Mostrando postagens classificadas por data para a consulta gluten. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta gluten. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

sábado, 5 de maio de 2018

E-book: Mitos em saúde


Novidades: estou coordenando a elaboração de um e-book gratuito sobre Mitos em saúde. O e-book estará disponível em breve aqui no blog, no site do Desconstruindo Mitos em saúde e no blog dos meus amigos que estão no corpo editorial.

O corpo editorial é composto por:

1. Amanda Weberling – Médica Nutróloga
2. Breno Rocha Coimbra – Médico pós-graduado em Endocrinologia e Bacharel em Biomedicina
3. Clayder Louzada – Médico do esporte
4. Daniella Costa – Médica nutróloga
5. Delmir Rodrigues – Médico Pediatra, Endocrinopediatra, Nutrólogo pediátrico
6. Diana Sá – Médica Endocrinologista
7. Estela Jatene - Médica Endocrinologista
8. Flavia Tortul – Médica Endocrinologista
9. Flavio Cadegiani - Médico Endocrinologista
10. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
11. Gustavo Louzano – Médico Nutrólogo e Gastroenterologista
12. Haroldo Falcão – Médico Nutrólogo
13. Joffre Rezende Neto – Médico Gastroenterologista
14. Jordana Rodrigues – Médica endocrinologista
15. Karol Calfa – Médica Nutróloga
16. Leandro Marques – Médico Nutrólogo
17. Leonidas Silveira – Médico Nutrólogo
18. Ludmila Queiroz - Médica Endocrinologista
19. Mateus Dorneles - Médico Endocrinologista
20. Natalia Jatene - Médica Endocrinologista
21. Patrícia Peixoto - Médica Endocrinologista
22. Pedro Prudente – Médico do esporte e pós-graduado em Nutrologia Esportiva
23. Priscila Abelha – Médica Nutróloga
24. Rafael Leal – Médico Nutrólogo
25. Reinaldo Nunes – Médico Endocrinologista e Nutrólogo
26. Renata Machado – Médica Pediatra e Endocrinopediatra
27. Renata Mattar – Médica Gastroenterologista
28. Rodrigo Costa – Médico Nutrólogo, Nefrologista
29. Samira Santos - Médica Endocrinologista
30. Tatiana Abrão - Médico Endocrinologista e Nutróloga
31. Yuri Galeno - Médico Endocrinologista
32. Audie Nathan – Médico residente de Nutrologia IAMSPE e Nutricionista
33. Luciana Stocco – Médica residente de Nutrologia IAMSPE
34. Leandro Figueiredo – Médico residente de Nutrologia IAMSPE
35. Junior Rodrigues – Médico residente de Nutrologia IAMSPE

E os temas que serão abordados são os seguintes:

Módulo de Endocrinologia
1. Solicitação de exames em Endocrinologia: Testosterona para Mulheres e Homens
2. Uso de Testosterona em Mulheres
3. Chip “Da Beleza”
4. Uso de Testosterona em Homens com finalidade estética
5. Solicitação de exames em Endocrinologia: T3 Livre, T3 Reverso e Anticorpos
6. Uso De Lugol
7. Solicitação de Exames em Endocrinologia:  Hormônio do Crescimento (Gh)
8. Uso de Hormônio do Crescimento com Finalidade Estética:
9. Riscos da Terapia com Gh em Crianças e Adultos:
10. Solicitação de exames em Endocrinologia: Cortisol e o Mito da Fadiga Adrenal
11. Uso de DHEA
12. Uso rotineiro de Melatonina

Módulo de Nutrologia
13. Consumo de Gordura Saturada e Risco Cardiovascular
14. Azeite Aquecido
15. Dieta Vegetariana
16. Leite
17. Gluten
18. Óleo de Côco
19. Qual o Melhor Tipo de Gordura
20. Sal Rosa do Himalaia
21. Adoçantes
22. Dietas Da Moda
23. Dieta Low Carb X Dieta Hipocalórica
24. Jejum Intermitente
25. Dieta HCG
26. Mitos no tratamento farmacologico da Obesidade
27. Uso de Polivitamínicos e Poliminerais
28. Uso de Antioxidantes
29. Alergia Alimentar X Intolerância Alimentar
30. Testes de Intolerância Alimentar
31. Biorressonância
32. Testes Nutrigenéticos

Módulo de Medicina Esportiva
33. Cafeína
34. Whey Protein
35. Creatina
36. Beta-Alanina
37. Bicarbonato
38. Nitrato
39. Glutamina
40. BCAA
41. Esteróides e dopagem

Módulo de Ética Médica
42.   O que é RQE?
43.   Divulgação de especialidade que não possui - Implicações jurídicas e éticas
44.   Divulgação de especialidade inexistente - Implicações éticas
45.   Fotos de antes e depois - Implicações éticas
46.   Venda de substâncias em consultório/clínica  - Implicações jurídicas e éticas


domingo, 10 de dezembro de 2017

POSICIONAMENTO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTROLOGIA SOBRE A UTILIZAÇÃO DE DIETAS ISENTAS DE GLÚTEN PARA FINS DE EMAGRECIMENTO

Cereais são parte fundamental da alimentação do ser humano, sendo fonte importante de energia, proteínas, lipídeos, vitaminas, minerais e fibras. Dentre eles, três podem ser destacados, trigo, centeio e cevada, por possuírem um tipo especial de substância denominada glúten. Trata-se de um complexo proteico insolúvel formado especialmente na fase de hidratação das proteínas do cereal (gliadinas e gluteninas), necessária à obtenção das massas e de outras preparações culinárias.

Existem situações já bastante estudadas em que se deve orientar o paciente a retirar o glúten da alimentação. Dessas, a mais conhecida é a doença celíaca, quadro em que a mucosa intestinal sofre importante processo inflamatório quando exposta a essa proteína. Existem também os processos de sensibilidade ao glúten não celíaca e alergia ao trigo que também se beneficiam da exclusão desse complexo proteico.

Recentemente, em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, tem-se disseminado a ideia de que dietas sem glúten podem ser usadas para fins de emagrecimento. À parte de evidências científicas para essa prática, que não existem, é possível que a origem seja o fato de que, ao se retirar da alimentação os alimentos à base dos cereais que contém glúten (principalmente o trigo, que é muito utilizado no preparo de vários alimentos altamente prevalentes na alimentação habitual), a ingestão energética total seja reduzida.

Entretanto, é sabido que o planejamento alimentar para o paciente que precisa emagrecer não deve, em geral, conter restrições alimentares genéricas, mas sim ser individualmente planejado, respeitando-se aspectos pessoais, sociais e culturais. A eliminação pura e simples do glúten pode levar a prejuízo à saúde. E nesse caso em particular, a ausência de estudos comprovando a eficácia dessa prática, contraindica seu uso.

Sendo assim, a Associação Brasileira de Nutrologia posiciona-se CONTRÁRIA à utilização de dietas isentas de glúten para fins de emagrecimento e orienta a que a exclusão do glúten da alimentação seja realizada somente para os pacientes com enfermidades que justifiquem essa prática como forma de tratamento.

