Um dos palestrantes do Fórum Peter Rembischevski adianta que o Brasil estuda o tema para adotar uma nova regulamentação ou proibição da substância.
‘”Proibir totalmente a utilização ou estabelecer um outro parâmetro de ingestão diária tolerável de Bisfenol-A (BPA) composto encontrado na fabricação de policarbonato, um tipo de resina utilizada na produção da maioria dos plásticos – é a grande dúvida que permeia a maioria das agências reguladoras do mundo, incluindo a ANVISA, no Brasil”, afirma Peter Rembischevski, Mestre em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Toxicologista e Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da Anvisa – Agência de Vigilância Sanitária.
Durante o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos: Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania que acontece dia 25 de novembro, quinta-feira, na Sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo(CREMESP), Peter abordará o Papel da Anvisa sobre o tema. O evento integra a Campanha contra os Desreguladores Endócrinos sob o slogan: “Diga não ao Bisfenol-A, a vida não tem plano B”, idealizada pela SBEM-SP.
Segundo ele, “a questão ainda não tem consenso na maioria das agências reguladoras no mundo porque cada uma delas interpreta os resultados das pesquisas científicas em animais por meio intra-venoso, de maneiras distintas causando controvérsias sobre o tema. E isso tem explicações sob a ótica da toxicologia. A ingestão de Bisfenol-A por meio intra-venoso é absorvida pelo organismo de modo diferente se comparada com a ingestão via oral, como acontece na maioria das vezes, por humanos. A reação do organismo é diferente dependendo da maneira que o Bisfenol-A é absorvido. O organismo dos animais e dos seres humanos são diferentes e, por isso, nem sempre o que é prejudicial para uma espécie é também para a outra. É o princípio da correlação inter-espécies. Mesmo as pesquisas realizadas com a substância em pequenas populações de pessoas ainda não é capaz de sustentar sua proibição”.
Ele reforça que talvez a discussão fique sobre o limiar da dose, abaixo da qual não produz efeito negativo, como é o caso do ferro. Afinal, a dose faz o veneno – uma dose baixa não oferece preocupação, mas destaca que o Brasil está atento e ainda estuda a melhor forma de regulamentar ou proibir a utilização da substância por isso quer também estudar o posicionamento da União Européia.
Nova Era
Peter ressalta que apesar de ainda não haver um consenso, as agências reguladoras mudaram a postura e, hoje, não esperam ter a certeza se uma substância é noviça ou não à saúde. Atualmente, diferente do passado, as agências utilizam o princípio da precaução – o que significa que mesmo antes de ter uma certeza, mas já tendo indícios, estabelece parâmetros de utilização da substância em questão para evitar maiores problemas no futuro. Antigamente, esperava-se anos até que se comprovasse a veracidade das pesquisas. Hoje, as agências incentivam os fabricantes a procurarem alternativas para substituir o produto .
Peter ainda reforça que o mercado mesmo sem uma posição da maioria das agências reguladoras já está mudando. Os produtos com Bisfenol-A estão perdendo mercado. “Para se ter uma idéia, os produtos com BPA perderam 50% do mercado no Japão, sem o governo precisar proibir a utilização da substância”, destaca Peter.
FONTE: http://sbemsp.org.br/bpa/
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Ainda sem consenso, agências reguladoras do mundo analisam a proibição ou não do Bisfenol-A, diz toxicologista da Anvisa
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Dr. Frederico Lobo
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terça-feira, 9 de novembro de 2010
SBEM-SP promove fórum sobre Desreguladores Endócrinos
No domingo postei um texto de autoria de uma nutricionista, mostrando a relação Obesidade com Bisfenol-A. Hoje trago para vocês uma campanha organizada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, regional de São Paulo (SBEM-SP).
Eles criaram um grupo técnico de trabalho dos desreguladores endócrinos (GTDE) que tem como objetivo utilizar a pesquisa em favor da socialização do conhecimento em prol da saúde da população. A missão do grupo é conscientizar a classe médica, a indústria, o governo e o consumidor sobre os efeitos dos desreguladores endócrinos na saúde humana e propor novas medidas de consumo.
Trabalho árduo pela frente, afinal, "mexer" com a indústria petrolífera é uma missão quase impossível. Falo isso porque à medida que forem estudando a ação dos outros desreguladores endócrinos perceberão que os derivados de petróleo tem uma ação disruptora importante.
Acredito que também terão que entrar na questão da preferência por orgânicos, afinal pesticidas também possuem efeito endócrino, então outro gigante a ser combatido: Monsanto...
Veremos que rumo tomará. Faço meu papel de médico ecologista e que defende um mundo mais limpo, mas sou um pouco pessimista com relação à mudanças quando o assunto se trata contaminantes. Até porque, "não existe contaminação, o que existe é envenenamento".
Boa semana
Dr. Frederico Lobo
GTDE (Grupo de Trabalho dos Desreguladores Endócrinos )
Formado por médicos endocrinologistas da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo). O grupo conta com o apoio e participação efetiva de pesquisadores sobre o tema que deram origem ao blog O Tao do Consumo.
Visão do grupo: Utilizar a pesquisa em favor da socialização do conhecimento em prol da saúde da população.
Missão do grupo: Conscientizar a classe médica, a indústria, o governo e o consumidor sobre os efeitos dos desreguladores endócrinos na saúde humana e propor novas medidas de consumo.
Comitê Gestor do GTDE:
SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo)
Dra. Elaine Costa
Dr. Francisco Homero D’Abronzo
Dra. Ieda Therezinha Verreschi
Dra. Marise Lazaretti Castro
Dra. Nina Musolino
Dra. Tania Bachega
Apoio ao Comitê: Blog O Tao do Consumo
Fabiana Dupont
Fernanda Medeiros
O que é a campanha ?
A Campanha Contra os Desreguladores Endócrinos é uma iniciativa do GTDE (Grupo de Trabalho dos Desreguladores Endócrinos) da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) criada com o intuito de mobilizar e conscientizar a população sobre os danos causados pelos desreguladores endócrinos (Endocrine Disrupting Chemical-EDCs) à saúde humana.
A proposta dessa campanha é o princípio da precaução, ou seja, uma vez que existem evidências que tais substâncias causam mal, tanto ao ser humano quanto ao meio ambiente, devem ser tomadas medidas de alerta, como um sinal de prevenção.
Objetivos da campanha
Envolver outros profissionais da área da saúde, como os farmacêutico-bioquímicos, toxicologistas, nutricionistas, além dos endocrinologistas, pediatras e outras especialidades, para informar e propor soluções e políticas públicas para o controle de tais substâncias.
