades de animais aquáticos do lago, com algumas espécies de peixes tendo apresentado altos índices de feminilização. Universidades e concessionárias de água se uniram para estudar o problema e chegaram à conclusão de que o esgoto precisava de melhor tratamento.

"Foi uma abordagem madura, racional e que contou com o apoio da população, que se mostrou disposta a até pagar mais em troca de uma água limpa desses contaminantes", contou Jardim.

Bisfenol A (BPA)

Alterações como o odor na água são indicadores de contaminantes como o bisfenol A, produto que está presente em diversos tipos de plásticos e que pode afetar a fertilidade, de acordo com pesquisas feitas com ratos no Instituto de Biociências do campus de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Jardim alerta que o bisfenol A é um interferente endócrino comprovado que afeta especialmente organismos em formação, o que o torna perigoso no desenvolvimento endócrino das crianças. Além dele, a equipe da Unicamp também identificou atrazina, um pesticida utilizado na agricultura.

Não apenas produtos que alteram a produção hormonal foram detectados na pesquisa, há ainda outros que afetam o ambiente e têm efeitos desconhecidos no consumo humano. Um deles é o triclosan, bactericida empregado em enxaguatórios bucais cuja capacidade biocida aumenta sob o efeito dos raios solares.

Se o efeito individual de cada um desses produtos é perigoso, pouco se sabe sobre os resultados de misturas entre eles. A interação entre diferentes químicos em proporções e quantidades inconstantes e reunidos ao acaso produz novos compostos dos quais pouco se conhecem os efeitos.

"A realidade é que não estamos expostos a cada produto individualmente, mas a uma mistura deles. Se dois compostos são interferentes endócrinos quando separados, ao juntá-los não significará, necessariamente, que eles vão se potencializar", disse Jardim.

Segundo ele, essas interações são muito complexas. Para complicar, todos os dados de que a ciência dispõe no momento são para compostos individuais.

Superbactérias

Outra preocupação do pesquisador é a presença de antibióticos nas águas dos rios. Por meio do projeto "Antibióticos na bacia do rio Atibaia", Jardim e sua equipe analisaram de 2007 a 2009 a presença de antibióticos populares na água do rio paulista.

A parte da análise ficou por conta do doutorando Marco Locatelli, que identificou concentrações de cefalexina, ciprofloxacina, amoxicilina e trimetrotrin em amostras da água do Atibaia.

A automedicação e o consumo exacerbado desse tipo de medicamento foram apontados por Jardim como as principais causas dessa contaminação que apresenta como risco maior o desenvolvimento de "superbactérias", microrganismos muito resistentes à ação desses antibióticos.

O professor da Unicamp reforça a gravidade da questão da água, uma vez que pode afetar de inúmeras maneiras a saúde da população e o meio ambiente. "Isso já deve estar ocorrendo de forma silenciosa e não está recebendo a devida atenção", alertou.

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=contaminantes-emergentes-agua&id=5797

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Produtos de limpeza estão ligados ao câncer de mama?

O uso frequente de produtos de limpeza da casa pode potencializar o risco de câncer de mama, de acordo com um novo estudo que gerou ceticismo de médicos especialistas e da indústria de produtos de beleza.


Purificadores de ar e produtos para controle de mofo e umidade foram particularmente relacionados à doença, disse a pesquisadora Julia Brody, diretora executiva do Silent Spring Institute em Newton, Massachussets, que liderou o estudo.

O estudo foi publicado no Journal Environmental Health.

Acredita-se que o estudo foi o primeiro publicado a relatar a ligação entre produtos de limpeza da casa e o risco de câncer. "Muitos estudos de laboratório nos levaram a uma preocupação em relação a componentes particulares em produtos de limpeza e purificadores de ar, disse Brody à WebMD.

Enquanto Brody vê uma ligação. Outros não estão convencidos. “O que esse estudo realmente mostra é, quando um estudo confia na memória dos indivíduos sobre sua exposição e as pessoas estão preocupadas sobre essa exposição, nós não obtemos respostas confiáveis,” disse Michael Thun, vice-presidente emérito de epidemiologia para a American Cancer Society.