Fonte: http://abran.org.br/para-profissionais/posicionamento-oficial-da-associacao-brasileira-de-nutrologia-sobre-utilizacao-de-dietas-isentas-de-gluten-para-fins-de-emagrecimento/

domingo, 5 de março de 2017

“Ficou fácil culpar o glúten por todos os problemas do intestino”

Abaixo uma reportagem que a revista Saúde publicou. Há 5 anos venho falando a respeito disso. Desde 2012 percebi que vários dos pacientes que referiam ter sintomas quando ingeriam alimentos com glúten, não apresentavam reações ao consumir tabule (que leva trigo). Após esses anos, novos estudos sobre Sensibilidade Não-Celíaca ao Glúten (SNCG) foram surgindo e alguns autores começaram a postular que o problema talvez não seja o glúten em si.

A maioria dos pacientes que alegam ter SNCG referem sintomas geralmente quando ingerem farinha de trigo refinada, alguns com a integral. Isso nos leva a pensar que o problema possa estar durante o refino. Outro ponto interessante é: teoricamente a aveia não contém glúten, sendo que o glúten que pode ser encontrado nela, geralmente é por contaminação cruzada, já que ela é manipulada no mesmo maquinário em que o trigo. Na prática percebo que a grande maioria dos pacientes que referem ter SNCG nada apresentam quando ingerem aveia.

Vale a pena ler a reportagem. Acredito que novos estudos surgirão nesse área, na tentativa de eximir o glúten da fama de vilão.

att

Dr. Frederico Lobo
Médico - CRM-GO 13192

“Ficou fácil culpar o glúten por todos os problemas do intestino”

Na terceira e última entrevista de nossa série sobre o glúten, conversamos com o gastroenterologista Peter Gibson, professor da Universidade Monash, na Austrália. O pesquisador ficou conhecido ao publicar os primeiros experimentos sobre a existência da sensibilidade não celíaca ao glúten, nos anos de 2011 e 2013. Na entrevista, ele fala sobre a possibilidade de o problema não ser provocado pela proteína, mas por outras substâncias presentes no trigo.

A reportagem de capa da edição de fevereiro da revista SAÚDE é justamente sobre a polêmica que envolve a proteína presente em grãos como o trigo, o centeio e a cevada. Ela está disponível nas bancas de todo o país e em versão digital para compra e download no iba, na App Store e no Google Play.

Plantas como o trigo sofreram modificações genéticas que podem impactar a saúde humana?

As mais diferentes variedades de trigo foram desenvolvidas para suportar condições extremas, como a seca, e ainda assim promover aumento da produção. Isso levou a mudanças na composição do grão, como maiores quantidades de carboidrato, já que essa vantagem é utilizada pela própria planta para crescer diante de situações nada favoráveis. Além disso, o trigo com mais glúten faz um pão melhor. Logo, espécies com teores elevados dessa proteína foram privilegiadas na agricultura. Não se sabe, porém, se essa característica tem algum efeito na saúde do ser humano. As melhorias no plantio do trigo trouxeram grandes benefícios ao mundo, uma vez que ele é uma das maiores fontes de energia e nutrientes que temos. Mais do que isso, essas modificações contribuíram para melhorar a saúde das pessoas, pois ajudaram a combater a desnutrição.

A sensibilidade não celíaca pode estar relacionada a outros elementos além do glúten?

O trigo tem uma série de componentes e muitos deles estão relacionados à indução de sintomas. Ficou muito fácil culpar o glúten por todos os problemas do intestino. Carboidratos de difícil absorção, também presentes no trigo, podem desencadear a síndrome do intestino irritável. Mas há pessoas que são sensíveis ao glúten ou a outras proteínas presentes no trigo. Sem contar que existe uma série de alergias relacionadas ao grão que também precisam ser consideradas.

Esse campo de pesquisa sobre a sensibilidade não celíaca ainda é muito recente? Ou já temos confirmações sobre seus mecanismos?

Nós estamos conduzindo quatro grandes estudos. Neles, recrutamos voluntários que responderam bem a uma dieta sem glúten e reintroduzimos a proteína na alimentação em metade do grupo. Nas quatro pesquisas, nós encontramos uma porção de indivíduos que desenvolveu sintomas por causa do glúten, mas, em outra parte, os incômodos não estavam relacionados ao componente em si. O que podemos concluir é que efeitos induzidos pelo glúten especificamente são bastante incomuns. Os trabalhos atuais levam a entender que cerca de 90% dos pacientes com alimentação sem glúten se sentem bem por outros motivos, e não pela exclusão da proteína em si.

Como diagnosticar a sensibilidade não celíaca?

A única maneira seria realizar estudos controlados, em que nem os voluntários, nem os cientistas, saibam quem está ingerindo a proteína e quem não está. Mesmo se tivéssemos essa possibilidade, os resultados são de difícil interpretação, especialmente quando a resposta do indivíduo está relacionada a um fator psicológico. Por enquanto, não sabemos como realizar o diagnóstico. Quando entendermos o mecanismo fisiológico do problema, nós conseguiremos detectar a sensibilidade com precisão.

As estatísticas dizem que 1% da população tem doença celíaca e 5% manifesta a sensibilidade não celíaca. Porém, um terço das pessoas diz querer retirar o glúten da rotina. Como interpretar esse conflito estatístico?

Nós ainda não sabemos quantas pessoas realmente têm a sensibilidade não celíaca. Conhecemos, porém, os 15% da população com síndrome do intestino irritável. Inclusive, uma grande proporção deles desenvolvem sintomas relacionados à ingestão de determinados alimentos, mas nunca procuraram o médico para saber o que está acontecendo. Reduzir a ingestão de trigo pode ajudar pelo menos 70% das pessoas que fazem parte deste grupo. Não por causa do glúten, mas porque eles deixarão de consumir um importante exemplar dos carboidratos de difícil digestão, conhecidos pela sigla FODMAPs.

Fonte: http://saude.abril.com.br/alimentacao/ficou-facil-culpar-o-gluten-por-todos-os-problemas-do-intestino/

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Glúten, lactose e outras modas por Dr. Drauzio Varella

Nunca houve tantos modismos na dieta. Dieta sem glúten, sem lactose, sem gordura, sem carboidratos, sem nada que venha dos animais e até dietas sem alimentos que contenham DNA (pedras, talvez).

A história de nossos antepassados é a da miséria. Dos 6 milhões de anos de nossa espécie, pelo menos 99,9% do tempo caçávamos, pescávamos, coletávamos frutos e raízes e disputávamos carcaças de animais com outros carnívoros famintos.

Há insignificantes 10 mil anos, o surgimento da agricultura criou a oportunidade de abandonarmos a vida nômade e armazenarmos víveres para a época das vacas magras.

Ainda assim, as epidemias de fome e a desnutrição chegaram até os dias atuais. Na metade do século passado havia fome coletiva na França, Inglaterra, Alemanha e demais países da Europa deflagrada.

Comida farta só chegou à mesa de grandes massas populacionais depois da Segunda Guerra Mundial, graças à mecanização e aos avanços da agricultura e da tecnologia de conservação de alimentos. Hoje, um brasileiro de classe média tem acesso a refeições mais variadas e nutritivas do que as dos nobres nos castelos medievais.

