quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cronobiologia e o horário de verão


  1. Acordar cedo para correr.
  2. Em seguida, ir ao dentista.
  3. Às 14h, participar de uma reunião de trabalho.
  4. À noite, aula na faculdade.
  5. E uma consulta ao relógio à espera do último compromisso do dia.
  6. Um encontro com os amigos para tomar uma cervejinha. 



Agora imagine outro relógio, destinado a marcar outro ritmo: o do seu corpo. Nessa agenda interna, as coisas mudam.
  1. Quer correr? Então calce os tênis no início da noite, quando a força física aumenta e a suscetibilidade à exaustão é menor.
  2. Dentista de manhã? Só por masoquismo: à tarde, a sensibilidade à dor será menor e, caso seja necessário usar anestesia, ela terá efeito três vezes mais duradouro.
  3. Talvez seja bom rever o horário da reunião: por volta das 14h, o corpo pede sono, e ficamos mais letárgicos.
  4. Quanto ao curso, uma dica: de manhã a capacidade cognitiva aumenta e facilita a aprendizagem.
  5. Nem a tal cerveja escapa: o fígado metaboliza melhor o álcool entre as 17h e as 18h.

Nenhuma dessas recomendações são fruto de algum livro de auto-ajuda ou de gurus. São baseadas nas descobertas da Cronobiologia, um ramo da ciência que estuda os ritmos biológicos, sua interação com o ambiente e como o ser humano - ao conhecê-los e respeitá-los - pode aproveitá-los para melhorar o desempenho na vida pessoal, social e profissional.

Será então que somos programados e temos um relógico biológico?

Sim, temos um relógio biológico e ele se localiza no hipotálamo. Consiste numa estrutura denominada Núcleo supraquiasmático. Esta pequena estrutura cerebral dita o ritmo dos processos fisiológicos e comportamentais. A duração de cada ciclo é circa-diana (ou seja, cerca de um dia).


O núcleo supraquiasmático precisa de receber informação das células ganglionares da retina para "acertar o relógio" às 24 horas. Sendo assim, o sincronizador mais potente do nosso "relógio biológico" é, sem dúvida, a luz solar. Pode parecer incrível, mas só a partir dos anos 90 é que os cientistas - na verdade, os pioneiros da cronobiologia - obtiveram mais detalhes sobre o relógio biológico, ativação do núcleo supra-quiasmático e coordenação de vários eventos orgânicos.

Ao longo dos milênios, a evolução deste mecanismo foi fundamental para a adaptação do organismo ao movimento de rotação da Terra, permitindo organizar temporalmente as tarefas biológicas em função das necessidades. O núcleo supraquiasmático integra a informação ambiente e comunica, por via neuronal ou hormonal, com os tecidos periféricos ritmando e sincronizando a sua função.

Os achados sobre ele, nos mostra o tão complexo é o nosso corpo, uma série de engrenagens que se comunicam.  Como já citado acima, a luz solar é  o principal ativador de todo o mecanismo, ou seja, os ponteiros do corpo são acionados pela luz. A luz incide sobre a retina aí o núcleo supra-quiasmático desencadeira uma série de respostas que vão coordenar uma cascata de reações bioquímicas que pautarão todas as funções de órgãos e sistemas.

É esse relógio, por exemplo, que determina quando um hormônio deve subir em concentração no sangue ou quando deve diminuí-lo a níveis muito baixos. E faz isso regido por uma lógica própria e bastante inteligente, voltada para a adequação da função a ser desempenhada de acordo com a parte do dia ou da noite.

Um exemplo claro dessa perfeição é o que ocorre logo após o almoço. Guiado pelo relógio biológico, o corpo diminui a produção de hormônios responsáveis pelo estado de alerta para centrar esforços na fabricação de hormônios importantes para o processo da digestão. "Essa é uma das razões da sonolência típica do período", explica o neurocientista John Fontenele Araújo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e um dos principais estudiosos brasileiros de cronobiologia. Ao mesmo tempo, também sob a batuta do tal relógio, o corpo baixa sua temperatura e envia mais sangue para o sistema digestivo, fechando um pacote que aumenta o sono, mas em compensação mobiliza o organismo para o que, naquele momento, é o mais importante.

Até pouco tempo atrás, o estudo da Cronobiologia era restrito aos laboratórios das instituições de pesquisa. Essa nova ciência começa agora a ganhar espaço entre a população com a publicação de livros a respeito do assunto. O mais recente é o Sex sleep eat drink dream, a day in the life of your body (Sexo dormir comer beber sonhar, um dia na vida do seu corpo), de Jennifer Ackerman. Nele, a escritora científica faz uma compilação de vários estudos da área. Lançado no ano passado nos Estados Unidos, o livro está entre os mais vendidos

O grande segredo do sucesso que o assunto faz entre os leigos é justamente o fato de a cronobiologia estar decifrando para o homem um mecanismo que lhe é inato, importantíssimo para o bom funcionamento do corpo e da mente, mas que até então era pouco conhecido.

A cronobiologia tem contribuído para o estudo do desenvolvimento psicomotor, na relação entre a ritmicidade circadiana e a função cognitiva, nas desordens do humor, nas alterações do ciclo sono-vigilia, sendo um dos motivos da insônia, e estudos comportamentais em trabalhadores noturnos ou em turnos alternantes.

A cronobiologia em sido vista em várias linhas de estudo:

  1. Área molecular – identificação dos mecanismos moleculares e dos vários genes que contribuem para o controle da expressão da ritmicidade circadiana.
  2. Área da fisiologia – identificação dos principais mecanismos biológicos influenciados pela luz.
  3. Área da psicologia – identificação da importância da ritmicidade biológica nas funções cognitivas (aprendizagem e memória).
  4. Área da medicina – na caracterização, tanto no diagnóstico quanto no tratamento de distúrbios da ritmicidade e as doenças relacionadas.
  5. Área da saúde pública – identificação da influência e conseqüências do trabalho noturno ou em turnos alternantes.
As duas principais frentes de aplicação clínica da Cronobiologia são:
  1. Cronopatologia: Estuda o efeito do ciclo circadiano na saúde e sua relação com as doenças. Exemplos: Têm-se os menores níveis tensionais às 3:00 hs da madrugada e máxima divisão celular das células da epiderme à meia-noite; a asma é pior às 4:00 h da madrugada, enquanto as doenças cerebrais e cardiovasculares têm predomínio pela manhã.
  2. Cronofarmacologia: Estuda a variabilidade circadiana da eficácia e toxicidade dos diversos tratamentos farmacológicos. Exemplo: A melhor eficácia de um fármaco (diltiazem) se dá quando administrado a noite, e o máximo efeito anticoagulante entre 4:00 e 8:00 hs da manhã. Ou o Acido acetilsalicílico (AAS) sendo tomado a noite pra fazer efeito de manhã, quando a ocorrência de infartos é maior.
Devido essas várias constatações e aplicações na prática clínica, os conceitos da cronobiologia têm despertado muito interesse nos pesquisadores. Afinal, são informações úteis para definir ações nas mais variadas áreas da vida humana. Desde recomendar a melhor parte do dia para fazer um exercício de alta performance até qual o horário ideal para tomar um medicamento.

Na Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, por exemplo, funciona um grupo coordenado pelo Dr. Jim Waterhouse, um dos grandes pesquisadores da área. Neste centro, os cientistas já chegaram a conclusões interessantes, algumas relacionadas ao tempo do corpo e o exercício físico. "O melhor horário para ganhar condicionamento e aumentar a resistência é no fim da tarde e início da noite. Neste período, o alerta e a motivação estão em alta", segundo o Dr.Waterhouse.

A pesquisadora Leana Araújo, do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício Físico da Unifesp, com quem o Dr.Waterhouse desenvolve um trabalho em comum, adiciona outra explicação para a escolha do momento para os exercícios pesados. "No final da tarde, a percepção corporal está mais aguçada, o que eleva a rapidez nas reações de proteção para não sofrer lesões", diz Leana.

Outra área que vem se valendo dos dados da nova ciência é a produção e administração de medicamentos (Cronofarmacologia, como já citado acima). "Muitas bulas, lidas com atenção, já preconizam horários adequados para o consumo de remédios", afirma o cientista Luiz Menna-Barreto, um dos primeiros do Brasil a estudar os ritmos do corpo.

Existe uma droga contra hipertensão, por exemplo, que deve ser ingerida à noite, antes de dormir. Ela foi desenvolvida para apresentar seu pico de ação no começo da manhã, horário em que ocorre boa parte dos infartos. Na França, esse tipo de informação está sendo levado tão a sério que alguns hospitais começam a aplicar remédios em horários específicos para que tenham melhor efeito. Por lá, as pesquisas básicas também estão bastante avançadas. Um dos cientistas mais destacados é Francis Levi, da Unidade de Cronoterapia do Serviço de Cancerologia do Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris. Ele estuda meios de usar a cronobiologia para a criação de novos medicamentos e a melhor utilização dos já existentes. Ele e sua equipe têm comprovado que os diferentes ritmos do organismo ao longo do dia podem influir na eficácia, toxicidade e tolerabilidade das drogas.

Estudos em ratos mencionados por Levi num dos artigos científicos, mostraram que a mesma dose de um fármaco pode ser letal se administrada em certos momentos do dia ou da noite, mas tem pouco efeito adverso quando dada em outro horário. No ser humano, segundo Levi, a conciliação entre o momento da administração e os tempos dos ritmos gerais e relógios moleculares de cada órgão - estes regidos por genes chamados de clock genes - pode se traduzir em resultados clinicamente relevantes.

No Brasil, também existem estudos sobre o tema em andamento. O fisiologista Mário Miguel, do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento de Ritmos Biológicos da Universidade de São Paulo, estudou a variação ao longo do dia do efeito da ciclofosfamida - droga que reduz a atividade do sistema de defesa para não haver rejeições de órgãos. "Perto do meio-dia seu efeito é maior e mais positivo", conta o pesquisador.

Porém, como qualquer coisa que diz respeito ao ser humano, é claro que há variações individuais nos horários de cada relógio biológico. Embora cerca de 80% da população siga praticamente em um mesmo ritmo, há aqueles que têm seu potencial concentrado na manhã, na tarde ou na noite. São os chamados Cronotipos: matutinos ou vespertinos. Para esses indivíduos, ser obrigado a trabalhar ou realizar alguma atividade importante no período em que seu corpo está com o desempenho baixo representa um sacrifício.

