terça-feira, 12 de março de 2024

Educação continuada em Nutrologia

Criei com meus afilhados um grupo de Educação continuada em Nutrologia (EDUCONUTRO) no telegram, totalmente gratuito. 

O espaço é destinado ao envio de artigos, divulgação de eventos na Nutrologia. Aqueles que quiserem contribuir com artigos serão bem-vindos. 

Link do grupo: https://t.me/+2PuF9mZ6DbxhN2Qx

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo Goiânia - Joinville
CRM-GO 13.192 | RQE 11.915
CRM-SC 32.949 | RQE 22.416
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segunda-feira, 11 de março de 2024

- Dr. quanto está a sua consulta?

Tempos atrás, uma seguidora me perguntou sobre o valor da minha consulta. Passei o contato da secretária e ela se informou. Dias após ela enviou novamente um direct e perguntou o porquê do valor da consulta ser R$800. Então calmamente expliquei, o porquê de eu não atender planos de saúde e do valor da consulta ser esse. E antes que ela viesse com a máxima de que todo médico deve exercer a medicina por amor e não por dinheiro, expliquei que exerço meu papel social de inúmeras maneiras.

Primeiramente expliquei que esse valor está dentro da média que os Nutrólogos cobram, com a diferença que fico 1h a 1:30 com o paciente e ainda forneço o retorno (gratuitamente) que dura de 30 a 40 minutos.

Depois expliquei que muitos Nutrólogos cobram menos, mas “embutem” na prescrição do tratamento, soros, exames, procedimentos realizados na própria clínica. Ou seja, ele cobra menos, mas, sabe que ganhará com soro, pacotes, procedimentos, já que ele indicará para o paciente realizá-los na própria clínica. Diariamente atendo casos assim, de pacientes que foram em “Nutrólogos” ou falsos Nutrólogos (Médico que se diz Nutrólogo mas não tem RQE) e gastaram, 10, 15, 20 mil em clínicas luxuosas.

Expliquei que meu atendimento é personalizado e ético. Sou transparente com meus pacientes. Não indico farmácia de manipulação, faço exame físico minucioso, solicitação racional de exames, anamnese detalhada, pratico educação nutricional dentro do consultório. Estou me atualizando diariamente. Tenho Nutricionistas que treinei ao longo dos anos, da minha inteira confiança e que exijo que sigam meus preceitos éticos e morais. Ou seja, um trabalho minucioso, personalizado, demorado, é difícil fazer por plano de saúde. Já que a maioria remuneram de 80 a 120 reais a consulta + retorno. Por esse valor, jamais conseguiria entregar para meus pacientes o que faço, da maneira que faço.

Por último expliquei, que meu trabalho social exerço no SUS, coordenando um ambulatório de Nutrologia há 09 anos.

Há bons profissionais que cobram menos, claro! Basta procurar. Para vocês não caírem em ciladas. preparei algumas dicas.

Dica 1: Saiba se o profissional que você irá consultar é realmente Nutrólogo. 95% dos que se dizem Nutrólogos na verdade não são. Como saber se um médico é especialista? É bem simples, basta acessar: https://portal.cfm.org.br/busca-medicos
Digitar o nome do médico e o estado onde ele atua. Se ele tem RQE (registro de qualificação de especialista) de Nutrologia. Se ele tiver, ele é realmente Nutrólogo.

Ou seja, ele só pode divulgar em redes sociais que é Nutrólogo se tiver o RQE, do contrário configura uma infração ética e propaganda enganosa. Ter feito pós-graduação não confere título de Nutrólogo. Se ele colocar nas redes sociais Pós-graduação em Nutrologia e não tiver RQE, obrigatoriamente tem que colocar em seguida, em caixa alta: NÃO ESPECIALISTA, de acordo com a resolução vigente de publicidade médica do Conselho Federal de Medicina.

Dica 2: Tratamento nutrológico geralmente é um acompanhamento por toda a vida, desconfie de tratamentos miraculosos e de difícil adesão (quantidades excessivas de medicações a serem tomadas, fórmulas com preços exorbitantes). Eles geralmente não são sustentáveis ao longo prazo. Ninguém quer ficar dependente de várias medicações por toda a vida.

⚠️As vezes um médico tem a consulta mais barata porém, ele te indicará tratamentos caríssimos e sem respaldo científico (feitos na maioria das vezes na própria clínica) e até mesmo proibidos pelo Conselho Federal de Medicina. Ou seja, o barato pode sair bem caro.

Dica 3: Não existem tratamentos milagrosos quando se trata de Nutrologia. O paciente precisará mudar hábitos de vida, seguir uma alimentação mais saudável, praticar atividade física, dormir bem, construir boas relações interpessoais. Isso não é medicalizável. O médico age como um norteador e o paciente é quem trilha o caminho, colhendo os benefícios/frutos de suas ações.

Dica 4: Consulta Nutrológica é composta por: Anamnese, exame físico e explicação sobre as hipóteses diagnósticas e conduta.
A) Anamnese: Nessa fase extrai-se dos pacientes a queixa principal, a história da doença/situação atual.
B) Exame físico: Durante essa parte eu afiro a pressão arterial sanguínea, verifica saturação de oxigênio, frequência cardíaca, frequência respiratória, verifico o enchimento capilar, grau de hidratação, o peso, quantifica a altura. Verifico a força muscular do paciente através de um aparelho chamado dinamômetro. Examino mucosas, língua, pulsos, unhas, cabelos, ausculto o pulmão, coração, abdome, Enfim, faço o exame físico completo na primeira consulta.
C) Explicação das hipóteses diagnósticas e solicitação de exames complementares caso sejam necessários.
D) Conduta

Dica 5: Segundo a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) não fazem parte da Nutrologia:
Ozonioterapia
Prática Ortomolecular Soroterapia da Beleza
Uso de hormônios para fins estéticos
Modulação hormonal
Medicina antienvelhecimento.

Mais recentemente o CFM publicou uma resolução proibindo a prescrição de hormônios para fins estéticos, ganho de massa muscular e melhora de performance esportiva.
https://www.ecologiamedica.net/2023/04/o-conselho-federal-de-medicina-proibiu.html?m=1https://www.ecologiamedica.net/2023/04/o-conselho-federal-de-medicina-proibiu.html?m=1

Dica 6: Desconfie de tratamentos que são proibidos pelo Conselho Federal de Medicina, tais como terapia antienvelhecimento, modulação hormonal, hormônios para fins estéticos, ganho de massa muscular e melhora da performance esportiva.

Sendo que a própria ABRAN tem em seu site um parecer contra Modulação Hormonal:

www.abran.org.br/2018/03/04/posicionamento-sobre-a-modulacao-hormonal/

Dica 7: A prática de comercializar medicações/suplementos dentro do consultório é proibida. Está vetada no código de ética médica no capítulo VIII e artigo 69: “ Exercer simultaneamente a medicina e a farmácia ou obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela prescrição e/ou comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade profissional.” Ele pode abrir uma empresa que vende a aplicação de fármacos e nutrientes injetáveis, realiza procedimentos.

Médico também não pode indicar farmácia de manipulação.

Dica 8: Há muitas fake News em saúde. Profissionais que alastram pânico na Internet, criam problemas para te vender soluções. Desconfie sempre.

Para mais dicas acesse: https://www.nutrologogoiania.com.br/a-nutrologia/a-consulta-nutrologica/

sexta-feira, 1 de março de 2024

"Agora todo mundo tem lipedema" - Ironias e o que diz a ciência


Lipedema: muito além do hype

Que o tema está na moda, todo mundo sabe, o que não te contam é que pouco se sabe ainda, sobre o tratamento realmente eficaz para o Lipedema.