A fartura trouxe o exagero. Um cérebro com circuitos de neurônios moldados em tempos de penúria não desenvolveu mecanismos de saciedade, capazes de frear os impulsos viscerais despertados pela fome, antes de nos empanturrarmos até passar mal de tanto comer.

Essencial à sobrevivência quando precisávamos acumular reservas para os longos períodos de jejum que se sucediam, essa estratégia se voltou contra nós.

Ao mesmo tempo, vão distantes os dias em que gastávamos energia para alimentar a família. Pela primeira vez na história da humanidade, desfrutamos o privilégio de ganhar o sustento sentados em cadeiras confortáveis. A um toque de celular o disque-pizza nos entrega 5.000 calorias à porta, sem sairmos do sofá.

Fartura e sedentarismo, gula e preguiça, criaram as raízes da epidemia de obesidade que assola o mundo. Novembro de 2016 foi o primeiro mês dos tempos modernos em que a expectativa de vida diminuiu em relação à do mês anterior, nos Estados Unidos.

Seguimos pelo mesmo caminho. A continuar nesse passo, a obesidade e a vida sedentária farão nossos filhos viverem menos do que nós.

Sem disposição nem coragem para encarar a realidade de que comemos mais do que o necessário e andamos menos do que deveríamos, procuramos uma saída mágica que nos mantenha saudáveis.

Inventamos teorias mirabolantes que a internet divulga com tal velocidade que se transformam em ideologias com manadas de defensores ardorosos: carne é veneno, nenhum animal adulto toma leite, glúten engorda e incha, suco de berinjela reduz colesterol, e tantas outras.

É desperdício de tempo e risco de perder amigos questionar essas crenças. Não adianta dizer que nossos antepassados não teriam sobrevivido não fosse a carne, que alimentos com glúten costumam conter carboidratos simples com índices glicêmicos elevados, que a coitada da berinjela jamais teve a pretensão de proteger alguém contra o ataque cardíaco e que onças adultas não tomam leite pela mesma razão que não bebem chope nem água encanada.

Para confundir ainda mais, estudos com resultados que exigiriam interpretações estatísticas cautelosas e confirmação em pesquisas mais elaboradas ganham destaque nas mídias como se apresentassem conclusões definitivas. Num dia, o ovo é uma bomba de colesterol prestes a explodir as coronárias; no outro, asseguram que tem alto valor nutritivo. A carne de porco que já foi a mãe de todos os males está reabilitada, a de boi enfrenta suspeitas.

A confusão acontece porque esses estudos costumam ser observacionais. Neles, são analisadas as características dietéticas de uma população e as enfermidades que a afligem. Em ciência, publicações desse tipo são consideradas apenas geradoras de hipóteses. Para confirmá-las são fundamentais os estudos prospectivos, randomizados, muito mais complexos, dispendiosos e demorados.

Perdido na selva de informações desencontradas, o que você deve fazer, leitor? Coma frutas, saladas e verduras com liberalidade; do resto, de tudo um pouco. Procure comer o que sua avó considerava comida.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2017/02/1855591-gluten-lactose-e-outras-modas.shtml

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Sensibilidade ao glúten não-celíaca

Recente artigo publicado na revista Nature em Jun/2015 fez uma revisão sobre os Espectro da sensibilidade ao glúten não-celíaca, já que nos últimos 5 anos, houve um aumento na utilização da dieta sem gluten em pacientes sem diagnóstico de doença celíaca ou alergia ao trigo (mediada por Inunoglobulina E).


Esta moda tem levado cientistas a pesquisarem a possibilidade da existência de uma nova entidade clínica denominada  de sensibilidade ao glúten não-celíaca (SGNC).

Na revisar da revista Nature os autores discutem as evidências de tal entidade, baseado em estudos duplo-cego e placebo-controlado. O fenótipo dos portadores da SGNC é descrito como sintomas relatados após exposição ao glúten. Os sintomas podem ser intestinais (parecidos com os da Síndrome do Intestino irritável) assim como extra-intestinais (disfunção neurológica, distúrbios psicológicos, fibromialgia e erupções cutâneas).

Além disso, segundo os autores do estudo, as novas evidências sugerem que a SGNC pode estar associada com patologias gastrointestinais orgânicas, tais como Síndrome do intestino irritável, e que a sua presença pode ser um reflexo de alguma doença grave.



Os autores deixam claros que a SGNC é controversa e incerta ainda, principalmente porque não se sabe se é o glúten ou outros compostos não-gluten presentes no grão de trigo que geram os sintomas.
As evidências sugerem que os carboidratos fermentáveis (FODMAPS), inibidores da tripsina e amilase aglutinina presentes no gérmen do trigo também podem ser uma das causas dos sintomas.
Também discutem as novas técnicas que no futuro auxiliarão a diagnosticar a SGNC se ela realmente existir como entidade nosológica.



Fonte: http://www.nature.com/nrgastro/journal/vaop/ncurrent/full/nrgastro.2015.107.html?WT.mc_id=FBK_NatureReviews

terça-feira, 9 de junho de 2015

A menos que você tenha doença celíaca, a sensibilidade ao glúten provavelmente é apenas na sua cabeça

Muito interessante a reportagem abaixo. Eu acredito que há sim indivíduos com sensibilidade não-celíaca ao Glúten, mas é uma minoria e ainda não há nada bem estabelecido na literatura. 

90% das vezes as pessoas apresentam melhora dos sintomas gastrintestinais ao retiraram glúten, unicamente por ele ser rico em frutano e entrar no grupo de FODMAPS. 

Enquanto médicos e nutricionistas não estudarem decentemente a estratégia FODMAP (validada cientificamente, nível de evidência II para síndrome do intestino irritável), ficarão cortando desnecessariamente (e iatrogenicamente) glúten e outros alimentos da dieta dos pacientes. 

A maioria dos pacientes que apresentam melhora com a retirada do trigo, possuem na verdade Síndrome do Intestino irritável. Terão melhora não apenas com a retirada do glúten, mas diversos alimentos do grupo de FODMAPS. Tenho visto isso na prática com a nutricionista que trabalha comigo e estamos surpresos com os resultados da estratégia FODMAP. Pena que a maioria dos médicos e nutricionistas desconheçam. 


Unless You Have Celiac Disease, Gluten Sensitivity is Probably Just in Your Head

By now, you’ve probably heard of gluten-free diets. They’re a necessity for the estimated 2 million Americans with celiac disease. For them, eating gluten can trigger an immune response in their small intestines, damaging the organ’s villi that help absorb nutrients. Excluding the protein from their diets saves celiac disease sufferers from intense bouts of intestinal discomfort and other symptoms.

But for many other Americans, eliminating gluten probably does little to ease their symptoms.

That finding comes from a new study led by Peter Gibson, a professor of gastroenterology at Monash University in Australia. Gibson is the same researcher who published a paper in 2011 that reported gluten sensitivity in non-celiac patients. The results of that paper didn’t sit well with him, so he designed a more rigorous study involving 37 patients who didn’t have celiac disease but reported feeling better when on a gluten-free diet.

