Mostrando postagens com marcador câncer de tireóide. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador câncer de tireóide. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 15 de março de 2011

Tireóide e radioatividade

Os acidentes com energia nuclear expõem as pessoas a vários e graves riscos de saúde. No Brasil o acidente com o Césio 137 em Goiânia nos deu uma vaga idéia do poder devastador da radiação. Tão imperceptível quanto letal. No último dia 12 de março, no Japão, uma grande tragédia ambiental provocada por um terremoto, seguido de um tsunami trouxe de volta o fantasma da devastação causada pela radioatividade, tão bem conhecida dos japoneses desde as tragédias em Hiroshima e Nagasaki em 1945.

A exposição à radiação causa danos diretos aos tecidos vivos, bem como ao DNA. Um contato de grande intensidade pode causar a morte imediata como nos milhares de japoneses expostos à bomba atômica. Em casos de exposição de menor intensidade, as lesões podem determinar danos ao DNA com mutações potencialmente causadoras de câncer.

Entre os casos de câncer causados pela radioatividade, a tireóide é uma das principais vítimas. Isso se deve ao fato de que um vazamento de material nuclear libera iodo radioativo (I-131) que é captado ativamente pela glândula tireóide. Além desses graves acidentes, a tireóide pode ser danificada por radiações bem mais conhecidas do nosso dia a dia, como Raios X e Radioterapia na região da cabeça e pescoço. Além do câncer, a radiação pode causar vários tipos de disfunção tireoideana, resultando em produção hormonal excessiva, o hipertireoidismo ou deficiente, o hipotireoidismo.

Por incrível que pareça, o iodo também pode proteger a tireóide. Estamos falando do iodo não radioativo (I-127). Quando administrado em altas doses, há uma saturação da capacidade de captação da glândula tireóide, que se torna impossibilitada de captar o iodo radioativo. Essa capacidade de bloqueio da captação do iodo radioativo vem sendo utilizada pelo Japão através da suplementação com altas doses de iodo à população exposta.

Por enquanto ainda não podemos avaliar o impacto das explosões de Fukushima, mas a administração profilática do iodo pode ser uma pequena esperança de proteção tireoideana frente a um potencial lesivo sistêmico que a radiação pode causar.

Fonte: http://comersemculpa.blog.uol.com.br/