sábado, 12 de maio de 2018

Atletas e médicos ganham guia elaborado por entidades médicas e esportivas e que ajuda a prevenir casos de doping


Os médicos e atletas brasileiros podem contar a partir desta sexta-feira (11) com um guia prático, com orientações objetivas, sobre os riscos do doping causado pelo uso de medicamentos e suplementos. O documento de 72 páginas foi produzido pela Câmara Técnica de Medicina do Esporte do Conselho Federal de Medicina (CFM) e contou com a contribuição de especialistas da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBMEE), do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).

Clique aqui http://portal.cfm.org.br/images/PDF/medicina_esporte.pdf para baixar o documento.

Além do lançamento do guia, que acontece hoje durante o IV Fórum de Medicina do Esporte, o Conselho Federal de Medicina e as outras entidades devem anunciar ainda um esforço conjunto para combater o doping. A intenção é conscientizar de um lado os competidores sobre os riscos do uso inadvertido de fórmulas e os médicos e os profissionais da saúde sobre os efeitos que determinados medicamentos podem gerar. Para o presidente do CFM, Carlos Vital, a expectativa é criar uma rede colaborativa de ética e boas práticas esportivas.

"Esperamos que essa cartilha sirva de apoio não só para os profissionais especializados no tema, mas para todos os interessados. Certamente será um subsídio importante, principalmente para o médico assistente de atletas e de praticantes de exercícios físicos, além dos próprios esportistas e suas equipes de apoio", afirmou.

Lacuna – O trabalho, que será encaminhado a todos os médicos brasileiros, em especial aqueles que atuam em áreas como ortopedia, traumatologia, cardiologia e endocrinologia, preenche uma importante lacuna. O texto traz informações sobre substâncias consideradas válidas, mas com consumo não liberado entre competidores por interferirem em seu desempenho e por provocarem ganho de força, velocidade ou resistência.

Os atletas profissionais ou de alta performance de todas as modalidades são os mais vulneráveis pela ingestão indevida desses produtos, pois são rotineiramente submetidos a testes de doping. Contudo, os praticantes de atividade física amadores também podem ser prejudicados, com o aumento do rigor na fiscalização de provas específicas para esse grupo. De acordo com Hésojy Gley Pereira Vital da Silva, do CPB e responsável pela elaboração do documento, a tendência é que as análises para identificar casos de dopagem passem ser comuns em eventos não profissionais.

Situação do Brasil – Segundo a ABCD, o doping é caracterizado pela utilização de substâncias ou métodos proibidos capazes de promover alterações físicas ou psíquicas que melhoram artificialmente o desempenho esportivo do atleta. No Brasil, o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem, criado em 2016, já puniu cerca de 30 atletas pelo uso de substâncias proibidas – alguns casos estão em grau de recurso. Ao todo, aproximadamente 70 processos tramitam na Corte.

Já o relatório mais recente publicado pela WADA (sigla em inglês da Agência Mundial Antidoping), também de 2016, dentre os 34 laboratórios certificados pela entidade espalhados em 29 países pelo mundo, o Brasil possui a 10ª menor média de Resultados Analíticos Adversos (AAF, na sigla em inglês), que são os casos onde foram identificadas substâncias proibidas nos exames de doping.

Das 9.465 amostras submetidas a exames de urina e sangue, 98 apresentaram resultados positivos (AAF), número que representa 1,04% do total das amostras. O número está abaixo da média mundial (1,60%), calculada a partir dos dados coletadas pelos 34 laboratórios certificados pela WADA. Cerca de 60% das amostras foram realizadas em competições oficiais e os outros 40%, fora de competições oficiais.

Além disso, outras 716 amostras foram coletadas para serem submetidas ao exame do Passaporte Biológico do Atleta (ABP), que analisa a saúde do atleta a partir de dados sanguíneos em busca de alterações. Com os avanços científicos e tecnológicos, o crescimento desse tipo de exame já é perceptível. Só no Brasil, os números saltaram de 101 coletas, em 2015, para 716 no ano seguinte.

Aumento de casos – Entre os anos de 2015 e 2016, houve um aumento expressivo do percentual de resultados positivos a nível mundial, saltando de 1,26% para 1,60%. Esse aumento, segundo aponta o próprio relatório da WADA, está diretamente ligado a inclusão do Meldonium entre as substâncias proibidas. O fármaco ficou mundialmente conhecido após a denúncia de doping da tenista russa Maria Sharapova.

Trata-se de uma substância usada para tratamento de pacientes com problemas cardíacos e normalmente é receitado para quem sofre de isquemia do coração, doenças neurodegenerativas, pulmonares e doenças do sistema imunológico. Dentre as 721 ocorrências de uso de substâncias classificadas como Moduladores Metabólicos e Hormonais, o Meldonium foi responsável por 71% dos casos.

Entre os atletas amadores, uma das substâncias mais comuns é a Eritropetina, um hormônio que eleva a produção de células vermelhas pelo sangue. Ao aumentar a capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue, a substância, consequentemente, permite a produção de energia aeróbica e melhora o rendimento em provas longas e extenuantes.

O medicamento é indicado para doenças que afetam a produção de células vermelhas e o uso indevido pode acarretar em doenças como trombose, além de aumentar as chances de um infarto ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O caso mais famoso de dopagem por Eritropetina é o do ciclista americano Lance Armstrong, que ficou conhecido por ter vencido o Tour de France sete vezes (de 1999 a 2005). Armstrong teve todos seus títulos cassados e perdeu todos os patrocínios.

Nas academias, por exemplo, as substâncias mais comuns são os esteroides anabolizantes, hormônios produzidos sinteticamente a fim de substituir a testosterona. Nomes como androsterona, dianabol e drostanolona são recorrentes nesse meio e, inclusive, de fácil acesso em farmácias convencionais ou nas de manipulação.

Em geral, os efeitos buscados são a perda de gordura e o aumento da massa muscular, mas os efeitos colaterais são diferentes em homens e mulheres. Nas mulheres, há o desenvolvimento de características masculinas como o engrossamento da voz, crescimento de pelos e aumento da força física, assim como perda de gordura e aumento da massa muscular. Já nos homens ocorre o inverso. Ao injetar hormônios extras, o corpo masculino entende que não precisa mais produzir e isso leva a um atrofiamento dos testículos.

Em 2007, durante os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro, a nadadora brasileira Rebeca Gusmão foi acusada no exame antidoping por altas taxas de testosterona no corpo. Na época, a nadadora perdeu as quatro medalhas conquistadas na competição – dois ouros, uma prata e um bronze, além de ser banida do esporte olímpico.

Debate – Com a aproximação de um dos maiores eventos esportivos do Mundo, a Copa do Mundo de Futebol, o CFM, juntamente com entidades médicas e esportivas, promove nesta sexta-feira (11) o IV Fórum de Medicina do Esporte, em Brasília (DF), durante o qual será lançado o guia.

A expectativa é reacender as discussões sobre as regras básicas relacionadas ao doping e à suplementação alimentar nas modalidades de alta performance. Para o coordenador da Câmara Técnica de Medicina do Esporte do CFM, Emmanuel Fortes, muitos atletas são pegos em exames antidoping porque usaram medicamentos prescritos por médicos que não são do clube e não tinham conhecimento das substâncias proscritas no esporte. 