Ross Pomeroy, writing at Real Clear Science:

Subjects would be provided with every single meal for the duration of the trial. Any and all potential dietary triggers for gastrointestinal symptoms would be removed, including lactose (from milk products), certain preservatives like benzoates, propionate, sulfites, and nitrites, and fermentable, poorly absorbed short-chain carbohydrates, also known as FODMAPs. And last, but not least, nine days worth of urine and fecal matter would be collected. […]

They were first fed a diet low in FODMAPs for two weeks (baseline), then were given one of three diets for a week with either 16 grams per day of added gluten (high-gluten), 2 grams of gluten and 14 grams of whey protein isolate (low-gluten), or 16 grams of whey protein isolate (placebo). Each subject shuffled through every single diet so that they could serve as their own controls, and none ever knew what specific diet he or she was eating. After the main experiment, a second was conducted to ensure that the whey protein placebo was suitable. In this one, 22 of the original subjects shuffled through three different diets — 16 grams of added gluten, 16 grams of added whey protein isolate, or the baseline diet — for three days each.

After the subjects moved off the baseline diet and onto one of the treatment diets, they reported more intestinal pain, bloating, gas, and nausea, regardless of whether the treatment diet was high-gluten, low-gluten, or placebo.

The placebo results were what really stood out to Gibson—patients who received the same diet in the baseline and treatment phases still reported a worsening of symptoms. Gibson says this is a nocebo effect—in other words, it was all in their heads.

So what’s causing these symptoms? Gibson and his co-authors Jessica Biesiekierski and Jane Muir think FODMAPs are a leading candidate. Gluten-free diets seem to help people who report gluten sensitivity because those foods often happen to be free of FODMAPs, the researchers report. Though FODMAP may be an ominous sounding acronym, compounds in the group are found in many everyday foods, nearly all of which are unprocessed and include apples, asparagus, artichokes, milk, pistachios, pears, and lentils.

Fonte: http://www.pbs.org/wgbh/nova/next/body/unless-you-have-celiac-disease-gluten-sensitivity-is-probably-just-in-your-head/

terça-feira, 7 de abril de 2015

Posicionamento da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição: Dieta Livre de Glúten. Bom para Todos?


A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição levando em consideração dados da literatura científica pertinente e o documento a seguir, posiciona-se no sentido de que:

a dieta sem glúten deve ser instituída na vigência de doença celíaca, alergia ao trigo e de sensibilidade não celíaca ao glúten, desde que devidamente diagnosticadas;a dieta sem glúten per se não pode ser considerada benéfica para indivíduos aparentemente saudáveis e que a falta de planejamento na sua instituição pode, ainda, potencialmente afetar a saúde do trato digestório.

Não há dúvidas que, em boa parte dos países ocidentais, a Nutrição possa ser considerada uma das ciências mais atraentes ao público leigo. É provável que as maiores incidências de obesidade, o estabelecimento de doenças crônicas não transmissíveis e a crescente preocupação com padrões estéticos rígidos sejam os principais responsáveis por esse novo boom e levem pessoas antes desinteressadas por assuntos relacionados à sua alimentação a se tornarem “especialistas” em estratégias que contribuam para a melhora da saúde e da aparência. 

Reconhece-se como muito salutar a busca por mais informações nessa área, uma vez que a promoção da saúde e a educação nutricional dependem da conscientização popular para serem eficazes. No entanto, através da veiculação pela mídia não especializada, observa-se a propagação do que hoje se conhece por “dietas da moda”, as quais surgem com a premissa de promoverem a perda do peso e de melhorarem a saúde de forma generalista, sendo, todavia, pautadas em constatações empíricas ou em estudos recentes que por muitas vezes se mostram incompletos ou inconclusivos.

Nessa “onda” de dietas restritivas ou monótonas, observa-se a popularização de um padrão alimentar anteriormente adotado apenas por indivíduos portadores de doença celíaca (DC) ou de alergia ao trigo, caracterizado pela exclusão de alimentos contendo glúten da dieta (gluten free diet). 

Pacientes celíacos apresentam uma alteração genética que resulta na inflamação intestinal quando do contato com peptídeos oriundos da digestão do glúten presente no trigo e em outros vegetais do mesmo gênero, como a cevada e o centeio. De forma simplificada, a gliadina resultante do metabolismo do glúten na luz intestinal é transportada até a lâmina própria do intestino delgado onde, após metabolização, poderá induzir resposta imunológica adaptativa e inata e posterior produção de moléculas que promoverão o estabelecimento da inflamação, responsável pela atrofia dos vilos e hiperplasia nas criptas intestinais. A alteração morfológica da borda em escova leva à redução na capacidade absortiva e é comumente observada em doentes celíacos.

Além da DC, diversas evidências recentes sumarizadas em um artigo de revisão publicado este ano na revista Clinical Nutrition comprovam a existência de uma alteração cunhada por especialistas na área como “sensibilidade não-celíaca ao glúten” (non-celiac gluten sensitivity-NCGS). Diferentemente do que ocorre na doença celíaca, na NCGS o trato gastrointestinal e a permeabilidade da barreira intestinal são preservadas, e as alterações histológicas dos vilos e das criptas não são intensas, havendo, todavia, o estabelecimento de inúmeros distúrbios para o paciente que mantém uma alimentação convencional, rica em glúten. Ainda, observa-se infiltração de linfócitos mais branda e inflamação de menor grau no trato intestinal quando comparadas com o observado em indivíduos com DC.

A prevalência de NCGS é maior do que a de DC e a de alergia ao trigo, sendo frequentemente observada em pacientes com síndrome do intestino irritável e entre indivíduos acometidos por alterações alergênicas diversas. Para o diagnóstico clínico, sintomas comuns à essa alteração – tais como cansaço, dores de cabeça, desconforto gastrointestinal, flatos e diarréia – devem ser abolidos quando o paciente suspende a ingestão de alimentos contendo glúten. Todavia, não há nenhum exame bioquímico eficaz para o diagnóstico preciso da condição.

Independente da condição clínica apresentada, a terapia básica para indivíduos intolerantes ao glúten conta com a exclusão de alimentos que contenham cevada, centeio e farinha de trigo. Curiosamente, desde o ano de 2004, o mercado de produtos livres de glúten vem crescendo aproximadamente 30% ao ano, o que não se deve ao aumento da incidência de casos de intolerância ao glúten ou ao maior rigor no tratamento dos pacientes, mas sim ao aumento da demanda gerada pela adesão à dieta gluten free (GF) entre indivíduos não-celíacos e não diagnosticados com NCGS. Segundo os próprios consumidores, a principal razão para a escolha de produtos GF é a crença de que estes seriam mais saudáveis que os comuns, auxiliando na perda de peso e na melhora de outras condições fisiopatológicas e de desconfortos gastrointestinais.

