quarta-feira, 28 de abril de 2010

Alerta: 24 novas drogas no mercado mundial.

1. As autoridades sanitárias foram surpreendidas com o relatório conjunto apresentado pela polícia da União Européia (Europol) e pelo European Monitoring Centre for Drug Addiction (Emcdda).

Divulgado hoje, o relatório fala em 24 novas drogas psicoativas, todas proibidas, ofertadas no mercado europeu no ano de 2009.

Como essas novas drogas são comercializadas por internet, pode-se concluir que estão disponíveis também no mercado internacional e não apenas no europeu.

Das 24 novas drogas encontradas, 22 são sintéticas, ou seja, produzidas em laboratório.

A grande surpresa ficou por conta da recente versão do Spice, conhecido como uma mistura de ervas naturais e uma substância sintética derivada da cannabis. Na versão que surpreendeu foram encontrados nove (9) novos compostos de canabinóides. Estes derivados de quatro (4) grupos químicos diversos. Assim, chega-se a um sofisticadíssimo Spice, em termos químicos.

Além dos sintéticos canabinóides, no mercado europeu foram detectados quatro (4) derivados das anfetaminas. As quatro novas substâncias, alerta o relatório, não derivam da “piperazina”.

2. O relatório adverte para o boom do ecstasy e de substâncias sintéticas à base de metanfepramona, pregabalin e etaqualone.

3. A Europol aponta, ainda, para uma particular facilidade na distribuição das drogas novas via web. Para disfarçar, as 24 mais recentes aparecem como sais de banho, adubo ou material químico para pesquisa. Na verdade são drogas psicoativas e ilegais.

PANO RÁPIDO. Feita a comparação entre 2008 e 2009, a conclusão é de que quase dobrou o número de lançamento de drogas.

Misturas novas são permanentemente testadas pela criminalidade organizada, antes de colocá-las no mercado. E a propaganda, pós-lançamento, é feita por um tipo de consumidor que faz uso recreativo, definido como aquele que sempre está em busca de um “novo barato”.

Wálter Fanganiello Maierovitch

FONTE: http://maierovitch.blog.terra.com.br/2010/04/27/alerta-da-policia-eobservatorio-24-novas-drogas-no-mercado/

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Exposição a produtos químicos comuns pode afetar o desenvolvimento feminino



Os pesquisadores do Mount Sinai School of Medicine descobriram que a exposição a três classes de produtos químicos comuns (fenóis, ftalatos e fitoestrogênios) em jovens pode comprometer o sincronismo do desenvolvimento puberal, e colocar as meninas em situação de risco para complicações de saúde quando adultas.

O estudo [Investigation of Relationships between Urinary Biomarkers of Phytoestrogens, Phthalates, and Phenols and Pubertal Stages in Girls] , o primeiro para examinar os efeitos dessas substâncias sobre o desenvolvimento puberal, foi publicada na edição online da revista Environmental Health Perspectives.

“A pesquisa mostrou que o desenvolvimento puberal precoce em meninas pode ter efeitos sociais e médicos adversos, incluindo câncer e diabetes quando da idade adulta”, disse Maria Wolff, professor de Medicina Preventiva e Ciências Oncológicas na Mount Sinai School of Medicine.

“Nossa pesquisa mostra uma ligação entre os produtos químicos que as meninas são expostas em uma base diária e o desenvolvimento precoce e, em outros casos, ao desenvolvimento tardio. Embora mais pesquisas sejam necessárias, esses dados são um primeiro passo importante para avaliar o impacto destes agentes ambientais comuns como fatores de risco para meninas”.

Fenóis, ftalatos e fitoestrógenos estão entre os produtos químicos conhecidos como desreguladores endócrinos, que interferem com o sistema endócrino do corpo. Eles são encontrados em uma ampla gama de produtos de consumo, tais como esmaltes, cosméticos, perfumes, loções e shampoos. Alguns são usados para aumentar a flexibilidade e durabilidade de materiais plásticos como PVC, ou são incluídos como revestimentos de medicamentos ou suplementos nutricionais.

Os pesquisadores estudaram meninas do bairro de East Harlem. Trabalhando em conjunto com o Cincinnati Children’s Hospital and Kaiser Permanente Northern California, analisaram o impacto da exposição a agentes ambientais em 1.151 jovens de Nova York, Cincinnati e norte da Califórnia.

As meninas tinham entre 6 – e 8 anos de idade no momento da inscrição e entre 7 e 9 anos de idade quando da análise de dados. Os pesquisadores coletaram amostras de urina dos participantes do estudo para análise de presença para os fenóis, os ftalatos, e fitoestrogênios, incluindo 19 biomarcadores.