Segundo ele, o Brasil já esteve entre o grupo dos dez países com maior número de casos de doping registrados pela WADA, entidade esportiva internacional que fiscaliza o tema. "Hoje esse é um problema contra o qual as autoridades brasileiras estão mais atentas. No entanto, infelizmente o doping tem alcançado muitos adeptos no esporte amador, principalmente entre aqueles que buscam notoriedade nas redes sociais", lamentou.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Consultas por plano de saúde:o porquê não atendo planos de saúde


Diariamente o telefone aqui da clínica toca inúmeras vezes com pessoas questionando qual plano de saúde atendo. 

Eu se pudesse atenderia plano de saúde e com qualidade, porém, o valor pago por uma consulta médica pelos planos é irrisório. Cerca de 50 a 100 reais líquido. 

Para se ter uma noção do tempo gasto com cada paciente: fico cerca de 1h a 1:30h na primeira consulta (as vezes 2h), fico mais 30 minutos lendo os questionários dos pacientes em casa e no retorno ainda fico mais 30 minutos. 

A pergunta que fica: Como atender quase 2 horas pelos valores pago pelos planos? Impossível!

Sou adepto do movimento Slow Medicine, que visa resgatar a tradicional medicina. Primo por um bom atendimento, na velocidade adequada, sem pressa. Assim deveria ser a Medicina e é assim que exerço a minha no meu consultório particular. Portanto consultas: somente particular. 

Aqueles que não podem pagar o investimento na minha consulta, podem se consultar comigo no SUS, ou seja, antes que venham me criticar e me intitular de ganancioso como muitos gostam de rotular médicos, saibam que há 14 anos atuo no SUS, sou concursado e ali deixo minha contribuição social.

Sendo assim, não atendo Unimed, Ipasgo, Hapvida, Bradesco, IMAS, Sulamerica, Omint. 

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Mapa com os mecanismos etiológicos da obesidade por Dr. Bruno Halpern



Uma das maiores autoridades (no Brasil )em Obesidade na atualidade é o Dr. Bruno Halpern, filho do Dr. Alfredo Halpern. Toda semana o Dr. Bruno posta artigos interessantes sobre o tema na sua página do facebook: https://www.facebook.com/DrBrunoHalpern/

Hoje ele postou um mapa bem interessante. A imagem é difícil de entender, mas ela é muito ilustrativa. Consiste basicamente em um “Mapa da Obesidade”, que discute a complexidade da doença, e todas suas inter-relações, tanto biológicas, psicológicas e culturais.

Quando alguém diz que emagrecer é simples, só comer menos e se mexer mais, ou que quer um remédio que “tire a fome e a vontade de comer” seria interessante que Nutrólogos e Endócrinos mostrassem essa imagem.

O interessante é que mesmo que você corte algumas das vias, sempre será possível chegar a um ponto por outras. Sendo assim, o tratamento deve ser multidisciplinar e englobar questões de mudança de estilo de vida, tanto alimentares como exercício, com medicações (quando bem indicadas), estratégias comportamentais, vigilância e assim por diante.

Desconfie de quem tem soluções simples e únicas, e desconfie de quem diz que devemos “ouvir nosso corpo”. Embora atenção plena e entender porque comemos algumas coisas é importantíssimo, para pessoas com genética favorável ao ganho de peso, ouvir os sinais do corpo de nada servirá

domingo, 6 de maio de 2018

Por que a qualidade do sêmen está caindo no mundo e como isso ameaça a reprodução humana

Quando um casal tem dificuldades para engravidar, é comum que a mulher se torne a principal suspeita de ser infértil. No entanto, estudos estimam que 50% dos casos de infertilidade conjugal - que afetam cerca de 48,5 milhões de pessoas no mundo - tenham como causa algum problema masculino.

E a tendência é que esses números aumentem.

Estudos realizados em diversos países mostram que a qualidade média do sêmen dos homens de todo o mundo vem caindo pelo menos desde a década de 1930. Não há informações conclusivas sobre as causas - as principais suspeitas recaem sobre o álcool, o cigarro e substâncias químicas presentes em pesticidas, solventes e recipientes de plástico.

Um dos poucos estudos no Brasil sobre o assunto foi feito recentemente pela bióloga Anne Ropelle em sua dissertação mestrado na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Ela conta que o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da universidade realiza exames de espermograma desde 1989. Das 33.944 amostras registradas entre 1989 e 2016, ela analisou 18.902.

Anne dividiu os exames em cinco períodos de tempo e analisou os principais parâmetros que medem a qualidade do sêmen: concentração (quantidade de espermatozoides na amostra), motilidade progressiva (capacidade de movimentação, importante para o encontro com o óvulo e a fertilização) e morfologia (sua forma). "Notamos uma queda significativa em todos eles", ela afirma.

A concentração seminal, por exemplo, caiu de 86,4 milhões de espermatozoides por mililitro (ml) no período de 1989 a 1995 para 48,32 milhões/ml entre 2011-2016. A porcentagem com boa motilidade baixou de 47,6% para 35,9%, e o índice dos que tinham formas normais reduziu-se de 37,1% para 3,7%.

Apesar dessas quedas, os dois primeiros parâmetros estão dentro dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que são, respectivamente, mínimos de 15 milhões e 32%.

Quanto à morfologia, a porcentagem encontrada por Ropelle está um pouco abaixo do que é considerado normal pela OMS, que é acima de 4%. Esses dados podem ser um alerta. "Se os números continuarem caindo, os casais poderão encontrar maior dificuldade para conseguirem uma gestação", diz a especialista.

Discussões

No exterior, as pesquisas sobre o tema são mais antigas e numerosas. Todas apontam na mesma direção. O médico urologista Leocácio Barroso, do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará (UFC), cita algumas meta-análises (revisão sistemática de várias pesquisas realizadas sobre um mesmo tema).

Uma delas foi feita pela bióloga dinamarquesa Elisabeth Carlsen, que analisou 61 estudos sobre qualidade do sêmen realizados por outros pesquisadores de vários países, entre 1938 e 1991. Os resultados foram divulgados em 1992. "Ela mostrou que nesse período a concentração média de espermatozoides caiu de 113 milhões/ml para 66 milhões/ml", informa Barroso.

Para ele, a mensagem essencial do estudo de Carlsen e colaboradores é que a concentração seminal declinou globalmente em cerca de 50% no último século, atraindo uma atenção significativa e sendo foco de diversas discussões. "A partir dessa publicação, diversos laboratórios têm analisado seus próprios dados retrospectivamente e muitos estudos sugerem que, de fato, houve um declínio na qualidade do esperma", conta.

Um desses trabalhos foi divulgado cinco anos mais tarde, em 1997, pela especialista em reprodução humana Shanna Swan, dos Hospital Mount Sinai, de Nova York. Ela fez uma reanálise de 56 estudos analisados por Carlsen e confirmou uma significativa queda na densidade espermática nos Estados Unidos e na Europa, mas não em outras partes do mundo.

"Mais tarde, em 2000, ela realizou outra extensa meta-análise, dessa vez de 101 estudos, que confirmou o declínio na qualidade seminal no período de 1934 a 1996", diz Barroso.

