Muitos me perguntam o que é Ecologia Médica.
Primeiro, devemos salientar que Medicina Ambiental, Ecologia Celular, Medicina Ecológica são sinônimos de Ecologia Médica.
Segundo, esclarecer que Ecologia Médica não se trata de uma especialidade médica.
Mas afinal, o que é ecologia médica ?
Consiste em uma estratégia terapêutica utilizada pela medicina. Tem como objetivos principais restaurar o equilíbrio entre homem e a natureza e tratar as patologias ocasionadas pela perda desse equilíbrio. Ou seja, objetivamos saúde para todos e esta saúde deve ser interpretada como um bem-estar global (físico, mental e espiritual).
É regida por 2 princípios:
- Princípio da Unicidade: cada indivíduo é único no universo, tendo uma individualidade bioquímica, o que pode ser bom para um, pode ser veneno para outro);
- Princípio da integralidade: não estamos desconectados do universo, vivemos em uma grande teia, na qual o que fazemos afeta todo um sistema, por mais simples que seja essa ação. Os diversos fatores fisiológicos que contribuem para o aparecimento das doenças estão interligados entre si. Ou seja, todos os seres estão integrados e o que o homem faz com o meio ambiente gera repercussões em todos os âmbitos da vida.
Na ecologia médica o foco é o ecossistema, ou seja, o paciente é visto dentro de uma abordagem holística. Nosso foco é o indivíduo e não apenas a doença que o indivíduo possui. Procuramos tratar a causa base das doenças, não só o sinal ou sintoma.
Os praticantes da ecologia médica afirmam que quando há uma perda do equilíbrio entre o homem e a natureza surgem inúmeras doenças e por isso a ecologia médica visa reintegrar o homem ao meio, de forma equilibrada. Sempre tendo em mente a ecossustentabilidade e a compreensão de que o homem não é isolado do ecossistema.
A nossa abordagem engloba conhecimento de diversas áreas:
- Nutrição (em especial a nutrição funcional),
- Medicina (homeopatia, homotoxicologia, ortomolecular, medicina tradicional chinesa, ayurvédica, alopatia),
- Permacultura,
- Engenharia biossustensável
- Biologia,
- Farmácia/bioquímica,
- Agronomia,
- Engenharia florestal,
- Engenharia ambiental,
- Fisioterapia,
- Odontologia,
- Psicologia.
Sempre na busca pela restauração do equilíbrio homem/meio ambiente. Alguns dos temas que abordamos são:
- As poluições (ar, água, solo, sonora, eletromagnética),
- Alergias: Alimentares, ambientais e respiratórias,
- Carência ou excesso de nutrientes,
- Intoxicação por metais pesados,
- Intoxicação por contaminantes ambientais (plástico, pesticidas, herbicidas, poluentes orgânicos persistentes),
- Manejo do estresse,
- Métodos naturais para melhoria da qualidade de vida e eliminação de toxinas (processos de destoxificação)
- Alternativas para mudança do estilo de vida.
A contaminação do meio ambienta leva a uma contaminação dos seus constituintes, porém muitas vezes essa intoxicação crônica passa desapercebida pela maioria dos médicos, por falta de conhecimento acerca do tema. Abaixo algumas informações elaboradas pela Dra. Emília Gadelha Serra, uma das pioneiras na ecologia médica no Brasil.
Abaixo segue uma lista "básica" de sintomas relacionados a toxicidade crônica decorrente de contaminantes ambientais:
- Cansaço frequente ou queda de energia inexplicada
- Dores musculares espontâneas
- Dificuldade de concentração ou déficits de memória
- Irritabilidade fácil ou mudanças de humor frequentes
- Alterações de sono
- Acordar com a sensação de que não dormiu bem
- Ganho fácil de peso ou sensação de "inchaço" generalizado
- Desconfortos intestinais variados
- Dores de cabeça leves intermitentes
- Nível de saúde incompatível com a idade cronológica.
As fontes de toxinas podem ser externas (exógenas) ou internas (endógenas). As exógenas são:
- Infecções (micróbios em geral (vírus, fungos, bactérias).
- Radiações
- Sobrecarga eletromagnética: wireless, celular, microondas
- Geopatia
- Stress
- Medicamentos
- Alimentação
- Alérgenos
- Poluição (frequentemente por metais pesados ou produtos químicos)
As endógenas são:
- Metabólitos
- Hormônios
- Produtos bacterianos (lipopolissacárides)
O meio ambiente interno se altera na dependência da exposição a xenobióticos, alterações do equilíbrio da flora intestinal (microbioma), inflamação crônica de fontes variadas (frequentemente relacionada a alterações gastrointestinais, decorrentes do desequilíbrio bacteriano - disbiose intestinal - ou de alergias alimentares ocultas), doenças pré-existentes e stress oxidativo/peroxidação lipídica.
Em Medicina, o conceito de "terreno biológico" é essencial. E a capacidade de destoxificação de cada organismo é individual, geralmente podendo ser melhorada com medidas simples (correções alimentares) e os chamados "métodos biológicos" (procedimentos de destoxificação - enemas, medicamentos antihomotóxicos, por exemplo).
O tempo de exposição às toxinas também importa bastante - portanto quanto mais "vivido" o indivíduo, maior a chance de "confusões"...
O fígado e os intestinos são os órgãos-chave, exercendo papel fundamental no equilíbrio dinâmico de todo organismo - em especial o fígado, facilitando a seleção do que entra e do que sai via intestinal.
Fígado desintoxicado = saúde.
Flora intestinal equilibrada = saúde.
Atualmente se fala que no processo de adoecimento a carga genética é responsável por apenas 30%. 70% é "ambiental", leia-se hábitos - estilo de vida, exposição a toxinas e capacidade destoxificante individual. Portanto, há muito por fazer no sentido de recuperar a saúde de forma verdadeira e consistente.