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sábado, 14 de junho de 2025

Níveis muito altos ou muito baixos de vitamina D parecem aumentar o risco de quedas e fraturas

Tanto níveis muito baixos quanto muito altos de vitamina D parecem aumentar o risco de quedas e fraturas, afirmou uma palestrante durante a Conferência Científica e Clínica Anual da American Association of Clinical Endocrinology.

O nível ideal de 25-hidroxivitamina D no plasma para prevenção de quedas e fraturas parece estar entre 20 ng/mL e 40 ng/mL, mas “mais estudos são necessários para confirmar os limites da zona de menor risco de quedas”, disse Dra. Bess Dawson-Hughes, cientista sênior do Departamento de Dieta e Prevenção de Doenças Crônicas no Envelhecimento Saudável do Jean Mayer USDA Human Nutrition Research Center on Aging, na Universidade Tufts, e professora de medicina na divisão de endocrinologia do Tufts Medical Center, em uma palestra principal.

Os grandes estudos VITAL, ViDA e D-HEALTH, embora não tenham sido projetados com quedas e fraturas como desfechos primários, não demonstraram que a suplementação com vitamina D aumente ou reduza o risco de quedas, disse Dawson-Hughes.

No entanto, ela observou que esses estudos usaram métodos subótimos para detectar quedas. Obter dados de qualidade sobre quedas exige contato frequente entre os coordenadores do estudo e os participantes, o que não é viável em estudos de grande escala. Além disso, esses ensaios geralmente incluíram participantes com níveis adequados de 25-(OH)D no início, com menor possibilidade de benefício com a suplementação.

Segundo Dawson-Hughes, que recebeu o prêmio Frontiers in Science and Distinction in Endocrinology durante o congresso, não é inesperado que a curva de risco de quedas e fraturas seja em U, pois “níveis abaixo de 20 ng/mL são amplamente considerados insuficientes”, e, acima de aproximadamente 40 ng/mL, o risco de quedas volta a subir — sendo as quedas o principal fator de risco para fraturas.

O mecanismo que liga concentrações altas de vitamina D ao risco de quedas e fraturas pode envolver o fator de crescimento de fibroblastos 23 (FGF23), já que doses elevadas de vitamina D aumentam significativamente os níveis circulantes de FGF23, que estão associados à fragilidade, explicou ela.

“Desequilíbrio postural em níveis baixos de 25-(OH)D e FGF23 elevado em níveis altos provavelmente contribuem para o aumento do risco de quedas e fraturas”, disse Dawson-Hughes. “O FGF23 elevado promove um aumento do hormônio da paratireoide e redução do fosfato, ambos acompanhados por miopatia.”

Outro fator envolvido pode ser a epidemia de obesidade, pois os níveis atingidos de 25-(OH)D são reduzidos em pessoas com obesidade devido à sequestração da vitamina D3 no tecido adiposo e à diluição volumétrica. “O tempo necessário para alcançar um aumento pleno nos níveis de 25-(OH)D é pouco estudado, mas parece ser prolongado, possivelmente porque a obesidade inibe a 25-hidroxilação hepática.”

Há uma deficiência generalizada de vitamina D e cálcio em todo o mundo, e “são necessários ensaios clínicos focados para documentar o efeito de doses de reposição de vitamina D e cálcio sobre quedas e fraturas em adultos mais velhos com deficiência que vivem na comunidade”, afirmou. “Ensaios clínicos positivos podem ter implicações políticas significativas para estratégias de fortificação alimentar e outras abordagens para aumentar os níveis de 25-(OH)D e a ingestão de cálcio em populações carentes.”

sábado, 23 de outubro de 2021

Vitamina D x Obesidade

 


Às vezes pode parecer até cansativo a quantia de coisas que descobrimos estar relacionadas à obesidade, sendo causas ou consequências do excesso de peso. São tantos fatores, que parece difícil manter todos sob controle. Mas conhecer cada variável relacionada à obesidade nos ajuda a entender melhor os mecanismos relacionados ao ganho de peso e a compreender o quanto essa é uma doença complexa e multifatorial, que merece cuidado e atenção especializada.

Por exemplo, sabia que a obesidade está duplamente relacionada à deficiência de vitamina D?

Pessoas obesas tendem a ter baixos níveis de vitamina D

Pessoas com excesso de peso tendem a ter baixos níveis de vitamina D circulantes, comparados a pessoas não obesas. Vários estudos já comprovaram isso. Isso ocorre porque a vitamina D é lipossolúvel, o que significa que ela pode ser captada pelo tecido adiposo (gordura). Essas células de gordura atuam como depósito de vitamina D e liberam-na de forma muito mais lenta no organismo, fazendo com que os níveis séricos circulantes da vitamina sejam menores.