Primeira ação da Campanha
A Regional São Paulo da SBEM lança como primeira ação da Campanha o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos: Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania. O evento está programado o dia 25 de novembro, das 8h30 às 13hs, na Sede do Cremesp Vila Mariana e é destinado pesquisadores e interessados em disseminar o conhecimento sobre os impactos dos desreguladores endócrinos à saúde humana.
O objetivo é debater as ações dos Desreguladores Endócrinos na saúde e como a população deve se proteger. A ação do Bisfenol-A e a proibição do seu uso em embalagens no mundo é destaque no Fórum .
De acordo com a Presidente da SBEM-SP, Marise Lazzareti Castro, “ a expectativa desse Fórum é buscar parcerias com instituições sérias como o CREMESP de SP– que já nesse primeiro momento contribuiu com apoio logístico, além de representantes como a APM (Associação Paulista de Medicina, SBP_SP (Sociedade Paulista de Pediatria); a Ética da Terra e o blog o Tao do consumo.
A médica explica que o Fórum promete fomentar a discussão de como a sociedade civil pode se organizar para se precaver contra o Bisfenol –A. “Queremos atrair pessoas envolvidas na área e que possam fazer contribuições, como por exemplo, os pesquisadores”, salienta.
A programação reserva temas como: Desreguladores Endócrinos e a saúde humana; aspectos químicos e toxicológicos, efeitos sobre a diferenciação sexual e efeitos sobre a glândula tireóide; Os Mecanismos e Iniciativas de Proteção Social contra Potenciais Riscos do Bisfenol A; panoramas das ações e empreendimento para o controle e proteção populacional. Posicionamento e medidas, o Papel da Anvisa e Discussão do Bisfenol-A no mundo.
Programação disponível aqui.
Significado da logomarca
A primeira fase da Campanha promove o slogan “Diga Não ao Bisfenol A, a Vida não tem Plano B” e chama a atenção para os danos causados pelo Bisfenol A, substância presente em utensílios utilizados em nosso dia a dia, que contaminam, em especial os alimentos que consumimos, trazendo danos irreversíveis ao sistema endócrino.
Logomarca – A logomarca tem como destaque o feto, pois é o alvo mais sensível à utilização de tais substâncias capazes de romper o sistema endócrino. As formas escolhidas para envolver o feto são de uma “borboleta”, devido à similaridade da forma da tireoide, principal órgão afetado pelos desreguladores endócrinos.
O que são EDC's ?
Os EDC’s (desreguladores endócrino) são substâncias químicas, que ocorrem no meio ambiente em forma isolada ou como uma mistura de substâncias, que possuem propriedades suscetíveis de desequilibrar o sistema endócrino num organismo intacto, sua descendência ou (sub) populações. Aproximadamente, 11 milhões de desreguladores endócrinos são produzidos mundialmente, alguns dos quais o ser humano tem contato diário, por meio da contaminação de alimentos, da poluição do ar ou da água.
Os que mais causam preocupação aos pesquisadores são: o Bisfenol A, encontrado, em sua maioria em plásticos e resinas, os pesticidas e herbicidas usados na lavoura, inadvertidamente ingeridos. Tais substâncias alteram o sistema endócrino, modificando o sistema hormonal do organismo, gerando prejuízos irreversíveis à saúde da população, tais como:
•Aborto
•Anomalias e tumores do trato reprodutivo
•Câncer de mama e de próstata
•Déficit de atenção, de memória visual e motor
•Diabetes
•Diminuição da qualidade e quantidade de esperma em adultos
•Endometriose
•Fibromas uterinos
•Gestação ectópica (fora da cavidade uterina)
•Hiperatividade
•Infertilidade
•Modificações do desenvolvimento de órgãos sexuais internos
•Obesidade
•Precocidade sexual
•Retardo mental
•Síndrome dos ovários policísticos
Sobre o Bifesnol-A (BPA)
O Bisfenol A (BPA) é um composto utilizado na fabricação de policarbonato, um tipo de resina utilizada na produção da maioria dos plásticos. O BPA também está presente na resina epóxi, utilizada na fabricação de revestimento de latas para evitar a ferrugem e prevenir a contaminação externa. Algumas empresas já desenvolvem produtos sem a presença do BPA, para evitar prejuízos à saúde do consumidor. Segundo os pesquisadores, o componente tem similaridade com o hormônio feminino e da tireoide. Ao entrar em contato com o organismo humano, principalmente durante a vida intrauterina, pode romper o sistema endócrino, por interação com os receptores desses hormônios, trazendo danos irreversíveis à saúde da população.
A substância atua tanto por ingestão como por contato com a pele e consequente absorção. O grande problema do uso do BPA é o fato de a substância se desprender e contaminar alimentos ou produtos embalados, pelo contato direto. O plástico contendo Bisfenol A tanto quando aquecido ou congelado apresenta uma contaminação ainda maior. De acordo com os especialistas, ingerimos cerca de 10 microgramas de BPA por dia.
BPA no Brasil
A diretiva da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil) é normalizada junto ao Mercosul, foi revista em março de 2008 (Resolução Anvisa nº 17, de 17 de março de 2008) e baseia-se em lei da Comunidade Européia de 2004 (Comission Directive 2004/19/EC).
Para o bisfenol-A, o limite de migração específico (LME) permitido das embalagens para os alimentos e bebidas é de 0,6 mg/kg de material plástico.
No momento, o Projeto de Lei do deputado Beto Faro (PT-PA), que está sendo analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, tramita em caráter conclusivo.
O Projeto proíbe a produção, a importação e a comercialização de embalagens, equipamentos e outros produtos para lactantes e crianças da primeira infância que contenham em suas composição o bisfenol-A.
Em Curitiba, o vereador Aladim Luciano (PV) propôs lei banindo o bisfenol. Apresentado na Câmara de Curitiba, em março de 2010, o projeto prevê a proibição da fabricação, fornecimento e comercialização de mamadeiras e brinquedos infantis compostos por elementos plásticos que liberem o poluente orgânico persistente bisfenol-A (BPA).
BPA no Mundo
Estados Unidos Quatro estados (Minnesota, Washington, Connecticut e Wisconsin) e algumas cidades, incluindo Chicago e Rockford proibiram sua utilização em produtos infantis. Tanto o FDA quanto o EPA declararam o bisfenol-A preocupante e estão revisando sua posição em relação ao uso do BPA.
