quinta-feira, 18 de junho de 2015

Exercício e Perda de Peso: Um Mito Prejudicial

O post abaixo, foi publicado em um blog que gosto muito: http://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com.br

O tema é controverso, polêmico e ficou mais polêmico ainda após a publicação de um estudo Britânico esse ano.  Vale a pena ler o post.

Exercício e Perda de Peso: Um Mito Prejudicial

Há mitos e mitos. Há mitos interessantes e há mitos prejudiciais.

O aspecto cultural da mitologia grega é um exemplo da utilidade representativa dos mitos.

O mito de que o arco-íris tem 7 cores é atraente, melhor do que falar a realidade de que o arco-íris não tem cores individuais, tem um espectro contínuo de cores. É apenas um artefato da percepção humana que faz com que ele apareça como uma série de cores separadas. Esse mito, proveniente de uma ilusão visual, não é prejudicial.

Por outro lado, quando os mitos nos desfocam de verdades práticas, estes podem se tornar indesejáveis. A ideia de que a prática regular de exercício físico causa redução de peso significativa é exemplo de um mito prejudicial, causado por uma ilusão cognitiva.

Para resolver a ilusão visual do arco-íris, precisamos de aparelhos especiais de visualização. Para resolver nossas ilusões cognitivas de interpretação do mundo real, precisamos da aparelhagem do método científico.

Ao acreditar fortemente que exercício possui um efeito direto na perda de peso, cada pessoa que  percebemos perder peso durante atividade física servirá de confirmação para nossa crença. E as pessoas que não perdem peso são eliminadas de nossa memória. É o viés cognitivo de confirmação selecionando os casos positivos.

Já o método científico é estatístico, pois leva em conta as pessoas que perdem e as que não perdem peso. E compara a frequência de sucesso na perda de peso entre pessoas que fazem e que não fazem exercício. Em segundo lugar, o método científico se preocupa com vieses. Será que as pessoas que perdem peso fazendo exercício obtém este efeito porque melhoram a dieta em paralelo? Dieta aqui funciona como uma potencial variável de confusão. E como resolver essa confusão? Através de ensaios clínicos randomizados, pois como sabemos a randomização tornam homogêneos os grupos intervenção e controle, eliminando inclusive diferenças de hábitos alimentares, pelo menos no momento baseline.

Em 2010, o US Prevention Task Force publica a revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados comparando orientação para atividade física versus controle, não evidenciando redução estatisticamente significante de adiposidade. Poderíamos imaginar que os indivíduos do grupo exercício enrolaram e não praticaram devidamente. Mas estes estudos descreveram um aumento significativo da prática de atividade e melhora da capacidade funcional no grupo intervenção. Portanto, este não foi um viés. Vejam figura abaixo.



Um ano após, em 2011, é publicado no New England Journal of Medicine o ensaio clínico  randomizado "Weight Loss, Exercise, or Both and Physical Function in Obese Older Adults”, reforçando a ausência de efeito do exercício no peso. Observem o gráfico abaixo, que representa o peso de 4 grupos ao longo de 1 ano: dieta isolada, exercício isolado, ambos ou nada (controle). A linha do grupo exercício isolado está colada na linha do grupo controle. E a linha do grupo exercício e dieta, está colada na linha do grupo dieta isolada. Primeiro, sozinho o exercício não promoveu perda de peso; segundo, o exercício não potencializou a perda de peso da dieta. O resultado é evidente.

Mas o peso não depende apenas de gordura. Seria interessante avaliarmos o impacto do exercício na massa gorda. E isso foi feito pelo estudo, demonstrando que quando o exercício foi associado à dieta a redução de massa gorda foi menor (- 6.3 ± 2.8 Kg) do que a dieta isolada (- 7.1 ± 3.9 Kg).



De fato, exercício nos faz gastar algumas poucas calorias. Mas o que nós perdemos no exercício é facilmente reposto por uma garrafa de Gatorade + 1 banana. E normalmente nós superestimamos o quanto podemos comer a mais por conta do gasto calórico do exercício. Por isso que às vezes até ganhamos peso com o exercício.

E quanto ao metabolismo? Se este aumenta, não aumenta o suficiente para ter efeito no peso, seria apenas a tentativa de convencer que algo funciona através de um argumento mecanicista. Pífio.

Portanto, este é um mito médico. Agora vem a segunda questão, é um mito prejudicial ou tanto faz?

Ao colocar parte da responsabilidade da perda de peso no exercício, retiramos erroneamente parte da responsabilidade da dieta. Vejo com frequência afirmações do tipo “estou fazendo dieta e não perco peso. Preciso começar a fazer exercício." Observem a perda de foco. O que a pessoa precisaria pensar é que deve aprimorar a dieta. Acreditar que o segredo para a resolução do problema está na associação com exercício é anti-científico e não promove a mudança necessária na dieta.

Há pessoas inclusive que acham poder fazer uma dieta menos restrita pois estão fazendo exercício, o que tende a reduzir a efetividade da dieta.

Administradores sabem que foco é o maior segredo gerencial e controle do peso é um dos grandes exemplos de dependência do bom gerencialmente pessoal. Esse mito nos desfoca.

Por outro lado, devemos reconhecer que do ponto de vista pragmático, exercício pode contribuir para a perda de peso em alguns, pois como parte de uma medida geral de mudança de hábitos, pode motivar a pessoa a reduzir a infesta calórica. Imaginem uma pessoa que passa a ter o hobby de corrida. É comum que ao lado disso a pessoa se motive a iniciar uma dieta, pois a perda de peso poderá melhorar seu desempenho na corrida. O exercício entra como um motivador da dieta. Isso é positivo. Porém é diferente de confundir isso com efeito direto do exercício. Há uma evidente utilidade clínica em reconhecer a diferença destas duas coisas.

Já não é a primeira, nem segunda vez que discuto evidências que desmistificam certos benefício do exercício neste Blog. Uma postagem bastante discutida foi a do estudo LOOK-AHEAD, estudo que ficou com a hipótese nula da ausência de beneficio cardiovascular. Isto pode fazer parecer que tenho preconceito contra exercício. O que me salva é meu hábito diário de fazer 1 hora e meia de exercício, pois reconheço outros benefícios da atividade física que vão além da redução de peso ou de risco cardiovascular. Essas reflexões não vêem de um preconceito contra exercício, mas sim de uma predileção em utilizar a lente científica para filtrar as ilusões do mundo real.

Considerando um potencial efeito motivador para uma dieta mais adequada e outros benefícios advindos do exercício (funcionalidade, bem estar, qualidade de vida), pessoalmente sou um incentivador da atividade física quando converso com meus pacientes. Porém há uma diferença entre incentivar e indicar a atividade física como parte de uma conduta preventiva ou terapêutica. Há diferença entre incentivar e impor um falsa verdade para nosso cliente. Esta distinção deve fazer parte de nosso processo de decisão compartilhada.

Devemos também reconhecer que há conflitos de interesse por trás de tudo isso. Indústria produtora de produtos esportivos, equipamentos, novas formas de exercício, academias têm grande interesse em exagerar estes benefícios, sugerindo o sedentarismo como um fator de risco cardiovascular.  Sedentarismo é associado a risco em uma visão univariada, pois o sedentário tem outras características que causam aumento de risco. A validação final de que sedentarismo seria um fator de risco, estaria no critérios de reversibilidade, o mais importante dos Critérios de Causalidade de Hill. E este critério não confirma a ideia. Pois uma variável é fator de risco quando o controle dela reduz o risco do paciente. E estes trabalhos demonstraram que o controle do sedentarismo não reduz o risco. Este é um interessante paradigma a ser discutido.

Observem que o magro que faz exercício quase invariavelmente é disciplinado na dieta. Exercício e dieta vêm junto no pacote de disciplina no indivíduo.

Desta forma, devemos abandonar a fantasia e considerar que o efeito do exercício na perda de peso é um mito que cria uma expectativa prejudicial.

O Mito do Exercício na Perda de Peso pode ser comparado ao Mito do Amor Romântico, prevalente nos dias de hoje. Este mito cria uma expectativa que prejudica o relacionamento de casais, pois pressupõe que as partes devam se complementar plenamente, correspondendo com perfeição aos anseios mútuos, como Romeu e Julieta. Esta expectativa leva a frustração e insatisfação de uma pessoa para com a outra.

Evitando o Mito do Amor Romântico seremos mais tolerantes e aprenderemos a admirar eventuais diferenças de nossos companheiros. Evitando o Mito do Exercício na Perda de Peso, teremos mais foco na medida que de fato impacta no peso, a dieta.

Assim como no amor, o pensamento de vanguarda deve abandonar a visão romântica quanto aos benefícios do exercício, evitando uma distorção da realidade que acaba por inibir o aprimoramento de medidas realmente efetivas. Isto não impede de incentivarmos a prática do exercício, sob o paradigma da qualidade de vida. Devemos ser ao mesmo tempo entusiastas da verdade científica e entusiastas da qualidade de vida promovida pelo movimento saudável de nosso corpo.

