quinta-feira, 18 de março de 2021

A COVID-19 talvez não seja a pior pandemia, há outras doenças novas ou antigas que podem se alastrar pelo planeta

O UOL fez uma reportagem muito interessante sobre o tema, na qual mostrou como as mudanças ambientais podem fazer surgir novas pandemias e ressurgir doenças já existentes.

Covid talvez não seja a pior pandemia: veja doenças "novas" e "antigas" com risco de se espalhar pelo globo

No apagar das luzes de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) realizou uma reunião para marcar um ano da notícia do aparecimento do Sars-CoV-2. O evento fez um apanhado dos fatos, do conhecimento adquirido, destacou a notável colaboração mundial e também contemplou o futuro.
Na ocasião, a fala do presidente da comissão para emergências sanitárias, Michael Ryan, chamou atenção: "A covid foi um alerta. Ela é grave, difundiu-se pelo mundo rapidamente, mas não é, necessariamente, a ameaça mais perigosa".

Ryan se referia ao fato de que essa enfermidade é facilmente transmissível e fatal, mas sua taxa de mortalidade é baixa quando comparada a outras doenças. "Daqui em diante, temos de nos preparar para algo ainda mais grave", disse.

Os cientistas de todo o planeta não estão alheios aos possíveis agentes causadores de doenças. Essa é a razão pela qual a própria OMS listou quais seriam as possíveis doenças infecciosas com potencial epidêmico. Muitas delas já são conhecidas de nós, como a dengue, tuberculose, zika, ebola. Mas também podem surgir novos problemas, como aconteceu com a covid-19.

Por isso, a ideia é reforçar a vigilância e investir em ações para conter o avanço de patologias novas ou "antigas" que estão controladas. Embora achados científicos indiquem possibilidades, ainda é difícil saber qual será o agente infeccioso causador da próxima emergência de saúde global. O certo é que as epidemias não acontecem de um dia para o outro, se relacionam a fatores sociais e ambientais e suas prevenções e enfrentamentos devem envolver toda a comunidade

Patógenos contagiosos e virulentos

Chamamos de infecciosas as doenças causadas por agentes (patógenos) que invadem determinado hospedeiro e ainda são capazes de causar enfermidades que podem ser transmitidas para outros. Os micro-organismos potencialmente envolvidos nesse processo são bactérias, vírus, fungos, protozoários e helmintos, mas há outros agentes com igual poder, como os príons (partículas proteicas infecciosas sem carga genética).

Parte desses agentes são facilmente transmissíveis, portanto, mais contagiosos. Porém, muitos deles têm maior dificuldade para causar doenças. Já outros, definidos como virulentos, causam infecções mais graves. No entanto, nem sempre são tão contagiosos. Os patógenos mais preocupantes são aqueles que combinam a fácil transmissão e a virulência.

As portas de entrada desses agentes infecciosos, em geral, são os orifícios e as mucosas do corpo humano. E a primeira providência deles é procurar células ou tecidos hospedeiros, que serão invadidos, colonizados e lesionados por meio de toxinas ou do comprometimento do funcionamento celular. Alguns desses agentes se multiplicam entre as células; outros, como os vírus e alguns tipos de bactérias, nelas se instalam e crescem.

Perigo mora no desequilíbrio ambiental

Na última década, muitos países implantaram medidas para conter as mudanças climáticas. O objetivo é reduzir a emissão e concentração de gases de efeito estufa, cuja origem principal são a queima de combustíveis fósseis (como o petróleo) e o desmatamento. O que isso tem a ver com doenças infecciosas? Muito. Desequilíbrios ambientais e condições socioeconômicas são um prato cheio para muitos micro-organismos darem as caras.

Joel Henrique Ellwanger, biólogo e pesquisador do departamento de genética da UFRGS, explica que muitos vírus do nosso tempo, como ebola, HIV e zika, são fruto da ocupação e da devastação desordenadas de florestas, da exploração da vida selvagem, assim como das condições precárias de vida nas cidades.

Tais situações são tidas como propícias para o chamado spillover, ou seja, o salto de um agente infeccioso de um hospedeiro para o outro (do animal para o homem). O especialista acrescenta que a biodiversidade do Brasil é vasta e, por isso, pode esconder patógenos desconhecidos.
Basta que as condições ecológicas sejam favoráveis e uma nova doença pode emergir. O problema não é a biodiversidade e, sim, as formas agressivas e desequilibradas pelas quais os humanos interagem com ela.


Existem, então, reservatórios de doenças?

O médico veterinário João Carlos Minozzo, professor do curso de biotecnologia da PUC-PR, explica que esses micro-organismos sempre existiram na natureza e se perpetuam por meio de seus reservatórios.

"Os reservatórios são animais que convivem com esses vírus, bactérias e outros parasitas, sem adoecerem. Mas esses micróbios podem evoluir e se tornar capazes de infectar humanos". Nesse caso, a infecção pode se dar por meio das seguintes situações:
Vetores - mosquitos e carrapatos
Contato indireto - beber água contaminada ou por via aérea
Contato direto - com animais ou outros humanos ou consumo de carne contaminada
São exemplos dessas infecções os vírus das gripes aviária e suína, além da doença Creutzfeldt-Jakob (popularmente conhecida como "vaca louca"), que apareceram por meio do contato ou do consumo de carne contaminada, respectivamente.

A nutricionista Wanessa Natividade, chefe do Núcleo de Alimentação, Saúde e Ambiente da Fiocruz, diz que isso também explica as conhecidas orientações sobre a importância de estar atento à procedência e qualidade dos itens que consumimos, sejam eles de origem animal, sejam de origem vegetal.

"Em qualquer fase da produção, armazenamento e distribuição de alimentos pode haver contaminação de agentes causadores de doenças. Por isso, é preciso estar sempre atento aos selos de inspeção sanitária", adverte a especialista.

O que são as doenças emergentes e reemergentes

"Há 50 anos, a comunidade científica acreditava que a batalha contra as doenças infecciosas estava virtualmente vencida", conta o médico epidemiologista Expedito Luna, professor do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. "Mas então apareceram novas enfermidades como a Aids, além de outras que pareciam ter sido erradicadas", completa.

Doenças desconhecidas e que vez por outra surgem são chamadas de emergentes porque não tinham ocorrência conhecida em humanos, tiveram dificuldade de se estabelecerem ou eram raras. E elas até podem ter surgido no passado, mas afetaram pequeno grupo de pessoas em lugares isolados. São também emergentes as que foram recentemente reconhecidas como doença distinta, dada a presença de determinado agente só agora identificado.

Já as reemergentes são as enfermidades que, no passado, eram conhecidas em todo o mundo ou em determinada região e, depois, declinaram, mas agora reapareceram em uma proporção significante da população. A explicação é de José Eduardo Levi, biólogo, virologista e pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da USP.

É o caso da dengue e da tuberculose. De olho nesses quadros, a OMS elencou quais seriam as doenças que mereciam maiores vigilância e atenção, considerando seu potencial epidêmico, ausência de medidas de combate a elas ou a insuficiência destas.

As doenças emergentes listadas pela OMS
1 - Febre Hemorrágica Crimeia-Congo
Causada por um vírus da família Nairoviridae, é transmitida provavelmente por carrapatos, já que seu reservatório ainda tem sido objeto de debates.
2 - Ebola e Marburg
Causadas por agentes distintos, essas doenças são semelhantes. Geram febres hemorrágicas de transmissão direta que decorrem da infecção pelos vírus ebola ou de Marburg, da família dos filovírus, cujos hospedeiros potenciais são os morcegos.
3 - Febre Lassa
Febre hemorrágica cuja origem é um vírus da família Arenaviridae e tem transmissão direta por meio do contato com fezes de ratos.
4 - Nipah
A infecção por esse vírus pode causar encefalite; seu reservatório é o morcego-da-fruta, e pode infectar humanos e animais de criação.
5 - Febre do Vale do Rift
Esta zoonose acomete o gado prioritariamente, mas também humanos; sua via de transmissão são mosquitos infectados e contato com sangue ou tecidos contaminados.
6 - Zika
Até o momento não se sabe qual é o seu reservatório, mas é transmitido por mosquitos infectados. Pode provocar malformação fetal.
7 - Doença "X"
Representa uma incógnita, uma doença ainda desconhecida, que pode emergir com potencial pandêmico.

E dá para prevenir?

A pandemia colocou os cientistas em evidência para o bem e para o mal. O filósofo João de Fernandes Teixeira, ex-professor da Unesp, acredita que as variáveis e complexidades científicas são difíceis de entender e, assim, algumas pessoas preferem negá-las. 

O fato é que, no passado, os patógenos só eram detectados quando já estavam instalados. Foi assim com a raiva, a peste negra e a gripe de 1918.

A ciência, porém, persevera. E desse modo deve ser, porque nela se ancoram medidas essenciais ao combate de epidemias. Já a partir dos anos 2000, entidades de vigilância epidemiológica e sanitária foram beneficiadas por uma nova técnica, a metagenômica. Fernando Spilki, coordenador da rede Corona-Ômica do MCTIC, diz que ela possibilitou uma nova forma de vigilância, a genômica.
"Ao isolar RNAs e DNAs de amostras ambientais, possíveis vetores, animais e humanos, ela permite conhecer e detectar, antecipadamente, a presença de patógenos. Isso fortaleceu nosso sistema de preparação", pontua Spilki.

Somam-se a essas medidas as vacinas. "Elas também dependem de pesquisas e célere detecção de mutações genômicas de vírus, para se adaptarem na mesma velocidade", observa a pediatra Flávia Bravo, membro da diretoria da SBIm.

