sábado, 14 de junho de 2025

Frutas, verduras e legumes da temporada: mês de Junho

Por que consumir alimentos da safra? Existem vantagens?

Motivo 1: Se está na safra, provavelmente o preço está menor. Mais economia para o seu bolso.

Motivo 2: Tendem a ter maior densidade nutricional, a quantidade de nutrientes, em especial antioxidantes é maior, visto que, utiliza-se menos agrotóxicos e o vegetal precisa se adaptar a situações inóspitas (pragas, calor, frio, umidade, radiação solar, ventos). Ou seja, ele produz mais "defesas", nesse caso os polifenóis, que são antixodantes. Os alimentos da safra são colhidos no momento ideal de maturação, o que significa que estão no auge do seu sabor, textura e valor nutricional. Consumí-los garante que você esteja recebendo produtos frescos e de melhor qualidade.

Motivo 3: Safra = maior abundância. Provavelmente terá menos agrotóxicos (eu disse menos, não que não tenham). Se a está na safra, naturalmente naquela época do ano aquele alimento desenvolve mais facilmente. Não sendo necessário uso de agrotóxicos ou caso o agricultor utilize, a quantidade tende a ser menor. Menos agrotóxico, menos veneno. Em breve o Ministério da saúde publicará um guia sobre efeitos dos agrotóxicos na saúde humana. Tema totalmente negligenciado na Medicina. 

Motivo 4: Os vegetais na safra são encontrados mais facilmente nas feiras e mercados. O Brasil é um país vasto e diversificado, com diferentes regiões climáticas que possibilitam o cultivo de uma grande variedade de alimentos ao longo do ano. Consumir alimentos da safra permite que você experimente uma ampla gama de frutas, legumes e verduras, aproveitando a diversidade da culinária brasileira.

Motivo 5: Sustentabilidade e apoio ao agricultores locais.  Consumir os alimentos da safra vigente é um ato de sustentabilidade, pois respeita o tempo da natureza e economiza energia e recursos extras de forma intensiva ou no transporte por diferentes distâncias. Escolher alimentos da safra muitas vezes significa apoiar práticas agrícolas mais sustentáveis. Como esses alimentos estão disponíveis localmente e não precisam ser transportados por longas distâncias, há uma redução significativa na pegada de carbono associada ao seu consumo. Além disso, os produtores locais que cultivam alimentos da safra geralmente empregam técnicas agrícolas mais amigáveis ao meio ambiente.  Comprar alimentos da safra de produtores locais contribui para fortalecer a economia da sua região. Ao apoiar os agricultores locais, você ajuda a manter empregos na comunidade e a promover um sistema alimentar mais justo e sustentável. 


Frutas de Junho
Abacate fortuna/quintal 
Abacaxi havai e pérola 
Atemoia 
Banana maçā e nanica e prata 
Caju 
Caqui 
Carambola 
Cupuaçu 
Kiwi nacional 
Laranja baia 
Limão 
Maçā estrangeira 
Mamão 
Mangostāo 
Manga
Melāo
Morango
Mexerica 
Pera estrangeira
Quincan
Tangerina murcot e ponkan
Uva estrangeira


Verduras e Legumes de Junho
Abóbora japonesa, moranga, paulista e seca
Abobrinha brasileira 
Acelga 
Alface 
Alcachofra 
Alho poró 
Agriāo
Batata doce amarela e rosada 
Brócolis 
Cará
Catalonha 
Cenoura 
Chicória 
Chuchu
Coentro 
Cogumelo 
Ervilha torta 
Escarola
Espinafre 
Gengibre
Gobô 
Inhame 
Louro 
Mandioca 
Mandioquinha 
Milho verde
Nabo
Palmito 
Rabanete 
Salsa 

Autores
Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915, 
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Márcio José de Souza - Nutricionista e Profissional da Educação física

Vício em comida x 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐨𝐫𝐭𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐚𝐥𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐬𝐞𝐦𝐞𝐥𝐡𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐚𝐨 𝐯𝐢́𝐜𝐢𝐨

A expressão 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐨𝐫𝐭𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐚𝐥𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐬𝐞𝐦𝐞𝐥𝐡𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐚𝐨 𝐯𝐢́𝐜𝐢𝐨 (do original 𝘢𝘥𝘥𝘪𝘤𝘵𝘪𝘰𝘯-𝘭𝘪𝘬𝘦 𝘦𝘢𝘵𝘪𝘯𝘨) tem sido mais adequadamente utilizada em substituição à expressão “vício em comida” (do original 𝘧𝘰𝘰𝘥 𝘢𝘥𝘥𝘪𝘤𝘵𝘪𝘰𝘯). Outras publicações tem preferido utilizar a expressão “vício em comer” (do original 𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑑𝑑𝑖𝑐𝑡𝑖𝑜𝑛), representando uma expressão comportamental de um atípico comportamento alimentar, deixando claro que nenhuma comida pode de fato promover vício.

O comportamento alimentar semelhante ao vício seria uma 𝐯𝐚𝐫𝐢𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐚𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐜𝐥𝐢́𝐧𝐢𝐜𝐚 𝐝𝐨 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐭𝐨𝐫𝐧𝐨 𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐮𝐥𝐬𝐚̃𝐨 𝐚𝐥𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫, caracterizada por desejos por comidas específicas, perda de controle sobre o consumo destes alimentos, aumento progressivo da necessidade de ingestão destes alimentos ao longo do tempo, alimentação excessiva contínua apesar da percepção das possíveis consequências negativas e esforços malsucedidos para comer menos ou mudar o padrão de comportamento alimentar. Seria especialmente dirigido a alimentos altamente palatáveis, que usualmente são ultraprocessados, ricos em açúcares, sal e gordura adicionados. Este comportamento pode facilmente ser reconhecido como uma relação fissurada com a comida. Uma série de fatores podem colaborar com a vulnerabilidade desta forma de perda de controle alimentar, incluindo sintomas afetivos crônicos, cronotipo e padrão de sono, e outras impulsividades.

Mas pode a comida provocar vício? Em alimentos ultraprocessados ​há a adição de uma concentração elevada de ingredientes considerados gratificantes. Assim, alguns indivíduos podem apresentar um padrão comportamental de consumo alimentar marcado por controle diminuído sobre a ingestão, com desejos intensos e sensação de impotência. Mas, ainda assim, não é possível identificar componentes específicos dos alimentos que literalmente promovam vício. Então é “como se fosse vício”, mas não é.

✍🏼 @dr.alexandrepintodeazevedo
Fontes: Senol E, 2024 | Tang, CSK, 2020 | Gearhardt AN, 2021 | Kabasakal Cetin A, 2023. #foodaddict #sugaraddict #binge

Como minimizar o jet lag

O Jet lag é uma síndrome temporária que resulta do desgaste físico/mental da viagem junto com o desalinhamento do ciclo circadiano, em viagens que ultrapassam 2 fusos horários.

Os principais sintomas são:
❗️Alterações no sono
❗️Fadiga
❗️Mal estar
❗️Alterações cognitivas (como redução do alerta, da memória e concentração)
❗️Alterações do humor
❗️Sintomas gastrointestinais

Esses sintomas também podem acontecer relacionados a irregularidade do ciclo circadiano em outras situações que mudem significativamente os horários do ciclo sono-vigília (dormir e acordar).

A medida não farmacológica com maior evidência para regular o ritmo circadiano é a exposição à luz solar pela manhã associada a evitar luzes artificiais, (principalmente brancas) no período da noite.

Outras ações estão associadas a melhora como: hidratação, alimentação balanceada e atividade física.
Lembrando que a privação de 1 noite de sono já impacta o cérebro, estimulando a busca por alimentos mais calóricos no dia seguinte. O que pode levar ao ganho de peso se o quadro for persistente.

