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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Doutor, tudo que como passo mal !



Essa é uma frase que desde quando comecei consultório em 2010, ouço frequentemente. Por ser portador de múltiplas intolerâncias alimentares, sempre acreditei nesse tipo de queixa dos pacientes. Ao contrário da maioria dos médicos que negligenciam e invalidam a fala quando o assunto é intolerância alimentar.

Entretanto, sempre que ouço essa frase respondo: Reação a tudo é impossível. 

Mas afinal, quais intolerâncias alimentares existem? Como diagnosticá-las? Por que surgem? Quais os tratamentos disponíveis e com boa evidência científica? 

A razão desse post em conjunto com meus 2 nutricionistas e uma amiga Nutróloga e Gastro é devido a ignorância de alguns colegas sobre o tema. E não falo ignorância em tom pejorativo, mas sim, ignorância fruto do tema não ser esmiuçado na literatura medica, difundido e o pior: poucos Nutrólogos querem realmente atender esses pacientes. São pacientes que demandam tempo. 

Investigar intolerância alimentar muitas vezes demandará:
  • Tempo e escuta ativa: quando o paciente relata múltiplas intolerâncias o diagnóstico não se fecha apenas com 2 ou 3 consultas. As vezes vai 1 a 2 anos para detectarmos os alimentos realmente problemáticos. 
  • Uma série de exames que na maioria das vezes os planos não cobrem: teste de hidrogênio expirado para vários carboidratos (lactose, frutose, xilose, sacarose), teste de atividade da Diaminooxidase (DAO), Pesquisa de Supercrescimento bacteriano através do Hidrogênio expirado (pode cursar com intolerância à frutose ou aos demais fodmaps)
  • Trabalho duplo detetive, no qual eu e meus nutricionistas excluímos alguns alimentos (por tempo determinado) e depois reexpomos de forma programada (1 grupo por semana), como prova terapêutica.
  • Muita autopercepção do paciente (isso é treinável) e disciplina para colaborar com a investigação diagnóstica, tratamento, prevenção de recaídas (sim, principalmente no Supercrescimento, 60 a 70% dos pacientes podem ter recidiva do quadro no primeiro ano).
As intolerâncias alimentares mais estudadas até o momento são aos carboidratos, principalmente alguns problemáticos. Para entendermos a terminologia, precisamos entender quais são os Carboidratos e como se classificam:


Em verde estão os que podem ser problemáticos nas intolerâncias.

Classificamos em: 
  1. Mono, Di, Oligo e Polissacarídeos. Todos eles podem ser problemáticos (gerar sintoma), mas em especial os monossacarídeos Frutose, Polióis. Os dissacarídeos: Lactose, Sacarose (raro, mas já tivemos casos), Polióis. Os oligossacarídeos: Rafinose, Estaquiose, Fructanos, Galactanos. 
  2. Para serem absorvidos, alguns desses carboidratos precisam de receptores aos quais se ligam, como no caso da frutose, ou através de enzimas que catalisam a quebra, como por exemplo a Lactase quebrando a lactose e a desdobrando em 2 monossacarídeos.


1) Intolerância à Lactose

Mas afinal, o que é a lactose? Onde está presente? Quais sintomas gerados em quem não a tolera? Por que deixamos de tolerar?

Bem, o leite contém proteínas de alto valor biológico e gorduras, sendo fonte de vários micronutrientes como cálcio (rico), potássio, selênio e vitaminas dos complexos B e baixa concentração de vitamina D. 

Na sua composição ele possui carboidratos e o principal dele é a lactose (junção de 2 monossacarídeos: glicose + galactose) , mas também há outros importantes oligossacarídeos que propiciam o desenvolvimento de BACTÉRIAS PROBIÓTICAS, em particular BIFIDOBACTERIAS, promovendo proteção do trato gastrointestinal de crianças contra infecções virais e bacterianas. 

O leite humano tem alto teor de açucares, contendo cerca de 70g de lactose por litro (7%) o que contribui em torno de 40% do seu valor calórico. 

Os benefícios da lactose em especial para crianças são: 
1) Excelente fonte de energia: carboidrato é energia
2) Possivelmente contribui, em lactentes, para a síntese de macromoléculas glicosiladas complexas por meio do fornecimento de glicose e galactose
3) Não produz efeito de recompensa após seu consumo
4) Menor efeito cariogênico quando comparado a outras opções lácteas
5) Efeitos de modelagem na microbiota intestinal, provavelmente promovendo uma microbiota mais SACAROLÍTICA do que PROTEOLÍTICA. Ou seja, lácteos ajudam a termos uma microbiota mais saudável, com maior variabilidade de tipos de bactérias (cepas).

A intolerância alimentar à lactose é a principal manifestação adversa ao leite não relacionada a mecanismos imunológicos.  A outra é a Alergia à proteína do leite de vaca. Porém, mais recentemente a ciência vem mostrando que algumas pessoas podem ser hipersensibilidade a algumas proteínas do Leite. Como no caso o leite A1A1. Esses pacientes não apresentam intolerância à lactose, mas sim relação à proteína sintetizada pela vaca, tenho os sintomas digestivos melhorados quando trocam o leite A1A1 pelo A2A2.

A lactase é produzida ao longo de todo intestino delgado, mas a maior parte é no jejuno. Logo, doenças que acometem o jejuno, ressecções cirúrgicas, podem cursar com intolerância à lactose. Pouco se produz no duodeno e quase nada no íleo. 

A diminuição ou ausência da enzima que hidrolisa (quebra) a lactose, a LACTASE FLORIZINA HIDROLASE (ou apenas lactase) pode ser classificada como:
  • Da prematuridade: Pois a lactase é mais formada no terceiro trimestre, ou seja, se o neném é prematuro, pode não tolerar tão bem ainda a lactose presente no leite materno.
  • Primária:
1) Deficiência congênita da lactase ou ALACTASIA CONGÊNITA: Essa deficiência é uma herança genética que acomete recém-nascidos, nos primeiros dias de vida após a ingestão da lactose. É considerada uma patologia rara, porém, extremamente grave e, se não for identificada no início, pode levar a óbito. É uma doença autossômica recessiva e, assim como a hipolactasia primária, também se caracteriza por uma mutação no gene da lactase que codifica a enzima lactase. Porém, nessa deficiência, ocorre a ausência total ou parcial – e não a diminuição na expressão enzimática, como na intolerância primária. São descritos dois tipos clínicos: a alactasia congênita e a intolerância congênita. A alactasia congênita se manifesta com diarreia ácida, desidratação e acidose metabólica desde os primeiros dias de vida, após a ingestão da lactose, seja ela materna ou não. Já a intolerância congênita à lactose apresenta quadro clínico semelhante ao da alactasia, porém acompanhada de lactosúria, aminoacidúria e acidose renal, com vômito predominante. 
2) Intolerância ontogenética à lactose ou hipolactasia primária adulta ou deficiência ontogenética de lactose: É a forma mais comum na população. Ela se caracteriza por um declínio fisiológico total ou parcial (até 90%) da produção da enzima lactase nas células intestinais. Esse fenômeno é resultado de uma condição autossômica recessiva. Essa atividade enzimática está presente na vida de todos os mamíferos e diminui gradativamente na época do desmame, desaparecendo até a idade adulta, pois é um processo natural do organismo. Porém, entre os seres humanos, conforme o genótipo do indivíduo, a atividade enzimática passa por uma mutação e se mantém durante a maior parte da vida adulta. Sendo assim, caucasianos tendem a ter esse gene que mantém a produção durante boa parte da vida. Algumas populações apresentam essa intolerância mais precocemente. 
3) Secundária: Se define pela existência de uma situação fisiopatológica que curse com lesão na borda em escova da mucosa intestinal (produtora de lactase) e/ou que acelerem consideravelmente o tempo de ritmo intestinal. Quando ocorre lesão tecidual, as células epiteliais do intestino são substituídas por células imaturas, deficientes na produção de lactase. 
Existem diversos fatores que ocasionam tais lesões gastrointestinais. 
Alguns se destacam e são mais frequentes, como:
  • Quimioterapia
  • Radioterapia
  • Gastroenterites
  • Ressecção intestinal
  • Desnutrição grave, dentre outros. 
Na etiologia, também se incluem:
  • Infecções virais agudas (ex: rotavírus, covid, dengue)
  • Parasitoses (ex: giardíase, criptosporíase)
  • Infecção crônica pelo HIV
  • Doença de Crohn
  • Supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO)
  • Supercrescimento fúngico
  • Doença celíaca, dentre outras. 
Uso de algumas drogas como: 
  • Tetraciclina, 
  • Polimixina
  • Colchicina
  • Corticoides
  • Antiinflamatórios
Todas essas etiologias ocasionam lesão na mucosa do intestino delgado. O diferencial da hipolactasia secundária é que pode ser reversível; assim que o paciente inicia o tratamento da doença de base, a lesão da mucosa é recuperada e ele volta a tolerar o consumo de lácteos.

Mas o que faz a lactose gerar esses sintomas?

A lactose, não sendo quebrada, por deficiência de lactase, seja por etiologia primária ou secundária, não é absorvida no intestino delgado e se acumula no lúmen (luz) intestinal, o que induz a passagem de água e eletrólitos (ela puxa). 

Os açúcares não absorvidos ( e isso vai ocorrer nas outras intolerâncias a carboidratos) e o acúmulo de fluídos e eletrólitos no lúmen intestinal acarretam o aumento do peristaltismo e a passagem desses produtos para o intestino grosso. As bactérias colônicas anaeróbias fermentam os carboidratos produzindo ácidos graxos de cadeia curta + gases (CO2 e metano), que, ultrapassando a capacidade colônica de resgate, determinam o aumento da carga osmótica e diminuição do PH intraluminal. Por isso o pH fica ácido quando pedimos o coprológico funcional. pH menor que 6.
Todos esses fatores determinam diarreia (amolecimento de fezes ou fezes liquefeitas) com grande quantidade de líquido e alta carga osmótica, com evacuações explosivas e fezes ácidas. Parte dos gases são absorvidos e eliminados pelos pulmões.  Há relato na literatura que esses gases podem alcançar a corrente sanguinea e gerar prurido cutâneo. Há também relatos que metabólitos gerados dessa fermentação, podem ser gatilho para cefaléia/enxaqueca, brain fog. 
 
Quadro clínico dependerá de alguns fatores:
- Osmolaridade de conteúdo de gordura dos alimentos 
- Velocidade do esvaziamento do estômago
- Sensibilidade intestinal
- Velocidade do trânsito intestinal
- Resposta colônica à sobrecarga de lactose

A percepção dos sintomas pode não estar relacionada ao grau de má absorção de lactose. O quadro clássico é composto por:
- Diarreia com fezes aquosas e explosivas/ Flatulência 
- Dor abdominal tipo cólica/ meteorismo
- Distensão abdominal com hipertimpanismo (quando fazemos a percussão do abdome, percebemos um som, como se fosse um tambor, ou seja, indicando presença de gases ali).
- Vômitos
- Estomatite aftosa
- Dermatite perianal (pela acidez das fezes em contato com a pele)
- Constipação (relaciona-se com o metano gerado), não é incomum a intolerância à lactose cursar com constipação ao invés de diarréia, principalmente quando há associação com SIBO por flora metanogênica. 
- Sintomas extraintestinais: Cefaleia, vertigem, prurido cutâneo, comprometimento da memória e letargia. 