Canadá, Costa Rica e Dinamarca proibiram seu uso.
França O senado aprovou sua proibição e agora a lei passa por outras instâncias.
Europa O European Food Safety Administration (EFSA ) também está reavaliando seu uso com um relatório final a ser publicado ainda no primeiro semestre de 2010.
BPA – USA
No que concerne aos padrões de consumo estabelecidos pelo governo nos Estados Unidos, o FDA publicou uma nova análise em janeiro de 2010 onde manifesta preocupações sobre possíveis riscos à saúde provocados pelo bisfenol-A:
“Estudos utilizando testes de toxidade confirmaram que o nível baixo de exposição ao BPA não era prejudicial à saúde. No entanto, considerando testes recentes onde novas bordagens foram realizadas, levando em conta efeitos colaterais mais sutis, tanto o National Toxicology Program at the National Institutes of Health quanto o FDA demonstram preocupação sobre os possíveis efeitos do BPA no cérebro, no comportamento e na próstata de fetos, bebês e crianças”.
O FDA está dando os primeiros passos para reduzir a exposição ao BPA em produtos alimentares. Esse passos incluem:
•Apoiar ações de indústrias para interromper a produção de mamadeiras e copos infantis, para o mercado americano, que possuam BPA em sua composição;
•Incentivar o desenvolvimento de alternativas ao BPA para a parte interna de latas de leite destinadas a bebês;
•Apoiar tentativas de substituição ou diminuição dos níveis de BPA em outros tipos de latas.
•Apoiar uma mudança mais severa na regulamentação do BPA;
•Buscar a participação da população e também opiniões externas nas pesquisas sobre o BPA;
•Apoiar as recomendações do Department of Health and Human Services no que diz respeito à alimentação de bebês e a preparação de comida para a redução da exposição ao BPA.
O FDA não está recomendando que famílias deixem de usar leite ou alimentos para bebês pois os benefícios de uma nutrição balanceada ultrapassam o risco potencial da exposição ao BPA.
A cidade de Chicago, em maio de 2009, e Rockford, em março de 2010, proibiu a venda de mamadeiras e copos infantis com BPA. Também esse ano, os estados de Washington, Minnesota, Wisconsin e Connecticut também proibiram a venda de mamadeiras e copos infantis com BPA. Em abril de 2010, o EPA (Environmental Protection Agency) também divulgou que está reavaliando o uso do bisfenol-A. O jornal Journal Sentinel de Milwakee (Wisconsin) mantém uma seção discutindo o assunto.
1998 - Governo canadense declara o bisfenol-A uma substância tóxica.
BPA – CANADÁ
Março, 2010 O país decide proibir a comercialização de mamadeiras, chupetas e outros artigos para bebês que contenham plásticos com bisfenol-A. Há 12 anos as lojas do Walmart no país não vendem produtos para alimentação infantil que contenham BPA. Outras empresas do ramo seguiram a mesma iniciativa*.
O movimento no Canadá contra o bisfenol-A impulsionou o debate ao redor do mundo e se transformou em um case de sucesso na luta a favor de melhor regulamentação de químicos.
Ver o conteúdo oficial da proibição em: Order Amendign Schedule I to the Hazardous Produts Act (bisphenol-A)
Para acessar o tema: Toxic Nation
BPA – EUROPA
Junho, 2008 Comissão Européia publica um relatório atualizado da União Européia sobre o levantamento de risco do bisfenol-A. O documento conclui que produtos com BPA – como o plástico de policarbonato e resinas epóxi – são seguros para o consumo e para o meio ambiente quando utilizados corretamente.
Outubro, 2008 A EFSA (European Food Safety Authority) declara que após a publicação dos resultados da pesquisa de Lang – Associação da concentração de bisfenol-A com problemas de saúde e anormalidades em laboratório em adultos – não havia motivos para a revisão da dose diária tolerável (TDI – Tolerable Daily Intake) para o BPA de 0.05 mg/kg de peso corporal.
2009 Estudo científico critica os processos do relatório de risco da exposição à disruptores endócrinos, incluindo o BPA.
Dezembro, 2009 O Ministério do Meio Ambiente da União Européia publica um relatório expressando preocupação com os resultados de pesquisas recentes que demonstraram efeitos nocivos da exposição a disruptores endócrinos. O documento incentiva novas pesquisas sobre o tema.
Junho, 2009 A AFFSA (Anvisa francesa) é instruída para reexaminar a aprovação do BPA. Na Dinamarca, em maio de 2009, o parlamento já tinha aprovado uma resolução pedindo a proibição do BPA em mamadeiras.
Março, 2010 Senado francês aprova lei proibindo o uso do BPA em embalagens alimentícias, principalmente em mamadeiras. Os políticos afirmam que a publicação de inúmeros estudos alertando sobre os problemas de saúde causados pela presença do policarbonato foi o que os incentivou a fazer a proposta.
Abril, 2010 A AFFSA conclama a indústria alimentícia a divulgar no rótulo a presença do bisfenol-A. No mesmo mês, o BPA foi proibido na Dinamarca.
Na Inglaterra a polêmica ganha força com artigos muito críticos ao bisfenol-A do jornal Independent.
BPA e o feto
Segundo os especialistas, há fases da vida onde ocorre maior suscetibilidade aos desreguladores. Os bebês são os mais vulneráveis a esse contato, desde a vida intrauterina, pela contaminação via placenta, cordão umbilical e também quando lactentes, pelo uso de mamadeira. A substância tem efeitos de hormônios estrogênios sintéticos, que causam câncer e infertilidade tanto na mulher como no homem. Portanto, os grupos que devem estar mais atentos ao uso da substância são as mulheres em fase reprodutiva, gestantes, bebês e crianças (de 0 a 06 anos, especialmente).
Produtos que contém BPA
•Plásticos: adesivos, cadeiras, brinquedos, CDs, copos infantis, eletrodomésticos, eletrônicos, embalagens para acondicionar alimentos e bebidas, escovas de dente, filtros de água, garrafas reutilizáveis de água, mamadeiras, peças automotivas, revestimento interno de latas e vidros, sacola de supermercado, entre outros produtos plásticos.
•Resinas de epóxi: colas, selantes dentários
Dicas de consumo: Como evitar a exposição ao BPA
1 – Use mamadeiras e utensílios de vidro ou bpa free para os bebês
2 – Não esquente embalagens de plástico com bebidas e alimentos no microondas. O bisfenol é liberado em maiores quantidades quando o plástico é aquecido.