O uso de melatonina pode reduzir os efeitos do Jet lag, assim como outras medicações, se necessário. Sempre com recomendação e prescrição médica. 😉

Você já sofreu os efeitos do Jet lag?
Como se sentiu?

Excesso de suplementação Por Dra. Desire Coelho

 

"Remédio" que reduziu em 28% o risco de recidiva e em 37% o risco de morte em pacientes com câncer de cólon - Por Dr. Pedro Dal Bello

 Um estudo publicado no New England Journal of Medicine (Courneya et al., 2025) mostrou que um programa estruturado de exercício aeróbico por 3 anos, iniciado após a quimioterapia, reduziu em 28% o risco de recidiva e em 37% o risco de morte em pacientes com câncer de cólon. 

Uma das explicações prováveis para esses resultados tão expressivos está na melhora metabólica induzida pelo exercício: redução da resistência insulínica, modulação de fatores inflamatórios, estímulo à vigilância imunológica e modificação do microambiente tumoral em órgãos-alvo de metástase, como o fígado e os pulmões 🧠💪🔥

Esses mecanismos impactam vias de crescimento celular, inflamação crônica e angiogênese — todos sabidamente envolvidos na progressão tumoral. Mesmo sem perda de peso, os pacientes do grupo intervenção apresentaram melhora da aptidão cardiorrespiratória e da função física. Isso reforça que exercício físico é uma estratégia terapêutica oncológica — e deve ser prescrita com a mesma seriedade que qualquer outro tratamento.

📚 Courneya KS et al. Structured Exercise after Adjuvant Chemotherapy for Colon Cancer. N Engl J Med. 2025 Jun 1. DOI: 10.1056/NEJMoa2502760.

Como manter o peso após o uso de medicamentos para obesidade

Estão surgindo opções para os milhões de pessoas que deixam de usar medicamentos com GLP-1 devido a efeitos colaterais, custo ou indisponibilidade.

Sheree manteve um peso saudável por 15 anos graças a uma cirurgia que envolveu a colocação de um anel de silicone na parte superior do estômago. Mas, quando a banda gástrica deslizou repetidamente e teve que ser removida, o peso voltou rapidamente. Ela ganhou quase 20 quilos em apenas 2 meses.

Frustrada, ela recorreu à nova geração de medicamentos contra a obesidade, na esperança de desacelerar o ganho de peso rápido. Testou várias formulações dos tratamentos de sucesso semaglutida (vendida sob os nomes comerciais Ozempic e Wegovy) e tirzepatida (vendida como Zepbound para perda de peso), tendo algum sucesso com doses mais altas desses medicamentos, que imitam os efeitos do hormônio supressor do apetite GLP-1. Mas, a cada vez, a escassez dos medicamentos interrompia o tratamento, forçando-a a reiniciar com uma nova formulação ou a ficar semanas sem a medicação.

Cansada da incerteza em torno dessas terapias, ela decidiu tentar algo diferente. Sheree, que pediu que fosse usado seu nome do meio para preservar a privacidade, passou por dois procedimentos minimamente invasivos projetados para reduzir o tamanho do estômago e atenuar os sinais de fome.

Desenvolvidos ao longo das últimas duas décadas, esses procedimentos “endoscópicos” realizados com tubos flexíveis inseridos pela boca, sem bisturi — são apenas uma parte de um conjunto crescente de ferramentas para pessoas que desejam se afastar da terapia com GLP-1. Cirurgias bariátricas mais convencionais, utilizadas rotineiramente desde a década de 1980 para redirecionar o fluxo de alimentos pelo intestino ou restringir o tamanho do estômago, também podem se tornar mais atrativas. E a busca por outros medicamentos que possam oferecer alternativas duradouras para a população pós-GLP-1 está se intensificando.

Esse movimento é impulsionado por uma convergência de fatores: escassez crônica das terapias com GLP-1, altos custos, barreiras com planos de saúde e efeitos colaterais debilitantes. Como resultado, muitas pessoas que iniciam esses medicamentos acabam interrompendo o uso com taxas de descontinuação nos ensaios clínicos variando de 37% a 81% no primeiro ano. E, uma vez encerrado o tratamento, o peso perdido geralmente volta com força.

À medida que cresce a demanda por estratégias complementares, o cenário do tratamento da obesidade dominado nos últimos anos por semaglutida e tirzepatida volta a se diversificar. Dessa forma, diz Ricardo Cohen, especialista em emagrecimento do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, Brasil, os medicamentos com GLP-1 não estão apenas remodelando o tratamento estão também atraindo mais pessoas para vias de cuidado frequentemente negligenciadas.

“Os novos medicamentos são uma porta de entrada para quem busca tratamento da obesidade”, afirma ele.

Solução cirúrgica

No início de sua ascensão, os medicamentos com GLP-1 eram muitas vezes vistos não como uma porta de entrada, mas como uma solução farmacológica que poderia tornar obsoletas as estratégias de emagrecimento mais antigas.

Durante décadas, a cirurgia bariátrica foi o padrão-ouro no cuidado da obesidade. Em suas diferentes formas — incluindo a cirurgia com banda gástrica que Sheree fez inicialmente, o procedimento promove uma perda de peso substancial e sustentada, além de melhorar condições de saúde associadas à obesidade. E tem um bom histórico de segurança, com taxas de complicações graves e mortalidade comparáveis ou até menores do que as de procedimentos comuns, como a retirada da vesícula biliar ou a substituição do joelho.

Ainda assim, muitas pessoas com obesidade veem a cirurgia bariátrica como um último recurso. A proporção de indivíduos elegíveis que realmente se submetem ao procedimento permanece teimosamente baixa cerca de 1% nos Estados Unidos, e não muito maior em outros países.

O surgimento da semaglutida e da tirzepatida ofereceu uma forma de alcançar os outros 99% prometendo alcançar reduções de peso semelhantes sem a invasividade, o tempo de recuperação ou o estigma frequentemente associados à cirurgia.

“O entusiasmo gerado pelos medicamentos colocou a cirurgia em segundo plano”, reconhece Cohen, presidente da Federação Internacional para a Cirurgia da Obesidade e dos Distúrbios Metabólicos (IFSO), em Nápoles, Itália, uma organização global de cirurgiões bariátricos.
Mas ele espera mudar essa percepção.

Em 2022, a IFSO e sua contraparte nos EUA revisaram suas diretrizes, reduzindo os critérios de índice de massa corporal (IMC) recomendados para a elegibilidade cirúrgica, com o objetivo de tornar o procedimento acessível a mais pessoas que possam se beneficiar dele. Cohen agora vê oportunidades para ampliar o alcance da cirurgia, especialmente para pessoas que interrompem a terapia com GLP-1 ou que não obtêm os resultados esperados apenas com medicação — e espera reforçar esse argumento com dados clínicos.

Na clínica que dirige no Brasil, por exemplo, Cohen em breve iniciará a inclusão de participantes em um estudo randomizado no qual pessoas que primeiro perderem peso com semaglutida serão designadas para receber cirurgia bariátrica, continuar com as injeções de semaglutida ou realizar ambos os tratamentos.

* Técnicas para o estômago

Independentemente de haver uma mudança na percepção sobre a cirurgia bariátrica, existem outras formas de reduzir o estômago. A partir do final dos anos 2000, especialistas em emagrecimento começaram a desenvolver abordagens não cirúrgicas que alcançam resultados semelhantes (veja ‘Reduzindo o estômago’). Como bônus adicional, essas técnicas tendem a ser menos caras e mais simples de aplicar do que os métodos cirúrgicos, pois exigem menos recursos hospitalares e envolvem tempos de recuperação mais curtos.