Produtos de limpeza e câncer de mama: detalhes do estudo

Brody e seus colaboradores conduziram entrevistas por telefone com 787 mulheres que foram diagnosticadas com câncer de mama e 721 que não tiveram câncer de mama. “Nós perguntamos a mulheres sobre o uso anterior de produtos de limpeza – no último ano, seu uso típico," declara Brody.

“Nós descobrimos ligações do câncer de mama com a combinação na utilização de produtos de limpeza – muitos produtos diferentes tomados juntos – e purificadores de ar e produtos de controle de mofo e umidade."

A ligação mais forte, ela diz, é a combinação de todos os produtos de limpeza. “No uso de produtos de limpeza combinados, o risco é cerca de duas vezes tão alto para câncer de mama quanto para mulheres que disseram que usavam a maioria quando comparadas com mulheres que disseram usar o mínimo."

O uso de repelente de insetos pareceu estar ligado também, disse Brody, mas foi encontrada uma pequena associação entre outros pesticidas e o risco de câncer de mama.

Especificar o quanto a exposição aos produtos pode aumentar o risco é difícil ela diz. Para o uso combinado de produtos, mulheres foram divididas em quatro grupos; aquelas no quarto grupo, que mais usavam, tinham duas vezes o risco daquelas no grupo que usava menos.

Para purificadores de ar sólidos, por exemplo, aqueles que fizeram uso por sete ou mais vezes em um ano tinham duas vezes o risco de câncer de mama do que aqueles que nunca usaram.

Brody também descobriu que mulheres que tinham câncer de mama e achavam que produtos químicos e poluentes contribuem para o risco do câncer tinham mais chances de relatar o alto uso de produtos clínicos.

Mas não tem certeza sobre o que leva a que – se mulheres que tem câncer de mama começam a se perguntar se o uso de produtos de limpeza desenvolvia um papel, ou outros fatores.

Segunda Opinião

Quando estudos olham para dados do passado, o que cientistas chamam de estudos retrospectivos – e pedem a pessoas que elas confiem em suas memórias, “os resultados não serão interpretáveis,” diz Thun, que revisou os achados do estudo para WebMD.

'‘Eu diria que o estudo realmente não é informativo sobre o risco real,” ele diz. "É muito mais informativa sobre o porque dessa linha particular de estudo não é confiável. “Não é informativa. E não vai responder as questões."

Quanto ao risco de produtos de limpeza, Thun diz, "É a hora do julgamento. Nós sabemos que há muita preocupação sobre produtos de limpeza vinda de grupos de defesa do meio ambiente."

Idealmente, a maneira de estudar o link potencial, ele diz, é definir antes a exposição a produtos de limpeza, e então seguir essas mulheres. Ele sabe que isso é difícil e consome muito tempo e “provavelmente não vai acontecer.”

Além disso, a técnica de relato não é confiável, ele diz, especialmente naqueles já diagnosticados. “Se eu tenho câncer de mama, eu vou buscar uma razão,” ele diz.

“Há uma preocupação em relação a recall bias,” concorda Susan Brown, diretora de educação da saúde no Susan G. Komen for the Cure em Dallas. O entendimento dos efeitos de produtos de limpeza necessitará de mais estudo, incluindo pesquisa que siga um grupo de mulheres durante o tempo, ela diz à WebMD.

''Nossa experiência é que uma vez que as pessoas são diagnosticadas com câncer de mama, elas estão tão interessadas em tentar descobrir o que causou a doença, que eles olham para as coisas de maneiras diferentes, '' diz Brown.

"Eles olham a cada exposição, cada comportamento como suspeito, talvez parte da razão deles terem o câncer de mama. É perfeitamente natural, mas não leva a boa ciência necessariamente."

Como o que devem mulheres se preocupar até que sejam realizadas mais pesquisas sobre produtos de limpeza? Thun diz que grupos de defesa do meio ambiente oferecem sugestões de uso de produtos mais simples, como sabão e água e bicarbonato de sódio.

Thun sugere também o foco em maneiras conhecidas para a redução do risco de câncer de mama, incluindo a manutenção de um peso saudável, atividade física, diminuição do consumo de álcool, e evitar a terapia de reposição hormonal.