Um teste simplificado para saber qual o seu cronotipo consiste em responder a um questionário que tenho aplicado nos meus pacientes e que quase sempre é compatível. O questionário foi elaborado pelos doutores Horne e Osterberg e publicado no Jornal internacional de Cronobiologia em 1976.  A pontuação está descrita ao final de cada pergunta, portando anote a sua pontuação e ao final some.

1 - Até que ponto vc depende do despertador para acordar de manhã:
1 - muito dependente ( )1
2 - razoavelmente dependente ( )2
3 - um pouco dependente ( )3
4 - nada dependente ( )4

2 - Você acha fácil acordar pela manhã?
1 - Nada ( )1
2 - Não muito ( )2
3 - Razoavelmente ( )3
4 - Muito ( )4

3 - Você se sente alerta durante a primeira meia hora depois de acordar?
1 - Nada ( )1
2 - Não muito ( )2
3 - Razoavelmente ( )3
4 - Muito ( )4

4 - Como é o seu apetite durante a primeira hora depois de acordar?
1 - Péssimo ( )1
2 - Ruim ( )2
3 - Razoável ( )3
4 - Muito bom ( )4

5 - Durante a primeira meia hora depois de acordar você se sente cansado?
1 - Muito ( )1
2 - Não muito ( )2
3 - Razoavelmente em forma ( )3
4 - Em plena forma, bem enérgica ( )4

6 - A que horas você gostaria de ir se deitar, caso NÃO tivesse compromisso na manhã seguinte?
1 - Mais de duas horas mais tarde que o normal ( )1
2 - Entre uma e duas horas mais tarde do que o habitual ( )2
3 - Menos que uma hora mais tarde que o habitual ( )3
4 - Nunca mais tarde do que o horário que costumo dormir ( )4

7 - O que você acha de fazer exercícios físicos das 07:00 às 08:00 2 vezes por semana?
1 - Acharia muito difícil ( )1
2 - Acharia isso difícil ( )2
3 - Estaria razoavelmente disposto pra fazer( )3
4 - Estaria bem disposto pra fazer ( )4

8 - Você foi dormir várias horas mais tarde do que o costume. Se no dia seguinte você não tivesse hora certa pra acordar, o que que aconteceria?
1 - Acordaria mais tarde que o habitual ( )1
2 - Acordaria na hora normal e dormiria novamente ( )2
3 - Acordaria na hora normal, com sono ( )3
4 - Acordaria na hora normal, sem sono ( )4

9 - Se você tivesse de ficar acordado nas 04:00 às 06:00 pra fazer uma tarefa e não tivesse compromisso durante o resto do dia, o que você faria?
1 - Só dormiria depois de fazer a tarefa ( )1
2 - Tiraria uma soneca antes da tarefa e dormiria depois ( )2
3 - Dormiria bastante antes e tiraria uma soneca depois ( )3
4 - Só dormiria antes de fazer a tarefa ( )4

10 - Se você tivesse de fazer 2 horas de exercício pesado, qual destes horário você escolheria?
1 - 19 às 21h ( )1
2 - 15 às 17 ( )2
3 - 11 às 13 ( )3
4 - 8 às 10 ( )4

11 - O que você acha de fazer exercícios físicos das 22:00 às 23:00 2 vezes por semana ?
1 - Estaria bem disposto pra fazer ( )1
2 - Estaria razoavelmente disposto pra fazer( )2
3 - Acharia isso difícil ( )3
4 - Acharia isso muito difícil ( )4

12 - Entre 20h e 03h, a que horas da noite você se sente cansado e com vontade de dormir?
1 - 20 às 21 ( )5
2 - 21 às 22 ( )4
3 - 22 às 00:45 ( )3
4 - 00:45 às 02 ( )2
5 - 02 às 03 ( )1

13 - Se você fosse se deitar às 23h, com que nível de cansaço você se sentiria?
1 - Nada cansado ( )0
2 - Um pouco cansado ( )2
3 - Razoavelmente cansado ( )3
4 - Muito cansado ( )5

14 - Se você tivesse total liberdade pra planejar seu dia, que horas que você levantaria?
1 - 5:00 às 6:30 ( )5
2 - 6:30 às 07:45 ( )4
3 - 07:45 às 09:45 ( )3
4 - 09:45 às 11:00 ( )2
5 - 13:00 às 14:00 ( )1

15 - Se você tivesse total liberdade pra planejar seu dia, que horas que você deitaria?
1 - 20:00 às 21:00 ( )5
2 - 21:00 às 22:15 ( )4
3 - 22:15 às 00:30 ( )3
4 - 00:30 às 01:45 ( )2
5 - 01:45 às 03:00 ( )1

16 - Se você trabalhasse por 5 horas seguidas e pudesse escolher qualquer horário do dia, por qual você optaria?
1 - Matutino ( )5
2 - Verspertino ( )3
3 - Noturno ( )1

17 - Em que hora do dia você atinge o seu melhor momento de bem-estar?
1 - 5 às 7 ( )5
2 - 8 às 9 ( )4
3 - 10 às 16 ( )3
4 - 17 às 21 ( )2
5 - 22 às 04 ( )1

18 - Qual o horário você escolheria para ter o máximo de sua forma em um teste de esforço mental?
1 - 8 às 10 ( )6
2 - 11 às 13 ( )4
3 - 15 às 17 ( )2
4 - 19 às 21 ( )0

19 - Com qual cronotipo você se considera mais parecido?
1 - Tipo matutino ( )6
2 - Mais matutino que vespertino ( )4
3 - Mais vespertino que matutino ( )2
4 - Tipo vespertino ( )0

Some as pontuações:
  • 16-30 pontos: Vespertino típico
  • 31-41 pontos: Moderadamente vespertino
  • 42-58 pontos: Misto
  • 56-69 pontos: Moderadamente matutino
  • 70-86 pontos: Matutino típico


Segundo o Dr. Delattre, de 10% a 12% da população são matutinos; 8% a 10% são vespertinos. A maioria, 80%, está numa situação intermediária. Mas esse perfil muda ao longo da vida. Crianças e idosos tendem a ser mais matutinos. Na adolescência, porém, há um 'atraso': os jovens sentem necessidade de ir para a cama mais tarde. Mas esse aspecto nem sempre é levado em consideração: os adolescentes têm de acordar cedo para ir à escola.

Em Natal, pesquisadores do Laboratório de Cronobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte buscam alternativas para esse problema. Segundo a professora Carolina Azevedo, especialista em neurociência do comportamento, uma das pesquisas feitas na instituição atualmente avalia a reação de estudantes a três tipos de intervenção.

No primeiro grupo, eles receberam informações sobre hábitos saudáveis de sono e aprenderam que a exposição à luz artificial, como a do computador, atrasam o ciclo de sono e vigília. No segundo grupo, os jovens passaram a ter a primeira aula ao ar livre. No terceiro, as primeiras aulas foram de educação física. 'Os ritmos circadianos tendem a se adiantar com a exposição à luz solar de manhã. Além disso, a atividade física interfere nos ritmos', explica Azevedo. Segundo ela, esse tipo de conhecimento é importante para a saúde. 'Vários ciclos acompanham o de sono e vigília. Quando mexemos nos horários de dormir e de acordar, isso afeta tudo no corpo.'

A verdade é que viver na contramão do próprio relógio biológico pode ter conseqüências sérias do ponto de vista social, profissional e também sobre a saúde. Estudos sugerem que uma rotina irregular que exija esforços de adaptação intensos e por tempo prolongado influencia no desenvolvimento de diversas doenças, como o câncer.

"O desajuste do relógio biológico altera o ciclo de vida das células, predispondo a enfermidades", explica o neurocientista Araújo, da UFRN. No último número da revista Chronobiology International, pesquisadores israelenses publicaram um trabalho cujos resultados vão ao encontro do que diz o cientista brasileiro. Um grupo de estudiosos da Universidade de Haifa constatou que mulheres que vivem em áreas bem iluminadas - portanto, que têm o ritmo biológico alterado pelo excesso de luz - apresentam maior risco de desenvolver câncer de mama.

De acordo com os cientistas, tudo indica que a luz interfere na produção de um hormônio importante, a melatonina. Agora, os pesquisadores querem investigar a fundo a associação desta substância com o risco elevado para o tumor. Todas essas revelações começam a desenhar novos caminhos para a organização da vida. A Organização Mundial da Saúde, por exemplo, já se baseia em dados da cronobiologia para sugerir novas diretrizes no campo da saúde do trabalhador. Afinal, como se vê, ignorar o relógio biológico pode gerar problemas. Se for respeitado, é um grande aliado

Jennifer Ackerman, escritora científica, avaliou pesquisas divulgadas nos últimos anos para simular uma viagem de 24 horas pelo corpo humano. Sem tom acadêmico, ela descreve os ciclos que regem nossa variação de força, de memória e de saúde em função do tempo.

Há dados curiosos, como as constatações de que o nariz escorre mais de manhã (às 8h). "Muitos de nós nos vemos como criaturas cerebrais, movidas principalmente pelo que vai em nossas mentes. Mas, freqüentemente, nós somos movidos pelo que vai na parte inferior de nossos cérebros -pelos escondidos e intrigantes altos e baixos, crises e triunfos do nosso corpo. Nós apenas não sabemos disso. Nós temos pouca consciência dos ritmos sutis que nosso corpo experimenta na pressão arterial, no nível hormonal, no apetite. Graças a esses ritmos, há horas boas e ruins para atividades como revisar um manuscrito ou tomar decisões" segundo Ackerman. O contato com essas informações enquanto escrevia o livro fez com que ela mudasse alguns hábitos. "Estou mais atenta à importância do horário nas minhas atividades quando agendo reuniões, por exemplo, e passei a respeitar mais as necessidades do meu corpo, da prática de exercícios até a soneca à tarde"

A cronobiologia "ocupa-se da organização temporal dos seres vivos", segundo o Dr.Luiz Menna-Barreto, professor do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos da USP (Universidade de São Paulo). A área contempla os ciclos curtos, como os dos batimentos cardíacos, e os longos, como a influência das estações do ano nas alterações de humor (a depressão é mais comum no inverno, por exemplo). Mas os ciclos mais estudados são os circadianos, referentes às mudanças que ocorrem ao longo de um dia. Esses ciclos fazem parte da herança genética e estão escritos nos chamados 'clock genes' (genes-relógio).