Apesar da sensível melhora na saúde de indivíduos com alterações relacionadas ao glúten, constata-se que não existem evidências suficientes para apoiar as crenças entre indivíduos que não são sensíveis a esse peptídeo. Com relação à perda de peso excessivo, por exemplo, é difícil afirmar se até mesmo pacientes celíacos são beneficiados, uma vez que estudos mostram que indivíduos obesos acometidos de DC podem ter seu IMC aumentado e que a prevalência de obesidade entre crianças celíacas pode duplicar quando da adoção da dieta GF. Além disso, esse tipo de dieta é frequentemente pobre em grãos integrais e fibras, cujo consumo é inversamente relacionado ao IMC.

No que concerne à saúde gastrointestinal, um estudo experimental publicado em uma das mais respeitadas revistas da área demonstrou possíveis efeitos negativos da dieta GF sobre a flora intestinal de indivíduos saudáveis. Por conta da exclusão de alimentos contendo trigo, no período de um mês houve redução significativa na proporção de bactérias benéficas que colonizam o intestino em relação de bactérias patogênicas nas fezes de 10 indivíduos adultos, fato provavelmente associado ao menor consumo de oligofrutose e inulina — frutanos do tipo inulina — os quais têm ação prebiótica e, desse modo, estimulam seletivamente o crescimento de determinadas espécies bacterianas consideradas benéficas (bifidogênicas) ao hospedeiro. Por conta do efeito prebiótico, pode-se ainda afirmar que o consumo de farinha de trigo integral por indivíduos não sensíveis ao glúten contribui para a redução do risco de câncer intestinal, de condições inflamatórias, de dislipidemias e de doenças cardiovasculares.

Cabe, no entanto, destacar que dietas GF podem ser saudáveis para o público em geral, caso tome-se o cuidado de serem selecionados outros cereais integrais, além de hortaliças e alimentos com baixa densidade energética. Entretanto, isto não implica na retirada do glúten ser a responsável por possíveis efeitos benéficos observados.

Finalmente, é possível afirmar novamente que a falta de evidências científicas sólidas faz com seja aceita a premissa de que a dieta GF per se não pode ser considerada benéfica para indivíduos aparentemente saudáveis e que a falta de planejamento na sua instituição pode, ainda, potencialmente afetar a saúde do trato digestório.



Lucas Carminatti Pantaleão
Nutricionista pela Universidade de São Paulo, Mestre em Nutrição Experimental e Membro do Laboratório de Biologia Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Membro da Comissão de Comunicação da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição – SBAN.



REFERÊNCIAS

Ludvigsson JF, Leffler DA, Bai JC, Biagi F, Fasano A, Green PH, et al. The Oslodefinitions for coeliac disease and related terms.Gut 2013;62:43e52. 

Sapone A, Bai JC, Ciacci C, et al. Spectrum of gluten-related disorders:Consensus on new nomenclature and classification. BMC Med. 2012;10:13.

Marcason W. Is there evidence to support the claim that a gluten-freediet should be used for weight loss? J Am Diet Assoc. 2011;111(11):1786.

Dickey W, Kearney N. Overweight in celiac disease: Prevalence, clinicalcharacteristics, and effect of a gluten-free diet. Am J Gastroenterol.2006;101(10):2356-2359.

Valletta E, Fornaro M, Cipolli M, Conte S, Bissolo F, Danchielli C. Celiacdisease and obesity: Need for nutritional follow-up after diagnosis.Eur J ClinNutr. 2010;64(11):1371-1372.

De Palma G, Nadal I, Collado MC, Sanz Y. Effects of a gluten-free dieton gut microbiota and immune function in healthy adult human subjects.Br J Nutr. 2009;102(8):1154-1160.

Moshfegh AJ, Friday JE, Goldman JP, Ahuja JKC. Presence of inulin andoligofructose in the diets of Americans.J Nutr. 1999;129(7 suppl):1407S-1411S.

Glenn A. Gaesser, Siddhartha S. Angadi. Gluten-Free Diet: Imprudent Dietary Advice for theGeneral Population?J AcadNutr Diet. 2012;112(9):1330-1331.

Castillo NE, Theethira TG, Leffler DA. The present and the future in the diagnosis and management of celiac disease.Gastroenterol Rep. 2014, 1–9.

Czaja-Bulsa G, Non coeliac gluten sensitivity: a new disease with gluten intolerance. Clinic Nutr.2014, http://dx.doi.org/10.1016/j.clnu.2014.08.012.

Fonte: http://www.sban.org.br/posicionamentos/132/dieta-livre-de-gluten-bom-para-todos

sábado, 10 de janeiro de 2015

Alimentos funcionais auxiliares no Diabetes



Post da minha colega nutróloga @drabeatrizlorenz (vale a pena seguir). O que é um alimento funcional ? "Alimento que contém substância biologicamente ativa que, ao ser incluído em uma dieta usual, modula processos metabólicos ou fisiológicos, resultando em redução do risco de doenças e na manutenção da #saúde." A terapia nutricional é fundamental na prevenção, tratamento e gerenciamento do #diabetes e tem como alvo o bom estado nutricional, saúde fisiológica e qualidade de vida do indivíduo, bem como prevenir e tratar complicações a curto e a longo prazo e comorbidades associadas. Indivíduos com #diabetes podem se beneficiar com a melhora do controle glicêmico e lipídico. A glicemia elevada pode provocar complicações a longo prazo e a dislipidemia pode contribuir para a doença cardiovascular , a principal causa de morte nesses pacientes.

Nas DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013-2014 o #alimentofuncional já consta nas orientações dietéticas. Alguns alimentos funcionais mais pesquisados no diabetes:

ÔMEGA 3: O consumo de óleo de peixe favorece a redução de triglicerídeos plasmáticos e esta ligada a regulação imune, além de possuir propriedades antiinflamatórias.

O PSYLLIUM: (Plantago ovata) na dieta pode melhorar o controle glicêmico e lipídico. Além disso, é uma alternativa de substituição do #gluten para pacientes celíacos.

BATATA YACON: Oriunda da região andina, possui fibras alimentares solúveis e prebióticos, como frutooligossacarídeos (FOS) e inulina podendo modular a microbiota intestinal e melhorar a absorção de alguns minerais, como o cálcio. Além disto, possui pouco amido, baixa caloria e atividade #antioxidante.

AVEIA: Rica em fibras solúveis betaglucanas, pode reduzir a resposta glicêmica pós-prandial em diabéticos tipo 2. Tem a capacidade de aumentar a síntese de ácidos biliares e reduzir a absorção de colesterol, diminuindo o colesterol LDL.

BANANA VERDE A Biomassa de Banana Verde é obtida a partir do cozimento das bananas com casca que ainda não passaram pelo processo de amadurecimento. - Considerada um alimento funcional pois a polpa da fruta contém alto conteúdo de amido resistente que age de maneira similar a fibra alimentar, mas com benefícios extras! Baixo Índice Glicêmico: indicada para diabéticos e na perda e manutenção ponderal; Fonte de prebióticos, auxilia no trânsito intestinal adequado. Reduz absorção de gordura e colesterol; Promove saciedade.

sábado, 15 de novembro de 2014

A Estratégia FODMAP Contra os Gases por Dr. Leandro Minozzo



O problema é sério e está espalhado por aí de uma maneira impressionante. Não chega a ser uma questão de vida ou morte, mas incomoda, e muito. Refiro-me aos gases – quase sempre acompanhados de inchaço abdominal, borborigmos (aqueles sons embaraçosos vindos da barriga) e desconforto, que pode ser dor do tipo cólica. Quem apresenta esse quadro, sabe do que estou falando, e de como a vida poderia ser bem melhor sem esses sintomas.

