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sábado, 9 de maio de 2020

Ambiente biofílico – Contato com jardins verticais, hortas e iluminação natural elevam bem-estar em casa



A quarentena impôs uma forma totalmente nova de vivência para muitos profissionais e famílias. Além de tecnologia e organização, outro ponto é fundamental para seguir os dias em home office e homeschooling: repensar a relação com a própria casa e criar um ambiente que contribua para a saúde e o bem-estar de todos.

Segundo a arquiteta Bia Rafaelli, especialista em Design Biofílico, ambientes que geram saúde são baseados em princípios de design natural. “Nossa mente, nosso corpo e nossa percepção de espaço foram moldados no ambiente natural. Quanto mais consciência tivermos da nossa dependência do contato com o mundo natural, mais saudáveis serão as nossas vidas, cidades e o planeta. Precisamos resgatar a conexão com a natureza”, explica Bia, que projeta pensando na saúde das pessoas e do planeta.

O termo Biofilia significa “amor à vida”. Foi nomeado por Erich Fromm, psicólogo e filósofo, em 1964, e difundido pelo biólogo Edward O. Wilson em 1984. “Ele explica a afinidade inata dos seres humanos pelo mundo natural e a necessidade dessa conexão”, explica João Manuel Feijó, engenheiro agrônomo da Ecotelhado, empresa que investe em pesquisa e desenvolvimento de sistemas para Design Biofílico e infraestrutura verde.

Produtividade e concentração são palavras que têm acompanhado esse contexto de vida e trabalho em casa. A notícia boa é que essas e outras habilidades são favorecidas quando estamos em contato rodeados por plantas, ar e iluminação naturais.

A Universidade de Queensland descobriu que um escritório “mais verde” pode aumentar em até 15% a produtividade dos colaboradores. “O ambiente biofílico traz diversos benefícios que vão muito além da beleza: estimula a criatividade, a motivação, reduz o estresse, a ansiedade e a preocupação”, ressalta Feijó.

Como criar um ambiente biofílico

Tenha plantas

O engenheiro explica que um ambiente biofílico pode ter jardins verticais, pequenas hortas com temperos, muros e fachadas verdes, brise vegetal e até telhados verdes. “São alternativas para transformar o ambiente em um lugar saudável para conviver e trabalhar. Além disso, são estratégias para reduzir temperatura, usar menos ar condicionado, captar e reutilizar água da chuva da chuva e garantir saúde e biodiversidade nos centros urbanos”.

Pequenos vasos na mesa do trabalho e ao lado do computador já promovem ótimas sensações. No ambiente interno, as plantas que se dão bem são samambaia, orquídea e cróton, uma espécie que pode ser encontrada nas tonalidades rosa, laranja, roxo e verde. Ambas gostam de receber um pouco de Sol por dia.

Crie uma horta

O ideal é escolher um local com bastante luz e um pouco de Sol direto para o cultivo. Plantas de ciclo curto são as que colhemos com mais rapidez, pois se desenvolvem em menos tempo, como a cebolinha, manjericão, hortelã, alecrim. Pode incluir alface também. A Ecotelhado tem floreiras próprias para horta e jardins na vertical. Em quarentena, a dica é adaptar o que tem em casa e plantar em caixotes, vidros, cachepôes, garrafa pet e outros recipientes.

Luz natural faz diferença

Em busca de bem-estar, é recomendado escolher um local arejado e com iluminação natural para estudar e trabalhar em casa. É uma forma de ajudar o ciclo biológico a manter o organismo funcionando bem, regulando a imunidade, o estresse e o sono.

“É importante que tenhamos contato com a luz do dia no home office ou que, de tempos em tempos, se faça uma pausa para receber a luz solar, na janela, varanda ou terraço”, acrescenta a arquiteta Bia.

Sinta o ar fresco
Deixe o ar de sua casa ser renovado diariamente, abra as janelas permitindo o ar fresco entrar e o ar antigo sair. A falta de ventilação aumenta os níveis de dióxido de carbono, podendo prejudicar o desempenho cognitivo e diminuir o bom-humor.

Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/05/07/ambiente-biofilico-contato-com-jardins-verticais-hortas-e-iluminacao-natural-elevam-bem-estar-em-casa/

Notas minhas (Dr. Frederico Lobo). Sempre aconselho meus pacientes a terem diariamente contato com o verde e a luz solar. Muitos relatam as dificuldades ao se morar em Apartamento, a limitação de espaço e de incidência de luz nos cômodos. Nos últimos meses eu tenho começado a criar cactos e suculentas e então passei a entender algumas dificuldades relatadas, principalmente no quesito baixa exposição solar.

