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sábado, 10 de dezembro de 2022

Dicas para não perder a linha no fim de ano


O texto abaixo, foi postado pelo Dr. Bruno Halpern em seu instagram na semana passada. Como final de ano é uma época “problemática” para alguns, resolvi compartilhar aqui as dicas por ele dadas. 

Acrescento a seguinte dica: marque consulta com um médico nutrólogo logo em Janeiro, para verificar como está sua alimentação, hábitos de vida e realizar exames (caso tenha indicação clínica).

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Dr. Frederico Lobo



Dicas para não perder o foco em Dezembro

Dezembro começou e embora seja uma época alegre, muitos em tratamento de obesidade ou sobrepeso tem medo do que os excessos podem fazer. Assim, claro que festas e confraternizações devem ser momentos de alegria e não de preocupação, mas alguns cuidados devem ser tomados e vou postar algumas dicas, no estilo "Faça/Não Faça" como estratégias possivelmente úteis para aproveitar ao máximo esses eventos (adaptei de recomendações da Academia de Nutrição Canadense). 

👉Essas recomendações valem para pessoas que tem dificuldade em manter o peso, ou que perderam bastante peso. Para pessoas que estão contentes com seu peso, sem que para isso precisem de grandes esforços, estas dicas são bem menos importantes.

👉Infelizmente, pessoas que perderam peso devem tomar cuidado com períodos de grande oferta de alimentos, pois vários estudos já mostraram que a recuperação de peso ocorre em escadinha (isto é, num período de excessos eu ganho alguns quilos e não volto a perder e assim sucessivamente).

A) Não faça: seguir regras estritas (como negar a si mesmo alimentos que você gosta muito)

Faça: Se permita comer aquilo que você gosta e que come somente nessa época. Porém, pegue quantidades pequenas e coma devagar - cientistas já demonstraram que o prazer é maior nas primeiras porções, e quantidades pequenas podem ser suficientes para matar a vontade.

B) Não faça: se render aos "sabotadores" - evite aceitar repetir o prato ou a sobremesa só para agradar o anfitirão - isso pode levar a um círculo vicioso, em que você come mais e mais 

Faça: Aprenda a dizer não. Respostas simples como: "Estava delicioso, mas estou satisfeito", é muitas vezes suficiente.

C) Não faça: beliscar ao redor da mesa. É fácil comer muito se você fica próximo de uma mesa de buffet, principalmente se você chega com fome. 

Faça: Se planeje. Antes de ir para a festa, decida quantas entradas vai comer, se vai repetir o prato e a sobremesa. Se corre o risco de você chegar com muita fome, faça um lanche rico em proteína antes de sair.

D)  Não faça: não se preocupar com as bebidas alcoólicas, Não significa que você não pode beber nada. Apenas lembre que coquetéis (principalmente doces, com açúcar) podem aumentar muito as calorias do dia, sem dar saciedade. Além disso, quanto mais beber, maior a chance de exagerar no que come.  

Faça: Se limite a um drink por hora e decida antecipadamente um limite. Um bom jeito de se controlar é evitar que sirvam enquanto o copo ainda não está vazio.

E) Não faça: se esquecer dos perigos do escritório. Nessa época do ano é fácil se perder em bolos, trufas, chocolates, etc, que podem facilmente aumentar seu consumo em 400 kcal por dia

Faça: No mês de dezembro, mantenha um diário alimentar, para se planejar.  

F) Não faça: Se esquecer dos exercícios. Muitos compromissos nos fazem achar que não temos tempo para nos exercitar. 

Faça: Não tem tempo para 45-60 min? Sem problemas. Melhor fazer 15 minutos do que nada. Esse pouquinho já ajuda e aumenta a chance de você fazer escolhas melhores na festa.  

G) Não faça: Ficar com medo de se pesar ao voltar de férias e "esperar emagrecer" até voltar a se pesar. A chance de você perder o fio da meada é enorme.

Faça: Mesmo que saiba que engordou, se pese, pois assim você saberá exatamente qual será sua tarefa. Comece ativamente o processo de perda e não deixe para depois. 

Volto a lembrar que são apenas dicas, e algumas podem ser mais relevantes para alguns, ou não ser tão importantes para outros.

A idéia geral é que todos aproveitem momentos de confraternização e festas, mas com consciência. Há pessoas que não precisam se preocupar com o peso, e nesse caso, essas dicas não servem para muita coisa. 