A própria OMS reduziu os valores de referência que definem uma amostra seminal como "normal". "De 1987 até hoje, a organização publicou cinco edições do Manual para o Exame do Sêmen Humano", diz Barroso.

"A publicação mais recente, de 2010, traz valores de referência mais baixos do que os encontrados na última edição, de 1999." Os novos parâmetros de concentração mínima foram reduzidos de 20 milhões/ml para 15 milhões/ml, os da motilidade, de 50% para 32%, e os da morfologia, de 14% para 4%.

Herpes-zóster, a doença causada pelo vírus da catapora que pode ser ativada pelo estresse
Para a definição de tais valores, foram avaliadas amostras de 4.500 homens de 14 países de quatro continentes. Barroso tem, no entanto, uma crítica ao manual. De acordo com ele, enquanto algumas áreas foram super-representadas, como o norte da Europa, outras foram subrepresentadas, como a África e a América do Sul.

"De fato, para esse estudo não foi avaliada nenhuma amostra proveniente do Brasil", diz. "Portanto, a interpretação e aplicação dos valores de referência definidos pela última publicação da OMS para o brasileiro é imprecisa."

Estilo de vida?

Que a qualidade seminal vem caindo no mundo é praticamente uma certeza. Já as causas não são bem conhecidas. "Nosso banco de dados não possuía informações sobre estilo de vida ou hábitos dos pacientes, desta forma não pudemos correlacionar a queda a uma ou mais causas", afirma Anne. Mas há suspeitas.

Piora na qualidade do esperma pode ser causada por substâncias absorvidas por fetos masculinos

Seu orientador, o ginecologista Luiz Francisco Baccaro, da FCM da Unicamp, aponta alguns. "Vários autores relatam que substâncias com efeitos similares ao estrogênio (hormônio cuja ação está relacionada ao controle da ovulação e ao desenvolvimento de características femininas), conhecidas como 'desreguladores endócrinos', poderiam agir no feto do sexo masculino ainda no útero da mãe, levando a problemas na função testicular", diz.

Entre esses "desreguladores endócrinos" estão substâncias químicas, presentes em pequena quantidade em pesticidas, solventes e recipientes de plástico, por exemplo. Além dos fatores ambientais, aspectos relacionados aos hábitos de vida também devem influenciar a produção de esperma.

"Alguns estudos demonstraram que o tabagismo e o consumo de álcool em excesso podem diminuir a qualidade do sêmen", acrescenta Baccaro. "Além disso, um fator muito prevalente que influencia nisso é a obesidade, que pode levar a um desequilíbrio hormonal. Um estudo mostrou que homens com excesso de peso têm o esperma pior."

Barroso cita outros suspeitos. "O uso de telefones celulares têm aumentado as preocupações em relação ao efeito das suas ondas eletromagnéticas na fertilidade", afirma.

"Estudo observacional recente, in-vivo e in-vitro, mostrou que os aparelhos podem causar uma diminuição da densidade, motilidade, viabilidade e morfologia dos espermatozoides. Hipertermia (alta temperatura) testicular também pode impedir a espermatogênese. Por isso, o uso de laptops próximo à genitália, utilização frequente de saunas e banheiras aquecidas estão entre os fatores considerados como possíveis causas da queda da qualidade do sêmen."

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Esclarecimentos sobre a minha prática

Diariamente o telefone do consultório toca e perguntam sobrem os seguintes temas. Abaixo explicarei o porquê de eu não utilizá-los.

1º - NENHUMA dessas modalidades terapêuticas fazem parte do arsenal terapêutico da Nutrologia. Nutrologia não é Endocrinologia. São áreas correlatas mas cada profissional tem seu papel. Ou seja, prescrição de hormônios para fins estéticos não fazem parte da Nutrologia e nem a Endocrinologia. Alias, isso é proibido pelo CFM. 

MODULAÇÃO HORMONAL: Não trabalho com modulação hormonal. É proibida pelo CFM baseado no parecer nº29/2012. O documento que proíbe pode ser acessado em 


O CFM deixa explícito no seu site que os médicos brasileiros que prescreverem terapias com o objetivo específico de conter o envelhecimento, práticas conhecidas como anti-aging ou modulação hormonal, estarão sujeitos às penalidades previstas em processos ético-profissionais. 

No caso de condenação, após denúncia formal, eles poderão receber de uma advertência até a cassação do registro que lhes a autoriza o exercício da Medicina. 

Segundo o parecer faltam evidências científicas que justifiquem a prática da medicina antienvelhecimento e modulação hormonal. Tal conclusão surgiu após uma extensa (mais de 5 mil artigos)  revisão de estudos científicos sobre o assunto, realizada pelo CFM em pareceria com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia: 

Sociedade Brasileira de Geriatria:

A modulação hormonal virou moda no Brasil graças à divulgação de algumas celebridades e alguns médicos em redes sociais. Segundo a SBEM a prescrição de hormônios deve ser feita por ENDOCRINOLOGISTAS  deve seguir  alguns critérios:  

1) ter comprovação laboratorial da deficiência do hormônio (exame mostrando baixa quantidade do hormônio); 

2) o paciente apresentar sintomas de deficiência do hormônio.  
  • Portanto NÃO trabalho com modulação hormonal e não concordo com tal prática. 
  • Nem com Lugol,
  • Nem com T3 com T4 manipulados, 
  • Nem com DHEA, 
  • Nem com GH,
  • Nem  com Testosterona tópica,
  • Nem com Estradiol tópico,
  • Nem com progesterona tópica, 
  • Nem com Hidrocortisona via oral ou tópica,
  • Nem com dieta hCG, 
  • Nem com fórmulas compostas por inúmeros ativos propagados pela indústria magistral
Se você acha que eu prescreverei as substâncias acima citadas, nem adianta marcar consulta. Pra mim, menos é mais. Quanto menos suplementos. Meus lemas são:
  • Menos cápsula e mais  alimentos com casca 
  • Mais comida de verdade, mais compreensão de biodisponibilidade de alimentos, mais conhecimento geologia médica, agricultura biodinâmica, agrofloresta, permacultura, medicina ambiental (ecologia médica). 
  • Menos suplementos, mais densidade nutricional.
  • Menos doenças fictícias (fadiga adrenal, déficits hormonais com exames normais), mais ciência. 
  • Menos dependência de compostos sintéticos.
  • Menos aprisionamento a tratamentos infindáveis e com altíssimo custos.
DIETA hCG: Não trabalho com a Dieta hCG. Tal dieta consiste em utilizar o hormônio que a grávida produz  em grande quantidade na gestação, aplicar intramuscular tal hormônio diariamente e submeter-se a uma dieta de 500kcal durante 40 dias.  Essa dieta tem parecer contrário das maiores sociedades médicas do mundo. No Brasil a Associação brasileira para estudos de obesidade (ABESO) assim como da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e metabologia, já se posicionaram contra e deixaram claro os riscos inerentes a tal terapia. O documento com tal posicionamento pode ser acessado no link a seguir: http://www.abeso.org.br/uploads/downloads/81/555380d3325ce.pdf

A Associação Brasileira de Nutrologia também emitiu um posicionamento se mostrando contra a utilização da dieta hCG: http://abran.org.br/para-profissionais/posicionamento-da-abran-sobre-hcg-para-emagrecimento/

Portanto não prescrevo tal dieta, não concordo. O tratamento para emagrecimento que prescrevo não utiliza hormônios, somente vitaminas, minerais, ácidos graxos (ômega 3), dieta que visa controlar o apetite, fitoterápicos (plantas).  Em vários casos utilizo medicações alopáticas.