Poucas partes no meu apartamento recebem sol das 06  às 13:00. Pensando nisso procurei alternativas e encontrei estufas vendidas no Brasil, plantários que cabem de 4 a 9 vasos, para fazer mini-hortas em apartamento. Elas possuem lâmpadas de LED e que imitam o ambiente natural.

Antes de comprar um desses plantários pesquisei bastante e achei uma opção válida. Ervas aromáticas orgânicas disponíveis a qualquer hora do dia. Vale a pena.

Invista em "plantaterapia", acalma, traz serenidade, paciência e reforça nosso contato com a natureza. Se você não tem tempo para cuidar todos os dias, opte por suculentas. Geralmente, a maioria das espécies necessita de água de 10 em 10 dias, dependendo da incidência de luz.

Uma outra opção são vasos verticais nos quais você pode colocar água e colocar hastes de bambu da sorte. Decora e traz vida para o ambiente.

Para aqueles que possuem muito pouco espaço, uma outra opção são terrários e mini-jardins. Eu particularmente sou viciado em fazer mini-jardins e terrários. Adoro presentear familiares e amigos com terrários. É uma terapia que exige paciência, concentração e o resultado é lindo.

Abaixo algumas parte da minha sacada, onde tento trazer mais verde para o meu apartamento. Além dos meu terrários e mini-jardins.


Terrários que montei em um aparador da minha sala e o bambu de água

Terrário com efeito de água que fiz


Vista de parte da sacada, repleta de cactos e suculentas

Terrário que fiz


Mini terrário geométrico que fiz

Minhas suculentas que sol pleno

Coleção de cactos

Suculentas raras



Coleção de suculentas raras


Terrários que fiz para amigos












abraço

Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo e ambientalista. CRM-GO 13.192, RQE 11.915.

Compostagem: fazer do lixo orgânico um bom composto pode ser uma ótima atividade em família



Há algum tempo em casa devido à quarentena em prevenção à Covid-19, as famílias paulistas tem preparado refeições juntos com maior frequência durante o dia. Mais elaboradas, elas acabam por produzir maior quantidade de resíduos decorrente de cascas, folhas, alguns bagaços, enfim, todo um lixo orgânico que pode e deve ser aproveitado, pois é muito rico em nutrientes para as plantas.

Os técnicos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, lotados na Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) para atuarem com assistência técnica e extensão rural, ensinam e dão dicas para se fazer uma boa compostagem. Que tal colocar a mão na massa ou, melhor dizendo, no rico lixo doméstico e preparar um composto orgânico próprio? Quem ensina é o engenheiro agrônomo Osmar Mosca Diz, da Divisão de Extensão Rural da CDRS, responsável pelo Projeto Fazendinha Feliz, que recebe crianças e adultos para treinamentos e também visitas.

A área, que abriga canteiros com horta, plantas medicinais, Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), assim como a criação de abelhas sem ferrão para a polinização, está localizada na sede da CDRS, em Campinas. Assim que passar este isolamento, vale uma visita, mas por enquanto seguem as dicas para fazer a boa e rica compostagem caseira e, de quebra, também um minhocário. As plantas vão agradecer!

“A prática da compostagem é uma excelente atividade educativa, contribuindo na formação da consciência e do entendimento sobre as leis ambientais, sendo uma prática evidente das transformações naturais pelas quais passam todos os organismos vivos.

Compostagem é a técnica de aproveitamento de diversos tipos de materiais orgânicos de origem vegetal que, por meio de um processo de fermentação aeróbica, se transformam no composto orgânico. Ela pode ser feita numa propriedade rural, na residência, em escolas e até mesmo em um apartamento, utilizando-se os restos de alimentos crus, oriundos do preparo das refeições, como restos de verduras não temperadas, folhas danificadas, cascas, frutos podres, borra de café, cascas de ovos etc., diminuindo consideravelmente o lixo produzido e proporcionando um fim bem apropriado para esse valioso material.

Para se fazer o composto, é preciso separar o material orgânico vegetal disponível já na cozinha (para isso pode-se dispor de um balde plástico com tampa). Esse material será distribuído em camadas intercaladas com palha (ou restos de grama cortada no pátio da escola, no jardim da casa, folhas secas, capim cortado etc.).