Os dados mostraram que as três classes de compostos químicos foram amplamente detectadas na população estudada e que a alta exposição a determinadas substâncias químicas foi associada ao desenvolvimento de mama em estágio inicial.

As ligações mais fortes foram observadas com ftalatos e fitoestrogênios, que também estavam entre os mais altos riscos. Um fenol, dois fitoestrogênios, e um subconjunto de ftalatos (encontrados em produtos de construção e tubos de plástico) foram associados com puberdade tardia. No entanto, os ftalatos encontrados em produtos de uso pessoal, como shampoo e loção, especialmente aqueles com fragrância, foram relacionados ao desenvolvimento precoce de mama e de desenvolvimento dos pelos pubianos.

Consistente com estudos anteriores, os pesquisadores também descobriram que o índice de massa corporal (IMC) desempenhou um papel em relação ao início da puberdade. Cerca de um terço das meninas estavam acima do peso, que é também um indicador de desenvolvimento da mama adiantado. Como resultado, algumas das associações químicas diferentes podem ter maior ou menor impacto em meninas obesas.

Os pesquisadores continuam a estudar o impacto da dieta no desenvolvimento puberal e eventual risco de câncer da mama.

“A exposição a estas substâncias é extremamente comum”, continuou o Dr. Wolff. “Como tal, enquanto a associação entre os produtos químicos e desenvolvimento puberal parece pequena, o impacto sobre a população total é significativa.”

O artigo “ Investigation of Relationships between Urinary Biomarkers of Phytoestrogens, Phthalates, and Phenols and Pubertal Stages in Girls” foi publicado na edição online da revista Environmental Health Perspectives como open access. Para acessar o artigo na íntegra, no formato PDF, clique aqui.

Por Henrique Cortez, do Ecodebate, 26/04/2010, com informações do The Mount Sinai Hospital / Mount Sinai School of Medicine

FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2010/04/26/exposicao-a-produtos-quimicos-comuns-pode-afetar-o-desenvolvimento-feminino/

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A pressa é a inimiga da refeição

 A pressa é a inimiga da refeição (entrevista com Carlo Petrini)

Considerado pelo jornal The Guardian uma das 50 pessoas que podem salvar o planeta, o fundador do movimento Slow Food esteve no Brasil para disseminar a importância da agricultura sustentável e das culturas locais - acredite ou não, isso pode até salvar o planeta.

Calma. É isso o que vem pedir Carlo Petrini. Calma para respirar, para fazer escolhas conscientes e para conhecer o lugar e as tradições do lugar onde você mora. O fundador da Slow Food Foundation, com sede na cidade italiana de Bra e presente em 132 países, não quer apenas que as pessoas comam devagar. Ele quer mandar uma mensagem contra o consumo massificado e a agricultura industrializada. Ele defende a comida da vovó, a horta do vizinho, o cultivo e a produção de produtos genuínos e a valorização desses produtos nos mercados regionais. Petrini não se vira contra o novo, mas contra o que é artificial. "Ferran Adrià é um gênio, um Picasso", ele diz. Mas nem todo mundo pode ser um Picasso.

Ele é contra plantações de espécies híbridas resistentes a pragas, que quase extinguiram o pimentão quadrado d'Asti da região do baixo Piemonte (leia mais sobre alimentos que correm risco de extinção). Carnuda, perfumada e saborosa, essa variedade de pimentão foi trocada por pimentões holandeses sem gosto, mais rentáveis e baratos. É contra isso que ele luta.

Em sua visão, a alimentação contemporânea agroindustrial é a grande responsável pela destruição do planeta. Somos em sete bilhões, produzimos comida para 12 bilhões e ainda um bilhão passa fome. "Mais da metade do que produzimos é jogado no lixo. No sistema consumista, só conta o preço, e não o cuidado, a produção e o modo de conceber os alimentos", afirma. Você acha tudo isso uma bobagem? Petrini foi indicado pelo jornal inglês The Guardian, em 2008, como uma das 50 pessoas que poderiam salvar o mundo.

Petrini defende que a gastronomia é uma ciência complexa. Nas escola e faculdades onde ela é ensinada, os alunos deveriam aprender física, agricultura, antropologia, história, economia e química. Dessa maneira, sairiam de lá gastrônomos competentes e comprometidos com uma comida "boa, limpa e justa" – os três pilares da Slow Food. Construir uma horta nas escolas e universidades é o primeiro passo (clique e saiba como). "Tirem 10 vagas do estacionamento, quebrem o asfalto, coloquem terra e um pouco de estrume, plantem tomates, feijões, verduras. Se alguém reclamar que não tem vaga, ganha um tomate!", diz Petrini, bem humorado. Para ele, o Slow Food tem que ser divertido.

