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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Dia do médico - 18 de Outubro

 


A medicina pra mim, antes de ser uma profissão é uma arte. Eu enxergo de forma mágica a capacidade que nós médicos temos de obter informações do paciente, analisar, diagnosticar e então instituir um tratamento. É uma arte. 

Confesso que apesar de ser de uma família com mais de 30 médicos, pai médico, 5 irmãos da minha mãe médicos, não tive um grande fascínio pela Medicina durante a adolescência. Não me achava capaz de ser médico. Achava difícil, muita abnegação, queria algo mais fácil, prático e que me deixasse livre para ir e vir. 

Queria fazer acupuntura na China, fitoterapia, ser meio pajé. Mas o que tive pra essa vida foi: ser médico e seguir a sina da família. 

No começo da faculdade, até o final do primeiro ano (2002), não era um aluno exemplar. Odiava anatomia, embriologia, histologia, mas era apaixonado por fisiologia (2003). Tudo que tinha que decorar eu sofria, tudo que tinha que entender e assimilar eu gostava. 

Pouco antes do meu pai falecer (2003) comecei a acompanhá-lo no ambulatório de reumatologia do Hospital Geral de Goiânia (HGG) e achava o máximo a forma que ele examinava e explicava para os pacientes a doença e o tratamento. Acabei apaixonando em ensinar paciente. Hoje vejo que amo mais ensinar que cuidar. Aprendo para ensinar e cuidar. 

Cuidar qualquer bom médico cuida, mas ensinar o paciente sobre o que o levou a adoecer, como é o processo de adoecimento, o que alivia ou piora a doença e o que ele tomará de providência para curar ou remediar: isso me faz vibrar. 

Se hoje alguém me perguntar qual a minha missão, sempre friso a seguinte sequência: Aprender, ensinar, cuidar. 

Quando ensinamos, amplificamos o nosso auxílio. Levamos conhecimento para as pessoas e elas espalham esse conhecimento e outras pessoas vão se beneficiar disso. É por isso que hoje, minha missão é cuidar dos meus afilhados na Nutrologia. Quanto mais eles repetem o que ensino, mais pessoas estou ajudando de forma indireta. Mais estou cumprindo minha missão.

E a Medicina teoricamente deveria ser isso, aprender, ensinar e cuidar. Infelizmente tem que acredite que o médico moderno deva ter boa eloquência, fazer vídeos em redes sociais, "captar" clientes. Dou boas gargalhadas dos meus colegas que escolhem esse caminho, beiram o ridículo, mas cada um luta com as "armas" que tem e não há nada de errado nisso, desde que não se infrinja o código de ética médica. 

Eu honro meu pai, um baita médico reumatologista e escritor.

Assim como ele sou médico e escritor. Sou médico e professor. Sou médico e cuidador. É isso que me faz feliz. É isso que me move. 

Não tenho pretensão de aposentar. Quero morrer velhinho, atendendo em um jardim, ouvindo músicas calmas ao fundo, se possível usando uma bata indiana, com os pés descalços. Espero que demore muitos anos, pois apesar das dificuldades, de ser cansativo às vezes, eu amo muito o que faço. 


Goiânia, 18 de Outubro de 2021

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Manual do paciente segundo o Desconstruindo mitos em saúde


MANUAL PARA PACIENTES. O objetivo desse manual é fazer um alerta aos pacientes, para que não caiam nas mãos de profissionais que infringem o código de ética médica do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Vivemos hoje na era da medicina baseada em evidências, não havendo espaço para médicos que batem no peito e dizem "eu faço segundo minha experiência".

CINCO orientações para você ficar atento e desconfiar, pois configuram infração ética perante o CFM:

1) Alegar ser especialista em determinada área, sem ter o nome registrado no site do CFM. Só é especialista quem fez residência médica ou foi aprovado na prova de titulo. Pós-graduação não titula ninguém. SE o seu médico não tem a especialidade registrada no site do CFM, muito provavelmente ele não é especialista. Lembrando que Ortomolecular, Medicina Funcional, Medicina Integrativa, Nutriendocrinologia, AntiAging, NADA disso é especialidade médica. Portanto a partir do momento que o médico se denomina especialista nisso, está cometendo infração ética, cabendo processo ético profissional. A lista de especialidades médicas estão dispostas aqui: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2015/2116_2015.pdf

2) Prescrever medicamentos ou tratamentos proibidos por órgãos regulatórios e entidades de controle e supervisão da prática da medicina. Exemplo: Anabolizantes, GH, T3, DHEA ou qualquer outro hormônio sem a deficiência laboratorial comprovada ou patologia que justifique a sua utilização. Esteróides anabólicos androgênicos assim como GH tem o seu papel bem delimitado em algumas doenças. O uso de T3 é reservado para cerca de 10 a 15% dos pacientes portadores de hipotireoidismo que não respondem bem à monoterapia com T4. DHEA é proibida a sua comercialização dentro do território brasileiro e os estudos tem mostrado que sua única utilização seria para alívio de sintomas do climatério. Entretanto os estudos ainda são fracos.

