sábado, 31 de dezembro de 2016

Feliz 2017


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Cremego alerta aos médicos e à sociedade sobre a proibição da prática da terapia antiaging e de outros procedimentos sem evidências científicas

Com a participação expressiva da classe médica, de diretores e conselheiros e de representantes de Sociedades Regionais de Dermatologia, Endocrinologia e Metabologia, Geriatria, Cirurgia Plástica, Urologia e Ginecologia e Obstetrícia, além de convidados de outros Estados, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Vigilância Sanitária, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) realizou a plenária temática “A prática da terapia antiaging e de outros procedimentos sem evidências científicas”.

Após um grande debate com especialistas e a análise de resoluções do CFM, do Cremego, de demais Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e da literatura médica nacional e internacional sobre a prescrição de procedimentos sem comprovação científica, foi aprovada a divulgação desta nota técnica com orientações à classe médica e à sociedade sobre contraindicações destes procedimentos que podem não apenas não surtir o efeito esperado, como também colocar em risco a saúde do paciente.

Portando, o Cremego orienta a classe médica e a sociedade que as seguintes terapias, todas sem comprovação científica, não devem ser prescritas pelos médicos e que os pacientes devem ser orientados sobre seus riscos:

DIETA DO HCG E OUTRAS DIETAS DA MODA
O uso de hCG no tratamento da obesidade não é recomendado por não apresentar evidências científicas que corroborem a sua eficácia, bem como, tratar-se de terapêutica com malefícios.

TERAPIA ANTIENVELHECIMENTO
O CFM veda essa prática, sua indicação, uso e divulgação por ser destituída de comprovação científica suficiente quanto ao benefício para o ser humano sadio ou doente. Dentre as chamadas terapias antienvelhecimento vedadas estão:

  • Utilização do ácido etilenodiaminatetraacetico (EDTA), procaína, vitaminas e antioxidantes referidos como terapia antienvelhecimento, anticâncer, antiarteriosclerose ou voltadas para o tratamento de doenças crônico-degenerativas;
  • Quaisquer terapias antienvelhecimento, anticâncer, antiarteriosclerose ou voltadas para doenças crônico-degenerativas, exceto nas situações de deficiências diagnosticadas cuja reposição mostra evidências de benefícios cientificamente comprovados;
  • Tratamentos baseados na reposição, suplementação ou modulação hormonal com os objetivos de prevenir, retardar, modular e/ou reverter o processo de envelhecimento, prevenir a perda funcional da velhice, prevenir doenças crônicas e promover o envelhecimento saudável.

MEDICINA QUÂNTICA E NUTRIENDOCRINOLOGIA
O CFM não reconhece a medicina quântica e nutriendocrinologia como especialidades médicas. De acordo com o Parecer CFM número 04/00, “cursos alternativos de medicina não existem. Pessoas que se dizem formadas em cursos alternativos não exercem a medicina, enquadrando-se na categoria de curandeiros”.

SOLICITAÇÃO DE EXAME DE BIORRESONÂNCIA
Tal exame não conta com comprovação científica, sendo considerado pela maioria dos presentes na plenária como exercício de charlatanismo.

PRESCRIÇÃO DE HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS
Também destituída de comprovação científica com vistas a prevenir, retardar e/ou modular processo de envelhecimento, prevenir a perda funcional da velhice, prevenir doenças crônicas e promover o envelhecimento saudável, a prescrição de hormônios bioidênticos (hormônios fabricados em laboratório) é vedada pelo CFM.
Tal prática tem sido contestada também por entidades científicas conceituadas, como a Endocrine Society, a American Medical Association, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Sociedades de Especialidades dos EUA, Canadá e Europa.

SOLICITAÇÃO DE EXAME DE ANÁLISE MINERAL CAPILAR
Prática de eficácia também sem comprovação suficiente quanto ao benefício para o ser humano sadio ou doente e, por essa razão, vedada pelo CFM, que proíbe a prescrição, uso e divulgação no exercício da medicina de procedimentos, diagnósticos ou terapêuticos, que empregam a análise do tecido capilar fora do contexto do diagnóstico de contaminação e/ou intoxicação por metais tóxicos.