Diagnóstico

1) A exclusão da lactose por 2-4 semanas, tempo requerido para indução da redução dos sintomas e consequentemente sua resolução, e a reintrodução gradual na dieta de produtos lácteos com teores reduzidos de lactose até o limite individual de tolerância tem sido útil – não precisaria de teste diagnóstico. 

2) Teste do H2 no ar expirado: Exame mais bem aceito por ser de fácil execução, não invasivo, sensível e específico. Infelizmente alguns planos de saúde não cobrem. Nós realizamos o exame. Trata-se de um teste baseado na produção de H2 durante a fermentação bacteriana da lactose no intestino grosso. Esse gás pode se difundir através da barreira intestinal e, após entrar na circulação sanguínea, é exalado e detectamos na respiração. O teste mede a concentração de H2 antes e após (amostras sequenciais) a ingestão de 1-2g de lactose/kg de peso (máximo 25g). 
O exame é considerado positivo quando há um aumento de 20PPM na concentração de H2 em relação ao basal.
É importante deixar o paciente ciente que uso de probióticos, uma dieta rica em fibra, supercrescimento bacteriano do intestino delgado e alterações de parâmetros respiratórios podem produzir resultados falso-positivos no teste de tolerância à lactose pelo H2 expirado. 
Já os exames falso-negativos são associados a colonização intestinal por bactérias metanogênicas. 

3) A pesquisa de substâncias redutoras nas fezes (0,5%) pode ser solicitada. Sendo positiva se > 0,5%. Pode ser usado quando desconfio de intolerância secundária. Ex: Pós GECA. Limitação: precisa ser fezes frescas. 

4) Dosagem do pH fecal ácido: < 6

5) Teste de tolerância oral a lactose: A técnica mais difundida é por curva glicêmica. Dosa-se a glicemia em jejum e após 30, 60 e 120 minutos de ingestão de 25-50g de lactose. Se o paciente absorver bem a lactose, a glicemia deve se elevar em 20mg/dL ou mais em relação seu nível basal. 
Devido a sobrecarga de lactose ingerida, o TTL ganha mais importância com a observação da ocorrência de sintomas durante e após o exame. Mas os 50g de lactose equivalem a 1 Litro de leite. Quem não apresenta sintomas ao ingerir de uma vez 1 Litro de leite? Sendo assim, é um exame cada vez mais em desuso, primeiro pela quantidade falsos positivos, sendo pelo desconforto que gera nos pacientes.
Falsos positivos: Podem acontecer devido à resposta fisiológica da insulina à glicose, o que o torna não suficientemente específico. 

6) Testes genéticos: Pode-se utilizar o PCR em tempo real ou convencional. Avalia polimorfismo genético. LCT-13910T, LCT-22018 para má absorção e não intolerância. Alta sensibilidade e especificidade.
 
7) Biópsia intestinal com Quick lactase test: Mede a atividade da enzima lactase, sensibilidade 100% e especificidade 90-95% em relação ao teste genético. É um exame invasivo que avalia um fragmento de mucosa colhido através de endoscopia, podendo apresentar falso-negativo devido ao fato de a distribuição da enzima no epitélio intestinal não ser homogênea. 

Tratamento da intolerância à lactose

Exclusão da lactose da dieta (geralmente parcial) + terapia nutricional, podendo ser usadas fórmulas ou leites e derivados sem o açúcar específico. Além da reposição dos nutrientes que podem ficar deficientes na dieta. A utilização de probióticos permanece incerta na literatura. 

No Brasil, resolução da Anvisa, decorrente da Lei nº 13305/2016, torna obrigatória a informação da presença de lactose nos rótulos dos alimentos, sendo identificados como “isentos de lactose” ou zero lactose aqueles com até 0,1% de lactose, ou seja, 100mg de lactose por 100g/100ml do produto, limite considerado seguro para consumo por intolerantes. 
Baixo teor de lactose: 0,1-1% de lactose
Contém lactose: Acima de 1%.

No caso da deficiência congênita de lactase: Suspensão permanente de lactose. O leite materno deve ser suspenso, assim como de outros mamíferos. ALTERNATIVAS: Leite de vaca sem lactose ou a base de proteína isolada de soja, arroz e outros cereais (idealmente acima dos 6 meses de vida). Existe a possibilidade de adaptação intestinal após o primeiro ano de vida, com a introdução de pequenas quantidades após o primeiro ano de vida. 

Já na Deficiência ontogenética de lactase (hipolactasia tipo adulto): A literatura mais recente não recomenda a retirada total da lactose, mas sim uma redução da quantidade de lactose da dieta. Até retiramos por tempo determinado com finalidade de reduzir os sintomas, mas depois reintroduzimos. A maioria dos estudos mostram que grande parte da população, tolera cerca de 200ml de leite, ou seja de 12g de lactose. Ou seja, essa quantidade não gerará sintomas. 

2) Intolerância à Frutose

3) Intolerância à Histamina

A histamina é uma amina biogênica heterocíclica presente em diversos alimentos ou produzida por atividade da microbiota intestinal. A intolerância à histamina ocorre especialmente pela deficiência de diamina oxidase (DAO), enzima chave para a degradação de histamina no epitélio intestinal. Até o momento, sabe-se que a deficiência de DAO pode estar relacionada a fatores genéticos, farmacológicos ou patológicos (desordens inflamatórias, degenerativas e intestinais). Uma hipótese recente sugere que alterações na diversidade da microbiota intestinal podem contribuir para o desenvolvimento de intolerância à histamina.

Fontes de Histamina:
Vegetais: espinafre, tomate (e molho de tomate ou ketchup), berinjela
Leguminosas: lentilhas, grão-de-bico, feijões, soja
Oleaginosas e sementes: castanha de caju, nozes, amendoim, avelã, amêndoas, pinhão, semente de girassol, gergelim
Leite e derivados: queijos curados e semi- curados, ralados, azuis, processados, mofados, kefir de leite e Iogurte
Frutas: morango, ameixa, banana, figo, kiwi, melancia, goiaba, manga, mamão, abacate, framboesa
Frutas cítricas: Laranjas, limões, tangerina
Frutas secas
Doces e adoçantes: Cacau
Adoçantes artificiais: Sucralose
Alcaçuz e Extrato de malte
Temperos e especiarias:
Temperos artificiais, cominho, curry, mostarda, ketchup, maionese, páprica picante, pimentas, picles, conservas, alcaparras, vinagre de vinho tinto e branco, vinagre balsâmico, gengibre em conserva, canela
Farinhas e grãos: gérmen de trigo, trigo sarraceno, malte, centeio, cevada
Fermentados: chucrute, molho de soja (Shoyu), kefir, kombuchá, iogurte, leite fermentado
Carnes: carnes processadas, linguiça, salsicha, salame, presunto, mortadela, bacon, carne de porco, cavala, atum, anchova, peixes enlatados, bacalhau, frutos do mar, clara de ovo crua, carne seca (charque ou paçoca), vísceras, carnes e peixes defumados
Bebidas: leite de soja, leite de arroz, café, suco de laranja, todas as bebidas alcóolicas: cerveja, vinho, gin, vodca, bebidas energéticas, chá preto, chá verde e chá mate
Outros: alga e derivados de alga, cogumelos, levedura nutricional, azeitonas, picles, vinagre, azeite Balsâmico, azeite trufado, alimentos em conserva, enlatados, aditivos alimentares


4) Intolerância a Fructanos
(Inulina e FOS)

São polímeros de carboidratos que incluem cadeias curtas de unidades de frutose com glicose. São representados principalmente pela:
    • Inulina, uma fibra prebiótica solúvel. 
Fontes de fructanos: 
Cereais: trigo, centeio e cevada
Leguminosas: grão-de-bico, lentilha e feijão
Frutas: melancia, melão, manga, maçã, pêra, caju, fico e caqui
Vegetais: cebola, alho, beterraba, chicória, psyllium, alcachofra, aspargo, couve-de-bruxelas, repolho, erva-doce, quiabo

5) Intolerância a Galactanos ou Galactooligossacarídeos (GOS) que se subdividem em:
    • Rafinose: um trissacarídeo que pode ser hidrolisado em sacarose e galactose pela enzima α-galactosidase
    • Estaquiose: um tetrassacarídeo que pode ser hidrolisado em frutose, galactose e glicose pela enzima α-galactosidase
    • Verbascose: um pentassacarídeo que pode ser hidrolisado em frutose, galactose e glicose pela enzima α-galactosidase
Fontes de Galactanos:
Oleaginosas: amêndoas,amendoim, avelã, pistache, nozes e pinhão
Cereais: arroz, aveia, centeio, cevada, granola, milho, trigo
Legumes: ervilha, feijão, grão de bico, lentilha, soja
Frutas: banana, kiwi, laranja, uva
Vegetais: abóbora, abobrinha, alfachofra, alface, alho-poró, aspargo, cebola, cenoura, chicória, couve, couve-flor, espinafre, pimentão, pepino, salsinha, repolho

6) Intolerância aos Polióis:
    • Xilitol
    • Maltitol
    • Sorbitol
    • Manitol
7) Intolerância à Sacarose

8) Intolerância à Xilose

9) Intolerância à Salicilatos

10) Intolerância à Cafeína

11) Intolerância a aditivos alimentares: tartrazina, benzoatos, sulfitos
Nas intolerância alimentares ocorrem reações adversas a determinados alimentos ou componentes ali presentes. Diferente das alergias, geralmente não possuem envolvimento do sistema imunológico. Sendo causadas geralmente por 2 motivos:
  1. O corpo não consegue quebrar aquela substância (ex. Intolerância a lactose por déficit de lactase)
  2. Ou o corpo não tem transportador para aquela substância, levando a uma não absorção da substância (ex. Intolerância à frutose).
Em ambas as situações a substância fica presente na luz intestinal e gera sintomas locais ou extra-intestinais. Resumindo, a intolerância ocorre pela incapacidade do corpo digerir, absorver ou metabolizar determinados alimentos. 

Pode ser ocasionada por:
  • Nutrientes
  • Substâncias tóxicas, 
  • Fármacos
  • Contaminantes químicos
  • Bactérias
  • Fungos
  • Decorrente de deficiência enzimática 
12) Sensibilidade não celíaca ao glúten

13) Doença celíaca

Quais sintomas o paciente pode apresentar?

Intestinais:
  • Dor abdominal
  • Inchaço e distensão abdominal
  • Gases
  • Sensação de indigestão
  • Empachamento
  • Eructação (arrotos)
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Constipação (intestino preso)
  • Diarreia
  • Prurido (coceira) oral, faríngeo e anorretal
Extra-intestinais:
  • Dor de cabeça e enxaqueca
  • Prurido no corpo
  • Coriza
  • Obstrução nasal intermitente
  • Aumento da produção de muco
  • Tosse
  • Pirose (queimação)
  • Refluxo
  • Aumento da temperatura corporal
  • Rubor facial
  • Lacrimejamento
  • Piora da apnéia
  • Brain Fog (névoa mental)
  • Fadiga
  • Aumento da atividade mastocitária (Síndrome de ativação mastocitária)
  • Diminuição da acuidade visual
  • Vertigem
  • Zumbido
Mas e aí, como investigar? Como tratar?

Apenas após uma boa anamnese, feita por quem realmente entende do assunto é que se consegue engatinhar na investigação. Muitas vezes, listamos os possíveis alimentos problemáticos e solicitamos alguns exames. Solicitamos que o paciente preencha um recordatório alimentar elaborado justamente para essa função: detecção de exposição ao alimento e sintoma ocasionado ao longo do dia. Nexo: alimento-sintoma/sinal. 