É importante frisar que para se evitar o apodrecimento do lixo, fortes odores e também a invasão de roedores e outros animais, inclusive larvas de moscas, não se deve, de maneira nenhuma, utilizar no composto os restos de comida preparada, tais como arroz, feijão, polenta, pão, macarrão, carnes, entre outros.

Composto orgânico feito em pilhas

A compostagem pode ser feita em caixotes, compartimentos plásticos específicos ou numa pilha e deve ser iniciada sempre com a palha, que formará a primeira camada (em torno de 10cm de altura), colocando-se sobre ela os restos orgânicos disponíveis (os resíduos já mencionados da cozinha ou estercos frescos de bovinos, aves ou cavalos) até formar uma pilha, sempre intercalando as camadas. Uma camada de palha, outra de resíduos frescos e/ou esterco e assim por diante.

Toda vez que se colocar uma camada de resíduos da cozinha, molhar bem até escorrer e cobrir em seguida com a palha até não se poderem ver mais os restos da cozinha (que ficarão sob a camada de palha). A largura da pilha deve ser de 1m a 1,2m e o comprimento pode variar conforme a disponibilidade de espaço e material (não devendo ultrapassar 4m a 5m) e a altura máxima de 1,2m.

Havendo possibilidade, podem-se acrescentar finas camadas de cinza peneirada de forno ou fogão à lenha, calcário, fosfato natural e/ou pó de ossos a cada três camadas de palha, para enriquecer o composto em nutrientes e diminuir a acidez, principalmente quando se colocam muitas cascas de cebola, de laranja e de limão. Não havendo disponibilidade de palhas, pode-se também edificar a pilha do composto colocando-se uma fina camada de terra sobre o material orgânico, de maneira intercalada. De qualquer forma, a última camada terá que ser sempre de palha. Não há necessidade de erguer a pilha ao abrigo da ação do sol e da chuva. Em situações excepcionais de muita chuva, pode-se colocar uma cobertura de plástico sobre a pilha. Uma vez formada a pilha de composto, é necessário controlar a temperatura interna e a umidade, pois com a fermentação há intensa formação de calor e, consequentemente, perda de água por evaporação. A temperatura alta da pilha (próxima de 50°C a 60°C) é um indicativo de que a fermentação está se desenvolvendo.

O tempo de fermentação do composto orgânico pode variar em função da temperatura ambiente, do material utilizado, da quantidade de água e do inoculante (esterco ou resíduos orgânicos utilizados), entre outros fatores. No verão, o processo é mais rápido. Montada a pilha, pode-se ter o composto pronto em até 60 dias, conforme o tipo de material e fazendo-se reviradas a cada 20 dias. Sempre que necessário (a cada 20 ou 30 dias), deve-se revolver a pilha para promover uma maior aeração, cortando-a com uma enxada e reerguendo em seguida todo o material semicompostado numa nova pilha, ao lado.

Durante o processo de compostagem, não é comum ser exalado cheiro forte, pois isso indicaria que está acontecendo apodrecimento e não a fermentação, talvez pelo excesso de água ou pela falta de oxigenação da pilha. Nesse caso, é preciso revirar a pilha e reerguê-la novamente em seguida.

O composto pronto se parece com terra e não apresenta cheiro diferente dessa, podendo ser utilizado diretamente sobre os canteiros onde serão (ou estão sendo) cultivadas as hortaliças ou flores e plantas ornamentais, seguido de sua leve incorporação superficial na terra ou então somente espalhado pela superfície. A dosagem varia, mas, em geral, se aplica um latão (20 litros) por metro quadrado de canteiro. Para uma melhor eficiência, recomenda-se peneirar o produto antes de colocá-lo nos canteiros. O que sobrar na peneira volta para o processo de compostagem.

Minhocultura – técnica também utiliza resíduos orgânicos

Assim como a compostagem, a minhocultura representa uma interessante alternativa para o aproveitamento de resíduos orgânicos. Por esse processo, se produz o húmus, um produto estável e inodoro, considerado o mais valioso dos insumos a ser colocado na terra.