A mais amplamente adotada tem sido a gastroplastia endoscópica em manga (ESG, na sigla em inglês), um procedimento realizado sob anestesia que dobra e sutura internamente o estômago, transformando-o em um tubo estreito. Isso reduz o volume do estômago em até 70% — para algo do tamanho de uma banana —, limitando a ingestão de alimentos e promovendo uma sensação de saciedade, embora os resultados em perda de peso geralmente sejam mais modestos do que os da cirurgia.

Pichamol “Sigh” Jirapinyo, endoscopista bariátrica no Brigham and Women’s Hospital, em Boston, Massachusetts, diz que quase metade das pessoas que passaram por ESG no ano passado em seu hospital ou na Bariendo uma rede norte-americana de oito clínicas de emagrecimento não cirúrgico da qual ela é diretora médica — já havia feito uso prévio de algum medicamento com GLP-1. Dois anos antes, essa proporção era de apenas uma em cada seis pessoas.

Sistemas de ESG são aprovados como tratamentos para obesidade nos Estados Unidos, Reino Unido e em outros países, mas o procedimento não funciona de forma consistente para todos. Sheree, que é da Carolina do Norte e tem cerca de 50 anos, descobriu isso na prática em 2022. Quando não obteve os resultados desejados com a ESG, seu médico recomendou um método endoscópico experimental que utiliza um dispositivo médico autorizado para outras finalidades.

Conhecido como ablação da mucosa gástrica (GMA, na sigla em inglês), o procedimento utiliza gás argônio e uma corrente elétrica para gerar plasma ionizado, elevando rapidamente a temperatura do tecido na parte superior do estômago. O resultado é uma lesão térmica controlada que cria tecido cicatricial ao longo do revestimento gástrico.

Vivek Kumbhari, endoscopista bariátrico da Mayo Clinic na Flórida (Jacksonville), e seus colegas demonstraram, em estudos com ratos, porcos e tecido humano, que essa técnica de “queima” localizada pode reduzir a secreção de grelina o hormônio que estimula a fome — na parte superior do estômago. Ela também torna o estômago mais rígido, o que, na prática, reduz sua capacidade (veja, por exemplo, a ref. 3).

Os primeiros pacientes submetidos à GMA um procedimento ambulatorial realizado sob anestesia — relataram alguns efeitos colaterais, como cólicas, náuseas e inchaço. Mas, segundo Christopher McGowan, gastroenterologista e cofundador da clínica True You Weight Loss, em Cary, na Carolina do Norte, esses efeitos têm sido geralmente leves e temporários, e superados pelos benefícios na perda de peso.

McGowan, em colaboração com Kumbhari e outros, publicou um ensaio clínico da GMA no ano passado. O estudo envolveu dez pessoas com obesidade que haviam tentado perder peso com dieta e exercício, excluindo explicitamente qualquer pessoa que já tivesse usado medicamentos para emagrecimento. Agora, os pesquisadores querem preencher essa lacuna com um estudo voltado a indivíduos que descontinuaram a terapia com GLP-1, um grupo mais representativo dos pacientes do mundo real que enfrentam múltiplas opções de tratamento. Demonstrar a eficácia da GMA nesse público pode ajudar a convencer mais médicos e possíveis candidatos a considerar o procedimento, afirma McGowan — e talvez abrir caminho para reembolso por planos de saúde e sistemas públicos.

Experiências individuais como a de Sheree também podem ser persuasivas, ainda que de forma anedótica. Meses após passar pelo procedimento na clínica de McGowan onde pagou cerca de US$ 6.000 —, ela atingiu um peso com o qual se sente confortável, não teve reações adversas e está mantendo o peso sem medicamentos com GLP-1.

“Isso me deu uma saída para parar de correr atrás desses remédios”, diz Sheree.

Reinício do intestino

Em uma sala cirúrgica simulada, localizada em um parque industrial nos arredores de Boston, Harith Rajagopalan testa um dispositivo exclusivo desenvolvido especificamente para manutenção de peso após o uso de medicamentos com GLP-1. Quando ele o liga, um cateter fino, semelhante a uma lula, ganha vida. Perto da ponta, um pequeno balão se infla suavemente com água aquecida quase ao ponto de ebulição.

Esse instrumento, inserido endoscopicamente pela garganta, cria uma queima controlada de tecido, de forma semelhante à ablação da mucosa gástrica (GMA), mas com um alvo diferente: o duodeno, a porção superior do intestino delgado, e não o estômago. Chamado Revita, o procedimento busca minimizar danos teciduais e promover regeneração, potencialmente “reprogramando” a forma como o intestino detecta nutrientes e regula o metabolismo.

Essas mudanças poderiam reverter os danos provocados, ao longo do tempo, por dietas cronicamente ricas em gordura e açúcar, restaurando “um estado fisiológico mais normal”, diz Rajagopalan, cofundador e CEO da empresa Fractyl Health, com sede em Burlington, Massachusetts.

“O duodeno não foi feito para lidar com Coca-Cola e McDonald’s”, afirma ele.

A empresa demonstrou que esse procedimento único, com duração de cerca de 40 minutos — chamado resurfacing da mucosa duodenal — pode induzir perda de peso sustentável e melhorar diversos aspectos do metabolismo, incluindo a sensibilidade à insulina, em pessoas com diabetes tipo 2.

Agora, a Fractyl Health está avançando com estudos clínicos do procedimento como uma intervenção para manutenção de peso em pessoas que interromperam o uso de tirzepatida. Segundo a empresa, nenhum problema de segurança foi relatado entre os primeiros 15 participantes tratados, e os dados iniciais sugerem que esses indivíduos ganharam menos peso no mesmo período de tempo do que pessoas que interromperam o uso de GLP-1 em estudos anteriores.

“Os dados iniciais são promissores”, diz o investigador do estudo, Shailendra Singh, gastroenterologista da Universidade da Virgínia Ocidental, em Morgantown.

* Fase de manutenção

Embora procedimentos cirúrgicos e endoscópicos possam oferecer perda de peso duradoura, a experiência mostra que as pessoas tendem, naturalmente, a preferir opções menos invasivas — um padrão que provavelmente continuará à medida que mais pessoas buscam alternativas após interromper os medicamentos para emagrecimento. Estudos preliminares mostram que programas estruturados de exercício físico, planos alimentares especializados e intervenções comportamentais via smartphone podem ajudar na manutenção do peso a longo prazo.

Mas essas abordagens não atuam nos sinais moleculares de fome que impulsionam o reganho de peso, afirma Kelseanna Hollis-Hansen, pesquisadora em nutrição do Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas, em Dallas.

“Você ainda estará lutando contra o impulso fisiológico de comer”, diz ela.

Outra opção — disponível, embora ainda pouco utilizada — é a transição de medicamentos com GLP-1 para fármacos antiobesidade mais antigos, acessíveis e toleráveis, como a metformina (usada para reduzir a glicemia) ou a fentermina (supressor de apetite). Um estudo publicado no ano passado mostrou que essa abordagem de transição não apenas ajudou as pessoas a manter a perda de peso inicial, como também levou a reduções adicionais ao longo do tempo.

Michelle Cardel, diretora de nutrição da WeightWatchers em Nova York, está liderando um estudo clínico randomizado em que pessoas que perderam pelo menos 15% do peso corporal com uma terapia à base de GLP-1 seguem apenas com suporte ao estilo de vida ou adicionam um de dois esquemas com medicamentos mais antigos. O objetivo, segundo ela, é
“garantir que tenhamos estratégias baseadas em evidências para nortear nosso cuidado clínico”.

Cardel observa que o estudo não foi afetado pelo pedido de falência da WeightWatchers nos Estados Unidos no mês passado.