As vezes o paciente relata que não tinha sintomas e após algum episódio de gastroenterite ou infecção viral (ex. Covid) começou a não tolerar vários alimentares. Outras vezes o paciente relata que desde a infância tem sintomas. Não raramente o paciente refere que os sintomas iniciaram após algum ciclo de antibiótico, uso de antiinflamatórios/corticóides ou até mesmo de inibidores de bomba de prótons (prazóis). Ou seja, a anamnese é a parte mais importante, até mesmo mais que os exames, já que eles são complementares, para confirmar apenas aquilo que suspeitamos e foi relatado na anamnese. O exame físico também pode dar algumas pistas, como o exame do abdome e língua. 

Outra situação muito frequente na nossa prática clínica, é quando o paciente apresenta várias reações a múltiplos alimentos, combinado com um quadro de distensão abdominal, gases, fezes com odor pútrido, diarréia ou constipação. Isso pode sugerir um supercrescimento bacteriano ou supercrescimento fúngico, sendo necessário realizar o exame de Hidrogênio expirado com lactulose. Quando essa condição é tratada, muitas vezes o paciente consegue voltar a se alimentar e não ter sintomas. Comumente relatam melhora significativa logo nos primeiros dias de tratamento.

Na nossa prática as mais comuns são:
  • Intolerância à lactose
  • Supercrescimento bacteriano do intestino delgado levando ao surgimento de intolerância aos FODMAPS
  • Intolerância à rafinose e estaquiose
  • Intolerância à frutose
  • Intolerância aos fructanos
  • Intolerância aos galactanos
E como conduzir esses casos?

Dependerá da intolerância diagnosticada. Mas temos que sempre ter em mente o porquê daquilo ter surgido. Ou seja, buscar a etiologia daquela intolerância. 

Infelizmente, muitas vezes não conseguimos identificar a causa, mas conseguimos comprovar o nexo entre a ingestão do alimento e o surgimento de sinais e sintomas. Uma vez comprovada essa relação, retiramos por 1 tempo o alimento da dieta e depois reintroduzimos de forma programada e supervisionada. 

A remoção do agente causador dos sintomas é parte crucial do tratamento, mas devemos lembrar que mesmo com a retirada de alguns alimentos, o paciente pode continuar tendo sintomas. Sendo assim, os sintomas devem ser tratados. Dentre as opções terapêuticas para alívio de sintomas temos:
  • Fármacos antiespasmódicos, antibióticos, antiflatulentos, analgésicos
  • Probióticos com cepas específicas para determinada intolerância. Aqui vale um adendo, é muito comum os pacientes estarem usando probioticos e os sintomas agravarem. Sendo assim, retiramos os probióticos logo na primeira consulta. Isso ocorre comumente na SIBO. 
  • Ou Fitoquímicos: apesar de as evidências serem fracas. Sendo assim, na nossa prática raramente prescrevemos fitoterápicos para esses casos, preferimos incorporar alguns alimentos à dieta do paciente. óleo de orégano, dente de leão, carqueja, berberina são fitoterápicos com literatura controversa. Assim como óleos essenciais. 
É muito comum recebermos pacientes que estão utilizando por conta própria glutamina, probióticos, prebióticos, enzimas digestivas. Sempre desencorajamos as pessoas a tratarem às cegas, sem sequer saber o motivo dos sintomas. Isso pode mascarar doenças mais graves, como doença celíaca, intolerância histaminérgica, ativação mastocitária, doença inflamatória intestinal, pancreatite crônica.

Sendo assim, apresentou sintomas, procure um médico especialista em intolerâncias alimentares. Nutricionistas não podem dar diagnóstico e isso pode atrasar sua melhora. 

Autores:
Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416
Revisores: 
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Márcio José de Souza - Nutricionista e Profissional da Educação física
 

sábado, 15 de novembro de 2014

Leite, faz bem ou faz mal ?


No dia 28 de outubro de 2014, foi publicado na revista médica #BMJ um estudo sueco com resultado no mínimo muito interessante.

Durante um período mediano de 13 anos, foram acompanhados cerca de 45 mil homens, e durante um período mediano de 22 anos, foram acompanhadas cerca de 61 mil mulheres. Através de recordatórios alimentares, os pesquisadores puderam estimar o consumo diário de #leite e de outros derivados lácteos. Os dados foram ajustados para diversas variáveis como idade, fumo, composição corporal e atividade física.

Os pesquisadores verificaram que beber 3 ou mais copos de leite (desnatado ou integral) por dia quando comparado a beber menos de 1 copo aumenta o risco de #morte em 93% em mulheres e 10% em homens!

Além disso, as mulheres que mais consumiram leite tiveram aumento no risco de fraturas de quadril e em qualquer #osso.

QUANDO iogurte e queijos foram avaliados, o risco aumentado de morte e fraturas NÃO SE CONFIRMOU. Segundo os pesquisadores, um possível culpado seria a D-galactose, que, em estudos com animais, foi associada a envelhecimento precoce.

Contudo, antes que você queira tirar o leite da alimentação, o desenho do estudo sugere, mas não é capaz de confirmar com certeza absoluta que o leite faz mal.

Os próprios pesquisadores sugerem que mais estudos sejam feitos para confirmação dos dados. No nosso meio, onde são comuns as fraudes no leite, não custa, por via das dúvidas, aumentar o consumo de queijos brancos e iogurtes magros. Garantem-se assim os benefícios do cálcio para a saúde óssea e dos probióticos para a saúde intestinal.

via @drmateusendocrino

Artigo: KARL, M et al. Milk intake and risk of mortality and fractures in women and men: cohort studies, BMJ, 2014; 349:g6015.

Link para o artigo: http://www.bmj.com/content/349/bmj.g6015

Dicas do Dr. Frederico Lobo

Dica 1: NÃO RETIRE LATICÍNIOS da sua dieta se vc não tem alergia à proteína do leite de vaca.

Dica 2: Se você tem intolerância à lactose há no mercado a enzima (lactase) para ser utilizada quando for consumir. Médicos  podem prescrever. Há também no mercado inúmeros produtos sem lactose. Lembrando que queijos, iogurtes e coalhadas possuem pouca lactose e tendem a causar menos sintomas gastrintestinais.

Dica 3: Oriento meus pacientes a utilizarem 3 vezes por semana coalhada antes de deitar, já que ela fornece múltiplas cepas de probióticos vivos e não-estéreis. Auxiliando na saúde intestinal.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Misturar whey com leite reduz os seus benefícios ?

Muitas pessoas afirmam, ERRONEAMENTE, que misturar o Whey Protein (WP) com leite reduz os seus benefícios e que isso seria um desperdício de dinheiro. Normalmente, a justificativa dessa afirmação é: "você paga caro em um produto que é industrialmente separado do soro do leite e acaba misturando novamente...".

No entanto, os benefícios e o intuito do WP não tem NADA a ver com ele estar ou não estar acompanhado do leite. Tomar leite com WP, com água ou com qualquer outro líquido NÃO o torna mais ou menos benéfico à sua saúde. Trata-se apenas de um suplemento alimentar que é utilizado como complemento e com o intuito de FACILITAR a vida daqueles pacientes que não conseguem atingir a meta de proteínas diária através da alimentação.

O WP se torna uma opção interessante pelo fato de apresentar uma grande quantidade de proteínas em uma porção pequena de produto, além de ser transportado facilmente para qualquer lugar. Por exemplo, se você fosse ingerir 30g de proteínas através do leite líquido, teria de beber cerca de 1 litro de uma vez só, sem contar que a densidade calórica seria bem maior pela presença de maiores quantidades de lactose.

Então, se prescrito pelo Nutricionista, tome seu WP da forma que preferir! Eu mesmo acho que o sabor fica bem melhor com leite e ainda mais nutritivo (pelos nutrientes a mais presentes no leite).

Autor: 
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Revisores: 
Dr, Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM 13192 - RQE 11915
Márcio José de Souza - Profissional de Educação física e Graduando em Nutrição. 

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Receitas vivas - Projeto semente N'ativa

Caros leitores,

Já comentei aqui no blog sobre o livro "Lugar de Médico é na cozinha" do colega Dr. Alberto Peribanez Gonzalez, médico e professor de Fisiologia Cardiovascular, Respiratória e Neurofisiológica do Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá. Coordenador do projeto científico Oficina de Alimentos Funcionais "Oficina da Semente" e do curso de extensão Bases Fisiológicas da Terapêutica Natural e Alimentação Viva, na Universidade Estácio de Sá. Autor de dezenas de trabalhos em pesquisa cirúrgica da microcirculação. Mestrado e Doutorado no Instituto de Pesquisa Cirúrgica de Munique, Alemanha.

O livro é bastante interessante para quem deseja ter uma nova visão sobre a alimentação vegetariana. Explica com  extensa base científica que a nossa saúde pode estar contida nos alimentos que colocamos no nosso prato. Também explica o porquê de se adotar uma dieta vegetariana ( e de preferência alimentação viva) ou com o mínimo possível de proteína animal. Ao longo do livro, Dr. Alberto aborda assuntos como germinação de alimentos, elaboração de leites vegetais e um pouco da sua prática na oficina por ele criada, denominada "Oficina da semente". Para maiores informações sobre a Oficina: http://www.oficinadasemente.com/

Dr. Alberto acabou sendo  o pioneiro num movimento que já existia no Brasil, porém não havia tanta divulgação. Pessoas como Adriano Caceres de Brasília - DF possui um projeto semelhante ao do Dr. Alberto e procura difundir as chamadas "Receitas vivas".

Hoje, trago para meus leitores um material cedido pelo Adriano e espero que façam bom uso. Em breve, o mesmo será editado em livro editado.  Fica aqui meu agradecimento ao Adriano poder ceder um material tão valioso.

Grande abraço e bom feriado para todos

Dr. Frederico Lobo (CRM-GO 13192 - CRM-DF 18620) 



RECEITAS VIVAS – PROJETO SEMENTE N’ATIVA

CURSOS, APRESENTAÇÕES E CONSULTORIAS
Elaboração: Adriano Caceres
Contatos: (61) 8141-2299 / 3447-7649
adrianocaceres@yahoo.com.br


GERMINAÇÃO DAS SEMENTES

 Colocar as Sementes de trigo, linhaça, girassol, amendoim, gergelim, quinua, aveia, centeio, amaranto ou qualquer outra em recipiente de vidro e colocar água mineral ou outra água livre de contaminantes como cloro e flúor.

 Deixar de molho por 8 horas (durante a noite).

 Escoar a água e utilizar as sementes.

 Se quiser produzir brotos, manter as sementes úmidas por mais 16 horas ou até a raíz brotar em recipientes de vidro protegidos com paninhos circulares de voal amarrados com liga de borracha. Não tampar os vidros, a semente deve respirar.



FABRICAÇÃO DAS REDES DE COAR

 Comprar tecido de voal em qualquer loja de tecidos. Demarcar um círculo de aproximadamente 50cm de diâmetro, que ultrapasse o diâmetro da tigela de vidro que você dispõe.

 Cortar o pano com tesoura em formato circular.

 Queimar as bordas do círculo com isqueiro, para que não fique desfiando.

 Com um incenso aceso, fazer furinhos perto da extremidade do pano, distantes 2,5cm um do outro.

 Colocar o elástico passando pelos furinhos e depois amarrar as pontas com um nó.