Mas o que é lipedema? Como diferenciar lipedema de obesidade? Como se faz o diagnóstico de lipedema? Quais os tratamentos disponíveis para o lipedema?

Essas são apenas algumas das perguntas que recebo diariamente no meu consultório e no direct do instagram. 

Antes de tudo, é preciso salientar que a doença não é nova, mas ganhou "fama" por conta de profissionais que querem vender soluções milagrosas. Se tem o esperto para vender solução, tem o bobo para comprá-la.

O lipedema (ou lipofilia membralis) é uma patologia inflamatória (de baixo grau) e crônica do sistema linfático e gorduroso. Nele há um acúmulo desproporcional de gordura, nas extremidades (membros, porém, especialmente nos membros inferiores). 

Além desse acúmulo de gordura, o paciente queixa-se de desconforto na região do acúmulo, como por exemplo sensação de peso nas pernas, inchaço, dor e hematomas que surgem facilmente.

Por ter uma característica inflamatória (quando a biópsia dessa gordura é vista pelo patologista), vários profissionais postularam que uma dieta antiinflamatória e uso de nutracêuticos poderia auxiliar no tratamento.

Prevalência e confusão no diagnóstico

Descrito pela primeira vez na medicina nos anos 1940 nos Estados Unidos, o lipedema afeta 1 a cada 10 mulheres, o que soma cerca de 5 milhões de brasileiras. Ou seja, é uma doença de alta prevalência, porém de baixo reconhecimento e diagnóstico, sendo frequentemente subdiagnosticado ou confundido com obesidade ginecoide, linfedema ou mesmo insuficiência venosa. No mundo todo, acredita-se que acometa mais de 10% das mulheres.

Por levar a alterações na silhueta corporal, o quadro é frequentemente rotulado de questão estética, o que não é, pois trata-se de uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sua inclusão na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) passou a vigorar em janeiro de 2022:  EF02.2

Qual a fisiopatologia? Como surge?

Ainda não sabemos ao certo o mecanismo fisiopatológico do lipedema, porém, sabemos que há envolvimento de fatores hormonais e forte componente genético. Sendo mais comum em mulheres que em homens.

É comum o relato que o acúmulo iniciou na puberdade, após gravidez, uso de anticoncepcionais ou até mesmo após menopausa. Alguns pesquisadores correlacionam as alterações nos níveis de estrogênio e progesterona como gatilho para o desencadeamento. Esses hormônios estimulariam certos grupos de células de gordura a inflar de um modo anormal. Daí a condição ser praticamente exclusiva das mulheres. 
 
Sabe-se que além do acúmulo de gordura (hiperplasia e hipertrofia dos acipócitos), existe uma maior prevalência de substâncias (citocinas) pró-inflamatórias. Isso provavelmente leva a alteração nos capilares, tornando-os frágeis, o que pode facilitar o surgimento dos hematomas. Altera-se os vasos linfáticos e com isso uma hiperpermeabilidade, levando a uma retenção de líquidos. Além disso ocorre uma privação de oxigênio o que ocasiona dor e posteriormente fibrose local, o que torna a doença progressiva. Também há uma redução da mobilidade do membro, o que perpetua o processo.

Diagnóstico 

Os critérios diagnósticos do lipedema, descritos por Wold et al. (1951) e modificados por Herbst, envolvem tendência a hematomas, aumento de volume dos membros simétrico e bilateral poupando pés e mãos e hipersensibilidade local.    É importante salientar, que diferente da obesidade, no lipedema a circunferência dos membros não reduz após a perda de peso.

Critérios clínicos para o diagnóstico de lipedema:
  • Distribuição DESPROPORCIONAL da gordura corporal. Ou seja, acumulando mais em membros superiores ou inferiores
  • Nenhuma ou limitada influência da perda de peso na distribuição da gordura nos membros
  • Hipertrofia dos adipócitos bilateral, simétrica e desproporcional nos membros
  • Poupa preservação das mãos e pés (fenômeno do manguito)
  • Envolvimento dos braços aproximadamente 30%
  • Sinal de Stemmer negativo
  • Sensação de peso e tensão nos membros afetados
  • Dor à pressão e ao toque nos membros
  • Edema sem depressões
  • Tendência acentuada para formação de hematomas
  • Piora dos sintomas ao longo do dia
  • Não é melhora da dor ou do desconforto com a elevação dos membros
  • Telangiectasias e marcas vasculares visíveis ao redor dos depósitos de gordura
  • Hipotermia da pele
Ao exame físico a paciente pode apresentar:
Parte proximal do membro inferior:
Distribuição desproporcional de gordura
Gordura cutânea circunferencialmente espessada
Parte distal do membro inferior: 
Espessamento proximal da gordura subcutânea
Espessamento distal da gordura subcutânea, acompanhado de peito do pé delgado (sinal do manguito)
Parte proximal do braço:
Gordura subcutânea significativamente espessada em comparação com a vizinhança
Parada repentina no cotovelo
Parte distal do braço: 
Gordura subcutânea espessada, acompanhada de dorso da mão delgado (sinal do manguito)


Doenças que podem coexistir com o Lipedema

Dentre as doenças associadas ao lipedema pode-se citar: linfedema, obesidade, doenças venosas,  doenças articulares e o Transtorno do espectro de hipermobilidade (hipermobilidade articular) ou TEh. 
Até 58% dos casos podem cursar com TEh Sendo muito comum em portadoras de Síndrome de Ehlers Danlos do tipo Hipermóvel. Essa coexistência reforça a contribuição de um distúrbio em tecido conectivo na fisiopatologia do lipedema.

Classificação do lipedema e os estágios

Pode-se classificar o lipedema em 5 subtipos, a depender da distribuição de tecido adiposo: 
  • Tipo I (aumento da deposição em quadris e coxas), 
  • Tipo II (extensão até joelhos, principalmente em face interna), 
  • Tipo III (até tornozelo), t
  • Tipo IV (acometimento de membros superiores): 30% dos casos
  • Tipo V (apenas porção inferior das pernas é afetada). 

Também pode ser estratificado em 4 subtipos considerando a gravidade: 
  • Estágio 1 (pequenos nódulos subcutâneos palpáveis sem alterações cutâneas), 
  • Estágio 2 (lipoesclerose nodular com irregularidades cutâneas), 
  • Estágio 3 (pele com textura irregular em aspecto “casca de laranja”  com macronodulações subcutâneas palpáveis),
  • Estágio 4 (lipolinfedema).  




E qual o tratamento?

Alguns médicos e nutricionistas alardeiam por aí que existem protocolos de dietas, suplementos e até tratamentos hormonais para o lipedema. Entretanto, até o presente momento, não há evidências científicas que recomendam um tratamento medicamentos ou suplementos específicos para a patologia.

Apesar de existir um componente inflamatório, não existe uma dieta do lipedema. 

As abordagens conservadoras (sem cirurgia), envolvem o controle do peso, alimentação saudável (nutricionalmente equilibrada, com boa ingestão de vegetais), medidas de alívio dos sintomas locais, evitar os fatores que pioram como por exemplo o uso de pioglitazona e prevenir a progressão da doença.

Os grandes artigos mais recentes de revisão sobre o tema, os autores são unânimes em informar que não existe medicamentoso, suplemento ou dieta específica para lipedema. 

Infelizmente, nem sempre a Medicina terá todas as respostas que precisamos para todas as doenças. Mas isso não significa que possamos inventar tratamentos e protocolos apenas para lucrar com o desespero alheio. Necessitamos de mais pesquisa na área. O que não precisamos é de profissionais que tentam lucrar em cima de uma patologia de difícil tratamento e que ainda não é bem elucidada.