Novos medicamentos para combater o reganho de peso também estão em desenvolvimento. Por exemplo, terapias com GLP-1 estão sendo combinadas a agentes experimentais que preservam ou aumentam a massa muscular — uma abordagem voltada a otimizar o funcionamento metabólico e reduzir o risco de reganho de peso, caso os medicamentos sejam interrompidos. O tecido muscular consome mais calorias do que o tecido adiposo, ajudando a manter o peso estável.

Algumas farmacêuticas estão, inclusive, posicionando seus tratamentos em desenvolvimento como soluções pós-GLP-1, em vez de concorrentes diretos das terapias de primeira linha já disponíveis ou prestes a chegar ao mercado. É o caso da empresa Response Pharmaceuticals, de Falls Church, Virgínia, que desenvolveu uma pílula tomada duas vezes ao dia — a RDX-002 — que bloqueia a absorção de gordura intestinal e está sendo testada em um estudo com 68 participantes como uma terapia pós-GLP-1.

O recrutamento para o ensaio clínico avançou quatro vezes mais rápido do que o previsto, com uma média de quase uma nova inscrição para cada dia útil de recrutamento, segundo Trisha Shamp, farmacologista clínica e responsável pelos serviços médicos da Nucleus Network, em St. Paul, Minnesota — organização que conduz o estudo. Ela atribui essa rapidez à grande demanda reprimida por uma “rede de segurança” contra o reganho de peso após o uso dos medicamentos.

“Existe um medo real de parar esses remédios e voltar a ganhar peso.”

Novos medicamentos e procedimentos estão começando a reduzir esse medo — o que foi uma boa notícia para Cheila, da Flórida, que pediu para ser identificada apenas pelo primeiro nome. Ela tentou usar semaglutida por alguns meses, mas as náuseas e cólicas se tornaram insuportáveis. No ano passado, passou por GMA, perdeu mais de 10 quilos e hoje vive uma relação mais saudável com a comida.

Cheila pensou que a terapia com GLP-1 seria uma solução milagrosa, mas a realidade mostrou-se diferente. O procedimento também não foi uma bala de prata — ela ainda não atingiu seu peso ideal. Ainda assim, afirma:

“De jeito nenhum eu volto a tomar esses remédios.”



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Níveis muito altos ou muito baixos de vitamina D parecem aumentar o risco de quedas e fraturas

Tanto níveis muito baixos quanto muito altos de vitamina D parecem aumentar o risco de quedas e fraturas, afirmou uma palestrante durante a Conferência Científica e Clínica Anual da American Association of Clinical Endocrinology.

O nível ideal de 25-hidroxivitamina D no plasma para prevenção de quedas e fraturas parece estar entre 20 ng/mL e 40 ng/mL, mas “mais estudos são necessários para confirmar os limites da zona de menor risco de quedas”, disse Dra. Bess Dawson-Hughes, cientista sênior do Departamento de Dieta e Prevenção de Doenças Crônicas no Envelhecimento Saudável do Jean Mayer USDA Human Nutrition Research Center on Aging, na Universidade Tufts, e professora de medicina na divisão de endocrinologia do Tufts Medical Center, em uma palestra principal.

Os grandes estudos VITAL, ViDA e D-HEALTH, embora não tenham sido projetados com quedas e fraturas como desfechos primários, não demonstraram que a suplementação com vitamina D aumente ou reduza o risco de quedas, disse Dawson-Hughes.

No entanto, ela observou que esses estudos usaram métodos subótimos para detectar quedas. Obter dados de qualidade sobre quedas exige contato frequente entre os coordenadores do estudo e os participantes, o que não é viável em estudos de grande escala. Além disso, esses ensaios geralmente incluíram participantes com níveis adequados de 25-(OH)D no início, com menor possibilidade de benefício com a suplementação.

Segundo Dawson-Hughes, que recebeu o prêmio Frontiers in Science and Distinction in Endocrinology durante o congresso, não é inesperado que a curva de risco de quedas e fraturas seja em U, pois “níveis abaixo de 20 ng/mL são amplamente considerados insuficientes”, e, acima de aproximadamente 40 ng/mL, o risco de quedas volta a subir — sendo as quedas o principal fator de risco para fraturas.

O mecanismo que liga concentrações altas de vitamina D ao risco de quedas e fraturas pode envolver o fator de crescimento de fibroblastos 23 (FGF23), já que doses elevadas de vitamina D aumentam significativamente os níveis circulantes de FGF23, que estão associados à fragilidade, explicou ela.

“Desequilíbrio postural em níveis baixos de 25-(OH)D e FGF23 elevado em níveis altos provavelmente contribuem para o aumento do risco de quedas e fraturas”, disse Dawson-Hughes. “O FGF23 elevado promove um aumento do hormônio da paratireoide e redução do fosfato, ambos acompanhados por miopatia.”

Outro fator envolvido pode ser a epidemia de obesidade, pois os níveis atingidos de 25-(OH)D são reduzidos em pessoas com obesidade devido à sequestração da vitamina D3 no tecido adiposo e à diluição volumétrica. “O tempo necessário para alcançar um aumento pleno nos níveis de 25-(OH)D é pouco estudado, mas parece ser prolongado, possivelmente porque a obesidade inibe a 25-hidroxilação hepática.”

Há uma deficiência generalizada de vitamina D e cálcio em todo o mundo, e “são necessários ensaios clínicos focados para documentar o efeito de doses de reposição de vitamina D e cálcio sobre quedas e fraturas em adultos mais velhos com deficiência que vivem na comunidade”, afirmou. “Ensaios clínicos positivos podem ter implicações políticas significativas para estratégias de fortificação alimentar e outras abordagens para aumentar os níveis de 25-(OH)D e a ingestão de cálcio em populações carentes.”

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Molho pesto e suas variações mundo a fora



O  Pesto é um molho italiano, originário de Gênova, região do norte da Itália. Na sua receita clássica há:
  • Folhas de manjericão moídas com pinoli, 
  • Alho,
  • Sal marinho, 
  • Queijo parmesão ou pecorino ralados
  • Azeite extra-virgem.
  • Pimenta preta.
Mas você sabia que pode variá-lo, abrasileirá-lo ? Ou então fazer a versão Siciliana ? Ou talvez um pesto mais refrescante com agrião? Abaixo algumas versões, extraídas do instagram da Rita Lobo:
  • Pesto de castanha-de-caju
  • Pesto de agrião
  • Pesto de rúcula
  • Pesto de coentro
  • Pesto tomate seco
  • Pesto de hortelã
Pesto de castanha de caju

No lugar do pinoli, a castanha a ser utilizada castanha de caju torrada e sem sal. 
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de folhas de manjericão verde
½ xícara (chá) de castanha-de-caju torrada e sem sal
1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado (cerca de 100 g)
2 dentes de alho
1½ xícara (chá) de azeite extra-virgem
sal a gosto

Modo de preparo:
Bata no liquidificador ou processar o azeite com as castanhas de caju, o alho, parmesão até triturar. Junte as folhas de manjericão e bata novamente até formar um molho. De acordo com a Rita Lobo quanto menos você bate as folhas, mais verde fica o molho. 
Acerte o sal.
Combina com polenta, frango grelhado, espaguete. 
Caso queira armazenar: Coloque o molho em frasco de vidro e cubra com uma camada fina de azeite. Isso ajudará a evitar que haja a oxidação do pesto e com isso ele escureça. tampe e armazene na geladeira por até 15 dias ou no congelador por até 3 meses.

Pesto de agrião ou de rúcula

No lugar do manjericão, você usará o agrião ou a rúcula. No lugar do alho, usará suco de limão. 
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de folhas de agrião ou de rúcula
½ xícara (chá) de castanha-de-caju torrada e sem sal
1 sumo de limão
1½ xícara (chá) de azeite extra-virgem
sal a gosto

Modo de preparo:
Bata no liquidificador ou processar o azeite com as castanhas de caju ou naté triturar. Junte as folhas de agrião e bata novamente até formar um molho. Depois é só acertar o sal.
Caso queira armazenar, mesma forma dos demais. Transferir para um pote e colocar uma camada de azeite. 