 Para fazer os paninhos circulares de voal, que protegerão as sementes em germinação, basta cortar o tecido em formatos circulares menores, que consigam abraçar os recipientes de vidro.

 Proteger os potes que contem as sementes com os paninhos, amarrados com elástico.

Obs.: Se não puder fabricar sua própia rede, as redes de coar podem ser compradas no Restaurante Bhumi (113 sul) ou no Restaurante Girassol (409 sul) ambos em Brasília-DF.


RECEITAS VIVAS:

SUCO DA LUZ DO SOL (VERDE) – LEITE DA TERRA

INGREDIENTES:

→ 3 maçãs fuji

→ ½ inhame pequeno sem casca

→ 1 cenoura

→ 1/2 abóbora pequena

→ 1 água de côco

→ Polpa de côco

→ Sementes germinadas de quinua, girassol, linhaça e gergelim (variar a acada dia)

→ Castanha do Pará hidratada

→ Amêndoas hidratadas

→ Folhas de couve, morango, cenoura, alface, acelga, amora, hortelã ou capim de trigo (variar a cada dia)

Rendimento: aproximadamente 700mL

MODO DE FAZER:

Colocar as sementes de quinua, girassol, linhaça e/ou gergelim em recipiente de vidro com água durante 8 horas. Pela manhã, escoar a água, descartando-a.
Colocar uma água de côco no liquidificador. Abrir o côco, raspar a polpa e colocar no liquidificador. Colocar 3 maçãs, ½ inhames sem casca, 1 cenoura e ½ abóbora menina brasileira, todos cortados em pedaços pequenos. Utilizar um biosocador (cenoura ou pepino) para ajudar a socar a mistura em direção à hélice do liquidificador.
Colocar a mistura para coar em pano de voal esticado numa tigela de vidro. Recolher o suco já coado e e colocar no liquidificador. Adicionar as sementes germinadas de girassol, quinua, gergelim preto ou branco. Bater e depois coar a mistura. Novamente, colocar o suco já coado no liquidificador. Por último, adicionar folhas de couve e/ou folhas de morango e/ou folhas de cenoura ou capim de trigo. Utilizar um biosocador (cenoura ou pepino) para ajudar a socar a mistura em direção à hélice do liquidificador. Deixar bater por mais de 2 minutos, até o suco ficar homogêneo. Coar novamente em pano de voal.
Está pronto o suco da luz, que substitui um café da manhã, limpa e mineraliza o sangue, libera líquidos retidos no corpo, promove a revascularização de tecidos, melhora a circulação sanguínea e melhora a disposição. O suco da luz deve ser tomado diariamente em jejum, pela manhã.

Efeitos do suco da luz e da alimentação viva:

→ “limpeza intestinal”, traz bactérias benéficas para o intestino (lactobacilos);

→ limpeza do sangue, normalização da carga elétrica das hemácias, redução de prostaglandinas inflamatórias PG-2, diminuição da viscosidade sanguínea;

→ Neovascularização, melhoria da circulação sanguínea, estímulo à produção de células sanguíneas

→ Fortalecimento do sistema imunológico;

→ Desintoxicação do Terreno Biológico.

Receita extraída do livro “Lugar de Médico é na Cozinha”, Dr.Alberto Gonzalez, com adaptações.


SUCO DA LUZ DO SOL (ROXO)

INGREDIENTES:

→ 3 maçãs fuji;

→ 2 beterrabas;

→ 1 inhames pequeno sem casca;

→ 1 cenoura;

→ 1/2 abóbora pequena;

→ 1 água de côco;

→ Polpa de côco;

→ Sementes germinadas de quinua, girassol, linhaça e gergelim (variar a acada dia);

→ Castanha-do-Pará hidratada;

→ Amêndoas hidratadas;

→ Folhas de couve, morango, cenoura, beterraba, repolho roxo, alface, acelga, amora, radichio, hortelã ou capim de trigo (variar a cada dia).

MODO DE FAZER:
Colocar as sementes de quinua, girassol, linhaça e/ou gergelim em recipiente de vidro com água durante 8 horas. Pela manhã, escoar a água, descartando-a.
Colocar uma água de côco no liquidificador. Abrir o côco, raspar a polpa e colocar no liquidificador. Colocar 3 maçãs, ½ inhames sem casca, 1 cenoura, ½ abóbora menina brasileira e as 2 beterrabas, todos cortados em pedaços pequenos. Utilizar um biosocador (cenoura ou pepino) para ajudar a socar a mistura em direção à hélice do liquidificador.
Colocar a mistura para coar em pano de voal esticado numa tigela de vidro. Recolher o suco já coado e e colocar no liquidificador. Adicionar as sementes germinadas de girassol, quinua, gergelim preto ou branco. Bater e depois coar a mistura. Novamente, colocar o suco já coado no liquidificador. Por último, adicionar folhas de couve e/ou folhas de morango e/ou folhas de cenoura, folhas de beterraba ou capim de trigo. Utilizar um biosocador (cenoura ou pepino) para ajudar a socar a mistura em direção à hélice do liquidificador. Deixar bater por mais de 2 minutos, até o suco ficar homogêneo. Coar novamente em pano de voal.
Está pronto o suco da luz, que substitui um café da manhã, limpa e mineraliza o sangue, libera líquidos retidos no corpo, promove a revascularização de tecidos, melhora a circulação sanguínea e melhora a disposição. O suco da luz deve ser tomado diariamente em jejum, pela manhã.


LEITE DE CASTANHA-DO-PARÁ E AMÊNDOAS

INGREDIENTES:

→ 2 águas de côco

→ Polpa dos côcos

→ 50g de Castanhas-do-Pará hidratadas

→ 40g de Amêndoas hidratadas

→ 50g Tâmaras hidratadas sem caroço ou uvas passa.


MODO DE FAZER:

Colocar as sementes de Castanha-do-Pará, Amêndoas e Tâmaras sem caroço para hidratar (deixar em recipientes de vidro separados durante 8 horas ou na noite anterior). Colocar uma ou duas águas de côco no liquidificador. Abrir o côco e raspar a polpa. Adicionar as sementes germinadas, a polpa do côco e as tâmaras hidratadas. Bater bem até a mistura ficar homogênea. Colocar a mistura para coar em pano de voal esticado numa tigela de vidro. Coar em 2 ou 3 etapas para facilitar a coagem. Rendimento: 800mL. O Leite de Castanha-do-Pará e amêndoas oxida em três dias, sendo recomendável conservar por até 2 dias em geladeira.

Receita extraída do livro “Lugar de Médico é na Cozinha”, Dr.Alberto Gonzalez, com adaptações.



LEITE DE CASTALIM e QUINUA

INGREDIENTES:

→ 2 águas de côco

→ Polpa dos côcos

→ 50g de Castanhas-do-Pará hidratadas

→ 40g de Amêndoas hidratadas

→ 50g Tâmaras hidratadas sem caroço

→ 30g de Gergelim branco com casca

→ 20g de quinua

Colocar as sementes de quinua, gergelim branco, castanha-do-Pará, amêndoas e tâmaras para germinar (deixar em recipientes de vidro separados durante 8 horas ou na noite anterior). Quantidades aproximadas: quinua – 30g, gergelim branco – 40g, castanha-do-Pará – 50g, amêndoas – 40g. Colocar uma ou duas águas de côco no liquidificador. Abrir o côco e raspar a polpa. Adicionar as sementes germinadas, a polpa do côco e as tâmaras hidratadas. Bater bem até a mistura ficar homogênea. Colocar a mistura para coar em pano de voal esticado numa tigela de vidro. Coar em 2 ou 3 etapas para facilitar a coagem. Rendimento: 800mL. O Leite de Castalim e quinua oxida rapidamente, durando apenas 1 dia em geladeira.

Receita extraída do livro “Lugar de Médico é na Cozinha”, Dr.Alberto Gonzalez, com adaptações.


MOUSSE DE AMORA (GELÉIA DE AMORA)

INGREDIENTES:

→ 50g de linhaça (hidratar em água por 8 horas)

→ 60g de tâmaras secas (hidratar em água por 2 horas)

→ uma porção de amoras frescas

→ polpa de côco verde

MODO DE PREPARO:

Bater em liquidificador e servir em tigelas com cobertura de castanha-do-Pará ralada ou servir como geléia para passar no pão.


SUCO DE AMORA (NÉCTAR DE AMORA)

INGREDIENTES:

→ uma porção de amoras frescas

→ 2 águas de côco

→ polpa de côco

→ beterraba ou uvas (opcional)

MODO DE PREPARO:

Bater os ingredientes no liquidificador, e depois coar em um pano fino de voal. Servir gelado de preferência.



SUCO DE ACEROLA COM LARANJA (ACERANJA)

INGREDIENTES:

→ Uma porção de acerolas frescas;

→ Laranjas maduras (se possível orgânicas);

→ 1 águas de côco (opcional)

MODO DE FAZER:

Lavar bem todas as frutas. Espremer as laranjas com a ajuda de um espremedor, para obter o suco. Colocar o suco de laranja no liquidificador. Em seguida, adicionar as acerolas frescas. Para um suco ainda mais gostoso, coloque água de côco ao bater no liquidificador. Não coloque açúcar ou mel, o doce da laranja já deixa seu suco delicioso.


SUCO DE ABACAXI, LARANJA E MANGA (ABACARANGA)
INGREDIENTES:

→ Um abacaxi maduro;

→ Laranjas maduras (se possível orgânicas);

→ Uma manga madura;

→ 1 águas de côco (opcional)

MODO DE FAZER:
Espremer as laranjas com a ajuda de um espremedor, para obter o suco. Colocar o suco de laranja no liquidificador, sem as sementes. Em seguida, colocar o abacaxi descascado e cortado no liquidificador. Cortar a manga em fatias e colocar no liquidificador. Bater bem e coar em pano de voal. Passar da tigela para uma jarra de vidro. Para um suco ainda mais gostoso, coloque água de côco ao bater no liquidificador. Não coloque açúcar ou mel, o doce das frutas já deixa seu suco delicioso.

SUCO DE ABACAXI COM BETERRABA (ABACARRABA)

INGREDIENTES:

→ Um abacaxi maduro;

→ 1 beterraba grande ou duas médias;

→ 1 água de côco (opcional)

MODO DE FAZER:
Descascar e cortar o abacaxi, e colocar no liquidificador. Colocar a beterraba cortada em fatias. Adicionar uma água de côco. Coar no pano de voal. Passar da tigela para uma jarra de vidro. Servir gelado ou com gelo.



VITAMINA DE LEITE DE CASTANHA COM BANANA E MAMÃO

INGREDIENTES:

→ Leite de Castanha-do-Pará e amêndoas;

→ 1 banana nanica madura;

→ 1 mamão formosa maduro.

MODO DE FAZER:

Colocar o leite de castanhas no liquidificador. Adicionar as bananas e o mamão. Bater por 2 minutos. Não há necessidade de coar. Se tiver à disposição, coloque também uma atemóia ou pinha! Fica delicioso!



MILK SHAKE DE MORANGO COM LEITE DE CASTANHA

INGREDIENTES:

→ Leite de Castanha-do-Pará e amêndoas;

→ uma porção de morangos orgânicos;

MODO DE FAZER:

Preparar o leite de castanha-do-Pará e amêndoas. Colocar o leite de castanha no liquidificador e adicionar os morangos (de preferência orgânicos). Se quiser, adicione mais polpa de côco, para ficar mais cremoso. Não há necessidade de coar. Se houver necessidade de adoçar mais, pode-se adicionar tâmaras ou uvas passas hidratadas. Recomenda-se não utilizar qualquer tipo de açúcar ou mel.