Carlo Petrini veio ao Brasil (no final de março) para participar do Terra Madre, evento da Slow Food Foundation, e lançar seu livro Slow Food – princípios da nova gastronomia, publicado em 2005, mas só traduzido para o português agora. Confira a entrevista abaixo.

Confira a entrevista:

ÉPOCA – As bases do Slow Food são: o bom, o justo e o limpo. O que elas significam?
Carlo Petrini – A comida tem que ser boa, gostosa, e o gosto deve ser respeitado de acordo com a região. No Piemonte (região italiana), temos um queijo que tem um cheiro que lembra chulé. Se o brasileiro cheirar, vai achar ruim, mas esse queijo lembra a minha infância. Temos que respeitar a diversidade. No geral, nossas bases gustativas são determinadas pelas nosas avós. A comida também deve ser justa, ou seja, tem que pagar quem trabalha para produzi-la, o camponês ou o cozinheiro, para que eles vivam com dignidade. E ser limpa: sua produção não deve destruir o ecossistema, não pode usar produtos químicos ou acabar com a fertilidade do solo.

ÉPOCA – Seguindo estes preceitos, até quanto mais caro você acha justo pagar? Se possível, em porcentagem.
Petrini – Não se pode falar em porcentagem. Preço justo é o que dá dignidade ao camponês para ele trabalhar de maneira pura, que garanta a ele uma vida digna. Depende da situação, mas não acho que tenha que ser mais caro do que já se paga hoje.

ÉPOCA – Como escolher o que comer?
Petrini – Não se deixe tentar por uma lógica consumista, especialmente quando se faz escolhas alimentares. Comer é um ato agrícola e pode impactar a economia local. Temos que ser consumidores responsáveis. Buscar apenas o sabor de um alimento não funciona. Há muitos chefs que usam produtos que destróem solos ou pagam mal os agricultores. E o principal responsável pela destruição do planeta é esse sistema alimentar. Na minha província, tem um milhão de pessoas e sete milhões de porcos porque precisamos comer presunto e embutidos (risos). Esses porcos poluem o lençol freático com seus excrementos e usamos essa mesma água para regar as plantações. Tivemos a pretensão de colocar os critérios da produção industrial na agricultura, mas ela não é independente do meio como é a indústria têxtil ou sirúrgica. A agricultura tem mais de 10 mil anos e não pode ser reduzida à mercantilização. Quando tudo se torna mercadoria não conseguimos mais distinguir o valor do preço.

ÉPOCA – É possível conciliar os princípios da Slow Food com a vida nas grandes cidades?
Petrini – É preciso unir os consumidores aos produtores. Para produzir um alimento orgânico, é preciso receber um certificado, que é caro. Mas se você mora perto de mim, eu não preciso de certificado para comprar seus produtos, porque eu posso ver como você os cultiva. Nós precisamos construir essa rede de produtores e consumidores, ou co-produtores, que conheçam o que estão comprando. Pode-se sempre organizar grupos que comprem diretamente do produtor: a gente economiza e o camponês ganha mais. A construção de mercados camponeses também deve ser incentivada. Em 1995, no coração de Nova York, construíram o primeiro mercado camponês. Hoje, há 12 mil feiras de camponeses nos Estados Unidos. É uma alternativa econômica que reforça e economia local.

ÉPOCA – No mundo, temos um bilhão de pessoas passando fome e 1,7 bilhão de pessoas que sofrem de doenças relacionadas à obesidade. A Slow Food pode consertar isso?
Petrini – Nos Estados Unidos, eu fiquei impressionado com a quantidade de obesos. Vivemos em uma sociedade em que se gasta mais para emagrecer dos que para comer (risos). É preciso evitar o desperdício, comer com moderação e construir um sistema alimentar melhor, mais limpo e mais justo.

ÉPOCA – Há muitos restaurantes em São Paulo comprometidos com preceitos da Slow Food, como valorizar ingredientes e culturas regionais e resgatar tradições. Só que muitos deles usam matérias-primas que só existem na Amazônia ou no Centro-Oeste, tendo que atravessar o país para chegar até São Paulo. Como resolver esse problema de distribuição?
Petrini – Com bom senso. O país é grande, não faz sentido transportar alguns produtos; mas é importante que se coma alimentos frescos. Comer um produto da Amazônia é melhor do que importar dos Estados Unidos.