3 – Evite o consumo de alimentos e bebidas enlatadas, pois o bisfenol é utilizado como resina époxi no revestimento destas embalagens
4 – Evite pratos, copos e outros utensílios de plástico. Opte pelo vidro, porcelana e aço inoxidável na hora de armazenar bebidas e alimentos
5 – Descarte utensílios de plástico lascados ou arranhados. Evite lavá-los com detergentes fortes ou colocá-los na máquina de lavar louças
6 – Caso utilize embalagens plásticas (tanto de garrafas quanto embalagens alimentares) evitar o uso de embalagens que tenham os símbolos de reciclagem 3 (V) e 7 (PC) na parte posterior da embalagem, eles podem conter bisfenol-A em sua composição.
FONTE: Site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia , regional de São Paulo
Eles criaram um grupo técnico de trabalho dos desreguladores endócrinos (GTDE) que tem como objetivo utilizar a pesquisa em favor da socialização do conhecimento em prol da saúde da população. A missão do grupo é conscientizar a classe médica, a indústria, o governo e o consumidor sobre os efeitos dos desreguladores endócrinos na saúde humana e propor novas medidas de consumo.
Trabalho árduo pela frente, afinal, "mexer" com a indústria petrolífera é uma missão quase impossível. Falo isso porque à medida que forem estudando a ação dos outros desreguladores endócrinos perceberão que os derivados de petróleo tem uma ação disruptora importante.
Acredito que também terão que entrar na questão da preferência por orgânicos, afinal pesticidas também possuem efeito endócrino, então outro gigante a ser combatido: Monsanto...
Veremos que rumo tomará. Faço meu papel de médico ecologista e que defende um mundo mais limpo, mas sou um pouco pessimista com relação à mudanças quando o assunto se trata contaminantes. Até porque, "não existe contaminação, o que existe é envenenamento".
Boa semana
Dr. Frederico Lobo
GTDE (Grupo de Trabalho dos Desreguladores Endócrinos )
Formado por médicos endocrinologistas da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo). O grupo conta com o apoio e participação efetiva de pesquisadores sobre o tema que deram origem ao blog O Tao do Consumo.
Visão do grupo: Utilizar a pesquisa em favor da socialização do conhecimento em prol da saúde da população.
Missão do grupo: Conscientizar a classe médica, a indústria, o governo e o consumidor sobre os efeitos dos desreguladores endócrinos na saúde humana e propor novas medidas de consumo.
Comitê Gestor do GTDE:
SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo)
Dra. Elaine Costa
Dr. Francisco Homero D’Abronzo
Dra. Ieda Therezinha Verreschi
Dra. Marise Lazaretti Castro
Dra. Nina Musolino
Dra. Tania Bachega
Apoio ao Comitê: Blog O Tao do Consumo
Fabiana Dupont
Fernanda Medeiros
O que é a campanha ?
A Campanha Contra os Desreguladores Endócrinos é uma iniciativa do GTDE (Grupo de Trabalho dos Desreguladores Endócrinos) da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) criada com o intuito de mobilizar e conscientizar a população sobre os danos causados pelos desreguladores endócrinos (Endocrine Disrupting Chemical-EDCs) à saúde humana.
A proposta dessa campanha é o princípio da precaução, ou seja, uma vez que existem evidências que tais substâncias causam mal, tanto ao ser humano quanto ao meio ambiente, devem ser tomadas medidas de alerta, como um sinal de prevenção.
Objetivos da campanha
Envolver outros profissionais da área da saúde, como os farmacêutico-bioquímicos, toxicologistas, nutricionistas, além dos endocrinologistas, pediatras e outras especialidades, para informar e propor soluções e políticas públicas para o controle de tais substâncias.
Primeira ação da Campanha
A Regional São Paulo da SBEM lança como primeira ação da Campanha o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos: Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania. O evento está programado o dia 25 de novembro, das 8h30 às 13hs, na Sede do Cremesp Vila Mariana e é destinado pesquisadores e interessados em disseminar o conhecimento sobre os impactos dos desreguladores endócrinos à saúde humana.
O objetivo é debater as ações dos Desreguladores Endócrinos na saúde e como a população deve se proteger. A ação do Bisfenol-A e a proibição do seu uso em embalagens no mundo é destaque no Fórum .
De acordo com a Presidente da SBEM-SP, Marise Lazzareti Castro, “ a expectativa desse Fórum é buscar parcerias com instituições sérias como o CREMESP de SP– que já nesse primeiro momento contribuiu com apoio logístico, além de representantes como a APM (Associação Paulista de Medicina, SBP_SP (Sociedade Paulista de Pediatria); a Ética da Terra e o blog o Tao do consumo.
A médica explica que o Fórum promete fomentar a discussão de como a sociedade civil pode se organizar para se precaver contra o Bisfenol –A. “Queremos atrair pessoas envolvidas na área e que possam fazer contribuições, como por exemplo, os pesquisadores”, salienta.
A programação reserva temas como: Desreguladores Endócrinos e a saúde humana; aspectos químicos e toxicológicos, efeitos sobre a diferenciação sexual e efeitos sobre a glândula tireóide; Os Mecanismos e Iniciativas de Proteção Social contra Potenciais Riscos do Bisfenol A; panoramas das ações e empreendimento para o controle e proteção populacional. Posicionamento e medidas, o Papel da Anvisa e Discussão do Bisfenol-A no mundo.
Programação disponível aqui.
Significado da logomarca
A primeira fase da Campanha promove o slogan “Diga Não ao Bisfenol A, a Vida não tem Plano B” e chama a atenção para os danos causados pelo Bisfenol A, substância presente em utensílios utilizados em nosso dia a dia, que contaminam, em especial os alimentos que consumimos, trazendo danos irreversíveis ao sistema endócrino.
Logomarca – A logomarca tem como destaque o feto, pois é o alvo mais sensível à utilização de tais substâncias capazes de romper o sistema endócrino. As formas escolhidas para envolver o feto são de uma “borboleta”, devido à similaridade da forma da tireoide, principal órgão afetado pelos desreguladores endócrinos.
O que são EDC's ?
Os EDC’s (desreguladores endócrino) são substâncias químicas, que ocorrem no meio ambiente em forma isolada ou como uma mistura de substâncias, que possuem propriedades suscetíveis de desequilibrar o sistema endócrino num organismo intacto, sua descendência ou (sub) populações. Aproximadamente, 11 milhões de desreguladores endócrinos são produzidos mundialmente, alguns dos quais o ser humano tem contato diário, por meio da contaminação de alimentos, da poluição do ar ou da água.