Fonte: http://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com.br/2015/06/exercicio-e-perda-de-peso-um-mito.html?spref=fb

terça-feira, 9 de junho de 2015

Proteínas e dieta Vegana

Para aqueles que acham que a dieta vegana não alcança a quantidade mínima de proteína por dia. Por já ter sido ovolactovegetariano recebo frequentemente pacientes que optaram por retirar produtos de origem animal da dieta. Há muitos mitos sobre o tema. Hoje apesar de não ser mais ovolactovegetariano, defendo a dieta, desde que feita sob supervisão de nutricionista experiente na área.

No consultório nunca vi algum vegetariano com hipoproteinemia (baixa quantidade de proteínas no sangue, seja ela albumina ou globulina), muito menos com sarcopenia. Isso prova que a dieta quanto bem elaborada, consegue fornecer um bom perfil de aminoácidos essenciais (aqueles que nosso corpo não consegue produzir e são oriundos da dieta: Triptofano, treonina, histidina, fenilalanina, lisina, metionina, leucina, isoleucina, valina). Porém é comum encontrarmos níveis marginais de Vitamina B12 e ferro (hipoferritinemia).  Mesmo a vitamina B12 se reciclando na circulação enterohepática e mesmo existindo boas fontes de ferro no reino vegetal (ferro não-heme, que é de baixa absorção por não ter ao redor dele o anel de porfirina, o que facilita que substâncias antinutricionais dificultem a sua absorção). Lembrando que o consumo de fontes naturais de vitamina C (ácido ascórbico) potencializa a absorção tanto do ferro-heme quanto do não-heme. Já o cálcio diminuiu a absorção de ambos. Independente de você com carne e receber ferro-heme, é essencial que você consuma fontes vegetais de ferro para alcançar a necessidade diária mínima de ferro, que é de 1 a 2mg/dia de ferro elementar.





SE a dieta for elaborada adequadamente por uma nutricionista com experiência na área, os riscos dessas deficiências são minimizados. Muitas vezes a B12 demora até 4 anos para ficar deficiente, já os níveis de ferritina (principalmente em mulheres) caem mais rapidamente.

Abaixo um vídeo do Dr. Eric Slywitch sobre o tema.



A menos que você tenha doença celíaca, a sensibilidade ao glúten provavelmente é apenas na sua cabeça

Muito interessante a reportagem abaixo. Eu acredito que há sim indivíduos com sensibilidade não-celíaca ao Glúten, mas é uma minoria e ainda não há nada bem estabelecido na literatura. 

90% das vezes as pessoas apresentam melhora dos sintomas gastrintestinais ao retiraram glúten, unicamente por ele ser rico em frutano e entrar no grupo de FODMAPS. 

Enquanto médicos e nutricionistas não estudarem decentemente a estratégia FODMAP (validada cientificamente, nível de evidência II para síndrome do intestino irritável), ficarão cortando desnecessariamente (e iatrogenicamente) glúten e outros alimentos da dieta dos pacientes. 

A maioria dos pacientes que apresentam melhora com a retirada do trigo, possuem na verdade Síndrome do Intestino irritável. Terão melhora não apenas com a retirada do glúten, mas diversos alimentos do grupo de FODMAPS. Tenho visto isso na prática com a nutricionista que trabalha comigo e estamos surpresos com os resultados da estratégia FODMAP. Pena que a maioria dos médicos e nutricionistas desconheçam. 


Unless You Have Celiac Disease, Gluten Sensitivity is Probably Just in Your Head

By now, you’ve probably heard of gluten-free diets. They’re a necessity for the estimated 2 million Americans with celiac disease. For them, eating gluten can trigger an immune response in their small intestines, damaging the organ’s villi that help absorb nutrients. Excluding the protein from their diets saves celiac disease sufferers from intense bouts of intestinal discomfort and other symptoms.

But for many other Americans, eliminating gluten probably does little to ease their symptoms.

That finding comes from a new study led by Peter Gibson, a professor of gastroenterology at Monash University in Australia. Gibson is the same researcher who published a paper in 2011 that reported gluten sensitivity in non-celiac patients. The results of that paper didn’t sit well with him, so he designed a more rigorous study involving 37 patients who didn’t have celiac disease but reported feeling better when on a gluten-free diet.

Ross Pomeroy, writing at Real Clear Science:

Subjects would be provided with every single meal for the duration of the trial. Any and all potential dietary triggers for gastrointestinal symptoms would be removed, including lactose (from milk products), certain preservatives like benzoates, propionate, sulfites, and nitrites, and fermentable, poorly absorbed short-chain carbohydrates, also known as FODMAPs. And last, but not least, nine days worth of urine and fecal matter would be collected. […]

They were first fed a diet low in FODMAPs for two weeks (baseline), then were given one of three diets for a week with either 16 grams per day of added gluten (high-gluten), 2 grams of gluten and 14 grams of whey protein isolate (low-gluten), or 16 grams of whey protein isolate (placebo). Each subject shuffled through every single diet so that they could serve as their own controls, and none ever knew what specific diet he or she was eating. After the main experiment, a second was conducted to ensure that the whey protein placebo was suitable. In this one, 22 of the original subjects shuffled through three different diets — 16 grams of added gluten, 16 grams of added whey protein isolate, or the baseline diet — for three days each.

After the subjects moved off the baseline diet and onto one of the treatment diets, they reported more intestinal pain, bloating, gas, and nausea, regardless of whether the treatment diet was high-gluten, low-gluten, or placebo.

The placebo results were what really stood out to Gibson—patients who received the same diet in the baseline and treatment phases still reported a worsening of symptoms. Gibson says this is a nocebo effect—in other words, it was all in their heads.

So what’s causing these symptoms? Gibson and his co-authors Jessica Biesiekierski and Jane Muir think FODMAPs are a leading candidate. Gluten-free diets seem to help people who report gluten sensitivity because those foods often happen to be free of FODMAPs, the researchers report. Though FODMAP may be an ominous sounding acronym, compounds in the group are found in many everyday foods, nearly all of which are unprocessed and include apples, asparagus, artichokes, milk, pistachios, pears, and lentils.

Fonte: http://www.pbs.org/wgbh/nova/next/body/unless-you-have-celiac-disease-gluten-sensitivity-is-probably-just-in-your-head/

Suplementação tem indicação


De vez em quando o Ministério da Saúde acerta em algumas postagens. Eu incluiria aí o uso de polivitamínicos e poliminerais. Cada vez que um ser compra por conta própria um polivitaminico ou polimineral uma fada morre, um médico infarta e uma nutricionista convulsiona.

ATENÇÃO: Suplementação APENAS sob supervisão de médico ou nutricionista. Whey protein não é isento de efeito colateral, nem BCAA, nem Glutamina, nem termogênico, nem creatina, nem óleo de cártamo e muito menos fitoterápicos. O que é "natural" também mata.

Evolução nutricional apesar dos pesares



A revolução saudável não aconteceu à toa: enquanto redes tradicionais de fast food enfrentam perdas de faturamento no mundo todo, marcas alternativas, que já nasceram apoiadas na bandeira da alimentação saudável, crescem.

Em 2014, as vendas globais do McDonald's caíram 1% –descontando novas lojas. Por aqui, os números ainda são favoráveis: no primeiro trimestre deste ano o faturamento aumentou 3% em relação ao mesmo período de 2014.

Enquanto isso, o Seletti, rede de comida saudável, espera que o faturamento aumente 45% em 2015. "Temos pesquisas de mercado mostrando que a saúde é um fator preponderante na escolha do consumidor. Para a sobrevivência de todo o setor de alimentação, as redes têm que oferecer opções saudáveis", diz João Baptista da Silva Júnior, coordenador do Comitê de Alimentação da ABF (Associação Brasileira de Franchising). Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/06/1639573-por-sobrevivencia-redes-de-fast-food-anunciam-menus-mais-saudaveis.shtml

Bisfenol-A

Reportagem sobre Bisfenol-A que participei na revista Bianchini.






terça-feira, 26 de maio de 2015

Dieta sem glúten ?


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Alumínio


Os seres humanos estão sofrendo um aumento estrondoso na exposição ao alumínio (Al). Uma situação que só tende a piorar. O alerta é do professor Christopher Exley, da Universidade de Keele (Reino Unido), em um estudo sobre a exposição humana ao metal. O Al não tem função biológica conhecida e é reconhecidamente uma toxina ambiental. O solo do cerrado é muito rico em alumínio e por isso quase sempre aparece nos mineralogramas capilares.

A exposição humana ao AL está implicada em um grande número de doenças crônicas, incluindo doenças ósseas, autoimunes, câncer e neurodegenerativas. Principalmente diminuição da capacidade cognitiva (memória é concentração). ⚠ A melhor forma de detectar intoxicação crônica por alumínio é através do mineralograma capilar.