HIDROCOLONTERAPIA: Não trabalho com hidrocolonterapia. Discordo do método, acha muito agressivo e perigoso, pois remove as bactérias boas do intestino e há riscos de infecção intestinal.

OZONIOTERAPIA: Não trabalho com ozonioterapia já que é uma prática que tem um parecer contrário do Conselho Federal de Medicina. Apesar de achar a ozonioterapia uma terapia altamente promissora, barata e estar incluída nas praticas integrativas complementares do SUS, ela ainda é sem respaldo do CFM. Portanto não a utilizo no meu arsenal terapêutico.

TESTES DE INTOLERÂNCIA ALIMENTAR BASEADOS EM IGG OU IGG4: Tais testes não são respaldados pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf e no mais recente Consenso de Alergia alimentar a ASBAI afirma "Não há qualquer evidência científica que respalde a utilização de exames laboratoriais com base na mensuração de IgG para alimentos para fins de diagnóstico" Link disponível em: http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/aaai_vol_2_n_01_a05__7_.pdf

TERAPIA ENDOVENOSA:  Esse tipo de terapia, só é autorizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para casos de intoxicação aguda ou crônica por metais tóxicos ou reposição de nutrientes quando a via oral ou enteral está impossibilitada. Vejamos o que fala a resolução do CFM sobre terapia endovenosa:

Art. 9º São destituídos de comprovação científica suficiente quanto ao benefício para o ser humano sadio ou doente, e por essa razão têm vedados o uso e divulgação no exercício da Medicina, os seguintes procedimentos da prática ortomolecular e biomolecular, diagnósticos ou terapêuticos, que empregam:
I)        Para a prevenção primária e secundária, doses de vitaminas, proteínas, sais minerais e lipídios que não respeitem os limites de segurança (megadoses), de acordo com as normas nacionais e internacionais e os critérios adotados no art. 5º;
II)        EDTA (ácido etilenodiaminotetracético) para remoção de metais tóxicos fora do contexto das intoxicações agudas e crônicas;
III)     O EDTA e a procaína como terapia antienvelhecimento, anticâncer, antiarteriosclerose ou voltadas para patologias crônicas degenerativas;

IV)   Análise do tecido capilar (mineralograma capilar) fora do contexto do diagnóstico de contaminação e/ou intoxicação por metais tóxicos;
V)    Antioxidantes para melhorar o prognóstico de pacientes com doenças agudas, observadas as situações expressas no art. 5º;
VI)   Antioxidantes que interfiram no mecanismo de ação da quimioterapia e da radioterapia no tratamento de pacientes com câncer;
VII) Quaisquer terapias antienvelhecimento, anticâncer, antiarteriosclerose ou voltadas para doenças crônicas degenerativas, exceto nas situações de deficiências diagnosticadas cuja reposição mostra evidências de benefícios cientificamente comprovados.

Por fim um parecer da ABRAN sobre alguns temas que não fazem parte do rol de procedimentos Nutrológicos



Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM 13192, RQE 11915

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Alimentação na gestação

A alimentação durante a gestação deve ser levada a sério pelas futuras mamães. Se alimentar bem e de forma saudável é fundamental tanto para a saúde da mulher quanto para a do bebê em formação. Através do cordão umbilical, ele recebe os nutrientes provenientes do sangue da mãe e, por isso, o que você come pode ser determinante para ter uma boa gestação.

Segundo a médica nutróloga da ABRAN, Dra. Eline Soriano, ter um acompanhamento nutrológico nessa fase é muito importante, para que a gestante saiba quais alimentos trazem mais benefícios neste período. “Manter um estado nutricional adequado e um ambiente intrauterino saudável são fatores que contribuem para o bom desenvolvimento fetal”, ressalta. “A dieta deve conter macronutrientes, como os carboidratos, lipídios e proteínas, e micronutrientes, como vitaminas e minerais”, completa a médica. Assim, uma alimentação à base de proteína, ômega 3, cálcio, fibras e ferro é recomendada em primeiro lugar.

Além disso, a alimentação saudável também contribui para a prevenção de diversas doenças. “Durante a gestação, existe uma programação metabólica que ocorre no feto. Um meio intrauterino inadequado desencadeia patologias como diabetes, hipertensão arterial, obesidade, dislipidemias e doenças cardiovasculares”, pondera.

Essa falta de orientação nutricional pode trazer consequências quando as futuras mamães abusam do consumo excessivo de calorias, o que pode ocasionar o ganho de peso na gestação. “Não se deve seguir o ditado popular que diz que a gestante deve comer por dois. Estudos mostram que, no 1º trimestre da gravidez o valor calórico deve ser igual ao indicado para a população adulta não gestante; no 2º trimestre, deve-se aumentar em torno de 300 a 340 calorias por dia, e, no 3º trimestre, em 350 calorias diárias”.

Sendo assim, confira abaixo as dicas da Dra. Eline sobre alimentos nutritivos e que trazem benefícios para a saúde de mães e bebês, e saiba também o que não deve ser consumido na gestação.

O que comer?

  • Frutas – Vale fazer salada de frutas, consumir in natura, sucos e também misturar com iogurtes naturais;
  • Queijos, leites e derivados – Quanto maior esse consumo, melhor para a saúde do seu bebê, por serem ricos em cálcio;
  • Raízes – Inhame e batata doce são excelentes opções;
  • Castanhas, amêndoas, nozes;
  • Verduras e legumes como brócolis, couve flor, cenoura e hortaliças;
  • Grãos – De preferência os integrais;
  • Carnes – Se possível, opte por consumir frango e peixe mais vezes na semana do que a carne vermelha. A carne vermelha deve ser consumida duas vezes por semana;
  • Sopas de frango, de carne, sopa de feijão, de palmito, creme de cebola.


O que evitar?

  • Alimentos crus, pelo risco de infecções, dentre elas a salmonelose;
  • Embutidos, enlatados em geral, como mortadela, salsicha, feijões enlatados;
  • Alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, biscoitos recheados e margarinas.


Fonte: http://abran.org.br/para-publico/para-ter-uma-boa-gestacao-aposte-em-uma-alimentacao-balanceada/

E que você tem feito como auto cuidado ?

Você passa mais tempo doando ou recebendo amor? Você relaciona com um terceiro não é? Mas e o amor próprio? E que você tem feito como auto cuidado?