Cirurgia redutora de lipedema é atualmente a  única técnica disponível para remover os tecidos anormais presentes no lipedema como: adipócitos, nódulos, matriz extra celular fibrótica e outros componentes não adipócitos. Ele também é o único  tratamento que reduz a progressão da doença e idealmente deve ser instituído antes das complicações do lipedema surgirem. Portanto, mais um motivo para tomar cuidado com terapias alternativas, sob risco de perder o momento ideal para o tratamento respaldado, que até hoje ainda é o tratamento cirúrgico.

Fontes:
Autores:
Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-SC 32949 RQE 22416
Dra. Esthefânia Garcia de Almeida - Médica Endocrinologista e especialista em Clínica médica - CRM MG 65050 RQE 44779 e RQE 40100


sábado, 24 de fevereiro de 2024

Como o vinho tinto perdeu seu ar de bebida saudável


Por uma ou duas décadas gloriosas, a bebida foi elogiada como boa para o coração. O que aconteceu?

Em um segmento de 1991 do "60 Minutes", o correspondente da CBS Morley Safer perguntou como poderia ser que os franceses desfrutassem de alimentos ricos em gordura como patê, manteiga e Brie triplo creme, mas tivessem taxas mais baixas de doenças cardíacas do que as pessoas nos Estados Unidos.

"A resposta ao enigma, a explicação do paradoxo, pode estar neste copo convidativo", disse o Sr. Safer, levantando um copo de vinho tinto para os telespectadores.

Os médicos acreditavam, disse o Sr. Safer, que o vinho tinha "um efeito de lavagem" que impedia que as células formadoras de coágulos sanguíneos se agarrassem às paredes das artérias. Isso, segundo um pesquisador francês que foi destaque no segmento, poderia reduzir o risco de bloqueio e, portanto, o risco de um ataque cardíaco.

Na época, vários estudos apoiavam essa ideia, disse Tim Stockwell, epidemiologista do Instituto Canadense de Pesquisa sobre o Uso de Substâncias. E os pesquisadores estavam descobrindo que a dieta mediterrânea, que tradicionalmente incentivava um ou dois copos de vinho tinto com as refeições, era uma maneira saudável de comer, acrescentou.

Mas não foi até o segmento do "60 Minutes" que a ideia de vinho tinto como uma bebida saudável e virtuosa se tornou "viral", disse ele.

Dentro de um ano após a exibição do programa, as vendas de vinho tinto nos Estados Unidos aumentaram 40 por cento.

Levaria décadas para o brilho do halo de saúde do vinho desaparecer.

• Como nossa compreensão sobre álcool e saúde evoluiu

A possibilidade de que um ou dois copos de vinho tinto pudessem beneficiar o coração era "uma ideia adorável" que os pesquisadores "abraçaram", disse o Dr. Stockwell. Isso se encaixava no corpo maior de evidências na década de 1990 que relacionava o álcool à boa saúde.

Em um estudo de 1997 que acompanhou 490.000 adultos nos Estados Unidos por nove anos, por exemplo, os pesquisadores descobriram que aqueles que relataram consumir pelo menos uma bebida alcoólica por dia tinham de 30 a 40 por cento menos probabilidade de morrer de doença cardiovascular do que aqueles que não bebiam. 

Eles também tinham cerca de 20 por cento menos probabilidade de morrer por qualquer causa.

Até o ano 2000, centenas de estudos haviam chegado a conclusões semelhantes, disse o Dr. Stockwell. "Eu pensei que a ciência estava estabelecida", disse ele.

Mas alguns pesquisadores vinham apontando problemas com esse tipo de estudo desde a década de 1980, questionando se o álcool era responsável pelos benefícios observados.

Talvez os bebedores moderados fossem mais saudáveis do que os não bebedores, eles diziam, porque tinham mais probabilidade de serem educados, ricos e fisicamente ativos, e mais probabilidade de terem seguro saúde e comerem mais vegetais.

Ou talvez, acrescentavam esses pesquisadores, fosse porque muitos dos "não bebedores" nos estudos na verdade eram ex-bebedores que haviam parado porque desenvolveram problemas de saúde.

Kaye Middleton Fillmore, pesquisadora da Universidade da Califórnia, São Francisco, estava entre aqueles que instavam uma análise mais cuidadosa da pesquisa. "É incumbência da comunidade científica avaliar cuidadosamente essa evidência", ela escreveu em um editorial publicado em 2000.

Em 2001, a Dra. Fillmore convenceu o Dr. Stockwell e outros cientistas a ajudá-la a analisar novamente os estudos anteriores e reanalisá-los de maneiras que pudessem considerar alguns desses viéses.

"Eu vou trabalhar com você nisso", lembrou-se o Dr. Stockwell de ter dito à Dra. Fillmore, que faleceu em 2013. Mas "eu estava realmente cético em relação a tudo isso", disse ele.

Como se viu, a equipe encontrou um resultado surpreendente: em sua nova análise, os benefícios anteriormente observados da ingestão moderada de álcool haviam desaparecido. Suas descobertas, publicadas em 2006, foram manchetes por contradizerem a sabedoria predominante: "Estudo Derruba a Crença de que um Pouco de Vinho Ajuda o Coração", relatou o Los Angeles Times.

"Isso perturbou muita gente", disse o Dr. Stockwell. "A indústria do álcool deu passos enormes e gastou muito dinheiro para combater essa mensagem um tanto incômoda que estava surgindo", acrescentou. 

Em questão de meses, um grupo financiado pela indústria organizou um simpósio para debater a pesquisa e convidou a Dra. Fillmore.

Em notas que o Dr. Stockwell guardou, a Dra. Fillmore escreveu que a discussão foi "acalorada e intensa, a ponto de eu sentir que precisava tirar meu sapato e bater na mesa com ele".

E quando dois organizadores do congresso publicaram um resumo do simpósio que dizia que "o consenso do congresso" era que o consumo moderado de álcool estava associado a uma melhor saúde, o Dr. Stockwell disse que a Dra. Fillmore "ficou furiosa" por suas opiniões não terem sido representadas.

Desde então, muitos estudos adicionais, incluindo um que o Dr. Stockwell e seus colegas publicaram em 2023, confirmaram que o álcool não é a bebida saudável que um dia se acreditou ser.

Em 2022, pesquisadores relataram notícias mais graves: não apenas não havia benefício cardiovascular em beber álcool, mas também poderia aumentar o risco de problemas cardíacos, disse a Dra. Leslie Cho, cardiologista da Clínica Cleveland.

Hoje, cada vez mais pesquisas mostram que até mesmo uma bebida por dia pode aumentar suas chances de desenvolver condições como pressão alta e ritmo cardíaco irregular, ambos os quais podem levar a derrame, insuficiência cardíaca ou outras consequências para a saúde, disse ela.

E as conexões do álcool com o câncer são claras - algo que a Organização Mundial da Saúde vem afirmando desde 1988.

Esta é uma mensagem muito diferente daquela que os pacientes podem ter ouvido de seus médicos por anos, reconheceu a Dra. Cho. Mas o consenso mudou.

Nenhuma quantidade de álcool é segura, afirmaram a OMS e outras agências de saúde, independentemente de você estar bebendo vinho, cerveja ou destilados.

• Então, o vinho acabou?

Ao aconselhar seus pacientes com câncer, Jennifer L. Hay, cientista comportamental e psicóloga da saúde no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, na cidade de Nova York, disse que muitos ficam "absolutamente chocados" ao descobrir que o álcool, incluindo o vinho, é um carcinógeno. 

Em um estudo de 2023, pesquisadores entrevistaram quase 4.000 adultos dos EUA e descobriram que apenas 20 por cento estavam cientes de que o vinho poderia causar câncer - em comparação com 25 por cento que sabiam que a cerveja poderia e 31 por cento que sabiam que os destilados poderiam.