Dicas para evitar a contaminação mas com pouca comprovação científica:
1) Trocar as panelas de Al por panelas de vidro ou de aço inox. Se for impossível, não ariar as panelas e raspar utensílios no fundo da panela.
2) Trocar os desodorantes convencionais (possuem cloridrato de alumínio que obstrui os poros para que vc não transpire) por desodorantes sem Al.
3) Evitar consumir alimentos armazenados em recipientes que contem AL (enlatados, embalagem tetrapark).
4) Procurar um nutricionista ou nutrólogo para adequar a dieta aumentando o aporte de Magnésio e Cálcio já que eles tendem a "deslocar" o Al dos seus sítios e diminuir a absorção.

Na prática a maior fonte de contaminação é oriunda do próprio solo local (exemplo o solo do cerrado) e da água (já que as empresas que tratam a água, utilizam sulfato de alumínio para tratar a água).

Tratamento medicamentoso: Quelação endovenosa com Desferal ou EDTA cálcico.
Tratamento nutricional: Alimentos competidores: fontes de magnésio e cálcio. 

Chumbo


Há mais de 4.000 anos o chumbo é utilizado sob várias formas. Compostos de chumbo são absorvidos por via respiratória e cutânea.

Os principais usos estão relacionados às indústrias extrativa, petrolífera, de baterias, tintas e corantes, cerâmica, cabos, tubulações e munições. Também pode ser incorporado aos alimentos durante o processo de industrialização ou no preparo doméstico. Outra fonte são as tintas à base de chumbo e fumaça de automóveis.

O sistema nervoso, a medula óssea e os rins são considerados órgãos críticos para o chumbo. Seus efeitos no Sistema nervoso central (SNC) dependerá do tempo de exposição, da quantidade absorvida. Sintomas: aumento da pressão arterial, déficit cognitivo, irritabilidade, dificuldade de concentração, memória deficiente, anemia.

Diagnóstico: intoxicação crônica pode ser detectada via mineralograma capilar, preferencialmente pêlos pubianos. Se níveis muito elevados, pode ser detectado na dosagem sérica ou urinária.

Tratamento: quelação endovenosa com EDTA ou Quelação via oral ou retal com DMSA

 #metaistóxicos #Chumbo #Lead #Mineralograma #MedicinaAmbiental #Toxicologia #EDTA #Alimentação  #SemTerrorismoNutricional #Ética #CiênciasNutricionais #SemModismos #MenosÉmais

Dia mundial de combate à Hipertensão arterial sistêmica


No dia 26 de Abril é comemorado o dia de Combate à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Segundo a OMS, a HAS é o principal fator de risco de doenças cardiovasculares. Por ser uma doença silenciosa, grande parte dos pacientes não sabe que possuem.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, uma em cada 4 pessoas adultas tem HAS. Assim, estima-se que a doença atinja, no mínimo, 25% da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos.

Ela é a responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. As graves consequências da HAS podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com adequado controle da pressão.

Dicas para prevenir a HAS:

1) Afira a pressão pelo menos uma vez por ano.

2) Pratique atividades físicas regularmente.

3) Mantenha o peso ideal.

4) Adote dieta DASH caso tenha história familiar de HAS.

5) Evite álcool.

6) Não fume.

7) Evite o estresse.

Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) é um padrão alimentar que incentiva o consumo de certos alimentos e exerce um importante impacto na redução da pressão arterial. Ajuda a controlar o colesterol e sua grande vantagem é que não exclui nenhum grupo alimentar.

Estudos mostram que a adesão a esse estilo alimentar reduz em 14% o desenvolvimento de hipertensão, funcionando positivamente na prevenção de doença cardiovascular. A dieta DASH é rica em fibras e nos minerais potássio, cálcio e magnésio, e esses micronutrientes trazem benefícios sobre a pressão arterial. Orientações da DASH:

1- Escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes, utilizando-os em pequena quantidade.

2- Comer muitas frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção é igual a uma concha média). 3- Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia.

4- Preferir os alimentos integrais, como pães, cereais e massas integrais ou de trigo integral.

5- Comer oleaginosas (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco porções por semana (uma porção é igual a ⅓ de xícara ou 40 gramas de castanhas, duas colheres de sopa ou 14 gramas de sementes, ou ½ xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas).

6- Reduzir as gorduras saturadas . Utilizar óleos vegetais insaturados (como azeite, soja, milho).

7- Evitar o sal. Evitar também molhos e caldos prontos, além de produtos industrializados.

8- Diminuir ou evitar o consumo de doces e bebidas com açúcar.

Fonte: www.nhlbi.nih.gov/health/public/heart/hbp/dash/new_dash.pdf

Radicais livres: será que devemos combatê-los ? por Prof. Guilherme Artioli

Esse é o 1o de 2 posts sobre o tema - Essas pequenas partículas subatômicas têm dado o que falar, e não por menos. Sua principal característica físico-química chega a assustar: são altamente instáveis e, portanto, altamente reativas, podendo se ligar a vários tipos de moléculas a fim de tornarem-se estáveis.

O problema é que a reação entre um radical livre e uma molécula qualquer pode modificar a estrutura e a função dessa molécula. A consequência? Perdas funcionais.


Mas será que precisamos deliberadamente tomar medidas para combatê-los? As espécies reativas de oxigênio são produtos naturais dos processos oxidativos que ocorrem em nossas células, nas mitocôndrias. Portanto, produzir energia implica em produzir radicais livres, e não há como evitar tal produção. Uma vez que os músculos produzem muita e são dotados de muitas mitocôndrias, eles acabam sendo um dos principais locais de produção das EROs.

O problema é que, dentro das mitocôndrias, existe muito DNA, que pode sofrer danos. Outro problema é que as mitocôndrias se renovam e, para tanto, precisam copiar o material genético (DNA) das mitocôndrias já existentes. Se o DNA já estiver danificado, a cópia conterá os danos anteriores, os que se somarão aos novos danos. O resultado desse acúmulo de danos ao DNA ao longo do tempo é a diminuição da função da mitocôndria.

Em outras palavras, ao longo do tempo (leia-se envelhecimento), ocorre um acúmulo de danos ao DNA mitocondrial, os quais resultam em diminuição da capacidade de produzir energia. Essa é a base da teoria do envelhecimento mitocondrial e, não ao acaso, ao envelhecer, perde-se progressivamente sua capacidade de produzir energia e de realizar exercícios que dependem do metabolismo aeróbio.

Por esse mesmo motivo, o combate aos radicais livres promete efeitos “antienvelhecimento”. Mas já iremos abordar essa questão em mais detalhes. Em outros tecidos, eles também podem ter efeitos deletérios -cerca de 50 doenças já foram associadas a algum tipo de desequilíbrio entre produção de radicais livres.

Amanhã discutiremos a relevância para o exercício e se a suplementação pode ou não trazer benefício.

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Continuando o post de ontem - Embora os radicais livres (RL) e EROs tenham sim papel em diversas doenças e no envelhecimento, é importante fazermos uma distinção entre produção fisiológica de radicais livres e estresse oxidativo.

Nosso organismo é dotado de diversos sistemas de defesa contra os danos provocados pelos RL, e eles funcionam muito bem quando estão em equilíbrio. Mais ainda, os RLs atuam como desencadeadores de efeitos benéficos, especialmente no contexto do exercício físico.

Estudos mostram que o exercício aumenta a produção de RLs, mas que aumentam também as defesas antioxidantes naturais, de tal forma que o equilíbrio se mantém. Mostram ainda que os RLs SÃO NECESSÁRIOS PARA QUE O ORGANISMO SE ADAPTE AO EXERCÍCIO.

Ao combater artificialmente os RLs, combatemos adaptações que são benéficas. É como se o tiro saísse pela culatra. Em um outra situação bastante diferente, existe o estresse oxidativo.

Nesses casos, a produção de RLs excede em muito a capacidade do organismos de neutralizá-los. Isso pode acontecer em doenças que resultam em perda das defesas antioxidantes ou em aumento da produção de RLs.

Outra situação comum é quando há excesso de exercício físico, especialmente o aeróbio intenso de longa duração (duas horas, ou mais). Embora volumes de treino assim elevados sejam raros, atletas de longa duração estão muito sujeitos aos danos causados pelo estresse oxidativo.

Como sempre dizemos: esporte de alto-nível está longe de ser saudável. Mas para o indivíduo comum, que simplesmente vai à academia e pratica seus treinos aeróbios 2-4 vezes na semana, os RLs são mais benéficos do que maléficos e, logo, não há porque combatê-los.

Para quem não se sujeita às rotinas de treino de atletas de competição, a literatura é bastante clara: NÃO EXISTEM BENEFÍCIOS COM A SUPLEMENTAÇÃO DE ANTIOXIDANTES (vitaminas A, C e E e coenzima Q10, entre outros). Ao contrário, ela pode até atrapalhar as adaptações ao exercício.