No consultório, quando recebo os pacientes com os exames, corro logo ver o resultado do teste de intolerância à lactose. Em outros casos, vou direto para os anticorpos ou resultado da biópsia de duodeno quando suspeito da doença celíaca. Não que eu queira que os pacientes tenham essas duas condições, só que o que fazer quando todos esses exames vêm com resultados negativos? O que fazer com os gases? O que resta investigar? Será então a síndrome do cólon irritável, logo devo entrar com medicações para aliviar a dor e parar por ai? Indicar dieta com fibras, pouco álcool, pouca cafeína e gordura além de prescrever probióticos?  O artigo no qual me lanço trata justamente sobre esses casos e nele abordarei uma conduta para reduzir ou acabar com os gases e inchaço: a estratégia FODMAP.

Curiosamente, um achado comum nesses pacientes é a restrição que possuem a determinados alimentos, sendo os principais deles o feijão, o brócolis, o pimentão e a lentilha. Eles relatam que quase imediatamente ao consumi-los, apresentam os sintomas digestivos do começo do texto. Logo, fica evidente que essas pessoas não conseguem digeri-los adequadamente, sofrendo efeitos de sua fermentação dentro dos intestinos. Acredito que essa foi a pista inicial para pesquisadores australianos, em especial Sue Shepherd, debruçarem-se sobre a composição de determinados alimentos e tentar identificar quais causam sintomas. O nome da abordagem – FODMAP – é um acrônimo para um conjunto de carboidratos osmóticos que podem ser de difícil digestão para algumas pessoas (“fermentable oligosaccharides, disaccharides, monosaccharides and polyols”) – veja a tabela abaixo com uma lista resumida.





Quem sofre com os gases não necessariamente apresenta intolerância a todos os carboidratos FODMAP, podendo, em grande parte dos casos, ter dificuldade com um ou dois tipos. É comum, no entanto, a intolerância combinada à lactose e à frutose, assim como ocorre com quando da doença celíaca, quando muitos pacientes não toleram o glúten e a lactose simultaneamente– mais de 30% dos celíacos também não consegue digerir a lactose.

Outro detalhe importante, em especial para colegas médicos e nutricionistas, é que alguns desses carboidratos, como as fructanas e a rafinose são digeridos por bactérias da flora intestinal e, caso ela não se encontre em equilíbrio – condição chamada de disbiose –, os sintomas prevalecerão sempre. A flora intestinal é alvo frequente de pesquisas envolvendo não só aspectos digestivos, mas relacionados ao sistema imunológico e obesidade. A prescrição de probióticos e prebióticos é crescente e encontra espaço em casos de distensão, diarreia e constipação. Por último, colegas, como essas queixas guardam relação com o sobrepeso e obesidade, preparem-se para trata-las no dia-a-dia, pois elas serão cada vez mais frequentes!

Voltando aos FODMAP’s, agora falando sobre a frutose, há problemas tanto na sua quantidade quanto na relação à de glicose: mesmo alimentos não tão ricos em frutose podem causar sintomas quando a relação está aumentada (maior que um) – é o caso da manga, por exemplo, que apresenta 3 gramas de frutose por 100g (o que não tão elevado), porém a relação frutose/glicose é de 3,1.

Para muitos leitores, acredito que essa questão FODMAP soe como uma novidade, porém, há pesquisas que a embasam cientificamente há pelo menos 15 anos e, com as recentes publicações em revistas indexadas de nutrição e gastroenterologia, o assunto ganha relevância.  Os resultados do benefício de uma dieta com baixo FODMAP são, com o perdão do exagero da palavra, extraordinários em pacientes com a síndrome do cólon irritável – até 74% de redução nos sintomas.  Ressaltando que essa síndrome é  uma condição de prevalência significante – mais de 10% da população adulta – e ainda carece de recomendações nutricionais específicas, ficando o tratamento focado na redução dos sintomas, nem sempre às causas.  Nela, acredita-se que o paciente acometido tenha a percepção da distensão intestinal alterada, ou seja, tolera menos o excesso de gazes, que no caso, pode ser causado pela intolerância aos carboidratos fermentáveis da lista. Em dissertação defendida em 2013, na USP, o feijão foi indicado como um dos alimentos que mais deflagrou crises em pacientes com a síndrome do cólon irritável.

E como seria a estratégia FODMAP? Nela, retiram-se da dieta todos os alimentos contidos numa grande lista. É claro, outra grande lista de alimentos permitidos também é oferecida! Orienta-se o paciente a seguir com a dieta de baixo FODMAP por 4 a 6 semanas, logo, “desafios alimentares” são feitos com a introdução dos mesmos por grupos e em baixa quantidade. Inicia-se por frutose, lactose, sorbitol e manitol. Após, continua-se com fructanas e GOS (rafinose). Deve-se tentar aumentar as quantidades de cada grupo até a tolerância máxima, isso porque como você pode constatar na tabela, a maioria dos alimentos ricos em FODMAP é muito saudável, apresentando efeitos benéficos também para a digestão – pelo efeito prebióticos e quantidade de fibras.

Existem outras condições que ainda estão sendo estudadas e que estão relacionadas aos sintomas, como a intolerância ao glúten na ausência da doença celíaca e a dificuldade na digestão de algumas substâncias como a cafeína. Quanto à condição de intolerância ao glúten na ausência de testes confirmatórios para a doença celíaca, há grande possibilidade da intolerância de base ser exclusiva ao trigo – não ao glúten!  Impressiono-me com a quantidade de estudos nessa área e a “fermentação” do tema nutrição e saúde intestinal na medicina. Existem pistas, porém ainda muitas incertezas e desconfianças.

Trazendo para o campo das soluções, além da identificação e retirada dos carboidratos que causam os gases, alguns recursos terapêuticos podem ajudar. No caso dos GOS (rafinose), há a opção de beta-galactosidade no mercado brasileiro (Digeliv, do Laboratório Apsen) – até há pouco tempo era necessário adquirir nos Estados Unidos (Beano). Há também uma infinidade de probióticos nas prateleiras de farmácias e supermercados, que podem ser bastante úteis.

No próximo artigo falarei um pouco mais sobre o papel do nutrólogo no diagnóstico desse tipo de intolerância e os recursos disponíveis. Lembrando sempre que ninguém deve começar uma dieta restritiva ou tratamento por conta própria. Procure sempre um profissional para orientá-lo.

Bom, espero ter dado esperanças para os leitores que sofrem diariamente com os gases, inchaço e cólicas, ah! e com os borborigmos. Quem sabe, com essas informações, algum leitor até se aventure a encarar uma boa feijoada sem medo.

Abraços,

Leandro Minozzo – Médico Nutrólogo



Bibliografia

  1. Gibson PR, Shepherd SJ. Evidence-based dietary management of functional gastrointestinal symptoms: The FODMAP approach. J Gastroenterol Hepatol. 2010 Feb;25(2):252-8.

