Mostrando postagens com marcador Anvisa e Bisfenol-A. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Anvisa e Bisfenol-A. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 9 de junho de 2015

Bisfenol-A

Reportagem sobre Bisfenol-A que participei na revista Bianchini.






quarta-feira, 1 de junho de 2011

União Europeia e China vetam uso de bisfenol

A importação e venda de mamadeiras que contenham bisfenol A (BPA) está proibida a partir de hoje em todos os países da União Europeia. Também hoje entra em vigor na China uma lei que proíbe a produção de frascos para alimentação infantil que contenham o químico.

Presente no policarbonato, um tipo de plástico rígido e transparente, e também na resina que reveste latas de alimentos, o BPA simula no organismo a ação do hormônio estrogênio, podendo causar desequilíbrio no sistema endócrino. Estudos em animais mostram inúmeros efeitos danosos, mas os resultados em humanos são inconclusivos.

Não se sabe se há riscos à saúde nas quantidades permitidas pela legislação. Mas especialistas concordam que a gestação e os primeiros dois anos de vida são os períodos de maior vulnerabilidade, pois os bebês estão em rápido desenvolvimento e têm pouca massa.

O BPA já foi banido no Canadá, na Costa Rica, na Malásia e em pelo menos 11 Estados americanos. No Brasil, a proibição do químico está em discussão no Congresso. Em abril, a Justiça determinou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que regulamentasse em 40 dias a inclusão de um alerta sobre a presença da substância nas embalagens dos produtos. A agência conseguiu prorrogar o prazo até agosto e está recorrendo da decisão.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,uniao-europeia-e-china-vetam-uso-de-bisfenol,726429,0.htm

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fabricantes devem informar presença de Bisfenol-A (BPA) na composição de produtos

A Justiça Federal em São Paulo determinou que, em 40 dias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamente a obrigatoriedade de informação “adequada e ostensiva” sobre a presença da substância bisfenol A (BPA) nas embalagens de alguns tipos de produtos. A decisão, tomada terça-feira (5), é do juiz federal substituto Eurico Zecchin Maiolino, da 13ª Vara Federal Cível, em caráter liminar. A Anvisa informou que ainda não foi notificada.

O bisfenol A é uma substância química utilizada na fabricação de plásticos que torna o produto final mais flexível, transparente e resistente. Em latas, é usado como revestimento interno para proteger a embalagem da ferrugem. No entanto, o bisfenol usado nesse tipo de embalagem pode contaminar os alimentos.

No organismo, o produto funciona como o estrogênio (hormônio feminino). Segundo o Ministério Público Federal (MPF), estudos científicos comprovam o potencial nocivo do bisfenol à saúde das pessoas, em especial de mulheres e crianças.

De acordo com a pesquisadora Fabiana Dupont, membro do grupo de estudos sobre desreguladores endócrinos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), o produto afeta, principalmente, os fetos e já foi relacionado a câncer de mama e de próstata, diabetes, obesidade, puberdade precoce, puberdade tardia, problemas cardíacos e comportamentos sociais atípicos em crianças.

“Colocar na embalagem [o alerta sobre a presença de bisfenol] é um passo muito importante porque, só de estar na rotulagem, o consumidor vai estar ciente que essa substância está presente ou não. Além dessa rotulagem, seria importante desenvolver, lançar uma campanha para informar aos consumidores sobre os riscos potenciais”, disse a pesquisadora. Ela criou um sítio na internet para denunciar os riscos do bisfenol.

O produto já foi proibido de ser usado em mamadeiras e copos infantis na União Europeia, no Canadá, na China e na Malásia. Nos Estados Unidos, algumas empresas já não utilizam mais o bisfenol e outras estabeleceram metas para deixar de usá-lo. No Japão, a indústria de bebidas também abandonou o produto.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/04/08/fabricantes-devem-informar-presenca-de-bisfenol-a-bpa-na-composicao-de-produtos/

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Contaminantes emergentes na água afetam animais e humanos

Pênis menores

Durante a década de 1990, houve uma redução na população de jacarés que habitava os pântanos da Flórida, nos Estados Unidos.

