sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Privação de sono


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Brasil: Por que a Regulamentação da Medicina Incomoda tanta gente?


POR QUE A REGULAMENTAÇÃO DA MEDICINA INCOMODA TANTA GENTE?

Todas as profissões da área da saúde atacam a Medicina e os médicos, para usurparem prerrogativas da profissão médica e para atenderem pacientes no lugar dos médicos nos serviços de saúde. Conheça os motivos:

Falam que foram os médicos que começaram com a defesa corporativa de sua profissão. 

Em 1996, o Conselho Federal de Psicologia emitiu uma resolução que, ilegalmente, ”autorizava“ os psicólogos diagnosticarem e atestarem oficialmente doenças médicas, utilizando-se, inclusive, do CID - Código Internacional de Doenças (Resolução CFPN° 015/96 de 13 de Dezembro de 1996). A profissão da psicóloga não pertence à Área da Saúde, e sim, da área de Ciências Humanas!

Pouco tempo depois, o mesmo Conselho Federal de Psicologia processou por ”exercício ilegal da Psicologia“ uma Médica Psiquiatra paulista, porque esta usava um exame de Rorschach para complementar seu diagnóstico psiquiátrico (sendo que, o inventor do exame, Hermann Rorschach, era, ele mesmo, Médico Psiquiatra, e não psicólogo!).

Por outro lado, nunca houve caso do Conselho Federal de Medicina processar psicólogo por “exercício ilegal da Medicina”, mesmo após, através da resolução acima, eles terem se auto-investido do conhecimento médico para darem diagnósticos médicos também.

A partir desta invasão da Medicina, outras categorias profissionais, p.ex., biomédicos, através de resoluções internas de seu conselho de profissão, “legalizaram” a invasão do trabalho do médico (Resolução CFBM N° 197, de 21 de Fevereiro de 2011), agora não mais apenas diagnosticando, mas também prescrevendo e executando procedimentos invasivos (cirúrgicos). Recentemente, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, através de resoluções internas de seus conselhos (Resolução CFFa N°  400, de 18 dedezembro de 2010), também se auto-investiram do direito de darem diagnósticos médicos. Só por isto já se vê quem invade a área da Medicina, e quem quer defender a reserva de mercado.

Para o Governo e grandes grupos econômicos, é economicamente vantajoso que não-médicos exerçam a Medicina.

Com a precarização e debandada do trabalho do médico no governo, devido aos baixos salários e péssimas condições de trabalho, outros profissionais de saúde invadiram e usurparam a função do médico, e hoje, evidentemente, não querem mais abandonar estas prerrogativas. Há muito interesse do governo em substituir o trabalho dos médicos pelo daqueles a quem paga menos e a quem fornece um eleitoreiro cabide-de-empregos.

Grandes grupos financeiros de prestação de serviços de saúde também têm interesse em permitir que profissionais mais “baratos” também façam procedimentos médicos (por exemplo, colocar “técnicos de radiologia” para fazerem trabalho do médico radiologista, como pretende um projeto de lei que agora tramita no Congresso - Projeto de Lei nº 3661/2012).

Você pode estar sendo atendido por um não-médico e não saber, pois, para o governo, é tudo “a mesma coisa”.

A regulamentação da Medicina não é fruto de “reserva de mercado” ou “desejo de se superpor às outras profissões”. Não há, na lei da Regulamentação da Medicina, nenhum item que coloque o médico acima de outros profissionais, com autoridade sobre eles, que os tornem dependentes do médico, ou que exija que, quem quer que seja, passe por um médico antes de ser consultado por algum outro profissional da saúde.

Aliás, os profissionais de saúde anti-médicos distorcem a verdade. Chegam a espalhar ilações alarmistas sobre a população: “Caso aprovem o projeto de lei da Regulamentação da Medicina isto redundará no fim do SUS!!”.  Tais acusações foram feitas por anti-médicos interessados em tumultuar a aprovação da Lei do Ato Médico no Congresso.

Você sabia que, até hoje, na verdade, entre todas as profissões da saúde, a Medicina é a mais antiga e é a única não Regulamentada? E por isto está sendo tão invadida e destruída.

O risco para a população é enorme.

Este comunicado é uma reação dos médicos à invasão e mutilação da Medicina, com prejuízos não só para eles, mas também para a população, que, sem a regulamentação, continuará a “comprar gato por lebre” (ser atendida por quem ela acha que tem a formação prática e teórica do médico, mas não tem).

A lei continua parada no Senado, sempre obstruída pelos profissionais de saúde anti-médicos que têm interesse em assumir a função do médico, sem terem estudado e praticado como o médico o fez durante tantos anos.

Defenda a sua Saúde!
Exija ser atendido por Médico!

Fontehttp://simblitz.blogspot.com.br/2012/10/brasil-porque-regulamentacao-da.html


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Beleza tóxica


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Vitaminas na prevenção do câncer



Depois de uma série de estudos conflitantes sobre a eficácia dos suplementos vitamínicos na prevenção de doenças crônicas, pesquisadores anunciaram nesta quarta-feira que um teste clínico de larga escala envolvendo cerca de 15 mil médicos acompanhados ao longo de mais de uma década , revelou que aqueles que tomavam um multivitamínico (cápsula composta de diversas vitaminas e minerais) por dia tiveram um risco de desenvolver câncer 8% menor do que os que ingeriram placebo.

O estudo aleatório e duplo-cego (em que os participantes não sabem se estão tomando a substância em teste ou placebo), padrão ouro da medicina em matéria de pesquisa, é considerado o maior e mais longo dos esforços já feitos para responder a questões sobre o uso de vitaminas.

Outras ações são mais eficazes

A redução no total de cânceres é pequena, mas estatisticamente significante, afirmou o principal autor do estudo, J. Michael Gaziano, cardiologista do Hospital Feminino de Brigham, dos Estados Unidos. Embora a primeira razão que leve as pessoas a tomar multivitamínicos seja a tentativa de prevenir deficiências nutricionais, “há uma redução modesta no risco de desenvolvimento de câncer com o uso de um multivitamínico comum”, disse Gaziano, ressaltando, no entanto, que outras medidas podem ser mais eficazes na prevenção da doença .

"Seria um grande erro se as pessoas começassem a tomar multivitamínicos em vez de parar de fumar ou fazer qualquer outra coisa que sabemos ter um papel muito maior na prevenção, como uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos,  e temos de continuar usando filtro solar" afirmou Gaziano.

As descobertas foram apresentadas na Associação Americana para Pesquisa do Câncer, durante uma conferência sobre a prevenção da doença, e o estudo foi publicado na prestigiada “Journal of the American Medical Association”.

Com o apoio do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e uma doação do laboratório químico Basf Corporation, o estudo usou os multivitamínicos da Pfizer, mas os patrocinadores não tiveram participação no modelo, na análise de dados ou ainda na preparação dos manuscritos, garantiram os autores do estudo.

Cerca de metade dos norte-americanos toma algum tipo de suplemento vitamínico e pelo menos um terço, um multivitamínico. No entanto, as Diretrizes Alimentares para os Americanos de 2010 asseguram que não há provas para se recomendar o uso diário de multivitamínicos ou minerais na prevenção de doenças crônicas.

No Brasil, as vitaminas são isentas de prescrição médica e por isso não há um controle de venda ou consumo por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologioa Clínica (SBOC), Anderson Arantes Silvestrini, a relação entre vitamina e redução do risco de câncer deve ocorrer devido aos antioxidantes: A produção de radicais livres está ligada à lesão celular, o que leva ao câncer. Os antioxidantes das vitaminas combatem os radicais livres e, dessa forma, protegeriam o organismo de tumores, explicou.

Ele acredita ainda que pessoas que tomam vitaminas todos os dias já são mais preocupadas com hábitos saudáveis, estes sim, preconizados como a maior arma contra a doença

A Sociedade Americana do Câncer estimula uma dieta balanceada e, para os que tomam multivitamínicos, que não ultrapassem 100% do valor diário recomendado dos nutrientes. É um efeito pequeno, mas, além de parar de fumar, não há nada que reduza os riscos de câncer em 10% — afirmou Robert Greenberg, do Centro de Pesquisas em Câncer Fred Hutchinson, em Seattle. Os multivitamínicos não tiveram efeito contra o câncer de próstata, o mais comum entre os pacientes estudados.

Fonte: http://oglobo.globo.com/ciencia/vitaminas-na-prevencao-do-cancer-6438381

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Horário de verão e cronobiologia


  1. Acordar cedo para correr.
  2. Em seguida, ir ao dentista.
  3. Às 14h, participar de uma reunião de trabalho.
  4. À noite, aula na faculdade.
  5. E uma consulta ao relógio à espera do último compromisso do dia.
  6. Um encontro com os amigos para tomar uma cervejinha. 