 A utilização de terapêutica experimental é permitida quando aceita pelos órgãos competentes (ANVISA) e com o consentimento do paciente adequadamente esclarecidos da situação e das possíveis consequências.

3) Prescrever tratamentos reconhecidamente proscritos (segundo pareceres e consensos) por sociedades médicas na área (nacionais e internacionais). A prática de medicina antienvelhecimento é proibida pelo CFM e as respectivas sociedades médicas ja se posicionaram oficialmente contra: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Geriatria, Sociedade Brasileira de Dermatologia. Link da proibição do CFM: http://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/medicina-antienvelhecimento.pdf

4) Expor em redes sociais fotos de antes e depois dos seus pacientes ou foto com os pacientes famosos (paciente não é mercadoria e muito menos troféu). Mesmo com o consentimento do paciente. O artigo 75 do novo código de ética diz que: "É antiético fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente.". Exceto em congressos médicos, com a devida permissão do paciente e com tarja nos olhos.

5) Vender produtos ou remédios prescritos (exemplo ampolas de testosterona, GH, melatonina, DHEA) por ele na própria clínica ou direcionar a receita (geralmente medicações manipuladas) para farmácia específica.

Link para o código de ética médica: http://www.portalmedico.org.br/novocodigo/download/CODIGO.zip

Lembrando que o artigo 3 do novo código de ética medica diz que:

Art. 3º É vedado ao médico:

a)  Anunciar, quando não especialista, que trata de sistemas orgânicos, órgãos ou doenças específicas, por induzir a confusão com divulgação de especialidade;

b)  Anunciar aparelhagem de forma a lhe atribuir capacidade privilegiada;

c)  Participar de anúncios de empresas ou produtos ligados à Medicina, dispositivo este que alcança, inclusive, as entidades sindicais ou associativas médicas;

d)  Permitir que seu nome seja incluído em propaganda enganosa de qualquer natureza;

e)  Permitir que seu nome circule em qualquer mídia, inclusive na internet, em matérias desprovidas de rigor científico;

f)   Fazer propaganda de método ou técnica não aceito pela comunidade científica;

g)  Expor a figura de seu paciente como forma de divulgar técnica, método ou resultado de tratamento, ainda que com autorização expressa do mesmo, ressalvado o disposto no art. 10 desta resolução;

h) Anunciar a utilização de técnicas exclusivas;

i)   Oferecer seus serviços por meio de consórcio e similares;

j) Oferecer consultoria a pacientes e familiares como substituição da consulta médica presencial;

k) Garantir, prometer ou insinuar bons resultados do tratamento.

l) Fica expressamente vetado o anúncio de pós-graduação realizada para a capacitação pedagógica em especialidades médicas e suas áreas de atuação, mesmo que em instituições oficiais ou por estas credenciadas, exceto quando estiver relacionado à especialidade e área de atuação registrada no Conselho de Medicina.

Idealizador do post: Dr. Yuri Galeno (médico endocrinologista de Natal - RN) @dryuri_inside

Colaboradores do post:
  1. Dr. Frederico Lobo (médico de Goiânia - @drfredericolobo),
  2. Dr. Ricardo Martins Borges (nutrólogo de Ribeirão Preto – SP, mestre em medicina pela FMRP – USP) @clinicaricardoborges,
  3. Dra. Tatiana Abrão (endocrinologista e nutróloga de Sorocaba – SP) @tatianaabrao,
  4. Dr. Daniella Costa (nutróloga de Uberlândia – MG) @dradaniellacosta,
  5. Dr. Mateus Severo (endocrinologista de Santa Maria – RS, Mestre em Ciências Médicas – Endocrinologia pela UFRGS e doutorando em Ciências médicas – Endocrinologia pela UFRGS) @drmateusendocrino,
  6. Dr. Pedro Paulo Prudente (médico do esporte de Goiânia - GO) @drpedropauloprudente,
  7. Dra. Patricia Salles (endocrinologista de São Paulo – SP, mestranda em endocrinologia pela FMUSP), @endoclinicdoctors,
  8. Dra. Camila Bandeira (endocrinologista de Manaus – AM) @endoclinicdoctors,
  9. Dr. Walter Nobrega (clínico Geral do Rio de Janeiro – RJ) @drwalternobrega,
  10. Dra. Deborah Carneiro (pediatra de Goiânia – GO) @dehcarneirolima,
  11. Dr. Flávio Cadegiani (endocrinologista de Brasília – DF, doutorando em adrenal pela UNIFESP) @drflaviocadegiani,
  12. Dra. Flávia Tortul (endocrinologista de Campo Grande – MS) @flaviatortul,
  13. Dr. Reinaldo Nunes (endocrinologista e nutrólogo de Campos – RJ, mestre em endocrinologia pela UFRJ) @drreinaldonunes.


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