Os pacientes cardíacos da Dra. Cho muitas vezes ficam surpresos quando ela sugere que devem reduzir o consumo de álcool, incluindo o vinho. 

"Eles ficam tipo, 'O quê? Eu pensei que deveria proteger contra doenças cardíacas'", ela disse.

O vinho tinto contém compostos chamados polifenóis, alguns dos quais podem ter propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

Mas nenhum estudo, incluindo décadas de pesquisa sobre um polifenol chamado resveratrol, ligou definitivamente as quantidades obtidas do vinho tinto à boa saúde, disse a Dra. Cho.

E não há evidências sólidas de que o vinho seja menos prejudicial do que outros tipos de álcool, acrescentou.

"Isso pode ser realmente difícil de ouvir", reconheceu a Dra. Hay.

Sempre que ela diz às pessoas que estuda os riscos do álcool, "um clima pesado se instala na sala", ela disse.
Mas a Dra. Hay e outros pesquisadores não estão sugerindo uma "proibição" do álcool, acrescentou a Dra. Hay. 

Ela apenas quer que as pessoas estejam informadas sobre os riscos.

E para a maioria das pessoas, está tudo bem aproveitar um copo de vinho de vez em quando, disse a Dra. Cho.

Mas não ajuda o coração, disse ela. "É hora de abandonar essa crença."

Curso de Nutrologia para acadêmicos de Medicina (Programação, Inscrições)

Em 2025 voltaremos a ter o curso de Nutrologia para acadêmicos de Medicina. 

Abaixo a programação do curso de 2025. Serão cerca de 170 horas, duração de 2 anos, 100% EAD.
Público: Exclusivamente acadêmicos de Medicina do 4º ao 12º período.
Certificado: Presença em 75% das aulas. 
Valor: 3 caixas (12 leites cada caixa), destinadas ao meu grupo filantrópico (Filhos do Sr)
Aulas são via google meet, ao vivo. 
inscrições via e-mail: menutrologia@gmail.com (Enviar e-mail com Nome, Copia do comprovante de matrícula)
Para assistir algumas das aulas do último curso acesse: https://www.youtube.com/@DrFredericoLobo/videos
  1. Introdução à Nutrologia 
  2. Aspectos éticos da prática Nutrológica
  3. Nutrologia como especialidade médica
  4. Associação Brasileira de Nutrologia - O que é?
  5. Experiência como residente ou especializando em serviços de Nutrologia reconhecidos pela ABRAN
  6. Aula de experiência (USP-RP); Aula de experiência (USP);  Aula de experiência (Felicio Rocho); Aula de experiência IPSEMG); Aula de experiência (SSA); Aula de experiência (IAMSPE)
  7. Perspectivas profissionais da Nutrologia
  8. Aspectos éticos da prática Nutrológica
  9. Nutrologia e perícia judicial
  10. Digestão e absorção dos nutrientes, Produção de energia
  11. Necessidades energéticas e nutricionais básicas
  12. Anamnese nutrológica
  13. Avaliação do estado Nutrológico
  14. Exame físico em Nutrologia
  15. Métodos de avaliação corporal
  16. Laboratório em Nutrologia
  17. Nutrientes em Nutrologia: noções básicas para diagnóstico, prescrição
  18. Macronutrientes
  19. Metabolismo de Carboidratos
  20. Metabolismo de proteínas
  21. Metabolismo de lipídios
  22. B1
  23. B2
  24. B3
  25. B5
  26. B6
  27. B7
  28. B12
  29. Ácido fólico
  30. Vitamina C
  31. Vitamina A
  32. Vitamina D
  33. Vitamina E
  34. Vitamina K
  35. Ferro
  36. Cálcio
  37. Magnésio
  38. Fósforo
  39. Potássio
  40. Zinco
  41. Cobre
  42. Selênio
  43. Iodo, Boro, Cromo, Manganês
  44. Alumínio
  45. Sinais e sintomas de déficit nutricional
  46. Fibras alimentares
  47. Interação droga com nutrientes
  48. Prebióticos e Probióticos
  49. Crononutrição
  50. Manual de redes sociais para o acadêmico de medicina
  51. Introdução à Nutrologia hospitalar
  52. Triagem nutricional, risco nutricional
  53. Fisiopatologia do doente crítico
  54. Dispositivos para terapia nutricional
  55. Nutrição enteral: indicações contraindicações, 
  56. TNE complicações 
  57. Nutrição parenteral: indicações contraindicações,
  58. TNP complicações 
  59. Grandes queimados
  60. Colelitíase, Colecistite, e Colestase
  61. Insuficiência intestinal e Falência intestinal
  62. Fístulas digestivas
  63. A importância da EMTN
  64. HEART-M - Preabilitação cirúrgica 
  65. Nutroterapia no paciente cirúrgico 
  66. Diabetes mellitus tipo 2
  67. Diabetes mellitus tipo 1
  68. Diabetes gestacional
  69. Diabetes Mody e LADA
  70. Tratamento com hipoglicemiantes: oral
  71. Análogos de GLP1
  72. Insulinoterapia
  73. Tratamento nutricional no DM2
  74. Tratamento Nutricional no DM1: contagem de carboidratos
  75. Atividade fisica e DM
  76. Síndrome metabólica 
  77. Esteatose hepática 
  78. Nutroterapia nas doenças cardiológicas: HAS
  79. Nutroterapia nas doenças cardiológicas: Aterosclerose e ICC
  80. Comunicação médica
  81. Acolhimento do portador de obesidade
  82. Conceito e epidemiologia da obesidade
  83. Diagnóstico, Classificação 
  84. Complicações da obesidade
  85. Fisiopatologia da obesidade
  86. Tratamento dietético da obesidade
  87. Atividade física na obesidade
  88. Tratamento medicamentoso da obesidade
  89. Tratamento cirúrgico da obesidade
  90. Cirurgia bariátrica: o essencial para o médico generalista
  91. Terapias heterodoxas no tratamento da obesidade e suplementos sem evidência científica
  92. Gordofobia médica e abordagem comportamental da obesidade
  93. Dislipidemias: Hipercolesterolemia
  94. Dislipidemias: Hipertrigliceridemia
  95. Nutroterapia em TPM
  96. Nutroterapia na Menopausa
  97. Nutroterapia na gestação
  98. Hiperandrogenismo e Nutrologia
  99. Contraceptivos e composição corporal
  100. Lipedema e Nutrologia
  101. Endometriose e Nutroterapia
  102. Desnutrição
  103. Sarcopenia
  104. Caquexia
  105. Nutroterapia em Oncologia
  106. Magreza excessiva constitucional e perda de peso involuntária
  107. Nutroterapia em Hepatopatias
  108. DRC e Nutroterapia
  109. Litíase renal e Nutroterapia
  110. Gota e Hiperuricemia a abordagem Nutrológica
  111. Alteração em fâneros e pele - Aspectos Nutrológicos
  112. Fisiologia do trato digestivo
  113. Disbiose intestinal, SIBO, SIFO, IMO, LIBO
  114. Nutroterapia nas patologias do esôfago
  115. Nutroterapia em gastrite 
  116. Nutroterapia em Diarréia aguda e crônica
  117. Nutroterapia em constipação intestinal
  118. Nutroterapia em Síndrome do intestino irritável
  119. Síndrome do intestino curto
  120. Intolerâncias alimentares
  121. Intolerância histaminérgica e Síndrome de ativação mastocitária
  122. Hipermobilidade articular e Nutrologia e Síndrome de Ehlers Danlos
  123. Doença celíaca, Sensibilidade não celíaca ao glúten, Alergia ao trigo
  124. Doença de Crohn e Retocolite ulcerativa e nutroterapia
  125. Pancreatite aguda e nutroterapia
  126. Pancreatite crônica e nutroterapia
  127. Doenças anoretais e nutroterapia
  128. Alergias alimentares
  129. Jejum intermitente
  130. Dietas da moda
  131. Cetose e dieta cetogênica
  132. Dieta Low carb
  133. Mitos em Nutrologia
  134. Edulcorantes em Nutrologia
  135. Guia alimentar da população brasileira
  136. Nutrologia e fisiatria
  137. Psiquiatria Nutricional, neurotransmissores e estilo de vida
  138. Introdução aos Transtornos alimentares
  139. Anorexia
  140. Bulimia
  141. Transtorno de compulsão alimentar
  142. Ortorexia, vigorexia e TARE
  143. Síndrome do comer noturno
  144. Alimentos funcionais e compostos bioativos - Parte 1
  145. Alimentos funcionais e compostos bioativos - Parte 2
  146. Fitoterapia em Nutrologia
  147. Os nutracêuticos com mais evidência em Nutrologia 
  148. Reducitarianismo,Vegetarianismo e veganismo
  149. Nutroterapia em geriatria - particularidades na nutrição do idoso
  150. Nutroterapia na Osteopenia e osteoporose
  151. Nutroterapia na Doença de Alzheimer 
  152. Nutroterapia na Doença de Parkinson
  153. Nutroterapia na Esclerose múltipla 
  154. Nutroterapia em enxaqueca
  155. Nutrologia comportamental
  156. Nutrologia na ESF 
  157. Anemias carenciais
  158. Hiperferritinemia e hemocromatose
  159. Programação fetal e Alimentação nos primeiros 1000 dias
  160. Anemia na infância
  161. A criança que não come e seletividade alimentar
  162. APLV na infância 
  163. Intolerância à lactose na infancia
  164. Baixa estatura
  165. Baixo peso na infancia
  166. Fórmulas infantis e aleitamento materno
  167. Obesidade infantil - Diagnóstico e tratamento
  168. Síndrome metabólica na infância e adolescência 
  169. Epidemiologia em Nutrologia
  170. Como ler artigos em Nutrologia
  171. Nutrologia esportiva - Noções básicas
  172. Cafeína, Whey proteín,  Creatina
  173. Beta-alanina, Bicarbonato, HMB
  174. REDs
  175. Músculo como órgão endócrino
  176. Hipertrofia muscular em Nutrologia 
  177. Colágeno e músculo 
  178. Risco do uso de EAAs na Nutrologia 
  179. Ergoespirometria - aplicabilidade
  180. Nutroterapia no maratonista
  181. Nutroterapia no futebol, natação e lutas
  182. Exercício em jejum 
  183. Publicidade e redes sociais em Nutrologia
  184. Nutrologia e aspectos Jurídico