Agora imagine outro relógio, destinado a marcar outro ritmo: o do seu corpo. Nessa agenda interna, as coisas mudam.
  1. Quer correr? Então calce os tênis no início da noite, quando a força física aumenta e a suscetibilidade à exaustão é menor.
  2. Dentista de manhã? Só por masoquismo: à tarde, a sensibilidade à dor será menor e, caso seja necessário usar anestesia, ela terá efeito três vezes mais duradouro.
  3. Talvez seja bom rever o horário da reunião: por volta das 14h, o corpo pede sono, e ficamos mais letárgicos.
  4. Quanto ao curso, uma dica: de manhã a capacidade cognitiva aumenta e facilita a aprendizagem.
  5. Nem a tal cerveja escapa: o fígado metaboliza melhor o álcool entre as 17h e as 18h.

Nenhuma dessas recomendações são fruto de algum livro de auto-ajuda ou de gurus. São baseadas nas descobertas da Cronobiologia, um ramo da ciência que estuda os ritmos biológicos, sua interação com o ambiente e como o ser humano - ao conhecê-los e respeitá-los - pode aproveitá-los para melhorar o desempenho na vida pessoal, social e profissional.

Será então que somos programados e temos um relógico biológico?

Sim, temos um relógio biológico e ele se localiza no hipotálamo. Consiste numa estrutura denominada Núcleo supraquiasmático. Esta pequena estrutura cerebral dita o ritmo dos processos fisiológicos e comportamentais. A duração de cada ciclo é circa-diana (ou seja, cerca de um dia).


O núcleo supraquiasmático precisa de receber informação das células ganglionares da retina para "acertar o relógio" às 24 horas. Sendo assim, o sincronizador mais potente do nosso "relógio biológico" é, sem dúvida, a luz solar. Pode parecer incrível, mas só a partir dos anos 90 é que os cientistas - na verdade, os pioneiros da cronobiologia - obtiveram mais detalhes sobre o relógio biológico, ativação do núcleo supra-quiasmático e coordenação de vários eventos orgânicos.

Ao longo dos milênios, a evolução deste mecanismo foi fundamental para a adaptação do organismo ao movimento de rotação da Terra, permitindo organizar temporalmente as tarefas biológicas em função das necessidades. O núcleo supraquiasmático integra a informação ambiente e comunica, por via neuronal ou hormonal, com os tecidos periféricos ritmando e sincronizando a sua função.

Os achados sobre ele, nos mostra o tão complexo é o nosso corpo, uma série de engrenagens que se comunicam.  Como já citado acima, a luz solar é  o principal ativador de todo o mecanismo, ou seja, os ponteiros do corpo são acionados pela luz. A luz incide sobre a retina aí o núcleo supra-quiasmático desencadeira uma série de respostas que vão coordenar uma cascata de reações bioquímicas que pautarão todas as funções de órgãos e sistemas.

É esse relógio, por exemplo, que determina quando um hormônio deve subir em concentração no sangue ou quando deve diminuí-lo a níveis muito baixos. E faz isso regido por uma lógica própria e bastante inteligente, voltada para a adequação da função a ser desempenhada de acordo com a parte do dia ou da noite.

Um exemplo claro dessa perfeição é o que ocorre logo após o almoço. Guiado pelo relógio biológico, o corpo diminui a produção de hormônios responsáveis pelo estado de alerta para centrar esforços na fabricação de hormônios importantes para o processo da digestão. "Essa é uma das razões da sonolência típica do período", explica o neurocientista John Fontenele Araújo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e um dos principais estudiosos brasileiros de cronobiologia. Ao mesmo tempo, também sob a batuta do tal relógio, o corpo baixa sua temperatura e envia mais sangue para o sistema digestivo, fechando um pacote que aumenta o sono, mas em compensação mobiliza o organismo para o que, naquele momento, é o mais importante.

Até pouco tempo atrás, o estudo da Cronobiologia era restrito aos laboratórios das instituições de pesquisa. Essa nova ciência começa agora a ganhar espaço entre a população com a publicação de livros a respeito do assunto. O mais recente é o Sex sleep eat drink dream, a day in the life of your body (Sexo dormir comer beber sonhar, um dia na vida do seu corpo), de Jennifer Ackerman. Nele, a escritora científica faz uma compilação de vários estudos da área. Lançado no ano passado nos Estados Unidos, o livro está entre os mais vendidos

O grande segredo do sucesso que o assunto faz entre os leigos é justamente o fato de a cronobiologia estar decifrando para o homem um mecanismo que lhe é inato, importantíssimo para o bom funcionamento do corpo e da mente, mas que até então era pouco conhecido.

A cronobiologia tem contribuído para o estudo do desenvolvimento psicomotor, na relação entre a ritmicidade circadiana e a função cognitiva, nas desordens do humor, nas alterações do ciclo sono-vigilia, sendo um dos motivos da insônia, e estudos comportamentais em trabalhadores noturnos ou em turnos alternantes.

A cronobiologia em sido vista em várias linhas de estudo:

  1. Área molecular – identificação dos mecanismos moleculares e dos vários genes que contribuem para o controle da expressão da ritmicidade circadiana.
  2. Área da fisiologia – identificação dos principais mecanismos biológicos influenciados pela luz.
  3. Área da psicologia – identificação da importância da ritmicidade biológica nas funções cognitivas (aprendizagem e memória).
  4. Área da medicina – na caracterização, tanto no diagnóstico quanto no tratamento de distúrbios da ritmicidade e as doenças relacionadas.
  5. Área da saúde pública – identificação da influência e conseqüências do trabalho noturno ou em turnos alternantes.
As duas principais frentes de aplicação clínica da Cronobiologia são:
  1. Cronopatologia: Estuda o efeito do ciclo circadiano na saúde e sua relação com as doenças. Exemplos: Têm-se os menores níveis tensionais às 3:00 hs da madrugada e máxima divisão celular das células da epiderme à meia-noite; a asma é pior às 4:00 h da madrugada, enquanto as doenças cerebrais e cardiovasculares têm predomínio pela manhã.
  2. Cronofarmacologia: Estuda a variabilidade circadiana da eficácia e toxicidade dos diversos tratamentos farmacológicos. Exemplo: A melhor eficácia de um fármaco (diltiazem) se dá quando administrado a noite, e o máximo efeito anticoagulante entre 4:00 e 8:00 hs da manhã. Ou o Acido acetilsalicílico (AAS) sendo tomado a noite pra fazer efeito de manhã, quando a ocorrência de infartos é maior.
Devido essas várias constatações e aplicações na prática clínica, os conceitos da cronobiologia têm despertado muito interesse nos pesquisadores. Afinal, são informações úteis para definir ações nas mais variadas áreas da vida humana. Desde recomendar a melhor parte do dia para fazer um exercício de alta performance até qual o horário ideal para tomar um medicamento.

Na Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, por exemplo, funciona um grupo coordenado pelo Dr. Jim Waterhouse, um dos grandes pesquisadores da área. Neste centro, os cientistas já chegaram a conclusões interessantes, algumas relacionadas ao tempo do corpo e o exercício físico. "O melhor horário para ganhar condicionamento e aumentar a resistência é no fim da tarde e início da noite. Neste período, o alerta e a motivação estão em alta", segundo o Dr.Waterhouse.

A pesquisadora Leana Araújo, do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício Físico da Unifesp, com quem o Dr.Waterhouse desenvolve um trabalho em comum, adiciona outra explicação para a escolha do momento para os exercícios pesados. "No final da tarde, a percepção corporal está mais aguçada, o que eleva a rapidez nas reações de proteção para não sofrer lesões", diz Leana.

Outra área que vem se valendo dos dados da nova ciência é a produção e administração de medicamentos (Cronofarmacologia, como já citado acima). "Muitas bulas, lidas com atenção, já preconizam horários adequados para o consumo de remédios", afirma o cientista Luiz Menna-Barreto, um dos primeiros do Brasil a estudar os ritmos do corpo.

Existe uma droga contra hipertensão, por exemplo, que deve ser ingerida à noite, antes de dormir. Ela foi desenvolvida para apresentar seu pico de ação no começo da manhã, horário em que ocorre boa parte dos infartos. Na França, esse tipo de informação está sendo levado tão a sério que alguns hospitais começam a aplicar remédios em horários específicos para que tenham melhor efeito. Por lá, as pesquisas básicas também estão bastante avançadas. Um dos cientistas mais destacados é Francis Levi, da Unidade de Cronoterapia do Serviço de Cancerologia do Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris. Ele estuda meios de usar a cronobiologia para a criação de novos medicamentos e a melhor utilização dos já existentes. Ele e sua equipe têm comprovado que os diferentes ritmos do organismo ao longo do dia podem influir na eficácia, toxicidade e tolerabilidade das drogas.