Pesto de salsinha com queijo meia cura (Molho Peste)

Nesse caso, no lugar no manjericão usaremos a salsinha e no lugar do parmesão usaremos queijo meia cura
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de folhas de salsinha
½ xícara (chá) de castanha-de-caju torrada e sem sal
1 xícara (chá) de queijo meia cura
2 dentes de alho
1½ xícara (chá) de azeite extra-virgem
sal a gosto
Pimenta dedo de moça (a gosto)

Modo de preparo:
Bata no liquidificador ou processar o azeite com as castanhas de caju, o alho, queijo meia cura até triturar. Junte as folhas de salsinha e bata novamente até formar um molho. 
Acerte o sal.

Pesto de Coentro com amendoim (Pesto diferentão)

No lugar no manjericão usaremos o coentro e no lugar do da castanha de caju ou nozes, usaremos amendoim
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de folhas de coentro
½ xícara (chá) de amendoim
1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
2 dentes de alho
1½ xícara (chá) de azeite extra-virgem
sal a gosto

Modo de preparo:
Bata no liquidificador ou processar o azeite com o amendoim, o alho, parmesão até triturar. Junte as folhas de coentro e bata novamente até formar um molho. Acerte o sal.

Pesto de Siciliano de tomate seco

No lugar no manjericão usaremos o tomate seco e no lugar das nozes ou pinoli, usaremos a castanha de caju. 
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de tomate seco
½ xícara (chá) de castanha de caju
1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
2 dentes de alho
1½ xícara (chá) de azeite extra-virgem
sal a gosto

Modo de preparo:
Bata no liquidificador ou processar o azeite com a castanha de caju, o alho, parmesão até triturar. Junte o tomate seco e bata novamente até formar um molho. Acerte o sal. 

Pesto de hortelã

Ao invés de manjericão, usará hortelã
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de folhas de hortelã
½ xícara (chá) de castanha-de-caju torrada e sem sal ou nozes/pinol
1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado (cerca de 100 g)
2 dentes de alho
1½ xícara (chá) de azeite extra-virgem
1 limão
sal a gosto

Modo de preparo:
Bata no liquidificador ou processar o azeite com a castanha da sua preferência, o alho, parmesão até triturar. Junte as folhas de hortelã e bata novamente até formar um molho. Depois misture o suco do limão e bata mais um pouco.
Acerte o sal.

Mais receitas:
https://www.the-pasta-project.com/types-of-pesto/
https://www.uol.com.br/nossa/cozinha/listas/pesto-nao-precisa-ser-de-manjericao-conheca-variacoes-deste-molho-facil.htm
https://www.tudogostoso.com.br/noticias/receitas-de-molho-pesto-a5088.htm


segunda-feira, 9 de junho de 2025

Qual médico procurar para emagrecer?


Perguntei ao Chat GPT: Qual médico devo procurar para emagrecer?

A resposta foi a seguinte: Para emagrecer de forma segura e eficaz, você pode procurar os seguintes tipos de médicos, dependendo da sua situação:

1) Endocrinologista:
* Especialista em hormônios e metabolismo.
* Ideal se você suspeita de problemas hormonais (como hipotireoidismo, resistência à insulina, síndrome dos ovários policísticos).
* Pode investigar causas metabólicas do ganho de peso.

2) Nutrólogo
* Médico especializado em nutrição e doenças relacionadas ao excesso ou à falta de nutrientes.
* Trabalha com emagrecimento, avaliação nutricional, prescrição de dietas e suplementos, se necessário.
* Bom para um plano médico-nutricional personalizado.

3) Clínico Geral
* Pode ser o primeiro passo.
* Avalia sua saúde geral e te encaminha para o especialista adequado (endocrinologista, nutrólogo, psicólogo ou nutricionista).

4) Psiquiatra ou Psicólogo (quando necessário)
* Se houver compulsão alimentar, ansiedade ou depressão envolvidas no ganho de peso.
* Trabalham o aspecto comportamental da alimentação.

💡 Dica: Além do médico, o acompanhamento com **nutricionista** é fundamental. Em alguns casos, uma equipe multidisciplinar (médico + nutricionista + psicólogo + educador físico) é a melhor abordagem.

Se quiser, posso te ajudar a decidir qual profissional faz mais sentido para o seu caso específico. É só me contar um pouco mais sobre seu histórico e objetivos.

Continuei perguntando: preciso fazer uma dieta e não sei qual médico procurar para emagrecer

A resposta do Chat GPT foi: Se o seu principal objetivo é fazer uma dieta para emagrecer com segurança e orientação médica, o melhor profissional para começar é o nutrólogo.

✅ Por que procurar um nutrólogo?

* É um médico  com especialização em nutrição clínica e metabolismo.
* Vai avaliar exames laboratoriais, histórico de saúde, composição corporal e hábitos alimentares.
* Pode prescrever dietas, suplementos, medicações (quando indicadas) e solicitar exames.
* Trabalha com estratégias individualizadas para emagrecimento saudável.

🩺 Como funciona a consulta com o nutrólogo?

1. Avaliação clínica e metabólica.
2. Solicitação ou análise de exames.
3. Diagnóstico de possíveis causas do sobrepeso (hormonal, comportamental, nutricional, etc).
4. Prescrição de **dieta personalizada** e possível medicação.
5. Acompanhamento regular com ajustes.

👥 Outras opções úteis:

Endocrinologista: se você suspeita de problemas hormonais (ex: tireoide, insulina).
Nutricionista: para um plano alimentar detalhado (muitos nutrólogos trabalham junto com nutricionistas).
Psicólogo: se há compulsão, ansiedade ou questões emocionais ligadas à comida.

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O Chat GPT assim como outras IAs apesar de serem ferramentas que facilitam a noss vida, ainda possuem algumas limitações. Então vamos à resposta correta. 

Quero emagrecer, quem devo procurar? 

Primeiramente, emagrecer quanto? É tratamento de sobrepeso, obesidade ou somente perder gordura localizada?

Segundo: TODO médico pode atuar no tratamento da obesidade ou da perda de peso (emagrecimento). Porém, os mais capacitados são: Nutrólogos e Endocrinologistas. A dúvida mora principalmente aí. Qual procurar?


Ambos tem formação para tratar obesidade, a diferença é o enfoque que cada um dá ao processo. O Endócrino tende a ser mais "medicamentalista". Não que o Nutrólogo não seja. Porém, o Nutrólogo muitas vezes pode postergar o uso de medicação em alguns casos. 

Além disso, o nutrólogo tende a avaliar de forma mais global o paciente, principalmente a parte alimentar, fazendo recordatório alimentar, identificando os prováveis erros alimentares. Analisando os hábitos de vida do paciente, o contexto social, familiar que ele está inserido. Além disso, pode ser que (se ele tiver formação para tal), analisa a parte psicológica e comportamental desse paciente, conseguindo direcionar rapidamente para um psicólogo ou psiquiatra. 

O Nutrólogo é médico especializado em diagnosticar e tratar doenças relacionadas à nutrição. Ele tem uma visão bem mais ampla da alimentação como parte essencial no tratamento e prevenção de doenças, inclusive obesidade. Ele geralmente avaliará as carências e excessos nutricionais. Prescreverá suplementos se necessário. Trabalha com reeducação alimentar com base em evidências clínicas e partindo desse pressuposto, solicitará que o nutricionista retire ou inclua algum alimento na dieta. Se existir alguma intolerância alimentar, ele procederá com a investigação. 