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Nutróloga esportiva - Dra. Helena Bacha e Dra. Lia Bataglini

Todos dias alguém tenta agendar consulta comigo, preenchendo o questionário pré-consulta (https://www.nutrologogoiania.com.br/consultas/como-agendar-sua-consulta/) e acabo negando o atendimento. Motivo: busca por hipertrofia, ganho de massa, melhora de performance, nutrologia esportiva. Infelizmente não trabalho com essa área e uma das poucas pessoas que confio são duas afilhadas: Dra. Helena Bacha e Dra. Lia Bataglini

Dra. Helena é médica pela ESCS-DF (2014-2019) - CRM-SP 230130. Especialização em Clínica Médica com Residência pela SES-DF (2020-2022) - RQE 104146. Especialização em Nutrologia com Residência pelo HCFMUSP (2022-2024). Certificação de acreditação internacional em Antropometria ISAK (International Society for the Advancement of Kinanthropometry) nível 1.Tem no seu currículo vários cursos na área de Nutrologia/Nutrição esportiva, além de ser atleta. 


Dra. Helena Bacha Junho Aires
CRMSP 230130 RQE
Fone:   (11) 99209-6679
Consultório: Livance Paulista - Av. Paulista, 2064 - 21º andar - Bela Vista, São Paulo - SP
Atende também por Telemedicina

Dra. Lia Bataglini
CRM-SP 207304 | RQE 101292
Fonte: (15) 991111435
Consultório presencial em São Paulo e Laranjal Paulista
Atende também por Telemedicina


Dra. Lia é médica pela Faculdade de Medicina de Jundiai -SP (2014-2019) - CRM-SP 207304. Especialização em Clínica Médica com Residência pelo Hospital Ipiranga -SP (2020-2022) - RQE 101292. Especialização em Nutrologia com Residência pelo HCFMUSP (2022-2024). Tem no seu currículo cursos e congressos na área de Nutrologia/Nutrição esportiva, é atleta amadora e apaixonada por esportes e exercício físico em geral.   

Novas abordagens terapêuticas estão surgindo para tratar o Diabetes mellitus tipo 1

Onde estão as ilhotas de Langerhans? é uma pergunta capciosa que aparece de vez em quando em questionários. 

A resposta não pode ser encontrada nos atlas de geografia, mas sim nos de anatomia, pois as chamadas ilhotas são, na verdade, aglomerados de células espalhadas pelo pâncreas. Lá eles sintetizam e liberam uma série de hormônios, incluindo a insulina, que regula os níveis de glicose e, portanto, o metabolismo.

Os produtores de insulina das ilhotas são chamados de células beta. (Os tipos de células alfa, gama, delta e épsilon realizam outras tarefas.) Eles são as únicas fontes corporais desse hormônio. Portanto, se o número deles diminuir, problemas surgirão. E diminui, na condição conhecida como diabetes tipo 1. Isto acontece quando, num fenômeno chamado autoimunidade, o próprio sistema imunitário do corpo ataca o seu complemento de células beta, eliminando até 80%.

Sem um fornecimento alternativo de insulina, alguém com diabetes tipo 1 morrerá. (Na diabetes tipo 2, a insulina continua a ser produzida, mas as células do corpo adquirem resistência.) A insulina suplementar pode ser administrada por injeção ou através de um dispositivo denominado bomba de insulina. Mas uma maneira melhor seria substituir as células beta ausentes e protegê-las de alguma forma do ataque imunológico.

Alguns pacientes sortudos conseguem, de fato, ter as suas células beta substituídas – através de transplantes de dadores humanos. E a Vertex Pharmaceuticals, uma empresa de Boston, está testando células beta cultivadas a partir de células-tronco para o mesmo propósito. Mas nenhuma das abordagens inclui proteção imunológica. Isto significa que ambos requerem a administração de medicamentos imunossupressores para prevenir a rejeição que se segue a qualquer transplante, muito menos aquele em que a autoimunidade está em jogo. 

Uma das sessões da reunião deste ano da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Denver, analisou, portanto, como as células beta transplantadas poderiam tornar-se hipoimunogênicas – por outras palavras, invisíveis para o sistema imunitário de um paciente.

Sonja Schrepfer, que trabalha na Universidade da Califórnia, em São Francisco (UCSF), e também na Sana Biotechnology, com sede em Seattle, propõe uma abordagem dupla, para lidar com o fato do sistema imunitário ter dois braços.

Um deles, o braço adaptativo, é a base da rejeição tecidual. 

Este braço adaptativo pode reconhecer a assinatura do “ego” fornecida pelas proteínas HLA de um indivíduo. 

Estas moléculas contêm as chamadas regiões hipervariáveis, que diferem de indivíduo para indivíduo. 

Se o sistema imunológico se deparar com proteínas HLA não próprias, ele reconhece as células que as apresentam como intrusas e ataca, usando tropas de choque chamadas células T assassinas e anticorpos.

A primeira parte da abordagem do Dr. Schrepfer é, portanto, impedir a produção de proteínas HLA em células beta cultivadas em laboratório destinadas a transplante. Isto pode ser feito editando dois genes envolvidos na sua produção, tornando teoricamente as células em questão invisíveis ao braço adaptativo.