Os que mais causam preocupação aos pesquisadores são: o Bisfenol A, encontrado, em sua maioria em plásticos e resinas, os pesticidas e herbicidas usados na lavoura, inadvertidamente ingeridos. Tais substâncias alteram o sistema endócrino, modificando o sistema hormonal do organismo, gerando prejuízos irreversíveis à saúde da população, tais como:
•Aborto
•Anomalias e tumores do trato reprodutivo
•Câncer de mama e de próstata
•Déficit de atenção, de memória visual e motor
•Diabetes
•Diminuição da qualidade e quantidade de esperma em adultos
•Endometriose
•Fibromas uterinos
•Gestação ectópica (fora da cavidade uterina)
•Hiperatividade
•Infertilidade
•Modificações do desenvolvimento de órgãos sexuais internos
•Obesidade
•Precocidade sexual
•Retardo mental
•Síndrome dos ovários policísticos
Sobre o Bifesnol-A (BPA)
O Bisfenol A (BPA) é um composto utilizado na fabricação de policarbonato, um tipo de resina utilizada na produção da maioria dos plásticos. O BPA também está presente na resina epóxi, utilizada na fabricação de revestimento de latas para evitar a ferrugem e prevenir a contaminação externa. Algumas empresas já desenvolvem produtos sem a presença do BPA, para evitar prejuízos à saúde do consumidor. Segundo os pesquisadores, o componente tem similaridade com o hormônio feminino e da tireoide. Ao entrar em contato com o organismo humano, principalmente durante a vida intrauterina, pode romper o sistema endócrino, por interação com os receptores desses hormônios, trazendo danos irreversíveis à saúde da população.
A substância atua tanto por ingestão como por contato com a pele e consequente absorção. O grande problema do uso do BPA é o fato de a substância se desprender e contaminar alimentos ou produtos embalados, pelo contato direto. O plástico contendo Bisfenol A tanto quando aquecido ou congelado apresenta uma contaminação ainda maior. De acordo com os especialistas, ingerimos cerca de 10 microgramas de BPA por dia.
BPA no Brasil
A diretiva da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil) é normalizada junto ao Mercosul, foi revista em março de 2008 (Resolução Anvisa nº 17, de 17 de março de 2008) e baseia-se em lei da Comunidade Européia de 2004 (Comission Directive 2004/19/EC).
Para o bisfenol-A, o limite de migração específico (LME) permitido das embalagens para os alimentos e bebidas é de 0,6 mg/kg de material plástico.
No momento, o Projeto de Lei do deputado Beto Faro (PT-PA), que está sendo analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, tramita em caráter conclusivo.
O Projeto proíbe a produção, a importação e a comercialização de embalagens, equipamentos e outros produtos para lactantes e crianças da primeira infância que contenham em suas composição o bisfenol-A.
Em Curitiba, o vereador Aladim Luciano (PV) propôs lei banindo o bisfenol. Apresentado na Câmara de Curitiba, em março de 2010, o projeto prevê a proibição da fabricação, fornecimento e comercialização de mamadeiras e brinquedos infantis compostos por elementos plásticos que liberem o poluente orgânico persistente bisfenol-A (BPA).
BPA no Mundo
Estados Unidos Quatro estados (Minnesota, Washington, Connecticut e Wisconsin) e algumas cidades, incluindo Chicago e Rockford proibiram sua utilização em produtos infantis. Tanto o FDA quanto o EPA declararam o bisfenol-A preocupante e estão revisando sua posição em relação ao uso do BPA.
Canadá, Costa Rica e Dinamarca proibiram seu uso.
França O senado aprovou sua proibição e agora a lei passa por outras instâncias.
Europa O European Food Safety Administration (EFSA ) também está reavaliando seu uso com um relatório final a ser publicado ainda no primeiro semestre de 2010.
BPA – USA
No que concerne aos padrões de consumo estabelecidos pelo governo nos Estados Unidos, o FDA publicou uma nova análise em janeiro de 2010 onde manifesta preocupações sobre possíveis riscos à saúde provocados pelo bisfenol-A:
“Estudos utilizando testes de toxidade confirmaram que o nível baixo de exposição ao BPA não era prejudicial à saúde. No entanto, considerando testes recentes onde novas bordagens foram realizadas, levando em conta efeitos colaterais mais sutis, tanto o National Toxicology Program at the National Institutes of Health quanto o FDA demonstram preocupação sobre os possíveis efeitos do BPA no cérebro, no comportamento e na próstata de fetos, bebês e crianças”.
O FDA está dando os primeiros passos para reduzir a exposição ao BPA em produtos alimentares. Esse passos incluem:
•Apoiar ações de indústrias para interromper a produção de mamadeiras e copos infantis, para o mercado americano, que possuam BPA em sua composição;
•Incentivar o desenvolvimento de alternativas ao BPA para a parte interna de latas de leite destinadas a bebês;
•Apoiar tentativas de substituição ou diminuição dos níveis de BPA em outros tipos de latas.
•Apoiar uma mudança mais severa na regulamentação do BPA;
•Buscar a participação da população e também opiniões externas nas pesquisas sobre o BPA;
•Apoiar as recomendações do Department of Health and Human Services no que diz respeito à alimentação de bebês e a preparação de comida para a redução da exposição ao BPA.
O FDA não está recomendando que famílias deixem de usar leite ou alimentos para bebês pois os benefícios de uma nutrição balanceada ultrapassam o risco potencial da exposição ao BPA.
A cidade de Chicago, em maio de 2009, e Rockford, em março de 2010, proibiu a venda de mamadeiras e copos infantis com BPA. Também esse ano, os estados de Washington, Minnesota, Wisconsin e Connecticut também proibiram a venda de mamadeiras e copos infantis com BPA. Em abril de 2010, o EPA (Environmental Protection Agency) também divulgou que está reavaliando o uso do bisfenol-A. O jornal Journal Sentinel de Milwakee (Wisconsin) mantém uma seção discutindo o assunto.
1998 - Governo canadense declara o bisfenol-A uma substância tóxica.
BPA – CANADÁ
Março, 2010 O país decide proibir a comercialização de mamadeiras, chupetas e outros artigos para bebês que contenham plásticos com bisfenol-A. Há 12 anos as lojas do Walmart no país não vendem produtos para alimentação infantil que contenham BPA. Outras empresas do ramo seguiram a mesma iniciativa*.