ACHOCOLATADO DE LEITE DE CASTANHA-DO-PARÁ E AMÊNDOAS

INGREDIENTES:

→ 2 águas de côco;

→ Polpa dos côcos;

→ 50g de Castanhas-do-Pará hidratadas;

→ 40g de Amêndoas hidratadas;

→ 50g Tâmaras hidratadas sem caroço;

→ Cacau em pó;

→ Mel (opcional).

MODO DE FAZER:

Colocar as sementes de Castanha-do-Pará, Amêndoas e Tâmaras sem caroço para hidratar (deixar em recipientes de vidro separados durante 8 horas ou na noite anterior). Colocar uma ou duas águas de côco no liquidificador. Abrir o côco e raspar a polpa. Adicionar as sementes germinadas, a polpa do côco e as tâmaras hidratadas. Adicionar o cacau em pó. Bater bem até a mistura ficar homogênea. Colocar a mistura para coar em pano de voal esticado numa tigela de vidro. Coar em 2 ou 3 etapas para facilitar a coagem. Rendimento: 800mL. Se quiser o achocolatado mais doce, adicione um pouco de mel ao bater no liquidificador. Se você já tiver feito o Leite de Castanha-do-Pará e amêndoas, basta acrescentar o cacau em pó e bater no liquidificador.


TORTA DE BANANA

INGREDIENTES:

→ Uma porção de amendoim germinado;

→ Uma porção de trigo germinado;

→ Azeite;

→ Sal marinho;

→ 4 bananas nanicas maduras;

→ 30g de semente de linhaça hidratada;

→ 50g Tâmaras hidratadas sem caroço;

→ Baunilha em fava;

→ Um limão galego;

→ Polpa de côco;

→ Água de côco;

→ 25g de Castanha-do-Pará;

→ 20g de amêndoas;

MODO DE FAZER:
Preaquecer o forno em temperatura baixa antes de começar a massa.

Massa: Bater o amendoim germinado no multiprocessador ou liquidificador. Colocar em uma travessa de vidro. Em seguida, bater o trigo germinado e adicionar à massa. colocar um pouco de azeite e uma pitada de sal marinho. Misturar bem até que a massa fique bem homogênea. Estender na travessa de vidro. Desligar o forno e colocar a massa para desidratar.

Recheio: Bater no liquidificador 4 bananas nanicas maduras, linhaça germinada, tâmaras hidratadas polpa de côco, baunilha em fava, um limão galego, polpa de côco e água de côco até que o recheio adquira a consistência desejada.

Cobertura: pode ser feita com castanha-do-pará, baru ou amêndoas batidas no liquidificador e com uvas passas escuras e claras. Utilize sua criatividade para enfeitar a cobertura, fazendo desenhos vivos. A massa não deve estar quente ao receber o recheio. Servir à temperatura ambiente ou conservar em geladeira por algumas horas e servir gelado.

Receita extraída do livro “Lugar de Médico é na Cozinha”, Dr.Alberto Gonzalez, com adaptações.



TORTA DE MORANGO

INGREDIENTES:

→ Uma porção de amendoim germinado;

→ Uma porção de trigo germinado;

→ Azeite;

→ Sal marinho;

→ Uma porção de morangos orgânicos;

→ Leite de Castanha-do-Pará;

→ 30g de semente de linhaça hidratada;

→ Polpa de côco;

→ 30g de tâmaras hidratadas;

→ Água de côco;

→ 25g de Castanha-do-Pará;

→ 20g de amêndoas;

MODO DE FAZER:

Preaquecer o forno em temperatura baixa antes de começar a massa.

Massa: Bater o amendoim germinado no multiprocessador ou liquidificador. Colocar em uma travessa de vidro. Em seguida, bater o trigo germinado e adicionar à massa. colocar um pouco de azeite e uma pitada de sal marinho. Misturar bem até que a massa fique bem homogênea. Estender na travessa de vidro. Desligar o forno e colocar a massa para desidratar.

Recheio: morangos orgânicos, leite de castanha-do-Pará, linhaça germinada, polpa de côco, tâmaras hidratadas e água de côco até que o recheio adquira a consistência desejada.

Cobertura: morangos cortados, castanha-do-pará ralada, baru ou amêndoas batidas no liquidificador e uvas passas escuras e claras. Use sua criatividade. A massa não deve estar quente ao receber o recheio. Servir à temperatura ambiente ou conservar em geladeira por algumas horas e servir gelado.

CHOCOLATE DE ABACATE (ABACOLATE)

INGREDIENTES:

→ Um abacate maduro;

→ Polpa de côco;

→ 30g de tâmaras hidratadas;

→ Mel;

→ Cacau em pó;

→ Amendoim levemente torrado;

→ 30g de semente de linhaça hidratada;

→ Água de côco.

MODO DE FAZER:
Bater um abacate maduro, polpa de côco, tâmaras hidratadas, mel, cacau em pó, amendoim, linhaça germinada e um pouco de água de côco até a consistência desejada. Bater castanha-do-Pará, amendoim ou amêndoas junto com a mistura. Se sobrar castanhas ou amêndoas batidas polvilhar em cima do chocolate quando for servir. Servir o chocolate com frutas secas, fazendo docinhos de damascos, docinhos de bananas em rodelas, tâmaras e nozes, ou utilizar como recheio em tortas vivas (torta de abacolate).


TORTA DE ABACOLATE (CHOCOLATE DE ABACATE)

INGREDIENTES:

→ Uma porção de amendoim germinado;

→ Uma porção de trigo germinado;

→ Azeite;

→ Sal marinho;

→ Um abacate maduro;

→ Polpa de côco;

→ 30g de tâmaras hidratadas;

→ Mel;

→ Cacau em pó;

→ Amendoim levemente torrado;

→ 30g de semente de linhaça hidratada;

→ Água de côco.

→ Banana nanica em rodelas;

→ Uvas passa;

→ Pólen de abelhas.

MODO DE FAZER:
Preaquecer o forno em temperatura baixa antes de começar a massa.

Massa: Bater o amendoim germinado no multiprocessador ou liquidificador. Colocar em uma travessa de vidro. Em seguida, bater o trigo germinado e adicionar à massa. colocar um pouco de azeite e uma pitada de sal marinho. Misturar bem até que a massa fique bem homogênea. Estender na travessa de vidro. Desligar o forno e colocar a massa para desidratar.

Recheio: Bater um abacate maduro, polpa de côco, tâmaras hidratadas, mel, cacau em pó, amendoim, linhaça germinada e um pouco de água de côco até a consistência desejada. Bater castanha-do-Pará, amendoim ou amêndoas junto com a mistura. Colocar suavemente o abacolate sobre a massa da torta.

Cobertura: Fazer a decoração (cobertura) com castanhas-do-Pará polvilhadas, amêndoas polvilhadas, bananas em rodelas, uvas passas e pólen de abelhas. Desenhe o que quiser nas tortas, use sua criatividade! Se desejar maior consistência, colocar em geladeira por algumas horas. Perfeita para comemorar aniversários com saúde, paz e alegria!


SORVETE DE AÇAÍ DOS DEUSES

INGREDIENTES:

→ 2 Polpas de 100mL de açaí extra (com pouca água);

→ 2 bananas nanicas bem maduras;

→ ½ mamão formosa maduro;

→ Mel (opcional);

→ Amendoim levemente torrado e descascado;

→ Polpa de côco;

→ Pólen de abelhas

→ Nozes;

→ Amêndoas;

→ Suco de uva natural (sem açúcar) (opcional);

→ Água de côco (opcional).

MODO DE FAZER:

Colocar para torrar ½ xícara de amendoim cru para torrar em travessa de vidro (deixar de 10 a 15 minutos). Colocar no liquidificador ½ mamão formosa e 2 bananas nanicas maduras, nessa ordem. Em seguida, adicionar 2 polpas de açaí concentrado (cada uma de 100mL). Triturar as polpas com uma faca. Colocar polpa de côco no liquidificador. Bater por 2 minutos. Se desejar, colocar um pouco de mel. Se houver dificuldade para bater a mistura, adicionar água de côco ou suco de uva roxo. Tirar o amendoim do forno (cuidado para não torrar demais!) e descascar. Soprar a casca do amendoim. Adicionar ½ xícara de amendoim torrado e descascado no liquidificador. Deixar bater por 4 segundos, para que os flocos de amendoim não desapareçam. Servir em tigelas colocadas previamente na geladeira (para ficar ainda mais geladinho). Fazer a cobertura com rodelas de banana nanica, pólen de abelhas, nozes a amêndoas trituradas. Bater uma polpa de cupuaçu junto também vai muito bem. O mamão pode ser substituído pela manga, fica uma delícia também!


RECEITAS VIVAS SALGADAS



ALMÔNDEGAS DE TRIGO E CASTANHA-DO-PARÁ AO MOLHO SUGO

INGREDIENTES:

→ Uma porção de trigo germinado;

→ Uma porção de Castanha-do-Pará;

→ Trigo para quibe;

→ Cebolinha;

→ Azeite;

→ Sal marinho;

→ Limão-galego

MODO DE FAZER:

Colocar as sementes de trigo e Castanha-do-Pará para hidratar por 8 horas em um recipiente de vidro. Depois escorrer a água e manter o trigo sempre úmido até a raiz brotar. Bater o trigo germinado em um liquidificador. Colocar em uma travessa. Bater a Castanha-do-Pará hidratada em um liquidificador e adicionar à massa. Adicionar o trigo para quibe hidratado, cebolinha, azeite, sal e um limão. Misturar bem e fazer as bolinhas. Levar ao forno por poucos minutos para não matar as sementes. Sugestão de acompanhamento: molho sugo (molho de tomates orgânicos com uva passa, polpa de côco, tomate seco, ervas finas, alho desidratado e pimenta calabresa).

Receita extraída do livro “Lugar de Médico é na Cozinha”, Dr.Alberto Gonzalez, com adaptações.



ABACATE CORTADINHO COM LIMÃO

INGREDIENTES:

→ 250g de abacate maduro;

→ Azeite;

→ 1 limão galego ou tahiti;

→ Cebolinha fresca cortada;

→ Cebola crua (opcional);

→ Tomate orgânico (opcional);

MODO DE FAZER:

Descascar um abacate bem maduro. Em seguida, cortar o abacate em cubinhos numa tigela de vidro. Adicionar limão-galego, azeite e cebolinha. Misturar bem os cubinhos. Se preferir, adicione também tomates orgânicos e cebola. O abacate cortadinho é muito fácil e rápido de se fazer, acompanha basicamente qualquer prato e pode ser feito diariamente no almoço ou jantar. È excelente para acompanhar outros pratos, principalmente para suavizar pratos muito salgados ou muito temperados. Não deve ser guardada em geladeira, pois oxida facilmente. Servir frio.