Mas os aspectos ambientais são igualmente relevantes, especialmente a alternância entre luz e escuridão, diz Edson Delattre, professor do Instituto de Biologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). É a diminuição da luminosidade no ambiente, por exemplo, que estimula a secreção da melatonina, hormônio que induz o sono. O outro principal 'sincronizador' do funcionamento do corpo, diz Delattre, é o convívio social, que estabelece horários para trabalho, alimentação e exercícios.



Pesquisas mostraram que, sem a variação de luminosidade e a influência social, o corpo passa por um processo curioso: ao depender só da carga genética, o ciclo de sono e de fome aumenta para 25 horas. 'O que faz nossos ritmos se comprimirem em um período de 24 horas são as influências geofísicas e sociais', diz Delattre.

O estresse crônico também pode alterar esse ritmo segundo o endocrinologista Dr. Claudio Kater. O mesmo, cita como exemplo o cortisol: produzido durante o sono, esse hormônio atinge seu valor máximo por volta das 6h. É uma das substâncias envolvidas no processo do despertar. Ao longo do dia, sua concentração vai caindo. O estresse crônico, porém, libera jatos de cortisol fora do horário padrão. O resultado? Obesidade, ansiedade, depressão (já que o cortisol antagoniza a serotonina) aumento da pressão, hiperglicemia, alteração do ritmo do sono, doenças cardíacas e até osteoporose.

A cronopatologia estudo as doenças e sua correlação com os ciclos. Os quadros abaixos sintetizam um pouco da cronopatologia.


Os ataques cardíacos são mais comuns de manhã, quando há uma elevação súbita da pressão arterial. Por isso, já foram desenvolvidos remédios para hipertensão que devem ser tomados após acordar -orientação presente na bula.

As crises de asma são mais freqüentes de madrugada, quando as passagens bronquiais têm seus diâmetros reduzidos em 8% -para asmáticos, isso pode significar uma redução do fluxo de ar de 25% a 60%, o que agrava os sintomas da doença.






A oncologia é uma das áreas que mais estudam a relação entre o horário de administração de um medicamento e seus efeitos no organismo. Uma das características dos tumores é que, ao contrário das outras células do corpo, eles não seguem o ciclo circadiano.

 "Nosso corpo depende de uma orquestração maravilhosa. O tumor é uma aberração desses controles, incluindo o do tempo. Normalmente, a replicação da célula é mais intensa em um horário do que em outro. Mas as tumorais crescem aleatoriamente". O problema está em como utilizar essa informação de forma prática. Segundo Andrade, uma pesquisa divulgada em 2006 avaliou as diferenças entre a quimioterapia tradicional e a cronomodulada em pacientes com câncer de intestino. "Não houve diferença na sobrevida dos pacientes como um todo. Entretanto, quando se avaliou os subgrupos, viu-se que, nas mulheres, o efeito foi deletério. Mas, para os homens, a cronobiologia foi benéfica. A pesquisa mostrou que ainda não conseguimos verificar como a cronobiologia pode ser usada, mas temos de averiguar.Talvez o futuro seja avaliar perfis de comportamento cronobiológico para ver quem pode se beneficiar da cronoterapia".

Privação de sono

Ackerman traz, em seu livro, exemplos dos efeitos de alterações no sono. Ela cita pesquisas da Universidade de Chicago que mostram que a privação de sono leva a falhas no processamento da glicose, altera os níveis do hormônio da fome e afeta o sistema imunológico. Em um desses estudos, foi avaliada a resposta à vacina da gripe em 25 voluntários sujeitos à restrição de sono. Dez dias após a vacinação, a resposta do sistema imune dos voluntários era muito inferior à observada em pessoas com sono normal.

Além das vantagens do sono noturno, a autora também elogia a sesta. E escreve: "Se nós morássemos na Esanha, poderíamos ir para casa para uma sesta. Mas nós não temos essa tradição civilizada, então lutamos contra o estupor".

Algumas dicas
Coagulação: Para evitar sangramentos, é melhor se barbear às 8h, quando as plaquetas, que levam à coagulação sangüínea, são mais abundantes do que nas outras horas do dia -o que também ajuda a entender por que ataques cardíacos têm seu pico nesse horário

Fertilização: Nos homens, os níveis de testosterona atingem seu ápice às 8h, horário em que eles estão mais estimulados para a atividade sexual. Já o sêmen tem maior qualidade à tarde, com 35 milhões de vezes mais espermatozóides do que de manhã

Dor:Vá ao dentista à tarde, quando a sensibilidade à dor nos dentes é menor. Além disso, a anestesia aplicada em procedimentos odontológicos dura mais à tarde do que de manhã: o efeito da lidocaína é três vezes maior quando ela é aplicada entre as 13h e as 15h

Sonolência: Ondas de sono nos atingem a cada 1h30 ou 2h, algo ainda mais forte em pessoas vespertinas, segundo Mary Carskadon, da Brown University. Uma delas ocorre à tarde -estudos mostram que acidentes de trânsito causados por fadiga são mais comuns entre a 1h e as 4h e entre as 13h e as 16h. Um motorista tem três vezes mais chance de cair no sono às 16h do que às 7h

Álcool: Beba aquela cerveja ou vinho entre as 17h e as 18h, quando o fígado é mais eficiente na desintoxicação do organismo. Em um estudo feito com 20 homens, aqueles que beberam vodca às 9h tiveram um desempenho pior em testes de velocidade de reação e funcionamento psicológico do que os que receberam a mesma dose às 18h

Calor: A temperatura do corpo atinge seu ápice no fim da tarde. Pesquisadores de Harvard e da Universidade de Pittsburgh relacionaram a elevação da temperatura a uma maior capacidade de memória, atenção visual, destreza e velocidade de reação

Exercícios: Exercite-se no fim da tarde, quando a percepção da exaustão é menor, as juntas estão mais flexíveis e as vias aéreas, mais abertas. O corpo esquenta e, a cada 1oC de elevação, há uma aumento de dez batidas cardíacas por minuto. Além disso, é possível ter um ganho de massa muscular 20% maior do que de manhã. A manhã é mais propícia a exercícios que exijam equilíbrio e acuidade

Concentração: Pesquisas de Lynn Hasher, da Universidade de Toronto, e Cynthia May, do College of Charleston, sugerem que jovens adultos se distraem mais facilmente de manhã -quando são mais propensos a soluções criativas. À tarde, ficam mais concentrados e ignoram dados irrelevantes. Já adultos mais velhos são concentrados de manhã e vulneráveis à distração à tarde

Alergias: Segundo Michael Smolensky, cronobiologista da Universidade do Texas, a resposta da pele a alérgenos como poeira e pólen é mais acentuada à noite

Memória: Ainda segundo Hasher, a memória dos idosos diminui ao longo do dia. De manhã, eles esquecem, em média, cinco fatos. À tarde, cerca de 14. Jovens adultos tendem a ser mais esquecidos de manhã

Câncer: A oncologia é uma das áreas com mais estudos em busca da relação entre o horário e a aplicação de medicamentos. Enquanto as células normais seguem um ciclo previsível de divisão celular, as dos tumores se multiplicam aleatoriamente

Horário de verão e cronologia

O horário de verão começará domingo (21/10) e em algumas partes do país, os relógios serão adiantados em uma hora. Se para algumas pessoas isso significa apenas mais uma hora de dia claro, para outras é sinônimo de sonolência e mau humor.

De acordo com Lúcia Rotenberg, pesquisadora do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), isso acontece porque a mudança não afeta somente os relógios que temos à nossa volta, mas altera também nosso relógio biológico.

Com base na cronobiologia, a pesquisadora explica como o corpo humano se ajusta ao horário de verão e altera nosso relógio biológico – e por que algumas pessoas têm mais dificuldade para a adaptação.

O que é o relógio biológico e qual a sua função?
Nosso corpo apresenta diversos ritmos biológicos, ou seja, fenômenos que se expressam de maneira periódica, indo desde a secreção de um hormônio até um comportamento, como o sono e a vigília. Estes ritmos são controlados por uma estrutura do sistema nervoso, chamado núcleo supraquiasmático, localizada no hipotálamo anterior, uma região do cérebro que atua como principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais. Esta estrutura é denominada “relógio biológico”, uma vez que é responsável pela temporização das funções biológicas.

Como a mudança para o horário de verão pode interferir em nosso relógio biológico?
Características herdadas geneticamente e informações cíclicas do ambiente interferem no nosso relógio biológico que, em condições normais, está adaptado ao ambiente externo. No entanto, quando o ambiente se modifica – como no horário de verão –, o organismo também precisa se ajustar. Desta forma, os horários que regulam nossas vidas, como parte do ambiente social onde estamos inseridos, podem interferir em nosso relógio biológico. Este fenômeno é o mesmo que ocorre quando cruzamos fusos horários em uma viagem, por exemplo.

Por que a mudança para o horário de verão afeta algumas pessoas e outras não?
A Cronobiologia, ciência que estuda os ritmos e os fenômenos físicos e bioquímicos periódicos que ocorrem nos seres vivos, dá a resposta. A forma como cada indivíduo vivencia as alterações de horário depende da característica genética de cada um, pois as pessoas apresentam cronotipos diferentes. Algumas pessoas são do tipo matutino, com maior predisposição genética para realizar suas tarefas bem cedo. Essas pessoas possuem o relógio biológico adiantado e, por isso, tendem a dormir cedo e levantar cedo. Outras são vespertinas, ou seja, tendem a dormir tarde e acordam mais tarde. A tendência matutina ou vespertina também se expressa em outros ritmos biológicos, como o ciclo de temperatura corporal. O pico de temperatura do corpo, por exemplo, é atingido mais cedo pelos matutinos do que nos vespertinos.

Quem tende a sofrer mais com a mudança de horário, os matutinos ou os vespertino?
As pessoas matutinas costumam sofrer mais com a alteração do horário. Há indícios de que pessoas que tendem a dormir pouco (chamadas de pequenos dormidores) também apresentariam maior dificuldade em relação à implantação do horário de verão.

Quais são as principais mudanças comportamentais que essas pessoas sofrem e quanto tempo em média os desconfortos podem ser sentidos?
Enquanto o organismo não se ajusta completamente ao novo horário, as pessoas se sentem mais irritadas e mal humoradas, com sensação de cansaço e sono durante o dia. No entanto, esse desconforto fica restrito aos primeiros dias e a queixa costuma ir embora em até uma semana depois da implantação do novo horário, tempo costuma ser o suficiente para a adaptação entre a maioria das pessoas.