Estudos em ratos mencionados por Levi num dos artigos científicos, mostraram que a mesma dose de um fármaco pode ser letal se administrada em certos momentos do dia ou da noite, mas tem pouco efeito adverso quando dada em outro horário. No ser humano, segundo Levi, a conciliação entre o momento da administração e os tempos dos ritmos gerais e relógios moleculares de cada órgão - estes regidos por genes chamados de clock genes - pode se traduzir em resultados clinicamente relevantes.

No Brasil, também existem estudos sobre o tema em andamento. O fisiologista Mário Miguel, do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento de Ritmos Biológicos da Universidade de São Paulo, estudou a variação ao longo do dia do efeito da ciclofosfamida - droga que reduz a atividade do sistema de defesa para não haver rejeições de órgãos. "Perto do meio-dia seu efeito é maior e mais positivo", conta o pesquisador.

Porém, como qualquer coisa que diz respeito ao ser humano, é claro que há variações individuais nos horários de cada relógio biológico. Embora cerca de 80% da população siga praticamente em um mesmo ritmo, há aqueles que têm seu potencial concentrado na manhã, na tarde ou na noite. São os chamados Cronotipos: matutinos ou vespertinos. Para esses indivíduos, ser obrigado a trabalhar ou realizar alguma atividade importante no período em que seu corpo está com o desempenho baixo representa um sacrifício.

Um teste simplificado para saber qual o seu cronotipo consiste em responder a um questionário que tenho aplicado nos meus pacientes e que quase sempre é compatível. O questionário foi elaborado pelos doutores Horne e Osterberg e publicado no Jornal internacional de Cronobiologia em 1976.  A pontuação está descrita ao final de cada pergunta, portando anote a sua pontuação e ao final some.

1 - Até que ponto vc depende do despertador para acordar de manhã:
1 - muito dependente ( )1
2 - razoavelmente dependente ( )2
3 - um pouco dependente ( )3
4 - nada dependente ( )4

2 - Você acha fácil acordar pela manhã?
1 - Nada ( )1
2 - Não muito ( )2
3 - Razoavelmente ( )3
4 - Muito ( )4

3 - Você se sente alerta durante a primeira meia hora depois de acordar?
1 - Nada ( )1
2 - Não muito ( )2
3 - Razoavelmente ( )3
4 - Muito ( )4

4 - Como é o seu apetite durante a primeira hora depois de acordar?
1 - Péssimo ( )1
2 - Ruim ( )2
3 - Razoável ( )3
4 - Muito bom ( )4

5 - Durante a primeira meia hora depois de acordar você se sente cansado?
1 - Muito ( )1
2 - Não muito ( )2
3 - Razoavelmente em forma ( )3
4 - Em plena forma, bem enérgica ( )4

6 - A que horas você gostaria de ir se deitar, caso NÃO tivesse compromisso na manhã seguinte?
1 - Mais de duas horas mais tarde que o normal ( )1
2 - Entre uma e duas horas mais tarde do que o habitual ( )2
3 - Menos que uma hora mais tarde que o habitual ( )3
4 - Nunca mais tarde do que o horário que costumo dormir ( )4

7 - O que você acha de fazer exercícios físicos das 07:00 às 08:00 2 vezes por semana?
1 - Acharia muito difícil ( )1
2 - Acharia isso difícil ( )2
3 - Estaria razoavelmente disposto pra fazer( )3
4 - Estaria bem disposto pra fazer ( )4

8 - Você foi dormir várias horas mais tarde do que o costume. Se no dia seguinte você não tivesse hora certa pra acordar, o que que aconteceria?
1 - Acordaria mais tarde que o habitual ( )1
2 - Acordaria na hora normal e dormiria novamente ( )2
3 - Acordaria na hora normal, com sono ( )3
4 - Acordaria na hora normal, sem sono ( )4

9 - Se você tivesse de ficar acordado nas 04:00 às 06:00 pra fazer uma tarefa e não tivesse compromisso durante o resto do dia, o que você faria?
1 - Só dormiria depois de fazer a tarefa ( )1
2 - Tiraria uma soneca antes da tarefa e dormiria depois ( )2
3 - Dormiria bastante antes e tiraria uma soneca depois ( )3
4 - Só dormiria antes de fazer a tarefa ( )4

10 - Se você tivesse de fazer 2 horas de exercício pesado, qual destes horário você escolheria?
1 - 19 às 21h ( )1
2 - 15 às 17 ( )2
3 - 11 às 13 ( )3
4 - 8 às 10 ( )4

11 - O que você acha de fazer exercícios físicos das 22:00 às 23:00 2 vezes por semana ?
1 - Estaria bem disposto pra fazer ( )1
2 - Estaria razoavelmente disposto pra fazer( )2
3 - Acharia isso difícil ( )3
4 - Acharia isso muito difícil ( )4

12 - Entre 20h e 03h, a que horas da noite você se sente cansado e com vontade de dormir?
1 - 20 às 21 ( )5
2 - 21 às 22 ( )4
3 - 22 às 00:45 ( )3
4 - 00:45 às 02 ( )2
5 - 02 às 03 ( )1

13 - Se você fosse se deitar às 23h, com que nível de cansaço você se sentiria?
1 - Nada cansado ( )0
2 - Um pouco cansado ( )2
3 - Razoavelmente cansado ( )3
4 - Muito cansado ( )5

14 - Se você tivesse total liberdade pra planejar seu dia, que horas que você levantaria?
1 - 5:00 às 6:30 ( )5
2 - 6:30 às 07:45 ( )4
3 - 07:45 às 09:45 ( )3
4 - 09:45 às 11:00 ( )2
5 - 13:00 às 14:00 ( )1

15 - Se você tivesse total liberdade pra planejar seu dia, que horas que você deitaria?
1 - 20:00 às 21:00 ( )5
2 - 21:00 às 22:15 ( )4
3 - 22:15 às 00:30 ( )3
4 - 00:30 às 01:45 ( )2
5 - 01:45 às 03:00 ( )1

16 - Se você trabalhasse por 5 horas seguidas e pudesse escolher qualquer horário do dia, por qual você optaria?
1 - Matutino ( )5
2 - Verspertino ( )3
3 - Noturno ( )1

17 - Em que hora do dia você atinge o seu melhor momento de bem-estar?
1 - 5 às 7 ( )5
2 - 8 às 9 ( )4
3 - 10 às 16 ( )3
4 - 17 às 21 ( )2
5 - 22 às 04 ( )1

18 - Qual o horário você escolheria para ter o máximo de sua forma em um teste de esforço mental?
1 - 8 às 10 ( )6
2 - 11 às 13 ( )4
3 - 15 às 17 ( )2
4 - 19 às 21 ( )0

19 - Com qual cronotipo você se considera mais parecido?
1 - Tipo matutino ( )6
2 - Mais matutino que vespertino ( )4
3 - Mais vespertino que matutino ( )2
4 - Tipo vespertino ( )0

Some as pontuações:
  • 16-30 pontos: Vespertino típico
  • 31-41 pontos: Moderadamente vespertino
  • 42-58 pontos: Misto
  • 56-69 pontos: Moderadamente matutino
  • 70-86 pontos: Matutino típico


Segundo o Dr. Delattre, de 10% a 12% da população são matutinos; 8% a 10% são vespertinos. A maioria, 80%, está numa situação intermediária. Mas esse perfil muda ao longo da vida. Crianças e idosos tendem a ser mais matutinos. Na adolescência, porém, há um 'atraso': os jovens sentem necessidade de ir para a cama mais tarde. Mas esse aspecto nem sempre é levado em consideração: os adolescentes têm de acordar cedo para ir à escola.

Em Natal, pesquisadores do Laboratório de Cronobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte buscam alternativas para esse problema. Segundo a professora Carolina Azevedo, especialista em neurociência do comportamento, uma das pesquisas feitas na instituição atualmente avalia a reação de estudantes a três tipos de intervenção.

No primeiro grupo, eles receberam informações sobre hábitos saudáveis de sono e aprenderam que a exposição à luz artificial, como a do computador, atrasam o ciclo de sono e vigília. No segundo grupo, os jovens passaram a ter a primeira aula ao ar livre. No terceiro, as primeiras aulas foram de educação física. 'Os ritmos circadianos tendem a se adiantar com a exposição à luz solar de manhã. Além disso, a atividade física interfere nos ritmos', explica Azevedo. Segundo ela, esse tipo de conhecimento é importante para a saúde. 'Vários ciclos acompanham o de sono e vigília. Quando mexemos nos horários de dormir e de acordar, isso afeta tudo no corpo.'

A verdade é que viver na contramão do próprio relógio biológico pode ter conseqüências sérias do ponto de vista social, profissional e também sobre a saúde. Estudos sugerem que uma rotina irregular que exija esforços de adaptação intensos e por tempo prolongado influencia no desenvolvimento de diversas doenças, como o câncer.