USO DE HORMÔNIO DE CRESCIMENTO PARA FINS ESTÉTICOS
Prática condenada pelas Sociedades Brasileiras de Endocrinologia e de Geriatria e Gerontologia, além das Sociedades Americanas, Europeias e Asiáticas. O CFM já se manifestou, por meio da Resolução número 1999/2012 e Parecer CFM número 19/13, que “a utilização de anabolizantes e hormônios de crescimento em quem não tem indicação de seu uso não deve ser realizada com a finalidade de aumentar sua massa muscular ou seu porte físico”.

PRESCRIÇÃO DE ANABOLIZANTES PARA FINS ESTÉTICOS E PARA MULHERES COM ALEGADAS DISFUNÇÕES SEXUAIS
Parecer do Conselho Regional de Medicina de São Paulo número 5015/2012, ressalta que o uso de esteroides anabolizantes é contraindicado para melhorar a performance de atletas. Também são unânimes na condenação da prática denominada Modulação Hormonal, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Parecer do Conselho Regional de Medicina do Paraná ainda ressalta que “combater o envelhecimento com modulação hormonal, nos termos atuais, não está baseado em prática reconhecida cientificamente. Os processos de envelhecimento fisiológicos só são combatidos, pelo que se sabe do conhecimento atual, e só têm base científica, na reposição de hormônios que comprovadamente faltarem e com práticas de alimentação e de vida saudável”.

O Cremego ressalta que não há também respaldo científico na solicitação de número excessivo de exames laboratoriais e de imagens, na utilização de exames como biorresonância, assim como em tratamentos identificados por neologismos (como fadiga adrenal), práticas adotadas tão somente para justificar a prescrição de drogas manipuladas em consórcio com farmácias, laboratórios e clínicas de imagem.

Fonte: http://www.cremego.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=27473%3A2016-12-22-11-11-57&catid=3

sábado, 17 de dezembro de 2016

Palestra sobre Desconstruindo Mitos em Nutrição - 18/12/2016


Para os que não puderam comparecer à palestra ou que pediram os slides, aqui está o link para download da palestra. Infelizmente devido o tempo, tive que retirar cerca de 30 slides.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Calorimetria Indireta - Goiânia


A Calorimetria Indireta (CI) é um método não-invasivo que determina as necessidades nutricionais através do cálculo da Taxa Metabólica Basal (TMB). É um exame que infelizmente a grande maioria dos planos de saúde não cobrem. Não realizamos na Clinica, mas o exame pode ser feito na Clínica Raysa Ribas (WhatsApp para agendamento e dúvidas 62 98190-4140 ou 62 - 98320-0607). 

A TMB, quantidade de energia necessária para que o corpo cumpra suas funções em repouso ao longo do dia. Essa taxa representa em torno de 70% do gasto energético total e se refere às calorias gastas pelo corpo para manutenção das funções básicas no repouso, como os batimentos cardíacos, respiração, controle da temperatura corporal. Os outros 30% advém dos exercícios físicos, do efeito térmico dos alimentos gerado na digestão. Mas essa taxa varia de acordo com inúmeros fatores: 
  • Idade
  • Sexo
  • Genética, 
  • Etnia, 
  • Grau de atividade física, 
  • Presença de alterações hormonais e outras doenças,
  • Quantidade de massa magra que a pessoa possui
  • Temperatura (corporal e do ambiente), 
  • Estresse.
Usualmente o cálculo do metabolismo é feito por fórmulas padronizadas, que levam em consideração somente as seguintes variáveis: idade, sexo e peso das pessoas. Como toda padronização, as fórmulas para determinação da TMB são cercada de erros, subestimando ou superestimando a TMB.

A Calorimetria é o método mais preciso para obtenção do metabolismo basal individual para uma adequada prescrição dietética.

Baseado no resultado encontrado no exame, o nutricionista pode fazer uma orientação nutricional além de cálculos dietéticos mais direcionados, ou seja, personalizados. Ou seja, se o paciente tem uma taxa metabólica muito baixa, não adianta introduzir uma dieta com uma quantidade excessiva de calorias que provavelmente esse paciente não emagrecerá. No caso dos pacientes que querem ganhar massa magra, faz-se os cálculos para evitar catabolismo. 