Horário de verão e infarto

Segundo o estudo, publicado em 2008 no New England Journal of Medicine: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc0807104, os casos de infarto do miocárdio aumentam cerca de 5% na semana seguinte ao ajuste dos relógios – principalmente nos três primeiros dias. “A hora de sono perdida e os conseqüentes distúrbios de sono que isto provoca são as explicações mais prováveis”, disse Imre Janszky, um dos pesquisadores envolvidos no estudo. Segundo o estudo a saúde cardiovascular entra em risco, principalmente por um aumento da atividade do sistema nervoso simpático e elevação de citocinas pró-inflamatórias.

“Talvez seja melhor adotar o horário de verão durante todo o ano, em vez de ajustar os relógios duas vezes por ano. Este é um debate que está ocorrendo atualmente”, disse o Dr. Rickard Ljung. 

Os cientistas também observaram que o reajuste dos relógios no fim do horário de verão (que na Suécia ocorre sempre no último domingo do mês de outubro), que é sempre seguido por um dia de uma hora extra de sono, representa uma leve redução do risco de infartos na segunda-feira seguinte. 

A redução no índice de ataques cardíacos durante toda a semana que se inicia, no entanto, é significativamente menor do que o aumento registrado no início do horário de verão.  Estudos anteriores demonstram que a ocorrência de infartos é mais comum às segundas-feiras.

Segundo os cientistas do Instituto Karolinska, o ajuste dos relógios no horário de verão oferece outra explicação para este fato. “Sempre se pensou que a causa da maior incidência de infartos às segundas-feiras fosse principalmente o estresse relacionado ao início de uma nova semana de trabalho. Mas, talvez outro fator seja a alteração dos padrões de sono ocorrida durante o fim de semana”, observou o Dr. Janszky.

Os cientistas explicam que os distúrbios do sono produzem efeitos negativos no organismo humano e alertam que níveis elevados de estresse podem desencadear um ataque cardíaco nas pessoas que se situam em grupos de risco.  “Pessoas mais propensas a sofrer um infarto devem viver de maneira saudável, e isto inclui ciclos regulares de sono durante toda a semana”, diz Rickard Ljung. “Como um cuidado extra, podem talvez também relaxar mais nas manhãs de segunda-feira”, acrescentou ele.

Os cientistas suecos esperam que o estudo possa aumentar a compreensão sobre os impactos que as alterações dos ritmos diários do organismo podem ter sobre a saúde humana. “Cerca de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo são expostas todos os anos aos ajustes dos relógios, mas é difícil generalizar a ocorrência de infartos do miocárdio que isto pode provocar”, observou Ljung.


Quanto custa tudo isso aos cofres públicos e aos nossos próprios bolsos?

Segundo o Dr. Alexandre Feldman, "existe um processo de aclimatização após cerca de 1 semana, quando a maioria de nós (mas não todos), idealmente, consegue se adaptar ao fuso horário. Mas o custo dessa 1 semana pode ser imenso, em termos financeiros, para a população. E como é possível medi-lo, se não se consegue nem mesmo comprovar algo tão objetivo quanto a economia de energia elétrica no país? Tudo o que se divulga de economia são estimativas, sem comprovação científica. E se existem estudos sérios, como o realizado pela Comissão de Energia da Califórnia (EUA), mostrando a ausência de economia de energia elétrica com o horário de verão, conforme divulgado na Scientific American, então por que continuar a impor ao organismo de toda uma população de crianças, adultos e velhos mais esse stress?" Questiona o médico."

"Se o governo realmente se preocupa com seus gastos e com a saúde da população, é importante que suspenda a lei que institui o horário de verão. Nosso relógio biológico controla um grande número de funções vitais do organismo. Um bom sono é crucial para uma boa saúde e já está cientificamente comprovado que o adiantamento e posterior atraso dos relógios em uma hora traz problemas à saúde." Sugere o Dr. Alexandre Feldman



Bibliografia:

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sensibilidade química múltipla

A Sensibilidade Química múltipla ou SQM, também conhecida como Enfermidade Ambiental, é uma enfermidade distinta que muitas vezes é diagnosticada secundariamente ao complexo da Síndrome de Fadiga Crônica- Fibromialgia. Basicamente é um reação a algumas substâncias químicas.

Alguns dos sintomas básicos desta enfermidade incluem espirros, dificuldades cognitivas, perturbação do sono, e problemas de coordenação motora.. A causa destes sintomas são basicamente devido à incapacidade do corpo de metabolisar várias toxinas dentro nosso organismo. A SQM é uma doença muito complexa com várias etiologias e sistemas orgânicos envolvidos. È desconhecida se esta enfermidade pode ser curada.

Pacientes com SQM podem passar algum tempo com poucos ou nenhum sintoma e só então reaparecer mais tarde sem nenhuma razão ou ao menor contato ou exposição com alguma substância química que poderia ser de um simples perfume, uma loção de mão, contato com gasolina ou ar poluído (em recinto fechado ou fora).

O problema é que estas doenças são complexas sem cura definitiva. Como muitos pacientes podem ter vários problemas mesmo por pouco tempo, poucos são tratados e isto resulta freqüentemente em curas não definitivas e são seguidos depois por doenças ou sintomas prolongados. A SQM pode ser tornar um grande problema clínico quando é diagnosticada junto com outras enfermidades.

Os fatores e causas de SQM podem incluir:
1 - Exposição ou injúria química. (Exposição crônica ou há pouco tempo)
2 - Infecções primárias.
3 - Tensão.
4 - Insuficiência de vitamina ou de nutrientes. (Desnutrição)
5 - Acúmulo de toxinas
6 - Alergias a alimentos.
7 - Insuficiência circulatória.
8 - Reações neurológicas deficientes.
9 - Exposição de ar poluído.
10 - Isquemia cardíaca.
11 -Cuidado médico inadequado.

A melhor maneira de tratar esta enfermidade é encontrar um especialista em SQM e começar o tratamento logo que possível. Isso não quer dizer que você será curado mas agindo precocemente podemos prevenir uma diferença significativa em sua perspectiva a longo prazo. Eliminando Insultos específicos e adicionando vitaminas e terapias holisticas são normalmente as primeiras condutas para combater a doença . É de responsabilidade do paciente em insistir em encontrar todos os meios para equacionar seus problemas, e fazer o que pode para ver estes problemas resolvidos.

8 - TRATAMENTO:

O primeiro passo nos casos de síndrome da fadiga crônica associados com algum tipo de pesticida é, depois de identificá-lo, promover o tratamento específico. Seja pela retirada do agente causador, seja por tratamento farmacológico específico ou dos próprios sintomas de Fadiga Crônica. É um tratamento multifatorial, que pode exigir uma equipe de especialistas.
Não existe atualmente tratamento específico para a SFC. Vários medicamentos tem sido proposto mas sempre com o intento de aliviar as manifestações da enfermidade do que atacar o problema etiológico básico propriamnete dito. Análgesicos, antinflamatórios não-hormonais, antidepressivos tricíclicos, terapias cognivas e comportamentais, bem como alguns exercícios tem sido advogados como auxiliares na terapia da SFC. Porem nenhum medicamento até agora mostrou-se uniformemente eficaz contra a enfermidade.

Recentemente Pearn et al. descreveram casos de síndrome de fadiga crônica devido a envenenamento crônico pela ingestão de ciguatera (peixes contendo ciguatoxinas). Os casos de envenenamento agudo é dramático com parestesias, mialgias, artralgias, prostração mas já 20% dos casos de pacientes que ingerem peixes contaminados apresentam sintomas indistinguíveis da síndrome fadiga crônica. O fato de uma potente toxina dos mamíferos causar a síndrome da fadiga crônica abre uma porta para o estudo de outros agentes tóxicos provocarem uma síndrome da fadiga crônica-like.

Recentes estudos realizados por Phioplys et al AV com Amantidina e L-Carnitina no tratamento da síndrome da fadiga crônica resultaram em evidências interessantes. Como a carnitina é essencial para a produção de energia pelas mitocôndrias, e como distúrbios da função da mitocôndria provoca fadiga, a L-Carnitina foi dado aos pacientes com síndrome da fadiga crônica e resultou em melhoria clínica estatisticamente comprovada. Amantadina não foi tolerada pelos pacientes e não promoveu nenhum benefício aos pacientes que fizeram uso deste medicamento.

A conclusão foi de que L-carnitina é um medicamento seguro, bem tolerado, provoca melhoria nos pacientes na maioria dos sintomas que apresentaram. Sendo assim e como não há contraindicações ao uso de L-Carnitina cremos que um teste com este medicamento merece ser testado em alguns pacientes selecionados com a SFC.

Mais recentemente ainda o FDA aprovou um protocolo para tratar pacientes com síndrome da fadiga crônica com um medicamento novo que tem capacidade de restaurar as funções físicas e cognitivas destes pacientes. Cerca de 500.00 à 2.000.000 de pacientes sofrem da síndrome da fadiga crônica nos EEUU. O mecanismo de ação do AMPLIGEN não são conhecidos mas os estudos determinarão se os sintomas mais comum como fadiga, problemas de concentração e de memória, sintomas de gripe, artralgias, mialgias, perturbações do sono serão afetados positivamente antes de serem liberados para a venda ao público em geral.

Cinco Hospitais dos Estados Unidos receberam aprovação para participar do teste do protocolo de tratamento para pacientes com Síndrome da Fadiga Crônico com o - Ampligen - aprovado pelo FDA. Além dos cinco locais aprovados, uns doze locais adicionais estão sendo considerados para serem aprovados a tratar os pacientes de CFS com Ampligen, desenvolvido por HemispheRx Biopharma, Inc., e que teria o potencial de restabelelcer parte das funções físicas e cognitivas afetadas dos pacientes com Síndrome da Fadiga Crônica.

Esta é a primeira vez que se aprova um medicamento, em regime experimental para tratar da Síndrome da Fadiga Crônica. Os pacientes serão tratados com duas infusões da droga semanal e realizarão vários testes laboratoriais para contrôle.