PÃO ESSÊNIO (PÃO DE JESUS)

INGREDIENTES:

→ 250g de trigo germinado;

→ 30g de gergelim branco ou preto;

→ 20g de quinua germinada;

→ 20g de linhaça germinado;

→ Azeite;

→ Orégano;

→ Ervas finas;

→ Sal marinho;

Colocar as sementes de trigo e/ou gergelim e/ou gergelim preto e/ou quinua e/ou linhaça para germinar por 8 horas. Bater as sementes de trigo germinadas em um liquidificador. Chacoalhar o liquidificador para que todos os grãos sejam moídos. Colocar em uma travessa. Adicionar as outras sementes germinadas, um fio de azeite e sal marinho. Misturar bem até que a massa fique homogênea. Estender a massa e levar ao forno desligado pré-aquecido por 20 minutos. Se tiver a oportunidade, desidrate seu pão essênio ao sol, coberto por rede de voal. Servir com pasta de tofu com alho, pasta de abacate (guacamole), pasta de tomate, pasta de tofu com tahine, pasta de grão-de-bico, pasta de amendoim, pasta de berinjela, pesto de ervas finas ou geléias naturais. Pode ser feito também com sementes de aveia germinadas ou aveia em flocos grossos hidratada.

Receita extraída do livro “Lugar de Médico é na Cozinha”, Dr.Alberto Gonzalez, com adaptações.


RECEITAS DE PASTAS PARA SUBSTITUIR MANTEIGA, MARGARINA, REQUEIJÃO E SIMILARES

PASTA DE TOFU COM TOMATE SECO

INGREDIENTES:

→ 250g de Tofu orgânico;

→ 150g de Tomate seco;

→ Azeite;

→ Orégano;

→ Alho desidratado;

→ Pimenta calabresa (1/2 pitada);

→ Cebolinha fresca cortada;

→ Salsa;

→ Polpa de côco;

→ Sal marinho;

→ Azeite;

→ Molho shoyu Daimaru ou similar (sem glutamato, açúcar e conservantes);

MODO DE FAZER:

Colocar um tofu de 250g no liquidificador. Adicionar aproximadamente 150g de tomate seco (escorrer o excesso de óleo vegetal em papel toalha e tirar a casca). Adicionar azeite, orégano, alho desidratado, pimenta calabresa, cebolinha fresca, salsa, polpa de côco, sal marinho, azeite e molho shoyu. Se houver dificuldade ao bater no liquidificador, colocar um pouco de água mineral ou água de côco. Servir com o pão essênio.



PASTA DE GUACAMOLE SALGADA (ABACATE)

INGREDIENTES:

→ 250g de abacate maduro;

→ Azeite;

→ 1 limão galego ou tahiti;

→ Cebolinha fresca cortada;

→ Sal marinho;

→ Cebola crua (opcional);

→ Tomate orgânico (opcional);

→ Castanha-do-Pará (opcional);

→ Temperos a gosto (Curry, orégano e ervas finas) (opcional).

Descascar um abacate bem maduro. Em seguida, amassar com um garfo em uma tigela de vidro (não usar liquidificador). Adicionar limão-galego, azeite, cebolinha e sal marinho. Misturar bem a pasta. Se preferir, adicione também tomates orgânicos, cebola e castanha-do-Pará. A pasta de abacate é muito fácil e rápida de se fazer, pode ser feita diariamente nas refeições matinais. Não deve ser guardada por muito tempo em geladeira, pois oxida facilmente. Servir com o pão essênio.



PASTA DE TOFU COM TAHINE (TOFUHINE)

INGREDIENTES:

→ 250g de Tofu orgânico;

→ 50g a 100g de Tahine;

→ Azeite;

→ Molho Shoyu daimaru ou similar (sem açúcar, corantes ou glutamato);

→ Orégano;

→ Polpa de côco;

→ Água de côco;

→ Cebolinha fresca cortada;

MODO DE FAZER:

Colocar um tofu de 250g no liquidificador. Adicionar o tahine (pasta de gergelim tostada). Adicionar azeite, shoyu, um pouco de orégano, polpa de côco e cebolinha. Se houver dificuldade ao bater no liquidificador, colocar um pouco de água de côco até adquirir a consistência desejada. Servir com pão essênio.

PASTA DE BERINJELA AGRIDOCE

INGREDIENTES:

→ 250g de berinjela orgãnica;

→ 1 pimentão amarelo;

→ 1 pimentão vermelho;

→ 2 dentes de alho;

→ 1 cebola pequena;

→ Castanha-do-Pará;

→ Amêndoas;

→ Orégano;

→ Cebolinha;

→ Azeite;

→ Polpa de côco;

→ Óleo de côco

→ Uvas passa claras ou escuras;

→ Sal marinho;

→ Mel.

MODO DE FAZER:

Ralar 3 berinjelas orgânicas, reservar o suco da berinjela em uma vasilha. Cortar 2 pimentões amarelos, 2 pimentões vermelhos, 2 dentes de alho e uma cebola pequena. Triturar castanha-do-Pará e amêndoas com a ajuda de um pilão. Adicionar à mistura. Colocar um pouco de missô e amassar bem para pegar o gosto. Em seguida, adicionar uvas passas claras ou escuras e um pouco de mel. Adicionar orégano, cebolinha, azeite e um pouco de sal marinho. Pegar aproximadamente metade da mistura e colocar para bater no liquidificador com o suco da berinjela que foi reservado e óleo de côco. Devolver a pasta batida para a tigela de vidro e misturar bem com o restante da pastaaté ficar homogênea. Servir com pão essênio.

PESTO DE CASTANHA-DE-CAJU COM ERVAS FINAS

INGREDIENTES:

→ 150g de Castanha-de-Caju;

→ 150mL de azeite;

→ Molho Shoyu daimaru ou similar (sem açúcar, corantes ou glutamato);

→ Ervas finas (Orégano, Salsa, Tomilho, etc.)

→ Alho desidratado;

→ Manjericão;

→ Pimenta calabresa;

MODO DE FAZER:

Tritura a Castanha-de-Caju com um pilão de madeira em recipiente apropriado. Colocar em um vidro com tampa larga. Adicionar o azeite, o molho shoyu, as ervas finas, o alho desidratado, o manjericão e a pimenta calabresa. Misturar bem até ficar homogêneo. Servir com pão essênio.



SANDUÍCHE DOS DEUSES (NO PÃO FOLHA)

INGREDIENTES:

→ Pão folha integral (sem açúcar e sem farinha branca);

→ 1 beterraba;

→ 1 cenoura;

→ Pasta de Tofu com tomate seco ou Pasta de Guacamole;

→ Pesto de Castanha-de-Caju com ervas finas;

→ Salada Orgânica (Alface, Alface roxa, Rúcula, Radichio, etc.);

→ Brotos diversos (Feijão, Girassol, Alfafa, etc.) (variar a acada dia);

→ 30g de Castanha-de-Caju triturada;

→ Molho de Gergelim;

→ Temperos diversos (Curry, Salsa, Orégano, Alho desidratado, Pimenta calabresa);

→ Azeite;

→ Molho shoyu Daimaru ou similar (sem glutamato, açúcar e conservantes);

→ Damasco cortado em pedaços pequenos.

MODO DE FAZER:

Estender o pão folha em uma pia limpa ou em prato largo. Em seguida passar a Pasta de Tofu com tomate seco ou Pasta de Guacamole por todo o pão. Ralar a cenoura e a beterraba. Colocar sobre o diâmetro do pão, em linha reta. A dicionar a salada orgãnica bem picadinha, os brotos, a castanha-de-caju, o molho de gergelim, os temperos diversos, o azeite, o molho shoyu e o damasco cortado em pedaços, sempre em linha reta, por sobre o diâmetro do pão. Fechar as duas abas do pão e servir.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Alergia à lactose ?!?!?!? Isso non existe !!!!!

Eu sinto um profundo frio na espinha ao ouvir o termo acima.

E queria explicar a vocês, de uma vez por todas essa confusão, esperando ouvir cada vez menos que seu filho foi diagnosticado com essa doença, simplesmente porque ela, como diria o Pe Quevedo, non existe!

Alergia Alimentar - é uma reação imunológica exarcebada à uma PROTEÍNA, proveniente de alimentos.

Lactose - é o principal AÇÚCAR do leite, portanto é um CARBOIDRATO.

Portanto, não existe ALERGIA À LACTOSE!

Estou me sentido um professor de filosofia e suas lições de lógica, irrefutáveis.

Mas como estou longe de ser professor, filósofo ou de entender a lógica, vou explicar com um pouco mais de cuidado, a origem dessa confusão.

Existem DUAS doenças:

Alergia à proteína do leite de vaca

- ocorre quando o indivíduo tem sintomas gastrointestinais, de pele ou respiratórios, após a ingestão de QUALQUER quantidade de leite ou produtos que o contenha.

-pode se manifestar com sintomas bastante agudos, minutos após a exposição, como por exemplo a urticária, vômitos, dor abdominal ou uma crise de chiado e tosse.

- também pode se manifestar de forma tardia, como o sangramento nas fezes de bebês e na forma mista, como a dermatite atópica, com lesões irritadas e pruriginosas na pele.

Retira-se o leite da dieta, seja da mãe, em caso de bebê em aleitamento materno exclusivo, seja do próprio bebê, em caso de uso de fórmula e o problema se resolve. E no caso de bebês em uso de fórmula, prescreve-se uma fórmula apropriada para a situação.

Intolerância à lactose

- ocorre quando não há absorção adequada do açúcar do leite, que vocês já sabem que se chama LACTOSE, no intestino. Para que isso ocorra, é necessária uma enzima chamada LACTASE, que "quebra" a lactose em glicose e galactose e esta é absorvida para a corrente sanguínea.

- se o indivíduo, por algum motivo, tem pouca (mais comum) ou nenhuma enzima (raríssimo), a lactose se acumula no interior do intestino, é fermentada pelas bactérias e surgem os sintomas de gases, cólicas abdominais e diarréia ácida no indivíduo.

Solução: consumir produtos com baixa quantidade de lactose ou adicionar a enzima LACTASE na alimentação. Nesse caso, pode-se ter laticínios e leite na alimentação a depender da tolerância individual e com a devida orientação do nutrólogo/pediatra E nutricionista.

- Ah, Dr Flávio, meu filho tem os DOIS problemas!

Infelizmente isso pode acontecer, principalmente quando por uma dieta inadequada, um portador de Alergia à proteína do leite de vaca, desenvolve uma inflamação intestinal decorrente do problema e compromete a mucosa intesntinal e consequentemente a quantidade de lactase disponível. Mas não é comum!

Solução: uso de uma fórmula apropriada para APLV sem lactose.

Tem outra coisa que queria que vocês soubessem: após uma infecção intestinal, que pode causar uma inflamação significativa do intestino, o indivíduo também pode desenvolver por algum tempo uma intolerância à lactose, que chamamos de SECUNDÁRIA. Mas nesse caso, entre 15 a 30 dias, com a recuperação da mucosa intestinal, a lactase volta aos níves normais e tudo se normaliza.

Solução: retirar/diminuir a lactose da dieta por um prazo de 15 a 30 dias.

Enfim, deu para entender porque não existe ALERGIA À LACTOSE?

Quando alguém disser que o problema do seu filho é esse, peça desculpas e diga que isso não existe!

Dúvidas?

Perguntem nos comentários.

Compartilhem à vontade!

Autor: Flávio Melo - Médico Pediatra - CRM-PB 5239/RQE 3065 - https://www.facebook.com/flaviopediatra/

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Consenso da Associação Brasileira de Nutrologia e da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição sobre o consumo de leite de vaca pelo ser humano

"Nos últimos anos, uma preocupante tendência tem se evidenciado na população brasileira: a redução do consumo de leite de vaca associada à dúvidas sobre os benefícios para a saúde desse importante alimento. 

Essa mudança de comportamento é motivo de atenção, uma vez que o leite é reconhecido por seu valor nutricional, sendo considerado uma fonte de nutrientes que podem auxiliar na composição de uma alimentação balanceada e no crescimento saudável. 

