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terça-feira, 20 de maio de 2025

A relação entre a alimentação e o ganho de músculos: mitos e dicas


Assim como boa parte das disciplinas da saúde, a nutrição padece de grande vulnerabilidade a evidências anedóticas. Como todos nós nos alimentamos, a crença comum de que “se funcionou para mim, funcionará para você também” se intensifica, facilitando a propagação dos tão disseminados “mitos da nutrição”. Contribui para isso, um importante viés de confirmação presente em boa parte da população, que opta por seguir o caminho mais fácil e buscar informações em fontes que validem seus comportamentos ou crenças, independente do embasamento científico ou da qualificação profissional de quem as propaga.

Além disso, há outro problema: a nutrição não é uma ciência exata, o que significa que novas diretrizes são periodicamente revistas e/ou estabelecidas em função do avanço da ciência, gerando ainda mais confusão entre a população geral. Isso reforça o comportamento de consumo de conteúdos paralelos e menos confiáveis, aumentando ainda mais o descrédito dos profissionais da área, frequentemente vistos como inacessíveis ou excessivamente complexos.

Um dos tópicos mais estudados na nutrição é justamente o que mais atrai pessoas às academias ao redor do mundo: o papel da nutrição no ganho de massa muscular. Dentro e fora dos consultórios e academias, o objetivo predominante é sempre o mesmo: perder gordura e ganhar massa muscular. É importante destacar que a massa muscular desempenha papel fundamental na nossa saúde, longevidade e qualidade de vida, embora boa parte das pessoas limite-se ao seu impacto estético subjetivo.

Independentemente disso, o ganho de massa muscular sofre influência de vários fatores, destacando-se dois principais: o estímulo mecânico provido pelo exercício e a alimentação adequada. Partindo do pressuposto de que o indivíduo está sendo bem orientado em relação ao seu programa de exercícios, o próximo passo é avaliar e ajustar a alimentação. Cabe enfatizar que cada um dos macronutrientes da nossa dieta, conhecidos como carboidratos, gorduras e proteínas, desempenham um papel específico e igualmente fundamental; nenhum é “vilão ou mocinho”. Um bom planejamento alimentar contemplará a quantidade, distribuição, formas de preparo, fontes, entre outros desses macronutrientes, sempre levando em conta crenças, rotinas, cultura e preferências pessoais. Em casos específicos, avaliar a necessidade de suplementos alimentares que podem ajudar nos ajustes necessários para a adequada ingestão destes nutrientes pode ser necessário.

Boa parte das dúvidas surgem justamente nessa última etapa. É, por exemplo, na distribuição dos macronutrientes que aparecem alguns dos modismos nutricionais, as novas tendências e as dietas da vez. A seguir, abordaremos os principais mitos propagados atualmente, explicando de forma simplificada as limitações que os tornam falsos.

Veganos e Proteínas

A afirmação de que “veganos não consomem proteínas suficientes para o ganho de massa muscular” é amplamente difundida, mas incorreta. Embora a dieta vegana exclua fontes de proteína animal, ela oferece uma ampla variedade de fontes vegetais ricas em proteínas que, quando combinadas adequadamente, podem suprir plenamente as necessidades de quem busca o ganho de massa muscular.

É verdade que as fontes animais tendem a ter um perfil de aminoácidos mais completo, ou seja, contêm todos os aminoácidos essenciais em proporções adequadas para a construção muscular. Por outro lado, muitas fontes vegetais, quando avaliadas isoladamente, podem não ser tão completas. No entanto, é nesse ponto que o planejamento nutricional se torna essencial. Ao combinar diferentes fontes vegetais, como arroz e feijão, é possível obter um perfil completo de aminoácidos, garantindo que as necessidades proteicas sejam atendidas, permitindo que veganos ganhem massa muscular.