Andrea Lieberstein, autora do best-seller ‘‘Bem nutrido: Práticas de mindful para curar sua relação com a comida, alimentar o seu eu e acabar com excessos’’, propõe algumas estratégias muito interessantes para uma nutrição gentil e o auto cuidado com a comida (https://www.emindful.com/2018/02/13/what-does-it-mean-to-love-yourself/) que queremos compartilhar:

  1. Check-in consciente: Reserve alguns minutos por dia para se avaliar. Como você está se sentindo? Está cansado ou energizado? Animado ou temendo o seu dia pela frente? E seu humor? Está se sentindo amado? O que você está precisando agora? 
  2. Priorize seu bem-estar: Lembre-se que este é o único corpo que você terá nesta vida, ele requer cuidado e atenção. O que você estaria comendo para ser um ato de autocuidado? Como você moveria seu corpo se isso fosse um ato de amor? Que tal dormir? Quando pensamos em nossas escolhas do dia-a-dia como atos de amor, pode parecer mais fácil fazer escolhas saudáveis.
  3. Desafie seus pensamentos: Que crenças ou, "mas" surgem quando você pensa em se oferecer amor e bondade? Você se sente indigno ou isso é bobo? Alguém lhe disse que você não valeu a pena e você acreditou? Isso parece egoísta? Sabia que nós acreditamos automaticamente em muitos dos nossos pensamentos, mas eles não são verdadeiros? A atenção plena nos ajuda a nos tornar mais conscientes de nossos pensamentos e desafiá-los; se não forem úteis ou verdadeiros, deixe recuar para o fundo de sua consciência, desaparecendo como nuvens passageiras no céu. Você pode começar a ver que é digno e merecedor de amor e bondade.
  4. Estenda a bondade: Você pode se tratar com gentileza quando perceber que não priorizando seu bem-estar ou passando por um momento difícil. Intencionalmente direcione pensamentos amorosos, como frases da meditação do amor e bondade: “Que eu esteja bem”; “Que eu seja feliz”; “Que eu me sinta tranquila e à vontade”; “Que eu me sinta seguro e livre”; "Você pode fazer isso", "Está tudo bem, você não precisa ser perfeito, você é humano".
  5. Ações amorosas: As ações falam mais alto que palavras. Com consciência, você pode mudar como planeja seu dia. Pense em como você pode deixar tempo para o autocuidado e para as coisas que realmente gosta de fazer ou para as pessoas com quem gosta de estar. Que tal tempo para prazer e diversão? Fazer uma lista de ações amorosas para o dia pode ser útil.

Gostaríamos que você refletisse sobre essas estratégias, exercitando uma nutrição mais gentil, praticando a atenção plena e o autocuidado.

Fonte: https://www.facebook.com/nutricaocomportamental/?hc_ref=ARQ73-VC2EGBDwUfMor4t5LaAEkUpJX3EgexpLYsCCnOk3a8b6rqMo-rmP1VhIBh_Cw&fref=nf

terça-feira, 24 de abril de 2018

Produtos orgânicos e naturais em Goiânia

O Guia Curta mais, fez uma reportagem listando lojas especializadas, feiras livres, empórios, restaurantes e serviços de delivery de orgânicos, produtos naturais em Goiânia. Confira abaixo:  
1. Empório Prime
Frutas, verduras e legumes orgânicos, produtos naturais dos mais variados tipos e origens nacionais e importadas, fazem do Empório Prime o mais novo point da turma natureba de Goiânia. No mix com pegada leve da loja, mais de 500 variedades de itens exclusivos e com preços bem mais acessíveis do que é cobrado no mercado.
Endereço: Avenida 85 com T-10, 2330, Setor Marista
Telefone: (62) 3240-9200
Funcionamento: de segunda a sábado de 7h30 às 22h, domingo de 7h30 às 14h
Instagram: @emporio_prime
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2. Mundo Verde – Unidade Bueno
A Mundo Verde é uma empresa líder na proposta de desenvolver o conceito de vida saudável e sustentabilidade no varejo brasileiro. Possui grande diversidade de produtos e oferece um conceito completo em alimentação e vida saudável. A loja do Setor Bueno, possui tudo que alguém com um ideal de vida saudável precisa para seu dia a dia. São produtos integrais, orgânicos, sem glúten, sem açúcar, sem lactose, suplementos para atletas, encapsulados em geral, alimentação Kosher, temperos sem sal.
Endereço: Av. T-10, 1160, Quadra 108, Lote 11, Setor Bueno
Telefone: (62) 3251-4307 
Funcionamento: de segunda a sábado das 8h às 19h30
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3. Mercadinho do Restaurante Panela Mágica
A feirinha só fica disponível na unidade da rua 13 do Setor Marista, de terça a sábado. Os alimentos chegam às terças (verduras e legumes) e às quartas (folhagem), mas durante toda a semana você encontra opções e outros produtos especiais e orgânicos do mercadinho como pães e ovos caipiras. Só não trabalham com frutas.
Endereço: Rua 13, 773, Setor Marista
Telefone: (62) 3223-6604
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4. Cerrado Alimentos Orgânicos
Além da feira, a loja também oferece almoço orgânico e saudável (R$ 42,90/kg) e possui um empório. A feira de produtos orgânicos acontece toda terça e quinta, das 15h às 18h, mas mesmo nos dias que não tem feira costumam ter orgânicos disponíveis. Endereço: Rua 10, 342, Setor Sul, próximo a Catedral
Telefone: (62) 3213-4388
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5. Natural Alimentos
Toda terça tem feirinha de produtos orgânicos, que fica disponível o dia todo. Além de mercadinho com produtos secos, como pães, farinhas, castanhas e etc.
Endereço: Rua 4, com Av. Tocantins, Centro
Telefone: (62) 3089-0999
Funcionamento: de segunda a sexta de 8h às 18h30, sábado de 8h às 13h30
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6. República da Saúde
Além do restaurante de comida saudável que funciona o dia todo, cafeteria, adega e padaria gourmet, um empório com produtos orgânicos e saudáveis também fica disponível no salão. Todos os sábados, das 8h30 às 14h30 tem feirinha de produtos orgânicos com frutas, legumes e folhagem.
Endereço: Rua 89, 655, Setor Sul
Telefone: (62) 3942-6575
Funcionamento: segunda de 8h às 20h, de terça a domingo de 8h às 23h
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7. Feira Agroecológica da Associação Goiana dos Agricultores Orgânicos
A feira de produtos orgânicos acontece dentro do Mercado da 74, no centro da cidade, todos os sábados, das 7h30 às 11h. E também disponibilizam serviço de delivery.
Endereço: Mercado Municipal da Rua 74, 329, Centro
Telefone: (62) 3524-1111

8. Alimentação Viva
Comercializa brotos e germinados orgânicos, alimentação viva, pão dos essênios, pão sem glúten, biscoitos sem glúten, mudas de capim de trigo, suco verde, bolos doces com ingredientes altamente selecionados. Os pães sem glúten, como são feitos somente sob encomenda são utilizados ingredientes selecionados a critério do freguês (ex. podem acrescentar amaranto, kinua, linhaça, gergelim, erva-doce, canela, féculas diversas).
Telefone: (62) 98168-6947 - Aparecida

9. Mercado da Vila Nova
Toda quarta, das 16h à 20h, tem feira de orgânicos com folhagem, frutas,  legumes , além de produtos saudáveis como pães, farinhas e etc.
Endereço: 5ª Avenida, esquina com a 4ª Avenida, Praça Boaventura, Vila Nova

10. Feira no Restaurante Arroz Integral
Além do restaurante com comida natural e orgânica, todas as sextas-feiras, das 16h às 19h, tem feira de orgânicos.
Endereço: Rua 93, 326, Setor Sul
Telefone: (62) 3624-6378