O movimento no Canadá contra o bisfenol-A impulsionou o debate ao redor do mundo e se transformou em um case de sucesso na luta a favor de melhor regulamentação de químicos.
Ver o conteúdo oficial da proibição em: Order Amendign Schedule I to the Hazardous Produts Act (bisphenol-A)
Para acessar o tema: Toxic Nation
BPA – EUROPA
Junho, 2008 Comissão Européia publica um relatório atualizado da União Européia sobre o levantamento de risco do bisfenol-A. O documento conclui que produtos com BPA – como o plástico de policarbonato e resinas epóxi – são seguros para o consumo e para o meio ambiente quando utilizados corretamente.
Outubro, 2008 A EFSA (European Food Safety Authority) declara que após a publicação dos resultados da pesquisa de Lang – Associação da concentração de bisfenol-A com problemas de saúde e anormalidades em laboratório em adultos – não havia motivos para a revisão da dose diária tolerável (TDI – Tolerable Daily Intake) para o BPA de 0.05 mg/kg de peso corporal.
2009 Estudo científico critica os processos do relatório de risco da exposição à disruptores endócrinos, incluindo o BPA.
Dezembro, 2009 O Ministério do Meio Ambiente da União Européia publica um relatório expressando preocupação com os resultados de pesquisas recentes que demonstraram efeitos nocivos da exposição a disruptores endócrinos. O documento incentiva novas pesquisas sobre o tema.
Junho, 2009 A AFFSA (Anvisa francesa) é instruída para reexaminar a aprovação do BPA. Na Dinamarca, em maio de 2009, o parlamento já tinha aprovado uma resolução pedindo a proibição do BPA em mamadeiras.
Março, 2010 Senado francês aprova lei proibindo o uso do BPA em embalagens alimentícias, principalmente em mamadeiras. Os políticos afirmam que a publicação de inúmeros estudos alertando sobre os problemas de saúde causados pela presença do policarbonato foi o que os incentivou a fazer a proposta.
Abril, 2010 A AFFSA conclama a indústria alimentícia a divulgar no rótulo a presença do bisfenol-A. No mesmo mês, o BPA foi proibido na Dinamarca.
Na Inglaterra a polêmica ganha força com artigos muito críticos ao bisfenol-A do jornal Independent.
BPA e o feto
Segundo os especialistas, há fases da vida onde ocorre maior suscetibilidade aos desreguladores. Os bebês são os mais vulneráveis a esse contato, desde a vida intrauterina, pela contaminação via placenta, cordão umbilical e também quando lactentes, pelo uso de mamadeira. A substância tem efeitos de hormônios estrogênios sintéticos, que causam câncer e infertilidade tanto na mulher como no homem. Portanto, os grupos que devem estar mais atentos ao uso da substância são as mulheres em fase reprodutiva, gestantes, bebês e crianças (de 0 a 06 anos, especialmente).
Produtos que contém BPA
•Plásticos: adesivos, cadeiras, brinquedos, CDs, copos infantis, eletrodomésticos, eletrônicos, embalagens para acondicionar alimentos e bebidas, escovas de dente, filtros de água, garrafas reutilizáveis de água, mamadeiras, peças automotivas, revestimento interno de latas e vidros, sacola de supermercado, entre outros produtos plásticos.
•Resinas de epóxi: colas, selantes dentários
Dicas de consumo: Como evitar a exposição ao BPA
1 – Use mamadeiras e utensílios de vidro ou bpa free para os bebês
2 – Não esquente embalagens de plástico com bebidas e alimentos no microondas. O bisfenol é liberado em maiores quantidades quando o plástico é aquecido.
3 – Evite o consumo de alimentos e bebidas enlatadas, pois o bisfenol é utilizado como resina époxi no revestimento destas embalagens
4 – Evite pratos, copos e outros utensílios de plástico. Opte pelo vidro, porcelana e aço inoxidável na hora de armazenar bebidas e alimentos
5 – Descarte utensílios de plástico lascados ou arranhados. Evite lavá-los com detergentes fortes ou colocá-los na máquina de lavar louças
6 – Caso utilize embalagens plásticas (tanto de garrafas quanto embalagens alimentares) evitar o uso de embalagens que tenham os símbolos de reciclagem 3 (V) e 7 (PC) na parte posterior da embalagem, eles podem conter bisfenol-A em sua composição.
FONTE: Site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia , regional de São Paulo
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Dr. Frederico Lobo
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18:33
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domingo, 3 de outubro de 2010
Contaminantes emergentes na água
Texto bastante interessante sobre alguns dos possíveis efeitos de algumas substâncias nos ecossistemas. Vale a pena ler.
Bom domingo, boa votação para todos. Vote CONSCIENTE !
Dr. Frederico Lobo
Antibióticos, pesticidas, hormônios e componentes de plásticos são alguns dos itens encontrados na água de abastecimento cujos efeitos começaram a ser percebidos.
Contaminação aumenta feminilização de peixes
Durante a década de 1990, houve uma redução na população de jacarés que habitava os pântanos da Flórida, nos Estados Unidos. Ao investigar o problema, cientistas perceberam que os machos da espécie tinham pênis menores do que o normal, além de apresentar baixos índices do hormônio masculino testosterona. Os estudos verificaram que as mudanças hormonais que estavam alterando o fenótipo dos animais e prejudicando sua reprodução foram desencadeadas por pesticidas clorados empregados em plantações naquela região.
Esses produtos químicos eram aplicados de acordo com a legislação norte-americana, a qual estabelecia limites máximos baseados em sua toxicidade, mas não considerava a alteração hormonal que eles provocavam, simplesmente porque os efeitos não eram conhecidos. Assim como os pântanos da Flórida, corpos d'água de vários pontos do planeta estão sendo contaminados com diferentes coquetéis que podem conter princípios ativos de medicamentos, componentes de plásticos, hormônios naturais e artificiais, antibióticos, defensivos agrícolas e muitos outros em quantidades e proporções diversas e com efeitos desconhecidos para os animais aquáticos e também para pessoas que consomem essas águas.
"Em algumas dessas áreas, meninas estão menstruando cada vez mais cedo e, nos homens, o número de espermatozoides despencou nos últimos 50 anos. Esses são alguns problemas cujos motivos ninguém conseguiu explicar até agora e que podem estar relacionados a produtos presentes na água que bagunçam o ciclo hormonal", disse Wilson Jardim, professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), à Agência Fapesp.