No mundo ideal da prevenção contra pandemias só a ciência não basta, afirmam os especialistas. É preciso um conjunto de políticas públicas de proteção da saúde e do meio ambiente, justiça social, educação da população, boa comunicação, além do imprescindível envolvimento de toda a comunidade. O desafio está lançado.

Para prevenir epidemias, as ações mais importantes são a identificação molecular de micro-organismos e dos casos suspeitos, além da intervenção para controle de surtos. Tudo deve ser rápido e eficaz.
Fernando Bozza, chefe do Laboratório de Medicina Intensiva do INI-Fiocruz

Estratégias para prevenir novas epidemias
  1. Conhecimento da ecologia dos micro-organismos (pesquisa básica)
  2. Identificação rápida de agentes patogênicos
  3. Vigilâncias (genômica, de saúde pública, entomológica e epidemiológica)
  4. Desenvolvimento de vacinas e medicamentos
  5. Água e esgoto tratados
  6. Segurança dos alimentos
  7. Programas de controle animal
  8. Controle de mosquitos e ratos

sexta-feira, 5 de março de 2021

Força de vontade não é tratamento para obesidade

 

É muito comum pessoas com obesidade serem aconselhadas a perder peso “só com a força de vontade”. E aqui, lembrando que o obesidade é uma doença crônica que requer tratamento, ressalto q “força de vontade” não entra no rol dos tratamentos possíveis. Vamos lá. 

"Força de vontade” a princípio seria algo realizado contra seu desejo, com um objetivo maior. Assim, eu vou numa festa cheia de doces q adoro e resisto firmemente ou tenho fome à noite e vou dormir mais cedo para ver se ela passa. Isso até pode funcionar por períodos curtos de tempo, mas é impossível que funcione cronicamente, além de impactar negativamente em qualidade de vida, pois é algo feito de forma contrário aos seus desejos.

Ok, isso é diferente de motivação (há confusão entre esses conceitos), que pode funcionar melhor, em que a razão pela qual quero aquele objetivo (emagrecer) passa a ser maior que os obstáculos e consigo seguir, não à revelia, mas pois tenho percepção de benefícios. Acontece que a #motivação também tende a reduzir em algum momento, ou os obstáculos se tornam muito grandes (no caso da obesidade, muitos desses obstáculos são fisiológicos, como o próprio aumento de fome e desejo de comer). Então, você também não tratará uma doença crônica só com motivação, pois ela não é infinita, embora uma estratégia comportamental seja sim sempre buscar novos objetivos quando a motivação diminui.

É por isso que devemos buscar estratégias de longo prazo que possam ser aprendidas e usadas e não dependam de “força de vontade” e que hábitos criados possam fazer com que, com ou sem motivação, você consiga manter uma certa estabilidade. Isso significa tornar alguns hábitos automáticos, como fazer exercício físico, se pesar com frequência, ter o mínimo de alimentos para se comer com a mão em casa, evitar calorias líquidas (sucos ou refrigerantes normais), etc. E também entender que, sendo obesidade uma doença crônica, não há nada de errado em ter acompanhamento crônico, usar medicação para controle da fome (se indicado) ou considerar cirurgia (em casos de IMCs mais altos).

Achar que “força de vontade” basta é não entender nada nem de fisiologia da #obesidade nem mesmo de comportamento

Autor: Dr. Bruno Halpern - Médico Endocrinologista


quinta-feira, 4 de março de 2021

Dia Mundial da Luta contra a Obesidade - 4 de Março

Hoje em todo o mundo comemoramos o Dia Mundial da Luta contra a obesidade.

Eu poderia ficar aqui discorrendo sobre aspectos epidemiológicos, opções terapêuticas e complicações que a Obesidade pode trazer para o individuo, mas esse ano será diferente. Abordarei o preconceito que o indivíduo portador de obesidade ou com sobrepeso sofre. 

Já pararam para pensar, qual outra doença, o portador dela é culpado por tê-la ?

Com a obesidade isso ocorre e se pararmos para pensar, de forma científica e humanística isso é uma crueldade, para não falar desumanidade.

O indivíduo portador de um corpo obeso vive menos? Talvez.

Adoece mais? Sim!

É mais propenso a transtornos psiquiátricos? Sim!

É discriminado no âmbito familiar, trabalho, círculo social? Sim !

É julgado como preguiçoso? Sim !

É julgado como portador de desvio de caráter e sem força de vontade? Sim !

E a realidade é que a Obesidade é uma doença: Repitam comigo:

  • MULTIFATORIAL
  • CRÔNICA
  • RECIDIVANTE
  • SEM CURA

Ao longo de 14 anos tratando indivíduos portadores de Obesidade (e não foram poucos, ao todo na minha estimativa, mais de 6 mil) percebi que:

Menos de 10% consegue perder peso e manter essa perda por toda a vida.

A grande maioria dos indivíduos com obesidade terão uma curva de peso ascendente.

A grande maioria se submeterá aos tratamentos mirabolantes e no final se culpará e se sentirá fracassado. 

A grande maioria não receberá acolhimento por parte dos profissionais da área da saúde, em especial Nutricionistas, Endocrinologistas e Nutrólogos. Sim, a gordofobia é altamente prevalente entre essas 3 classes. É vergonhoso? Sim, muito! Mas verdade seja dita. 

  • Falta empatia. 
  • Falta acolhimento.
  • Falta ciência. 
  • Falta resiliência.
  • Falta aceitação e autoaceitação. 
  • Falta humanização. 
  • Falta interdisciplinaridade.
  • Falta valorização de aspectos psicológicos.
  • Falta consideração de aspectos psicossociais.
  • Falta política de saúde pública. 
  • Falta educação nutricional na infância.
  • Falta muita coisa e sobra preconceito, ignorância, desprezo.

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 | RQE 11915

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Cuidado com quem você escolhe para ser seu médico

A razão desse post é a minha indignação. Comecei 2021 indignado com o nível de alguns profissionais.
  • Gente que por ganância prescreve 3 páginas de medicações manipuladas só para receber comissão de farmácias de manipulação. E depois xingam a indústria farmacêutica em suas redes sociais. 
  • Gente que prescreve terapias que sabidamente são deletérias para os pacientes, não possuem respaldo do Conselho Federal de Medicina e das principais sociedades médicas brasileiras. 
  • Gente que parece nunca ter estudado em uma faculdade e aprendido coisas básicas no ciclo básico. Desconhecimento total de fisiologia, bioquímica, farmacologia. Gente que quer prescrever fitoterápicos mas sequer sabe como escrever uma formulação em um receituário. Que sequer conhecem interações básicas entre nutrientes. São papagaios de farmácias de manipulação e prescrevem fórmulas como se fossem receita de bolo, sem nenhum senso crítico
  • Gente que fez cursos de fim de semana e sai por aí enganando os pacientes e fingindo que é especialista sem ter o título ou o registro no CRM. O que pode ser enquadrado como propaganda enganosa.
  • Gente que cria doenças inexistentes e vende as soluções: tratamentos mirabolantes e sem respaldo das principais sociedades médicas.
  • Gente que sequer sabe fazer uma anamnese decente, um exame físico correto. Gente que finge que é médico, pois em nada conhecem da arte de cuidar. 
Portanto, uma dica para você que me acompanha no blog: PARE de ser trouxa. Honre o seu dinheiro ou de quem pagará uma consulta pra você. Consulte o mínimo sobre o profissional antes de agendar uma consulta.

Se busca um Nutrólogo, certifique no Site da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) se o médico é realmente Nutrólogo: http://abran.org.br/busca_medicos/

Para um profissional ser considerado Nutrólogo, ele precisa ter feito a residência de Nutrologia ou ter sido aprovado na difícil prova de título de Nutrologia. Se no Site do Conselho Federal de Medicina não consta o RQE (registro de qualificação de especialista) do profissional, provavelmente ele não é especialista. 

Busque o currículo do profissional que você deseja consultar. Veja as qualificações, formações, se tem artigos publicados, em quais lugares já trabalhou, se fez residência médica ou foi aprovado na prova de título. 

Veja se em suas redes sociais, o tal médico comete infrações éticas tais como:
  • Fotos de antes e depois dos pacientes
  • Foto com celebridades
  • Propaganda de farmácias

Tenha bom senso e não agende com um médico por conta do número de seguidores em Instagram. Pelo amor de Deus!  A coisa mais fácil do mundo é comprar seguidores. Pode parecer um absurdo achar que alguém escolherá um médico baseado nisso, mas é a realidade que ouço no consultório, amigos e familiares,

Desconfie de profissionais que vendem soluções milagrosas para problemas antigos, como por exemplo: Obesidade, doenças crônico-degenerativas.

Medicina é MUITO difícil. Diagnosticar corretamente as vezes é uma tarefa que leva semanas Escolher a melhor medicação, muitas vezes pode ser uma tentativa de erro e acerto. 

E aí aparece um médico(a) que vende soluções milagrosas, com medicações que você só encontra na farmácia de manipulação indicada por ele ou com os soros que ele vende em seu consultório.

Dr. Frederico Lobo
CRM-GO 13192 - RQE 11915
Médico Nutrólogo 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

9 coisas que todo paciente que vai se consultar comigo deveria saber


 









segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Veneno à nossa mesa – O Brasil é o país que mais consome agrotóxicos

Vale a pena ler a reportagem em: https://www.ecodebate.com.br/2020/11/16/veneno-a-nossa-mesa-o-brasil-e-o-pais-que-mais-consome-agrotoxicos/

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Impactos do desperdício de alimentos que vão para o lixo

Pode-se entender todo esbanjamento como despesa inútil, mas entre todos os tipos possíveis de desperdício, as proporções e os desdobramentos do desperdício de alimentos torna-o uma despesa censurável em um planeta com recursos naturais escassos e finitos.

Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) revelam que, por ano, aproximadamente um terço dos alimentos produzidos em todo o mundo não é consumido pela população, sendo perdido em alguma etapa da cadeia de produção ou desperdiçado no elo final, em restaurantes e residências. Isso representa cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos que não são aproveitados ou, em valor monetário, uma quantia aproximada de US$ 1 trilhão.

Somente os números absolutos do desperdício de alimentos já são alarmantes, contudo, há uma série de desperdícios embutidos que anuviam ainda mais o cenário global.

A cadeia de produção e distribuição de alimentos necessita de água, terra, adubos minerais, pesticidas, energia elétrica e combustíveis fósseis. O alimento que vai para o lixo enterra junto com ele todos esses recursos que foram consumidos durante o seu processo de produção e causa impactos ambientais na atmosfera e na biodiversidade.


Os custos ambientais do desperdício de alimentos não será sentido somente pelas próximas gerações em virtude da escassez dos recursos naturais e da degradação do meio ambiente, que invariavelmente ocasionam impactos no clima, mas já são pagos hoje pela sociedade. Além de US$ 1 trilhão de custos econômicos por ano, a FAO estima que os custos ambientais e os custos sociais do desperdício de alimentos alcançam US$ 700 bilhões e US$ 900 bilhões, respectivamente. Na somatória da tríade de custos – econômicos, ambientais e sociais, a estimativa total do desperdício de alimento gira em torno de US$ 2,6 trilhões por ano, o que equivale ao PIB do Reino Unido – quinta maior economia do mundo.

“A lógica é essa: quanto mais alimento é jogado no lixo, mais alimento precisa ser produzido para repor aquele que foi posto fora. Portanto, mais recursos naturais precisam ser usados para isso”, problematiza a pesquisadora Milza Moreira Lana, que estuda a temática e trabalha na área de pós-colheita na Embrapa Hortaliças, em Brasília/DF. Junto com a comida, também está indo para o lixo a água e as terras agricultáveis utilizadas no processo de produção dos alimentos.

Se, por um lado, a demanda crescente por alimentos tem fomentado a pesquisa agropecuária e exigido novas tecnologias para os produtores obterem maior produtividade por área plantada, por outro, o desequilíbrio na equação “produção x consumo” causado pelo desperdício faz com que o setor produtivo precise recorrer à expansão das lavouras em áreas de vegetação nativa e de preservação. Assim, aumentam as perdas de biodiversidade, os processos erosivos no solo e a contaminação do ar e lençóis freáticos por pesticidas e adubos minerais.

As fontes minerais de fósforo e potássio, principais nutrientes dos adubos químicos, são finitas no planeta. O pesquisador Juscimar Silva, da área de Nutrição de Plantas da Embrapa Hortaliças, explica que, ao descartar qualquer alimento, em especial as hortaliças, deixa-se de aproveitar os minerais contidos nos resíduos. Ele sugere a técnica da compostagem para aproveitar esses nutrientes e torná-los disponíveis novamente para a planta. “A compostagem converte resíduos em compostos orgânicos ricos em nutrientes, substâncias húmicas e carbono, que servem de fertilizantes para as plantas. Pode-se dizer que é um sistema da mesa para a mesa, com impactos positivos diretos na sustentabilidade”, anota Silva, ao destacar que a compostagem evita que resíduos causem contaminação de solos e aquíferos.

O desperdício da água utilizada para irrigar cultivos agrícolas que resultam em lixo, e não em alimento, também é repreensível se se considerar as constantes crises hídricas e os conflitos existentes ao redor do mundo por causa desse insumo cada vez mais escasso no planeta. A legislação brasileira, por exemplo, prevê que o uso prioritário da água, em situações de escassez, deve ser o consumo humano e a dessedentação de animais. Sendo assim, o desabastecimento pode ter implicação direta nas atividades econômicas sejam industriais ou agrícolas. Além de terra e água, ao longo da cadeia também foram perdidos os combustíveis fósseis para transporte e a energia elétrica para refrigeração de produtos que, no fim de todas essas etapas, foram convertidos em lixo e não em alimento.

“Contabilizar todos os custos implicados no desperdício de alimentos amplia nossa compreensão do sistema alimentar e traz mais clareza para a discussão dos impactos do desperdício na sociedade. É claro que desperdiçar alimentos é censurável porque enquanto há comida indo para o lixo, há pessoas passando fome. O desperdício também pode contribuir para aumentar o preço e tornar o alimento menos acessível para a população de baixa renda”, avalia Milza ao acrescentar que, ainda assim, não se pode concluir que a fome automaticamente é reduzida com um menor desperdício de alimentos, pois há componentes mais complexos nessa questão. Na atualidade, por exemplo, as regiões do mundo que mais sofrem com insegurança alimentar são zonas de conflito civil e instabilidade social, enquanto as regiões que mais desperdiçam alimentos são os países mais ricos onde a população tem acesso aos alimentos na quantidade necessária.

Ao inserir a problemática do desperdício de alimentos com base nas questões estruturantes e nas deficiências da cadeia produtiva e de suprimentos, nota-se que nos países em desenvolvimento as perdas estão concentradas nos estágios que antecedem o consumo: produção, pós-colheita, processamento, distribuição e varejo. Já nos países desenvolvidos despontam os percentuais de desperdícios no varejo e no consumo.

Milza explica que o Brasil apresenta características desses dois grupos de países, devido ao contraste socioeconômico entre as regiões do País: “Há perdas concentradas no início da cadeia, devido a problemas na pós-colheita, como também uma fatia considerável de alimentos jogados no lixo pelos próprios consumidores após a compra ou o preparo”. Estimativas da FAO para a América Latina sugerem que 230 quilos de alimentos são desperdiçados por pessoa todos os anos.

“Existem providências específicas que devem ser tomadas por cada agente responsável por esses números: governantes, agricultores, comerciantes e indústria alimentícia. Contudo, os consumidores não podem ficar alheios a sua parcela de responsabilidade e devem ser sensibilizados para contribuir com a redução do desperdício”, opina a pesquisadora.

O desperdício na ponta do lápis do consumidor

Em primeiro lugar, o que fica mais evidente é que, ao jogar fora o alimento comprado, o consumidor está desperdiçando também seu próprio dinheiro. Muito provavelmente, as pessoas ficariam espantadas se calculassem os preços pagos pelos alimentos que, poucos dias depois, foram parar no lixo.

Os resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada pelo IBGE, em 2008/2009, indicaram que aproximadamente 25% do orçamento familiar é destinado à alimentação. Agora façamos uma conta rápida: segundo o mesmo instituto, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, o rendimento mensal domiciliar per capita do brasileiro em 2016 foi de R$ 1.226,00. Logo, uma família de cinco pessoas, com renda mensal de R$ 6.130,00, gasta R$ 1.532,50 com alimentação.

Mas a pergunta que fica é: desse valor que parte é realmente aproveitada e consumida e que percentual vira desperdício de dinheiro e comida jogada no lixo? Se considerar a média mundial de que 30% dos alimentos são desperdiçados, essa família gastou R$ 459,75 com alimentos que, no final das contas, foram parar no lixo.

Quando se fala em hortaliças – folhas, frutos, raízes e tubérculos -, que são um dos grupos de alimentos mais perecíveis, o desperdício beira metade de todos esses vegetais produzidos no mundo. “O prejuízo direto é sentido no bolso do consumidor que poderia ter reservado esse dinheiro para educação, vestuário, lazer ou investimentos”, enfatiza a pesquisadora, que enumera três regras básicas para o melhor aproveitamento das hortaliças: (1) saber cozinhar para aproveitar qualquer hortaliça em diferentes pratos, (2) ir ao mercado com mais frequência para evitar estoque em casa e (3) armazenar corretamente as hortaliças.

Quanto custa o lixo?

O consumidor paga a conta de outra maneira também, visto que há prejuízos indiretos com o alimento descartado no lixo como a própria gestão desses resíduos pelo poder público. Todo munícipio destina uma fatia de seu orçamento para o tratamento do lixo e, quanto mais dinheiro é utilizado para transportar e tratar o lixo, mais uma vez menos dinheiro público está sendo aplicado em investimentos com saúde, educação e segurança.

Há também um impacto ambiental dos alimentos que vão parar no lixo

“Os resíduos orgânicos representam por volta de 50% dos resíduos urbanos gerados no Brasil. Quando descartados em lixões, geram contaminação do solo e da água devido ao chorume, atraem e favorecem a proliferação de vetores de doenças e emitem gás metano, um dos gases responsáveis pelas mudanças climáticas”, observa o analista ambiental Lúcio Costa Proença, do Departamento de Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos do Ministério do Meio Ambiente.

Para minimizar esse impacto, o poder público deve investir em aterros sanitários, com tratamento dos líquidos, recobrimento dos resíduos com solo e queima dos gases. Contudo, Proença sinaliza que a destinação mais adequada para os resíduos orgânicos seriam os processos de degradação controlada como compostagem e biodigestão. “Os resíduos orgânicos devem retornar ao solo de forma segura, porém, atualmente menos de 1% dos resíduos recebem esse tratamento”, adverte.

Os desperdícios por trás do alimento que vai para o lixo passam por eixos sociais, econômicos e ambientais. “As ações individuais não são suficientes para a resolução dos problemas estruturantes do sistema alimentar, mas é preciso coordenar iniciativas nesses dois âmbitos para caminhar em direção à redução do desperdício”, defende a pesquisadora.

“Com tecnologia pós-colheita de hortaliças adequada mais alguns cuidados, é possível reduzir o desperdício, economizar dinheiro e ajudar a proteger o meio ambiente”, registra Milza, coordenadora do projeto “Hortaliça não é só salada”, que disponibiliza em um site, entre outros conteúdos, informações sobre como identificar os produtos de melhor qualidade, como acondicionar para que durem por mais tempo e como consumir em diferentes tipos de preparações.

Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/11/10/impactos-do-desperdicio-de-alimentos-que-vao-para-o-lixo/

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Reflexões Nutrológicas sobre 2020

O ano de 2020 ficará eternamente marcado na nossa memória como o ano em que o mundo parou. O ano em que tivemos que nos distanciar e nos recolhermos. Foi difícil, doloroso mas trouxe aprendizado para muita gente. Acho que o maior deles foi sobre a fugacidade da vida. Do nada, algo invisível veio e fez todo esse estrago. Muitos sobreviveram e enxergaram que o nosso bem mais precioso é a nossa saúde. 

Na pandemia vivenciei coisas que jamais vivi em 13 anos de Medicina.

Vi pacientes desesperando por medo do desconhecido.
Vi pacientes ganhando peso devido o tempo ocioso e a reclusão no lar.
Vi paciente emagrecendo, pois não tinha mais desculpa para não se exercitar e para elaborar as próprias refeições.

E nunca trabalhei tanto em parceria com meus amigos psiquiatras. Foi um enxurrada de pacientes desencadeando transtornos psiquiátricos.

Parei por pouco tempo na pandemia, afinal o ambulatório do SUS não cessou as atividades e o consultório preferi atender de forma intercalada, além de começar o atendimento em Telemedicina. Ou seja, não descansei, não tirei férias, estou cansado. 

Um fato interessante que a pandemia trouxe à tona (e isso é muito válido) foi a questão da manutenção da saúde. Ficou muito claro que as pessoas que se foram, em sua maioria eram indivíduos com Comorbidades: obesidade, diabetes, hipertensão.

E isso fez a comunidade científica frisar nos quatro cantos do mundo a importância de se manter um estilo de vida saudável.

E isso fez a Nutrologia e Nutrição, salientarmos incansavelmente sobre a necessidade de ter bons níveis de nutrientes relacionados à imunidade: Zinco, Vitamina C, Vitamina D, Selênio, Ácido fólico, Vitamina B12, Cobre, Proteínas, Lipídios, boa hidratação.

E isso fez a Psiquiatria e a Psicologia escancararem para o mundo o quanto o nossa saúde mental é importante, principalmente a inter-relação entre imunológico e emocional. 

Sendo assim, desejo a você, que em 2021 você tenha: 

1) Mais saúde, vitalidade, gana de viver
2) Bons hábitos de vida, mantendo o peso adequado, de preferência com uma boa massa magra
3) Durma melhor, sono é igual qualidade de vida
4) Exercite-se diariamente, com aquilo que ama ou com aquele exercício que você menos odeia rs
5) Preze pela sua saúde mental: faça psicoterapia! É o maior investimento que um ser humano pode fazer para si. Tem texto sobre isso aqui...
6) Ame e cuide dos que estão ao seu redor: eles que estarão ao seu lado, na beira de um leito
7) Tenha Fé
8) Tenha um hobbie
9) Seja altruísta
10) Alimente-se de forma consciente e saudável. Não negligenciando sua saúde. 

Um feliz 2021 e precisando de mim estarei aqui no consultório. 

Att


Dr. Frederico Lobo


PS. Abaixo uma receita médica para vocês aviarem, em alguma farmácia de manipulação da sua confiança. 



segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Plant basead diet é fundamental para descarbonização e geração de novos empregos

 A transição para uma alimentação baseada em vegetais, com diminuição significativa de produtos de origem animal, é um passo fundamental nos avanços da América Latina e Caribe em direção a uma economia com zero emissão de carbono e com mais geração de empregos.

A conclusão é da Organização Internacional do Trabalho em parceria com o Banco de Desenvolvimento Inter-Americano em estudo sobre o futuro da empregabilidade em economias livres de carbono.

O desafio é tão grande quanto o continente: a mudança de hábitos envolvida em se adotar uma dieta baseada em vegetais é significativa, uma vez que a região é uma das maiores exportadoras de carne e frango do mundo e a demanda por carne entre a população segue aumentando. O setor da pecuária na América Latina tem crescido a uma

taxa anual de 3,7%, superior à taxa média de crescimento global de 2,1%. Só no Brasil, o consumo per capita anual chega a 42,12Kg, colocando o país em sexto lugar no ranking dos países que mais consomem carne no mundo.

Geração de novos empregos

No entanto, as vantagens de uma transição são atrativas. Ainda que a substituição de dietas baseadas em carnes, aves, peixes e produtos lácteos possa levar a cerca de 4,3 milhões de perdas de empregos na região até 2030, a adoção de alimentos vegetais cultivados com métodos agrícolas sustentáveis pode gerar 19 milhões de novasoportunidades de emprego. O relatório também afirma que não há garantias de que estes trabalhadores consigam facilmente migrar de uma área para outra. Seria necessário investimentos em treinamentos que facilitem o processo.

Segundo o Breakthrough Institute , somente a indústria de alimentos feitos de plantas nos Estados Unidos suporta mais de 60 mil empregos remunerados acima da média, fornecendo US$ 3,6 bilhões em renda a cada ano, em pelo menos 35 estados diferentes. Se a demanda do consumidor e os desenvolvimentos da pesquisa continuarem, até 2030 o mercado poderá crescer quase 10 vezes, gerando quase 200 mil empregos no país.

O Brasil também já caminha nessa direção com bons resultados. O país, que é o maior exportador de carne do mundo, viu seu mercado de proteínas alternativas passar por um crescimento acelerado no último ano. O mercado nacional foi inundado por novos produtos, graças ao envolvimento das principais empresas de carne no setor e também startups de foodtech.

Mais sustentabilidade e saúde

A mudança pode acontecer antes do que se imagina, impulsionada por necessidades globais. Os efeitos da crise climática devem acelerar a transição da cadeia de produção de alimentos, como forma de diminuir a produção dos gases que aumentam a temperatura atmosférica. Um estudo realizado pela Beyond Meat em parceria com a Universidade de Michigan afirmou que, em comparação com a produção de um bife animal, a carne vegetal emite 90% menos gases de efeito estufa, 99% menos água, 93% menos terra e 46% menos energia.

Preocupações com a saúde, que ganharam mais força devido à pandemia, também entram nessa equação, uma vez que a criação e o confinamento de cada vez mais animais aumentam os riscos de transmissão de doenças para seres humanos. De acordo com a OMS , 60% das novas doenças infecciosas se originaram em animais. A produção de alimentos tem sido uma das mais importantes rotas de transmissão dessas doenças, também pelo uso intensivo de antibióticos na produção animal.

“Sem dúvidas a América Latina tem um potencial enorme não só como grande mercado consumidor de proteínas alternativas, mas também como produtor e exportador. Temos algumas das maiores empresas de proteína animal do mundo com alta capacidade de execução e distribuição, a potência do nosso agronegócio já é reconhecida como uma das responsáveis por alimentar grande parte da população mundial, temos ainda startups, cientistas e pesquisadores trabalhando incansavelmente para inovar nesse mercado. Não esperamos menos do que a liderança no setor de proteínas alternativas na região”, afirma Raquel Casselli, gerente de Engajamento Corporativo do The Good Food Institute (GFI) no Brasil.

Uma mudança para formas sustentáveis de agricultura, que utilize novas tecnologias para melhor aproveitamento e menor desperdício de colheitas e um investimento cada vez maior em proteínas alternativas desponta como solução para essa questão. As razões para transformar a produção de alimentos já são conhecidas e as vantagens em fazê-lo, muitas. O Brasil já mostra que é possível fazer diferente, é uma questão de tempo para que outros países da América Latina também adicionem novos hábitos.

Sobre o GFI: O The Good Food Institute (GFI) é uma instituição sem fins lucrativos que trabalha para acelerar transformações na cadeia de produção de alimentos. Para isso, foca no desenvolvimento do mercado de proteínas alternativas, apoiando especificamente os setores de proteínas vegetais e de carne cultivada. Essas novas fontes de proteínas complementam a oferta global de alimentos, disponibilizando mais alternativas semelhantes às de origem animal para os consumidores do mundo todo. A organização possui Selo Platinum, certificação máxima de transparência concedido pelo GuideStar, maior banco de dados e informações sobre organizações sem fins lucrativos do mundo, e

Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/11/20/dieta-baseada-em-vegetais-e-fundamental-para-descarbonizacao-e-geracao-de-novos-empregos/

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

E-book com receitas de fim de ano - Nutritotal

Já decidiu o que servir na noite de Natal? E na de Ano Novo? Talvez a mesa fique um pouco mais vazia este ano, já que ainda enfrentamos a pandemia do novo coronavírus e o ideal é continuar evitando aglomerações. Contudo, mesmo com um número reduzido de convidados, a fartura de nutrientes continua sendo bem-vinda e perfeitamente possível para o seu jantar. E para planejar aquele cardápio caprichado, nossas nutricionistas compartilharam suas melhores receitas de fim de ano em um e-book exclusivo para você, leitor!

Tem pratos para todos os gostos, de preparos de carnes clássicas da época até opções para vegetarianos e veganos. Sobremesa para quem não pode ou não quer abusar do açúcar? Tem também! Tudo explicado de forma prática e com muito carinho para deixar sua noite ainda mais especial.

O seu exemplar está disponível neste link. Baixe agora e faça da alimentação nutritiva e equilibrada a sua escolha para o final, início e todo decorrer do novo ano que se aproxima. Boas festas e saúde!