Ao investigar o problema, cientistas perceberam que os machos da espécie tinham pênis menores do que o normal, além de apresentar baixos índices do hormônio masculino testosterona.

Os estudos verificaram que as mudanças hormonais que estavam alterando o fenótipo dos animais e prejudicando sua reprodução foram desencadeadas por pesticidas clorados empregados em plantações naquela região.

Menstruação precoce

Mas os problemas não ficaram limitados aos jacarés.

"Em algumas dessas áreas, meninas estão menstruando cada vez mais cedo e, nos homens, o número de espermatozoides despencou nos últimos 50 anos. Esses são alguns problemas cujos motivos ninguém conseguiu explicar até agora e que podem estar relacionados a produtos presentes na água que bagunçam o ciclo hormonal", disse Wilson Jardim, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O pesquisador conta que esses contaminantes, chamados emergentes, podem estar por trás de vários outros efeitos relacionados tanto à saúde humana como aos ecossistemas aquáticos.

Esses produtos químicos eram aplicados de acordo com a legislação norte-americana, a qual estabelecia limites máximos baseados em sua toxicidade, mas não considerava a alteração hormonal que eles provocavam, simplesmente porque os efeitos não eram conhecidos.

Contaminantes emergentes

Assim como os pântanos da Flórida, corpos d'água de vários pontos do planeta estão sendo contaminados com diferentes coquetéis que podem conter princípios ativos de medicamentos, componentes de plásticos, hormônios naturais e artificiais, antibióticos, defensivos agrícolas e muitos outros em quantidades e proporções diversas e com efeitos desconhecidos para os animais aquáticos e também para pessoas que consomem essas águas.

"Como não são aplicados métodos de tratamento que retirem esses contaminantes, as cidades que ficam à jusante de um rio bebem o esgoto das que ficam à montante", alertou o pesquisador.

O aumento no consumo de cosméticos, de artigos de limpeza e de medicamentos tem piorado a situação, de acordo com o pesquisador, cujo grupo encontrou diversos tipos de produtos em amostras de água retirada de rios no Estado de São Paulo. O anti-inflamatório diclofenaco, o analgésico ácido acetilsalicílico e o bactericida triclosan, empregado em enxaguatórios bucais, são apenas alguns exemplos.

A esses se soma uma crescente coleção de cosméticos que engorda o lixo químico que vai parar nos cursos d'água sem receber tratamento algum. "Estima-se que uma pessoa utilize, em média, dez produtos cosméticos e de higiene todos os dias antes mesmo de sair de casa", disse Jardim.

Sem uma legislação que faça as empresas de distribuição retirar essas substâncias tanto do esgoto a ser jogado nos rios como da água deles captada, tem sido cada vez mais comum encontrar interferentes hormonais nas torneiras das residências. Os filtros domésticos disponíveis no mercado não dão conta dessa limpeza.

"Os métodos utilizados pelas estações de tratamento de água brasileiras são em geral seculares. Eles não incorporaram novas tecnologias, como a oxidação avançada, a osmose inversa e a ultrafiltração", disse o professor da Unicamp, afirmando acreditar que tais métodos só serão incorporados pelas empresas por meio de uma legislação específica, uma vez que eles encareceriam o tratamento.

Peixes feminilizados

Uma das primeiras cidades a enfrentar esse tipo de contaminação foi Las Vegas, nos Estados Unidos. Em meio a um deserto, o município depende de uma grande quantidade de água retirada do lago Mead, o qual também recebe o esgoto da cidade.

Apesar de contar com um bom tratamento de esgoto, a água da cidade acabou provocando alterações hormonais nas comunidades de animais aquáticos do lago, com algumas espécies de peixes tendo apresentado altos índices de feminilização. Universidades e concessionárias de água se uniram para estudar o problema e chegaram à conclusão de que o esgoto precisava de melhor tratamento.

"Foi uma abordagem madura, racional e que contou com o apoio da população, que se mostrou disposta a até pagar mais em troca de uma água limpa desses contaminantes", contou Jardim.