O programa de tratamento nos E.U.A. serão dirigidos inicialmente para os pacientes mais gravemente atacados pela enfermidade. E a duração do tempo de tratamento será de 24 semanas seguido rigorosamente por avaliações médicas periódicas.
Entretanto, vendas do medicamento Ampligen já começou em Montreal e Vancouver sob a coordenação do Programa Canadense de Lançamento de Droga Emergencial.

9 - CONCLUSÃO:

Como a síndrome da fadiga crônica é por definição uma síndrome de caráter crônico, qualquer analogia que possamos ter ou vir a fazer com agentes etiólogicos químicos ou tóxicos seria com contato prolongado no caso com os pesticidas. Várias pesquisas tem falhado na identificação de um único agente etiológico para a síndrome da fadiga crônica, entretanto existem recentemente algumas pistas que levam a supor que exista uma base molecular para o diagnóstico da síndrome da fadiga crônica.

Em um estudo publicado por Dustanet al., níveis sericos do pesticida-organoclorado foi detectado em todas as amostras de pacientes com SFC em valores superiores a 0,4 pbb. A incidência de contaminação por hexaclorobenzeno foi de 45% maior que os níveis não-tóxicos 2,0 ppb que o observado entre grupo controle. Níveis de organoclorados (15.944 ppb) também foram encontrados elevados no grupo de síndrome da fadiga crônica. Estes níveis de organoclorados medidos no soro de pacientes com síndrome da fadiga crônica, eram mais altos que os dos outros pacientes do grupo-contrôle, sugerindo que estas substâncias químicas podem ter um papel etiológico na síndrome da fadiga crônica.

Entretanto como em alguns estudos não houve diferença nos níveis séricos de organoclorados entre os pacientes com síndrome da fadiga crônica e os outros com história conhecida de exposição aos tóxicos, a exclusão pura e simples do conceito da síndrome da fadiga crônica baseado na exposição ao tóxico parece não ser válida. O papel da bioacumulação no desenvolvimento dos sintomas da síndrome da fadiga crônica merece investigações futuras.

Por outro lado Mc Gregor estudou 20 pacientes com síndrome da fadiga crônica de acordo com a definição do CDC e 45 pacientes sem síndrome da fadiga crônica. Os pacientes foram submetidos a uma bateria de testes inclusive exames sangüíneos específico de espectometria em massa para metabólitos anormais presentes na urina.

Análise multivariadas dos metabolitos na urina revelou um aumento significativo de amido-hidroxi-N-pirrolidina tiroxina (chamado de CFSUM-1,"Chronic Fatigue Syndrome Urinary Marker"), b-alanina e ácido acotínico e ácido succinico e concomitantemente uma redução nos níveis de alanina e ácido glutâmico.

As concentrações de amido hidroxi-N-pirrolidina tiroxina (CFSUM-1), e B-alamina estavam proporcionais a incidência dos sintomas da síndrome da fadiga crônica sugerindo uma base molecular para a doença e isto pode no futuro servir como um teste diagnóstico para a síndrome da fadiga crônica. Noutro estudo dos mesmos autores foi demonstrado que os sintomas dos pacientes com elevados níveis da CFSMU 1 estavam associados com alterações do aparelho, músculo-esquelético enquanto níveis elevados de B-alamina estava associado aos problemas gastrointestinais e genitourinários.

Em resumo a SFC é uma entidade nosológica definida mas cujo agente etiológico ainda não foi 100% comprovado. Vários autores tem sugerido diferentes causas para a SFC mas até agora nenhum foi considerado pela comunidade científica como sendo unanimidade. È certo que a o complexo de múltiplos sintomas da SFC podem ser desencadeado por alguns pesticidas como vimos anteriormente, tanto da classe dos organoclorados, organofosforados e carbamatos. Mas nos níveis de conhecimento atuais não de pode implicar os pesticidas como os únicos causadores da SFC.

No entanto com o surgimento de medicamentos que possam combater com mais eficiência os sintomas da SFC recentemente lançados no mercado e, conjuntamente com o alerta de que os pacientes com suspeita de SFC devam daqui para a frente passsarem por um "screening" toxicológico seja na urina ou no sangue, certamente teremos contribuições valiosas tanto para se for o caso, afastarmos os pacientes das fontes dos pesticidas, como do tratamento em si contra o envenenamento crônico específico, como na descoberta e no aprimoramento de novos e modernos pesticidas com mais eficiência e menor morbidez.

10 - Bibliografia:

  • Improving the quality of reporting of Buchwald D, Garrity D. Comparison of patients with chronic fatigue syndrome, fibromyalgia and multiple chemical sensitivities. Arch Intern Med 1994; 154: 2049-14.
  • Behan PO. Chronic fatigue syndrome as a delayed reaction to chronic low-dose organophosphate exposure. J Nutr Med 1996; 6: 341-350.
  • Dunstan RH, Donohoe M, Taylor W, et al. A preliminary investigation of chlorinated hydrocarbons and chronic fatigue syndrome. Med J Aust 1995; 163: 294- 297.
  • Hoffman RE, Stehr-Gren PA, Webb KB, et al. Health effects of long-term exposure to 2,3,7,8-etrachlorodibenzo-p-dioxin. JAMA 1986; 255: 2031-2038.
  • Pearn JH. Chronic ciguatera: one cause of the chronic fatigue syndrome. J Chron Fatigue Syndr 1996; 2: 29-34
  • Clark MR, Katon W, Russo J, Kith P, Sintay M, Buchwald D. Chronic fatigue: risk factors for symptom persistence in a 2½-year follow-up study. Am J Med. 1995;98:187-195.
  • Fukuda K, Straus SE, Hickie I, Sharpe MC, Dobbins JG, Komaroff A. The chronic fatigue syndrome: a comprehensive approach to its definition and study. Ann Intern Med. 1994; 121 : 953-959.
  • Holmes GP, Kaplan JE, Gantz NM, et al. Chronic fatigue syndrome: a working case definition. Ann Intern Med. 1988;108:387-389.
  • The Canadian MS Research Group. A randomized controlled trial of amantadine in fatigue associated with multiple sclerosis. Can J Neurol Sci. 1987;14:273-278.
  • Cohen RA, Fisher M. Amantadine treatment of fatigue associated with multiple sclerosis. Arch Neurol. 1989;46:676-680.
  • Buchwald D, Garrity D. Comparison of patients with chronic fatigue syndrome, fibromyalgia and multiple chemical sensitivities. Arch Intern Med 1994b; 154: 2049-2053.
  • Holmes GP, Kaplan JE, Gantz NM, et al. Chronic fatigue syndrome: a working case definition. Ann Intern Med 1988; 108: 387-389.
  • Katon WJ, Walker EA. The relationship of chronic fatigue to psychiatric illness in community, primary care and tertiary care samples. Ciba Fnd Symp 1993; 173: 193-204.
  • Kuratsune H, Yamaguti K, Hattori H, et al. Symptoms, signs and laboratory findings in patients with chronic fatigue syndrome. Nipponrinsho 1992; 50: 2665-2672.
  • Morte S, Castilla A, Civiera M-P, et al. Gamma interferon and chronic fatigue syndrome. Lancet 1988; 2: 623-624.
  • Joy, R.M. (1993) Chlorinated hydrocarbon pesticidas, In: Pesticidas Nd neurological diseases, 2nd edition, (Ed. D.J. Ecobichon and R.M. Joy), CRC Press, London.
  • Srivastava, A.K., Gupta, B.N., Mathur, A.K., Mathur, N., Mahendra, P.N. and Bharti, R.S. (1991) The clinical and biochemical study of pesticide sprayers. Human and Experimental Toxicology, 10, 279-283.
  • Cascorbi, I. and Foret, M. (1990) Interaction of Xenobiotics on the glucose-transport system and the Na+/K+-ATPase of human skin fibroblasts. Ecotoxicology and Environmental Safety, 21, 38-46.
  • Foret, M. and Ahlers, J. (1988) Effects of phenol’s on growth rate and adenosine uptake of CHO cells.Ecotoxicology and Environmental Safety 16, 303-309.
  • Kanja, L.W., Skaare, J.U., Ojwang, S.B.O. and Maitai, C.K. (1992) A comparison of organochlorine pesticide residues in maternal adipose tissue, maternal blood, cord blood and human milk from mother/infant pairs. Arch. Environ. Contam. 22, 21-24.
  • Mes, J. (1992) Organochlorine residues in human blood and biopsy fat and their relationship. Bull. Environ. Contam. Toxicol. 48, 815-820.
  • Courtney, K.D. (1979) Hexachlorobenzene (HCB): A review. Environmental Research 20, 225-266.
  • Ahmad, N., Harsas, W., Marolt, R.S., Morton, M. and Pollak, J.K. (1988) Total DDT and Dieldrin content of human adipose tissue. Bull. Environ. Contam. Toxicol. 41: 802-808.
  • de Jong, G. (1991) Long term health effects of aldrin and dieldrin. Toxicology Letters Supplement, Elsevier Science Publishers B.V., Amsterdam.
  • Wolfe, M.S., Toniolo, P.G., Lee, E.W., Rivera, M. and Dubin, N. (1993) Blood levels of organochlorine residues and risk of breast cancer. Journal of the National Cancer Institute, 85, 648-652.
  • Neubert, R., Jacob-M(ller, U., Helge, H., Stahlmann, R. and Neubert, D. (1991) Polyhalogenated dibenzo-p-dioxins and dibenzofurans and the immune system. 2. In vitro effects of 2,3,7,8-tetrachlorodibenzo-p-dioxin (TCDD) on lymphocytes of venous blood from man and a non-humanprimate (Callithrix jacchus). Arch. Toxicol. 65, 213-219.
  • Rier, S.E., Martin, D.C., Bowman, R.E., Dmowski, W.P. and Becker, J.L. (1993) Endometriosis in Rhesus monkeys (Macaca mulatta) following exposure to 2,3,7,8-tetrachlorodibenzo-p-dioxin. Fundamental and Applied Toxicology, 21, 433-441.
  • Kourakis, A., Mouratidou, M., Kokkinos, G. Barbouti, A., Kotsis, A., Mourelatos, D. and Dozi-Vassiliades, J. (1992) Frequencies of chromosomal aberrations in pesticide sprayers working in plastic green houses. Mutation Research, 279, 145-148.
  • Rupa, D.S., Reddy, P.P. and Reddi, O.S. (1991) Reproductive performance in population exposed to pesticides in cotton fields in India. Environmental Research, 55, 123-128.
  • Dunstan RH, Donohoe M, Taylor W, Roberts TK, Murdoch RN & Watkins JA (1995) Chlorinated hydrocarbons and chronic fatigue syndrome Med J Aust 163:294-297.
  • Dunstan RH, Roberts TK, Donohoe M, McGregor NR Hope D, Taylor WG, Watkins JA, Murdoch RN & Butt H (1996) Bioaccumulated chlorinated hydrocarbons and red/white blood cell parameters. Biochem Molec Med,58:77-84.