A falta de proteínas HLA, no entanto, chama a atenção de uma célula para o outro braço da imunidade, o sistema inato. 

Suas tropas são chamadas de células nk (assassinas naturais) e macrófagos, e um dos sinais de alerta aos quais ele reage é a ausência de qualquer tipo de HLA. No entanto, pode ser evitado pela expressão excessiva de uma proteína chamada CD47, algo que a equipe do Dr. Schrepfer também conseguiu através da manipulação genética das suas células beta.

Parece funcionar. Numa experiência cujos resultados foram anunciados pouco antes da reunião, a equipe primeiro induziu diabetes num macaco de laboratório e depois injetou as suas células beta modificadas num dos seus músculos. 

O diabetes desapareceu e permaneceu ausente por mais de seis meses. 

Agora eles passaram para as pessoas. Num ensaio prestes a começar no Hospital Universitário de Uppsala, na Suécia, versões humanas das células modificadas serão transplantadas no antebraço de um único paciente.

Interromper a expressão HLA das células beta não é a única abordagem possível para desviar o sistema imunitário adaptativo. Hasna Maachi, da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, descreveu na reunião como ela e o seu mentor, Matthias Hebrok, estão tentando desenvolver uma alternativa. 

Isso introduz uma terceira parte, chamada célula supressora, para fazer a proteção.

As células supressoras “conversam” com as células T assassinas e as acalmam. O grupo do Dr. Hebrok está, portanto, trabalhando com Wendell Lim, da UCSF, que está projetando células supressoras especificamente ativadas por uma proteína na superfície das células beta, para desenvolver alguma proteção para as células beta. 

Neste caso não há necessidade de construir um nível de proteção contra o sistema imunitário inato, uma vez que este não irá notar nada de errado.

O grupo Hebrok também está, explicou o Dr. Maachi, trabalhando em uma maneira de turbinar as células beta. 

Isto envolve uma proteína chamada MAFA, que regula a expressão do gene da insulina. 

Níveis suprimidos de MAFA são um sintoma de diabetes tipo 1, portanto, aumentar a sua presença parecia uma abordagem promissora. Até agora, os investigadores demonstraram que o aumento dos níveis de MAFA nas células beta derivadas de células estaminais parece aumentar a quantidade de insulina produzida.

Os números apresentados por Lori Sussel, da Universidade do Colorado, sugerem que o diabetes tipo 1 afeta um em cada 500 americanos.

A média global pode estar mais próxima de um em 1.000. 

Isto representa ao mesmo tempo um grande sofrimento humano e um mercado tentador para quem conseguir inventar algo que se assemelhe a uma cura, em vez de um tratamento. 

Embora ainda haja um caminho a percorrer, as células beta hipoimunogênicas podem, muito possivelmente, aproximar isso.

Fonte: https://www.economist.com/science-and-technology/2024/02/20/new-treatments-are-emerging-for-type-1-diabetes

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Influência da alimentação na aterosclerose por Dra. Vanessa Sinnott

 


domingo, 18 de fevereiro de 2024

Salada 12: Trigo cozido com especiarias

Hoje faremos uma salada de trigo com especiarias que te surpreenderá.

Ingredientes:
• 6 xícaras (chá) de água
• 1 xícara (chá) de trigo em grãos
• 300 g de peito de frango cozido e desfiado
• 1 cebola roxa cortada em cubos pequenos
• 4 colheres (sopa) de pimentão vermelho cortado em cubos pequenos
• 1 colher (chá) de canela em pó
• Sal e pimenta a gosto
• 2 colheres (sopa) de requeijão light
• 1 colher (sopa) de hortelã fresca picada

Modo de fazer:
Em uma panela grande, ferva a água. Junte o trigo e cozinhe por 45 minutos ou até ficar macio, sem desmanchar. Retire do fogo, escorra e reserve até esfriar.

Passe para uma tigela e junte a cebola, o pimentão, e o peito de frango desfiado. Tempere com o sal, a canela e a pimenta.

Acrescente o hortelã e o requeijão light. Misture até ficar homogêneo. Reserve.

Para servir, coloque um pouco da mistura em uma folha de alface e a feche, como fiz no vídeo; ou se preferir, forre o fundo de um prato grande com as folhas, cubra com a mistura e sirva em seguida.

Para quem ainda não leu os posts publicados:

Introdução à salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada.html

Princípios básicos da salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada-post-1-principios.html

Salada 1: Berinjela com castanha do Pará (ou castanha do Brasil), uva-passa e hortelã: 

https://www.nutrologogoiania.com.br/salada-1-berinjela-com-castanha-do-para-ou-castanha-do-brasil-uva-passa-e-hortela

Salada 2: Salada de inverno de abacate com frango cítrico: 

http://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-2-salada-de-inverno-de-abacate.html?m=0

Salada 3: Salada de inverno de rucula: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-3-salada-de-inverno-de-rucula.html

Salada 4: Salada com legumes assados: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/07/salada-4-salada-de-legumes-assados.html

Salada 5: Salada de Picles de pepino com molho de alho:

 https://www.ecologiamedica.net/2023/04/salada-5-salada-de-picles-de-pepino-com.html

Salada 6: Salada vegana de lentilha crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-6-salada-vegana-de-lentilha.html

Salada 7: Salada cítrica de grão de bico: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-7-salada-de-grao-de-bico-citrica.html

Salada 8: Salada de frango com molho pesto de abacate: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/08/salada-8-salada-de-frango-com-molho-de.html

Salada 9: Salada de berinjela com passas e amêndoas: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-9-salada-de-berinjela-com-passas.html?m=0

Salada 10: Salada com molho homus

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-10-salada-com-molho-homus.html

Salada 11: Salada de atum crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/12/salada-11-salada-crocante-de-atum.html

Salada 12: Trigo cozido com especiarias

https://www.ecologiamedica.net/2024/02/salada-12-trigo-cozido-com-especiarias.html


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Médicos estão parando de examinar seus pacientes

Fora de alcance

…[T]ocar era o verdadeiro segredo profissional, nunca reconhecido como a habilidade central e essencial, sempre obscurecido... mas sempre ocupado com a imposição de mãos. Aí, penso eu, está o ato mais antigo e eficaz dos médicos, o toque.

Lewis Thomas

A pele é o nosso maior órgão sensorial e o tato é o mais interativo de todos os sentidos. Não é de surpreender que a imposição das mãos tenha sido uma parte importante do conjunto de ferramentas do médico desde os primórdios dos cuidados médicos. Do Papiro Ebers de cerca de 1550 a.C. aos “curandeiros manuais” da Grécia clássica (cujo nome kheirourgos acabou por gerar o nosso termo moderno “cirurgiões”), o toque tem sido o “segredo profissional” do médico. Não mais.

Primeiro, a obsolescência da interação à beira do leito devido à atração da tecnologia de diagnóstico, depois o “distanciamento social” da COVID-19 e, em última análise, a expansão da telemedicina contribuíram para nos separar dos pacientes.

As preocupações de que a proximidade possa ser mal interpretada como avanço sexual levaram as instituições a oferecer acompanhantes para áreas “não sensíveis” do exame, enquanto alguns médicos começaram a usar luvas para interações que normalmente não as exigiriam. 

O resultado é um tal declínio no contato pele com pele que nos resta perguntar se os médicos de hoje estarão mais interessados ​​em impor ferramentas em vez de mãos. 

O editor e autor norte-americano Norman Cousins ​​ofereceu a perspectiva do paciente: “O médico comemora a tomografia computadorizada. O paciente comemora a mão estendida.” 

Na verdade, a verdadeira questão é se o fim do contato físico pode ter prejudicado a relação médico-paciente.