Para quem é atleta, apesar do estresse oxidativo ser uma preocupação legítima, o uso de suplementos também não parece ser muito efetivo. É o que mostram diferentes estudos. Prof. Guilherme Artioli

Creatina e queda de cabelo por Dr. Bruno Cosme



A Diidrotestosterona (DHT) está correlacionada com a perda de cabelo e tudo que ocasione o aumento da DHT pode ocasionar perda de cabelo em pessoas geneticamente susceptíveis (componente genético forte). Devido a isso, tudo que eleva a DHT pode implicar no aceleramento da perda capilar.

E a suplementacao com creatina foi implicada no aumento de DHT em um estudo e tb no aumento da relação DHT/Testosterona. Como se trata de apenas um estudo, é necessário que este seja reproduzido mais vezes ou até mesmo estudos diretos envolvendo creatina e perda de cabelo.

Então se você tem predisposição genética, preza muito por seu cabelo e não quer arriscar aumentar a queda, não suplementaria com creatina. Ou até mesmo suplementar caso necessário e suspender caso perceba aumento da queda.

Consulte um profissional que te oriente quanto a doses e necessidade de suplementação. Gosto muito da creatina, um dos poucos suplementos comprovadamente eficazes e com diversos benefícios para praticantes de atividades físicas, e até mesmo idosos.


Fontes vegetais de ômega 3


"Pq vcs ñ podem acreditar em tudo que vêem no facebook. Não é nem que esta publicação está errada (até porque não fui conferir o teor de omega 3 em ambos alimentos), ela não faz é sentido. O ômega 3 vindo de vegetais está longe de ser o omega 3 de origem animal.

Nos vegetais está na forma ALA e nos animais nas formas EPA e DHA. Cada um deles com atuações distintas e/ou complementares. Por isso não podemos tê-los por farinha do mesmo saco...

Quando ingerimos ALA, a conversão deste em EPA e DHA, dentro de nosso organismo é muito baixa. Não faço aqui nenhuma recomendação ou contra-indicação.

Apenas deixando a dica, que as coisas não são o que parecem ser. Procurem por informações mais concretas do que aquilo que circula por aqui." por Nutricionista Emanuele Salustiano


 #Nutrologia #ABRAN #Ômega3 #Salmão #Chia #Linhaça #EPA #DHA #ALA

Diabetes e Alzheimer


Excelente post da minha amiga Dra. Tatiana Abrão - endocrinologista e nutróloga em Sorocaba - SP.

Excelentes pastagens. "Ainda do COPEM, uma aula de Endocrinologia e Demências .

É claro que não faltou o assunto Diabetes e Alzheimer (DA). Aliás, o diabetes pode aumentar o risco de Demências , incluindo o Alzheimer em até 50% (segundo relatório divulgado pela ADI), mostrando que a doença não tem apenas relação com a genética, envelhecimento e o nível de atividade intelectual.

Devemos ainda intervir nos fatores evitáveis para reduzir os riscos de demência, como o tabagismo. Hipertensão Arterial ( pressão alta) e diabetes, que por si reduzem o risco cardiovascular. Estes riscos afetam os vasos sanguíneos levando a demência vascular ou sua piora.

Quanto ao Alzheimer (DA), diretamente por resistência Insulínica cerebral por um acúmulo de oligômeros de beta amilóides no cérebro, e estas substâncias agem como neurotoxinas, aumentando estresse oxidativo, perda de sinapses ( conexões entre os neurônios), sendo que prejudicam a sinalização neuronal por insulina, ligados ainda a citocinas inflamatórias, como TNF alfa causando estresse metabólico, causando perda de sinapses e déficit de memória em modelos animais.

A insulina protege as sinapses destas neurotoxinas, e sua sinalização é muito importante tanto para o aprendizado quanto para a aquisição e consolidação da memória. Tem inclusive estudos de medicamentos para diabetes, inclusive análogos de GLP1 e insulina nasal, para melhora da doença, pelo menos interrompendo o declínio cognitivo em humanos.

Ainda estão em estudos estas medicações para a DA, e os estudos tanto neste caminho, quanto no caminho de outras drogas, como a DFMO, que age bloqueando a CD11 no início da DA.

Mas intervindo na mudança do estilo de vida, atividade física e dieta, combatendo o tabagismo, Hipertensão e Resistência Insulínica/ Diabetes, já é um bom começo.

 #copem #insulina #resistênciainsulínica #ri #alzheimer #demências #demênciavascular #déficitcognitivo #memória #betaamilóide #endocrinologia #nutrologia #diabetes #diabetescerebral #diabetestype3

Só é nutrólogo quem tem título


Só é nutrólogo quem tem TÍTULO ou RESIDÊNCIA. Quem ainda não tem título ou não fez residência é apenas aspirante. 

Nesse grupo eu me incluo, fiz a pós-graduação de Nutrologia na Associação Brasileira de Nutrologia mas isso não me dá o direito de sair divulgando que sou nutrólogo. Apenas quando passar na prova de título que é em setembro. 

Campanha por uma medicina mais ética e com respeito á legislação.

Se você tem dúvidas se o seu médico é especialista, basta entrar no link abaixo:
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59

1) digitar o nome dele
2) selecionar o estado
3) preencher o quadrado com as letras e números mostrados
4) clicar em buscar

Caso ele tenha alguma especialidade registrada, aparecerá o nome da especialidade e o número do RQE. Se não apresentar, provavelmente ele não é especialista.







Campanha do Ministério da Saúde


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Controvérsias

Afinal, juridicamente, médico pode prescrever dieta?

DESPACHO SEJUR Nº 277/2014
Expediente nº 4159/2014
Referência: Consulta oriunda da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Assunto: Elaboração de Dietas alimentares por médicos.

Chegou a este CFM correspondência oriunda da Sociedade Brasileira  de Endocrinologia e Metabologia, sob o expediente acima em referência, onde se relata o recebimento de Consulta formulada por profissional de Educação Física, o qual narra trabalhar em “academia de musculação e
vem observando a prescrição de dietas por Endocrinologistas”. Esta consulta foi formulada nos seguintes termos:

“Pergunta se “existe alguma lei que regulamenta a prescrição de dietas por médicos endócrinos?, acrescentando que “Mesmo que o mesmo tenha uma formação em Endocrinologia e Metabologia, a lei nº 8.234, de 17 de setembro de 1991, priva somente aos nutricionistas a prescrição,
planejamento, coordenação, supervisão e avaliação de estudos dietéticos.” Complementa sua correspondência da seguinte forma: “Se existe alguma lei que regulamenta este exercício, por favor me encaminhe em resposta”.

Assim, sob o entendimento de que a matéria envolva a “categoria médica em geral”, a Sociedade Médica em questão entendeu pela remessa do caso a esse Conselho Federal.

Na data de 25.07.2014, o DEPCO encaminhou o expediente para exame deste SEJUR.

No essencial, é relatório.

Consoante reza o parágrafo único do art. 2º da Lei 12.842/2013(Lei do Ato Médico), “O médico desenvolverá suas ações profissionais no campo da atenção à saúde para: I - a promoção, a proteção e a recuperação da saúde: II – a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças; III – a reabilitação dos enfermos e portadores de deficiências”.

Já a Lei 8234/91, que regulamenta a profissão de nutricionista, assim dispõe;
Art. 3º São atividades privativas dos nutricionistas:
[...]
II – planejamento, organização, direção, supervisão e avaliação de serviços de alimentação e nutrição:
[...]
VIII – assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e a nível de consultórios de nutrição e dietética, prescrevendo, planejando, analisando, supervisionando e avaliando dietas para enfermos.
Art. 4º Atribuem-se, também, aos nutricionistas as seguintes atividades, desde que relacionadas com alimentação e nutrição humana:
[...]

VII – prescrição de suplementos nutricionais, necessários à complementação da dieta;
[...]

Conjugando-se os dispositivos legais supra transcritos, via de regra, tem-se que a prescrição de dietas alimentares por médicos, destacadamente por endocrinologistas e nutrólogos, revestir-se-á de
legalidade quando tiver por pressuposto o diagnóstico de uma doença e tiver um objetivo terapêutico, isto é, voltada à prevenção ou ao tratamento de uma enfermidade/deficiência.

Por outro lado, a prescrição de planos alimentares, com fins meramente dietéticos, ou estéticos (sem envolver um diagnóstico), afigurase como ato privativo dos nutricionistas.

Tal compreensão poderia gerar alguma perplexidade tendo em vista a redação do inc. VIII de art. 3º supra transcrito. Este dispositivo, dentre outros comandos, reza ser atribuição privativa dos nutricionistas a prescrição de dietas para enfermos em ambiente hospitalar.

Uma leitura fria e descontextualizada desta norma poderia gerar a errônea compreensão de que o profissional médico estaria alijado do ato de prescrever dietas alimentares com finalidade terapêutica em ambiente hospitalar.