Resposta da indústria

Em uma declaração, o American Cleaning Institute desafiou os achados. A pesquisa, de acordo com a declaração, “exceder nas suas conclusões baseadas em uso de produtos de limpeza relatado pela própria pessoa que foi diagnosticado com câncer de mama."

Afirma ainda que “a pesquisa é frequente a insinuação e especulação sobre a segurança de produtos de limpeza e seus ingredientes."

Tomando a edição com uma abordagem retrospectiva, a declaração nota que foi pedido a mulheres que elas relembrassem que produtos usaram no passado.

Brody defende seu estudo. "Essa é uma primeira abordagem e é necessário cautela na sua interpretação," ela diz.

Em uma pesquisa em andamento, sua equipe está testando o ar e a poeira nas casas das mulheres e encontrando compostos de produtos de consumo que possam ser prejudiciais, ela diz.

“Nós estamos focando no entendimento de exposições de produtos de consumo," ela diz, para identificar quais são potencialmente geradores de dano.

Julia Brody, PhD, executive director, The Silent Spring Institute, Newton, Mass. Zota, A. Environmental Health, July 20, 2010. Michael Thun, MD, vice president emeritus of epidemiology, American Cancer Society. Susan Brown, director of health education, Susan G. Komen for the Cure, Dallas.
 
Link pro Abstract do artigo

domingo, 6 de junho de 2010

Disruptores endócrinos no meio ambiente: um problema de saúde

por JOÃO ROBERTO PENNA DE FREITAS GUIMARÃES que é Professor de Perícia Ambiental no Curso MBA de Gestão Ambiental nas Indústrias da UNISANTOS, em Santos/SP. Professor de Perícia Ambiental no Curso de Direito Ambiental da UNISANTA, em Santos/SP. Professor de Resíduos Sólidos no Curso de Gestão Ambiental
do UNIVERSITAS de Itajubá/MG.

RESUMO: Este artigo trata de um assunto pouco conhecido no Brasil, mas de importância toxicológica relevante: disruptores endócrinos. São mostrados os
conceitos destas substâncias químicas e seus efeitos na saúde humana, bem como são relatadas as áreas da Baixada Santista que se encontram contaminadas com produtos químicos que possuem ação disruptora endócrina. Detalham-se como tais produtos encontram-se espalhados pelo mundo, inclusive em alimentos e produtos do dia-a-dia.

PALAVRAS-CHAVE:
disruptores endócrinos, hormônios, saúde pública, saúde
ocupacional, efeitos sobre a reprodução, esterilidade.

1. INTRODUÇÃO

Quando Rachel Carson publicou o livro Primavera Silenciosa em 1962, poucas pessoas tinham consciência dos riscos oferecidos por pesticidas organoclorados
1. Tais produtos eram vistos como uma garantia de alta produção das safras de alimentos, livres das pragas que atormentavam os agricultores (CARSON, 1962).
Pouco mais de vinte anos antes, em 1938, Paul Muller anunciou a síntese química do DDT, ou 1,1,1-tricloro-2,2-bis(4-cloro-fenil)etano. Ele ganharia o Prêmio Nobel em 1948, pela fantástica descoberta de um “pesticida milagroso” (COLBORN et al, 2002).
Passados muitos anos, em meados da década de 70, descobriu-se não só que os pesticidas não garantiam a eliminação das pragas, por criar resistência naquelas (que voltavam todo ano em maior quantidade, tendo o agricultor que aumentar o volume de pesticida aplicado), como também que a contaminação ambiental do solo e das águas de abastecimento das cidades se verificaram de forma assustadora. O que parecia um milagre transformou-se em veneno. A partir da obra de Carson, os governos de diversos países foram adotando medidas restritivas ao uso de pesticidas organoclorados, proibindo o uso e fabricação, face aos riscos de contaminação do ambiente (BAIRD, 2002). Infelizmente os fabricantes que possuíam suas plantas industriais em tais países (principalmente na Europa e EUA) perceberam uma possibilidade de continuar ganhando dinheiro com produtos que já eram proibidos por lá, mas não tinham quaisquer restrições de fabricação, comercialização e uso em países subdesenvolvidos. Em 1989, por exemplo, o Brasil ainda fazia uso de pesticidas à base de Carbaryl, mas este já se encontrava há anos proibido na Europa, dada a tragédia ocorrida em Bhopal, na Índia, em 1984 (GUTBERLET, 1996).
Em Cubatão não foi diferente, tendo o Pólo Industrial sido implantado sem quaisquer cuidados com o meio ambiente interno e externo às fábricas. Com o maior porto da América Latina em suas vizinhanças e com abastecimento de eletricidade garantido pela Usina Henry Borden, o pólo não teve dificuldades para sua implantação (BRANCO, 1984). Indústrias químicas, petroquímicas e uma grande siderúrgica aparecem e produzem sem os devidos cuidados com o meio ambiente.
Durante décadas o ar, o solo e as águas receberam toneladas de resíduos industriais perigosos, dentre eles hidrocarbonetos aromáticos, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, hidrocarbonetos halogenados, metais pesados2, bem como as operações efetuadas no porto se davam, como ainda se dão, com a dispersão de poeira de diversos produtos químicos, como os fertilizantes.