Autor: Dr. Horácio Arruda Falcão, ex-Professor de Nefrologia da UFRJ, Fellow em Nefrologia pelo Massachusetts General Hospital, Fellow do American College of Physicians (FACP)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Permacultura

O que é Permacultura?
Permacultura é muito mais do que uma forma de Horticultura Orgânica.

A Permacultura lida com nossa existência neste planeta e engloba diversos aspectos desta.

Ross Mars explica que: Permacultura é uma Direção, não um Destino.

A palavra Permacultura foi cunhada por Bill Mollison e David Holmgren em meados dos anos 70 para descrever : ¨Sistemas integrados pereniais ou plantas auto-perpetuantes e animais uteis ao seres humanos¨.
Uma definição mais atualizada de Permacultura, a qual reflete a expansão do foco, implicito na definição anterior, é: ¨Paisagens conscientemente projetadas que imitam o padrão e relações encontradas na natureza, enquanto produzem abundância de alimentos, fibra e energia, para prover as necessidades locais.¨ As pessoas , suas construções e a forma que se organizam são fundamentais para a Permacultura. Portanto a visão da Permacultura de Agricultura permanente ( sustentável) , evoluiu para uma Cultura permanente (sustentável).

Permacultura, diz David Holmgren, não é a paisagem, ou mesmo a habilidade da horticultura orgânica, agricultura sustentável, projeto energético eficiente ou desenvolvimento de ecovilas como tais. Mas, ela pode ser usada para projetar, estabelecer, administrar e melhorar estes e todos outros esforços individuais, familiares e comunitários em direção a um futuro sustentável.

Os fundamentos da Permacultura estão projetados em 3 Princípios Èticos e 12 Principios de Design.

Os 3 Princípios Èticos são:
1.Cuidar da Terra
2.Cuidar das Pessoas
3.Repartir o excedente



Os 12 Princípios de Design em Permacultura descritos por David Holmgren são:
1. Observe e interaja
2. Capte e armazene energia
3. Obtenha rendimento
4. Pratique a auto-regulação e aceite o feed Back
5. Use e valorize os serviços e recursos renováveis
6. Não produza Desperdício
7. Design partindo de padrões para chegar aos detalhes
8. Integrar ao invés de segregar
9. Use soluções pequenas e lentas
10.Use e valorize a diversidade
11.Use as bordas e valorize os elementos marginais
12.Use criativamente e responda às mudanças

Fonte: http://saudenamesa.blogspot.com/2011/07/permacultura.html

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Chá verde retarda a absorção de gordura pelo corpo

O chá verde reduz a absorção de gordura pelo corpo, retardando o ganho de peso. Segundo uma equipe de cientistas da Universidade da Pensilvânia (EUA), isto transforma definitivamente o chá verde em uma ferramenta natural para a luta contra o sobrepeso e a obesidade.

Os experimentos foram feitos em modelos animais para permitir o monitoramento preciso da dieta e da liberação de gordura nas fezes, com e sem a ingestão do chá verde.

Uso e liberação da gordura

Os cientistas alimentaram dois grupos de camundongos com uma dieta rica em gordura.

Um dos grupos que recebeu também o composto EGCG (Epigalocatequina-3-galato), encontrado no chá verde.

Os animais desse grupo apresentaram um ganho de peso 45% mais lento do que o segundo grupo, que não recebeu o composto.

Além do menor ganho de peso, os animais alimentados com o composto do chá verde apresentaram um aumento de quase 30% na liberação de lipídios fecais, mostrando que o composto EGCG limita a absorção de gordura pelo organismo.

"Parece haver dois mecanismos aqui," diz o pesquisador Joshua Lambert, responsável pelo experimento. "Primeiro, o EGCG reduz a capacidade do organismo em absorver gordura e, segundo, ele melhora o uso da gordura pelo organismo."

O chá verde não parece reduzir o apetite. Os dois grupos de animais receberam quantidades iguais de alimentos e comeram igualmente.

Sem exageros

Por outro lado, a dose de EGCG usada pelos cientistas foi extremamente elevada: uma pessoa precisaria tomar 10 copos de chá verde por dia para obter tal quantidade do composto.

Não é recomendada a ingestão de nenhuma substância em quantidades exageradas, sob o risco de intoxicação - os cientistas não estudaram essa possibilidade no experimento.

"Os dados humanos - e já há muitos sobre isso disponíveis - mostram que as pessoas que tomam chá verde ingerem apenas um ou dois copos por dia para ver os efeitos," diz o cientista.

Outra possibilidade para a redução do ganho de peso é o controle alimentar.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=12531

Som nas salas de parto está acima do recomendado

O volume nas salas de parto das maternidades paulistas está acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O som alto, segundo especialistas ouvidos pelo Jornal da Tarde, provoca alterações fisiológicas na mulher e no recém-nascido, como o aumento da pressão arterial, frequência cardíaca, produção de adrenalina, contrações musculares e estresse – o que torna o procedimento mais trabalhoso e os partos naturais ainda mais dolorosos.

O nível de ruído médio, em cerca de 80 partos, medido pela enfermeira-obstetra Clara Fróes de Oliveira Sanfelice foi de 65 decibéis (dB). “Mas em algumas situações o aparelho (decibelímetro, o mesmo utilizado pela Prefeitura de São Paulo para medir o nível de ruído em casas noturnas e bares pelo Programa de Silêncio Urbano – PSIU]) acusou 103 decibéis”, completa Clara, mestranda do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Todos os sons registrados dentro das salas de parto, como equipamentos, movimentação e conversas de enfermeiros, médicos e familiares das gestantes, foram levados em consideração para aferir o nível de ruído. “Apesar de não existir limite específico para salas de parto, a ABNT estabelece em 45 decibéis o máximo de ruído em centros cirúrgicos, enfermarias e berçários”, diz Alessandra Samelli, professora de Fonoaudiologia da Universidade de São Paulo.

No entanto, ela explica que por uma questão matemática, o som pode ser ainda mais alto. “Os decibéis são medidos em logaritmos. A proporção não é aritmética de um para um. A literatura fala que a cada 6 decibéis a intensidade sonora triplica. Uma medição de 15 decibéis, significa uma ‘sensação auditiva’ de 45 decibéis”, diz Alessandra, que dirige a Associação Brasileira de Audiologia (ABA).

O volume alto é prejudicial para bebês, mães e profissionais da saúde envolvidos no parto, diz Marcelo de Toledo Piza, diretor da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORLCCF). “O recém-nascido ainda não tem o sistema auditivo maduro o suficiente para suportar níveis altos. Porém, não há risco de surdez, pois o tempo de exposição é curto. Mas há outras implicações negativas. ”

O barulho pode ocasionar alterações fisiológicas na criança e na mulher, como “aumento da pressão arterial, frequência cardíaca, respiratória e da produção de adrenalina e cortisol hormônios relacionados ao estresse”, lista Maria Esther Jurfest Ceccon, pediatra e chefe da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.

Alterações que podem dificultar ainda mais o trabalho de parto. “Nas mulheres, o barulho também é responsável por contrair a musculatura e diminuir a movimentação gastrointestinal, dificultando o parto. Se a mulher não relaxa, o procedimento é ainda mais doloroso”, diz Antonio Fernandes Moron, professor titular do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Para quem passou pela experiência de um parto, o silêncio colabora, sim. “Foi muito tranquilo porque o ambiente estava confortável: luz baixa, pouco barulho e gente na sala”, conta Lígia Botelho dos Santos, de 28 anos, que há 16 dias deu à luz Ester. “A situação já é estressante. Qualquer coisa para diminuir a tensão é válida.”

Segundo Alessandra, médicos e enfermeiros também estão suscetíveis ao impacto negativo do som alto. “A concentração fica comprometida. devemos considerar que eles estão expostos por muito mais tempo, o que pode potencializar problemas cardiovasculares e gastrointestinais.”

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=12527

Sistema imunológico feminino é melhor que o masculino

De acordo com pesquisa realizada na Universidade de Ghent, na Bélgica, as mulheres são mais resistentes às doenças do que os homens.

Focando-se na análise do papel dos microRNAs codificados no cromossomo X, os cientistas descobriram que elas têm o sistema imunológico mais forte e são menos propensas a desenvolver câncer.

 Os microRNAs são pequenas fitas de ácido ribonucleico que, juntamente com o DNA e as proteínas, constituem as três principais macromoléculas que são essenciais para todas as formas de vida conhecidas.

O cromossomo X concentra 10% de todos os microRNAs detectados até agora no genoma. As funções de muitos deles são desconhecidas, mas dos conhecidos, muitos dos localizados no cromossomo X e têm funções importantes na imunidade e no controle do câncer.

"As estatísticas mostram que, nos humanos, assim como acontece com outros mamíferos, as fêmeas vivem mais do que os machos e são mais capazes de lutar contra episódios de choques, de infecção, sepse ou trauma", explica o Dr. Claude Libert, um dos autores da pesquisa.

A hipótese da equipe do Dr. Libert é a de que os mecanismos biológicos do cromossomo X têm um forte impacto sobre os genes de um indivíduo, conhecido como assinatura genética, o que dá uma vantagem imunológica às fêmeas.

A equipe produziu uma mapa detalhado de todos os microRNAs descritos que têm algum papel nas funções imunológicas e no câncer nos cromossomos X de humanos e camundongos. "Nós acreditamos que esta vantagem imunológica deve-se ao silenciamento de genes ligados ao cromossomo X por esses microRNAs," diz Libert. “Este silenciamento genético deixa os machos em desvantagem imunológica, já que esses têm apenas um cromossomo X”, completa.

Batatas roxas ajudam a controlar pressão arterial

A batata-roxa, por vezes desprezada nos supermercados, pode ser uma arma contra pressão alta. Segundo pesquisadores da Universidade de Scranton, nos Estados Unidos, pessoas que comem duas porções diárias de batata roxa cozida podem ter sua pressão arterial diminuída em até 4% em um mês.