O meu foco é principalmente para pessoas que já perderam muito peso e tem dificuldade em mantê-lo, ou que sabem que engordam com facilidade e correm risco de engordar ao longo da vida de pouco em pouco.

Autor: Dr. Bruno Halpern - Médico Endocrinologista

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A volta da perigosa dieta do hormônio da gravidez

O método prevê a aplicação de injeções diárias de hCG (doses entre 125 UI e 500 UI), associado a um regime de 500 a 600 calorias, com restrição de carboidratos, frutas doces, gorduras, alimentos processados e exercícios, durante 40 dias.

A proximidade do verão inaugura uma corrida contra o tempo e contra a balança. O desejo? Que os quilos extras acumulados ao longo do ano inteiro sumam rapidamente e de forma indolor para a chegada da temporada dos corpos à mostra. O cenário é perfeito para que as fórmulas milagrosas ganhem espaço. É o caso da dieta hCG. Com a promessa de emagrecer até 15 quilos em um mês, sem causar fome ou falta de energia, o perigoso método está em alta entre as brasileiras. "Muitas pacientes chegam aos consultórios perguntando sobre a dieta. Isso é preocupante porque não há evidências que confirmem a eficácia para a perda de peso. Por outro lado, temos muitas provas sobre os riscos à saúde", diz Alexandre Hohl, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).

O hCG -- ou gonadotrofina coriônica humana -- é um hormônio produzido naturalmente durante a gravidez. Na gestação, o composto serve para criar um ambiente favorável para o desenvolvimento fetal. Mulheres que não estão grávidas e homens, contudo, possuem taxas quase indetectáveis no corpo. Para emagrecer, as pessoas se submetem à aplicação de injeções diárias do hCG e seguem uma alimentação extremamente restritiva. O cardápio não permite o consumo de carboidratos, frutas, doces, gorduras e alimentos processados. Por 40 dias, a ingestão diária não deve passar de 600 calorias e os exercícios também são proibidos.

A indicação do hcG para a perda de peso é antiga. Na década de 50, o médico britânico Albert Simeons observou que havia uma associação entre a administração do hCG em pacientes obesos e a eliminação dos quilos extras. As evidências apontadas por Simeons, porém, foram consideradas fracas pela comunidade científica. Desde então, vários levantamentos foram realizados com o objetivo de comprovar a eficácia do tratamento. O problema é que nenhum estudo realizado até agora conseguiu provar que o hormônio é capaz de intensificar a perda de peso, distribuir melhor a gordura ou reduzir o apetite.

"Funciona como um efeito placebo. A aplicação do hCG e seu suposto efeito na perda de peso é vendido apenas como uma ilusão, com o intuito de criar um estímulo - perigoso - para essas pessoas que estão em uma dieta tão restritiva. O emagrecimento em si acontece pela restrição calórica. É obvio que alguém ingerindo apenas 500 calorias durante 30 ou 40 dias irá emagrecer", explica Hohl.
Por ser um tratamento off-label (não indicado em bula), a utilização do hormônio para o emagrecimento não é aprovada pela Anvisa e também não é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. Por isso, faltam dados de quantas pessoas são adeptas ao regime. Atualmente, o uso do hCG como medicamento é aprovado apenas no tratamento de pessoas com infertilidade ou de meninos com criptotidismo (ausência do testículo na bolsa escrotal). "A aplicação do hCG em mulheres submetidas a tratamentos de fertilidade serve para promover a maturação dos óvulos. Neste caso, sua ação é semelhante ao LH (hormônio luteinizante) e promove a ovulação. Nos homens, ele é utilizado em casos de atividade testicular ruim para estimular espermatogênese (formação de espermatozoides)", explica o médico Edson Borges, diretor clínico do Centro de Fertilização Assistida Fertility.

Além disso, a restrição calórica pode provocar anemia, perda de massa muscular e até mesmo desnutrição. De acordo com o endocrinologista, esses problemas podem aparecer em qualquer dieta restritiva quando não há acompanhamento de um médico ou falta de suplementação de vitaminas e sais minerais.

Por isso, quem quer emagrecer e manter o peso de uma forma saudável não deve acreditar em soluções rápidas e milagrosas. "As pessoas buscam fórmulas mágicas e frequentemente surgem dietas da moda com essa proposta, mas isso não existe. O caminho continua o mesmo: descobrir o que existe de errado com a pessoa e corrigir, por meio de reeducação alimentar e atividade física adequada", completou Hohl.


Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/a-volta-da-perigosa-dieta-do-hormonio-da-gravidez

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dieta é eficaz no tratamento do Déficit de atenção com hiperatividade (TDAH)

Pesquisadores holandeses publicaram na revista “The Lancet” um estudo que observou efeitos benéficos do tratamento nutricional, através da ingestão de alimentos hipoalérgicos em crianças com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).

O objetivo primário do estudo foi investigar o impacto do tratamento nutricional, através da restrição de alimentos e compostos que influenciam no TDAH, como aditivos alimentares, corantes artificiais e aromatizantes, emulsificantes, nitratos e sulfitos, entre outros. Já o objetivo secundário foi analisar o papel da alergia alimentar na indução do transtorno.

Trata-se de um estudo randomizado, controlado, dividido em duas fases. A primeira fase consistiu no recrutamento de crianças de 4-8 anos (n = 100) diagnosticadas com TDAH, em que foram divididas em dois grupos, durante cinco semanas, à dieta com restrição à determinados alimentos (grupo dieta de eliminação, n = 50) ou dieta geral com recomendações de hábitos saudáveis (grupo controle, n = 50).

A dieta de eliminação foi baseada segundo a proposta de Hill e Taylor (2001) que consiste em número limitado de alimentos hipoalergênicos, como o arroz, peru, cordeiro, legumes e verduras (alface, cenoura, couve-flor, repolho e beterraba), pêras e água. Todos os outros alimentos foram proibidos, sendo os demais legumes, frutas e carnes permitidos apenas sob supervisão. O cálcio foi fornecido diariamente através de bebidas não lácteas com adição de cálcio. O objetivo foi de propor uma dieta de eliminação tão abrangente quanto possível para cada criança, a fim de tornar a intervenção mais viável.

As crianças que apresentaram melhorias clínicas quando submetidas à dieta de restrição (melhora de pelo menos 40% na escala de classificação da doença) prosseguiram para a segunda fase do estudo. Os alimentos que estimulam a síntese de IgG (imunoglobulina G) e alimentos que não estimulam IgG (classificados em de acordo com a resposta individual da criança, através de testes no sangue), foram adicionados à dieta para avaliar o efeito da hipersensibilidade alimentar mediada por IgG (ativada principalmente na presença de antígenos e toxinas).

Entre o início e o final da primeira fase, o grupo da dieta de eliminação melhorou em 23,7% o escore para classificação do TDAH em relação ao grupo controle (p < 0,0001). A pontuação total das crianças submetidas à dieta de eliminação que continuaram até o final da segunda fase diminuiu em 20,8% (p <0,0001), em relação ao grupo controle, em que a pontuação foi aumentada de acordo com os sintomas da doença.

No entanto, na segunda fase, em que as crianças foram avaliadas de acordo com a ingestão de alimentos capazes de ativar ou não IgG, a recidiva dos sintomas de TDAH ocorreu em 19 das 30 (63%) crianças, independente dos níveis de IgG no sangue.

“A dieta de eliminação rigorosamente supervisionada é um valioso instrumento para avaliar se o TDAH é induzido por alimentos. No entando, a prescrição de dietas com base em exames de sangue IgG deve ser desencorajado, pois não houve diferença na recidiva dos sintomas entre os alimentos que aumentam ou não IgG no sangue”, comentam os pesquisadores.

“Portanto, nosso estudo mostra efeitos consideráveis de uma dieta de eliminação de alimentos envolvidos no desenvolvimento TDAH. Assim, postulamos que a intervenção nutricional deve ser considerada em todas as crianças com TDAH, desde que os pais estejam dispostos a seguir uma dieta restrita, e desde que seja feita sob supervisão de especialistas para evitar o desequilíbrio nutricional”, concluem.

Artigo:
Título: Effects of a restricted elimination diet on the behaviour of children with attention-deficit hyperactivity disorder (INCA study): a randomised controlled trial.
Autores: Pelsser LM, Frankena K, Toorman J, Savelkoul HF, Dubois AE, Pereira RR, et al
Periódico: Lancet.
Vol: 377
Data: Fev/2011.

Fonte: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/?acao=bu&id=489