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domingo, 15 de maio de 2016
Seu filho toma antibióticos todos os dias e você não sabe. Por Dr. Flavio Melo (Médico, pediatra)
A conta é simples: produtores usam antibióticos nos animais que comemos e, portanto, ingerimos uma quantidade considerável destes, sem saber quanto. Não subestime o tamanho do problema. Veja neste post quais os impactos disso e o que pode ser feito.
Essa semana li um artigo na maior revista de pediatria do mundo, a Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria (AAP) que me deixou preocupado, revoltado e instigado, tudo ao mesmo tempo.
Em poucas palavras, é o que está no título: você, eu, nossos filhos, os sãos e os doentes, tomamos antibióticos todos os dias!
Não é lenda urbana – o uso de antibióticos nos animais é abusivo
É uma grande preocupação, tanto que a AAP escreveu esse relatório técnico essa semana, que vou tentar resumir aqui pra vocês.
Em 2012, vendeu-se 15 toneladas de antobióticos para uso animal, comparando com 3 toneladas para uso humano. Aproximadamente 60% dos antibióticos usados para animais, tem relevância para a saúde humana, sendo inclusive usados para tratamento das nossas doenças infecciosas.
Aí começa o problema: nos EUA, não há controle para venda de antibióticos para uso veterinário e provavelmente, igualmente a nós, muitos animais “tomam” antibióticos sem nenhuma necessidade.
Do mesmo jeito que me irrito com a prescrição excessiva de Amoxicilina para “viroses”ou “garganta” – aquele nome de uma estrutura do corpo que virou nome de doença (garganta não é doença!!!!) – nos animais, ocorre prescrição abusiva, e pior, sem controle! Nos EUA, 97% sem prescrição veterinária.
Só que no caso dos animais, muitas vezes os antibióticos são usados em baixas doses, cronicamente, em caráter “preventivo”, para “promover crescimento”, para “melhorar a eficiência da sua alimentação”: todos eufemismos para seu uso abusivo.
Antibióticos são frequentemente usados na raçãoE onde eles vão? Na comida que o animal come, frequentemente uma ração, e da mesma forma que engordamos e acumulamos gordura maléfica ao redor dos órgãos, ocorre com os animais. E provavelmente da mesma forma que as alterações na flora intestinal causam esses efeitos em nós, nos animais não é diferente.
Resumindo: comemos carnes de animais com péssima qualidade de composição, animais entupidos de antibióticos, doentes por esse motivo e adoecemos duplamente!
E o pior: comemos pequenas doses de antibióticos de uso humano diariamente, podemos estar sendo contaminados com bactérias que causam intoxicações alimentares cada vez mais poderosas (Salmonela, Estafilococos, Campilobacter), causando um brutal aumento na resistência bacteriana nos humanos.
Então, não vamos colocar somente na conta dos médicos a questão da resistência bacteriana, vamos dividir a conta com a indústria alimentícia e veterinária (tô morto a partir de hoje…).
E agora, o que fazer?
Primeiro, cobrar o controle da prescrição excessiva de antibióticos tanto dos médicos, quanto dos veterinários.
Segundo, comprar carnes de pequenos produtores, carne orgânica (frango caipira, carne de gado alimentado com pasto), digamos, pode ser um caminho.
E fica bem claro, que a preocupação está longe de ser os hormônios que supostamente fazem o frango crescer (não acredito nisso, deixo claro para os especialistas da área de produção animal não me crucificarem) e sim os antibióticos que eles comem todos os dias que devemos ter cuidado.
Autor: Dr. Flavio Melo - Médico pediatra - CRM-PB 5239 - RQE: 3065
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/seu-filho-toma-antibioticos-todos-os-dias-e-voce-nao-sabe/
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
01:07
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