Joe Vinson, um dos autores da pesquisa, explica que a redução da pressão arterial é provavelmente devido à alta concentração de antioxidantes batatas.

Os antioxidantes protegem o corpo de "radicais livres", moléculas que podem danificar as células saudáveis. “Ao ouvir a palavra batata, as pessoas logo a associam a outras, como carboidratos, calorias vazias e ganho de peso.

Na realidade, quando não é frita e é preparada sem alimentos gordurosos, como manteiga ou margarina, uma batata tem apenas 110 calorias e dezenas de fitoquímicos saudáveis, além de vitaminas”, diz Vinson.

O estudo envolveu 18 pessoas com sobrepeso e pressão arterial elevada, que foram divididos em dois grupos: um que comeu de seis a oito batatas roxas do tamanho de bolas de golfe cozidas com pele e outro que não comeu as batatas.

Os resultados mostraram que, ao fim de quatro semanas, os participantes do grupo que ingeriu a batata roxa tiveram a pressão arterial diminuída em até 4%. “Esperamos que nossa pesquisa ajude a desmistificar a batata como sendo um alimento que contribui apenas para o ganho de peso e que essa passe a ser vista como um alimento rico em valor nutricional", finaliza o pesquisador.

Alimentação materna saudável pode reduzir defeitos de nascimento

Mulheres que se preocupam com a alimentação antes e durante a gravidez podem ter menor risco de serem mães de filhos com defeitos de nascimento. A afirmação vem de pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que utilizaram dados do Estudo Nacional de Prevenção de Defeitos de Nascimento para analisar os efeitos da dieta materna aos defeitos congênitos nos bebês.

Os dados foram coletados em dez estados norte-americanos entre outubro de 1997 e dezembro de 2005. Foram identificados 936 casos de defeitos do tubo neural (abertura na medula espinhal ou cérebro), 2.475 com fissuras orofaciais (desenvolvimento facial anormal) e 6.147 crianças do grupo de controle, ou seja, que não apresentavam defeitos de nascimento.

Foram desenvolvidos dois índices de qualidade da dieta que incidiram sobre a qualidade da alimentação global, baseando-se na dieta mediterrânea e no Guia da Pirâmide Alimentar do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Segundo os autores da pesquisa, a qualidade da alimentação com base em um aumento da Dieta do Mediterrâneo ou Pirâmide Alimentar do USDA foi associada com riscos reduzidos para defeitos de nascimento nos casos estudados. “Com base nos índices, foi possível concluir que a maior qualidade de dieta materna antes e durante a gravidez esta associada com menor risco de defeitos do tubo neural e fissuras orofaciais.

Estes resultados sugerem que as abordagens da dieta podem levar à redução dos riscos de defeitos congênitos", diz Suzan L. Carmichael, uma das autoras do estudo

domingo, 9 de outubro de 2011

Poluição sonora ultrapassa os níveis permitidos em São Paulo

A poluição sonora, aquela causada pelo excesso de ruídos, está atingindo níveis que podem prejudicar a saúde, em especial, em grandes cidades. Estudo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) constatou que em até 45% dos pontos de medição o ruído era até 15 decibéis (dB) acima do ideal.

Analisando dados coletados a partir de três medições em 40 pontos distribuídos por São Paulo, o geógrafo Thiago Shoegima constatou que no primeiro semestre de 2010, quando foi realizada a primeira medição, 45% dos pontos estavam com mais de 15dB acima do aceitável, e apenas 2,5% deles estavam dentro dos limites estabelecidos.

Comparando com as segunda e terceira medições, realizados no primeiro semestre de 2011, foi possível observar uma melhora nesse quadro: 20% dos lugares apresentavam ruído urbano superior ao permitido. E destes, em 42% dos casos o excesso ficava entre 1dB e 5dB. De acordo com Shoegima, a lei que restringiu o tráfego de caminhões e ao programa Controlar (Programa de Inspeção e Manutenção de Veículos em Uso), que visa diminuir a poluição do ar, tiveram como efeito a redução da poluição sonora. Contudo, o numero de reclamações recebidas pelo Programa de Silêncio Urbano da Prefeitura de São Paulo (PSIU) não acompanhou a diminuição da poluição sonora no período.

A poluição sonora, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), pode desencadear problemas cardiovasculares, psicológicos, reduzir o desempenho, alterar comportamentos sociais, causar estresse, problemas de audição e prejudicar o sono.

Fonte: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=9377&mode=browse&fromhome=y

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tintura de cabelo na gravidez

A utilização de tintura de cabelo por mulheres grávidas pode trazer alguma consequência ao bebê?

O biólogo Arnaldo Couto analisou uma possível associação entre o uso de produtos de tintura e alisamento de cabelo durante a gravidez e o desenvolvimento de leucemia aguda em menores de dois anos.

A investigação encontrou evidências sugestivas de uma possível associação entre o uso de tintura/alisamento de cabelo no período inicial da gravidez e o desenvolvimento de leucemia aguda em lactentes.

Os dados levaram a uma estimativa de risco duas a três vezes mais elevada em gestantes que se expuseram àqueles cosméticos durante o 1º e 2º trimestres da gravidez.

Pintando a leucemia

De acordo com Arnaldo, foram realizadas análises três meses antes da gravidez, durante a própria gestação, que foi dividida em três trimestres, e três meses após o parto.

Os dois principais tipos de leucemias na infância são: a leucemia linfoide aguda (LLA) e a leucemia mieloide aguda (LMA), sendo a LLA a mais frequente (75% dos casos pediátricos).

"Nossos dados encontraram um resultado interessante: observamos um aumento na estimativa de risco no primeiro trimestre da gestação em torno de 70%, explica o pesquisador. "Para LLA foi observado um aumento na estimativa de risco na ordem de 80% cujas mães mencionaram uso de tinturas e alisantes de cabelo no primeiro e segundo trimestre da gravidez. Em relação ao uso destes cosméticos durante a lactação, observou-se um excesso de risco na ocorrência de LMA de 2,59 vezes maior para mulheres que fizeram uso de produtos capilares."

Relação entre tintura para cabelo e câncer

"A relação entre a tintura de cabelo e o possível desenvolvimento de câncer, incluindo leucemias, vem sendo estudada por diferentes pesquisadores com resultados contraditórios. De acordo com nosso conhecimento, este é o primeiro estudo a analisar esta exposição das leucemias em lactentes, principalmente quando ocorre durante a gestação.

"A associação entre os casos de câncer e o uso de tintura de cabelo já vem sendo analisada desde o fim da década de 70, mas as pesquisas eram desenvolvidas para as pessoas mais velhas, já que o hábito de pintar os cabelos era realizado por pessoas de uma determinada idade - na medida que surgiam cabelos brancos.

"Hoje em dia, o uso da tintura de cabelo é algo comum, principalmente entre adolescentes," explica o pesquisador.

Química da tintura de cabelos

O estudo analisou as marcas comerciais de produtos para tintura de cabelo e realizou uma estimativa do risco a partir dos compostos químicos neles presentes.

"Observamos uma diversidade de produtos, com cerca de 150 compostos diferentes nas tinturas. Destes, aproximadamente 32 apresentaram aumento na estimativa de risco."

Por conta disso, o trabalho alerta para uma maior fiscalização dos órgãos de vigilância dos cosméticos.

"É importante ressaltar que trabalhamos com o possível risco de leucemia no lactente, ocorrida a partir da exposição da mãe durante a gravidez. Os órgãos de vigilância dos cosméticos devem trazer essas informações mais completas para as usuárias.

"Nosso trabalho sugere ainda que haja um aumento na estimativa de risco, e isso revela a importância das agências reguladoras verificarem a composição química dos produtos, já que algumas substâncias presentes já são definidas como cancerígenas. Esses fatos necessitam ser claramente explicados para a sociedade."

Recentemente, uma pesquisa realizada na Noruega apontou os riscos das tinturas para cabelos e outros cosméticos para as próprias pessoas que os utilizam, mostrando dados preocupantes sobretudo com relação a reações alérgicas.

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=tintura-cabelo-leucemia-infantil&id=6712&nl=nlds

Maioria dos pais oferece alimentos industrializados à criança antes dos três meses de idade

Um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que 67% dos pais oferecem alimentos industrializados à criança antes dos três meses de idade.

O levantamento foi feito com 270 pais de crianças que frequentam berçários de creches públicas e filantrópicas da cidade de São Paulo. A maioria dos entrevistados era jovem, com baixa escolaridade e menor poder aquisitivo.

Até os seis meses de idade, a recomendação é que alimentação da criança seja baseada exclusivamente no aleitamento.

Para a autora do trabalho, a nutricionista Maysa Helena de Aguiar Toloni, a conclusão é preocupante, já que os alimentos industrializados possuem mais açúcar e gordura. Cerca de 10% das crianças e 20% dos adolescentes têm excesso de peso no país. Além disso, os jovens têm sido vítimas de problemas como hipertensão e colesterol alto cada vez mais cedo.

Açúcar, chá e mel

Ao contrário do que muita gente pensa, a nutricionista explica que a criança já nasce com preferência pelo sabor adocicado. Porém, o Ministério da Saúde recomenda que a adição de açúcar deve ser evitada nos dois primeiros anos de vida. Antes dessa fase, isso só aumenta a incidência de cáries e o valor calórico da dieta, sem contribuir com conteúdo nutricional.

A pesquisa mostra que, até os três meses de vida, 31% dos pais afirmaram ter oferecido açúcar ao filho. Quase metade, ou 49%, dão chá para a criança. E 18% oferecem mel. “As pessoas acham que o mel é um alimento natural, mas ele é contraindicado antes do primeiro ano de vida porque, nessa fase, a flora intestinal ainda não está formada e há risco de intoxicações causadas pelo bacilo Clostridium botulinum“, explica.

Outro dado que chama a atenção é a idade com que as crianças começam a conhecer os refrigerantes: entre o primeiro e o sexto mês de vida, 12% delas já experimentaram. Até os noves meses, esse índice sobe para quase 20% e mais da metade (56,5%) já teve a bebida incluída no cardápio até o primeiro ano de vida.

A pesquisadora alerta que a presença de corantes e aditivos nos alimentos industrializados também pode aumentar a predisposição da criança a desenvolver alergias alimentares.