O nutrólogo também tende a analisar de forma mais detalhada a composição corporal (seja através de DEXA, bioimpedância ou antropometria), o gasto energético do paciente (seja com fórmulas ou com calorimetria indireta). Aplica questionários para analisar os hábitos do paciente ao longo de uma semana.

Isso não quer dizer que o Endócrino ou qualquer outro médico possa fazer isso. O que afirmo é que não é comum. Ou seja, não é por que sou Nutrólogo que estou defendendo a abordagem Nutrológica, essa conclusão é fruto da vivência ao longo de quase 20 anos. 

Também é importante salientar, que muitos desses pacientes portadores de obesidade, precisarão de tratamento conjunto com o Endócrino e Nutricionista. 


Aqui, vai uma outra ressalva à respota do chat GPT: Nutrólogo pode prescrever dieta, mas por lei, isso é uma atividade privativa do nutricionista. O profissional mais habilitado para a prescrição de um plano alimentar individualizado e harmônico é o Nutricionista. 

Há nutrólogos que prescrevem dieta? Sim. Eu prescrevo? No meu consultório não, pois, treinei um nutricionista para ficar dentro do consultório comigo e posteriormente elaborar a dieta. 

Resumindo: Quem procurar para emagrecer? O nutrólogo rs. 

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192, RQE 11915

Anorexia Nervosa — Fatos, Frustrações e o Futuro

 


Importância: A anorexia nervosa é uma doença psiquiátrica prevalente associada a desfechos excepcionalmente ruins, incluindo altas taxas de morbidade e mortalidade prematura. Os tratamentos baseados em evidências atualmente disponíveis para a anorexia nervosa foram desenvolvidos há várias décadas e têm eficácia limitada. A área da anorexia nervosa — e, mais amplamente, dos transtornos alimentares — ainda não alcançou avanços científicos significativos que levem a desfechos aceitáveis para as pessoas com esse transtorno.

Constatações: Esta Comunicação Especial destaca como os sintomas psicológicos e físicos simultâneos da anorexia nervosa contribuem para dois grandes problemas que têm atrasado o avanço da pesquisa na área e dificultado inovações: (1) a excessiva especialização e compartimentalização da área e (2) um foco excessivamente estreito na restauração do peso como objetivo do tratamento.
Conclusões e Relevância: São feitas recomendações específicas para impulsionar o campo, incluindo a adoção de uma abordagem multidisciplinar e colaborativa na pesquisa com colegas de áreas afins, além de uma abordagem mais holística para compreender e tratar a anorexia nervosa.

Fatos

A anorexia nervosa (AN) é uma doença mental grave, caracterizada por distúrbios na imagem corporal e comportamentos alimentares desordenados que levam a um peso corporal significativamente baixo. A prevalência ao longo da vida da AN é estimada em até 4%, e, embora a incidência geral tenha se mantido relativamente estável ao longo do tempo, a incidência entre jovens aumentou substancialmente nas últimas décadas.

Apesar da alta prevalência e do aumento da incidência entre os jovens, as opções de tratamento para AN permanecem limitadas.

As terapias psicológicas para AN incluem o monitoramento da alimentação e do peso e geralmente têm como objetivo ajudar os pacientes a desenvolver habilidades para lidar com desafios cognitivos, emocionais ou ambientais que interferem nos comportamentos alimentares. 

Essas terapias são atualmente os únicos tratamentos recomendados com base em evidências para AN, embora essa base de evidências seja prejudicada pela dependência de um número pequeno de ensaios clínicos de alta qualidade, cujos resultados mostram eficácia limitada dessas abordagens.
Assim, a AN continua sendo uma doença mal tratada, caracterizada por uma das maiores taxas de mortalidade prematura entre os transtornos mentais (razão padronizada de mortalidade de 5,9; perdendo apenas para o uso de opioides) e uma taxa de recuperação a longo prazo de apenas 50% a 60% entre os pacientes sobreviventes.

Nossos tratamentos atuais baseados em evidências para AN foram desenvolvidos há várias décadas e demonstram eficácia apenas para uma parcela dos pacientes. 

Embora haja esforços internacionais em andamento para melhorar nossa compreensão e tratamento da AN e de outros transtornos alimentares, o campo ainda não realizou os avanços científicos significativos que possam levar a desfechos aceitáveis para as pessoas com AN. Neste artigo, destacamos várias questões que contribuíram para o progresso limitado observado na área dos transtornos alimentares, com foco especial na AN, e oferecemos recomendações claras para o futuro da pesquisa. Embora o foco deste artigo seja a anorexia nervosa, os obstáculos discutidos se aplicam, em diferentes graus, a todo o espectro dos transtornos alimentares.

Frustrações

Embora a AN seja fundamentalmente definida como uma doença psiquiátrica, as consequências físicas diretamente associadas ao transtorno podem ser fatais. Juntamente com a natureza egossintônica da doença, isso distingue a AN da maioria das outras doenças mentais e torna seu tratamento um desafio para muitos profissionais de saúde. Cada órgão e sistema do corpo é afetado pela inanição, frequentemente agravada por comportamentos patológicos de controle de peso, como purgação, exercício físico excessivo e uso inadequado de medicamentos. Portanto, enquanto os pacientes enfrentam uma doença mental avassaladora e consumidora, também lidam com uma série de complicações físicas graves que precisam ser abordadas. Essa complexidade representa um desafio único para muitos sistemas de saúde, com os pacientes frequentemente caindo na lacuna entre os cuidados médicos e psiquiátricos quando o tratamento especializado para transtornos alimentares não está disponível. Além das dificuldades de acesso a cuidados adequados para atender às necessidades psicológicas e fisiológicas (incluindo a restauração da alimentação e do peso normais), essa divisão contribuiu para dois grandes problemas que impactam a pesquisa em AN: o campo tornou-se (1) excessivamente especializado e compartimentalizado e (2) fixado em tratamentos que abordam a restauração do peso como o principal — ou até único — desfecho.

A maioria dos sistemas de saúde ao redor do mundo não está estruturada para facilitar cuidados multidisciplinares adequados entre a saúde física e mental. Embora complicações físicas não sejam incomuns em condições psiquiátricas (por exemplo, síndrome metabólica na esquizofrenia), elas não são características centrais do transtorno da mesma forma que na AN, que é única por ter um sintoma físico (ou seja, peso corporal significativamente baixo) como critério diagnóstico. 

Essa característica distintiva da AN contribuiu para a crença de que a AN é um transtorno de nicho na interface entre mente e corpo que exige cuidados e conhecimentos especializados. Embora seja verdade que o cuidado multidisciplinar abrangente seja necessário e que pacientes e famílias valorizem o atendimento especializado, acreditamos que essa mentalidade contribuiu para a excessiva especialização dentro do campo dos transtornos alimentares, com o efeito de isolar o cuidado clínico e a pesquisa em transtornos alimentares do restante da saúde mental.