Fonte: https://nutritotal.com.br/publico-geral/material/e-book-receitas-de-fim-de-ano/

As bebidas da moda: Cerveja zero álcool, hard seltzer e kombuchá: o que está por trás delas

O mercado de bebidas está sempre lançando novidades. Constantemente há novas opções para aqueles que desejam maneirar no álcool ou se aventurar entre os fermentados. Mas é preciso cuidado. Por trás das novas queridinhas cervejas sem álcool e dos populares hard seltzers (refrigerantes gaseificados com teor alcoólico adicionado), por exemplo, podem estar escondidos ingredientes ricos em açúcar e até mesmo, em alguns casos, pequenas doses de álcool.

Para não cair nas armadilhas da indústria alimentícia, confira a seguir alguns mitos e verdades sobre as bebidas da moda, baseados em estudos científicos:

4 mitos e verdades sobre as bebidas da moda

A cerveja sem álcool não traz riscos à saúde das gestantes

Mito. Por mais que levem o nome de cerveja sem álcool, essas bebidas podem conter teor alcóolico. O Inmetro assegura que esse tipo de produto tenha no máximo 0,5% da substância. Contudo, como não há um nível seguro conhecido de ingestão alcoólica na gravidez, a abstinência dessas bebidas eliminaria qualquer risco de transtorno fetal. Além disso, embora seja provável que a ingestão moderada de bebidas não alcoólicas não seja prejudicial aos bebês amamentados, adiar brevemente a amamentação após o consumo dessas bebidas garantiria que o bebê não fosse exposto ao álcool.

Hard seltzers são mais saudáveis que bebidas alcoólicas puras

Mito. Os hard seltzers misturam refrigerantes com bebidas alcoólicas, e além de manterem os riscos que o álcool pode causar à saúde, também levam a outro problema: o açúcar presente nos refrigerantes. Estudos indicam que o consumo geral de refrigerantes contendo açúcar e cafeína está aumentando drasticamente em todo o mundo, especialmente entre os adultos jovens, e que é preciso diminuir o consumo para melhorar a qualidade de vida global, evitando o risco de doenças como obesidade e diabetes.

O kombuchá pode trazer benefícios à saúde, se consumido com moderação

Verdade. O kombuchá é uma bebida rica em compostos fenólicos e atividades antioxidantes. Segundo os pesquisadores, a maior atividade antioxidante foi obtida na mistura da bebida fermentada com chá preto.

Diabéticos não podem consumir as bebidas alcoólicas da moda

Parcialmente verdade. Por mais que existam riscos no consumo de bebida alcoólica para pacientes diabéticos, quantidades moderadas, como uma dose ao dia para mulheres e duas aos homens, podem ser toleradas. A dica está também na escolha da bebida: prefira vinhos secos e cervejas leves, evite licores açucarados, vinhos muito doces e drinks misturados com adoçantes, como a piña colada.

Referências bibliográficas:
  • John P. et al. Consuming non-alcoholic beer and other beverages during pregnancy and breastfeeding. Can Fam Physician., 2014
  • Ibrar A. et al. Sugar Beverages and Dietary Sodas Impact on Brain Health: A Mini Literature Review. Cureus. 2018
  • Mixing Alcohol with Your Diabetes. John Hopkins Medicine, 2019.

Fonte: https://nutritotal.com.br/publico-geral/material/cerveja-sem-alcool-o-que-esta-por-tras-dela/

sábado, 19 de dezembro de 2020

Para emagrecer: planeje pelo menos 300 minutos de exercícios por semana

Homens e mulheres com sobrepeso que se exercitaram seis dias por semana perderam peso; aqueles que exercitavam duas vezes por semana, não.

O exercício pode nos ajudar a perder peso? Um novo estudo interessante envolvendo homens e mulheres com sobrepeso descobriu que malhar pode nos ajudar a perder peso, em parte remodelando os hormônios do apetite.  Mas, para nos beneficiarmos, sugere o estudo, provavelmente precisamos nos exercitar muito - queimando pelo menos 3.000 calorias por semana. No estudo, isso significava exercitar seis dias por semana por até uma hora, ou cerca de 300 minutos por semana.

A relação entre malhar e nossas cinturas é famosa. O processo parece ser simples: fazemos exercícios, gastamos calorias e, se a vida e o metabolismo fossem justos, desenvolvemos um déficit de energia. Nesse ponto, começaríamos a usar a gordura armazenada para alimentar as operações contínuas de nossos corpos, deixando-nos mais magros.

Mas nossos corpos nem sempre cooperam. Preparados pela evolução para manter os estoques de energia em caso de fome, nossos corpos tendem a minar nossas tentativas de perder peso.  Comece a malhar e seu apetite aumenta, assim você consome mais calorias, compensando as perdas.

O resultado, de acordo com muitos estudos anteriores sobre exercícios e perda de peso, é que a maioria das pessoas que inicia um novo programa de exercícios sem monitorar estritamente o que comem não perde tanto peso quanto esperam - e algumas ganham quilos.

Mas Kyle Flack, professor assistente de nutrição da Universidade de Kentucky, começou a se perguntar há alguns anos se esse resultado era inevitável. Talvez, ele especulou, houvesse um teto para as compensações calóricas das pessoas após o exercício, o que significa que, se aumentassem suas horas de exercícios, compensariam por menos calorias perdidas e perderiam peso.

Para um estudo publicado em 2018, ele e seus colegas exploraram essa ideia, pedindo a homens e mulheres sedentários e com excesso de peso que comecem a se exercitar o suficiente para queimar 1.500 ou 3.000 calorias por semana durante os treinos. Depois de três meses, os pesquisadores verificaram a perda de peso de todos, se houvesse, e usaram cálculos metabólicos para determinar quantas calorias os voluntários haviam consumido em compensação por seus esforços.

O total, descobriu-se, era uma média de cerca de 1.000 calorias por semana de alimentação compensatória, não importa o quanto as pessoas tivessem treinado.  Por essa matemática, os homens e mulheres que queimaram 1.500 calorias por semana com exercícios haviam recuperado quase 500 calorias por semana de seus gastos, enquanto aqueles que queimavam 3.000 calorias com exercícios acabaram com um déficit líquido semanal de cerca de 2.000 calorias. (A taxa metabólica geral de ninguém mudou muito.)

Não é novidade que o grupo que faz mais exercícios emagrece;  os outros não.

Mas esse estudo deixou muitas perguntas sem resposta, sentiu o Dr. Flack.  Os participantes realizaram exercícios supervisionados semelhantes, caminhando moderadamente por 30 ou 60 minutos, cinco vezes por semana.  Os comprimentos ou frequências variadas de exercícios seriam importantes para a compensação calórica das pessoas?  E o que estava levando as pessoas a comer? As diferentes quantidades de exercícios afetaram os hormônios do apetite das pessoas de forma diferente?

Para descobrir, ele e seus colegas decidiram repetir grande parte da experiência anterior, mas desta vez com novos programas de exercícios.  Então, para o novo estudo, que foi publicado em novembro na Medicine & Science in Sports & Exercise, eles reuniram outro grupo de 44 homens e mulheres sedentários e acima do peso, verificaram suas composições corporais e pediram a metade deles para começar a se exercitar duas vezes por semana, por pelo menos 90 minutos, até queimar cerca de 750 calorias por sessão, ou 1.500 durante a semana. Eles podiam se exercitar da maneira que desejassem - muitos optaram por caminhar, mas alguns escolheram outras atividades - e usaram um monitor de frequência cardíaca para monitorar seus esforços.

O restante dos voluntários começou a se exercitar seis vezes por semana por cerca de 40 a 60 minutos, queimando cerca de 500 calorias por sessão, para um total semanal de cerca de 3.000 por semana. Os pesquisadores também coletaram sangue para verificar os níveis de certos hormônios que podem afetar o apetite das pessoas.

Após 12 semanas, todos voltaram ao laboratório, onde os pesquisadores reconfiguraram as composições corporais, repetiram as coletas de sangue e começaram a calcular as compensações.

E, novamente, eles encontraram um limite compensatório de cerca de 1.000 calorias. Como consequência, apenas os homens e mulheres do grupo que mais se exercitou - seis dias por semana, para um total de 3.000 calorias - perderam muito peso, perdendo cerca de dois quilos de gordura corporal.

Curiosamente, os pesquisadores descobriram uma diferença inesperada entre os grupos. Aqueles que queimam cerca de 3.000 calorias por semana mostraram mudanças agora nos níveis de leptina em seus corpos, um hormônio do apetite que pode reduzir o apetite.  Essas alterações sugeriram que o exercício aumentou a sensibilidade dos praticantes ao hormônio, permitindo-lhes regular melhor o desejo de comer.  Não houve mudanças hormonais comparáveis ​​em homens e mulheres que malharam menos.

Em essência, diz Flack, o novo experimento “reforça a descoberta anterior” de que a maioria de nós comerá mais se fizer exercícios, mas apenas até o ponto de inflexão de 1.000 calorias por semana. Se de alguma forma conseguirmos queimar mais do que essa quantidade com exercícios, provavelmente podemos perder peso.

Mas, é claro, queimar milhares de calorias por semana com exercícios é assustador, diz Flack. Além disso, este estudo durou apenas alguns meses e não pode nos dizer se mudanças posteriores em nossos apetites ou metabolismo aumentariam ou reduziriam qualquer declínio subsequente de gordura.

Ainda assim, para aqueles de nós que esperam que o exercício possa nos ajudar a cortar nossa cintura durante as próximas férias, quanto mais pudermos nos mover, ao que parece, melhor.

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Inciativa premiada no Prêmio Euro - Inovação na Saúde

Como os alimentos podem afetar nosso sono?

 Um crescente número de pesquisas sugere que os alimentos que você ingere podem afetar o seu sono, e seus padrões de sono podem afetar suas escolhas alimentares.

Este não foi um ano muito bom para dormir.