"O desajuste do relógio biológico altera o ciclo de vida das células, predispondo a enfermidades", explica o neurocientista Araújo, da UFRN. No último número da revista Chronobiology International, pesquisadores israelenses publicaram um trabalho cujos resultados vão ao encontro do que diz o cientista brasileiro. Um grupo de estudiosos da Universidade de Haifa constatou que mulheres que vivem em áreas bem iluminadas - portanto, que têm o ritmo biológico alterado pelo excesso de luz - apresentam maior risco de desenvolver câncer de mama.

De acordo com os cientistas, tudo indica que a luz interfere na produção de um hormônio importante, a melatonina. Agora, os pesquisadores querem investigar a fundo a associação desta substância com o risco elevado para o tumor. Todas essas revelações começam a desenhar novos caminhos para a organização da vida. A Organização Mundial da Saúde, por exemplo, já se baseia em dados da cronobiologia para sugerir novas diretrizes no campo da saúde do trabalhador. Afinal, como se vê, ignorar o relógio biológico pode gerar problemas. Se for respeitado, é um grande aliado

Jennifer Ackerman, escritora científica, avaliou pesquisas divulgadas nos últimos anos para simular uma viagem de 24 horas pelo corpo humano. Sem tom acadêmico, ela descreve os ciclos que regem nossa variação de força, de memória e de saúde em função do tempo.

Há dados curiosos, como as constatações de que o nariz escorre mais de manhã (às 8h). "Muitos de nós nos vemos como criaturas cerebrais, movidas principalmente pelo que vai em nossas mentes. Mas, freqüentemente, nós somos movidos pelo que vai na parte inferior de nossos cérebros -pelos escondidos e intrigantes altos e baixos, crises e triunfos do nosso corpo. Nós apenas não sabemos disso. Nós temos pouca consciência dos ritmos sutis que nosso corpo experimenta na pressão arterial, no nível hormonal, no apetite. Graças a esses ritmos, há horas boas e ruins para atividades como revisar um manuscrito ou tomar decisões" segundo Ackerman. O contato com essas informações enquanto escrevia o livro fez com que ela mudasse alguns hábitos. "Estou mais atenta à importância do horário nas minhas atividades quando agendo reuniões, por exemplo, e passei a respeitar mais as necessidades do meu corpo, da prática de exercícios até a soneca à tarde"

A cronobiologia "ocupa-se da organização temporal dos seres vivos", segundo o Dr.Luiz Menna-Barreto, professor do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos da USP (Universidade de São Paulo). A área contempla os ciclos curtos, como os dos batimentos cardíacos, e os longos, como a influência das estações do ano nas alterações de humor (a depressão é mais comum no inverno, por exemplo). Mas os ciclos mais estudados são os circadianos, referentes às mudanças que ocorrem ao longo de um dia. Esses ciclos fazem parte da herança genética e estão escritos nos chamados 'clock genes' (genes-relógio).

Mas os aspectos ambientais são igualmente relevantes, especialmente a alternância entre luz e escuridão, diz Edson Delattre, professor do Instituto de Biologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). É a diminuição da luminosidade no ambiente, por exemplo, que estimula a secreção da melatonina, hormônio que induz o sono. O outro principal 'sincronizador' do funcionamento do corpo, diz Delattre, é o convívio social, que estabelece horários para trabalho, alimentação e exercícios.



Pesquisas mostraram que, sem a variação de luminosidade e a influência social, o corpo passa por um processo curioso: ao depender só da carga genética, o ciclo de sono e de fome aumenta para 25 horas. 'O que faz nossos ritmos se comprimirem em um período de 24 horas são as influências geofísicas e sociais', diz Delattre.

O estresse crônico também pode alterar esse ritmo segundo o endocrinologista Dr. Claudio Kater. O mesmo, cita como exemplo o cortisol: produzido durante o sono, esse hormônio atinge seu valor máximo por volta das 6h. É uma das substâncias envolvidas no processo do despertar. Ao longo do dia, sua concentração vai caindo. O estresse crônico, porém, libera jatos de cortisol fora do horário padrão. O resultado? Obesidade, ansiedade, depressão (já que o cortisol antagoniza a serotonina) aumento da pressão, hiperglicemia, alteração do ritmo do sono, doenças cardíacas e até osteoporose.

A cronopatologia estudo as doenças e sua correlação com os ciclos. Os quadros abaixos sintetizam um pouco da cronopatologia.


Os ataques cardíacos são mais comuns de manhã, quando há uma elevação súbita da pressão arterial. Por isso, já foram desenvolvidos remédios para hipertensão que devem ser tomados após acordar -orientação presente na bula.

As crises de asma são mais freqüentes de madrugada, quando as passagens bronquiais têm seus diâmetros reduzidos em 8% -para asmáticos, isso pode significar uma redução do fluxo de ar de 25% a 60%, o que agrava os sintomas da doença.






A oncologia é uma das áreas que mais estudam a relação entre o horário de administração de um medicamento e seus efeitos no organismo. Uma das características dos tumores é que, ao contrário das outras células do corpo, eles não seguem o ciclo circadiano.

 "Nosso corpo depende de uma orquestração maravilhosa. O tumor é uma aberração desses controles, incluindo o do tempo. Normalmente, a replicação da célula é mais intensa em um horário do que em outro. Mas as tumorais crescem aleatoriamente". O problema está em como utilizar essa informação de forma prática. Segundo Andrade, uma pesquisa divulgada em 2006 avaliou as diferenças entre a quimioterapia tradicional e a cronomodulada em pacientes com câncer de intestino. "Não houve diferença na sobrevida dos pacientes como um todo. Entretanto, quando se avaliou os subgrupos, viu-se que, nas mulheres, o efeito foi deletério. Mas, para os homens, a cronobiologia foi benéfica. A pesquisa mostrou que ainda não conseguimos verificar como a cronobiologia pode ser usada, mas temos de averiguar.Talvez o futuro seja avaliar perfis de comportamento cronobiológico para ver quem pode se beneficiar da cronoterapia".

Privação de sono

Ackerman traz, em seu livro, exemplos dos efeitos de alterações no sono. Ela cita pesquisas da Universidade de Chicago que mostram que a privação de sono leva a falhas no processamento da glicose, altera os níveis do hormônio da fome e afeta o sistema imunológico. Em um desses estudos, foi avaliada a resposta à vacina da gripe em 25 voluntários sujeitos à restrição de sono. Dez dias após a vacinação, a resposta do sistema imune dos voluntários era muito inferior à observada em pessoas com sono normal.

Além das vantagens do sono noturno, a autora também elogia a sesta. E escreve: "Se nós morássemos na Esanha, poderíamos ir para casa para uma sesta. Mas nós não temos essa tradição civilizada, então lutamos contra o estupor".

Algumas dicas
Coagulação: Para evitar sangramentos, é melhor se barbear às 8h, quando as plaquetas, que levam à coagulação sangüínea, são mais abundantes do que nas outras horas do dia -o que também ajuda a entender por que ataques cardíacos têm seu pico nesse horário

Fertilização: Nos homens, os níveis de testosterona atingem seu ápice às 8h, horário em que eles estão mais estimulados para a atividade sexual. Já o sêmen tem maior qualidade à tarde, com 35 milhões de vezes mais espermatozóides do que de manhã

Dor:Vá ao dentista à tarde, quando a sensibilidade à dor nos dentes é menor. Além disso, a anestesia aplicada em procedimentos odontológicos dura mais à tarde do que de manhã: o efeito da lidocaína é três vezes maior quando ela é aplicada entre as 13h e as 15h

Sonolência: Ondas de sono nos atingem a cada 1h30 ou 2h, algo ainda mais forte em pessoas vespertinas, segundo Mary Carskadon, da Brown University. Uma delas ocorre à tarde -estudos mostram que acidentes de trânsito causados por fadiga são mais comuns entre a 1h e as 4h e entre as 13h e as 16h. Um motorista tem três vezes mais chance de cair no sono às 16h do que às 7h

Álcool: Beba aquela cerveja ou vinho entre as 17h e as 18h, quando o fígado é mais eficiente na desintoxicação do organismo. Em um estudo feito com 20 homens, aqueles que beberam vodca às 9h tiveram um desempenho pior em testes de velocidade de reação e funcionamento psicológico do que os que receberam a mesma dose às 18h

Calor: A temperatura do corpo atinge seu ápice no fim da tarde. Pesquisadores de Harvard e da Universidade de Pittsburgh relacionaram a elevação da temperatura a uma maior capacidade de memória, atenção visual, destreza e velocidade de reação

Exercícios: Exercite-se no fim da tarde, quando a percepção da exaustão é menor, as juntas estão mais flexíveis e as vias aéreas, mais abertas. O corpo esquenta e, a cada 1oC de elevação, há uma aumento de dez batidas cardíacas por minuto. Além disso, é possível ter um ganho de massa muscular 20% maior do que de manhã. A manhã é mais propícia a exercícios que exijam equilíbrio e acuidade

