sábado, 10 de junho de 2023

Por que "sigo" a dieta e não emagreço?

Recentemente uma afilhada (Dra. Helena Bacha - residente de Nutrologia da USP) fez uma postagem excelente, mostrando algumas das razões para a ausência de emagrecimento em alguns pacientes. Abaixo as imagens. Complemento com um post meu e do Rodrigo Lamonier (o nutricionista que atende comigo).

Vamos falar de como uma alimentação equilibrada pode ajudar não só na sua saúde, mas também no processo de perda de peso!

O foco não deve ser só nas calorias, mas também na qualidade desses nutrientes! 🍓🥬🌽🍌🍇🥗🌾🐟

Lembrando também que quando falamos em "peso corporal" estamos incluindo aí a composição corporal. Um mesmo peso pode ter diferentes composições corporais! Perder peso não significa necessariamente perder gordura - porém isso é assunto para outro post hehe 🤭

📚 Referências bibliográficas (algumas já estão citadas nas imagens do post):

1. Calder PC, Ahluwalia N, et al. Dietary factors and low-grade inflammation in relation to overweight and obesity. Br J Nutr. 2011 Dec;106 Suppl 3:S5-78.

2. Thaler JP, Schwartz MW. Minireview: Inflammation and obesity pathogenesis: the hypothalamus heats up. Endocrinology. 2010 Sep;151(9):4109-15.

3. Kawai T, Autieri MV, Scalia R. Adipose tissue inflammation and metabolic dysfunction in obesity. Am J Physiol Cell Physiol. 2021 Mar 1;320(3):C375-C391.

4. Galland, Leo. "Diet and inflammation." Nutrition in Clinical Practice 25.6 (2010): 634-640.

5. Canada’s Dietary Guidelinesfor Health Professionals and Policy Makers, January 2019.

6. Slavin JL. Dietary fiber and body weight. Nutrition. 2005 Mar;21(3):411-8.

7. Davis CD. The Gut Microbiome and Its Role in Obesity. Nutr Today. 2016 Jul-Aug;51(4):167-174

8. Texto do blog Dr. Frederico Lobo. Disponível em: https://www.ecologiamedica.net/2022/09/existe-dieta-antiinflamatoria.html?m=1&fbclid=PAAaZxKJhgtzDUKRRIFN08O6_TKWzKl_rjdTMyRBruRq48kXjsM5YdNdxTWlo

























Engordou sem motivo aparente? Não consegue emagrecer mesmo fazendo atividade física e dieta? 

Veja 5 motivos que podem estar provocando o aumento de peso

1. TALVEZ VOCÊ NÃO DURMA O SUFICIENTE

A privação do sono pode favorecer o ganho de peso, ou seja, quem não dorme direito:

1) Produz mais cortisol (que engorda por estimular a diferenciação de pré-adipócitos em adipócitos);
2) Produz menos leptina (hormônio relacionado à saciedade e que também facilita o gasto de energia pelo organismo);
3) Produz mais grelina (substância responsável por estimular o apetite e aumentar  a avidez por alimentos ricos e carboidrato e gordura);

Além disso, a privação do sono pode gerar estresse, irritabilidade, aumento da incidência de doenças cardiovasculares, labilidade emocional, indisposição e fadiga no dia seguinte. Portanto qualidade de sono é igual Qualidade de vida. Nos últimos 10 anos o que mais tenho visto tanto no consultório quando no ambulatório de Nutrologia são pessoas que correlacionam ganho de peso após piora da qualidade do sono. Principalmente profissionais da área da saúde ou profissionais que trabalhadores noturnos.

2. TALVEZ A MEDICAÇÃO QUE VOCÊ FAZ USO POSSA  FAVORECER GANHO DE PESO

Quando você ganha peso, a primeira hipótese que você avalia é sua dieta. Na maioria das vezes é, conforme citado na postagem da Dra. Helena. 

Porém, as vezes a culpa pode ser de algumas medicações. Por isso os Nutrólogos sempre enviam "cartinhas" para os colegas, que se possível troquem algumas medicações por outras que não estejam relacionadas ao ganho de peso. 

Muitos medicamentos, incluindo os que tratam enxaquecas e distúrbios do humor, assim como alguns anticoncepcionais, podem causar ganho de peso por uma variedade de razões. Se você suspeitar que um medicamento pode estar te fazendo engordar, converse com seu médico para discutir outras opções.