Em termos de cuidado clínico, esse isolamento contribuiu para a atitude frequentemente expressa por serviços gerais de saúde mental de que “não tratam transtornos alimentares” — uma atitude que, argumentavelmente, se estendeu para a pesquisa, com uma aparente relutância ou desinteresse em relação aos transtornos alimentares por parte do restante do campo da saúde mental. Esse isolamento, juntamente com a atitude estigmatizante de que a AN afeta apenas mulheres jovens, brancas e de classe alta, dificultou a colaboração com colegas que atuam em outras áreas da pesquisa em saúde mental, onde maiores avanços nos tratamentos foram alcançados. De fato, o campo mais amplo da saúde mental frequentemente exclui a pesquisa em transtornos alimentares de iniciativas em larga escala (por exemplo, o financiamento em saúde mental da Wellcome Trust). Ao mesmo tempo, o próprio campo dos transtornos alimentares frequentemente contribui para o progresso lento por não fazer esforços específicos para colaborar com colegas de áreas relacionadas. Esse isolamento e os consequentes atrasos no progresso são evidentes na lenta adoção, por parte do campo dos transtornos alimentares, de conceitos e metodologias proeminentes em outras áreas da saúde mental, como o modelo de intervenção precoce em doenças mentais, que promove a identificação e o tratamento precoces antes do desenvolvimento de sintomas francos ou da instalação da doença; o uso de um modelo voltado para jovens em idade de transição (12 a 25 anos), que reconhece a importância de um cuidado consistente ao longo dessas fases do desenvolvimento, quando é mais provável que as doenças mentais surjam (envolvendo contato regular com profissionais de saúde e apoio entre pares, juntamente com treinamento de habilidades, de modo que patologias recorrentes sejam identificadas e tratadas precocemente); e o uso de descobertas da pesquisa básica focadas na compreensão dos mecanismos da doença para desenvolver tratamentos personalizados e baseados em evidências que tenham como alvo o transtorno subjacente.

Além disso, esse isolamento, junto com o estigma associado aos transtornos alimentares (por exemplo, a percepção equivocada de que não são transtornos sérios e de que são uma escolha ou estão ligados à vaidade de mulheres jovens), tem dificultado o financiamento de pesquisas, já que os transtornos alimentares são frequentemente considerados muito específicos ou pouco sérios para serem priorizados por órgãos financiadores. 

Quando há financiamento direcionado para os transtornos alimentares, o foco costuma estar na pesquisa translacional (por exemplo, várias oportunidades do National Health & Medical Research Council e do Medical Research Future Fund na Austrália). Juntamente com esse foco dos financiadores, a ameaça real e imediata de morte por AN também gera um senso de urgência para focar (prematuramente) os esforços de pesquisa no tratamento, o que encoraja pesquisadores a submeterem propostas para ensaios intervencionistas subdesenvolvidos e pouco embasados em conhecimento mecanístico. 

Outras áreas da saúde mental têm uma base modesta, mas maior, de conhecimento mecanístico para sustentar seus estudos de tratamento (embora seja observado que muitos ensaios bem-sucedidos em outras condições psiquiátricas tenham se baseado em pouco conhecimento mecanístico, como o modelo glutamatérgico da esquizofrenia); no entanto, é necessária mais pesquisa fundamental para determinar o que contribui para o desenvolvimento e a manutenção da AN a fim de informar adequadamente a criação de tratamentos personalizados ou eficazes. Assim, embora seja imperativo financiar ensaios clínicos informados pelas limitadas evidências mecanísticas existentes, ressaltamos a necessidade paralela de um foco maior na compreensão de como e o que devemos direcionar para apoiar avanços impactantes e sustentáveis no tratamento da AN.

A natureza potencialmente fatal das consequências físicas da AN leva a um foco compreensível na estabilização médica e na restauração do peso corporal como primeira prioridade no tratamento. Esse foco resultou em tratamentos, especialmente aqueles realizados em ambientes intensivos (internação, hospital-dia ou residência terapêutica), que priorizam inicialmente o tratamento dos componentes físicos e comportamentais do transtorno para regular os comportamentos alimentares antes de abordar os componentes psicológicos subjacentes da doença. Esses tratamentos muitas vezes enfatizam o tratamento do componente psicológico em paralelo (ou têm como objetivo abordar os aspectos psicológicos indiretamente, por meio dos comportamentos), mas há uma priorização clara dos comportamentos alimentares desordenados e do baixo peso corporal associados à doença (isto é, argumentavelmente, manifestações secundárias e terciárias das cognições subjacentes à AN). 

Embora essa abordagem possa ser necessária em alguns casos, como quando questões psicológicas e distorções cognitivas são consequência da inanição, a priorização dos sintomas comportamentais ou físicos em detrimento dos aspectos psicológicos que podem motivar os comportamentos alimentares desordenados pode parecer inadequada para muitos indivíduos com AN. 

Para alguns, um foco estreito na restauração do peso é vivenciado como angustiante e invalidante, se isso não lhes parecer a parte mais perturbadora da doença, podendo também dificultar o enfrentamento adequado do transtorno. Embora certo nível de estabilização médica e restauração do peso seja necessário para que os indivíduos tenham capacidade cognitiva para se engajar no tratamento, uma vez que essa estabilização esteja estabelecida, são necessárias pesquisas para investigar uma abordagem mais holística para medir e alcançar o bem-estar. 

Especificamente, defendemos uma abordagem integrada desde o início, que não apenas aborde os sintomas comportamentais e físicos do transtorno, mas também trate explicitamente os mecanismos psicológicos que podem motivar essas manifestações.

A priorização atual dos sintomas físicos da AN também é evidente em programas de tratamento que enfatizam metas de peso como medida de sucesso terapêutico e nos muitos ensaios clínicos em AN que reportam o índice de massa corporal como desfecho primário. 

Embora o peso seja, indiscutivelmente, um desfecho importante, o foco na restauração do peso como principal medida de sucesso é insuficiente se não houver também um foco paralelo em sintomas comportamentais e físicos mais amplos e, acima de tudo, em mudanças nos sintomas psicológicos como métrica de resultado. Ensaios clínicos em AN demonstram que, embora a restauração do peso possa ser alcançada ao final do tratamento, os sintomas psicológicos frequentemente persistem e levam mais tempo para se resolver. Esses sintomas persistentes podem levar à recaída e ao retorno ao baixo peso, o que ocorre com frequência. 

Assim, tratamentos que focam nas contribuições psicológicas ao transtorno podem ser de importância particular, especialmente para indivíduos que não respondem aos tratamentos baseados em evidências atualmente disponíveis. Além disso, os ensaios clínicos em AN precisam de um foco maior nos desfechos (e mecanismos) psicológicos antes, durante e após o tratamento. Estudos de acompanhamento em longo prazo também são fundamentais para avaliar a durabilidade do progresso e a relação entre os avanços físicos, comportamentais e psicológicos ao longo do tempo.

Evidências emergentes demonstram que os impactos fisiológicos e neurológicos da perda de peso e do baixo peso na AN podem contribuir para a persistência da doença. Embora isso reforce a importância de reverter a perda de peso e o baixo peso, também levanta a possibilidade de que existam marcadores ou mecanismos importantes — e ainda pouco estudados — envolvidos no baixo peso na AN que poderiam representar novos alvos terapêuticos. Um foco restrito no peso como principal alvo do tratamento ou marcador de sucesso terapêutico pode estar obscurecendo nossas inovações em tratamento.

Futuro

É hora de o campo dos transtornos alimentares fazer esforços intencionais e estratégicos para romper as barreiras que nos têm limitado. Primeiro, precisamos desmantelar o isolamento que criamos em torno dos transtornos alimentares. Precisamos fazer esforços coordenados para aprender com outras áreas da saúde mental e aplicar esses aprendizados na pesquisa em transtornos alimentares. Devemos conduzir pesquisas multidisciplinares e colaborar ativamente com pesquisadores de outras áreas da saúde mental e disciplinas relacionadas (por exemplo, Xie et al., Robinson et al., Phillipou et al., Becker et al. e Bulik et al.). 

Além disso, precisamos participar — e incentivar nossos alunos e residentes a participar — de encontros científicos fora do campo dos transtornos alimentares e recrutar indivíduos de disciplinas não convencionais para se juntarem ao nosso trabalho. Devemos colocar os transtornos alimentares na linha de frente das agendas de financiamento, demonstrando que podemos aplicar os aprendizados de outras áreas da saúde mental para produzir pesquisas de alta qualidade que valham o investimento, sem precisar reinventar a roda — especialmente no que diz respeito a tratamentos personalizados, baseados em evidências, e à intervenção precoce (por exemplo, Dwyer et al. e McGorry et al.). Para incentivar os financiadores a levarem os transtornos alimentares a sério, precisamos educá-los — e ao público em geral — sobre o equívoco de que esses transtornos não valem investimento por serem considerados triviais ou muito específicos.