Sabemos que muitas informações divergentes circulam sobre o leite, especialmente nas redes sociais, gerando dúvidas para consumidores e até mesmo profissionais da saúde.

Dada a relevância do tema nos dias atuais e os aspectos nutricionais envolvidos no consumo do leite de vaca, e atendendo a uma solicitação de esclarecimentos feita pela Associação Brasileira da Indústria de Lácteos Longa Vida (ABLV) a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) concordaram em buscar esclarecimentos sobre o tema, que estão apresentados sob a forma do presente consenso, auxiliando no esclarecimento das principais dúvidas existentes sobre o assunto com base em evidências científicas robustas e atuais, trazendo uma análise crítica dos estudos disponíveis no formato de perguntas e respostas. 

Vale destacar que o leite materno deve ser oferecido de forma exclusiva para o bebê até o sexto mês de vida e, de forma complementada, até dois anos ou mais. 

As informações a seguir referem-se ao consumo de leite para crianças a partir de um ano de idade (na impossibilidade  do aleitamento materno)2,3, adolescentes, adultos e idosos"

Fonte e link para acessar o Consenso: https://abran.org.br/media/files/abran_consenso_leite.pdf

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Introdução Alimentar na primeira infância: Quando começar a dar os alimentos alergênicos


Tenho vários sobrinhos/afilhados e parece que todos resolveram nascer de 5 anos para cá. Sendo assim, vocês já podem imaginar o tanto que as mamães da minha família me pedem orientações sobre alimentação pré-natal, durante a gestação, na amamentação e posteriormente durante os 2 primeiros anos de vida. 

Se você ainda não leu o texto sobre alimentação Na gestação e na amamentação, bastar digitar amamentação na busca aqui do blog.

A introdução de alimentos sólidos à dieta infantil é a fase de transição entre a alimentação exclusivamente láctea e a dieta da família.

Primeira coisa que a mamãe tem que ter em mente é: Será que esse alimento ou essa combinação de alimentos atenderá às necessidades de desenvolvimento da criança. Terá uma boa densidade nutricional, englobando todos os grupos de alimentos? E as alergias alimentares? São inúmeras as perguntas. 

Vamos então a algumas regras básicas: 

1 - Evitar dar suco antes de 1 ano de idade
  • Recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria – Brasil: Os sucos naturais devem ser evitados, mas se forem administrados que sejam dados no copo, de preferência após as refeições principais, e não em substituição a estas, em dose máxima de 100 mL/dia, com a finalidade de melhorar a absorção do ferro não heme presente nos alimentos como feijão e folhas verde-escuras.
  • Recomendação da Academia Americana de Pediatria – EUA: Sucos não oferecem benefícios nutricionais para crianças menores de 6 meses e não devem ser oferecidos para as mesmas. A fruta in natura deve ser oferecida em preferência ao suco. Sucos não oferecem nenhum benefício maior do que a fruta in natura para crianças maiores de 6 meses. Suco de fruta 100% natural pode ser parte de uma dieta saudável quando consumido como parte de uma dieta balanceada. Sucos de fruta artificiais ou de “caixinha” não são equivalentes ao suco de fruta natural e não são recomendados. Sucos não devem ser dados em mamadeiras, ou em recipientes de fácil transporte, de forma a estimular a sua ingesta ao longo do dia todo (o objetivo não é esse!). Não oferecer sucos na hora de dormir. Sucos não são apropriados para o tratamento de desidratação e diarreia. Consumo excessivo de sucos pode estar associado com diarréia, flatulência, distensão abdominal e cárie dentária, além de subnutrição. Sucos não pasteurizados podem conter bactérias (Escherichia coli, Salmonella e Cryptosporidium), responsáveis por doenças. A ingesta de suco deve ser limitada a 120 a 180ml por dia em crianças de 1 a 6 anos, e para crianças de 7 a 18 anos, de 200 a 350 ml, ou 2 copos por dia. Em crianças consideradas malnutridas, com diarreia crônica, flatulência excessiva, dor abdominal e má digestão o pediatra deve avaliar a criança e determinar a quantidade de suco consumida. A cárie dentária pode estar diretamente relacionada com a quantidade de suco ingerida, sem os cuidados necessários.
  • Recomendação da Health Canada – Canadá: Não recomenda sucos no primeiro ano. Depois de 1 ano, orientam dar suco de forma limitada e não oferecer bebida adoçadas. Se a criança estiver com sede, ofereça água a ela.
  • Recomendação do National Health and Medical Research Council – Austrália: Sucos são desnecessários e não se recomenda para crianças menores de 1 ano de idade. Bebidas adoçadas estão associadas com cáries dentárias. Chás e outras bebidas não tem benefícios conhecidos para a criança e podem ser potencialmente perigosos.
  • Recomendação do National Health Service (NHS) – Reino Unido:  Bebês abaixo de 6 meses não devem receber sucos de fruta. Sucos de fruta diluídos (uma parte de suco para 10 partes de água) podem ser oferecidos à criança com as refeições após os 6 meses. Gente eu coloquei isso aqui, mas por favor, não entendam mal! Não é para dar suco diluído como forma de refeição ou porção de frutas, seria mais como uma “água com gostinho” com o objetivo de hidratar (quando for dar água pode ser dessa forma…). Dica: dar água diluída com suco de fruta natural e frutas sempre in natura! Sucos in natura podem ser dados após as refeições para reduzir o risco de cárie, em pequena quantidade.

Excesso de suco pode levar a anemia e malnutrição (com excesso de açúcares e falta de outros nutrientes, como proteínas, carboidratos e vitaminas). Nessa situação imagine aquele bebê que se adapta perfeitamente ao suco, e acaba ficando “preguiçoso” para mastigar e comer outro alimento sólido, substituindo suco pelas refeições do dia. Nesse caso, o bebê pode ter dificuldade de ganhar peso, e ter falta de vários nutrientes importantes.

O excesso de suco pode danificar o esmalte do dente, levando a cárie dentária, principalmente quando oferecida na mamadeira.

2 - Não dar açúcar ou alimentos com açúcar antes dos 2 anos de idade.

Nos dois primeiros anos de vida, frutas e bebidas não devem ser adoçadas com nenhum tipo de açúcar: branco, mascavo, cristal, demerara, açúcar de coco, xarope de milho, mel, melado ou rapadura. Também não devem ser oferecidas preparações que tenham açúcar como ingrediente, como bolos, biscoitos, doces, geléias. 
O consumo precoce de açúcar aumenta a chance de ganho de peso excessivo na infância e consequentemente o desenvolvimento de obesidade na fase adulta. Além disso o açúcar pode provocar placa bacteriana nos dentes e cárie. Como a criança já tem preferência pelo sabor doce desde o nascimento, se ela for acostumada com preparações açucaradas, poderá ter dificuldades em aceitar vegetais, legumes e outros alimentos saudáveis. Essa é a recomendação do Ministério da Saúde (2019) através do Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos, disponibilizado gratuitamente na internet.

3 - Não dar Leite de vaca integral (LVI) antes de 1 ano. Nem em preparações. Inúmeros são os fatores:

  • LVI associado ao aparecimento da anemia ferropriva (anemia por deficiência de ferro). Além do baixo teor, o ferro do leite de vaca não é bem absorvido pelo organismo de lactente. Outro fator agravante que contribui o aumento do risco de deficiência de ferro e anemia no 1º ano de vida é o fato de que o consumo de leite de vaca está associado à perda de sangue pelas fezes de uma maneira despercebida pelas mães e cuidadores. Tal evento cessa após a criança completar 1 ano, idade esta em que o trato gastrointestinal já está mais desenvolvido.
  • A ingestão de LVI antes de ano, tem sido relacionado a uma predisposição ao aparecimento da alergia a proteína do leite de vaca, uma condição que afeta de 0,4% a 7,5% das crianças de 0 a 2 ano de idade. Além disso, a exposição precoce da criança ao LVI aumenta o risco não somente de reações adversas a este leite, como também de alergias a outros alimentos.
  • Risco de desenvolver uma sobrecarga renal. Apesar das funções metabólicas e excretoras do lactente normal acima de 6 meses de idade estarem mais maduras e, na maioria das vezes, suportarem bem essa sobrecarga, a margem de segurança continua sendo maior quando o alimento é o leite materno ou algum fórmula modificada.
  • Risco de deficiência de cobre, zinco, vitamina A, C, E e ácido fólico e gorduras essenciais (ômega 3 e ômega 6) principalmente quando se utiliza o LVI muito diluído, prática geralmente observada. A deficiência de algumas vitaminas pode ser ainda agravada pelo processamento térmico do leite.

Portanto, com todas as evidências, não é recomendada a utilização do leite de vaca integral na alimentação da criança durante o primeiro na de vida. Contudo, essa realidade nem sempre é possível, visto que o poder aquisitivo da maioria da população brasileira é baixo.

E como fica alimentação após 6 meses de vida?

O preconizado é que, a partir dos 6 meses, a criança inicie com duas papas de frutas ao dia e uma papa salgada. A

 partir do 7º mês, acrescenta-se a segunda papa salgada, ficando então a criança com quatro refeições complementares (além do leite materno).

Alergênicos

No final da década de 90 a introdução alimentar era realizada de forma mais gradativa. Sendo assim, postergava-se a introdução de alimentos alergênicos, como ovo e glúten, em crianças predispostas para após os 10 meses. 

Na atualidade, recomenda-se que se inicie com todos os alimentos de forma gradual, porém com a introdução já no 6º mês de carne vermelha, peixe, frango e ovo. 

Tal recomendação visa a reduzir as alergias alimentares, promovendo uma adaptação imunológica precoce, num período fundamental da formação da flora gastrointestinal.

Em 2010 foi publicado um estudo em Israel. Este concluiu que a introdução precoce de leite de vaca por meio de fórmulas infantis, associada ao aleitamento materno, reduziria as taxas de alergia ao leite de vaca IgE mediada. 

Mais recentemente, um ensaio clínico com a introdução de alimentos contendo amendoim em pequena quantidade concluiu que tal conduta poderia reduzir o risco de alergias a este alimento em crianças predispostas. 

E, assim, alguns estudos vêm sendo publicados discutindo a introdução precoce de alimentos alergênicos — entre 4 e 6 meses — e seu papel na redução das taxas de alergias alimentares 

Com relação ao glúten, uma revisão de 2016 das recomendações da European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition (ESPGHAN) concluiu que esse alimento pode ser introduzido entre 4 e 12 meses de idade para todas as crianças, independentemente de estarem ou não em aleitamento materno (o aleitamento materno não se mostrou um fator protetor contra a doença celíaca, tanto isolado quanto concomitante à introdução do glúten nesse período etário).

O risco de desenvolvimento de autoimunidade para doença celíaca (definida como sorologia positiva) e de doença celíaca foi maior apenas naqueles pacientes com risco de seu desenvolvimento (com ao menos um dos alelos de risco). Recomenda-se que a criança não receba grandes quantidades de glúten no início de sua introdução. Eu recomento na minha família que se utilize um pouco de farinha integral em alguma preparação e exponha a criança apenas uma vez na semana, até completar 1 ano.

Em revisão sistemática publicada em 2016, concluiu-se que a introdução precoce (4 a 6 meses) de amendoim e ovo reduziu o risco de alergia a estes alimentos. Também concluiu que a introdução precoce destes alimentos não aumentou o risco de outras alergias alimentares 

Outra revisão, pulicada em 2017, mostrou que a introdução de alimentos alergênicos deve ser realizada entre 4 a 6 meses, mas nunca antes disso. Ainda outro estudo coloca que a introdução precoce (aos 4 meses) não reduziu o tempo de aleitamento materno total. 