11. Seivas e aromas (Empório orgânico)
Há mais de 15 anos, na Chácara Shalon situada no município de Aragoiânia e a Chácara Nova Taverne situada no município de Brazabrantes são cultivados os orgânicos disponíveis no empório.
Endereço: Rua C-220 c/ C-149, Qd. 529, Lt. 10, Jardim América
Telefone: (62) 3086-3909 
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12. Casa de Gaia
Desde o ano passado que a casa não comercializa mais orgânicos frescos, mas ainda vendem produtos secos, castanhas, quitandas e pães saudáveis, naturais, congelados.
Endereço: Avenida T-9, 1967, qd. 552, lt. 19 – Jardim América
Funcionamento: de segunda a sexta de 9h às 18h, sábados e feriados de 9h às 12h30
Telefone: (62) 3642-3082
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13. Quintal Alimentos Saudáveis
O Quintal disponibiliza orgânicos como geleias, sucos, granolas, grãos, cereais, temperos – não trabalha com produtos frescos, como frutas e hortaliças.
Endereço:  Rua 7, esquina com Av. B, Galeria Via Maris, Setor Oeste (quarteirão do Castro's Park Hotel)
Telefone: (62) 3224-3945 | 9695-0333 (vendas pelo whatsapp)
Funcionamento: de segunda a sexta das 9h às 19h, sábado das 9h às 13h

14. Varanda Natural
Comercializam produtos saudáveis secos e industrializados.
Endereço: rua 9, 2323, Setor Marista
Telefone: (62) 3092-1999
Funcionamento: de segunda a sexta de 8h às 19h, sábado de 8h às 14h
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15. Knaterra
Comercializam produtos saudáveis secos, como farinhas, castanhas, e industrializados como vinhos, vinagres.
Endereço: Av. T-63, 1047, sl. 09, St. Bueno
Telefone: (62) 3412-7019 | e-mail: knaterra@hotmail.com 
Funcionamento: de segunda a sexta de 8h às 18h, sábado de 8h às 13h

16. Armazém Saúde
Comercializam produtos secos e industrializados orgânicos como: farinhas, castanhas, açúcar, azeite.
Endereço: Rua 12 c/ Av. Portugal, 280, Qd. K6, LT 7, Setor Oeste
Telefone: (62) 3541-6016 
Funcionamento: de segunda a sexta de 8h30 às 19h, sábado de 8h30 às 13h

Delivery
17. Jardim das Delícias
Pães sem glúten, bolos, e produtos a base de biomassa de banana verde, como a deliciosa veganese. Todos os produtos são veganos.
Endereço: Rua 93, 35, Setor Sul
Telefone: (62) 98233-9210 / 3924-4848

18. Humberto Barbosa
Faz entregas em domicílio de produtos de alta qualidade na cidade. O pedido é feito por email ou telefone. Fone: (62) 3095-4380 e 98183-0615

19. Pudica
Eles possuem serviço de entrega semanal, de quarta a sexta-feira até meio dia, para entrega aos sábados (com taxa de entrega). Também possuem algumas opções de pães.
Telefone: (62) 99227-6161

20. Fazenda Santa Helena
A Fazenda Santa Helena está situada a 25km de Goiânia na cidade de Teresópolis de Goiás. A fazenda apresenta um serviço de cestas orgânicas delivery (a domicílio).
Telefone: (62) 3086-4107
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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Depressão afeta o cérebro tanto quanto o Alzheimer

Quando não tratada e presente por mais de 10 anos, a doença pode causar inflamações equivalentes às dos males neurodegenerativos, mostra estudo canadense. Para especialistas, a descoberta reforça a necessidade de manter a condição sob controle.

Excelente reportagem publicada no Jornal Correio Braziliense:

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2018/04/18/interna_ciencia_saude,674448/depressao-afeta-o-cerebro-tanto-quanto-o-alzheimer.shtml

terça-feira, 10 de abril de 2018

Ortorexia Nervosa


1- Como definimos ortorexia nervosa?
Segundo o Dicionário Brasileiro de Nutrologia, “a ortorexia nervosa (ON) é um termo utilizado para descrever um quadro de recente aparição, caracterizado por uma obsessão por comer de forma saudável (ortho: correto; orexis: apetite). As pessoas com este quadro apresentam uma preocupação excessiva com a qualidade da alimentação – limitando a variedade – e acabam excluindo certos grupos como carnes, laticínios, gorduras e carboidratos, sem fazer a substituição adequada e podendo levar a quadros de carências nutricionais ou a um quadro completo de transtorno do comportamento alimentar. Não é classificada como doença autônoma, considera-se variante sintomática dos transtornos alimentares”. Pessoas com ON acabam se isolando e, dessa forma, prejudicam também as relações sociais e afetivas.

2- Desde quando a ortorexia nervosa é conhecida? Ela já é reconhecida como transtorno alimentar no manual de psiquiatria americano, DSM-V?
O termo ortorexia nervosa foi criado em 1997, pelo médico americano Steven Bratman, autor do livro Health Food Junkies (Viciados em comida saudável), que identificou o distúrbio. A partir de 2004 começaram a aparecer trabalhos científicos com a utilização de testes psicométricos, e que foram realizados a partir do teste de Bratman.

Embora tenham sido realizados vários estudos sobre a ON, ela não foi reconhecida como um transtorno alimentar distinto nos manuais de referência da Sociedade Americana de Psiquiatria, como da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-5. Pacientes com quadros graves de ortorexia nervosa, no entanto, com perda importante de peso e que dependem de suplementação nutrológica podem ser incluídos como um novo transtorno alimentar – o transtorno alimentar restritivo/ evitativo (TARE) com critérios diagnósticos já bem definidos dentro DSM-5.

3- O que diferencia a ortorexia nervosa de outros transtornos alimentares, como anorexia nervosa (AN) e bulimia nervosa (BN)?
Na Anorexia Nervosa e na Bulimia Nervosa, os dois transtornos alimentares mais conhecidos, o motivo para deixar de comer de forma adequada é o medo de engordar.  Na Ortorexia Nervosa não há medo de engordar. Pessoas com ON não apresentam distorção da autoimagem corporal.

4- Como é, no geral, a dieta das pessoas com ortorexia nervosa? Essas pessoas podem comer fora de casa?
É importante comentar que não existe um padrão único na dieta das pessoas com ON, e no início tudo parece um comportamento alimentar saudável normal.  Como no mundo existe um número importante de pessoas obesas e com sobrepeso, atualmente os guias alimentares para a população apresentam um conjunto de informações e recomendações que estimulam a comer de forma saudável.  Usar óleos, gorduras, sal e açúcar com moderação; fazer as compras de alimentos em locais que ofertem uma variedade de alimentos frescos; planejar as compras de alimentos e definir com antecedência o cardápio da semana e limitar os produtos prontos para consumo estão entre alguns dos passos para uma alimentação saudável dentro do Guia Alimentar para a População Brasileira. No caso da Ortorexia, a preocupação excessiva com a dieta para comer saudável se transforma em uma “fixação pela ingestão de alimentos saudáveis” e passa a dominar a vida das pessoas. Alguns com tendências ortoréxicas podem começar evitando aqueles alimentos considerados impuros, como corantes, conservantes, gorduras trans, açúcar, sal, agrotóxicos, pesticidas, alimentos transgênicos (OGM), entre outros. Também associam uma preocupação com a forma de preparo (verduras cortadas de determinada forma) e os utensílios utilizados na preparação dos alimentos (só de madeira ou de cerâmica). Com o tempo, essa preocupação se transforma em uma “obsessão com a dieta saudável”, e essa busca obsessiva os leva até a excluir grupos inteiros de alimentos considerados importantes para uma nutrição adequada, podendo levar a carências nutricionais ou quadros subclínicos.