2. O SISTEMA ENDÓCRINO

Dentre os diversos sistemas que compõem o corpo humano, o sistema endócrino tem vital importância. Cada órgão que compõe este sistema apresenta uma característica fundamental, que é segregar um certo tipo de hormônio e cada hormônio tem suas funções, que são principalmente de um efeito regulador em outros órgãos, que estão à distância. Os órgãos que cumprem tal função são glândulas de secreção interna, assim chamadas por não possuírem dutos. Isto não significa que os hormônios fiquem restritos às glândulas em si, pois após serem produzidos, entram na circulação sangüínea e percorrem todo o organismo (DANGELO & FATTINI, 1988; FERREIRA, 2003). Tais órgãos incluem os testículos, ovários, o pâncreas, as glândulas supra-renais, a tireóide, a paratireóide, a pituitária e o tálamo. O hipotálamo, centro nervoso localizado abaixo do cérebro, faz constante controle das quantidades dos diferentes hormônios circulantes, enviando mensagens às glândulas. Assim, nosso sangue é inundado por hormônios que controlam o funcionamento não apenas do sistema reprodutor, mas da saúde como um todo, coordenando as ações de órgãos e tecidos, para que trabalhem afinados (COLBORN et al,2002).
É inegável que o sistema endócrino mantém estreita relação com outros órgãos que não constituem o seu sistema em si. Um exemplo claro é o fígado, que não faz parte do sistema endócrino, e sim do sistema digestivo, mas que atua em conjunto, na medida em que mantém o equilíbrio hormonal por meio da decomposição do estrógeno e de outros hormônios esteróides, a fim de permitir sua excreção (COLBORN et al,2002). O cádmio, um reconhecido disruptor endócrino, acumula-se no rim, que não faz parte do sistema endócrino, mas que recebe hormônios para seu bom funcionamento (TEVES, 2001).