Um grande estudo realizado com crianças europeias avaliou a influência da introdução de sólidos em sobrepeso e obesidade. A conclusão foi a de que a introdução tardia de alimentos sólidos — após os 7 meses — está associada ao sobrepeso e à obesidade, enquanto que a introdução de sólidos entre 4 e 6 meses, concomitante ao aleitamento materno, mostrou redução do risco destas doenças. 

Percebe-se pelas últimas publicações que ainda não há um consenso a respeito de todos os elementos da introdução alimentar infantil. E ainda são necessários mais estudos para se poder determinar exatamente as condutas a serem tomadas. No entanto, a partir de todos esses dados, algumas conclusões ponderadas podem ser feitas. 

  • O aleitamento materno deve ser incentivado e mantido de forma exclusiva até os 6 meses de vida da criança. Há, inegavelmente, benefícios nesta prática, tanto nutricionalmente como imunologicamente. 
  • A introdução de alimentação complementar não deve ser posterior aos 7 meses de vida. Estudos mostram que a introdução tardia de sólidos está associada a maiores taxas de obesidade e sobrepeso.
  • A introdução de alimentos alergênicos (ovo, peixe, amendoim) deve ser realizada entre os 4 e 11 meses de vida, independentemente do histórico familiar de alergia alimentar. Tal conduta diminui o risco de alergia a estes alimentos.
  • O glúten deve ser introduzido entre os 4 e 11 meses de vida, independentemente do histórico familiar, mas não em grandes quantidades. A introdução concomitante ao aleitamento materno não mostrou efeito protetor quando comparada com a introdução precoce isolada.
  • Não há evidências para indicar o uso de fórmulas infantis concomitante ao aleitamento materno como forma de prevenir alergia à proteína do leite de vaca.
  • A introdução alimentar deve ser individualizada, respeitando as necessidades de cada criança. O aleitamento materno deve ser incentivado de forma exclusiva até o sexto mês e complementar até os 24 meses, pelo menos.

Bibliografia

  • Katz Y, Rajuan N, Goldberg MR, Eisenberg E, Heyman E, Cohen A, et al. Early exposure to cow’s milk protein is protective against IgE-mediated cow’s milk protein allergy. J Allergy Clin Immunol. Elsevier Ltd; 2010;126(1):77–82.
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  • West C. Introduction of Complementary Foods to Infants. Ann Nutr Metab. 2017;70(2):47–54.
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  • Venter C, Maslin K, Dean T, Arshad SH. Does concurrent breastfeeding alongside the introduction of solid food prevent the development of food allergy? J Nutr Sci [Internet]. 2016;5:e40. Available from: http://www.journals.cambridge.org/abstract_S2048679016000318
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  • Abrams EM, Greenhawt M, Fleischer DM, Chan ES. Early Solid Food Introduction: Role in Food Allergy Prevention and Implications for Breastfeeding. J Pediatr. Elsevier Inc.; 2017;184:13–8.
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  • https://www.portalped.com.br/especialidades-da-pediatria/alergia-e-imunologia/introducao-alimentar-quando-iniciar-alimentos-alergenicos/

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Alimentação da nutriz

Os benefícios da amamentação, tanto para o bebê quanto para a mulher, já estão cientificamente comprovados. A adequada composição nutricional do leite materno torna este alimento ideal para o crescimento, desenvolvimento e sobrevivência do bebê e diminui o índice de mortalidade infantil. Os benefícios para a mulher que amamenta incluem retorno ao peso pré-gestacional mais precocemente e o menor sangramento uterino pós-parto (consequentemente, menos anemia), devido à involução uterina mais rápida provocada pela maior liberação de ocitocina, que é estimulada pela sucção precoce do bebê. Alguns estudos investigam ainda a comprovação da diminuição de risco de câncer, principalmente de mama.

Porém, o sucesso na amamentação depende também de outros fatores, tais como: aspectos psicossociais e culturais, esclarecimento, envolvimento, motivação e acompanhamento de profissionais de saúde preparados para lidar com as possíveis dificuldades desse período.

Muitas mulheres, ao darem à luz, sentem-se pressionadas a eliminarem os quilos ganhos durante a gestação imediatamente após o parto. O dilema da perda do peso adquirido durante a gravidez faz com que as mulheres sejam influenciadas pelas opiniões veiculadas na mídia, por pessoas que as cercam, por crenças e mitos culturais, e acabam se arriscando em dietas da moda, muitas vezes restritivas, sem acompanhamento nutricional. Por falta de conhecimento ou negligência, acabam se prejudicando e, principalmente, prejudicando o desenvolvimento adequado do bebê.

A Revista Boa Forma do mês de novembro de 2010 teve como matéria de capa a perda ponderal de 10Kg em dois meses da apresentadora Adriane Galisteu após o nascimento do filho. Segundo a reportagem, ela tem amamentado o bebê de três meses e buscou ajuda de um grupo especializado para enfrentar as dificuldades que teve com a amamentação, sem interrompê-la, como fazem muitas mulheres. A ingestão de água relatada está dentro da faixa recomendável.

Como mulher da mídia e preocupada com o corpo, a apresentadora buscou retornar a atividade física, fazer massagem e controlar a alimentação (diminuição do consumo de carne vermelha, doces e frituras). Porém, algumas questões importantes chamaram bastante a atenção, sendo o motivo da discussão deste texto. Apesar de relatar que tem conhecimento da necessidade de comer de três em três horas e não pular os lanches, ela afirma que nunca conseguiu cumprir essa recomendação.

Em um quadro na página da revista tem um modelo de cardápio realizado. Adriane realiza três refeições diariamente (desjejum, almoço e jantar), compostas de fruta, café, torrada ou bolo simples (sem recheio ou cobertura), salada, mix de legumes cozidos, carne branca grelhada e sopa. Apesar da reportagem não informar a quantidade ingerida de cada alimento, percebe-se uma baixa ingestão alimentar.

Fazendo um cálculo estimado em porções médias, nota-se que a ingestão energética diária da apresentadora pode estar em torno de 700 Kcal e as quantidades de ingestão de carboidratos, fibras, cálcio e vitaminas B1 e B2 podem estar abaixo dos valores de referência preconizados para uma nutriz saudável.

As necessidades nutricionais durante a lactação são maiores do que na gestação, pois é a fase do período reprodutivo de maior demanda energética, onde o lactente dobra seu peso quatro meses após o nascimento. O aumento do gasto energético está relacionado ao custo adicional necessário para a síntese e secreção do leite materno. Durante o período de amamentação, a nutriz tem suas necessidades energéticas aumentadas em cerca de 500 Kcal/dia para os primeiros 6 meses de lactação e de 400 kcal/dia nos meses subsequentes.

Esse valor adicional pode variar em função do estado materno pré-gestacional (baixo peso, peso adequado, sobrepeso ou obesa) e do ganho de peso durante a gestação e deve ser avaliado e prescrito pelo profissional nutricionista. Algumas fórmulas utilizadas para calcular a necessidade energética de uma pessoa saudável estimam que uma mulher com o peso, altura, idade e atividade física da apresentadora deve consumir em torno de 2000 Kcal/dia. Ou seja, uma lactante com este perfil deveria ingerir em média 2500 Kcal/dia.

A restrição energética não é recomendada durante a gravidez, nem no caso de mulheres obesas. Durante a lactação, algumas pesquisas indicam que o consumo deve ser no mínimo de 1800 Kcal/dia e advertem sobre o risco da prática de dietas com valor energético inferior a 1500 Kcal.

Os nutrientes mais críticos, em caso de baixa ingestão alimentar, são as vitaminas A, B1, B2, B6 e B12, uma vez que o consumo ou estoques maternos baixos afetam mais adversamente o bebê. Além disso, as reservas desses nutrientes no bebê são frequentemente baixas e rapidamente depletadas, tornando-as dependente do conteúdo do leite materno. O efeito da baixa ingestão de cálcio é a longo prazo na densidade óssea materna e não altera a concentração de cálcio no leite materno.

No pós-parto, quando o organismo da mulher está preparado para lactar, nem sempre ela consome a quantidade necessária de calorias para produzir o leite materno. Se estiver amamentando, o organismo irá retirar a reserva acumulada durante a gestação e da alimentação atual da mulher para fabricar o leite materno. A baixa ingestão alimentar pode gerar deficiências nutricionais na mãe e no bebê, provocar crescimento e desenvolvimento deficitário do bebê, com consequente desenvolvimento de doenças em ambos.

São vários os fatores associados com a variação da perda de peso no pós-parto, como os fatores dietéticos, ganho de peso gestacional, estado nutricional pré-gestacional, atividade física, tempo de lactação, idade materna, paridade, renda e escolaridade. Se a nutriz para de amamentar precocemente, conserva as calorias que seriam usadas para fabricar leite materno e conserva o peso ganho na gestação, demorando mais tempo para voltar ao peso pré-gestacional.

Mulheres eutróficas (com peso adequado), que ganham peso nas quantidades recomendadas, usualmente retornam aos seus pesos pré-gestacionais sem requerer nenhuma intervenção.

É esperado que as mulheres lactantes em amamentação exclusiva percam de 0,6 Kg a 0,8 Kg/ mês para os quatro a seis primeiros meses de lactação. Essa perda pode chegar a 500 g por semana e não interferir no crescimento do bebê. Valores superiores entre 2,0 kg a 3,0 kg/mês são considerados excessivos para as mulheres com peso dentro da faixa considerada saudável. Essa perda pode ser influenciada pela quantidade de ingestão calórica e pela prática ou não de atividade física.

A amamentação é um período prazeroso e benéfico para a mulher e para o bebê e não é o momento mais indicado para a prática de dietas alimentares restritivas, visando à perda de peso. As informações contidas na reportagem podem influenciar negativamente as leitoras, levando-as a seguir dieta alimentar semelhante. Recomenda-se que tanto gestantes como nutrizes sejam acompanhadas pelo profissional nutricionista, evitando se expor a riscos. Com acompanhamento nutricional adequado, a nutriz poderá seguir um plano alimentar individualizado e voltado para este momento da sua vida, que proporcionará eliminação gradativa do peso adquirido na gestação sem prejudicar a quantidade e qualidade nutricional do leite produzido.

Dentre as orientações gerais para uma nutriz, destacamos:

- Fazer uma alimentação fracionada em 6 vezes/dia, para garantir níveis glicêmicos constantes e nutrientes;

- Ingerir de 3 a 4 litros de água/dia;

- Aumentar a ingestão de verduras, legumes e frutas;

- Consumir alimentos fonte de ferro (carne e vegetais folhosos verde-escuro), alimentos fonte de cálcio (sardinha, salmão, brócolis, couve, semente de gergelim, amêndoa), e fonte de ácido fólico (peixes, brócolis, tomate, acelga, couve, rúcula);

- Consumir cereais integrais;

- Não consumir bebidas alcoólicas, nem fumar;

- Evitar o consumo de alimentos estimulantes, como café e alguns tipos de chá;

- Não consumir adoçantes

*Texto elaborado pela Dra Carolina de Morais Luiz Pereira, aluna bolsista do curso de Pós-graduação em Nutrição Esportiva Funcional pela VP Consultoria Nutricional/ Divisão Ensino e Pesquisa.