Em segundo lugar, embora seja claro que devemos continuar cuidando dos pacientes com os melhores tratamentos atualmente disponíveis, precisamos mudar o foco do peso corporal como objetivo terapêutico único ou predominante e como principal medida de desfecho nos ensaios clínicos. Em vez disso, devemos incluir (e validar) indicadores abrangentes de recuperação física (incluindo peso corporal), acompanhados dos aspectos psicológicos do transtorno, que podem levar mais tempo para se resolver e que devem continuar sendo monitorados a longo prazo. É importante ressaltar que, embora devamos continuar testando tratamentos com base teórica ou mecanística sólida, o foco na aplicação imediata desses tratamentos, quando não temos conhecimento suficiente para desenvolver intervenções eficazes, é ilógico e potencialmente prejudicial aos pacientes. Para tratar os pacientes de forma mais eficaz, precisamos compreender os mecanismos subjacentes e os fatores que contribuem para o desenvolvimento e a manutenção do transtorno, para que possamos direcionar adequadamente os tratamentos. Essa compreensão é um passo crítico e fundamental, que superará os impactos imediatos da maioria dos ensaios clínicos da área. Sem uma compreensão profunda e orientada por dados da AN, as tentativas de projetar e implementar ensaios clínicos podem ser prematuras e potencialmente desalinhadas com as necessidades dos pacientes. Como pesquisadores, precisamos aceitar essa realidade e defender, junto aos órgãos financiadores, o apoio a pesquisas que terão aplicabilidade translacional no longo prazo, serão mais impactantes e impulsionarão o campo.

Para que avanços significativos na pesquisa em AN levem a melhorias reais nos desfechos dos pacientes, recomendamos especificamente o seguinte:
Estudos colaborativos e multidisciplinares abrangentes sobre os fatores e mecanismos biológicos, psicológicos e socioculturais envolvidos no desenvolvimento e na manutenção da AN, a fim de orientar de forma mais precisa os esforços futuros de prevenção e tratamento.
Desenvolvimento de intervenções baseadas em evidências, personalizadas para os indivíduos e aplicáveis na prática clínica real.
Estabelecimento de marcadores para identificação precoce e tratamentos com foco em intervenção precoce, para modificar o curso da doença e impedir que a AN se torne crônica, enraizada e mais difícil de tratar.
Avaliação abrangente dos sintomas físicos, comportamentais, cognitivos e psicológicos — e de sua relação dinâmica — em vários momentos durante, ao final e após o tratamento, para melhor compreender o que funciona em quais tratamentos, como e para quem.

É claro que é importante observar que, embora o campo dos transtornos alimentares possa estar atrás de outras áreas da saúde mental em termos de opções terapêuticas eficazes, contribuições significativas já foram feitas para nossa compreensão, prevenção e tratamento da AN e de outros transtornos alimentares. Existem várias iniciativas lideradas por grupos de pesquisa em todo o mundo que se concentram nas áreas prioritárias aqui descritas (por exemplo, Walsh). Embora o campo tenha enfrentado um conjunto único de circunstâncias decorrentes do fato de lidar com um transtorno na interface entre mente e corpo — o que contribuiu para o progresso modesto da área —, devemos reconhecer essas barreiras históricas e superá-las. Precisamos reavaliar nossa compreensão da AN e fazer esforços coordenados para investir no estudo de suas bases, o que nos permitirá desenvolver os tratamentos de alta qualidade e eficácia que as pessoas com AN merecem.

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Inciativa premiada no Prêmio Euro - Inovação na Saúde
By Alberto Dias Filho - Digital Opinion Leader
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quinta-feira, 5 de junho de 2025

Qual médico cuida de gordura no fígado?

Tempos atrás um paciente no SUS me perguntou isso. Ela tinha ido ao hepatologista que atende no ambulatório comigo e o colega me encaminhou o paciente para avaliação. Então ele soltou a seguinte pergunta: " mas doutor, desculpa a minha pergunta, qual o médico que cuida de gordura no fígado? Por que fui no que a médica do posto me encaminhou e ele me mandou pro senhor".

A especialidade médica que cuida da gordura no fígado (esteatose hepática) é a Gastroenterologia ou, mais precisamente a Hepatologia. O médico hepatologista ele foca em doenças do fígado, das vias biliares e pâncreas relacionado ao sistema hepatobiliar. 

Entre as principais condições que um hepatologistra trata estão:  
1. Doenças do Fígado
- Esteatose hepática (gordura no fígado): Esteatose hepática não alcoólica (DHGNA) e esteatose alcoólica.  
- As Hepatites virais:  A, B, C, D e E.  
- Hepatite autoimune: Doença em que o sistema imunológico ataca o fígado.  
- Cirrose hepática: Estágio avançado de fibrose do fígado, causada por álcool, hepatites, esteatose, etc.  
- Fibrose hepática: Acúmulo de tecido cicatricial no fígado.  
- Hepatite tóxica: Danos ao fígado por medicamentos, drogas ou toxinas.  

2. Doenças das Vias Biliares
- Colangite biliar primária (CBP): Doença autoimune que afeta os dutos biliares.  
- Colangite esclerosante primária (CEP): Inflamação e fibrose dos dutos biliares.  
- Pedras na vesícula (colelitíase) e complicações: Quando afetam o fígado ou vias biliares.  

3. Tumores Hepáticos e Bilares
- Carcinoma hepatocelular (câncer de fígado): Frequentemente associado à cirrose ou hepatite B/C.  
- Metástases hepáticas: Câncer de outros órgãos que se espalha para o fígado.  
- Tumores benignos: Como hemangiomas e adenomas hepáticos.  

4. Doenças Metabólicas e Genéticas 
- Hemocromatose: Acúmulo excessivo de ferro no fígado.  
- Doença de Wilson: Acúmulo de cobre no fígado e cérebro.  
- Deficiência de alfa-1-antitripsina: Causa doença hepática e pulmonar.  

5. Complicações da Doença Hepática
- Ascite: Acúmulo de líquido no abdômen.  
- Encefalopatia hepática: Confusão mental devido à falência do fígado.  
- Varizes esofágicas: Vasos dilatados no esôfago que podem sangrar.  

6. Transplante Hepático
- Avaliação de candidatos a transplante.  
- Acompanhamento pós-transplante.  

Se você tem alguma condição hepática, o hepatologista é o especialista mais indicado para acompanhar seu caso, especialmente em situações complexas como cirrose, hepatites crônicas ou câncer de fígado.

Mas por que o especialista encaminhou o paciente para o Nutrólogo?

Simples, o paciente em questão precisa ter uma análise dos seus hábitos de vida e isso inclui:
Inquérito alimentar, com posterior dosagem laboratorial de alguns nutrientes, exames bioquimicos
Avaliação da prática regular de atividade física/exercício físico
Análise dos hábitos alimentares que podem interferir na esteatose 
Avaliação do sono

Tudo isso é competência do Nutrólogo. O paciente em questão não é portador de sobrepeso ou obesidade. Mas tem alimentação deficitária em alguns nutrientes. É sedentário. Tem ingestão excessiva de álcool aos finais de semana. Privação de sono. Ou seja, mereceu uma avaliação nutrológica. 

terça-feira, 3 de junho de 2025

O sono interfere no processo de emagrecimento? Por Dra. Lia Bataglini - Médica Nutróloga