3. DISRUPTORES ENDÓCRINOS

Disruptores endócrinos são agentes e substâncias químicas que promovem alterações no sistema endócrino humano e nos hormônios. Em inglês os autores vêm usando o termo endocrine disruptors e no Brasil se usam várias terminologias, como desreguladores endócrinos, disruptores endócrinos e interferentes endócrinos (WAISSMANN, 2002).
Muitas destas substâncias são persistentes no meio ambiente, acumulam-se no solo e no sedimento de rios, são facilmente transportadas a longas distâncias pela atmosfera de suas fontes. Acumulam-se ao longo da cadeia trófica, representando um sério risco à saúde daqueles que se encontram no topo da cadeia alimentar, ou seja, os humanos (MEYER et al, 1999).
Um dos exemplos impressionantes de como isto se verifica se deriva das amplas pesquisas feitas na região dos Grandes Lagos, entre os EUA e Canadá. No Lago Ontário foi observada a biomagnificação de PCB (policloretos de bifenilas), desde os fitoplânctons e zooplânctons até trutas e gaivotas. A concentração de PCB no sedimento do lago era o valor inicial. A partir dele, os pesquisadores observaram a concentração aumentar: fitoplânctons = 250x; zooplânctons = 500x; truta = 2.800.000x e gaivota = 25.000.000 (COLBORN et al, 2002).
Os disruptores podem ser substâncias orgânicas ou inorgânicas. Seu uso pode se dar tanto em áreas urbanas ou rurais, e podem aparecer como resíduos ou subprodutos derivados de usos industriais dos mais diversos. São encontrados em depósitos de lixo, contaminando solo, lençóis freáticos, mananciais de água para abastecimento público e, ainda, pela queima de resíduos hospitalares e industriais em incineradores, a exemplo das Dibenzo-p-dioxinas policloradas e dos Dibenzofuranos policlorados (ASSUNÇÃO & PESQUERO,1999; BAIRD, 2002). Nas áreas hospitalares, o uso de alguns tipos de medicamentos e produtos para esterilização de equipamentos cirúrgicos já são comprovadamente citados como interferentes endócrinos e oferecem risco aos profissionais da área (XELEGATI & ROBAZZI, 2003).
No lixo domiciliar há disruptores endócrinos. Teves (2001) indica com clareza que mercúrio e chumbo foram encontrados no lixo coletado em São Paulo/SP e Sisinno & Oliveira (2003) comprovam que há cádmio, chumbo, manganês e mercúrio no chorume captado em aterros e lixões, áreas que recebem todo o lixo coletado das cidades. Os primeiros relatos de substâncias químicas disruptoras endócrinas indicam o Dietilestilbestrol (DES), medicamento usado por mulheres entre os anos 50 e 70, que apresentou resultados desastrosos, dentre eles o câncer da vagina e infertilidade nas filhas nascidas de mães que o usaram, o que provou seu efeito teratogênico (OLEA et al, 2002), além de deformações irreversíveis do útero em filhas nascidas de mães que usaram DES. Muitas destas filhas só vieram a descobrir os problemas aos vinte anos de idade (COLBORN et al, 2002). Também os homens que trabalhavam nas fábricas do medicamento tiveram crescimento das mamas (BOWLER & CONE, 2001) e meninos filhos de mães que usaram o medicamento durante a gravidez vieram a sofrer de criptorquidia, ou seja, a ausência de testículo no escroto (COLBORN et al, 2002).
Em 1964, outro agente químico “milagroso” de amplo uso comercial foi encontrado no sangue humano, quando o químico Sören Jensen fazia pesquisas e tentava determinar níveis de DDT em sangue humano: os PCBs. A partir de 1976 os EUA baniram seu uso, mas permitiram que os equipamentos que ainda continham PCBs, como transformadores e capacitores elétricos, continuassem com o produto. No Brasil, a proibição veio em 1981, mas com a mesma característica, ou seja, equipamentos fabricados a partir deste ano não poderiam mais usar PCBs, mas os equipamentos que já continham poderiam permanecer com o produto tóxico em seu interior, o que possibilitou que vazamentos atingissem rios e solos, contaminando tais áreas, o que ainda pode ocorrer, pois a meia vida dos PCBs é de 40 anos (PENTEADO & VAZ, 2001; COLBORN et al, 2002; NOGUEIRA et al, 1987).
Há muitas substâncias que são reconhecidas mundialmente como disruptores endócrinos, a seguir citadas na Tabela 1, acompanhadas de seu uso ou ocorrência:
Tabela 1 (clique na imagem para abrir)

Alguns dos disruptores endócrinos conseguem entrar no corpo humano pela via dérmica. São eles: Benzo(a)antraceno, Benzo(a)pireno, Benzeno, Chumbo, Clordano; Dieldrin; DDT; Dissulfeto de Carbono, Heptacloro; HCH, Mercúrio, Pentaclorofenol (AZEVEDO & CHASIN, 2003; FREITAS GUIMARÃES, 2004).


4. EFEITOS DOS DISRUPTORES ENDÓCRINOS NO CORPO HUMANO

Dada a variedade de agentes químicos apresentada na Tabela 1, são muitos os efeitos dos disruptores já observados pela literatura técnica científica. Assim, na Tabela 2, são detalhados os principais efeitos no corpo humano, segundo alguns agentes químicos, sendo indicadas as respectivas fontes de consulta:
Tabela 2