O pesquisador conta que esses contaminantes, chamados emergentes, podem estar por trás de vários outros efeitos relacionados tanto à saúde humana como aos ecossistemas aquáticos. "Como não são aplicados métodos de tratamento que retirem esses contaminantes, as cidades que ficam à jusante de um rio bebem o esgoto das que ficam à montante", alertou o pesquisador que coordena o Projeto Temático "Ocorrência e atividade estrogênica de interferentes endócrinos em água para consumo humano e em mananciais do Estado de São Paulo", apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O aumento no consumo de cosméticos, de artigos de limpeza e de medicamentos tem piorado a situação, de acordo com o pesquisador, cujo grupo encontrou diversos tipos de produtos em amostras de água retirada de rios no estado de São Paulo. O antiinflamatório diclofenaco, o analgésico ácido acetilsalicílico e o bactericida triclosan, empregado em enxaguatórios bucais, são apenas alguns exemplos. A esses se soma uma crescente coleção de cosméticos que engorda o lixo químico que vai parar nos cursos d'água sem receber tratamento algum. "Estima-se que uma pessoa utilize, em média, dez produtos cosméticos e de higiene todos os dias antes mesmo de sair de casa", disse Jardim.
Sem uma legislação que faça as empresas de distribuição retirar essas substâncias tanto do esgoto a ser jogado nos rios como da água deles captada, tem sido cada vez mais comum encontrar interferentes hormonais nas torneiras das residências. Os filtros domésticos disponíveis no mercado não dão conta dessa limpeza. "Os métodos utilizados pelas estações de tratamento de água brasileiras são em geral seculares. Eles não incorporaram novas tecnologias, como a oxidação avançada, a osmose inversa e a ultrafiltração", disse o professor da Unicamp, afirmando acreditar que tais métodos só serão incorporados pelas empresas por meio de uma legislação específica, uma vez que eles encareceriam o tratamento.
Peixes feminilizados
Uma das primeiras cidades a enfrentar esse tipo de contaminação foi Las Vegas, nos Estados Unidos. Em meio a um deserto, o município depende de uma grande quantidade de água retirada do lago Mead, o qual também recebe o esgoto da cidade. Apesar de contar com um bom tratamento de esgoto, a água da cidade acabou provocando alterações hormonais nas comunidades de animais aquáticos do lago, com algumas espécies de peixes tendo apresentado altos índices de feminilização. Universidades e concessionárias de água se uniram para estudar o problema e chegaram à conclusão de que o esgoto precisava de melhor tratamento.
"Foi uma abordagem madura, racional e que contou com o apoio da população, que se mostrou disposta a até pagar mais em troca de uma água limpa desses contaminantes", contou Jardim. Alterações como o odor na água são indicadores de contaminantes como o bisfenol A, produto que está presente em diversos tipos de plásticos e que pode afetar a fertilidade, de acordo com pesquisas feitas com ratos no Instituto de Biociências do campus de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Jardim alerta que o bisfenol A é um interferente endócrino comprovado que afeta especialmente organismos em formação, o que o torna perigoso no desenvolvimento endócrino das crianças. Além dele, a equipe da Unicamp também identificou atrazina, um pesticida utilizado na agricultura. Não apenas produtos que alteram a produção hormonal foram detectados na pesquisa, há ainda outros que afetam o ambiente e têm efeitos desconhecidos no consumo humano. Um deles é o triclosan, bactericida empregado em enxaguatórios bucais cuja capacidade biocida aumenta sob o efeito dos raios solares.
Se o efeito individual de cada um desses produtos é perigoso, pouco se sabe sobre os resultados de misturas entre eles. A interação entre diferentes químicos em proporções e quantidades inconstantes e reunidos ao acaso produz novos compostos dos quais pouco se conhecem os efeitos. "A realidade é que não estamos expostos a cada produto individualmente, mas a uma mistura deles. Se dois compostos são interferentes endócrinos quando separados, ao juntá-los não significará, necessariamente, que eles vão se potencializar", disse Jardim.
Segundo ele, essas interações são muito complexas. Para complicar, todos os dados de que a ciência dispõe no momento são para compostos individuais.
Superbactérias
Outra preocupação do pesquisador é a presença de antibióticos nas águas dos rios. Por meio do projeto "Antibióticos na bacia do rio Atibaia", apoiado pela Fapesp por meio de um Auxílio à Pesquisa - Regular, Jardim e sua equipe analisaram de 2007 a 2009 a presença de antibióticos populares na água do rio paulista. A parte da análise ficou por conta do doutorando Marco Locatelli, que identificou concentrações de cefalexina, ciprofloxacina, amoxicilina e trimetrotrin em amostras da água do Atibaia.
A automedicação e o consumo exacerbado desse tipo de medicamento foram apontados por Jardim como as principais causas dessa contaminação que apresenta como risco maior o desenvolvimento de "superbactérias", microrganismos muito resistentes à ação desses antibióticos. Todas essas questões foram debatidas no fim de 2009 durante o 1º Workshop sobre Contaminantes Emergentes em Águas para Consumo Humano, na Unicamp. O evento foi coordenado por Jardim e recebeu o apoio Fapesp por meio de um Auxílio à Pesquisa - Organização de Reunião Científica e/ou Tecnológica.
O professor da Unicamp reforça a gravidade da questão da água, uma vez que pode afetar de inúmeras maneiras a saúde da população e o meio ambiente. "Isso já deve estar ocorrendo de forma silenciosa e não está recebendo a devida atenção", alertou.
FONTE: Agência Fapesp/EcoAgência
Bom domingo, boa votação para todos. Vote CONSCIENTE !
Dr. Frederico Lobo
Antibióticos, pesticidas, hormônios e componentes de plásticos são alguns dos itens encontrados na água de abastecimento cujos efeitos começaram a ser percebidos.
Contaminação aumenta feminilização de peixes
Durante a década de 1990, houve uma redução na população de jacarés que habitava os pântanos da Flórida, nos Estados Unidos. Ao investigar o problema, cientistas perceberam que os machos da espécie tinham pênis menores do que o normal, além de apresentar baixos índices do hormônio masculino testosterona. Os estudos verificaram que as mudanças hormonais que estavam alterando o fenótipo dos animais e prejudicando sua reprodução foram desencadeadas por pesticidas clorados empregados em plantações naquela região.