Contudo, esta prescrição de dietas hospitalares tem por antecedente a realização do diagnóstico de uma moléstia. E o diagnóstico não é senão uma atribuição exclusiva dos médicos, conforme melhor interpretação da Lei 12.842 de 10 de julho de 2013 (Lei do ato médico).

Em assim, pelo critério temporal, a Lei do Ato Médico, posterior à Lei 8234/91, revogou parcialmente (derrogou) o inc. VIII, do art. 3º deste diploma, no que toca especificamente à possibilidade do Nutricionista “prescrever” dietas no âmbito hospitalar para enfermos. Haverá sempre a possibilidade do profissional nutricionista elaborar um programa alimentar, conforme a prescrição (com diagnóstico) médica de uma determinada dieta com fins terapêuticos.

Do ponto de vista exclusivamente jurídico, é o que nos parece, s.m.j.

Brasília-DF, 30 de julho de 2014

Fonte: http://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/transcric%CC%A7a%CC%83o_do_oficio_do_cfm_elaborac%CC%A7a%CC%83o_de_dietas_alimentares_por_me%CC%81dicos_sem_logo.pdf

domingo, 3 de maio de 2015

Comedores Compulsivos Anônimos em Goiânia

Quem somos 

Comedores Compulsivos Anônimos é uma Irmandade de indivíduos que, compartilhando experiências, força e esperança estão se recuperando do comer compulsivo. Em CCA damos as boas-vindas a todos que desejam parar de comer compulsivamente. Não há taxas ou mensalidades para ser membro de CCA; somos auto-sustentados por meio de nossas próprias contribuições, não solicitando nem aceitando doações de fora. CCA não se filia a nenhuma organização pública ou privada, movimento político, ideologia ou doutrina religiosa; não tomamos posição em assuntos externos. Nosso propósito primordial é abster-nos do comer compulsivo e transmitir esta mensagem de recuperação aos que ainda sofrem.

Em Goiânia temos um grupo de Comedores Compulsivos Anônimos. 

Nos reunimos todos às terças das 20 às 22:00 na Avenida Castelo Branco, nº 905, Setor Coimbra (quase em frente à praça do cigano ou em frente à Pax serviços funerários). 

Nosso trabalho é autossuficiente e não cobramos nenhum tipo mensalidade. 

Fone: (62) 99938-5419 (Anderson)

CCA é para você?

Somente você pode decidir essa questão. Ninguém poderá tomar essa decisão por você. Nós, que agora estamos em CCA, descobrimos um novo modo de vida, que nos permite viver sem o excesso de comida. Nós acreditamos que o comer compulsivo é uma doença progressiva, que, como o alcoolismo e outras doenças, pode ser detida. Lembre-se, não há vergonha em admitir que você tem um problema; a coisa mais importante é fazer algo sobre isso.

O que você pode esperar de CCA

Após anos de luta com o peso e obsessão pela comida, você decidiu dar uma chance a CCA. Você pode encontrar uma reunião de CCA perto de você através da Internet ou telefonando para nosso escritório de serviço - JUNCCAB. Telefonando para a pessoa responsável pelo grupo você pode confirmar a hora, o local e o dia da reunião e ter certeza de que as informações não foram mudadas.

Ao chegar à reunião, você encontrará homens e mulheres que sofrem de uma doença comum - o comer compulsivo - e encontraram uma solução comum: Os Doze Passos e as Doze Tradições de Comedores Compulsivos Anônimos. Em qualquer lugar, você verá de três a trinta pessoas na reunião. Em média, uma reunião tem 10 pessoas. Você será calorosamente recebido (a).

A reunião geralmente é iniciada com a Oração da Serenidade, e você poderá ouvir uma leitura chamada "Nosso convite a você", que descreve a doença do comer compulsivo e a solução dos Doze Passos. O formato das reuniões pode variar, mas todos os grupos são unânimes em buscar a recuperação em três níveis - físico, emocional e espiritual - através dos Doze Passos, e o único requisito para ser membro é o desejo de parar de comer compulsivamente.

Você poderá ouvir um orador abrir a reunião e falar por 10 a 15 minutos sobre como era a vida antes de vir para CCA, o que aconteceu e como ele ou ela está agora; ou alguém poderá ler algo da literatura de CCA ou de AA (Alcoólicos Anônimos). Outros membros irão compartilhar sua experiência, força e esperança. Você terá a oportunidade de se apresentar como um recém chegado, se você desejar. Você irá descobrir que não está sozinho e que existe uma saída para o desespero. Sendo o anonimato um princípio crítico no programa de CCA, você está seguro de que aquilo que compartilhar será confidencial. Isto garante a segurança necessária para você compartilhar suas experiências honestamente.

Você poderá reconhecer a sua própria história quando ouvir a partilha dos outros. Escutar irá ajudá-lo a encontrar outros que têm aquilo que você quer, seja perda de peso, clareza, alegria, ou recuperação da obsessão. Você poderá pedir a alguém para ser seu padrinho. Um padrinho irá ajudá-lo a trabalhar os Passos do programa a fim de atingir a recuperação que procura. 

Quando membros compartilham, você poderá ouvi-los falar sobre Deus ou um Poder Superior. CCA não é um programa religioso e não apóia nenhuma ideologia religiosa específica. Trata-se de um programa que pratica princípios espirituais, e os membros abordam esses princípios com um Poder Superior do seu próprio entendimento.

Uma lista pode ser passada para que todos coloquem seus nomes e telefones a fim de que membros possam se ajudar fora das reuniões. Algum membro da reunião que você freqüenta poderá lhe telefonar e responder quaisquer perguntas sobre o programa. Você também terá a oportunidade de anotar os números de telefones de outros membros para pedir ajuda. O telefone é um importante instrumento em CCA para dar e pedir ajuda, e para lembrar que você não está sozinho.

A duração das reuniões varia entre uma e duas horas e geralmente elas incluem um intervalo. Durante o intervalo, sinta-se a vontade para fazer perguntas e para olhar a literatura de CCA, o que ajudará você a entender melhor o programa. Ao pedir ajuda, você está dando um importante passo em direção a recuperação.
Como CCA é auto-sustentável, uma sacola será passada para a coleta de doações.

Você notará que alguns membros trabalham voluntariamente para o andamento da reunião como o secretário do grupo, o tesoureiro e o recepcionista. Membros descobrem que prestar serviço a CCA os mantém sem comer compulsivamente. O serviço é importante na recuperação deles porque os permite dar de volta para a Irmandade que salvou a suas vidas. Oportunidades de serviço existem em vários níveis na Irmandade, desde fazer o café e arrumar as cadeiras em uma reunião até estar na Assembléia. 

A reunião geralmente é encerrada com uma leitura como as promessas de CCA. Se você não se sentir bem na reunião que você assistiu, tente um grupo diferente em local e horário diferentes. É uma boa idéia assistir a pelo menos seis reuniões antes de decidir qual é a melhor para você. 

O que você não irá encontrar em uma reunião de CCA são pesagens, pacotes de refeições, taxas, mensalidades, "deveria", "teria" ou julgamentos.

Você irá encontrar nas reuniões:
Aceitação - como você é agora, como você foi e como você será.
Compreensão dos problemas que você está enfrentando agora - problemas quase que certamente compartilhados por outros no grupo.
Comunicação que surge como resultado natural da nossa compreensão e aceitação mútua.
Recuperação da sua doença.
Poder para entrar em um novo modo de vida através da compreensão e da aceitação de si mesmo, da prática do programa de recuperação dos Doze Passos, da crença em um Poder Superior a você mesmo, e do apoio e companheirismo do grupo.

Se você decidir que é um de nós, vos damos as boas vindas de braços abertos. Quaisquer que sejam as suas circunstâncias, nós te oferecemos o presente da aceitação. Você não está mais sozinho. Bem vindo a Comedores Compulsivos Anônimos. Bem vindo a casa.

O CCA é para você ?