Recentemente, um estudo publicado por um grupo de pesquisa da USP demonstrou que em comparação a onívoros (indivíduos que consomem produtos animais), veganos não tem qualquer desvantagem para ganhar músculos em resposta a um programa de exercícios, uma vez que suas dietas sejam adequadas para atender a demanda total de proteína. O mesmo grupo também mostrou, ao avaliar a dieta de mais de 700 veganos no Brasil, que a grande maioria deles atende às recomendações básicas de consumo proteico e de aminoácidos essenciais.

Jejum Intermitente

Há anos, o jejum intermitente tem sido promovido como uma estratégia milagrosa para alcançar a tão desejada perda de gordura e o ganho simultâneo de massa muscular. No entanto, a ideia de que ele é superior a outros métodos ou dietas para esses objetivos não encontra respaldo na literatura científica. Veja, não se afirma que o jejum intermitente seja ineficaz, mas sim que ele não se destaca em relação a outras abordagens.

A ciência parece congruente em apontar que a principal razão para a perda de peso em qualquer estratégia nutricional é o déficit calórico – ou seja, consumir menos calorias do que se gasta. O jejum intermitente pode facilitar esse processo ao restringir a janela de alimentação, mas o mecanismo de perda de gordura não difere significativamente de outras estratégias, como a restrição calórica contínua.

No que se refere ao ganho de massa muscular, além de não ser superior, o jejum intermitente pode ser até menos eficaz que outras abordagens. Isso ocorre porque a limitação da janela de alimentação pode dificultar o consumo adequado de proteínas e calorias, essenciais para otimizar o ganho muscular, especialmente em indivíduos que buscam hipertrofia. Portanto, apesar de ser uma estratégia válida em alguns casos, o jejum intermitente pode impor obstáculos ao ganho de massa muscular, tornando o processo menos prazeroso, eficiente e duradouro, caso haja restrições alimentares por longos períodos.

Suplementos Proteicos e BCAA

Há décadas os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs: leucina, isoleucina e valina) têm sido amplamente comercializados sob a premissa de aumentar a síntese proteica e, consequentemente, otimizar o ganho de massa muscular. No entanto, as evidências científicas não sustentam essas alegações, já que grande parte desse argumento se baseia na extrapolação das propriedades bioquímicas desses aminoácidos, e não sobre seus efeitos clínicos.

Os BCAAs — em particular a leucina -, podem, de fato ativar vias de crescimento muscular. No entanto, a ingestão de proteínas completas não só é significativamente mais eficaz na ativação destes mecanismos quanto necessária para a construção muscular, pois fornecem todos os aminoácidos essenciais, e não apenas os três que compõem os BCAAs. Sem uma quantidade adequada e variada de TODOS os aminoácidos essenciais, não é possível, de fato, construir músculos.

Já sobre os suplementos proteicos (por exemplo whey, albumina, caseína ou soja), é importante destacar que seu consumo só se justifica em situações onde o consumo de proteínas não pode ser alcançado via dieta, ou há necessidade específica de complementação da alimentação habitual. Mesmo assim, e ao contrário do que os “influencers” de plantão gostariam que você acreditasse, o aumento do consumo proteico não possui propriedades miraculosas. Ele, sozinho, não é responsável por ganhos “instagramáveis” de massa muscular, servindo muito mais como adjuvante ao processo e com resultados bem mais modestos do que os rótulos de suplementos, e boa parte dos profissionais, normalmente sugerem.

Creatina e ganho de massa muscular

A creatina, ao contrário da maioria dos produtos comercializados, é um suplemento amplamente respaldado por evidências científicas e tem ganhado destaque por seus efeitos positivos no desempenho físico, especialmente em modalidades que dependam de força e potência. Ao aumentar a disponibilidade de fosfocreatina, um composto essencial para a rápida regeneração de energia, a suplementação com creatina permite que sustentemos esforços de alta intensidade por períodos ligeiramente mais longos, ou que consigamos manter maiores intensidades médias de exercício em condições de intermitência (esforços caracterizados por múltiplos estímulos de exercício de alta intensidade intercalados por intervalos de recuperação). Esse mecanismo pode potencializar indiretamente os ganhos de massa muscular, já que otimiza o estímulo do exercício, este sim responsável direto pelos ganhos de massa muscular. Desta forma, a creatina se torna uma opção atrativa para aqueles que desejam aumentar tanto o desempenho como o volume muscular.