Resumo das principais medicações que podem alterar o peso:


  • As medicações psiquiátricas são as que mais possuem potencial para favorecer o ganho de peso. Na tabela acima listei quais são as que favorecem ganho de peso, as que são "relativamente" neutras e as que promovem a perda de peso. Créditos para o meu primo e Psiquiatra e professor de Nutrologia (Hewdy Lobo) que me passou a tabela. 
  • Anticoncepcionais, Corticoides, Anti-histamínicos, Insulina, Sulfoniluréias, Tiazolidinedionas, Beta-bloqueadores também pode favorecer o ganho de peso.
Minhas considerações: desde que comecei no ambulatório de Nutrologia no começo de 2015, tenho recebido centenas de pacientes utilizando medicações listas acima e durante a anamnese eles mostram uma associação muito forte de ganho de peso quanto utilizam as seguintes medicações: 
  • Duloxetina: Velija, Cymbi, Dual, Abretia.
  • Paroxetina: Parox, Paroxiliv, Paxil CR, Paxtrat, Pondera, Pondix, Roxetin, Sertero, Zyparox.
  • Escitalopram: Lexapro, Espran, Exodus, Reconter.
  • Amitriptilina: Tryptanol, Amytril, Neo Amitriptilina ou Neurotrypt.
  • Clomipramina: Clo, Fenatil e Clomipran.
  • Imipramina: Tofranil, Tofranil Pamoato, Depramina, Mepramin, Praminan, Uni Imiprax. 
  • Nortriptilina: Pamelor.
  • Carbonato de Lítio: Carlit XR, Carbolim, Carbolitium, Carlit.
  • Valproato ou ácido valpróico: Depakene, Depakine, Depakote, Divalproex, Epilim, Valparin, Valpakine,Torval CR, Epilenil.
  • Carbamazepina: Tegretol.
  • Gabapentina: Neurotin.
  • Quetiapina: Neuroquel, Queropax, Quetiel, Quetifren, Quetibux, Neotiapim, Atip, Aebol, Queopine.
  • Olanzapina: Axonium, Midax, Zyprexa, Zydis, Zap, Zalasta, Zolafren, Olzapin, Rexapin.
  • Risperidona:Zargus, Respidon, Viverdal.
  • Pregabalina: Lyrica, Prebictal, Dorene, Proleptol, Preneurim
  • Prednisona: Metcorten, Predsin.
  • Contraceptivos (Anticoncepcionais): na maioria das vezes é apenas uma leve retenção de líquido, mas algumas pacientes relatam ganho de peso com os injetáveis como o Depo-provera.
  • Insulinas
  • Sulfoniuluréias: Clorpropamida, Glibenclamida, Glipizida, Gliclazida, Gliclazida MR, Glimepirida. 
  • Tiazolidinedionas: Pioglitazona: Actos, Aglitil, Gliactis, Glicopio, Glitasolin, Pioglit, Pioglizon, Piotaz, Stanglit.
  • Beta-bloqueadores: Propranolol (Inderal, Rebaten), Atenolol (Atenol, Angipress, Ablok, Atenopress), Nadolol, Metoprolol (Selozok, Seloken, Lopressor), Bisoprolol (Concardio, Concor) teoricamente diminuem a conversão periférica do T4 (hormônio tireoideano com menor atividade) em T3 (hormônio tireoideano mais ativo) e com isso estudos mostram um maior ganho de peso. Além disso agem "segurando" a frequência cardíaca e assim o indivíduo não consegue elevar a frequência cardíaca durante uma atividade física mais intensa. E também agem bloqueando um receptor chamado Beta 3 adrenérgico, responsável pela quebra da gordura. Entretanto o impacto no peso, dependerá da seletividade do fármaco. Alguns são mais seletivos para atuar no coração, outros como o propranolol agem de forma mais sistêmica e com isso tem-se mais efeitos indesejáveis. 

3. TALVEZ VOCÊ ESTEJA EM UM ESTADO DE ESTRESSE CRÔNICO

“O estresse leva ao aumento do hormônio cortisol, que facilita a diferenciação de células gordurosas (aumento do número de células gordurosas), aumenta a formação de gordura (entrada de triglicérides no adipócito – célula de gordura), dificulta o emagrecimento”, afirma o endocrinologista, Dr. Marcio Mancini, Presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e médico responsável pelo Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas.