Concentração: Pesquisas de Lynn Hasher, da Universidade de Toronto, e Cynthia May, do College of Charleston, sugerem que jovens adultos se distraem mais facilmente de manhã -quando são mais propensos a soluções criativas. À tarde, ficam mais concentrados e ignoram dados irrelevantes. Já adultos mais velhos são concentrados de manhã e vulneráveis à distração à tarde

Alergias: Segundo Michael Smolensky, cronobiologista da Universidade do Texas, a resposta da pele a alérgenos como poeira e pólen é mais acentuada à noite

Memória: Ainda segundo Hasher, a memória dos idosos diminui ao longo do dia. De manhã, eles esquecem, em média, cinco fatos. À tarde, cerca de 14. Jovens adultos tendem a ser mais esquecidos de manhã

Câncer: A oncologia é uma das áreas com mais estudos em busca da relação entre o horário e a aplicação de medicamentos. Enquanto as células normais seguem um ciclo previsível de divisão celular, as dos tumores se multiplicam aleatoriamente

Horário de verão e cronologia

O horário de verão começará domingo (21/10) e em algumas partes do país, os relógios serão adiantados em uma hora. Se para algumas pessoas isso significa apenas mais uma hora de dia claro, para outras é sinônimo de sonolência e mau humor.

De acordo com Lúcia Rotenberg, pesquisadora do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), isso acontece porque a mudança não afeta somente os relógios que temos à nossa volta, mas altera também nosso relógio biológico.

Com base na cronobiologia, a pesquisadora explica como o corpo humano se ajusta ao horário de verão e altera nosso relógio biológico – e por que algumas pessoas têm mais dificuldade para a adaptação.

O que é o relógio biológico e qual a sua função?
Nosso corpo apresenta diversos ritmos biológicos, ou seja, fenômenos que se expressam de maneira periódica, indo desde a secreção de um hormônio até um comportamento, como o sono e a vigília. Estes ritmos são controlados por uma estrutura do sistema nervoso, chamado núcleo supraquiasmático, localizada no hipotálamo anterior, uma região do cérebro que atua como principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais. Esta estrutura é denominada “relógio biológico”, uma vez que é responsável pela temporização das funções biológicas.

Como a mudança para o horário de verão pode interferir em nosso relógio biológico?
Características herdadas geneticamente e informações cíclicas do ambiente interferem no nosso relógio biológico que, em condições normais, está adaptado ao ambiente externo. No entanto, quando o ambiente se modifica – como no horário de verão –, o organismo também precisa se ajustar. Desta forma, os horários que regulam nossas vidas, como parte do ambiente social onde estamos inseridos, podem interferir em nosso relógio biológico. Este fenômeno é o mesmo que ocorre quando cruzamos fusos horários em uma viagem, por exemplo.

Por que a mudança para o horário de verão afeta algumas pessoas e outras não?
A Cronobiologia, ciência que estuda os ritmos e os fenômenos físicos e bioquímicos periódicos que ocorrem nos seres vivos, dá a resposta. A forma como cada indivíduo vivencia as alterações de horário depende da característica genética de cada um, pois as pessoas apresentam cronotipos diferentes. Algumas pessoas são do tipo matutino, com maior predisposição genética para realizar suas tarefas bem cedo. Essas pessoas possuem o relógio biológico adiantado e, por isso, tendem a dormir cedo e levantar cedo. Outras são vespertinas, ou seja, tendem a dormir tarde e acordam mais tarde. A tendência matutina ou vespertina também se expressa em outros ritmos biológicos, como o ciclo de temperatura corporal. O pico de temperatura do corpo, por exemplo, é atingido mais cedo pelos matutinos do que nos vespertinos.

Quem tende a sofrer mais com a mudança de horário, os matutinos ou os vespertino?
As pessoas matutinas costumam sofrer mais com a alteração do horário. Há indícios de que pessoas que tendem a dormir pouco (chamadas de pequenos dormidores) também apresentariam maior dificuldade em relação à implantação do horário de verão.

Quais são as principais mudanças comportamentais que essas pessoas sofrem e quanto tempo em média os desconfortos podem ser sentidos?
Enquanto o organismo não se ajusta completamente ao novo horário, as pessoas se sentem mais irritadas e mal humoradas, com sensação de cansaço e sono durante o dia. No entanto, esse desconforto fica restrito aos primeiros dias e a queixa costuma ir embora em até uma semana depois da implantação do novo horário, tempo costuma ser o suficiente para a adaptação entre a maioria das pessoas.

Horário de verão e infarto

Segundo o estudo, publicado em 2008 no New England Journal of Medicine: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc0807104, os casos de infarto do miocárdio aumentam cerca de 5% na semana seguinte ao ajuste dos relógios – principalmente nos três primeiros dias. “A hora de sono perdida e os conseqüentes distúrbios de sono que isto provoca são as explicações mais prováveis”, disse Imre Janszky, um dos pesquisadores envolvidos no estudo. Segundo o estudo a saúde cardiovascular entra em risco, principalmente por um aumento da atividade do sistema nervoso simpático e elevação de citocinas pró-inflamatórias.

“Talvez seja melhor adotar o horário de verão durante todo o ano, em vez de ajustar os relógios duas vezes por ano. Este é um debate que está ocorrendo atualmente”, disse o Dr. Rickard Ljung. 

Os cientistas também observaram que o reajuste dos relógios no fim do horário de verão (que na Suécia ocorre sempre no último domingo do mês de outubro), que é sempre seguido por um dia de uma hora extra de sono, representa uma leve redução do risco de infartos na segunda-feira seguinte.

A redução no índice de ataques cardíacos durante toda a semana que se inicia, no entanto, é significativamente menor do que o aumento registrado no início do horário de verão.  Estudos anteriores demonstram que a ocorrência de infartos é mais comum às segundas-feiras.

Segundo os cientistas do Instituto Karolinska, o ajuste dos relógios no horário de verão oferece outra explicação para este fato. “Sempre se pensou que a causa da maior incidência de infartos às segundas-feiras fosse principalmente o estresse relacionado ao início de uma nova semana de trabalho. Mas, talvez outro fator seja a alteração dos padrões de sono ocorrida durante o fim de semana”, observou o Dr. Janszky.

Os cientistas explicam que os distúrbios do sono produzem efeitos negativos no organismo humano e alertam que níveis elevados de estresse podem desencadear um ataque cardíaco nas pessoas que se situam em grupos de risco.  “Pessoas mais propensas a sofrer um infarto devem viver de maneira saudável, e isto inclui ciclos regulares de sono durante toda a semana”, diz Rickard Ljung. “Como um cuidado extra, podem talvez também relaxar mais nas manhãs de segunda-feira”, acrescentou ele.

Os cientistas suecos esperam que o estudo possa aumentar a compreensão sobre os impactos que as alterações dos ritmos diários do organismo podem ter sobre a saúde humana. “Cerca de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo são expostas todos os anos aos ajustes dos relógios, mas é difícil generalizar a ocorrência de infartos do miocárdio que isto pode provocar”, observou Ljung.


Quanto custa tudo isso aos cofres públicos e aos nossos próprios bolsos?

Segundo o Dr. Alexandre Feldman, "existe um processo de aclimatização após cerca de 1 semana, quando a maioria de nós (mas não todos), idealmente, consegue se adaptar ao fuso horário. Mas o custo dessa 1 semana pode ser imenso, em termos financeiros, para a população. E como é possível medi-lo, se não se consegue nem mesmo comprovar algo tão objetivo quanto a economia de energia elétrica no país? Tudo o que se divulga de economia são estimativas, sem comprovação científica. E se existem estudos sérios, como o realizado pela Comissão de Energia da Califórnia (EUA), mostrando a ausência de economia de energia elétrica com o horário de verão, conforme divulgado na Scientific American, então por que continuar a impor ao organismo de toda uma população de crianças, adultos e velhos mais esse stress?" Questiona o médico."

"Se o governo realmente se preocupa com seus gastos e com a saúde da população, é importante que suspenda a lei que institui o horário de verão. Nosso relógio biológico controla um grande número de funções vitais do organismo. Um bom sono é crucial para uma boa saúde e já está cientificamente comprovado que o adiantamento e posterior atraso dos relógios em uma hora traz problemas à saúde." Sugere o Dr. Alexandre Feldman


Bibliografia:

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Pesquisadores localizam material radioativo a 3.200 quilômetros do litoral de Fukushima


Um grupo de pesquisadores localizou material radioativo a 3.200 quilômetros do litoral do Japão procedente da usina nuclear de Fukushima, que em 2011 foi atingida por um tsunami gerado por um terremoto, informou nesta quarta-feira a agência “Kyodo”. Matéria da EFE, no Yahoo Notícias.