Com a pandemia do coronavírus, interrupções na escola e no trabalho e uma temporada eleitoral polêmica contribuindo para inúmeras noites sem dormir, os especialistas em sono incentivaram as pessoas a adotar uma variedade de medidas para superar a insônia relacionada ao estresse. Entre suas recomendações: praticar exercícios regularmente, estabelecer uma rotina noturna para dormir e reduzir o tempo de tela e as redes sociais.

Mas muitas pessoas podem estar negligenciando outro fator importante na má qualidade do sono: a dieta. Um crescente número de pesquisas sugere que os alimentos que você ingere podem afetar o seu sono, e seus padrões de sono podem afetar suas escolhas alimentares.

Os pesquisadores descobriram que comer uma dieta rica em açúcar, gordura saturada e carboidratos processados ​​pode atrapalhar o sono, enquanto comer mais plantas, fibras e alimentos ricos em gordura insaturada - como nozes, azeite, peixe e abacate - parece ter o efeito oposto, ajudando a promover um sono profundo.

Muito do que sabemos sobre sono e dieta vem de grandes estudos epidemiológicos que, ao longo dos anos, descobriram que pessoas que sofrem de sono ruim de forma consistente tendem a ter dietas de pior qualidade, com menos proteínas, menos frutas e vegetais e uma maior ingestão de açúcar adicionado de alimentos como bebidas açucaradas, sobremesas e alimentos ultraprocessados. Mas, por sua natureza, os estudos epidemiológicos podem mostrar apenas correlações, não causa e efeito. Eles não podem explicar, por exemplo, se uma dieta pobre precede e leva a um sono ruim, ou o contrário.

Para obter uma melhor compreensão da relação entre dieta e sono, alguns pesquisadores recorreram a ensaios clínicos randomizados nos quais dizem aos participantes o que comer e, em seguida, procuram mudanças em seu sono. Vários estudos examinaram o impacto de uma ampla variedade de alimentos individuais, desde leite quente a suco de frutas. Mas esses estudos geralmente são pequenos e não muito rigorosos.

Alguns desses testes também foram financiados pela indústria de alimentos, o que pode influenciar os resultados.  Um estudo financiado pela Zespri International, o maior comerciante mundial de kiwis, por exemplo, descobriu que as pessoas designadas a comer dois kiwis uma hora antes de dormir todas as noites durante quatro semanas tiveram melhorias no início do sono, duração e eficiência. Os autores do estudo atribuíram suas descobertas em parte à “abundância” de antioxidantes no kiwi. Mas, o que é mais importante, o estudo carecia de um grupo de controle, então é possível que quaisquer benefícios pudessem ter resultado do efeito placebo.

Outros estudos financiados pela indústria da cereja descobriram que beber suco de cereja azedo pode melhorar modestamente o sono em pessoas com insônia, supostamente promovendo o triptofano, um dos blocos de construção do hormônio melatonina que regula o sono. O triptofano é um aminoácido encontrado em muitos alimentos, incluindo laticínios e peru, que é uma das razões comumente dadas para que tantos de nós nos sintamos tão sonolentos após as festas de Ação de Graças. Mas o triptofano tem que cruzar a barreira hematoencefálica para ter qualquer efeito soporífero e, na presença de outros aminoácidos encontrados nos alimentos, acaba competindo, em grande parte sem sucesso, pela absorção. Estudos mostram que comer alimentos ricos em proteínas, como leite e peru por conta própria, diminui a capacidade do triptofano de cruzar a barreira hematoencefálica.

Uma maneira de aumentar a absorção de triptofano é emparelhar alimentos que o contenham com carboidratos.  Essa combinação estimula a liberação de insulina, que faz com que os aminoácidos concorrentes sejam absorvidos pelos músculos, tornando mais fácil para o triptofano passar para o cérebro, disse Marie-Pierre St-Onge, professora associada de medicina nutricional da Universidade de Columbia Irving  Medical Center e diretor do Sleep Center of Excellence em Columbia.

A Dra. St-Onge passou anos estudando a relação entre dieta e sono. Seu trabalho sugere que, em vez de enfatizar um ou dois alimentos específicos com propriedades supostamente indutoras do sono, é melhor se concentrar na qualidade geral de sua dieta. Em um ensaio clínico randomizado, ela e seus colegas recrutaram 26 adultos saudáveis ​​e controlaram o que comiam por quatro dias, fornecendo-lhes refeições regulares preparadas por nutricionistas enquanto monitoravam como eles dormiam à noite. No quinto dia, os sujeitos foram autorizados a comer o que quisessem.

Os pesquisadores descobriram que comer mais gordura saturada e menos fibras de alimentos como vegetais, frutas e grãos inteiros levou a reduções no sono de ondas lentas, que é o tipo profundo e restaurador. Em geral, os ensaios clínicos também descobriram que os carboidratos têm um impacto significativo no sono: as pessoas tendem a adormecer muito mais rápido à noite quando consomem uma dieta rica em carboidratos em comparação com quando consomem uma dieta rica em gorduras ou proteínas. Isso pode ter algo a ver com os carboidratos ajudando o triptofano a entrar no cérebro com mais facilidade.

Mas a qualidade dos carboidratos é importante. Na verdade, eles podem ser uma faca de dois gumes quando se trata de dormir. A Dra. St-Onge descobriu em sua pesquisa que quando as pessoas comem mais açúcar e carboidratos simples - como pão branco, bagels, doces e massas - elas acordam com mais frequência durante a noite. Em outras palavras, comer carboidratos pode ajudá-lo a adormecer mais rápido, mas é melhor consumir carboidratos “complexos” que contêm fibras, que podem ajudá-lo a obter um sono mais profundo e restaurador.

“Os carboidratos complexos fornecem um nível de açúcar no sangue mais estável”, disse a Dra. St-Onge.  “Portanto, se os níveis de açúcar no sangue são mais estáveis ​​à noite, esse pode ser o motivo pelo qual os carboidratos complexos estão associados a um sono melhor”.

Um exemplo de padrão alimentar que pode ser ideal para dormir melhor é a dieta mediterrânea, que enfatiza alimentos como vegetais, frutas, nozes, sementes, legumes, grãos inteiros, frutos do mar, aves, iogurte, ervas e especiarias e azeite de oliva. Grandes estudos observacionais descobriram que as pessoas que seguem esse tipo de padrão alimentar têm menos probabilidade de sofrer de insônia e sono curto, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar a correlação.

Mas a relação entre dieta pobre e sono ruim é uma via de mão dupla: os cientistas descobriram que, à medida que as pessoas perdem o sono, passam por mudanças fisiológicas que podem levá-las a procurar junk food. Em estudos clínicos, adultos saudáveis ​​que podem dormir apenas quatro ou cinco horas por noite acabam consumindo mais calorias e fazendo lanches com mais frequência ao longo do dia. Eles experimentam significativamente mais fome e sua preferência por alimentos doces aumenta.

Nos homens, a privação de sono estimula o aumento dos níveis de grelina, o chamado hormônio da fome, enquanto nas mulheres, restringir o sono leva a níveis mais baixos de GLP-1, um hormônio que sinaliza saciedade.

“Portanto, nos homens, o sono curto promove maior apetite e desejo de comer, e nas mulheres há menos sinais que fazem você parar de comer”, disse a Dra. St-Onge.

Mudanças também ocorrem no cérebro.  

A Dra. St-Onge descobriu que quando homens e mulheres ficavam restritos a quatro horas de sono noturno por cinco noites consecutivas, eles tinham maior ativação nos centros de recompensa do cérebro em resposta à pizza de pepperoni, donuts e doces em comparação com alimentos saudáveis ​​como cenoura, iogurte, aveia e frutas.  Após cinco noites de sono normal, no entanto, esse padrão de respostas cerebrais mais fortes à junk food desapareceu.

Outro estudo, liderado por pesquisadores do King’s College London, também demonstrou como um sono adequado pode aumentar sua força de vontade para evitar alimentos não saudáveis. Ele descobriu que pessoas com sono normalmente curto que passaram por um programa para ajudá-los a dormir mais - resultando em uma hora de sono adicional a cada noite - tiveram melhorias em sua dieta.

A mudança mais surpreendente foi que eles cortaram cerca de 10 gramas de açúcar adicionado de suas dietas a cada dia, o equivalente a cerca de duas colheres e meia de chá.

A conclusão é que dieta e sono estão interligados. Melhorar um pode ajudar a melhorar o outro e vice-versa, criando um ciclo positivo onde eles se perpetuam, disse a Dra. Susan Redline, médica sênior do Brigham and Women's Hospital e professora de medicina do sono na Harvard Medical School que estuda dieta  e distúrbios do sono.

 “A melhor maneira de abordar a saúde é enfatizar uma dieta saudável e um sono saudável”, acrescentou ela. “Esses são  dois comportamentos de saúde muito importantes que podem se reforçar mutuamente”.

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Inciativa premiada no Prêmio Euro - Inovação na Saúde

Cachorros e donos podem compartilhar semelhanças no risco de desenvolver o diabetes

A pesquisa mostra que as pessoas que têm um cachorro com diabetes tipo 2 correm 38% mais risco de ter a doença

Diz-se que os cães se parecem com seus donos, mas as semelhanças também podem se estender ao risco de diabetes, sugerem as pesquisas. O mesmo não pode ser dito dos donos de gatos e seus companheiros, entretanto.

Estudos anteriores haviam sugerido que proprietários com excesso de peso tendem a ter animais de estimação mais gordos, possivelmente por causa de comportamentos de saúde compartilhados, como comer demais ou não praticar exercícios regularmente. Para investigar se isso se estendia a um risco compartilhado de diabetes tipo 2, Beatrice Kennedy, da Universidade de Uppsala, na Suécia, e colegas recorreram a dados de seguros da maior seguradora de animais de estimação da Suécia, usando números de identificação nacional de 10 dígitos dos proprietários para obter seus registros de saúde anônima.