Além disso ocorre um desequilíbrio na massa magra pois uma das ações do cortisol é a utilização da massa magra (degradação das proteínas) e com isso alteração do metabolismo basal, fraqueza muscular.
Se você está ocupada demais em seu escritório levando uma vida sedentária é provável que seu trabalho esteja causando o aumento de peso. Talvez, em meio a tantas tarefas, você não esteja prestando atenção em sua alimentação ao longo do dia, e esteja ingerindo calorias extras.

4. TALVEZ O SEU TREINO NÃO ESTEJA ADEQUADO

É comum achar que você "ganhou" peso depois de começar a fazer academia, e isto acontece por duas razões. A musculação aumenta a massa muscular e maior retenção de água dentro do músculo. 

Outro fato interessante é que muitos afirmam ficar horas nos exercícios aeróbicos e não perderem peso. Aeróbico só favorecer queima de gordura de forma significativa quando a frequência cardíaca é acima de 60% da Frequência cardíaca máxima. Ou seja, treine pesado.

Muitas mulheres optam por fazer apenas aeróbico com medo da musculação. Musculação emagrece mais a longo prazo do que o exercício aeróbico. Primeiro pq ela favorece o ganho de massa magra, já o aeróbico não, pelo contrário, você pode perder gordura mas também massa magra. Segundo pq o treinamento de força (musculação) mantém seu metabolismo basal alterado (gastando calorias mesmo em repouso) por mais tempo.

5. TALVEZ A SUA INGESTÃO DE FIBRAS E ALIMENTOS QUE MODULAM A MICROBIOTA INTESTINAL PODE ESTAR BAIXA

A baixa ingestão de fibras, alta ingestão de gorduras saturadas, aditivos alimentares, baixa ingestão de água e consumo excessivo de alimentos que podem ocasionar inflamação intestinal (FODMAPS) podem estar modulando o seu microbioma intestinal e isso pode de forma indireta atrapalhar o emagrecimento. Hoje já sabemos que existe uma correlação entre uma microbiota variada, baixa concentração de bactérias patogênicas e o nosso metabolismo. Indivíduos obesos possuem mais um tipo de bactérias chamadas firmicutes e os com peso adequado ou baixo peso possuem mais bacteriodetes. 

Ainda há muito que se elucidar nessa área, esclarecer os mecanismos entre obesidade e microbioma intestinal. Interrelação cérebro-intestino e como isso afeta o nosso peso. Portanto, apesar de não termos tantas evidências sobre estratégias que possam modular o peso através de uma modulação intestinal seja através de probióticos ou de alimentos, a dica é: 
  1. Consuma pelo menos 35g de fibras por dia, principalmente fibras solúveis. 
  2. Além disso evite o consumo de gordura saturadas, os trabalhos mostram que excesso de gordura saturada favorece a proliferação de bactérias patogênicas além de agravar a inflamação na mucosa intestinal. 
  3. Ingira água, pelo menos 30ml por kilo de peso. 

Autores: Dr. Frederico Lobo (Médico Nutrólogo) e Rodrigo Lamonier (Nutricionista e Profissional da educação física). 

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Todas as fibras são prebióticas? Aprenda a diferenciar


Quando falamos em prebióticos, os alimentos ricos em fibras são sempre citados. Isso pode passar a ideia de que todas as fibras são prebióticas, mas será que isso é verdade?

As fibras são nutrientes essenciais na alimentação, com inúmeros benefícios para a saúde. A OMS recomenda uma ingestão superior a 25 g/d, e não é à toa: as fibras podem ajudar a prevenir doenças crônicas, melhorar a função intestinal, aumentar a saciedade, dentre diversas outras vantagens.

Fibras prebióticas

Entretanto, algumas fibras específicas possuem ainda mais benefícios, devido à sua ação de modular a microbiota intestinal. Neste artigo, você vai entender o que são os prebióticos, quais são as fibras prebióticas, e quais delas não se enquadram nesta categoria.

O que são prebióticos?

Segundo a Associação Científica Internacional de Probióticos e Prebióticos (ISAPP), os prebióticos são “substratos que são usados seletivamente por microrganismos hospedeiros, conferindo benefícios à saúde”.