Allogrooming é onipresente entre primatas e mamíferos. 

("Allogrooming" pode ser traduzido para o português como "allogrooming", pois é um termo técnico usado na etologia (o estudo do comportamento animal) para descrever comportamentos de higiene social entre membros de uma mesma espécie, como a limpeza mútua de pelos em primatas, por exemplo.)

No entanto, nos seres humanos, o contato físico é frequentemente um fenômeno cultural, com algumas sociedades apreciando-o mais do que outras.

No comumente citado estudo “Coffee House” de 1966, o psicólogo Sidney Jourard contou quantas vezes casais em cafés se tocavam em vários países. Em Paris, eram 110 vezes por hora; em Londres, nunca; em San Juan, Porto Rico, foi mais de 180 vezes; e em Gainesville, Flórida, duas vezes.

Embora este estudo tenha recebido críticas, a maioria dos sociólogos concordaria que as culturas mediterrânicas, como as de Espanha, França, Itália e Grécia, sentem-se mais confortáveis ​​com a proximidade do que as sociedades do norte, como os EUA ou o Reino Unido.

As sociedades resistentes ao contato podem sublimar a sua necessidade de toque na posse de animais de estimação.

Por exemplo, 66% dos agregados familiares dos EUA tinham animais de estimação em 2023, em comparação com apenas 15% na Grécia.

Ainda assim, quando as pessoas estão angustiadas, elas querem ser tocadas. 

“Algumas pessoas não gostam de ser tratadas por outras pessoas”, escreveu o médico e ensaísta norte-americano Lewis Thomas, “mas não, ou quase nunca, pessoas doentes. Eles precisam ser tocados, e parte do desânimo de estar muito doente é a falta de contato humano próximo. Pessoas comuns, mesmo amigos próximos, até mesmo familiares, tendem a ficar longe dos doentes, tocando-os com a menor frequência possível por medo de interferir, ou de contrair a doença, ou apenas por medo de azar. A habilidade mais antiga do médico no comércio era colocar as mãos sobre o paciente [grifo nosso].”

No entanto, existem indivíduos que permanecem excepcionalmente resistentes ao toque. Indivíduos com transtornos do espectro do autismo, por exemplo, apresentam uma sensibilidade patológica ao contato e, portanto, resistem a ele. No entanto, as pessoas doentes anseiam pelo toque. Pode haver razões emocionais e fisiológicas. Desde o seu efeito calmante no tratamento do câncer até à libertação de endorfinas, serotonina e ocitocina, o toque desencadeia uma série de eventos que resultam numa sensação de relaxamento, confiança e cooperação. 

Essas mudanças podem ter valor terapêutico. Na verdade, o toque estimula o sistema imunológico, aumentando as células assassinas naturais; reduz a pressão arterial; ativa o nervo vago; diminui os níveis de cortisol induzidos pelo estresse; reduz a ansiedade; e ao modular o sistema opiáceo endógeno, alivia a dor. Não é de admirar que a realeza de Inglaterra e de França tenha confiado durante séculos no toque para convencer os seus súbditos dos poderes divinos e curativos dos reis.

O toque também é crucial para o desenvolvimento humano. Na década de 1950, Harry Harlow realizou uma série de experimentos pioneiros que mostraram como bebês macacos rhesus separados de suas mães ainda conseguiam prosperar através do contato com um substituto de tecido atoalhado. Desde então, vários estudos em bebês humanos demonstraram que o toque é um componente fundamental do desenvolvimento fisiológico, emocional e cognitivo. Na verdade, pode prevenir a deterioração cognitiva. Na verdade, a falta de contato carinhoso pode ter consequências devastadoras. Por exemplo, pré-escolares e adolescentes privados de toque afetuoso por parte dos pais e colegas apresentam um comportamento mais agressivo, o que é relevante para os nossos tempos porque o contato físico entre os adolescentes foi substituído pela ligação “virtual” e a solidão está a aumentar. Perto de metade dos “screenagers” relatam que a sua “vida social terminaria ou seria muito piorada se não pudessem usar mensagens de texto”. Esta visão é contra-intuitiva porque as mensagens de texto não têm a ligação emocional do toque e podem prejudicar as competências sociais. De qualquer forma, o toque amável e gentil é uma forma tão benéfica de comunicação humana que a pele tem sido chamada de “órgão social”.

O toque não foi a única vítima dos cuidados médicos modernos. O contato visual foi igualmente reduzido. Os formandos de hoje, por exemplo, passam apenas 13,8% do seu tempo à beira do leito, sendo que 50,6% olham para telas de computador e apenas 9,4% olham para pacientes.

Além de interferir na coleta de informação clínica, a perda de visão olho-no-olho a interação pode dificultar a conexão empática, o que seria lamentável porque pode haver ligações benéficas entre a empatia do médico e os resultados médicos.

Revisões sistemáticas do cuidado centrado no paciente mostraram que os comportamentos verbais e não-verbais dos médicos (como garantia e apoio, mas também balançar a cabeça, inclinar-se para a frente e tocar) estão de fato associados a uma maior satisfação do paciente e à adesão à terapia.

Eles podem até estar curando. Há dois mil e quinhentos anos, Hipócrates escreveu que “alguns pacientes, embora conscientes de que a sua condição é perigosa, recuperam a saúde simplesmente através da satisfação com a bondade do médico”.

É por isso que o desaparecimento do exame físico é uma grande perda para a arte da medicina: nos priva da nossa principal oportunidade de tocar os pacientes. Além de fornecer informações clínicas valiosas, o exame físico pode promover confiança e comunicação. O ato de tocar os pacientes demonstra que somos médicos minuciosos e competentes, que podemos ser confiáveis e que não temos medo da proximidade. O ex-presidente do Departamento de Medicina de Família da Universidade de Miami, Lynn Carmichael, resumiu simplesmente: "O bom médico é um bom cuidador."

Portanto, se estas formas não-verbais de comunicação são cruciais para a cura, o que podemos fazer para preservá-las? Como sempre, a conscientização é o primeiro passo: a tecnologia está nos separando dos pacientes. No entanto, a tecnologia não é o problema. Só quando se torna um fim e não um meio é que corremos o risco de perder séculos de tradição médica, o que seria prejudicial não só para os pacientes, mas também para nós. Na verdade, questiona-se se o distanciamento poderá ter contribuído para a epidemia de esgotamento. Um editorial recente sugeriu que formas mais “envolvidas” de praticar medicina poderiam ser emocionalmente desgastantes, mas, em última análise, mais gratificantes.

Em tempos em que a solidão se tornou epidêmica e a empatia está em declínio, estender a mão e tocar alguém pode trazer enormes benefícios.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Soro da beleza: Anvisa alerta para novo golpe em clínicas de estética

 


Para saber mais sobre Soroterapia, acesse: https://www.ecologiamedica.net/2023/11/soroterapia-modinha-repaginada-aspectos.html


segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Felicitações Nutrológicas para 2024

Desejo a você seguidor/amigo/paciente/aluno/afilhado, que em 2024 você tenha:

1) Mais saúde, vitalidade, gana de viver
2) Bons hábitos de vida, mantendo o peso adequado, de preferência com uma boa massa muscular
3) Durma melhor, sono é igual qualidade de vida
4) Exercite-se diariamente, com aquilo que ama ou com aquele exercício que você menos odeia rs
5) Preze pela sua saúde mental: faça psicoterapia! É o maior investimento que um ser humano pode fazer para si. Tem texto sobre isso aqui...
6) Ame e cuide dos que estão ao seu redor: eles que estarão ao seu lado, na beira de um leito
7) Tenha Fé
8) Tenha um hobbie
9) Seja altruísta
10) Alimente-se de forma consciente e saudável. Não negligenciando sua saúde. 