Quanto maior o índice de massa corporal da pessoa (IMC), maior a quantia de vitamina D de que ela precisará.

Constatou-se que a vitamina D está tão ligada a fatores metabólicos, que hoje ela é chamada até mesmo de “hormônio”. Suas funções no organismo são várias, e baixos níveis de vitamina D geram efeitos como piora da imunidade, redução dos mecanismos anti-inflamatórios do organismo, aumento do risco de doenças cardiovasculares e de osteoporose, entre outras doenças. Além de promover um estado de cansaço e fadiga crônicos e contribuir para o surgimento de infecções recorrentes, sonolência, dor nos ossos e nas costas, depressão, dificuldade de cicatrização, perda óssea, queda de cabelo e dor muscular.

Deficiência de vitamina D contribui indiretamente com o ganho de peso

A deficiência dessa vitamina, como tantos fatores relacionados à obesidade, é uma via de mão dupla. Não só a obesidade leva aos baixos níveis da vitamina D, como a deficiência de vitamina D contribui indiretamente para o obesidade.

Isso ocorre porque os baixos níveis de vitamina D induzem a ativação de vários mecanismos inflamatórios, que produzem anormalmente substâncias pro-inflamatórias, chamadas de adipocinas. E essa desregulação inflamatória é o que leva ao desenvolvimento da obesidade.

Fontes de vitamina D

Como dito, pessoas obesas tendem a ter baixos níveis de vitamina D, por isso é importante que façam exames e acompanhamento dos seus níveis séricos dessa vitamina durante o tratamento para obesidade.

Além disso, a vitamina D pode ser adquirida de duas principais formas: pelo sol e pela alimentação. A absorção de luz solar pela nossa pele estimula a produção de vitamina D pelo organismo. Deve-se tomar quantidades suficientes de luz solar, com proteção e nos horários de luz menos intensa.

Além disso, é possível obter vitamina D através do consumo de certos alimentos como: salmão, ovo cozido, fígado de galinha, sardinha enlatada e óleo de fígado de bacalhau, dentro de uma dieta balanceada proposta pelo médico especialista.

Autor: Dr. Leônidas Silveira 
Médico Endocrinologista e Nutrólogo

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Deficiência de vitamina D é preditor de mau prognóstico em pacientes COVID-19

Baixos níveis de vitamina D é uma condição frequente nos dias atuais e está correlacionada ao aumento do risco de infecções do trato respiratório. 

Em pacientes afetados por doença respiratória aguda devido infecção pelo coronavírus (COVID-19), as respostas imunológicas e inflamatórias estão diretamente associadas à gravidade da doença. Em consideração ao papel da vitamina D no sistema imunológico, o objetivo deste estudo foi analisar os níveis de vitamina D em pacientes com insuficiência respiratória aguda devido ao COVID-19 e avaliar as suas correlações com a gravidade da doença e o prognóstico.

O estudo retrospectivo e observacional analisou ​​dados demográficos, clínicos e laboratoriais de 42 pacientes com insuficiência respiratória aguda por COVID-19, atendidos na Unidade de Tratamento Intermediário Respiratório.

Oitenta e um por cento dos pacientes apresentaram baixos níveis de vitamina D. Posteriormente, a população do estudo foi estratificada em quatro grupos: sem deficiência de vitamina D, com insuficiência da vitamina, deficiências moderada e deficiência grave. Não foram encontradas diferenças em relação às características demográficas e clínicas. Uma análise de sobrevida destacou que, após 10 dias de hospitalização, os pacientes com deficiência grave de vitamina D apresentavam 50% de probabilidade de mortalidade, enquanto aqueles com níveis de vitamina D maiores que 10 ng/mL apresentavam risco de mortalidade de 5% (p = 0,019).

Com essa pesquisa, os autores concluíram que a hipovitaminose de vitamina D foi frequentemente observada em pacientes com COVID-19 e insuficiência respiratória aguda. Pacientes com deficiência grave da vitamina tiveram um risco de mortalidade significativamente maior. A deficiência grave de vitamina D pode ser um marcador de mau prognóstico nesses pacientes, sugerindo que o tratamento adjuvante pode melhorar os resultados da doença.

Referência: Carpagnano GE, Di Lecce V, Quaranta VN, et al. Vitamin D deficiency as a predictor of poor prognosis in patients with acute respiratory failure due to COVID-19 [published online ahead of print, 2020 Aug 9]. J Endocrinol Invest. 2020.