  2. Fedewa A, Rao SS. Dietary Fructose Intolerance, Fructan Intolerance and FODMAPs. Curr Gastroenterol Rep. 2014 Jan;16(1):370.

  3. Halmos EP, Power VA, Shepherd SJ, Gibson PR, Muir JG. A Diet Low in FODMAPs Reduces Symptoms of Irritable Bowel Syndrome. Gastroenterology. 2014 Jan;146(1):67-75.e5.

  4. Mearin F1, Peña E2, Balboa A3. Importance of diet in irritable bowel syndrome. Gastroenterol Hepatol. 2014 Feb 27.

  5. Biesiekierski JR., ET AL. No effects of gluten in patients with self-reported non-celiac gluten sensitivity after dietary reduction of fermentable, poorly absorbed, short-chain carbohydrates. Gastroenterology. 2013 Aug;145(2):320-8.e1-3




Fonte: http://www.leandrominozzo.com.br/blog/?p=688

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Dieta sem glúten emagrece? por Dra. Rita de Cássia Borges Castro

Restringir o glúten da dieta favorece o emagrecimento?

Até o momento não existe nenhuma evidência científica que justifique a restrição total do glúten na dieta para promover a perda de peso de pacientes com sobrepeso ou obesidade, que não tenham doença celíaca ou sensibilidade ao glúten. De maneira geral, a adesão ao padrão alimentar sem glúten pode resultar em baixa ingestão de alimentos ricos em carboidratos que, de forma indireta, pode favorecer a perda de peso.

Poucas pesquisas têm sido realizadas com o objetivo de investigar o papel da restrição ao glúten no emagrecimento. Recentemente, Soares e colaboradores, em 2013, realizaram um estudo em ratos com o objetivo de avaliar o efeito de uma dieta isenta de glúten sob o peso corporal, adiposidade, perfil inflamatório do tecido adiposo e homeostase da glicose. Os pesquisadores observaram efeitos benéficos de dietas sem glúten em reduzir o ganho de adiposidade, inflamação e resistência à insulina. Entretanto, os dados ainda são preliminares para justificar uma recomendação de restrição ao glúten entre os pacientes com excesso de peso.

De acordo com o parecer do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (CRN-3), publicado em dezembro de 2011, “a recomendação de restrição de consumo de glúten deve ser destinada aos pacientes com diagnóstico clínico confirmado de doença celíaca, de dermatite herpetiforme, de alergia ao glúten, ou quando, eliminada a hipótese de doença celíaca, haja diagnóstico clínico confirmado de sensibilidade ao glúten (também denominada como intolerância ao glúten–não celíaca). Deve-se salientar que o diagnóstico clínico é de competência exclusiva do médico”. O documento ainda reforça que “o descumprimento dessa diretriz oferece indícios de infringência ao código de ética do nutricionista por desrespeito ao princípio fundamental explicitado no seu artigo 1º e pelo descumprimento do artigo 6º, inciso VI, sujeitando os infratores a processo disciplinar e às penalidades previstas na legislação”.

Bibliografia (s)

  1. Marcason W. Is there evidence to support the claim that a gluten-free diet should be used for weight loss? J Am Diet Assoc. 2011 Nov;111(11):1786.
  2. Diamanti A, Capriati T, Basso MS, Panetta F, Di Ciommo Laurora VM, Bellucci F, Cristofori F, Francavilla R. Celiac disease and overweight in children: an update. Nutrients. 2014 Jan 2;6(1):207-20.
  3. Soares FL, de Oliveira Matoso R, Teixeira LG, Menezes Z, Pereira SS, Alves AC, et al. Gluten-free diet reduces adiposity, inflammation and insulin resistance associated with the induction of PPAR-alpha and PPAR-gamma expression. J Nutr Biochem. 2013 Jun;24(6):1105-11.
  4. Kabbani TA, Goldberg A, Kelly CP, Pallav K, Tariq S, Peer A, Hansen J, Dennis M, Leffler DA. Body mass index and the risk of obesity in coeliac disease treated with the gluten-free diet. Aliment Pharmacol Ther. 2012 Mar;35(6):723-9.
  5. Conselho Regional de Nutricionistas – 3ª Região. RESTRIÇÃO AO CONSUMO DE GLÚTEN. Colegiado do CRN 3ª Região 2011-2014.


Fonte: http://www.nutritotal.com.br/perguntas/?acao=bu&id=781&categoria=11

sábado, 5 de julho de 2014

10 perguntas sobre glúten e 10 respostas baseadas em evidências



1. O que é o glúten? 

Ele é uma proteína presente naturalmente em muitos cereais, como o trigo, o centeio e a cevada. Ou seja, não é uma invenção da indústria moderna, por exemplo, como foi o caso da gordura trans, só para fazer uma comparação. O glúten confere elasticidade na receita de diversos alimentos, caso típico do pão: ao sovar a massa, o padeiro cria as redes de glúten, estruturas capazes de aprisionar o gás carbônico expelido pelas leveduras do fermento. Assim, o pãozinho cresce e fica macio. "E o pão, você já sabe, é um dos alimentos mais antigos da humanidade, que se multiplicou e evoluiu sem problemas por consumi-lo", lembra o nutrólogo Mauro Fisberg, professor da UNIFESP.

2. O glúten poderia causar algum problema de saúde? 

Cerca de 1% da população mundial possui a doença celíaca. Nesse tipo de alergia, o glúten não é bem aceito pelo intestino. Quando ele chega ao órgão desses pacientes (e só neles), desencadeia uma reação do sistema imunológico, que destaca células de defesa para atacar a região. Nessa briga, acaba sobrando para as vilosidades intestinais, estruturas que são responsáveis por absorver os nutrientes da comida. Com as vilosidades inflamadas, claro que ela não é aproveitada da forma como deveria, bagunçando completamente o trânsito intestinal, para não dizer o estado nutricional daquele indivíduo. "Os sintomas mais comuns são diarreia, dor, distensão abdominal e inchaço", lista o gastroenterologista Alexandre Sakano, do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, na capital paulista. Mas, atenção, porque aqui estamos falando de uma doença específica que atinge uma em cada 100 pessoas. Histórias fantasiosas de que o glúten engorda até atrapalham a vida desses portadores. Imagine um doente celíaco que afirma, no restaurante da empresa, que não pode comer itens com glúten. Na toada das boatarias, esse sujeito é tomado como alguém interessado apenas em emagracer e não como portador de um problema que merece respeito e atenção.

3. Como a doença celíaca é detectada? 

O primeiro passo é procurar o médico, diante de sintomas como diarreia constante. Se for criança, o certo é levar ao pediatra. Se for adulto, o clínico-geral. Esses profissionais vão começar a investigação, fazendo a análise clínica do paciente. Se houver suspeita de doença celíaca, vale procurar um gastroenterologista, o especialista no sistema digestivo. Ele vai pedir um exame de sangue, para verificar a presença de anticorpos típicos da doença, e uma biópsia do intestino. Caso o distúrbio seja detectado, aí não tem jeito: é preciso cortar todos os alimentos com glúten da dieta. E o acompanhamento de um nutricionista é importante a fim de evitar desfalques de nutrientes importantes para a saúde.