Apesar de sua eficácia comprovada, muitos mitos sobre a creatina ainda são disseminados. Um dos mais comuns é a ideia de que a creatina causa danos aos rins. A literatura científica mostra, porém, que o uso de creatina nas doses recomendadas, de 3 a 5 gramas por dia, é seguro, mesmo a longo prazo, não se associando a problemas renais ou a qualquer outra piora de parâmetros clínicos. Cumpre destacar que o uso de creatina por pacientes portadores de doenças renais não é indicado, já que não há estudos sobre sua segurança para essa população. Outro mito bastante difundido é que a creatina pode causar desidratação, cãibras musculares ou problemas gastrointestinais. Entretanto, esses efeitos também foram refutados por diversas pesquisas e tais alegações não encontram respaldo científico. O que de fato ocorre, mas que não deve ser compreendido como um efeito negativo, é um possível e esperado aumento do volume hídrico dentro da célula muscular já que a creatina é lá armazenada. Esse efeito pode refletir no aumento de peso corporal que pode variar desde poucos gramas até 1-3 kg. Entretanto, esse aumento de peso não deve ser confundido com aumento de massa muscular ou de gordura, sendo resultado apenas do aumento da incorporação de água dentro da célula muscular a fim de equilibrar a osmolaridade do meio.

Embora muitos dos mitos populares sobre nutrição e treinamento sejam atraentes ao grande público, é crucial basear as condutas clínicas sobre Nutrição em evidências científicas. A nutrição esportiva, quando bem aplicada, pode otimizar o desempenho e os resultados desejados, seja no contexto de uma alimentação vegana, com o ajuste correto de proteínas, ou no uso de estratégias como o jejum intermitente e a escolha de suplementos específicos. Compreender os princípios da alimentação e treinamento e desmistificar as informações errôneas são passos fundamentais para alcançar objetivos de forma eficaz e saudável. Portanto, a educação contínua e o acompanhamento com profissionais qualificados são essenciais para uma abordagem bem-sucedida e informada para o ganho saudável de massa muscular.

Referências bibliográficas

1. Hevia-Larraín V, Gualano B, Longobardi I, Gil S, Fernandes AL, Costa LAR, et al. High-Protein Plant-Based Diet Versus a Protein-Matched Omnivorous Diet to Support Resistance Training Adaptations: A Comparison Between Habitual Vegans and Omnivores. Sports Med. 1o de junho de 2021;51(6):1317–30.

2. Leitão AE, Esteves GP, Mazzolani BC, Smaira FI, Santini MH, Santo André HC, et al. Protein and Amino Acid Adequacy and Food Consumption by Processing Level in Vegans in Brazil. JAMA Netw Open. 24 de junho de 2024;7(6):e2418226.

3. Calorie Restriction with or without Time-Restricted Eating in Weight Loss | New England Journal of Medicine [Internet]. [citado 18 de setembro de 2024]. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2114833

4. Jackman SR, Witard OC, Philp A, Wallis GA, Baar K, Tipton KD. Branched-Chain Amino Acid Ingestion Stimulates Muscle Myofibrillar Protein Synthesis following Resistance Exercise in Humans. Front Physiol [Internet]. 7 de junho de 2017 [citado 18 de setembro de 2024];8. Disponível em: https://www.frontiersin.org/journals/physiology/articles/10.3389/fphys.2017.00390/full

5. Kreider RB, Kalman DS, Antonio J, Ziegenfuss TN, Wildman R, Collins R, et al. International Society of Sports Nutrition position stand: safety and efficacy of creatine supplementation in exercise, sport, and medicine. J Int Soc Sports Nutr. 13 de junho de 2017;14(1):18.