Para elaborar o estudo, a equipe de cientistas do governo japonês e do Instituto de Pesquisa Marinha da Universidade de Tóquio recolheu amostras em cerca de 300 pontos do oceano Pacífico de abril de 2011 a junho deste ano.

As amostras mostraram a presença de até 10 becquerels de césio radioativo por tonelada de água marinha a 2.200 quilômetros do litoral, um índice entre cinco e dez vezes maior que o registrado antes do acidente nuclear.

Além disso, segundo o estudo, a contaminação radioativa encontrada no fundo do mar poderia começar a se movimentar em direção ao sul devido às correntes marítimas, após ter começado a afundar no início deste ano.

A pesquisa destacou que a quantidade de poluição radioativa na superfície foi diminuindo desde o acidente, embora tenham sido detectados cerca de nove becquerels por tonelada de água numa profundidade entre 300 e 400 metros e a uma distância de 2.000 quilômetros do litoral.

“O césio radioativo começou a afundar em janeiro deste ano”, destacou Michio Aoyama, um dos especialistas do Instituto Meteorológico do Japão, em entrevista à agência local “Kyodo”.

O acidente na usina nuclear de Fukushima, o pior desde Chernobyl, obrigou 52 mil pessoas a abandonarem seus lares e a contaminação da água afetou gravemente a pesca local.

Desde o início da crise nuclear, as autoridades japonesas fazem análises para investigar o impacto do acidente na vida marinha próximo da usina, pois se estima que entre 21 de março e 30 de abril uma grande quantidade de césio e iodo radioativo atingiu o mar.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/09/19/pesquisadores-localizam-material-radioativo-a-3-200-quilometros-do-litoral-de-fukushima/

‘Coquetel’ de agrotóxicos ingerido no consumo de frutas e verduras pode causar Alzheimer e Parkinson


Comer cinco frutas e legumes por dia é bom para a saúde. Não tão bom é o “coquetel” de pesticidas ingerido no processo: a mistura dessas substâncias químicas pode multiplicar seus efeitos tóxicos em proporções tão surpreendentes quanto preocupantes, segundo os resultados de um estudo preliminar [A Preliminary Investigation into the Impact of a Pesticide Combination on Human Neuronal and Glial Cell Lines In Vitro] publicado na revista científica “PloS One”. Matéria [L'inquiétant effet cocktail des pesticides sur nos cellules] de Grégoire Allix, Le Monde, no UOL Notícias.

Os testes toxicológicos sistemáticos conduzidos dentro do regulamento europeu Reach visam às substâncias uma por uma. “Sabe-se muito pouco sobre seus efeitos combinados, sendo que somos literalmente cercados por combinações de venenos”, explica o principal autor do estudo, o toxicólogo Michael Coleman, da Universidade de Aston, na Inglaterra.

Sua equipe comparou o efeito isolado e o efeito combinado, sobre células de nosso sistema nervoso central, de três fungicidas encontrados com frequência nas prateleiras de hortifrúti: o pirimetanil, o ciprodinil e o fludioxonil.

Resultado: os danos infligidos às células são até vinte ou trinta vezes mais graves quando os pesticidas são associados. “Substâncias que são conhecidas por não afetarem a reprodução humana e o sistema nervoso e não serem cancerígenas, combinadas possuem efeitos inesperados”, resume um dos autores do estudo, o biólogo molecular Claude Reiss, ex-diretor de pesquisa do CNRS e presidente da associação Antidote Europe.

“Observamos o agravamento de três tipos de impactos”, detalha o pesquisador francês: “A viabilidade das células é degradada; as mitocôndrias, que são as ‘baterias’ das células, não conseguem mais alimentá-las com energia, o que desencadeia a apoptose, ou seja, a autodestruição das células; por fim, as células são submetidas a um stress oxidante muito poderoso, possivelmente cancerígeno e que pode levar a efeitos em cascata”.

Entre as possíveis consequências de tais agressões sobre as células, os pesquisadores citam o risco de uma vulnerabilidade crescente a doenças neurodegenerativas como o Mal de Alzheimer, de Parkinson ou a esclerose múltipla. “Nosso estudo aborda um pequeno número de substâncias, trazendo mais perguntas do que respostas, mas esses efeitos foram evidenciados em doses muito pequenas, concentrações próximas às encontradas em nossos alimentos”, observa o professor Coleman.

O cientista considera urgente popularizar esse tipo de teste, apesar das milhares de combinações possíveis: “Isso permitiria determinar se as misturas são nocivas, para ajudar os agricultores a escolher os produtos que eles utilizam”. O fato de conduzir esses estudos em células humanas e não em ratos, como acontece no procedimento Reach, permitiria diminuir os prazos e os custos, ao mesmo tempo em que fornecem resultados mais confiáveis. “A maior parte das substâncias químicas não são testadas corretamente: não somos ratos de 70 quilos!”, reclama Claude Reiss.

Para o Movimento pelo Direito e pelo Respeito das Gerações Futuras (MDRGF), que cofinanciou o estudo, esses testes são ainda mais necessários pelo fato de que um terço das frutas e legumes fiscalizados pela Direção Geral da Concorrência, do Consumo e da Repressão de Fraudes contém resíduos de vários pesticidas.

“Em 2008, detectamos em um mesmo cacho de uvas os três produtos testados pelo professor Coleman”, lembra François Veillerette, porta-voz do MDRGF. Na época, análises encomendadas pela associação haviam revelado que quase todas as uvas vendidas no grande varejo continham múltiplos pesticidas, totalizando oito substâncias diferentes por cacho, em média.

A associação pede para que a Comissão Europeia “lance sem demora uma estratégia de avaliação global das misturas de produtos químicos” e que “abaixe significativamente os limites máximos de resíduos tolerados nos alimentos, em um cuidado elementar de precaução”.

Tradutor: Lana Lim

A Preliminary Investigation into the Impact of a Pesticide Combination on Human Neuronal and Glial Cell Lines In Vitro:
PLoS ONE: Research Article, published 03 Aug 2012 10.1371/journal.pone.0042768

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/08/10/coquetel-de-agrotoxicos-ingerido-no-consumo-de-frutas-e-verduras-pode-causar-alzheimer-e-parkinson/

Compulsão por doces, como controlar


A compulsão por doces é um problema sério que traz inúmeros prejuízos à saúde das pessoas. Confira dicas que prometem mudar a vida de quem sofre desse problema.

A maioria das pessoas gosta de comer guloseimas, o que é perfeitamente natural. Entretanto, em algumas situações, isso pode se tornar um problema e trazer vários prejuízos à saúde, como acontece com indivíduos portadores de compulsão por doces.

Contornar a situação e acabar de vez com esse mal pode ser um tanto quanto complicado. Contudo, existem algumas dicas que podem ajudar nesse momento. Saiba como controlar a compulsão por doces.

1. Faça um diário alimentar
A primeira medida a ser tomada por quem desconfia que está abusando na quantidade de doces ingerida, é manter um diário alimentar, que deve contar todos os produtos que são comidos no decorrer do dia, com os devidos horários e quantidades. Essa é a melhor maneira do paciente se conscientizar de que algo está saindo do controle.

2. Opte pelo doce certo
As guloseimas feitas a partir de castanhas e frutas são as melhores, pois além de acabar com a vontade de comer doce, as fibras e gorduras boas presentes nesse alimento diminuem a velocidade com que o açúcar será absorvido no organismo. O resultado é que a glicose acaba sendo liberada aos poucos no organismo, mantendo o desejo por doces sob controle e prevenindo novos ataques.

3. Prefira os sabores fortes
Produtos com o sabor acentuado, como no caso do chocolate meio amargo e da mousse de maracujá e limão, além de apresentarem altas concentrações de antioxidantes, possuem menos açúcar, que é o responsável por estimular a vontade de comer mais.

4. Coma na hora certa
A melhor hora para comer doce é logo após as refeições, pois, por incrível que pareça, é nesse momento que as guloseimas engordam menos. Acontece que as fibras presentes na refeição atuam diminuindo a absorção de açúcar. Outro momento bastante propício é uma hora antes da academia, pois todas as calorias serão queimadas no treino.

5. Fracione as porções e não coma sozinho
Uma dica bem prática para evitar comer demais, é deixar para acabar com aquela guloseima deliciosa quando estiver acompanhada dos amigos. Repartindo o doce com a turma é possível experimentá-lo sem o risco de cair em tentação e exagerar.

6. Acabe com os doces da dispensa
Passar vontade e ser obrigado a conviver com a tentação é uma grande oportunidade para exagerar nos doces. Uma dica simples é acabar de vez com todo o estoque de guloseimas escondidos pela casa. Não vale usar a desculpa de comprar os produtos para o filho ou outro membro da família!