Em outras palavras, os prebióticos são componentes alimentares que promovem o crescimento e/ou a atividade de bactérias benéficas que vivem no nosso organismo.

Além disso, os prebióticos inibem o crescimento de bactérias patogênicas, modulam a imunidade, melhoram a função da barreira intestinal, aumentam a biodisponibilidade e absorção mineral, entre outros.

É válido ressaltar que, além das fibras apresentadas a seguir, outros componentes alimentares também são considerados prebióticos, como os polifenóis e os ácidos graxos poliinsaturados.

Todas as fibras são prebióticas?
Há muitas evidências sobre a atuação das fibras para o equilíbrio da microbiota intestinal. As fibras prebióticas atuam como um substrato seletivo para as bactérias benéficas, como Bifidobacterium e Lactobacillus.

Além do equilíbrio da microbiota, algumas fibras prebióticas também podem ajudar a controlar respostas glicêmicas, auxiliar na maior absorção do cálcio e promover o controle metabólico.

No entanto, nem todas as fibras são prebióticas.

Quais são as fibras prebióticas?

De modo geral, as fibras são divididas em quatro grupos: oligossacarídeos resistentes, polissacarídeos não amiláceos, amido resistente e substâncias associadas. Até o momento, o consenso é que apenas fibras do grupos oligossacarídeos resistentes (FOS, GOS e frutanos) e os polissacarídeos não amiláceos (inulina), além da fibra solúvel de milho (amido de milho resistente) são prebióticos.

Muitos alimentos e bebidas do nosso suprimento alimentar são enriquecidos com fibras prebióticas, disponíveis comercialmente às empresas de alimentos e bebidas. Conheça as fontes naturais de algumas dessas fibras:

  • Os frutooligossacarídeos (FOS) são encontrados em alimentos do reino vegetal, como chicória, cebola, alcachofra, alho, tomate e aspargo. Na microbiota, o FOS produz ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), L-lactato e outras moléculas bioativas.
  • Os galactos-oligossacarídeos (galactanos, ou GOS) ocorrem naturalmente no leite de mamíferos (como o leite materno). O GOS estimula o crescimento de Bifidobacterium, e modula a função imunológica de crianças amamentadas.
  • Os frutanos de agave também foram documentados como prebióticos, pois estudos mostraram o aumento de Bifidobacterium e Lactobacillus no cólon, além de produção de AGCC e redução do pH intestinal.
  • Por fim, a inulina é encontrada em alimentos como chicória, cebola e alcachofra. Estudos apontam seu potencial no aumento de Bifidobacterium, e diminuição de Ruminococcus, Lachnobacterium, e Desulfovibrio.

Fibras potencialmente prebióticas

Além destas, outras fibras são candidatas à prebióticos, apesar do consenso não estar estabelecido. São elas:
  • Mananoligossacarídeos (MOS): parede celular de bactérias, plantas ou leveduras.
  • Xilooligossacarídeos (XOS): frutas, legumes, leite, mel.
  • Galactosídeos (rafinose, estaquiose, verbascose): grão-de-bico, malvas, ervilhas, sementes de leguminosas, lentilhas, feijões.
  • Amido resistente tipo 2, 3 e 4: banana verde, batatas, grãos, alimentos processados e cozidos, produtos de panificação quimicamente modificados.
  • Polidextrose: bebidas, bolos, doces e sobremesas com adição de polidextrose.
  • Pectina: cascas de frutas (maçã e laranja), batata, açúcar de beterraba.
  • Hemicelulose: cereais, grãos, vegetais, aveia, cevada, vagem, abobrinha, maçã com casca, abacaxi.
  • Dextrina resistente: produtos lácteos e bebidas adicionadas de dextrina resistente.
Fibras não prebióticas

Por fim, algumas fibras não são consideradas prebióticos, seja pela digestibilidade nula ou baixa, ou pela escassez de evidências científicas . São elas:
  • Amido resistente tipo 1 e 5: grãos e sementes fisicamente inacessíveis, amidos lipídicos modificados.
  • Celulose: presente em alimentos do reino vegetal.
  • Lignana: camada externa de grãos e cereais.
  • Ceras: secretadas por insetos ou plantas.
  • Quitinas: parede celular de fungos e exoesqueletos de crustáceos.
Mensagem final

Todas as fibras trazem benefícios para a saúde. Entretanto, nem todas podem ser consideradas prebióticas, pois a ação na microbiota intestinal não está presente em todas elas.