Bisfenol A (BPA)

Alterações como o odor na água são indicadores de contaminantes como o bisfenol A, produto que está presente em diversos tipos de plásticos e que pode afetar a fertilidade, de acordo com pesquisas feitas com ratos no Instituto de Biociências do campus de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Jardim alerta que o bisfenol A é um interferente endócrino comprovado que afeta especialmente organismos em formação, o que o torna perigoso no desenvolvimento endócrino das crianças. Além dele, a equipe da Unicamp também identificou atrazina, um pesticida utilizado na agricultura.

Não apenas produtos que alteram a produção hormonal foram detectados na pesquisa, há ainda outros que afetam o ambiente e têm efeitos desconhecidos no consumo humano. Um deles é o triclosan, bactericida empregado em enxaguatórios bucais cuja capacidade biocida aumenta sob o efeito dos raios solares.

Se o efeito individual de cada um desses produtos é perigoso, pouco se sabe sobre os resultados de misturas entre eles. A interação entre diferentes químicos em proporções e quantidades inconstantes e reunidos ao acaso produz novos compostos dos quais pouco se conhecem os efeitos.

"A realidade é que não estamos expostos a cada produto individualmente, mas a uma mistura deles. Se dois compostos são interferentes endócrinos quando separados, ao juntá-los não significará, necessariamente, que eles vão se potencializar", disse Jardim.

Segundo ele, essas interações são muito complexas. Para complicar, todos os dados de que a ciência dispõe no momento são para compostos individuais.

Superbactérias

Outra preocupação do pesquisador é a presença de antibióticos nas águas dos rios. Por meio do projeto "Antibióticos na bacia do rio Atibaia", Jardim e sua equipe analisaram de 2007 a 2009 a presença de antibióticos populares na água do rio paulista.

A parte da análise ficou por conta do doutorando Marco Locatelli, que identificou concentrações de cefalexina, ciprofloxacina, amoxicilina e trimetrotrin em amostras da água do Atibaia.

A automedicação e o consumo exacerbado desse tipo de medicamento foram apontados por Jardim como as principais causas dessa contaminação que apresenta como risco maior o desenvolvimento de "superbactérias", microrganismos muito resistentes à ação desses antibióticos.

O professor da Unicamp reforça a gravidade da questão da água, uma vez que pode afetar de inúmeras maneiras a saúde da população e o meio ambiente. "Isso já deve estar ocorrendo de forma silenciosa e não está recebendo a devida atenção", alertou.

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=contaminantes-emergentes-agua&id=5797

sexta-feira, 11 de março de 2011

Bisfenol-A será analisado

IPT desenvolve capacitação para quantificar a presença de contaminantes em produtos de policarbonato.

Os níveis de contaminação por Bisfenol-A, composto orgânico fenólico presente em recipientes plásticos (mamadeiras, garrafas de água e outros produtos à base de policarbonato), serão conhecidos com mais propriedade a partir de uma capacitação que está em desenvolvimento no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

A equipe de pesquisadores do Laboratório de Análises Químicas (LAQ), do Centro de Metrologia em Química (CMQ) do Instituto, vai consolidar uma metodologia para quantificar essa substância, que é nociva à saúde, podendo causar obesidade, problemas cardíacos, antecipar ou atrasar o desenvolvimento da puberdade ou ainda gerar problemas hormonais, como a ginecomastia – crescimento das glândulas mamárias dos homens.

A metodologia toma por base a técnica de ‘cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas’, que promove a separação dos compostos e a fragmentação iônica das moléculas de uma determinada substância, “permitindo quantificar as substâncias nocivas”, afirma Helena Lima de Araújo Glória, pesquisadora do LAQ.

Para realizar os testes em mamadeiras, por exemplo, é colocado nesse recipiente um líquido que simula a interação do leite, suco ou alimentos gordurosos. As análises são feitas por períodos de tempos determinados em normas. A dosagem de Bisfenol-A é obtida em partes por milhão (ppm), e esse resultado, por sua vez, é confrontado com regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que define uma tolerância de 0,6 mg/kg para essa substância.

Segundo Helena, a aplicação de produtos de limpeza com propriedades alcalinas nos recipientes de policarbonato, como alguns detergentes e água sanitária, promove a liberação do Bisfenol-A. Além de reações químicas, a liberação do Bisfenol-A ocorre também com o aquecimento e por desgaste dos recipientes. A pesquisadora lembra ainda que resinas epóxi podem conter esse contaminante, que também faz parte da formulação do verniz de proteção usado em latas alimentícias.