01
Eu como quando não estou com fome ou deixo de comer quando meu corpo necessita se nutrir?
02
Faço farras alimentares sem razão aparente, às vezes até me sentir empanturrado ou passar mal?
03
Tenho sentimentos de culpa, vergonha ou constrangimento em relação à maneira como eu me alimento?
04
Como sensatamente na frente de outras pessoas e desconto depois, quando estou sozinho?
05
Minha maneira de comer está afetando minha saúde ou minha maneira de viver?
06
Quando minhas emoções estão intensas - sejam positivas ou negativas - eu me vejo procurando por comida?
07
Meus comportamentos alimentares fazem a mim ou aos outros infelizes?
08
Já cheguei a usar laxantes, vômitos, diuréticos, excesso de atividade física, medicamentos para controle do apetite, injeções ou intervenções médicas (incluindo cirurgias) para tentar controlar meu peso?
09
Faço jejum ou restrinjo severamente a comida para controlar meu peso?
10
Eu fantasio sobre como a vida seria muito melhor se eu usasse um tamanho diferente ou tivesse outro peso?
11
Eu preciso mascar ou ter algo em minha boca o tempo todo, como comida, chicletes, balas ou bebidas?
12
Já cheguei a comer comida congelada, queimada, estragada, retirada de recipientes no supermercado, ou do lixo?
13
Existem certas comidas que não consigo parar de comer depois de dar a primeira mordida?
14
Já cheguei a perder peso com dietas ou períodos de controle, seguidos por períodos de intenso descontrole com a comida e/ou ganho de peso?
15
Passo muito tempo pensando em comida, discutindo comigo mesmo sobre se comerei e o que comerei, planejando a próxima dieta ou cura através de exercícios físicos, ou contando calorias?
Você respondeu “sim” a várias destas perguntas? Caso tenha respondido, é possível que você tenha ou esteja a caminho de ter um problema de comer compulsivo ou de comer além das suas necessidades. Descobrimos que uma das formas de interromper esta doença progressiva é praticando o programa de recuperação de Doze Passos de Comedores Compulsivos Anônimos. CCA é uma Irmandade de pessoas que, compartilhando experiências, forças e esperanças, estão se recuperando do comer compulsivo. Damos as boas vindas a todos que desejam parar de comer compulsivamente. Não há taxas ou mensalidades para membros; somos autossustentáveis através de nossas próprias contribuições, não solicitando nem aceitando doações de fora. CCA não está afiliado a nenhuma organização pública ou privada, movimento político, doutrina ideológica ou religiosa; não nos posicionamos em a ssuntos externos. Nosso propósito primordial é nos abster de comer compulsivamente e levar a mensagem aos que ainda sofrem.
O CCA é para você? 
Apenas você poderá responder a esta pergunta. Ninguém poderá tomar esta decisão por você. Nós que agora estamos em CCA descobrimos um modo de vida que nos permite viver sem necessitar da comida em excesso. Acreditamos que o comer compulsivo é uma doença progressiva que, assim como o alcoolismo e outras doenças, pode ser detida. Lembre-se que não é vergonha admitir que você tem um problema; o mais importante é fazer algo a respeito.
Reuniões 

Há grupos de CCA espalhados em algumas cidades brasileiras. 

Você também pode participar das reuniões On-lines (via internet), no link acima há o passo-a-passo para participar.


Perguntas e respostas mais frequentes

O que é comer por compulsão?
CCA acredita que comer por compulsão é uma doença - uma doença progressiva - que não pode ser curada, mas que, como muitas outras doenças, pode se detida.
Antes de chegar em CCA, muitos comedores compulsivos se consideravam glutões, proscritos sociais na aparência ou apenas claramente sem força de vontade. CCA crê que esta doença pode ser detida se a pessoa estiver disposta a seguir um programa simples que provou ser um sucesso para um número sem fim de comedores compulsivos.
Após reconhecer que comer compulsivamente é uma doença, a força de vontade não está mais envolvida, visto que o comedor compulsivo sofredor perdeu o poder de escolha sobre a comida. O mais importante é encarar os fatos da doença e tirar proveito da ajuda disponível. Tem que haver também o desejo de recuperar-se. Nossa experiência demonstrou que o programa de CCA funciona para aqueles que desejam sinceramente parar de comer compulsivamente; raramente funciona para aqueles que não estão totalmente certos de que querem parar.

O que queremos dizer com "comedor compulsivo"? 
Por definição, "compulsão" significa "um impulso ou sensação de estar sendo levado irresistivelmente a executar alguma ação irracional". Não é somente o quanto comemos que faz de nós o que somos, mas a maneira como nos comportamos em relação à comida. Alguns comedores compulsivos comem em segredo, enquanto outros alternam o empanturramento e o jejum. Entretanto, todos os comedores compulsivos têm uma coisa em comum: são levados, por forças que não compreendem, a comer mais ou menos do que eles precisam, e comem essa comida de formas que não são racionais.

Como posso saber se sou um comedor compulsivo? 
Só você pode decidir.
Muitos membros atuais de CCA ouviram da família, de amigos, e mesmo de médicos, que tudo que eles precisam era um pouco de autocontrole e força de vontade para perder peso e comer normalmente. Acreditando nisso, essas pessoas experimentaram períodos frustrantes de dietas e perda de peso, apenas para recuperar todo o peso perdido e ainda mais. Essas mesmas pessoas finalmente se voltaram para CCA, porque elas sentiram que seus hábitos alimentares as derrotaram, e elas estavam prontas a tentar qualquer coisa para serem libertas da terrível compulsão por comer demais.
Outros, com muito menos peso a perder ou com menos tempo de comer compulsivo, também se voltaram para CCA. Eles descobriram o suficiente sobre o comer compulsivo para reconhecer que se trata de uma doença progressiva.
Em CCA, comedores compulsivos são descritos como pessoas cujos hábitos alimentares têm causado problemas crescentes e contínuos em suas vidas. É preciso enfatizar que apenas a própria pessoa pode dizer se a comida se tornou um problema incontrolável.

Preciso estar com um determinado excesso de peso para vir para o CCA?
Não. A experiência mostra que CCA funciona para quase todos que querem parar de comer compulsivamente, não importando de que tamanho o indivíduo seja.
Algumas pessoas que vêm para o CCA já alcançaram seu peso normal; outras talvez estejam abaixo de seu peso normal. Elas se voltam para o CCA para encontrar um modo de vida em que elas possam viver confortavelmente sem voltar aos hábitos alimentares compulsivos.
Existem tantos graus de excesso de peso quantos são os membros de CCA, variando de peso normal até aqueles que têm dezenas de quilos a perder. Seja qual for o peso, todos tiveram o desejo de parar de comer compulsivamente têm as mesmas vantagens ingressando em Comedores Compulsivos Anônimos. Sua relação em comum está expressa no primeiro passo: "Admitimos que éramos impotentes perante a comida e nossas vidas tinham se tornado ingovernáveis."

Eu falhei em todas as dietas. Como CCA pode prevenir estes "deslizes"?
Ninguém falha em CCA. Enquanto a pessoa quiser continuar voltando às reuniões, a recuperação é possível.
"Deslizes" de voltar ao comer compulsivo não precisam necessariamente acontecer em CCA, mas isso acontece com algumas pessoas. Embora os "deslizes" possam ser breves algumas vezes, eles podem também levar a "farras alimentares" e ganho de peso. Sempre que acontece um "deslize", os membros são encorajados a esforçarem-se por obter toda a ajuda disponível para eles no CCA.
Aqueles que já passaram por esses períodos dizem que um "deslize" acontece devido a causa específicas. Talvez eles tenham esquecido que eram comedores compulsivos e tenham se tornado confiantes demais. Ou talvez tenham se deixado ficar demasiadamente preocupados com negócios ou compromissos sociais para se lembrarem da importância de abster-se de comer compulsivamente. Ou talvez tenham se deixado ficar cansados, afrouxando suas defesas mentais e emocionais. Qualquer que seja a causa, a solução foi encontrada com a prática do programa de recuperação de Doze Passos de Comedores Compulsivos Anônimos.

CCA vai me ajudar com uma dieta?
Para aqueles que buscam a ajuda de uma dieta, CCA recomenda uma consulta a um profissional qualificado. Depois de muitos anos de controvérsias sobre planos alimentares, CCA aprendeu que não é função endossar ou distribuir informações sobre nutrição, guias de saúde e planos alimentares para seus membros. O programa de CCA dá possibilidade aos comedores compulsivos de absterem-se da comida em excesso um dia de cada vez. Comedores Compulsivos Anônimos, entretanto, apóia qualquer membro que queira seguir os conselhos de um profissional sobre nutrição.
CCA não é um clube de dieta. Os membros se recuperam praticando o programa espiritual de CCA. Eles encontram, entre outras coisas, liberdade em relação à obsessão por comida, poder de agir racionalmente em situações difíceis e um modo melhor de viver.

Como CCA pode me ajudar se tenho bulimia ou anorexia?
Todos que decidirem fazer parte de CCA são recebidos com amor e companheirismo. Comedores Compulsivos Anônimos apóia o esforço de recuperação de cada um e aceita qualquer membro que deseja parar de comer compulsivamente.
Quando as pessoas perguntam sobre assuntos médicos, CCA sempre recomenda que eles procurem a orientação de um profissional. Comedores Compulsivos Anônimos publica literatura sobre seu programa e comer compulsivo, e não sobre desordens alimentares específicas como bulimia e anorexia.

Se eu tenho problema de tiróide ou de retenção de líquidos, como CCA pode me ajudar?
CCA recomenda àquelas pessoas que precisam de ajuda para uma condição clínica específica, como problema de tiróide, que consultem um médico qualificado. CCA não dá orientação médica.
Os membros de CCA que sofreram de problemas médicos semelhantes descobriram que o programa de CCA possibilitou-lhe seguir as recomendações médicas com menos dificuldade.