De modo geral, as fibras prebióticas são principalmente FOS, GOS, frutanos, fibra solúvel de milho (amido de milho resistente) e inulina. Por isso, o consumo de alimentos contendo estes nutrientes deve ser incentivado por profissionais de saúde. Para obter seus efeitos, a dose de ingestão pode variar de 2 a 20 g/dia.

Mais estudos sobre os efeitos prebióticos das fibras são necessários, para consagrar os efeitos das fibras potencialmente prebióticas.

Referências:

  • CARLSON, Justin L. et al. Health effects and sources of prebiotic dietary fiber. Current developments in nutrition, v. 2, n. 3, p. nzy005, 2018.
  • Defining prebiotics: where do we stand now? Tate & Lyle, 2021.
  • HOLSCHER, Hannah D. Dietary fiber and prebiotics and the gastrointestinal microbiota. Gut microbes, v. 8, n. 2, p. 172-184, 2017.
  • REZENDE, Esther Santana Vaz; LIMA, Glaucia Carielo; NAVES, Maria Margareth Veloso. Dietary fibers as beneficial microbiota modulators: A proposed classification by prebiotic categories. Nutrition, v. 89, p. 111217, 2021.
  • Soluble Corn Fibre: Scientific Research and Health Benefits.


quinta-feira, 8 de junho de 2023

Funcho e erva-doce são a mesma coisa?

Se você gosta de chás e estuda fitoterapia, é provável que você já tenha confundido o funcho com a erva-doce em algum momento! Também conhecida como funcho-doce, essa herbácea é considerada uma erva medicinal. 

Mas antes de explicar, sugiro que você me siga no instagram: @drfredericolobo para mais informações de qualidade em Nutrologia e Medicina. Lá, posto principalmente nos stories, informação de qualidade e no feed, junto com meus afilhados postamos sobre vários temas. Para agendamento de consulta presencial ou por telemedicina, clique aqui.

A espécie Foeniculum vulgare é muito bem aproveitada por aqueles que a consomem, seja na culinária ou como bebida. Nativo da Europa e do Norte da África, o funcho é uma planta silvestre disseminada em larga escala no Mediterrâneo, mas também pelo mundo afora. A herbácea é extremamente aromática e muito bem aproveitada pela indústria farmacêutica e de cosméticos. Dela é possível extrair o óleo essencial de funcho, que tem efeito relaxante. Porém, além disso, a planta também é considerada um ótimo ingrediente para preparos culinários e receitas medicinais.

Mas qual a diferença entre funcho e erva-doce?

Apesar de ser muito confundido com a erva-doce (Pimpinella anisum), o funcho-doce possui aspectos que o diferencia fortemente da outra espécie. Ambas têm o talo e as folhas consumidas em receitas e apresentam sabor semelhante, mas possuem propriedades variantes. 




A Foeniculum vulgare se destaca pelas flores amarelas e rendadas, diferentemente da erva-doce, que tem flores brancas. Os motivos para consumir o chá de erva-doce são bem específicos, assim como no caso do chá de funcho.

Funcho: flores amarelas

Erva-doce


Planta medicinal melhora digestão e reduz gases

O funcho tem algumas propriedades medicinais para a saúde digestiva. O alimento conta com diversos nutrientes em sua composição, como fibras alimentares, vitaminas do tipo A, C e do complexo B, além de sais minerais como cálcio, ferro, fósforo, potássio, sódio e zinco. Todos em quantidades muito pequenas. O funcho tem ações expectorantes e pode ajudar em sintomas gastrintestinais.

O consumo da planta medicinal é muito indicado para pessoas que sofrem com flatulências e dores abdominais constantes. Além disso, a erva apresenta efeitos positivos para o tratamento de outros tipos de problemas relacionados ao sistema digestivo, facilitando o processo de digestão - mesmo em casos de comidas mais pesadas - e a absorção dos nutrientes. O funcho também ajuda na redução do mau hálito.