5. COMO AGEM OS DISRUPTORES ENDÓCRINOS NO CORPO HUMANO

Os disruptores endócrinos agem por mecanismos fisiológicos pelos quais substituem os hormônios do nosso corpo, ou bloqueiam a sua ação natural, ou ainda, aumentando ou diminuindo a quantidade original de hormônios, alterando as funções endócrinas (SANTAMARTA, 2001).
Durante milênios nosso organismo sofreu a ação e adaptou-se a disruptores endócrinos naturais, encontrados em vegetais, cereais, plantas, temperos e frutas, tais como maçãs, cerejas, ameixas, batatas, cenouras, ervilhas, soja, feijão, salsa, alho, trigo, aveia, centeio e cevada. Contudo, estes disruptores não conseguem se acumular no nosso corpo e são excretados de forma natural. Mas isto não ocorre em produtos químicos que mimetizam os hormônios do nosso corpo, pois tais produtos se acumulam em tecidos gordurosos, não são eliminados e passam a agir como se fossem os hormônios segregados pelas glândulas, “tomando” o seu lugar e alterando o funcionamento do corpo humano (COLBORN, 2002).
Muitas das substâncias químicas disruptoras endócrinas são transplacentárias, ou seja, conseguem ultrapassar a barreira protetora da placenta durante a gestação e atingir o feto. O chumbo, por exemplo, atravessa prontamente a placenta, indo para o feto (BOWLER & CONE, 2001).
Até o final dos anos 50, os médicos acreditavam que a barreira placentária só podia ser afetada por radiações, mas não se acreditava que medicamentos e agentes químicos pudessem passar pela placenta, atingir o útero e o feto, causando reações indesejáveis. A tragédia da talidomida, que veio a público em 1962, seguida da tragédia do DES, dez anos depois, fez com que a opinião mudasse. Médicos passaram a perceber algo assustador: um medicamento que não afetava a mãe poderia trazer conseqüências trágicas ao feto (COLBORN et al, 2002).
Também são encontradas substâncias químicas disruptoras endócrinas que se fixam no leite materno e são passadas ao bebê por ingestão, ou seja, justamente o alimento natural considerado como ideal, tanto do ponto de vista alimentar, quanto imunológico. Tal efeito se dá principalmente pela afinidade destas substâncias com a gordura encontrada no leite e pelo efeito da biomagnificação (MATUO, 1990).
É importante salientar que, enquanto amamentam, as mães passam no leite não apenas gordura e nutrientes, mas também agentes químicos tóxicos que acumularam em seu organismo por muitos anos, mas que são passados ao bebê em curtos meses. Se compararmos o tamanho do bebê ao tamanho da mãe, veremos que a proporção de agentes químicos neles acumulada é assustadoramente alta. Os níveis de dioxinas e PCBs no leite materno são preocupantes. Em apenas seis meses de amamentação, um bebê recebe toda a carga de dioxina aceitável para um adulto nos Estados Unidos e Europa (COLBORN et al, 2002).
Os efeitos disruptores são bastante variáveis. Alguns metais pesados afetam as funções de algumas enzimas, inibindo sua ação no organismo, tomando o lugar de alguns hormônios que originalmente têm tal função (como a glicólise, a lipólise, a síntese protéica). Assim é que o cádmio liga-se ao grupo sulfidrila (-SH) das enzimas e inibe sua ação, o chumbo inibe a ação do ácido δ-aminolevolínico desidratase (ALAB), enzima necessária para a síntese do heme3(levando à anemia do indivíduo), o arsênico forma complexos com enzimas inibidoras do trifosfato de adrenosina (ATP), alterando o metabolismo do corpo e o mercúrio tem afinidade também com o grupo sulfidrila (-SH) de enzimas, proteínas, seroalbumina e hemoglobina (PATNAIK, 2002; FERREIRA, 2003).
Ainda quanto aos metais pesados, é impossível não se relatar os devastadores efeitos que foram produzidos pelo metilmercúrio na região de Minamata, no Japão. As crianças que foram expostas ao metilmercúrio quando ainda se encontravam no útero das mães tiveram síndrome de paralisia cerebral, com danos irreversíveis no cerebelo, córtex e gânglios cerebrais basais. As mães consumiram peixes e crustáceos contaminados por metilmercúrio, foram contaminadas e também contaminaram seus fetos durante o período de gestação AZEVEDO, 2003).
Nas crianças filhas de pais expostos a disruptores endócrinos os efeitos já se fazem sentir. Em regiões onde o pesticida Endosulfan foi aplicado em lavouras, há meninos com criptorquidia, hipospadia (uretra que não atinge a cabeça do pênis, chegando mesmo a aparecer na região do escroto) e tamanho do pênis bastante reduzido para a idade. Esta reação que aparece nos meninos se deve à passagem do disruptor pela placenta e sua ação aparece já no feto em desenvolvimento durante a gestação(SANTAMARTA, 2001).
O uso indiscriminado e irresponsável de pesticidas vem colocando uma população maior de trabalhadores rurais sob risco. Koifman et al (2002) demonstraram que em alguns estados brasileiros há uma correlação entre o consumo de pesticidas e manifestações endócrinas na população exposta, com efeitos diretos no aparecimento de infertilidade, câncer do testículo, câncer de mama, câncer de próstata e de ovário.
Na Região Metropolitana da Baixada Santista o problema toma proporções assustadoras, dada a existência de diversas substâncias químicas disruptoras endócrinas. Um dos estudos mais recentes aponta, a título de exemplificação, diversos pesticidas organoclorados no sangue dos habitantes da região de Pilões, em Cubatão, sendo a população estudada habitante da área onde um antigo lixão do município foi usado para a disposição de resíduos químicos perigosos por décadas. Este estudo identificou a presença de HCB, HCH e DDT na população (SANTOS FILHO, 2003).
O relatório publicado pela CETESB sobre a poluição do Estuário de Santos-Cubatão indica a presença de diversos poluentes disruptores endócrinos nas águas dos rios e do próprio estuário, além da contaminação do solo em áreas de antigos lixões. Dentre os diversos produtos e resíduos, destacam-se o Endosulfan, HCB, HCH, chumbo, cádmio, manganês, mercúrio, benzopireno, benzoantraceno, PCBs, dioxinas e furanos (FREITAS GUIMARÃES, 2005; GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2001). A presença destes produtos químicos no solo e nas águas dos rios e no estuário é preocupante, na medida em que há consumo de peixes e crustáceos pela população ribeirinha, bem como a plantação de verduras, legumes e frutas em diversas áreas contaminadas, principalmente nos bairros mais pobres.
Quanto aos trabalhadores das indústrias e moradores próximos das áreas dos antigos lixões, a exposição se dá pelo manuseio direto com produtos, inalação de gases e vapores contaminados, exposição à poeiras (dérmica e por inalação) ou pela proximidade das pessoas das áreas contaminadas. Um exemplo impressionante foi flagrado durante as vistorias efetuadas em agosto de 2004 na área do Lixão da Alemoa, na beira do estuário de Santos, local onde crianças nadavam nas águas contaminadas sem qualquer conhecimento da situação preocupante da poluição ali existente (FREITAS GUIMARÃES, 2005; A TRIBUNA, 2004).