Vocês aconselham o uso de moderadores de apetite durante a perda de peso? 
Comedores Compulsivos Anônimos não pode aconselhar sobre nenhum assunto médico.
A grande maioria de CCAs em recuperação descobriram que eles desenvolvem fortes recursos interiores trabalhando os doze passos. Confiando num Poder maior que moderadores de apetite, eles encontram contínuo sucesso em abster-se de comer compulsivamente.

Um comedor compulsivo não pode usar somente força de vontade para parar de comer excessivamente?
Antes se voltarem para CCA, muitos comedores compulsivos tentaram com todas as forças reduzir sua ingestão de comida e mudar seus hábitos alimentares. Normalmente muitos métodos foram tentados: dietas drásticas, pílulas moderadoras de apetite, diuréticos, injeção de um ou outro tipo. Em outros casos, outros "macetes" para emagrecer também foram tentados: comer apenas nos horários das refeições, cortar as porções de comida pela metade, nunca comer sobremesa, comer de tudo menos doces, nunca comer em segredo, abusar apenas nos fins de semana, pular o café da manhã, nunca comer em pé... a lista poderia se estender indefinidamente.
Claro, cada vez que uma nova tentativa era iniciada ou um novo método era tentado, o comedor compulsivo fazia um juramento solene de "seguir a dieta desta vez e nunca mais sair".
Como essas promessas nunca eram cumpridas, sentimentos de culpa e remorso seguiam-se inevitavelmente.
Através desse tipo de experiência, muitos comedores compulsivos admitiram sua falta de força de vontade para mudar seus hábitos alimentares. Quando eles vieram para CCA, eles admitiram que eram impotentes perante a comida. Se eles não têm força de vontade própria, consequentemente precisam de um Poder maior que eles para ajudá-los a se recuperarem.

O que significa "um Poder Superior a nós mesmos"? 
Antes de ingressar em CCA, muitos comedores compulsivos já haviam percebido que não podiam controlar a sua alimentação. A comida havia se tornado um poder maior que eles.
A experiência de CCA mostrou que, para alcançar a abstinência em relação ao comer compulsivo e manter a recuperação, o comedor compulsivo precisa aceitar e depender de um outro Poder que admita como maior que ele próprio. Alguns comedores compulsivos escolhem interpretações diferentes desse Poder, tal como considerar inicialmente o próprio grupo de CCA como o Poder maior que eles. Entretanto a maioria dos CCAs adotam o conceito de Deus, como Este poder ser entendido pelo próprio indivíduo.

CCA é uma sociedade religiosa?
Não. CCA não é uma sociedade religiosa, visto não requerer nenhuma crença religiosa definida como condição para tornar-se membro. CCA tem entre seus membros pessoas de muitas crenças religiosas assim como ateístas e agnósticos.
O programa de recuperação de CCA é certamente baseado na aceitação de certos valores espirituais. Os membros são livres para interpretar esses valores como acharem melhor, ou não pensar absolutamente neles, se assim o escolherem.
Muitos indivíduos quando chegam a CCA têm suas reservas definidas quanto a aceitar qualquer conceito de um Poder maior que eles. A experiência de CCA mostrou que aqueles que mantiverem a mente aberta sobre este assunto e continuarem vindo às reuniões de CCA não terão dificuldades em achar sua própria solução para este problema tão pessoal.

Não posso parar de comer compulsivamente sozinho apenas lendo a literatura de CCA?
CCA usa a frase "só por hoje" para descrever uma abordagem básica para a recuperação em relação ao comer compulsivo. Não dizemos que não podemos dar mais nenhuma mordida compulsiva enquanto vivermos. Não nos prometemos não comer compulsivamente "amanhã" ou "pelo resto da semana". Nossa experiência anterior nos ensinou que essas promessas nunca funcionaram mesmo, que a compulsão por comer demais provou ser mais poderosa que nossas melhores intenções de não comer em excesso.
Os membros de CCA perceberam que as vinte e quatro horas de hoje são o único período durante o qual eles podem fazer algo. Ontem já passou. Amanhã não chegou ainda. "Mas hoje", o CCA diz, "eu não vou me desviar do meu programa de recuperação. Talvez eu fique tentado a comer demais amanhã, mas amanhã é algo que me preocupará quando chegar. O dia de hoje é tudo que importa".
Juntamente com "só por hoje", CCA enfatiza a importância de três expressões que são freqüentemente ouvidas fora de CCA, também: "simplifique, não complique", "viva e deixe viver", e "as primeiras coisas primeiro". Ao fazer dessas expressões parte fundamental de nossas atitudes perante os problemas da vida diária, somos grandemente ajudados nos nossos esforços de viver com sucesso sem comida em excesso.
O programa de CCA é simplesmente, mas não é fácil. Recuperar-se de um dos mais desconcertantes hábitos compulsivos requer um esforço diligente. Honestidade consigo mesmo, mente aberta e boa vontade são as chaves que abrem a porta para a recuperação.

O que fazer para associar-se a CCA? 
Ninguém se "associa" a CCA no sentido usual da palavra. Não existem fichas de sócios a serem preenchidas. Uma vez que tenhamos ouvido falar em CCA e acreditado que temos um problema alimentar, simplesmente comparecemos a uma reunião local de CCA, de nossa escolha.
Deve-se notar que os membros de CCA não têm que comparecer a um número pré-estabelecido de reuniões durante o período determinado. Alguns membros podem freqüentar uma reunião por semana, enquanto outros preferem vir com mais freqüência, quando têm oportunidade.
O gentil lembrete, "Continue voltando", é baseado na experiência da grande maioria de CCAs que descobriram que sua recuperação é abalada quando eles não vão às reuniões por muito tempo.

Os CCAs têm que freqüentar as reuniões pelo resto de suas vidas? 
Ninguém tem que fazer nada em CCA. Há sempre a escolha entre fazer e não fazer, incluindo a escolha vital entre procurar ou não a recuperação através de CCA.
Acreditando que a alimentação compulsiva é incurável, a grande maioria de CCAs acha importante freqüentar as reuniões regularmente para aliviarem-se dessa compulsão.

Quais são os requisitos para se tornar membro de CCA? 
Não existem "requisitos" no sentido usual da palavra. A terceira tradição diz: "O único requisito para se tornar membro de CCA é o desejo de parar de comer compulsivamente".
Nada mais é perguntado ou exigido de ninguém. A aceitação e a prática do programa de recuperação de CCA fica inteiramente a critério do indivíduo.

Quanto custa se tornar membro de CCA?
Não há obrigações financeiras de nenhuma espécie com relação à associação a CCA. Este programa de recuperação está disponível a todos que quiserem parar de comer compulsivamente, não importando sua condição financeira.

Como CCA se mantém?
A maioria dos grupos locais "passam a sacola" nas reuniões para cobrir as despesas da sala, da literatura, e outras despesas adicionais. Os valores excedentes às despesas do grupo são mandados para o intergrupo, o escritório regional, e o Escritório de Serviço Mundial, cujos serviços aos comedores compulsivos dependem primordialmente dessas contribuições regulares.
CCA sempre foi inteiramente auto-sustentável por meio de suas próprias contribuições regulares.
Não é aceita nenhuma doação de fora.

O que é o Escritório de Serviço Mundial (WSO)?
O WSO é um centro de serviços cuja função principal é levar a mensagem de CCA a um nível mais abrangente alcançando muitos comedores compulsivos que ainda sofrem.
O Escritório de Serviço Mundial publica a literatura de CCA, incluindo "Lifeline", revista mensal de recuperação de CCA. O WSO também envia comunicados regulares a todos os grupos e intergrupos, proporcionando um elo entre eles e deixando-os informados sobre assuntos que dizem respeito a CCA como um todo. De modo a manter estes contatos os grupos, intergrupos e regiões registrados e publica periodicamente revisões das listas de endereços das reuniões.
O Escritório de Serviço Mundial também atua na área de informação pública, respondendo a pedidos dos representantes da mídia, profissionais de saúde, e outros interessados no comer compulsivo e no programa de CCA.
O endereço do Escritório de Serviço Mundial pode ser informado em nossa página de contato ou diretamente em www.oa.org (em Inglês).

Quem dirige o CCA?
O CCA é realmente incomum nisto, pois não tem direção central; apenas um mínimo de organização formal. Não tem escritório ou executivos exercendo poder ou autoridade sobre a Irmandade ou os membros individualmente.
Mesmo na mais informal organização, entretanto, alguns trabalhos têm que ser feitos. Por exemplo, em alguns grupos locais alguém tem que arranjar o local de reunião, responder pelas finanças do grupo, certificar-se de que a literatura adequada sobre CCA esteja disponível, e manter contato com os centros de serviços local, regional e internacional. A nível internacional, as pessoas precisam ser responsáveis pela manutenção e o bom funcionamento do Escritório do Serviço Mundial.
Tudo isso significa que o CCA a nível local, regional e internacional precisa de pessoas responsáveis para executar certas obrigações. É importante compreender que esses membros apenas executam serviços. Eles não tomam decisões individuais, não emitem julgamentos individuais afetando outros grupos ou o CCA como um todo. As pessoas que aceitam essas responsabilidades prestam contas diretamente a quem servem.