Saiba para que serve chá de funcho e como fazê-lo

O chá de funcho é uma boa opção para pessoas de qualquer idade que estejam sofrendo de problemas digestivos ou intestinais (mas antes passe em consulta médica). A bebida é bem simples de ser preparada. Para fazer o chá, você deve utilizar 1 colher de sementes de funcho ou as folhas da planta trituradas. Coloque-as em uma xícara de água fervente, tampe e espere de 12 a 15 minutos para a infusão ser concluída e a bebida fique morna. Depois, coe para retirar os resíduos do alimento. Por fim, é só beber!

Abaixo algumas receitas que você pode fazer com a erva-doce.











Vamos falar de desnutrição hospitalar?

Você sabia que as taxas de desnutrição hospitalar só pioram? E você: médico, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeiro, técnico de enfermagem, profissional de saúde, pode ajudar a combater isso!

Se informe sobre a desnutrição, observe seu paciente, atente-se às queixas gastrointestinais, procure ativamente ver se seu paciente está recebendo o aporte calórico e proteico que ele precisa!

A Campanha Diga não à Desnutrição é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN) que visa tornar de conhecimento público a prevalência, os problemas causados pela desnutrição hospitalar.


#Nutrologia #NutrologiaBrasil #MovimentoNutrologiaBrasil #BRASPEN #Desnutrição

Referências Bibliográficas

1. Barker LA, Gout BS, Crowe TC. Hospital malnutrition: prevalence, identification and impact on patients and the healthcare system. Int J Environ Res Public Health. 2011 Feb;8(2):514-27. doi: 10.3390/ijerph8020514. Epub 2011 Feb 16. PMID: 21556200; PMCID: PMC3084475.
2. Waitzberg DL, Caiaffa WT, Correia MI. Hospital malnutrition: the Brazilian national survey (IBRANUTRI): a study of 4000 patients. Nutrition. 2001 Jul-Aug;17(7-8):573-80. doi: 10.1016/s0899-9007(01)00573-1. PMID: 11448575.
3. Correia, M.I.T. and Waitzberg, D.L. (2003) The Impact of Malnutrition on Morbidity, Mortality, Length of Hospital Stay and Costs Evaluated through a Multivariate Model Analysis. Clinical Nutrition, 22, 235-239.
https://doi.org/10.1016/S0261-5614(02)00215-7








Junho verde - Campanha “Diga não à desnutrição”: 11 passos importantes para combater a desnutrição hospitalar

A desnutrição é definida como o estado resultante da deficiência de nutrientes que podem causar alterações na composição corporal, funcionalidade e estado mental com prejuízo no desfecho clínico. Pode ser causada por fatores de privação alimentar, doenças, idade avançada, isolados ou combinados.

Esta condição é frequentemente encontrada no ambiente hospitalar. Muitas vezes negligenciada, apesar de afetar desfavoravelmente a saúde da população, a desnutrição apresenta como principais complicações: pior resposta imunológica, atraso no processo de cicatrização, risco elevado de complicações cirúrgicas e infecciosas, maior probabilidade de desenvolvimento de lesões por pressão, aumento no tempo de internação e do risco de mortalidade. Fora isso, acarreta considerável aumento dos custos hospitalares.

Trata-se de um dos maiores problemas de saúde pública em países subdesenvolvidos e, também, em nações desenvolvidas. A taxa de desnutrição varia entre 20 e 50% em adultos hospitalizados, sendo de 40 a 60% no momento da admissão do paciente, isso em países latino-americanos. Durante a hospitalização, pacientes idosos, críticos ou aqueles submetidos a procedimentos cirúrgicos apresentam maior risco de desnutrição, com importante impacto econômico.

Uma revisão sistemática, publicada por Correia et al. em 2016, avaliou 66 publicações latino-americanas (12 países, aproximadamente 30.000 pacientes) e confirmou a manutenção da alta prevalência de desnutrição em pacientes hospitalizados. 

Dado semelhante foi publicado em 1998, extraído do inquérito brasileiro, difundido mundialmente e conhecido como IBRANUTRI. Este estudo, promovido e realizado pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN), avaliou 4 mil pacientes internados na rede pública hospitalar de vários estados brasileiros e do Distrito Federal. A prevalência da desnutrição foi de 48,1%, sendo que 12,6% dos pacientes apresentavam desnutrição grave e 35,5%, moderada. As regiões Norte e Nordeste tiveram maior prevalência, chegando a 78,8% na cidade de Belém do Pará. Há 20 anos estes dados foram publicados e o cenário permanece imutável até os dias atuais.