ÉPOCA – Mas alguns peixes, por exemplo, vêm congelados da Amazônia.
Petrini – Pode ser contraditório. Mas os camarões congelados vendidos nos supermercados brasileiros são da Índia e do Equador. É preciso dar essa informação ao consumidor. O peixe da Amazônia eu como, o camarão congelado, não (risos).

ÉPOCA – O senhor defende que os estudantes de gastronomia voltem ao campo, conversem com os agricultores e até mesmo se tornem camponeses. O que você diria a algum jovem que deseja seguir seu conselho?
Petrini – Você é meu herói. A volta à terra é uma escolha difícil, moderna e corajosa. Não será fácil o seu futuro. A maior dificuldade será ter reconhecimento do seu trabalho. O camponês sempre foi o último da estrutura social, mas os tempos mudaram e devemos construir um novo humanismo. Quando vocês voltarem para trás (para o campo), já estarão lá na frente porque aquilo que vocês fazem interessa a todos. Vocês são mais importantes do que as multinacionais que não se importam com nossa saúde e só querem fazer negócio, transformando nossa comida em simples mercadoria. Não é verdade que comida industrial custa menos: eu pago a mais o preço da saúde, os custos de transporte e a perda da biodiversidade. Vocês darão mais prazer e mais sabor às pessoas. A gastronomia não é patromônio dos grandes chefs. As mulheres que você tem na família valem muito mais do que muitos restaurantes 3 estrelas (do Guia Michellin, o mais respeitado do gênero). Essas mulheres que não aparecem na TV, elas são nossos heróis.

Fonte: Revista ÉPOCA.

Para maiores informações: http://www.slowfoodbrasil.com/

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mamadeiras plásticas podem fazer mal aos bebês



Bisfenol A (BPA), um composto químico utilizado em latas, garrafas e mamadeiras é seguro, de acordo com relatório da Administração de Drogas e Alimentos dos EUA (FDA).

O FDA mantém sua posição mesmo quando o bisfenol entre em contato com os alimentos. Porém, de acordo com o Centro de controle e prevenção de doenças (USDA) do mesmo país , 93% dos americanos tem traços de Bisfenol na urina, ou seja, a substância é ingerida pois passa da embalagem para o alimento. O relatório do FDA tem 105 páginas e pode ser lido no site http://www.fda.gov/ohrms/dockets/ac/08/briefing/2008-0038b1_01_02_FDA%20BPA%20Draft%20Assessment.pdf. O mesmo contrasta com relatórios prévios americanos e europeus, que alertam sobre o possível efeito deletério do bisfenol.

Um relatório divulgado em abril de 2008 pelo Programa Nacional de Toxicologia dos EUA indicou que o bisfenol aumenta o risco de certos tipos de câncer e pode acelerar ou atrasar a puberdade. Porém, de acordo com o FDA o estudo em questão não mostrou dados suficientes que justifiquem as recomendações de uso do bisfenol nas embalagens.
Já o Canadá vem considerando banir o uso do composto em mamadeiras para bebês por isto algumas indústrias do país já iniciaram o processo de substituição do BPA por outros produtos menos tóxicos.

O disruptor endócrino bisfenol A (BPA), contido em embalagens é capaz de penetrar no organismo. Estudos mostram uma relação entre altas concentrações do composto e o desenvolvimento de doenças crônicas. Agora um estudo suíço mostrou que bebês alimentados com mamadeiras plásticas de policarbonato e rexinas epóxi estão em maior risco. Estas substâncias podem penetrar pelas vias aéreas, pela água ou junto ao alimento.

O BPA é uma substância que atual como o hormônio natural estrogênio. Mesmo em pequenas quantidades pode prejudicar o desenvolvimento sexual do feto e de recém-nascidos, principalmente pela ação disruptora, agindo sobre receptores de estrogênio. Isto porque os lactentes absorvem quantidades grandes de BPA, por isto a mamadeira ideal continua sendo o seio materno!

Von Götz N et al. Bisphenol A: How the Most Relevant Exposure Sources Contribute to Total Consumer Exposure. Risk Analysis, (2010), 30, 473-487.



Dica do Dr. Fredi Lobo:
O BPA também está presente em enlatados, algumas embalagens tipo tapperware e galões de água. Portanto deve-se optar sempre embalagens que sejam feitas de materiais inertes, como vidro, aço, fibras naturais.
Quem quiser saber mais sobre os malefícios do BPA, visite o site: http://www.otaodoconsumo.com.br/

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