Um excelente 2024 e precisando estarei aqui no consultório. 

Grande abraço

Dr. Frederico Lobo
Médico Nutrólogo
CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Comilança de final de ano - O que fazer? O que pode acontecer?


Final de ano, sempre a mesma pergunta dos pacientes e seguidores. Como fazer para não engordar final de ano? Para responder essa pergunta precisamos levar em consideração alguns fatores.

Primeiro fator: Final de um ano, só existe naquele ano. Não sabemos como será o próximo ano, se estaremos juntos dos nosso entes queridos. Então a primeira orientação é: aproveite o final de ano. Não sabemos o dia de amanhã. Se comida faz parte da confraternização, coma. 
- Nossa Dr, vc um nutrólogo orientando a gente a sair da linha ? 

Exceto em situações especiais como Diabetes mellitus, Doença renal crônica avançada, Doença inflamatória intestinal em atividade, Intestino curto, os demais podem comer o que tiver vontade, na quantidade que quiser. Sempre com consciência e se possível praticando mindful eating (se não tem o meu e-book, basta solicitar).

Como disse, comida não é só nutriente, não é só para matar a nossa fome. Comida está inserida em um contexto afetivo, social, cultural. Comida faz parte da confraternização. Muitos dos pratos típicos natalinos e do réveillon, só consumimos nessa época. Ou vc faz peru em outras épocas do ano? Rabanada? Já parou para relembrar os natais e réveillon da sua infância e adolescência? Provavelmente verá que lembrará das comidas.

Portanto, coma, deguste, sinta o sabor, o cheiro, a textura dos alimentos nas festas de fim de ano. Vale a pena, ficará na sua memória. 

Segundo fator: Raramente alguém engorda e não perde os kilos adquiridos final de ano. Nosso corpo é resiliente e graças à nossa microbiota e outros fatores, ele dá um jeito de voltar para o peso anterior às festas. Principalmente se durante todo o ano você praticou atividade física e promoveu biogênese mitocondrial. Termo complicado né? Mas em resumo, seu corpo vai dar um jeito de ajustar o metabolismo e após um excesso calórico por 4 ou 7 dias, ele retornará ao ponto inicial.  Outro ponto que deve ser considerado, muitos pacientes estavam seguindo dieta restritiva antes das festas. Quando comem um pouco mais, acabam retendo um pouco de água. Se começam a seguir novamente a dieta, após o réveillon, provavelmente a queda inicial do peso na balança é de água e não de gordura. 

Terceiro fator: Sejamos ponderados. Comemorações não precisam ser exclusivamente regadas a libação alcóolica, comer até passar mal, ficar empachado. Qual a necessidade do extremo? Podemos comer entradas, beliscar, pratos principais, sobremesas, ingerir bebidas e vida que segue. Já sabe que vai ingerir um pouco mais de calorias, tente manter a dieta normal nos outros dias. Faça aqueles eventos, momentos especiais, repletos de prazeres não somente alimentares. 
1) Abrace familiares, 
2) Abra presentes, 
3) Ouça músicas que goste
4) Faça karaokê com amigos e familiares
5) Tire muitas fotos e faça vídeos
6) Assista filmes em família
7) Vá passear em lugares com natureza: parques, praia
8) Relembre e anote em algum lugar, avanços que você teve esse ano.
9) Planeje e anote seus planos para o próximo ano.
10) Agradeça a Deus e os que te cercam, por todo apoio ao longo do ano.
São inúmeras as formas de se divertir, podendo elas estarem ligadas a alimentação e serem tão prazerosas quanto um alimento gostoso.

- Mas eu chutei o balde no Natal e continuo chutando até o ano novo, o que fazer? 

Busque o balde e vida que segue. Pratique atividade física para te ajudar a ter melhor condicionamento físico, planeje as refeições no período do Natal ao ano novo. Coma coisas palatáveis, gostosas, mas sem exageros. Provavelmente no próximo ano teremos as mesmas comidas gostosas e outras ainda mais gostosas. 

E lembre-se, você tem 366 dias (2024 é ano bissexto) pela frente, para praticar atividade física de forma regular, dormir melhor, controlar o estresse, fazer psicoterapia, construir melhores relações interpessoais e alimentar-se de maneira mais saudável. Começo de ano é uma oportunidade boa para realizar um check-up Nutrológico e entrar o ano mais vigilante com a própria saúde. 

Então aproveite !

Feliz 2024

Dr. Frederico Lobo
Médico Nutrólogo
CRM-GO 13192 - RQE 11915
CRM-SC 32949 - RQE 22416

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Introdução à Nutrologia

 


Aula 01 - Introdução à Nutrologia 

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Salada 11: Salada crocante de atum.

Hoje vamos de salada crocante de atum.  

Mas porque escolhemos o atum ? Pelo sabor, por ser uma fonte de ômega 3 e também de proteína.

O Atum sólido conservado em óleo (100g) fornece cerca de:
Carbo: 166kcal
Proteína: 26,2mg
Poliinsaturada: 
5,9g, sendo parte dessa polinsaturada composta por ômega 3
Sendo 3,2g de ômega 3, dos quais 231mg são de EPA e 2,5g de DHA
Ou seja, muitos endeusam o Salmão (peixe caro e a maioria criado em cativeiro, alimentado com ração, com pouco teor realmente de ômega 3)
Cálcio: 7mg
Magnésio: 29mg
Potássio: 280mg
Vitamina D: 3,6mcg

Ingredientes:
-base de folhas (usei alface americana),
-uma cenoura ralada,
-uma embalagem de milho (ou duas espigas cozidas),
-quatro palmitos picados,
-uma cebola em fatias finas,
-uma lata de atum (comprei errado, prefiram o sólido!),
-uva passa a gosto,
-croutons (ensino abaixo)

E para o molho:
-2 colheres de requeijão light,
-1 colher de mostarda,
-suco de um limão,
-sal a gosto

É só misturar bem! Confia que vai!

Por fim, adicione os croutons:
Peguei 3 fatias de pão integral, e assei no forno por +- 10 min, pra deixar torradinho, e cortei em quadradinhos. Pode fazer na airfryer, se preferir. Pode também colocar temperos, como orégano, e um fio de azeite, mas sem nada também ficou bom! 

Para quem ainda não leu os posts publicados:

Introdução à salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada.html

Princípios básicos da salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada-post-1-principios.html

Salada 1: Berinjela com castanha do Pará (ou castanha do Brasil), uva-passa e hortelã: 

https://www.nutrologogoiania.com.br/salada-1-berinjela-com-castanha-do-para-ou-castanha-do-brasil-uva-passa-e-hortela

Salada 2: Salada de inverno de abacate com frango cítrico: 

http://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-2-salada-de-inverno-de-abacate.html?m=0

Salada 3: Salada de inverno de rucula: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-3-salada-de-inverno-de-rucula.html

Salada 4: Salada com legumes assados: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/07/salada-4-salada-de-legumes-assados.html

Salada 5: Salada de Picles de pepino com molho de alho:

 https://www.ecologiamedica.net/2023/04/salada-5-salada-de-picles-de-pepino-com.html

Salada 6: Salada vegana de lentilha crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-6-salada-vegana-de-lentilha.html

Salada 7: Salada cítrica de grão de bico: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-7-salada-de-grao-de-bico-citrica.html

Salada 8: Salada de frango com molho pesto de abacate: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/08/salada-8-salada-de-frango-com-molho-de.html

Salada 9: Salada de berinjela com passas e amêndoas: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-9-salada-de-berinjela-com-passas.html?m=0

Salada 10: Salada com molho homus

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-10-salada-com-molho-homus.html

Salada 11: Salada de atum crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/12/salada-11-salada-crocante-de-atum.html