A identificação precoce da desnutrição, por meio de ferramentas validadas, possibilita estabelecer conduta nutricional mais apropriada e o grande desafio é evitar a piora do quadro e tentar recuperar o estado nutricional. Os crescentes conhecimentos entre os profissionais de nutrição e da saúde em geral, aliados aos avanços significativos em nutrição, têm proporcionado atendimento direcionado e especializado ao paciente hospitalizado, o que está associado a melhorias nos desfechos.
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A Associação Britânica de Nutrição Enteral e Parenteral (BAPEN) mostrou dados realizados durante a “Semana de Triagem Nutricional” em 2007, 2008 e 2010 que indicaram que um em cada três pacientes chegam ao hospital apresentando algum risco nutricional. Tais estudos demonstraram ainda, que houve aumento de 2007 para 2008 de 28% e de 2008 para 2010 de 34%, no tocante à taxa de pacientes admitidos com deficiência nutricional9. Estes altos índices de comprometimento nutricional podem ser evitados se o cuidado nutricional ganhar a devida atenção! Assim, o diagnóstico precoce da desnutrição, bem como o adequado “manejo”, é necessário, com o intuito de prevenir o status deficitário ou evitar o agravamento.

Desta forma, o objetivo desta campanha é reduzir as taxas de desnutrição por meio de uma série de ações que incluem triagem, diagnóstico, manejo e tratamento da desnutrição. Para facilitar a maneira de difundir este conhecimento, foi desenvolvido método mnemônico com a palavra “DESNUTRIÇÃO”, abordando cada letra inicial de forma simples, desde o conceito até o tratamento da desnutrição, conforme registrado no Quadro 1.

Os 11 passos do combate à desnutrição serão descritos detalhadamente nos tópicos abaixo:


Fonte: http://arquivos.braspen.org/journal/jan-fev-mar-2018/15-Campanha-diga-nao-aadesnutricao.pdf


quinta-feira, 1 de junho de 2023

Semana de Conscientização dos transtornos alimentares - Anorexia - Por Dra. Lia Bataglini

No dia 02/06 comera-se o Dia da conscientização dos transtornos alimentares. Então nós do Movimento Nutrologia Brasil estamos fazendo postagens para esclarecer leigos e profissionais da saúde sobre a importância de se reconhecer os transtornos e orientar a busca por auxílio médico. 

Os principais transtornos alimentares são:
  • Transtorno de compulsão alimentar, antigamente denominado de Transtorno de Compulsão alimentar Periódica (TCAP)
  • Anorexia
  • Bulimia
  • Ortorexia
  • Vigorexia

Hoje a minha afilhada Dra. Lia Bataglini falará sobre Anorexia.

Dr. Frederico Lobo


















Semana de Conscientização dos transtornos alimentares - Ortorexia - Por Dra. Beth Jong

No dia 02/06 comera-se o Dia da conscientização dos transtornos alimentares. Então nós do Movimento Nutrologia Brasil estamos fazendo postagens para esclarecer leigos e profissionais da saúde sobre a importância de se reconhecer os transtornos e orientar a busca por auxílio médico. 

Os principais transtornos alimentares são:

Transtorno de compulsão alimentar, antigamente denominado de Transtorno de Compulsão alimentar Periódica (TCAP)
Anorexia
Bulimia
Ortorexia
Vigorexia

Hoje a minha amiga e Nutróloga Dra. Beth Jong falará sobre Ortorexia

Dr. Frederico Lobo








Semana de Conscientização dos transtornos alimentares - Bulimia - Por Dra. Camila Froehner

 No dia 02/06 comera-se o Dia da conscientização dos transtornos alimentares. Então nós do Movimento Nutrologia Brasil estamos fazendo postagens para esclarecer leigos e profissionais da saúde sobre a importância de se reconhecer os transtornos e orientar a busca por auxílio médico. 

Os principais transtornos alimentares são:

Transtorno de compulsão alimentar, antigamente denominado de Transtorno de Compulsão alimentar Periódica (TCAP)
Anorexia
Bulimia
Ortorexia
Vigorexia

Hoje a minha afilhada Dra. Camila Froehner - Especialista em Clínica médica falará um pouco sobre o Bulimia.


Dr. Frederico Lobo