Motivos

Embora o foco do estudo não tenha sido os motivos que levam à introdução precoce dos alimentos industrializados, a nutricionista pondera que a falta de informação justifica os resultados. “Muitos dos pais que participaram da pesquisa não fizeram o pré-Natal, por isso não foram orientados adequadamente”, comenta a pesquisadora.

Mas o aspecto sócio-econômico nem sempre é determinante: “há estudos que indicam que nas classes altas o resultado é parecido”.

Na maior parte das vezes, ela observa, a dieta do bebê reflete o estilo de vida da própria família. “É comum a criança querer aquilo que os pais ou o irmão mais velho está consumindo”, diz. Outro fator é a falta de tempo para preparar refeições mais nutritivas, com vegetais frescos, por exemplo. Além disso, ela também menciona a influência da publicidade de alimentos na tendência a oferecer alimentos industrializados, como macarrão instantâneo e sucos artificiais, para crianças muito pequenas.

Dieta Vegetariana e sua Influência sobre a Performance...


Este mês atendi dois clientes vegetarianos e praticantes de atividades físicas intensas e lembrei deste artigo que havia escrito, e achei bem oportuno publicá-lo.

A adoção de dieta vegetariana tem sido associada a diversos benefícios para a saúde da população humana. De acordo com a American Dietetic Association (ADA, 2003), dietas vegetarianas oferecem determinados benefícios nutricionais, como a baixa ingestão de gordura saturada e colesterol - ou mesmo a não elevação desses marcadores, quando observados em relação ao envelhecimento - a alta ingestão de carboidratos, fibras dietéticas, magnésio, potássio, folato, antioxidantes (como as vitaminas C e E) e fitoquímicos (RICHTER, et al 2004). Em contrapartida, Sabate (2003) cita que a dieta vegetariana desbalanceada ou restritiva, particularmente em situações de altas demandas metabólicas (como durante o exercício), pode provocar deficiências nutricionais.

Vários experimentos foram realizados para avaliar a influência da dieta vegetariana sobre a performance de praticantes de atividade física. Discute-se se tal dieta pode afetar, positiva ou negativamente, o desempenho de atletas de resistência e força.

O número de pesquisas que testaram a capacidade aeróbica é superior ao daquelas que testaram a força muscular dos vegetarianos. No experimento de Cotes et al, realizado ainda em 1970, não foram encontradas diferenças na função pulmonar e na resposta cardiorrespiratória no exercício submáximo em ciclo-ergômetro, entre vegans e não-vegetarianos. Já em 1986 Hanne et al, também não encontraram diferenças no desempenho de atletas israelenses de ambos os sexos. Diversas outras pesquisas encontraram resultados semelhantes (NIEMAN, et al. 1988, HEBBELINCK, et al, 1999).

Campbell et al. (1999) não encontraram diferenças significativas na força muscular dinâmica entre grupos de homens vegetarianos e não-vegetarianos. Ambos os grupos demonstraram aumento similar na força, após 12 semanas de treinamento contra resistência. Esses resultados estão de acordo com os encontrados por Hanne et al.(1986), em pesquisa anterior.

De todos os estudos analisados, apenas um encontrou diferenças na capacidade aeróbica e em testes de potência (HEBBELINCK, et al, 1999). Crianças, adolescentes e adultos vegetarianos foram testados. Os adolescentes e adultos mostraram melhores resultados no teste cardiorrespiratório, mas os adolescentes obtiveram valores mais baixos nos testes de força e potência. Esse experimento não contou com grupo controle não-vegetariano, sendo os resultados comparados a valores de referência indicados por pesquisas anteriores. Talvez a falta de grupo controle possa ter ocasionado resultados divergentes dos demais estudos citados.

O conteúdo protéico dos alimentos de origem vegetal é freqüentemente menor, além de apresentarem menor valor biológico, pois possuem aminoácidos limitantes. Ainda assim, os pesquisadores sugerem que a ingestão protéica nas dietas vegetarianas pode cumprir a cota de fornecimento adequada, mesmo para atletas que necessitam de maior ingestão protéica.

Uma dieta vegetariana necessita ser bem planejada e equilibrada em termos nutricionais, sendo, assim, apropriada a todos os estágios do desenvolvimento humano, incluindo a gestação, lactação, infância e adolescência, além de proporcionar suporte adequado ao desempenho esportivo.

Referências Bibliográficas

AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION, Dietitians of Canada. Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canada: vegetarian diets. Can J Diet Pract Res. 2003; 64(2):62-81.       
RICHTER V, RASSOUL F, HENTSCHEL B, KOTHE K, KROBARA M, UNGER R, et al. Age-dependence of lipid parameters in the general population and vegetarians. Z Gerontol Geriatr. 2004; 37(3): 207-13.
SABATE J. The contribution of vegetarian diets to health and disease: a paradigm shift? Am J Clin Nutr. 2003; 78(3 Suppl):502S-7S.
COTES JE, DABBS JM, HALL AM. Possible effect of vegan diet upon lung function and the cardiorespiratory response to submaximal exercise in healthy women. J Physiol. 1970; 1(209):30-2.
HANNE N, DLIN R, ROTSTEIN A. Physical Fitness, anthropometric and metabolic parameters in vegetarian athletes. J Sports Med Phys Fitness. 1986; 26(2):180-5
NIEMAN DC, HAIG JL, DE GUIA ED, DIZON GP, REGISTER UD. Reducing diet and exercise training effects on resting metabolic rates in mildly obese women. J Sports Med Phys Fitness. 1988; 28(1):79-88.
HEBBELINCK M, CLARYS P, MALSCHE AD. Growth, development, and physical fitness of Flemish vegetarian children, adolescents, and young adults. Am J Clin Nutr. 1999; 70(3 Suppl):579S-85S
CAMPBELL WW, BARTON ML, CYR-CAMPBELL D, DAVEY SL, BEARD JL, PARISE G, et al. Effects of an omnivorous diet compared with a lactoovovegetarian diet on resistance-training-induced changes in body composition and skeletal muscle in older men. Am J Clin Nutr. 1999.

Para dicas diárias sobre nutrição e saúde me siga no Twitter! @nutricorpo


OMS avalia que qualidade do ar em São Paulo é melhor que a do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro tem um índice de poluição do ar três vezes superior aos níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pior que o de São Paulo e de Cubatão.

Em um estudo inédito com 1,1 mil localidades no mundo, a entidade alerta que os municípios de países emergentes são hoje os mais poluídos. São Paulo, apesar de estar em uma situação melhor que a do Rio, não tem nada a comemorar.

A capital paulista tem um índice duas vezes superior às recomendações da OMS, conforme os dados mais recentes, de 2009. No geral, o Brasil tem uma média de poluição do ar duas vezes superior ao que estabelece a entidade. Os dados tomam por base 68 estações em quatro estados.

O poluente considerado é o material particulado - a poeira formada principalmente pela queima de combustíveis. Essas micropartículas, com até 10 milésimos de milímetro, podem causar asma, câncer e doenças cardíacas.

De 91 países avaliados, o Brasil é o 44.º com maior índice médio de poluição. A situação mais preocupante é a do Rio, na 144.ª colocação entre as mais poluídas. A cada m³ de ar na cidade foram encontrados 64 microgramas de material particulado. O limite ideal para a OMS é 20.

Procurado, o governo do Rio atribuiu o alto índice de poluição do ar constatado no levantamento à grande circulação de veículos na região metropolitana.

Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), carros, ônibus e caminhões são fontes de mais de 70% dos poluentes detectados. O sistema semiautomático que mede poluição por acúmulo de horas, diferente do de São Paulo, também contribuiria para uma distorção no ranking. Segundo o coordenador do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, o brasileiro Carlos Dora, uma redução da poluição aos níveis aceitáveis pela OMS reduziria em 15% o número de mortes anuais por problemas respiratórios no Rio.

Maria Neira, diretora da OMS para Saúde Pública e Meio Ambiente, acredita que o investimento em transporte público pode ser a solução. "Basta ver o que os países ricos fizeram. Há décadas, estavam entre os locais mais críticos do mundo e conseguiram reverter essa situação."

Fonte: http://www.hebron.com.br/noticias/

Doenças cardiovasculares matam 17 milhões ao ano em todo o mundo

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, a cada ano, 17,3 milhões de pessoas morrem em todo o mundo vítimas de doenças cardiovasculares, sendo que 80% desses óbitos são registrados em países de baixa e média renda.

A estimativa é que, em 2030, o total de mortes possa chegar a 23,6 milhões. As doenças cardiovasculares, segundo a OMS, são a principal causa de morte em todo o mundo. Em 2008, os óbitos provocados por elas representaram 30% do total registrado globalmente.

Os fatores de risco para tais enfermidades incluem:
  • pressão alta,
  • taxas de colesterol e glicose elevadas,
  • sobrepeso e obesidade,
  • fumo,
  • baixa ingestão de frutas e verduras,
  • sedentarismo.
De acordo com a organização não governamental Federação Internacional do Coração (World Heart Federation), em países em desenvolvimento, as doenças cardiovasculares têm historicamente afetado a parcela da população com maior escolaridade e boa renda. Entretanto, a perspectiva é de mudanças desse cenário – pessoas em idade produtiva e de baixa renda também estão sendo acometidas por esse tipo de enfermidade.

A agravante é que, nesse grupo, as taxas de mortalidade em razão de uma parada cardíaca, por exemplo, são mais altas. A estimativa é que as economias de países como o Brasil, a Índia, a China, a África do Sul e o México registrem, juntas, uma perda de 21 milhões de anos de vida produtiva em razão de mortes precoces provocadas por doenças cardiovasculares.

A ONG listou uma série de prioridades para os próximos anos, entre elas aumentar a atenção às doenças cardiovasculares na agenda global de saúde; melhorar o atendimento a pacientes vítimas de doenças do coração e derrames; promover dietas voltadas para o bem-estar do coração e atividades físicas para toda a população; melhorar a detecção e o controle da pressão alta em todo o mundo e avançar na conquista de um mundo livre do tabaco

Fonte: http://www.hebron.com.br/noticias/

Guia para ação em defesa da vida



Abaixo o link pra um manual sobre Agrotóxicos no Brasil.
O material é bastante interessante e possui muitas informações já postadas aqui no blog.
Vale a pena baixar:
http://aspta.org.br/wp-content/uploads/2011/09/Agrotoxicos-no-Brasil-mobile.pdf

Abraço

Dr. Frederico Lobo (CRM-GO 13192)