Autores:
Felipe Marticorena
Hamilton Roschel
Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Massa muscular magra é associada a proteção contra Alzheimer

 A massa muscular magra pode proteger contra o surgimento da doença de Alzheimer, sugere nova pesquisa.

Os pesquisadores analisaram dados de mais de 450.000 pacientes registrados no UK Biobank, duas amostras independentes de mais de 320.000 indivíduos com e sem doença de Alzheimer e mais de 260.000 participantes de um estudo a parte sobre genes e inteligência.

Eles avaliaram o tecido muscular e adiposo nos membros inferiores e superiores, e encontraram mais de 500 variantes genéticas associadas à massa magra em análises ajustadas.

Em média, a massa magra geneticamente mais alta foi associada a uma redução “modesta, mas estatisticamente robusta” do risco de Alzheimer e a um desempenho superior em tarefas cognitivas.

“Usando dados genéticos humanos, encontramos evidências de efeito protetor da massa magra sobre o risco de doença de Alzheimer”, disse o pesquisador do estudo Dr. Iyas Daghlas, médico residente do Departamento de Neurologia da University of California (San Francisco), nos Estados Unidos, ao Medscape.

Embora “estudos de intervenção clínica sejam necessários para confirmar esse efeito, este achado embasa as recomendações atuais para manter um estilo de vida saudável a fim de prevenir a demência”, disse ele.

O estudo foi publicado on-line em 29 de junho no periódico BMJ Medicine.

Pesquisa naturalmente randomizada

Vários parâmetros de composição corporal foram avaliados por sua possível associação com a doença de Alzheimer. Estudos demonstraram que a massa magra – um “equivalente da massa muscular, definida como a diferença entre a massa total e a massa gorda” – é menor em pacientes com doença de Alzheimer em comparação com os controles, observaram os pesquisadores.

“Pesquisas anteriores analisaram a relação do índice de massa corporal (IMC) com a doença de Alzheimer e não encontraram evidências de um efeito causal”, disse o Dr. Iyas. “Nós nos perguntamos se o IMC era uma medida insuficientemente refinada e levantamos a hipótese de que a desagregação da massa corporal em massa magra e massa gorda poderia revelar novas associações com doenças”.

A maioria dos estudos usou um desenho de caso-controle, que pode ser influenciado por “confusão residual ou causalidade reversa”. Dados naturalmente randomizados “podem ser usados como uma alternativa aos estudos observacionais convencionais para avaliar relações causais entre fatores de risco e doenças”, escrevem os pesquisadores.

Em particular, o paradigma de randomização mendeliana aloca aleatoriamente variantes genéticas da linhagem germinativa e as usa como equivalentes a um fator de risco específico.

A randomização mendeliana “é uma técnica que permite aos pesquisadores analisar relações de causa e efeito usando dados genéticos humanos”, explicou o Dr. Iyas. “Na verdade, estamos estudando os resultados de um experimento aleatório natural em que alguns indivíduos são geneticamente predispostos a carregar mais massa magra”.

O estudo em pauta usou a randomização mendeliana para analisar o efeito da massa magra geneticamente representada no risco de doença de Alzheimer e o “fenótipo relacionado” do desempenho cognitivo.

Equivalente genético

Como equivalentes genéticos para massa magra, os pesquisadores escolheram polimorfismos de nucleotídeo único (variantes genéticas) que foram associados, em um estudo de associação do genoma (GWAS, sigla do inglês genome-wide association study), com massa magra apendicular.

A massa magra apendicular “reflete com mais precisão os efeitos da massa magra do que a massa magra do corpo inteiro, que inclui músculo liso e cardíaco”, explicam os autores.

Este estudo de associação do genoma usou dados fenotípicos e genéticos de 450.243 participantes da coorte UK Biobank (média de idade de 57 anos), todos de ascendência europeia.

Os pesquisadores realizaram ajustes para considerar idade, sexo e ancestralidade genética. Eles mediram a massa magra apendicular usando bioimpedância – uma corrente elétrica que flui em taxas diferentes pelo corpo, dependendo de sua composição.