Em muitos casos, a obsessão é baseada em uma série de informações obtidas através dos meios de comunicação e de mitos “alimentados” pela mídia, que propaga dietas de moda, especiais para garantir à saúde, retardar o envelhecimento, ou pelas celebridades que divulgam estranhas manias alimentares com restrições alimentares rigorosas.

Comer fora de casa é considerado um problema. Os ortoréxicos evitam reuniões sociais e jantares para não “cair na tentação” de ingerir outro tipo de produto, pesam os alimentos e sentem “grande culpa se quebram as regras”. Por outro lado, sentem uma sensação confortável ao fazer um prato elaborado exclusivamente com produtos orgânicos, ecológicos, ou com determinados certificados de salubridade. Dessa forma, acabam se isolando para conseguir se alimentar com tantas restrições ou com alimentos considerados “puros” em casa,  não aceitando comer em restaurantes, preocupados pela qualidade dos alimentos, deixando de sair com os familiares, amigos e/ou namoradas/os.

5- Que prejuízos sociais ou mesmo clínicos a ortorexia nervosa traz para a vida do portador?
A obsessão com uma alimentação saudável pode levar esse indivíduo a ter seus pensamentos ocupados somente com sua dieta, acarretando prejuízos profissionais, escolares e familiares.

Do ponto de vista social, as pessoas com ON tendem ao isolamento. Por outro lado, acabam causando desgaste nos relacionamentos ao se sentirem na obrigação de convencer e esclarecer as pessoas mais próximas sobre os prejuízos à saúde que uma alimentação impura pode acarretar. Essa obsessão acaba tomando conta da vida dessas pessoas, tirando-lhes até sua liberdade.

As escolhas dos portadores de ON, por condutas cada vez mais restritivas, também podem trazer prejuízos clínicos e sofrer carências nutrológicas (com déficit de nutrientes, como anemia, osteopenia, desnutrição) ou quadros subclínicos (fome oculta, insuficiência de vitaminas, proteínas). Os quadros severos de ON podem levar à desnutrição, hiponatremia, pancitopenia, bradicardia, acidose metabólica e deficiência de testosterona, segundo foram relatados em estudos mais recentes. A ortorexia acaba tornando-se similar com os quadros graves de outro transtorno alimentar, a anorexia nervosa.

6- O que um ortoréxico sente quando sai, ainda que por descuido, da sua dieta?
As pessoas com ON sentem “grande culpa” e “ansiedade” quando cedem às tentações e/ou “quebram as regras”; elas se estressam muito e precisam seguir, de forma urgente, uma “nova dieta”, criada por eles mesmos, e ainda de características mais rígidas. Caso não consigam comer corretamente apenas alimentos considerados saudáveis, realizam autopunições que podem variar entre jejuns, restrição alimentar ou excesso de exercícios físicos.

7- Como é possível reconhecer alguém que tem o distúrbio? Que sinais podem apresentar as pessoas com ortorexia nervosa?
A pessoa com Ortorexia Nervosa inicia uma busca obsessiva por normas ou regras de alimentação saudável e não percebe que a extrema preocupação com a dieta prejudica outras áreas da sua vida. São os familiares e amigos os primeiros a observar que o paciente está sendo muito rígido e inflexível com as escolhas alimentares.  Finalmente, quando a ingestão insuficiente de alimentos é importante, também aparece a magreza (o emagrecimento e os quadros de desnutrição). É neste momento que o familiar procura ajuda.

O problema é que a pessoa com ON não procura ajuda porque acredita que está fazendo a escolha certa. O ortoréxico acredita ter uma alimentação exemplar, tenta convencer quem está por perto e também critica os outros que não comem corretamente.

Alguns sinais de alerta em pessoas com ortorexia nervosa são: rigidez, comer sem prazer, isolamento (afastam-se socialmente e em função da sua dieta saudável), déficit de nutrientes (queda do cabelo, unhas quebradiças, déficit de memória e concentração, confusão, desmaios) e finalmente, emagrecimento.

8- Qual é a prevalência da ON? Quem está mais suscetível a desenvolver o transtorno: homens ou mulheres?
Ainda não sabemos qual a verdadeira prevalência da ON na população geral. Uma recente revisão estimou a prevalência na população geral em 6%, e os trabalhos científicos também identificaram grupos de risco (como os profissionais da área da saúde, artistas, esportistas e atletas). As cifras são altas – entre 35% a 57% aproximadamente – dependendo dos testes psicométricos utilizados, dos países e dos grupos estudados. As mulheres dos grupos de risco podem desenvolver o distúrbio, porém, para alguns especialistas, os homens seriam mais vulneráveis. Não existe consenso atualmente e a ON parece atualmente afetar os dois gêneros.

Com relação ao TARE a prevalência é maior em crianças e adolescentes, em ambos os gêneros.

9- Há casos de ortoréxicos (as) registrados no mundo? E no Brasil?
Sim, existem relatos de casos de pessoas com diagnóstico de ortorexia nervosa que até precisaram de internação pela gravidade do quadro, como acontece também em quadros graves de anorexia nervosa. Há outro caso de ON grave, que foi publicado em 2006, com uma restrição alimentar que provocou o início de um quadro psicótico, esquizofrênico.

No Brasil, também temos atendido pacientes com ortorexia nervosa, em forma ambulatorial, que foram trazidos pelos familiares.  Um exemplo é o caso de um paciente de 17 anos que foi trazido pela mãe que acreditava que existia algo de errado com sua alimentação. Neste caso, a partir de várias restrições alimentares para comer de forma saudável, o paciente chegou a um emagrecimento de 35 kg com vários déficits de nutrientes. Sua vida social era inexistente, ficava isolado em casa sem sair, sem estudar, sem namorar, apenas competindo para restringir alimentos com outros amigos virtuais na internet. Realizamos tratamento nutrológico com a suplementação adequada. Pra este caso foi indicada psicoterapia e medicação específica para o transtorno obsessivo compulsivo que também apresentava. Finalmente, se recuperou quando começou a incluir os alimentos em uma forma adequada a suas necessidades e condições, começou a estudar e a namorar, e a fazer também uma atividade física adequada. Neste caso relatado, foi fundamental a ajuda da família.

Na prática clínica observamos que algumas das pacientes  com um diagnóstico de anorexia nervosa ou bulimia nervosa no passado, também tiveram passagem por um quadro com características ortoréxicas antes da sua recuperação total.