Comparando dados de 208.980 pares proprietário / cão e 123.566 proprietário / gato, eles descobriram que possuir um cão com diabetes estava associado a um risco 38% maior de ter diabetes tipo 2 em comparação com possuir um cão saudável. As circunstâncias pessoais e socioeconômicas dos donos dos cães não explicam esta ligação. No entanto, nenhum risco compartilhado de diabetes foi encontrado entre os donos de gatos e seus animais de estimação. A pesquisa foi publicada no British Medical Journal.

Como em humanos, a dieta e a obesidade podem influenciar o risco de diabetes tipo 2 em ambos os tipos de animais. Também como os humanos, a prevalência de diabetes em cães e gatos parece estar aumentando.

“Dada a pesquisa anterior sobre o risco compartilhado de [estar acima do peso] entre donos de cães e seus animais, acreditamos que hábitos alimentares compartilhados e também níveis de atividade física podem estar envolvidos”, disse Kennedy.

A ausência de um risco compartilhado entre gatos e seus donos também pode apontar para a atividade física ser um fator importante. “Os gatos geralmente preferem mais independência de seus donos quando se trata de seus movimentos”, disse Kennedy.

A exposição ambiental compartilhada a coisas como poluentes ou produtos químicos entre cães e seus donos pode ser outro caminho que vale a pena explorar, acrescentou ela. Por se tratar de um estudo observacional, os pesquisadores não puderam confirmar a causa subjacente da associação.

No entanto, uma vez que existe, o diagnóstico de diabetes em qualquer membro da família - incluindo companheiros caninos - pode sinalizar a necessidade de reavaliar os comportamentos de saúde de toda a unidade familiar. “O diabetes do cão pode ser um marcador de algo importante acontecendo”, disse Kennedy. “Nós sabemos que existem laços emocionais bastante fortes entre os donos de cães e seus cães. Talvez esse vínculo se estenda a outros comportamentos e riscos à saúde ”.


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Divulgação de especialidade sem ser especialista


 

Telhados verdes e mais árvores podem auxiliar a reduzir o efeito da ilha de calor urbana

Uma ilha de calor urbana é uma área urbana significativamente mais quente do que as áreas rurais circundantes. A diferença de temperatura normalmente é maior à noite do que durante o dia.

Com o governo do Reino Unido se comprometendo a construir 300.000 novas casas todos os anos, teme-se que muitas das cidades e vilas do país experimentarão um aumento na temperatura causado por mais veículos e atividades de construção.

Em um artigo publicado pela Environmental Pollution , especialistas do Centro Global para Pesquisa do Ar Limpo (GCARE ) de Surrey modelaram como uma cidade do Reino Unido seria afetada se sua paisagem urbana incluísse diferentes tipos de IG.

O estudo se concentrou na simulação de aumentos de temperatura na cidade de Guildford, no Reino Unido, sob diferentes coberturas de IG (árvores, pastagens e telhados verdes). A equipe adotou sistemas de modelagem de computador amplamente usados que descobriram que 78 por cento de Guildford estava coberto por pastagens e árvores.

A equipe de pesquisa decidiu investigar cinco cenários:

Qual é o status quo com a infraestrutura verde (IG) atual?

O que aconteceria se a cidade não tivesse infraestrutura verde (IG)?

O que aconteceria se você substituísse a infraestrutura verde (IG) atual apenas por árvores?

O que aconteceria se você substituísse a infraestrutura verde (IG) atual apenas por telhados verdes?

O que aconteceria se você substituísse a infraestrutura verde (IG) atual apenas por pastagens?

A equipe do GCARE descobriu que as árvores são a forma mais eficaz de infraestrutura verde (IG) e os resultados mostraram que Guildford seria 0,128 o C mais frio se as árvores substituíssem todas as formas de IG na cidade.

A equipe também descobriu que as árvores são a melhor solução para a redução dos picos de temperatura porque podem sombrear melhor as superfícies e influenciar a mistura aerodinâmica do ar na atmosfera causada pela turbulência intensificada.

O professor Prashant Kumar , diretor do GCARE da Universidade de Surrey, disse: “À medida que os formuladores de políticas e líderes políticos procuram resolver a crise habitacional do país, é de vital importância que considerem como esse influxo de nova infraestrutura urbana impactará nosso meio ambiente planeta.

“Espero que nosso estudo forneça aos tomadores de decisão as informações de que precisam quando estão decidindo qual infraestrutura verde estabelecer em nossas comunidades. Nossos resultados sugerem que, dada a escolha, as árvores são as mais eficazes na redução do efeito de ilha de calor urbana que muitas de nossas cidades enfrentam. ”

Referência: Tiwari, A., Kumar, P., Kalaiarasan, G., Ottosen, T.B., 2020. The impacts of existing and hypothetical green infrastructure scenarios on urban heat island formation. Environmental Pollution, 115898.

https://doi.org/10.1016/j.envpol.2020.115898

Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/11/20/arvores-e-telhados-verdes-podem-ajudar-a-reduzir-o-efeito-da-ilha-de-calor-urbana/

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Agricultura urbana e periurbana em São Paulo pode alimentar 20 milhões de pessoas

A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) possui quase 22 milhões de habitantes, cerca de 10% do total da população brasileira. Para alimentar essa quantidade enorme de pessoas, todos os dias chegam à metrópole toneladas de insumos, de diferentes partes do país. Porém, novo estudo do Instituto Escolhas mostra que, com algumas medidas, é possível abastecer toda essa população com legumes e verduras produzidos localmente -o que diminui as perdas com o transporte e deixa a metrópole de São Paulo menos sujeita a problemas de oferta, como aconteceu durante a greve dos caminhoneiros de 2018 ou cogitou-se no início da pandemia de Covid-19.

Lançado nesta terça-feira  (24/11), o estudo “Mais perto do que se imagina: os desafios da produção de alimentos na metrópole de São Paulo” traz dados de consumo, distribuição e comercialização de alimentos na RMSP hoje e, por meio de análises de caso, identifica entraves e traz recomendações do que pode ser feito para avançarmos nesse potencial de produção e abastecimento por meio da produção local. O estudo do Instituto Escolhas é realizado em parceria com o Urbem e tem o apoio da Porticus.

Entenda o estudo

Atualmente, a agricultura urbana e periurbana (dentro e nos arredores da cidade) já ocupa um lugar de relevância na região metropolitana de São Paulo. São mais de 5 mil estabelecimentos agropecuários ou 15,5% da área total da RMSP, sendo que os 39 municípios dessa região produzem 52% dos cogumelos e espinafre e cerca de 10% do repolho e alface de todo o país. O município com a maior participação é o de Mogi das Cruzes, com 35% do valor bruto da produção da região.

Em toda RMSP, mais de 1 milhão de pessoas, ou 13% da população local, estão diretamente ocupadas com alimentação, seja na produção, indústria e, principalmente, no comércio e serviços alimentares. O estudo partiu da análise desses dados secundários, que caracterizam o sistema alimentar da RMSP, para então analisar o potencial que essa produção local de alimentos tem para tornar esse sistema mais resiliente e sustentável.

Foram identificados diferentes tipos de agricultura existentes na metrópole, desde agriculturas comerciais (que têm maior capacidade de investimento e operam em pequena, média e grande escala), agriculturas multifuncionais (que, além da comercialização, também estão voltadas para o sustento da família), até mesmo iniciativas não voltadas à comercialização, como hortas institucionais, comunitárias e quintais produtivos. Em seguida, foi realizada uma avaliação da viabilidade econômico-financeira de alguns desses casos e uma simulação do seu potencial de abastecimento da metrópole.

Resultados

Os estudos de caso evidenciaram que o agricultor comercial de médio e grande porte na RMSP tem enfrentado altos custos de produção e baixos preços nos circuitos de comercialização convencional, com mais de um atravessador. Já o agricultor familiar que opta pela produção orgânica precisa garantir preços mais altos na comercialização, geralmente obtido por meio de circuitos curtos (venda direta ou com até um atravessador) e do acesso garantido à terra para se viabilizar economicamente.

Nas simulações realizadas pelo estudo, 200 hectares de áreas cultivadas por propriedades modelo em áreas urbanas da metrópole teriam o potencial de prover verduras e legumes para cerca de 80 mil pessoas e ocupar 1 mil trabalhadores. Essa extensão equivale à área de terrenos vagos no distrito de Sapopemba, no município de São Paulo, e o número de famílias que poderiam consumir os alimentos, 24 mil, corresponde a 1,5x o número de famílias beneficiárias do Bolsa Família naquele distrito. De forma mais expressiva, 60 mil hectares cultivados em propriedades modelo na área periurbana da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) teriam o potencial de abastecer com verduras e legumes 20 milhões de pessoas por ano e criar 180 mil novos postos de trabalho na metrópole. As duas simulações foram realizadas considerando a produção orgânica de alimentos.

“As simulações do estudo destacam o potencial da produção local de alimentos de abastecer a metrópole com alimentos saudáveis, como verduras e legumes, e de gerar emprego e renda para os seus moradores. Os números reforçam a importância dos gestores públicos passarem a considerar a agricultura no planejamento e políticas urbanas”, comenta Jaqueline Ferreira, Gerente do Instituto Escolhas e Coordenadora do estudo.

Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/11/25/agricultura-urbana-e-periurbana-em-sao-paulo-pode-alimentar-20-milhoes-de-pessoas/

domingo, 29 de novembro de 2020

Nutrição cerebral: Os idosos cujo sangue apresenta maiores teores de certas vitaminas e ácidos graxos ômega 3 mantêm a capacidade mental e de memória por mais tempo

 Os idosos cujo sangue apresenta maiores teores de certas vitaminas e ácidos graxos ômega 3 mantêm a capacidade mental e de memória por mais tempo, revela um estudo. 