O que é o programa de recuperação de Doze Passos?
Os Doze Passos são o coração do programa de recuperação de CCA. Eles oferecem um novo modo de vida que possibilita ao comedor compulsivo viver sem a necessidade de comida em excesso. Os passos são apenas sugestões, baseadas na experiência dos membros
de CCA em recuperação. A experiência mostrou que membros que fazem um esforço sincero para seguir estes passos e aplicá-los na vida diária parecem conseguir muito mais de CCA do que aqueles membros que parecem considerar os passos casualmente.
As idéias expressas nos Doze Passos, que se originaram de Alcoólicos Anônimos, refletem a experiência e a prática de discernimentos espirituais conforme registrado por pensadores em muitas épocas. Sua maior importância reside no fato de que funcionam! Possibilitam que comedores compulsivos e milhares de outros que praticam os Doze Passos levem vidas felizes e produtivas. Eles representam a função sobre a qual CCA foi construído.

Os Doze Passos
Aqui estão os Doze Passos que são sugeridos como um programa de recuperação para o comedor compulsivo:1. Admitimos que éramos impotentes perante a comida - que tínhamos perdido o domínio de nossas vidas.
2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmo poderia devolver-nos a sanidade.
3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.
4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
5. Admitimos perante a Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano e exata natureza de nossas falhas.
6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse das nossas imperfeições.
8. Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e quando estávamos errados nós o admitimos prontamente.
11. Procuramos, por meio da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade e relação a nós e forças para realizar essa vontade.
12. Tendo experimentado um despertar espiritual graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos comedores compulsivos e por em prática estes princípios em todas as nossas atividades.

" A permissão para usar os Doze Passos de Alcoólicos Anônimos para adaptação foi concedida por A.A. World Services, Inc.

O que significa a "sanidade" mencionada nos Doze Passos?
A palavra sanidade deriva do latim "sanus" que significa "sadio, saudável". A frase latina "mens sana in corpore sano" significa simplesmente "uma mente sadia num corpo sadio".
Muitos CCAs admitiram seu comportamento irracional em relação à comida, no passado. Uma pessoa com mente sadia não iria reincidir em ações que não funcionaram e ainda esperar resultados diferentes. No segundo passo não está implícito que os comedores compulsivos sejam mentalmente perturbados, mas que, no que diz respeito às atitudes e sentimentos com relação à comida, sanidade não pode ser alegada. Ao voltar-se para CCA e expressar o desejo de retornar a um comportamento racional, eles deram um passo para alcançar "uma mente sadia num corpo sadio".

O que são as Doze Tradições? 
As Doze Tradições são meios pelos quais CCA permanece unido por uma causa comum. Estas Doze Tradições representam para o grupo o que os Doze Passos representam para o indivíduo. São os princípios sugeridos para assegurar a sobrevivência e o crescimento dos diversos grupos que estão compreendidos em Comedores Compulsivos Anônimos.
Como os Doze Passos, as Doze Tradições têm sua origem em Alcoólicos Anônimos. Estas tradições descrevem atitudes que aqueles primeiros membros consideraram importantes para a sobrevivência do grupo.
Os membros de CCA asseguram a unidade do grupo, tão essencial para a recuperação individual, praticando as atitudes sugeridas pelas Doze Tradições seguintes.

As Doze Tradições
1. Nosso bem-estar comum deve estar em primeiro lugar; a recuperação individual depende da unidade de CCA.
2. Somente uma autoridade preside, em última análise, o nosso propósito comum - um Deus amantíssimo que se manifesta em nossa consciência coletiva. Nossos líderes são apenas servidores de confiança; não têm poderes para governar.
3. Para ser membro de CCA, o único requisito é o desejo de parar de comer compulsivamente.
4. Cada grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que digam respeito a outros grupos ou a CCA em seu conjunto.
5. Cada grupo é animado por um único propósito primordial - o de transmitir sua mensagem ao comedor compulsivo que ainda sofre.
6. Nenhum grupo de CCA deverá jamais sancionar, financiar ou emprestar o nome CCA a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à Irmandade, a fim de que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos afastem do nosso objetivo primordial.
7. Todos os grupos de CCA deverão ser absolutamente auto-suficientes, rejeitando quaisquer doações de fora.
8. Comedores Compulsivos Anônimos deverá manter-se sempre não-profissional, embora nossos centros de serviço possam contratar funcionários especializados.
9. CCA jamais deverá organizar-se como tal; podemos, porém, criar juntas ou comitês de serviços diretamente responsáveis perante aqueles a quem prestam serviços.
10. Comedores Compulsivos Anônimos não opina sobre questões alheias à Irmandade; portanto, o nome de CCA jamais deverá aparecer em controvérsias públicas.
11. Nossas relações com o público baseiam-se na atração em vez da promoção; cabe-nos sempre preservar o anonimato pessoal em jornais, no rádio, em filmes, na televisão e em outros meios públicos de comunicação.
12. O anonimato é o alicerce espiritual das nossas tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.

" A permissão para usar as Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos para adaptação foi concedida por  A.A. World Services, Inc"

O que são os Doze Conceitos?Os Doze Conceitos descrevem a estrutura de serviço de CCA e os princípios espirituais que afetivamente conectam nossos servidores ao seu trabalho e uns aos outros.

Os Doze Conceitos
1. A responsabilidade e a autoridade finais pelos serviços mundiais de CCA recaem na consciência coletiva de toda a Irmandade.
2. Os grupos de CCA delegaram à Conferência de Serviço Mundial a manutenção ativa de nossos Serviços mundiais; por conseguinte, a Conferência de Serviço Mundial é a voz, autoridade e consciência efetiva de CCA como um todo.
3. O direito de decisão, baseado na confiança, torna possível uma liderança efetiva.
4. O direito de participação assegura para todos igualdade de oportunidades no processo de tomada de decisões.
5. Os indivíduos têm o direito de apelação e petição, a fim de assegurar que suas opiniões e queixas pessoais sejam cuidadosamente consideradas.
6. A conferência de Serviço Mundial confiou a Junta de Custódios a responsabilidade principal pela administração de Comedores Compulsivos Anônimos.
7. A Junta de Custódios tem direitos legais e responsabilidades a ela conferidos pelos Estatutos de OA Inc., subparte A; os direitos e responsabilidades da Conferência de Serviço Mundial lhe são conferidos por tradição e pelos Estatutos de OA, subparte B.
8. A Junta de Custódios delegou ao seu Comitê Executivo a responsabilidade de administrar o Escritório de Serviço Mundial.
9. Competentes servidores de confiança, juntamente com métodos apropriados de escolhê-los, são indispensáveis para o funcionamento eficaz do serviço em todos os níveis de serviço.
10. A responsabilidade pelo serviço é equilibrada por cuidadosa definição das atribuições de serviço; desta forma, evita-se a duplicação de esforços.
11.A administração do escritório de serviço Mundial feita pelos Custódios deve sempre ser auxiliada pelos melhores comitês permanentes, equipes executivas e consultores.
12. O fundamento espiritual dos serviços garante que:
a) Os comitês ou juntas de serviço de CCA nunca se tornem sede de perigosa riqueza ou poder.
b) Fundos operacionais suficientes acrescidos de uma ampla reserva sejam o princípio financeiro prudente de CCA.
c) Nenhum membro de CCA seja colocado em posição de autoridade irrestrita.
d) Todas as decisões importantes deverão ser alcançadas depois de discussão, votação e, sempre que possível, por unanimidade substancial.
e) Nenhuma ação de serviço deverá jamais ser pessoalmente punitiva ou uma incitação à controvérsia pública.
f) Nenhum comitê ou junta de serviço de CCA execute qualquer ato de governo e cada um deles permaneça sempre democrático em pensamento e ação.
A permissão para usar os Doze Conceitos de Alcoólicos Anônimos para adaptação foi concedida por A.A. World Services, Inc.

Porque CCA dá tanta ênfase ao "Anonimato"?
Anonimato é essencial dentro da Irmandade, mas de forma alguma impede os membros de saber o último nome de outros membros. Significa que, dentro de cada grupo, os princípios de CCA são colocados acima das personalidades. Anonimato oferece aos membros a certeza de que suas confidências não serão reveladas.
Anonimato também é vital a nível público de jornal, rádio, filmes e televisão. Por essa prática, os membros asseguram-se de que o culto do ego e autoglorificação não serão a destruição da Irmandade de CCA.
Humildade é fundamental para o anonimato. Ao pôr em prática estes princípios, ao abdicar da distinção entre pessoas em favor do bem comum, os membros de CCA asseguram que a unidade de Comedores Compulsivos Anônimos continuará. De acordo com a primeira tradição: "A recuperação pessoal depende da unidade de CCA"... e anonimato é essencial para a preservação desta unidade.



Contato do CCA nacional: contato@comedorescompulsivos.org.br Fone (21) 2532-5174