sábado, 12 de julho de 2025

Estudo evidencia que poluentes ambientais influenciam a gravidade da dermatite atópica em adultos

A exposição a poluentes atmosféricos como material particulado (MP), dióxido de nitrogênio (NO₂) e dióxido de enxofre (SO₂) está associada a um aumento de 1% a 3% nas consultas de emergência e ambulatoriais relacionadas à dermatite atópica para cada aumento de 10 μg/m³ na concentração desses poluentes. Temperaturas extremas, tanto quentes quanto frias, também demonstraram associação significativa com a piora da dermatite atópica, ao passo que fatores como alta umidade, precipitação e tabagismo passivo contribuem adicionalmente para o agravamento da condição em populações adultas.

Contexto

A dermatite atópica é a condição inflamatória crônica da pele mais comum globalmente, afetando até 15% dos indivíduos em todo o mundo, com crescente reconhecimento de que fatores ambientais como mudanças climáticas e poluição do ar representam ameaças significativas à saúde que podem piorar o fardo de doenças afetadas pelo ambiente.

Embora a associação entre fatores ambientais e a dermatite atópica tenha sido bem estudada na infância por meio de diversas metanálises, ainda não havia uma avaliação completa das evidências em adultos, apesar da alta prevalência da doença nesta população, criando uma lacuna importante no conhecimento científico.

Concentrações crescentes de poluentes atmosféricos ambientais estão associadas ao agravamento de desfechos clínicos de condições inflamatórias, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias, enquanto o aumento das temperaturas globais, mudanças climáticas e eventos climáticos extremos também estão associados ao aumento da morbidade, o que demanda atualizações nas recomendações regulatórias para diretrizes de saúde pública.

As associações entre poluentes, clima e dermatite atópica permaneciam incertas, com alguns estudos relatando aumento da prevalência da doença diante de níveis aumentados de material particulado e gases nocivos, como monóxido de carbono e óxido nitroso; porém, outras pesquisas não relataram tal associação, criando, assim, a necessidade de uma síntese abrangente das evidências.

Estudos mecanísticos oferecem explicações para a associação entre poluentes atmosféricos e dermatite atópica, incluindo ativação do fator de transcrição receptor de hidrocarboneto aril (AhR), que, em modelos murinos, desencadeia respostas semelhantes à dermatite atópica, com certas variantes genéticas elevando ainda mais o risco de desenvolvimento da condição.

O objetivo desta revisão sistemática e metanálise foi sintetizar as associações entre, de um lado, fatores ambientais, entre os quais poluição do ar, condições meteorológicas e clima, e, de outro, desfechos em adultos com dermatite atópica, a fim de preencher uma lacuna crítica na literatura científica sobre esta população específica.

0 comentários:

Postar um comentário

Propagandas (de qualquer tipo de produto) e mensagens ofensivas não serão aceitas pela moderação do blog.