4. Tem gente que acusa o glúten de estar envolvido com alergia, intolerância, sensibilidade, doença celíaca... A cada hora, usam um termo. Qual é o certo?

Quando se fala em doença celíaca, o uso do termo intolerância é equivocado. "Hoje em dia, intolerância ou sensibilidade ao glúten são palavras utilizadas para pacientes que apresentam mal-estar ao consumir alimentos com glúten e que não são celíacos", explica a nutricionista Mariana Del Bosco, mestre em ciências da saúde pela Universidade de São Paulo. Normalmente, quando um não celíaco se queixa depois de comer alimentos com glúten, como macarrão, cerveja e pão, recebe o diagnóstico de intolerante ao glúten. Diagnóstico, no mínimo, polêmico. “Isso porque não existe um consenso sobre as características desse distúrbio e ninguém pode nem sequer afirmar que ele existe”, completa Mariana. Ou seja: tem gente que se sente estufado depois de comer um macarrão, por exemplo. Ou de devorar um bolo. Mas pode ser que o problema seja causado pelos molhos e recheios gordurosos. Aliás, é bem mais provável.

5. Afinal, existe ou não existe intolerância ao glúten? 

O assunto é controverso. Alguns especialistas dizem que sim, mas muitos outros garantem que não. Um estudo recém-publicado da Universidade de Monash, na Austrália, levanta questões sobre a existência da tal intolerância ao glúten. Os cientistas recrutaram 37 voluntários que se diziam sensíveis à proteína do trigo e da aveia. Na primeira semana, todos receberam uma dieta rica em carboidratos de difícil digestão. Na semana seguinte, eles foram divididos em três grupos. O primeiro recebeu uma alimentação cheia de glúten, o segundo, refeições com pouco glúten e o terceiro fez uma dieta com zero da proteína. Detalhe: ninguém sabia em qual das turmas tinha caído. No período da experiência, os participantes das três turmas reportaram piora dos sintomas gastrointestinais - mesmo aqueles que não haviam travado contato com uma mísera molécula de glúten. Os autores desse trabalho sugerem com veemência que um forte efeito psicológico possa estar por trás da tal intolerância tão divulgada por aí. E o mais curioso é que o autor da pesquisa, o gastroenterologista Peter Gibson, havia conduzido uma experiência em 2011 que havia comprovado a existência da tal sensibilidade ao glúten. Mas nem ele, que foi um dos primeiros a levantar essa bola, estava satisfeito com os resultados. Sim, a cabeça também conta muito na hora de sentir a barriga pesar. Principalmente quando todo mundo fica encontrando um réu por aí.

6. Há um aumento do número de casos de doença celíaca, o único motivo real para cortar o glúten? 

Seria por isso que agora todo mundo parece passar mal com essa proteína ou ficaria imaginando passar mal? Os médicos entrevistados por SAÚDE não percebem um crescimento dos diagnósticos de celíacos. "A taxa de indivíduos com a doença permanece completamente estável", analisa o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, professor da Universidade Federal de São Paulo e do Hospital Infantil Sabará, na capital paulista. "O que aumentou foi a qualidade dos testes e exames que detectam o problema", explica. Mas nem isso, diga-se, fez as taxas subirem...

7. Vale cortar o glúten do cardápio sem consultar um médico? 

De jeito nenhum. De acordo com os especialistas, alimentos ricos em glúten, dentro de uma dieta equilibrada, trazem inúmeros benefícios para a saúde. "Eles ajudam a controlar a glicemia e os triglicérides, aumentam da absorção de vitaminas e minerais, melhoram a flora intestinal e deixam o sistema imunológico mais forte", lista o endocrinologista Marcello Bronstein, professor de endocrinologia e metabologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Quem gostaria de perder esse pacote de vantagens? O segredo está no equilíbrio das porções. Retirar o glúten só é indicado quando o médico mandar, isto é, no caso de doença celíaca.

8. Alimentos livres de glúten são mais saudáveis? 

Nem sempre - apesar de parecerem, no imaginário das pessoas. Pesquisadores da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, mostraram que acrescentar palavrinhas mágicas nos rótulos - "antioxidante", "orgânico" e, claro, diante de tanto bafafá sem base científica, "livre de glúten" - torna o produto mais saudável do que ele realmente é, pelo menos na cabeça do consumidor. "E o fato de um alimento ser livre de glúten não significa que ele seja menos calórico", faz questão de observar Bronstein.

9. O glúten pode estar por trás da obesidade, supeita que andou sendo levantada por aí?

Cortar o glúten da dieta emagrece. Ora, o indivíduo vai deixar de comer as principais fontes de carboidrato de sua dieta, como pão, bolo, doces... Uma ingestão menor de calorias vai resultar em decréscimos na balança. Ou seja, diminuir calorias faz diminuir quilos na balança. E não por retirar o glúten. Você poderia emagrecer do mesmo jeito se retirasse açúcar, gorduras, qualquer outra substância muito presente em... comida que tende a ser mais calórica, claro. "Dietas sem glúten são modismos puros", diz Bronstein. Por outro lado, um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, realizado no ano passado, dividiu ratinhos em dois grupos: o primeiro recebeu uma dieta rica em glúten, enquanto a segunda turma passou por uma dieta livre da proteína. Ao final da pesquisa, aqueles que não travaram contato com os cereais tiveram uma redução na gordura, inflamação e resistência à insulina. Vale lembrar que a experiência foi pequena e novas investigações serão necessárias para comprovar a tese. E é um dos únicos trabalhos do planeta nessa linha. "A obesidade é uma doença multifatorial. Se ela fosse causada por uma única proteína, como o glúten, resolveríamos o problema facilmente", explica Fisberg. Pena, então, que a missão de emagrecer um mundo cada vez mais rechonchudo parece ser mais complicada.

10. O glúten mudou nas últimas décadas? 

Uma das explicações usadas para banir o glúten da dieta diz que a proteína sofreu algumas modificações maléficas a partir da década de 1960. O pai da teoria é o cardiologista americano William Davis, autor do livro “Barriga de Trigo”, que já vendeu mais de 1,8 milhão de exemplares e figura há algum tempo na lista de mais vendidos do jornal New York Times. De acordo com a versão, os cruzamentos de espécies de trigo realizados pelo agrônomo Norman Borlaug (1914 – 2009) causou drásticas - e prejudiciais - alterações na estrutura do glúten. Essas mudanças estariam aumentando os casos de diabete, pressão alta e obesidade. “Porém, não existe a menor evidência científica sobre isso. Nenhum trabalho demonstrou que essa hipótese seja verdadeira”, critica Fisberg. É outra voz isolada no universo da ciência. Mas uma voz que tem conseguido espaço para se fazer ouvida. É válido, dentro de um contexto, conhecendo todos os estudos a respeito.

Fonte: http://m.mdemulher.abril.com.br/saude/10-perguntas-gluten-10-respostas-serias-ciencia-788594