A CI é indicada para o tratamento determinados grupos de pacientes como os obesos, desnutridos, atletas, idosos, distúrbios tireoideanos.

O aparelho fornecerá os seguintes dados:

- TMB medida (Kcal/dia, KJoules/dia)
- TMB estimada pela equação de Harris-Benedict (Kcal/dia, KJoules/dia)
- Percentual da variação medida versus estimada
- Consumo de Oxigênio - VO2 (ml/min, ml/Kg/min) 
- Fração expirada de Oxigênio - FeO2 (%) 
- Frequência respiratória (ciclo resp./min)
- Volume corrente (Litros) 
- Ventilação - Ve (Litros/min)

Realização do exame

O exame é feito no consultório, sendo considerado um procedimento indolor, não-invasivo. Dura de 15 a 20 minutos. O paciente fica deitado na maca e pode ser feito de duas formas: Com o nariz ocluído por um prendedor nasal, o paciente respira através de um bocal, ambos descartáveis e estéreis. (Modo Usual) ou Com a face ocluída por uma máscara de silicone esterilizada, fixada ao rosto. O ambiente onde o exame é realizado precisa ser silencioso, com pouca iluminação e estar numa temperatura padrão, para evitar alterações causadas pela ansiedade ou alterações térmicas.

Contraindicação

Pacientes que estejam utilizando ventilação mecânica ou que possuam alguma alteração patológica no padrão respiratório. Além de pessoas portadoras de claustrofobia

Orientações pré-exame (preparo)
  • Repouso de pelo menos 30 minutos
  • Jejum de 8 horas
  • Estar relaxado (não pode ter passado por situações de grande stress psicológico)
  • Não praticar atividade física 12 horas antes
  • Não fumar nas 12 horas anteriores ao exame
  • Não consumir Cafeína, Chá, Chocolate, Refrigerantes e Álcool nas 24 horas anteriores 
  • Usar roupas leves
O código na tabela CBHPM é 4.13.01.06-4 - Calorimetria Indireta (Ambulatorial) 

Em Goiânia o exame pode ser feito na Clínica Raysa Ribas. Fone: 62 98190-4140. Munido de nota fiscal, o paciente pode ir até o plano de saúde e solicitar o reembolso. 

Bibliografia
  • Diener, J.R.C. Calorimetria Indireta - Rev Ass Med Brasil 1997; 43(3): 245-53
  • Gasto Energético Avaliado pela Calorimetria Indireta. Projeto Diretrizes
  • Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina, Associação Brasileira de Nutrologia, Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica, 30 de janeiro de 2009
  • Joseph Orr, Ph.D. Evaluation of a Novel Resting Metabolic Rate Measurement System White Paper Validation Study on Korr's Metabolic Systems University of Utah, Department of Anesthesiology, Salt Lake City, Utah Simonson DC, DeFronzo RA. Indirect calorimetry: methodological and interpretative problems. Am J Physiol 1990;258:E399-E412
  • Ferrannini E. The theoretical bases of indirect calorimetry: a review of Metabolism 1988;37:287-301 Lusk G. The calorimeter as the interpreter of the life processes Science 1915;42:816-9
  • Matarese L. Indirect calorimetry: technical aspect J Am Diet Assoc. 1997;97(suppl 2):S154-S160
  • Halpern, A; et al. Análise da Taxa Metabólica de Repouso Avaliada por Calorimetria Indireta em Mulheres Obesas com Baixa e Alta Ingestão Calórica. Arq Bras Endrocrinol Metab 2008;52/1
  • Foster GD, McGuckin BG. Estimating resting energy expenditure in obesity. Obes Res 2001;9:367S-72S
  • Foster, Gary D; Wadden, Thomas A.; Mullen, James L.; et al.: Resting Energy Expenditure, Body Composition, and Excess Weight in the Obese Metabolism, Vol. 37, May 1988: pp 467-472
  • Shick SM, et al. Persons successful at long-term weight loss and maintenance continue to consumea low-energy, low-fat diet. J Am Diet Assoc. 1998;98:408-413