7. Realize substituições inteligentes
É fundamental se alimentar bem desde o café da manhã até o jantar, pois, manter os níveis glicêmicos dentro da normalidade é uma maneira simples de controlar a compulsão por doces, ao passo que ter picos glicêmicos, seguidos por períodos de baixa glicemia, aumenta a vontade de comer açúcar. A dica é incluir alimentos doces, como frutas frescas ou desidratadas, chocolate meio amargo, aveia e mel, geleia e gelatina, ao invés das bombas calóricas como os bolos e sorvetes.

Fonte: http://www.mundodastribos.com/compulsao-por-doces-como-controlar.html

Estudo revela toxicidade alarmante dos transgênicos


Os ratos alimentados com organismos geneticamente modificados (OGM) morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais, destaca um estudo publicado nesta quarta-feira pela revista 'Food and Chemical Toxicology', que considera os resultados 'alarmantes'. 

'Os resultados são alarmantes. Observamos, por exemplo, uma mortalidade duas ou três vezes maior entre as fêmeas tratadas com OGM. Há entre duas e três vezes mais tumores nos ratos tratados dos dois sexos', explicou à AFP Gilles-Eric Seralini, professor da Universidade de Caen, que coordenou o estudo. 

Para realizar a pesquisa, 200 ratos foram alimentados durante um prazo máximo de dois anos de três maneiras distintas: apenas com milho OGM NK603, com milho OGM NK603 tratado com Roundup (o herbicida mais utilizado do mundo) e com milho não alterado geneticamente tratado com Roundup. 


Os dois produtos (o milho NK603 e o herbicida) são propriedade do grupo americano Monsanto. 


Durante o estudo, o milho fazia parte de uma dieta equilibrada, em proporções equivalentes ao regime alimentar nos Estados Unidos. 


'Os resultados revelam uma mortalidade muito mais rápida e maior durante o consumo dos dois produtos', afirmou Seralini, cientista que integra ou integrou comissões oficiais sobre os alimentos transgênicos em 30 países. 


'O primeiro rato macho alimentado com OGM morreu um ano antes do rato indicador (que não se alimenta com OGM), enquanto a primeira fêmea, oito meses antes. No 17º mês foram observados cinco vezes mais machos mortos alimentados com 11% de milho (OGM)', explica o cientista. 


Os tumores aparecem nos machos até 600 dias antes de surgirem nos ratos indicadores (na pele e nos rins). No caso das fêmeas (tumores nas glândulas mamárias), aparecem, em média, 94 dias antes naquelas alimentadas com transgênicos. 


Os pesquisadores descobriram que 93% dos tumores das fêmeas são mamários, enquanto que a maioria dos machos morreu por problemas hepáticos ou renais. 


O artigo da 'Food and Chemical Toxicology' mostra imagens de ratos com tumores maiores do que bolas de pingue-pongue. 


'Com uma pequena dose de Roundup, que corresponde à quantidade que se pode encontrar na Bretanha (norte da França) durante a época em que se espalha este produto, são observados 2,5 vezes mais tumores mamários do que é normal', explica Seralini. 


O diretor do estudo disse ainda que os transgênicos agrícolas são organismos modificados para resistir aos pesticidas ou para produzi-los e lembrou que 100% dos transgênicos cultivados em grande escala em 2011 foram plantas com pesticidas. 


'Pela primeira vez no mundo, um OGM e um pesticida foram estudados por seu impacto na saúde a mais longo prazo do que haviam feito até agora as agências de saúde, os governos e as indústrias', disse o coordenador do estudo. 


Segundo Seralini, os efeitos do milho NK603 só foram analisados até agora em períodos de três meses. Alguns transgênicos já foram analisados durante três anos, mas nunca até agora com uma análise em tal profundidade, segundo o cientista. 


Também é a primeira vez, segundo Seralini, que o pesticida Roundup foi analisado em longo prazo. Até agora, somente seu princípio ativo (sem seus coadjuvantes) havia sido analisado durante mais de seis meses. 


'São os melhores testes que podem ser realizados antes dos testes em humanos', explicou ainda. 


O estudo foi financiado pela Fundação CERES, bancada em parte por cerca de 50 empresas, algumas delas do setor da alimentação que não produzem OMG, assim como pela Fundação Charles Leopold Meyer pelo Progresso da Humanidade



Link pro artigo na íntegra: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691512005637

Fonte: http://www.rac.com.br/noticias/mundo/145688/2012/09/19/estudo-revela-toxicidade-alarmante-dos-transgenicos.html

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Espinafre pode combater sintomas de demência


Espinafre pode combater a demência. Pesquisadores da Universidade de Ulm, na Alemanha, descobriram uma ligação entre baixa taxa de vitamina C, betacaroteno e a demência. A verdura, portanto, assim como cenouras e damascos, alimentos ricos em antioxidantes, foi considerada o alimento ideal para reverter os sintomas.

Os cientistas estudaram as diferenças entre 74 pessoas com Alzheimer e 158 saudáveis. Os participantes, entre 65 e 90 anos de idade, passaram por testes neuropsicológicos, responderam a perguntas sobre seus estilos de vida e tiveram o sangue examinado, além do índice de massa corporal calculado.

A equipe descobriu que a quantidade de vitamina C e betacaroteno era mais baixa em pacientes com demência. A mesma relação não foi encontrada em relação a outros antioxidantes como a vitamina E e o licopeno.

— Precisa-se de mais estudos para confirmar os resultados, mas as descobertas sugerem que frutas e verduras podem desempenhar um papel importante no combate à doença — garante Gabriele Nagel, autora do estudo.

Os sintomas de Alzheimer incluem perda de memória, falta de orientação e declínio cognitivo, causados por alterações no cérebro como a perda das sinapses

Fonte: http://oglobo.globo.com/saude/espinafre-pode-combater-sintomas-de-demencia-6072337

Sucos: Beba com moderação !


Todo consumo em excesso é prejudicial. A regra, que a princípio pode parecer aplicar-se apenas aos produtos industrializados, vale também para os alimentos naturais processados. Até entre os aparentemente mais inofensivos, como os sucos de frutas. Estudos recentes reforçam a associação do consumo excessivo desses sucos à síndrome metabólica, condição que pode causar aumento nos triglicérides, acúmulo de gordura abdominal e, consequentemente, obesidade, principalmente em crianças.

O suco de fruta não precisa fazer parte da alimentação. É o que sugere a nutricionista Valéria Mortara. Segundo ela, o suco é dispensável em várias situações. Para acompanhar a refeição, nenhuma bebida é recomendada, já para a hidratação do corpo e para tomar no período entre as refeições, a melhor opção é a água.

Ela também desaconselha a administração dos sucos como forma de ingestão de frutas. E explica a razão: no suco geralmente se coloca uma grande quantidade da fruta, açúcar, e peneirando a fruta, acabam sendo retiradas as fibras, que são a "parte boa" da fruta.

O principal fator causador da síndrome metabólica, para Mortara, é a ingestão de frutose acima da quantidade que o organismo consegue metabolizar. "A associação do suco com problemas metabólicos se deve à grande quantidade de frutas. Você não faz, por exemplo, um suco de abacaxi com apenas uma rodela da fruta. Ou seja, geralmente são volumes grandes de suco feitos com mais de uma porção de fruta", exemplifica.

O endocrinologista Guilherme Marquezin explica que a frutose se comporta no organismo de um jeito diferente. "Segue uma via metabólica que diverge da do açúcar de cana, por exemplo, ou de outras substâncias", afirma. Por conta dessa metabolização diferenciada, diz ele, o corpo tende a aumentar o estoque de frutose, na forma de gordura. "Leva ao aumento dos triglicerídios e também aumenta a resistência à insulina, que é o primeiro passo para a pessoa ter diabetes."

Segundo Marquezin, quanto mais natural, mais saudável o alimento será. "Geralmente quanto mais etapas de processamento você coloca entre a colheita e o consumo, mais você está piorando o alimento, ou seja, o melhor nesse caso seria a ingestão da fruta [in natura], e ainda assim, sem exageros."

Segundo a nutricionista Valéria Mortara, para as pessoas que não dispensam o suco na alimentação, uma boa pedida é bater a fruta com leite, fazendo uma vitamina. "Você pode usar isso como seu café da manhã. Essa vitamina, mais uma fatia de pão, está ótimo", sugere. Mas se a intenção é refrescar-se por conta do tempo seco, a dica são os refrescos, sempre na dose certa. "Limonada, suco de maracujá, laranjada ou suco de uva que são mais leves. O suco de uva, inclusive, vale muito a pena. Tem muitos elementos que são cardioprotetores, porém, não pode se entupir de suco de uva que aumenta, sim, os triglicerídios. Não é porque um alimento faz bem que você pode exagerar no consumo", lembra Mortara, que insiste: "Nada substitui a água".