Fonte: http://revistaecologica.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1169:bisfenol-a-sera-analisado&catid=2:cat-geral

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ainda sem consenso, agências reguladoras do mundo analisam a proibição ou não do Bisfenol-A, diz toxicologista da Anvisa

Um dos palestrantes do Fórum, Peter Rembischevski, adianta que o Brasil estuda o tema para adotar uma nova regulamentação ou proibição da substância.

Proibir totalmente a utilização ou estabelecer outro valor de ingestão diária tolerável de Bisfenol-A (BPA), composto encontrado na fabricação de policarbonato – um tipo de resina utilizada na produção de plásticos que entram em contato com alimento – é a grande dúvida que permeia a maioria das agências reguladoras do mundo, incluindo a ANVISA, no Brasil”, afirma Peter Rembischevski, Mestre em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Toxicologista e Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Durante o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos: Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania realizado dia 25 de novembro, quinta-feira, na Sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), Peter abordou sobre o Papel da Anvisa sobre o tema. O evento integra a Campanha contra os Desreguladores Endócrinos sob o slogan: “Diga não ao Bisfenol-A, a vida não tem plano B”, idealizada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo-SBEM-SP.

Segundo ele, “a questão ainda não tem consenso na maioria das agências reguladoras no mundo devido a diferentes interpretações e critérios de aceitação dos estudos envolvendo animais, o que tem levado a diferenças nas avaliações de risco desta substância, causando controvérsias sobre o tema. E isso tem explicações sob a ótica da toxicologia. A exposição de Bisfenol-A pelo organismo por meio subcutâneo ou intravenoso, que têm sido as vias mais empregadas nos estudos em animais, é diferente se comparada com a ingestão por via oral, que é a principal rota de exposição em humanos.

Os organismos dos animais e dos humanos são diferentes e, por isso, nem sempre o que é prejudicial para uma espécie será também para a outra. A correlação inter-espécies é um dos principais desafios da toxicologia. Mesmo as pesquisas realizadas com a substância em pequenas populações de pessoas ainda não têm sido capazes de sustentar sua proibição, devido a limitações em seus desenhos experimentais”.

Ele reforça que talvez a discussão seja pautada sobre o limiar da dose, abaixo da qual não se produz efeito adverso, citando por exemplo o caso do ferro, cuja carência leva à anemia, mas seu excesso é tóxico ao organismo. Afinal, “a dose faz o veneno” – uma dose suficientemente baixa não oferece preocupação, mas destaca que o Brasil está atento e ainda estuda a melhor forma de regulamentar ou proibir a utilização da substância, por isso quer também estudar o posicionamento da União Européia.

Nova Era – Peter ressalta que apesar de ainda não haver consenso, as autoridades de regulação de um modo geral têm mudado sua postura em relação às substâncias químicas, e hoje não esperam ter a certeza se uma substância é nociva ou não à saúde. Atualmente, diferente do passado, os países tem utilizado mais o Princípio da Precaução – o que significa que mesmo antes de se ter uma certeza científica, mas já tendo indícios, estabelece parâmetros restritivos de utilização da substância em questão para evitar maiores problemas no futuro.

Antigamente, esperava-se anos até que se confirmasse os resultados das pesquisas. Há inclusive situações em que as autoridades incentivam os fabricantes a procurarem alternativas para substituir o produto, como é o caso do Bisfenol A. Neste contexto, Peter ainda reforça que o mercado, mesmo sem uma posição da maioria das agências reguladoras, já está mudando.

Em alguns países, produtos com Bisfenol A já estão perdendo mercado. “Para se ter uma idéia, uma análise conduzida no Japão com alguns indivíduos revelou que a concentração de BPA no organismo reduziu em até 50 %, quando comparado a dados de anos anteriores, sem o governo precisar proibir a utilização da substância”, destaca Peter.

Confira a apresentação de Peter
Apresentação Bisfenol SP 2010


Fonte: http://sbemsp.org.br/bpa/?p=278