O processo de criação de minhocas e produção de húmus é relativamente fácil. As minhocas irão se alimentar dos materiais orgânicos colocados à sua disposição no minhocário. O húmus será o produto resultado do metabolismo das minhocas, sendo excretado posteriormente.

terça-feira, 5 de junho de 2018

3 documentários com Ernst Götsch – O Guru da Agrofloresta


É preciso preservar, mas é possível regenerar. O agricultor e pesquisador suíço Ernst Götsch é prova de que a agricultura regenerativa pode ser um caminho de desenvolvimento para o país. Estabelecido em uma fazenda na zona cacaueira do sul da Bahia desde os anos 80, vem desenvolvendo técnicas de recuperação de solos. O equivalente a 480 campos de futebol foi recomposto, dos quais 350 se transformaram na primeira Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) da Bahia. 

Além da colheita agrícola, observou-se que a fazenda desenvolveu seu próprio microclima, 14 nascentes de água foram recuperadas e a fauna repopulou o lugar. A partir do experimento – chamado de agricultura sintrópica –, Götsch elaborou um conjunto de princípios e técnicas para integrar produção de alimentos e regeneração natural de florestas que tem sido adaptado a diferentes regiões e climas nos últimos 30 anos.

Götsch explica em seu texto “Homem e Natureza, Cultura na Agricultura: “Observe o que a natureza faz, aprende com ela e tenta copia-la! Por exemplo, se tu queres cultivar feijão e milho, planta também a cana e umas laranjeiras, além de muitas outras espécies. Isto significa plantá-las todas juntas, ao mesmo tempo e no mesmo lugar. Nesse consórcio de milho, feijão e outras espécies, cabe ainda, por exemplo, bananeiras, capim elefante, mandioca, inhame, pimenta malagueta, sapoti, leucena, mulungu, sapucaia, mangueira e ainda pimenta do reino nas árvores altas do futuro.”

“Cada espécie contribuirá para completar o consórcio e para que todas as outras prosperem melhor. Nenhuma delas cresce ou produz menos devido à presença das demais, pelo contrário, cada uma depende da outra para conseguir chegar ao estágio de desenvolvimento ótimo.”

Segundo Götsch, seu objetivo maior é mostrar que não existe terra ruim, mas interações inadequadas. “É claro, consigo mostrar melhor esse fato se pegarmos um lugar degradado. Fica mais fácil de compreender o potencial da terra”, explica. Tanto que seus princípios podem ser utilizados em diversos ecossistemas. “Amazônia, Cerrado, Altiplano Boliviano, Caatinga, eu vi que todos esses lugares podem ser um paraíso quando bem trabalhados”, diz.

Abaixo, três documentários que mostram como Ernst Götsch, agricultor e pesquisador suíço, tem recuperado nos últimos 30 anos terras degradadas, transformando-as em ecossistemas ricos. E mais: produzindo alimentos.

1- Vida em Sintropia: https://vimeo.com/146953911
Um curto documentário, genial, sobre o maravilhoso trabalho de Ernst Gotsch em “Agricultura Sintrópica”. Como esse documentários este grande senhor conseguiu transformar 1200 hectares de área desértica num oásis de vida e abundância de alimentos, num equilíbrio perfeito entre agricultura de larga escala e o eco-sistema, ao ponto de ter mudado o clima (!!!) e solo da sua propriedade!! Haja esperança na humanidade. Sim, é possível. Vamos espalhar  a sua semente e juntos podemos fazer a diferença!!

Documentário realizado por Felipe Pasini, Ilana Nina e Monica Soffiatti. “Neste Chão Tudo Dá – semeando conhecimento e colhendo resultados” é um registro informal realizado durante uma viagem pela Bahia sobre o trabalho e o pensamento do agricultor e pesquisador Ernst Gotsch. Além disso, ainda conhecemos a vida de agricultores que conseguiram aumentar a qualidade de vida de suas famílias através da prática agroflorestal.
O título do documentário é muito feliz em lembrar da primeira definição oficial dada ao Brasil, na carta de Pero Vaz de Caminha (escriba de Pedro Álvarez Cabral) ao então Rei de Portugal: “é uma terra em que se plantando, tudo dá”.

3- Abundância: https://vimeo.com/48481368
Documentário filmado no Workshop de Agrofloresta com Ernest Gotsch, organizado pela Cooperativa Sitio, em Mangualde, Portugal, sobre o conhecimento e filosofia por trás deste modo de agricultura sustentável e o interesse que suscita em tantas pessoas.

Para refletir:  Ernst faz um breve comentário sobre o sistema opressivo e totalitário em que vivemos.