O trabalho concluiu que os idosos que consomem estas vitaminas e ácidos graxos ômega 3 não experimentam uma redução do volume de seu cérebro, um fenômeno tipicamente observado nas pessoas que sofrem do mal de Alzheimer. 

Publicado na edição de 28 de novembro da revista "Neurology", o estudo determina que os altos níveis de vitamina B, C, D e E, assim como de ômega 3, encontrado principalmente nos peixes, têm efeitos positivos na saúde mental e no restante do organismo. 

"Este enfoque mostra claramente os efeitos neurológicos e biológicos, bons e maus, ligados aos níveis de diferentes nutrientes no sangue", explica Maret Traber, do Instituto Linus Pauling da Universidade do Oregon, no noroeste dos Estados Unidos. 

"As vitaminas e os nutrientes que se obtêm comendo uma grande variedade de frutas, legumes e peixes podem ser medidas com o auxílio de biomarcadores sanguíneos. Estou convencida de que estes nutrientes têm um grande potencial para proteger o cérebro e fazê-lo funcionar melhor", afirma Traber. 

A pesquisa também revela que os participantes do estudo com alimentação rica em ácidos e gorduras trans, abundantes em produtos lácteos e frituras, obtiveram resultados piores no teste cognitivo e apresentaram redução do cérebro considerável. 

Os pesquisadores analisaram 104 indivíduos com idade média de 87 anos, submetidos a testes com 30 biomarcadores de nutrientes no sangue. Deste total, 42 também passaram por exames de ressonância magnética para medir o volume de seus cérebros.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1027664-alimentos-tem-influencia-na-capacidade-mental-de-idosos.shtml

Hortaliça não é só salada. Congelador + economia e menos desperdício.

Congelador um aliado na redução do desperdício. Congelador: grande aliado, nas não para todas as hortaliças. Prepare o produto que será congelado. Método e tempo de branqueamento de cada hortaliça. Quanto tempo dura o produto congelado. Como descongelar. Vale a pena considerar.

Para baixar: http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/142306/1/folder-congelador.pdf

Novembro Azul: As consequências do medo masculino de ir ao médico

Sete em cada dez homens só vão ao médico por influência da mulher ou dos filhos, segundo dados do Ministério da Saúde. Enquanto 80% das mulheres faz acompanhamento frequente com o ginecologista, mais de 50% dos homens jamais consultou um urologista, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Estudo realizado por pesquisadores do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz, com homens com vários níveis de escolaridade mostrou que, além de amarras culturais, como o preconceito com práticas de autocuidado, o medo de descobrir uma doença grave e a vergonha de expor o corpo são fatores que mantém os homens longe dos consultórios.

Medo de ir ao médico atrasa diagnóstico de câncer de próstata e outras doenças

“O diagnóstico tardio muitas vezes nos impossibilita de oferecer um tratamento adequado porque os sintomas da doença são mais difíceis de manejar do que alguns efeitos colaterais de tratamentos. Então é preciso haver conscientização para tentar diminuir o medo do homem e fazer com que ele entenda que a terapia hoje é adaptada para a pessoa e temos como fazer isso ficar mais tolerável sem perder a sua eficácia ou a qualidade de vida”, diz a médica oncologista Danielle Laperche.

Segundo estimativas do Inca, em 2020 serão mais de 65 mil casos de câncer de próstata no Brasil e o Novembro Azul busca incentivar a prevenção. Um a cada seis homens irão desenvolver câncer de próstata ao longo da vida e o diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura da doença. Hoje, a prescrição do tratamento depende do estágio, do histórico, do tipo e agressividade do tumor.

Novos tratamentos mantém qualidade de vida

O câncer de próstata é um dos tipos de tumor para os quais houve maior desenvolvimento de novas drogas e novas terapias nos últimos anos. “É importante a população saber dessas possiblidades até para não ter tanto medo de enfrentar o diagnóstico e o tratamento da doença porque conseguimos boa manutenção da qualidade de vida”, afirma a oncologista.

“Dependendo do estágio, avaliamos caso a caso e adequamos a melhor opção de cada tratamento de acordo com cada histórico, tipo e agressividade do tumor e extensão da doença; se está localizado na próstata ou se já saiu da próstata. Isso vai ser adequado de acordo com cada tipo de paciente, levando em conta suas crenças e medos em relação à cada terapia. Mas a verdade é que temos como fazer muitos ajustes e adaptações para o tratamento se tornar o mais adequado possível porque tratamos o paciente não a doença somente”, explica Laperche.

Além da necessidade de abordagem cirúrgica que será avaliada em cada caso, o médico pode avaliar também a necessidade de radioterapia localizada na próstata ou lançar mão de tratamentos que cada vez menos envolvem quimioterapia. As terapias hormonais com medicações orais têm apresentado resultados excelentes em função das novas drogas já aprovadas pela Anvisa.

Fatores de riscos

Os fatores de risco são os mesmos para outros tipos de tumores: sedentarismo, obesidade, alimentação inadequada, dietas ricas em gordura, carnes vermelhas e carboidratos. Além disso, idade acima de 60 anos, histórico familiar e homens negros tem mais chances de desenvolver a doença mais agressiva.

“O ideal é fazer exames de rastreamento, como o toque retal, feito pelo urologista, e o exame de sangue do marcador PSA. Em casos suspeitos é realizada a biópsia. Sintomas como a piora da força do jato urinário, dificuldade para urinar, necessidade de urinar muitas vezes em um período de tempo curto, acordar a noite para urinar, sangramento ou obstrução do canal aparecem quando a doença está avançada”, finaliza Laperche.

Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/11/19/as-consequencias-do-medo-masculino-de-ir-ao-medico/

A Sustentabilidade de Marketing Agora é Tendência

Para que uma marca cresça com vigor no longo prazo, empresas que adotam a sustentabilidade de marketing devem desempenhar uma série de atividades de marketing interconectadas e planejadas com cuidado, além de satisfazer um conjunto cada vez mais amplo de componentes e objetivos. Também devem considerar uma vasta gama de efeitos causados por suas ações. Sustentabilidade e responsabilidade social corporativa viraram prioridade para muitas organizações (KOTLER; KELLER, 2018; RODRIGUES, 2020).

Marcas como Ben & Jerry” s, Stonyfield Farm, Whole Foods e Seventh Generation adotaram filosofias de práticas semelhantes (KOTLER; KELLER, 2018).

O mercado sustentável está aqui para ficar e vai crescer e amadurecer muito, desenvolvendo regras de comprometimento ainda maiores.

Aprender a atender aos consumidores sustentáveis de hoje de maneira melhor trará importantes oportunidades de aumentar as vendas e os lucros responsáveis, tornando maior a participação de mercado entre o crescente número de consumidores sustentáveis, além de economizar dinheiro, melhorar a confiança dos funcionários e recrutar e manter os melhores ((OTTMAN, 2012; RODRIGUES; 2020).

Contudo, a sustentabilidade de marketing se tornou tendência porque mais pessoas estão preocupadas com os assuntos relacionados à sustentabilidade, mais do que nunca. Desta forma, refletindo uma consciência que tem se tornado mais sólida nos últimos vinte anos, o público geral está começando compreender o impacto que esses assuntos em suas vidas agora e nos próximos anos, e está começando a agir (OTTMAN, 2012).

No passado, os profissionais de marketing verde acreditavam que as pessoas se preocupavam com o meio ambiente porque sentiam que o planeta estava sendo prejudicado, e suas comunicações refletiam isso (OTTMAN, 2012; RODRIGUES, 2017; RODRIGUES, 2020). Mas os profissionais de marketing sustentável de hoje estão percebendo, cada vez mais, que os consumidores temem que o planeta esteja perdendo sua capacidade de manter a vida humana; eles se preocupam com sua saúde e com a saúde de seus filhos. É por isso que os problemas relacionados à saúde, como qualidade da água, lixo nocivo e poluição do ar, disponibilidade de água, aquecimento global e superpopulação estão no topo das preocupações ambientais que os consumidores mais temem (OTTMAN, 2012; RODRIGUES, 2020).

Todavia, o comportamento de uma pessoa reflete seus valores e a sustentabilidade de marketing (econômica, social, ambiental, cidadania ecológica e tecnologia de informação), cuidar da natureza, do planeta e das pessoas que vivem aqui agora e das que viverão no futuro, é um valor essencial de todas as gerações vivas, começando com os Baby Boomers, que lideram a carga verde de meados ao fim dos anos 1960. Por mais importantes que os Baby Boomers sejam para o ativismo ambiental como os maiores consumidores da nação e líderes da sociedade, o possível impacto a ser provocado pelas Gerações X, Y e Z, usuários da internet, pode ser mais importantes ainda (OTTMAN, 2012; RODRIGUES, 2020).

Contudo, a demanda do consumidor por produtos e serviços sustentáveis cria oportunidades para a promoção de ofertas mais sustentáveis, além de apresentar novas oportunidades lucrativas responsáveis, enquanto as vendas aumentam, melhorando a imagem e levantando o moral de funcionários que estão comprometidos com um propósito maior (OTTMAN, 2012; RODRIGUES, 2020).

José Austerliano Rodrigues. Especialista Sênior em Sustentabilidade de Marketing e Doutor em Marketing Sustentável pela UFRJ, com ênfase em Sustentabilidade e Marketing, com interesse em pesquisa em Marketing Sustentável, Sustentabilidade de Marketing, Responsabilidade Social e Comportamento do Consumidor. E-mail: austerlianorodrigues@bol.com.br.

Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/11/26/a-sustentabilidade-de-marketing-agora-e-tendencia/