Fonte: http://www.cfn.org.br/eficiente/sites/cfn/pt-br/site.php?secao=nutricaonamidia&pub=1228

8 mudanças no mundo provocadas pelo aquecimento global


Nos últimos 100 anos, as temperaturas globais tem aumentado de 0,74°C em média. Esta mudança parece mínima, mas está acontecendo muito rapidamente – mais da metade desde 1979, de acordo com o Painel Intergovernamental de Mudança Climática.
Apesar de ainda ser difícil determinar o papel das mudanças climáticas sobre qualquer evento meteorológico, as mudanças estão, sem dúvida, acontecendo. Veja aqui como o planeta, as pessoas e outros seres vivos estão respondendo ao aquecimento global:
8 – MOVENDO OS EXÉRCITOS PARA O NORTE
Conforme o gelo ártico se abre, o mundo se volta para os recursos da região. De acordo com o U.S. Geological Survey, 30% do gás natural ainda não descoberto e 13% das reservas de óleo não descoberto mundiais estão no Ártico.
O resultado direto é que as ações militares na região estão esquentando, com os Estados Unidos, Rússia, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia e Canadá mantendo conferências sobre a segurança regional e problemas de fronteira.
Várias nações, incluindo o EUA, estão também fazendo exercícios militares no extremo norte, preparando-se para um aumento nas atividades de controle de fronteira e resposta a desastre, em um Ártico mais agitado.
7 – ALTERAÇÃO NAS ESTAÇÕES DE ACASALAMENTO
Conforme as temperaturas se alteram, os pinguins estão mudando suas estações de acasalamento também. Um estudo em março de 2012 descobriu que os pinguins-gentooestão se adaptando mais rapidamente a um clima mais aquecido, por que eles não são tão dependentes do gelo marinho para acasalamento como outras espécies.
E não são só os pinguins que parecem estar respondendo às mudanças climáticas. Abrigos de animais nos EUA notaram um aumento no número de gatos de rua e filhotes, devidos a estações de acasalamento mais longas para os felinos.
6 – MUDANÇAS EM REGIÕES ALTAS
Uma diminuição na queda de neve no topo das montanhas está permitindo aos alces se alimentarem em locais mais elevados no inverno todo, contribuindo para um declínio nas plantas sazonais.
Os alces têm destruído árvores como os carvalhos silvestres e faias, o que leva a um declínio nas aves canoras, que dependem destas árvores para habitat.
5 – ALTERAÇÕES NOS LUGARES PREDILETOS DE THOREAU
O escritor Henry David Thoreau documentou de forma lírica a natureza em Concord, Massashussets e arredores. Lendo os diários, os pesquisadores constataram o quanto a primavera foi alterada no último século.
Se comparado com o final dos anos 1800, as datas das primeiras floradas para 43 das espécies mais comuns de plantas na área tem se adiantado uma média de 10 dias. Outras plantas simplesmente desapareceram, incluindo 15 espécies de orquídeas.
4 – MUDANÇAS NA ALTA-ESTAÇÃO DE PARQUES NATURAIS
Qual é a época do ano mais movimentada para ver o Grand Canyon? A resposta tem mudado com o passar das décadas, conforme a primavera tem começado cada vez mais cedo.
O auge das visitas nos parques nacionais dos EUA tem se adiantado mais de quatro dias, em média, desde 1979. Atualmente, o maior número de visitantes ao Grand Canyon acontece no dia 24 de junho, comparado com o dia 4 de julho em 1979.
3 – MUDANÇAS GENÉTICAS
Até mesmo as moscas das frutas estão sentindo o calor. De acordo com um estudo de 2006, os padrões genéticos das moscas das frutas normalmente encontradas em latitudes mais quentes estão começando a aparecer com maior frequência em latitudes maiores.
De acordo com a pesquisa, os padrões genéticos da Drosophila subobscura, uma mosca das frutas comum, estão mudando de forma que as populações estão parecendo um grau mais próximas do equador do que realmente estão.
Em outras palavras, os genótipos estão se deslocando de forma que uma mosca no hemisfério norte tem um genoma que se parece mais com uma mosca de 120 a 161 quilômetros mais ao sul.
2 – AFETANDO URSOS POLARES
Filhotes de ursos polares estão sofrendo para nadar distâncias cada vez maiores em busca de icebergs estáveis, de acordo com um estudo de 2011.
A rápida perda de gelo ártico está forçando os ursos a nadarem às vezes até mais de 12 dias de cada vez. Os filhotes de ursos adultos que tem que nadar mais de 48 quilômetros têm uma taxa de mortalidade de 45%, comparados com 18% dos filhotes que têm que nadar distâncias menores.
1 – MAIS ESPÉCIES MÓVEIS
Espécies estão se dispersando de seus habitats nativos a uma taxa sem precedentes: 17,6 km por década, em direção aos polos.
Áreas onde a temperatura está aumentando mais têm as maiores dispersões de espécies nativas. O rouxinol de Cetti, por exemplo, tem se mudado para o norte nas últimas duas décadas mais de 150 km.[Live Science]

Fonte: http://hypescience.com/8-mudancas-no-mundo-provocadas-pelo-aquecimento-global/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Dormir menos de seis horas por noite aumenta risco de câncer de mama


A falta de sono está ligada ao aparecimento de cânceres de mama mais agressivos, de acordo com pesquisa do University Hospitals Case Medical Center, nos Estados Unidos.

O estudo é o primeiro a mostrar essa associação, assim como a ligação com uma maior probabilidade de recorrência do câncer.

A equipe de pesquisa, liderada por Cheryl Thompson, analisou registros médicos e respostas de exames de 412 pacientes na pós-menopausa com câncer de mama por meio de um teste amplamente utilizado para guiar o tratamento de câncer de mama em estágio inicial, que prevê a probabilidade de recorrência.

Todas as pacientes foram recrutadas no momento do diagnóstico e perguntadas sobre a duração média do sono nos dois anos anteriores.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres que dormiam seis horas ou menos de sono por noite, em média, antes do diagnóstico apresentaram maior risco de recorrência do câncer de mama e maior risco de tipos agressivos da doença.

"Este é o primeiro estudo a sugerir que as mulheres que dormem menos podem desenvolver câncer de mama mais agressivos em comparação com mulheres que dormem mais horas", afirma Thompson.

"A curta duração do sono é um perigo para a saúde pública e leva não só à obesidade, diabetes e doenças do coração, mas também ao câncer. Intervenções eficazes para aumentar a duração e melhorar a qualidade do sono pode ser um caminho para reduzir o risco de desenvolver câncer de mama mais agressivos", concluem os pesquisadores.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=15962

Hormônio melatonina ajuda a inibir crescimento de tumor mamário


Estudo realizado por um grupo de pesquisadores em genética da Universidade Estadual Paulista (Unesp) revelou que a melatonina, hormônio secretado pela glândula pineal - localizada perto do centro do cérebro -, diminui a viabilidade de desenvolvimento das células mamárias neoplásicas, isto é, as que apresentam proliferação celular aumentada. A ideia dos cientistas é utilizar a melatonina como agente terapêutico para reduzir a formação de vasos.

Para os experimentos, foram realizados o cultivo celular primário de tumores mamários de cadelas e linhagens de câncer de mama humano, tratados com melatonina.

A professora Débora Zuccari, da Unesp de São José do Rio Preto, coordenadora do grupo de pesquisa, explica que, para a nutrição das células mamárias neoplásicas, é necessária a formação de novos vasos que são estimulados por proteínas presentes no ambiente tumoral, os quais são chamados de " Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF)" e " Fator induzido por hipóxia (HIF-1á) " .

" Quando estudamos a célula tumoral, podemos verificar, por meio de marcadores celulares, o estágio em que o tumor se encontra e prever a evolução clínica do paciente e, ainda, direcioná-lo para um tratamento específico e individualizado" , afirma Débora.

Paralelamente ao trabalho com o hormônio, os pesquisadores procuram descobrir se o VEGF (Fator de Crescimento Endotelial Vascular) é um possível marcador prognóstico para o tratamento da doença.

Parceria internacional

Dando continuidade ao estudo com a melatonina, a doutoranda Bruna Victorasso Jardim e a mestranda Lívia Carvalho Ferreira, integrantes do grupo de pesquisa, estão realizando a parte experimental in vivo de seus projetos nos Estados Unidos, no Hospital Henry Ford,em Detroit, no laboratório coordenado pelo cientista associado do Departamento de Radiologia, professor Ali Arbab.

Além dessas alunas, outros alunos do Programa desenvolverão pesquisas em parceria com a Universidade de Guelph, em Ontário, no Canadá.

"É importante para a pesquisa esse intercâmbio de conhecimentos. Quando descobrimos algo significativo aqui, logo aparecem novos questionamentos , novas possibilidades, novos caminhos, novos meios e fins" , avalia Débora. " O objetivo é descobrir potenciais tratamentos para o câncer buscando a melhor e maior sobrevida do paciente. Por isso, motivação não nos falta"

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=15965