Esses produtos químicos eram aplicados de acordo com a legislação norte-americana, a qual estabelecia limites máximos baseados em sua toxicidade, mas não considerava a alteração hormonal que eles provocavam, simplesmente porque os efeitos não eram conhecidos. Assim como os pântanos da Flórida, corpos d'água de vários pontos do planeta estão sendo contaminados com diferentes coquetéis que podem conter princípios ativos de medicamentos, componentes de plásticos, hormônios naturais e artificiais, antibióticos, defensivos agrícolas e muitos outros em quantidades e proporções diversas e com efeitos desconhecidos para os animais aquáticos e também para pessoas que consomem essas águas.
"Em algumas dessas áreas, meninas estão menstruando cada vez mais cedo e, nos homens, o número de espermatozoides despencou nos últimos 50 anos. Esses são alguns problemas cujos motivos ninguém conseguiu explicar até agora e que podem estar relacionados a produtos presentes na água que bagunçam o ciclo hormonal", disse Wilson Jardim, professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), à Agência Fapesp.
O pesquisador conta que esses contaminantes, chamados emergentes, podem estar por trás de vários outros efeitos relacionados tanto à saúde humana como aos ecossistemas aquáticos. "Como não são aplicados métodos de tratamento que retirem esses contaminantes, as cidades que ficam à jusante de um rio bebem o esgoto das que ficam à montante", alertou o pesquisador que coordena o Projeto Temático "Ocorrência e atividade estrogênica de interferentes endócrinos em água para consumo humano e em mananciais do Estado de São Paulo", apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O aumento no consumo de cosméticos, de artigos de limpeza e de medicamentos tem piorado a situação, de acordo com o pesquisador, cujo grupo encontrou diversos tipos de produtos em amostras de água retirada de rios no estado de São Paulo. O antiinflamatório diclofenaco, o analgésico ácido acetilsalicílico e o bactericida triclosan, empregado em enxaguatórios bucais, são apenas alguns exemplos. A esses se soma uma crescente coleção de cosméticos que engorda o lixo químico que vai parar nos cursos d'água sem receber tratamento algum. "Estima-se que uma pessoa utilize, em média, dez produtos cosméticos e de higiene todos os dias antes mesmo de sair de casa", disse Jardim.
Sem uma legislação que faça as empresas de distribuição retirar essas substâncias tanto do esgoto a ser jogado nos rios como da água deles captada, tem sido cada vez mais comum encontrar interferentes hormonais nas torneiras das residências. Os filtros domésticos disponíveis no mercado não dão conta dessa limpeza. "Os métodos utilizados pelas estações de tratamento de água brasileiras são em geral seculares. Eles não incorporaram novas tecnologias, como a oxidação avançada, a osmose inversa e a ultrafiltração", disse o professor da Unicamp, afirmando acreditar que tais métodos só serão incorporados pelas empresas por meio de uma legislação específica, uma vez que eles encareceriam o tratamento.
Peixes feminilizados
Uma das primeiras cidades a enfrentar esse tipo de contaminação foi Las Vegas, nos Estados Unidos. Em meio a um deserto, o município depende de uma grande quantidade de água retirada do lago Mead, o qual também recebe o esgoto da cidade. Apesar de contar com um bom tratamento de esgoto, a água da cidade acabou provocando alterações hormonais nas comunidades de animais aquáticos do lago, com algumas espécies de peixes tendo apresentado altos índices de feminilização. Universidades e concessionárias de água se uniram para estudar o problema e chegaram à conclusão de que o esgoto precisava de melhor tratamento.
"Foi uma abordagem madura, racional e que contou com o apoio da população, que se mostrou disposta a até pagar mais em troca de uma água limpa desses contaminantes", contou Jardim. Alterações como o odor na água são indicadores de contaminantes como o bisfenol A, produto que está presente em diversos tipos de plásticos e que pode afetar a fertilidade, de acordo com pesquisas feitas com ratos no Instituto de Biociências do campus de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Jardim alerta que o bisfenol A é um interferente endócrino comprovado que afeta especialmente organismos em formação, o que o torna perigoso no desenvolvimento endócrino das crianças. Além dele, a equipe da Unicamp também identificou atrazina, um pesticida utilizado na agricultura. Não apenas produtos que alteram a produção hormonal foram detectados na pesquisa, há ainda outros que afetam o ambiente e têm efeitos desconhecidos no consumo humano. Um deles é o triclosan, bactericida empregado em enxaguatórios bucais cuja capacidade biocida aumenta sob o efeito dos raios solares.
Se o efeito individual de cada um desses produtos é perigoso, pouco se sabe sobre os resultados de misturas entre eles. A interação entre diferentes químicos em proporções e quantidades inconstantes e reunidos ao acaso produz novos compostos dos quais pouco se conhecem os efeitos. "A realidade é que não estamos expostos a cada produto individualmente, mas a uma mistura deles. Se dois compostos são interferentes endócrinos quando separados, ao juntá-los não significará, necessariamente, que eles vão se potencializar", disse Jardim.
Segundo ele, essas interações são muito complexas. Para complicar, todos os dados de que a ciência dispõe no momento são para compostos individuais.
Superbactérias
Outra preocupação do pesquisador é a presença de antibióticos nas águas dos rios. Por meio do projeto "Antibióticos na bacia do rio Atibaia", apoiado pela Fapesp por meio de um Auxílio à Pesquisa - Regular, Jardim e sua equipe analisaram de 2007 a 2009 a presença de antibióticos populares na água do rio paulista. A parte da análise ficou por conta do doutorando Marco Locatelli, que identificou concentrações de cefalexina, ciprofloxacina, amoxicilina e trimetrotrin em amostras da água do Atibaia.
A automedicação e o consumo exacerbado desse tipo de medicamento foram apontados por Jardim como as principais causas dessa contaminação que apresenta como risco maior o desenvolvimento de "superbactérias", microrganismos muito resistentes à ação desses antibióticos. Todas essas questões foram debatidas no fim de 2009 durante o 1º Workshop sobre Contaminantes Emergentes em Águas para Consumo Humano, na Unicamp. O evento foi coordenado por Jardim e recebeu o apoio Fapesp por meio de um Auxílio à Pesquisa - Organização de Reunião Científica e/ou Tecnológica.
O professor da Unicamp reforça a gravidade da questão da água, uma vez que pode afetar de inúmeras maneiras a saúde da população e o meio ambiente. "Isso já deve estar ocorrendo de forma silenciosa e não está recebendo a devida atenção", alertou.
FONTE: Agência Fapesp/EcoAgência
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