6. NOTAS

1 - Organoclorados – são compostos de estruturas cíclicas que contém cloro, bastante lipofílicos e altamente resistentes no meio ambiente.
2 - Metais pesados – são aqueles que apresentam densidade acima de 5g/cm3
3 - Heme – (C34H32N4O4Fe): complexo ferroso de protoporfirina 9, que é o componente prostético da hemoglobina.
4 - Política da Chaminé Alta: política iniciada nos anos 70 por empresas multinacionais que, não podendo mais produzir produtos tóxicos em seus países de origem, por leis ambientais e de saúde pública restritivas, passaram a produzi-los em países subdesenvolvidos, dentre eles, o Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSUNÇÃO, João V. & PESQUERO, Célia R. Dioxinas e furanos: origens e riscos. Revista de Saúde Pública, São Paulo: v.33, n. 5, out. 1999.
AZEVEDO, Fausto Antonio de. Toxicologia do mercúrio. São Carlos: RiMa, 2003. São Paulo: InterTox, 2003, 292 p. AZEVEDO, Fausto Antonio de; CHASIN, Alice da Matta. As bases toxicológicas da ecotoxicologia. São Carlos: RiMa, 2003.
São Paulo: InterTox, 2003, 340 p.
BAIRD, Colin. Química ambiental. 2. ed., Porto Alegre: Bookman, 2002, 622 p.
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FONTE