10- Como é realizado o diagnóstico das pessoas com ortorexia nervosa?
O diagnóstico deve ser realizado pelo médico, que precisa avaliar os diagnósticos diferenciais e também se existem comorbidades físicas e/ou psiquiátricas (ansiedade social, transtorno obsessivo compulsivo, entre outros). Frente a suspeita de um paciente com ON, o médico nutrólogo deve fazer a avaliação do estado nutrológico e uma investigação laboratorial ou de imagens de acordo com o observado durante a consulta (problemas cognitivos devido a déficit de nutrientes que podem agravar a confusão com os alimentos e dores ósseas localizadas na região lombar, por exemplo).

Às vezes, como acontece com outros transtornos alimentares, pode ser necessário o encaminhamento urgente para a área de psiquiatria, devido ao diagnóstico de um quadro depressivo grave ou de uma comorbidade psiquiátrica que também precisa ser diagnosticada e tratada.

11-  Como é realizado o tratamento das pessoas com ortorexia nervosa?
Como em todos os transtornos alimentares, o ideal é que seja acionada uma equipe multidisciplinar especializada para avaliar, diagnosticar e tratar melhor todas as áreas (médicas, nutricionais, psicológicas, psiquiátricas), tendo em vista a abrangência de sintomas e prejuízos. O nutrólogo deve fazer o tratamento nutrológico e medicamentoso das complicações (anemia, osteopenia, déficit de nutrientes, vitaminas e minerais, intolerâncias alimentares). O psicólogo e o nutricionista devem intervir sempre após a correção dos distúrbios cognitivos provocados pelos déficits de nutrientes.  Terapia cognitivo-comportamental, reestruturação cognitiva e psicoeducação podem ser muito úteis e devem ser individualizadas para cada paciente. Às vezes o psiquiatra, ao tratar um paciente com depressão, pode chegar a interpretar que tudo começou um ano antes com uma dieta obsessiva para comer saudável e só nesse momento suspeita da ON.  Com relação à farmacoterapia, os inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRSs) e até os antipsicóticos atípicos podem ser necessários para o tratamento das comorbidades psiquiátricas. É importante realizar o diagnóstico precoce da ON, fazendo a prevenção de quadros graves, mais complexos e demorados para sua recuperação total.

12- Que fatores podem influenciar no surgimento de pessoas ortoréxicas?
Estigmatizar alimentos, a cybercondria, o cyberbullying, a pressão inadequada de algumas mídias sociais e finalmente os comportamentos alimentares de risco são os principais fatores.

a-Demonização dos alimentos:as revistas, programas de TV e internet, ao propagar matérias sobre dietas da moda, muitas vezes sem evidências científicas, levam as pessoas a buscar resultados rápidos e milagrosos de emagrecimento, condenando cada vez mais alguns alimentos e limitando seu uso moderado. E à medida que disseminam modismos e informações sobre a busca exagerada por uma vida mais saudável, também acabam demonizando ou glorificando determinados alimentos ou nutrientes.

A mídia considera os alimentos em forma dicotômica, ou são “ruins” ou são “bons“; a cada temporada alguns alimentos ou nutrientes são “demonizados” e outros são “idealizados” e considerados perfeitos.  Antigamente, por exemplo, nessa lista de vilões apareciam o ovo e a manteiga, e do lado dos alimentos mágicos já apareceram os pães, arroz branco, os cereais e os grãos na base da pirâmide americana dos alimentos, em 1992. Posteriormente, o ovo e a manteiga passaram para o lado dos mágicos, e pães, arroz branco, junto com macarrão, passaram a ser vilões. Mais recentemente, dentro dos vilões entraram os laticínios (com a lactose) e pães, pizzas e massas (pelo glúten) e os mágicos passaram a ser todos aqueles alimentos sem lactose e sem glúten. A classificação inadequada e a demonização dos alimentos e a divulgação inapropriada contribuem para criar confusão na população e até entre os próprios profissionais da área da saúde, principalmente aqueles que não são especializados na nutrologia e nos distúrbios alimentares. O terrorismo nutricional, realizado através da divulgação inapropriada de informações também contribui para o desenvolvimento de muitos distúrbios, como a Ortorexia.

b-Cyberchondria: (cyber: cibernétic da internet e chondria da hipocondria) o termo foi abordado no último Simpósio de Distúrbios Alimentares no Congresso Brasileiro de Nutrologia; são pessoas muito ansiosas que procuram informações médicas ou nutricionais pela internet sem consultar um médico ou especialista em alimentos. No mundo, são 6 milhões de pessoas/dia que procuram conselhos médicos através do Google. Essas pessoas acabam se automedicando e comprando de forma compulsiva produtos divulgados de forma inadequada pela internet.

c-Cyberbullying: (cyber: mídias digitais, bullying: intimidar ou humilhar uma pessoa) é a psicopatologia mais frequente, um tipo de violência praticada por um indivíduo ou um grupo, contra alguém através da internet ou de telefones celulares. O objetivo do assediador é envergonhar e fazer ameaças on-line a outros.

Acontece tanto na área da estética como da alimentação, pessoas criticando ou hostilizando cruelmente como as pessoas estão fisicamente ou como se alimentam.

d- Mídias sociais: as mídias sociais, quando disseminam informações sem evidências científicas, ou por pessoas leigas que criam versões distorcidas e exageradas sobre alimentação saudável, podem levar a mudança nos padrões alimentares e prejuízos à saúde dos grupos mais vulneráveis. Por exemplo, indivíduos com distúrbios alimentares, que ao divulgar seus medos e obsessões alimentares também acabam “contagiando” outras pessoas com esses comportamentos alimentares de risco.

Só para ilustrar melhor, em 2014, segundo o Google existiam 30 milhões de sites e blogs pró-bulimia ensinando as pessoas como realizar os comportamentos compensatórios inadequados (vômitos, uso excessivo de laxantes, exercícios físicos excessivos) e pró-anorexia nervosa com as dicas para ser anoréxico (dietas muito restritivas, jejuns e purgações).

Blogs sobre alimentação e redes sociais que disseminam informações sobre nutrição, atividade física excessiva e dietas, muitas vezes distorcidas e exageradas, podem também atrair indivíduos com comportamentos alimentares de risco ou com ortorexia nervosa. Muitos desses blogs divulgam produtos de forma inadequada e assim também geram negócios lucrativos com as vendas.

e- Comportamento alimentar de risco: pessoas que já tiveram um transtorno alimentar no passado ou um comportamento alimentar de risco na adolescência e que não se recuperaram totalmente são mais vulneráveis.

Finalmente, é importante lembrar aqui, que quando um paciente se recupera totalmente de anorexia nervosa, gosta de comentar que está feliz comendo de forma “normal” (sem alimentos proibidos, sentindo prazer, sendo mais flexível e conseguindo participar do lado social e cultural da alimentação).

Obs.: Ainda serão necessários muitos mais estudos sobre este novo e complexo distúrbio alimentar, a ortorexia nervosa.  Agradecemos as pessoas que escreveram sobre ortorexia nervosa no site da ABRAN. Muito obrigada a todos!

Autora: Dra. Maria Del Rosario Zariategui De Alonso
Médica Nutróloga especializada em Distúrbios do Comportamento Alimentar
Diretora do Departamento de Distúrbios Alimentares da Associação Brasileira de Nutrologia, ABRAN.
Professora do Curso Nacional de Pós-Graduação em Nutrologia Médica da ABRAN
Diretora e Representante oficial da ABRAN-SC