Além dos participantes do UK Biobank, os pesquisadores também se basearam em uma amostra independente de 21.982 pessoas com doença de Alzheimer; um grupo de controle de 41.944 pessoas sem doença de Alzheimer; uma amostra replicada de 7.329 pessoas com e 252.879 sem doença de Alzheimer para validar os resultados; e 269.867 pessoas que participaram de um estudo com todo o genoma de desempenho cognitivo.

Foram identificadas 584 variantes que atenderam aos critérios para uso como equivalentes genéticos para massa magra. Nenhum foi localizado na região do gene APOE. No agregado, essas variantes explicaram 10,3% da variação na massa magra apendicular.

Cada aumento do desvio padrão na massa magra geneticamente aproximada foi associado a uma redução de 12% no risco de doença de Alzheimer (razão de chances [RC] = 0,88; intervalo de confiança [IC] de 95% de 0,82 a 0,95; P < 0,001). Este achado foi replicado no consórcio independente (RC = 0,91; IC 95% de 0,83 a 0,99; P = 0,02).

Os dados permaneceram “consistentes” nas análises de sensibilidade.

Um fator de risco modificável?

Maior massa magra apendicular foi associada a níveis mais altos de desempenho cognitivo, com cada aumento de um desvio padrão (1:1) na massa magra associado a um aumento no desvio padrão no desempenho cognitivo (RC = 0,09; IC 95% de 0,06 a 0,11; P = 0,001).

“Ajustar para mediação  potencial pelo desempenho não reduziu a associação entre massa magra apendicular e risco de doença de Alzheimer”, escreveram os autores.

Eles obtiveram resultados semelhantes usando um equivalente genético aproximado e massa magra de corpo inteiro, após ajuste para massa gorda.

Os autores observaram várias limitações, como o fato de que as medidas de bioimpedância “apenas preveem, e não medem diretamente, a massa magra”.

Além disso, a abordagem não estudou se existe uma “janela crítica de tempo do fator de risco”, durante a qual a massa magra pode desempenhar um papel na influência do risco de doença de Alzheimer e após a qual “as intervenções não seriam mais eficazes”. O estudo também não pôde determinar se o aumento da massa magra poderia reverter a patologia da doença de Alzheimer em pacientes com doença pré-clínica ou comprometimento cognitivo leve.

No entanto, os resultados sugerem “que a massa magra pode ser um possível fator protetor modificável para a doença de Alzheimer”, escrevem os autores. “Os mecanismos subjacentes a essa descoberta, bem como as implicações clínicas e de saúde pública, justificam estudos mais aprofundados”.

Novas estratégias

Para o Medscape, a Dra. Iva Miljkovic, Ph.D., médica e professora associada do Departamento de Epidemiologia da University of Pittsburgh, nos EUA, disse que os pesquisadores usaram uma “metodologia muito rigorosa”.

O achado sugerindo que a massa magra está associada a uma melhor função cognitiva é “importante, pois o comprometimento cognitivo pode se tornar estável em vez de progredir para um estado patológico; e, em alguns casos, pode até ser revertido”.

Nessas circunstâncias, “identificar a causa subjacente – por exemplo, baixa massa magra – pode melhorar significativamente a função cognitiva”, disse a Dra. Iva, que é autora sênior de um estudo comentado anteriormente pelo Medscape mostrando a gordura muscular como um fator de risco para o declínio cognitivo.

Mais pesquisas nos permitirão “expandir nossa compreensão” dos mecanismos envolvidos e determinar se as intervenções destinadas a prevenir a perda muscular e/ou aumentar a gordura muscular podem ter um efeito benéfico na função cognitiva”, disse ela. “Isso pode levar a novas estratégias para prevenir a doença de Alzheimer”.

Dr. Iyas recebe apoio do British Heart Foundation Centre of Research Excellence do Imperial College, no Reino Unido, e é funcionário em tempo parcial da Novo Nordisk. As informações dos demais autores estão disponíveis no artigo original. A Dra. Iva informou não ter conflitos de interesses.