segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Primeiro relatório sobre comercialização de agrotóxicos no país é lançado pelo Ibama

A partir de 2008 o Brasil assumiu o posto de maior mercado consumidor de agrotóxicos no mundo. As vendas do produto somaram U$$ 7, 125 bilhões, diante U$$6, 6 bilhões do segundo colocado, os Estados Unidos, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). O uso de agrotóxicos é parte fundamental do modelo agrícola que apresenta elevados índices de produtividade. Seu impacto social e ambiental demanda constante preocupação por parte da sociedade, esclarece o texto do relatório sobre comercialização de agrotóxicos lançado recentemente pelo Ibama.

A publicação Produtos agrotóxicos e afins comercializados em 2009 no Brasil é um novo instrumento de gestão pública e de informação para a sociedade sobre quais são os produtos mais usados, onde estão sendo comercializados e os índices de toxicidade ao meio ambiente dos princípios ativos autorizados. Organizado pela Coordenação Geral de Avaliação de Substâncias Químicas da Diretoria de Qualidade Ambiental, o relatório é uma obrigatoriedade legal estabelecida no art. 41 do Decreto 4.074 de 2002.

A sistematização e divulgação dessas informações são fundamentais para o conhecimento do emprego dos agrotóxicos pela agricultura e pelo setor produtivo brasileiro. Os dados agora acessíveis vão auxiliar o governo nas decisões regulatórias, na fiscalização e na autorização de estudos para o registro de alternativas menos impactantes. O relatório também vai permitir uma melhor definição de prioridades na escolha das substâncias para avaliação de impactos ambientais, como contaminação das águas e efeitos adversos na fauna.

O Coordenador Geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, Márcio Freitas, atribui ao relatório dois aspectos fundamentais: “São informações que auxiliam tanto o usuário como o pesquisador e que vão permitir ao poder público uma maior capacidade de regulação sobre a indústria”.

Histórico - Desde 1998, três órgãos estão envolvidos no processo de comercialização de produtos agrotóxicos no Brasil. Cada um deles faz uma avaliação distinta: cabe ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) verificar a pertinência e eficácia do produto, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avaliar os impactos do produto sobre a saúde humana e ao Ibama compete analisar as implicações do agrotóxico no meio ambiente.

O Ibama desenvolveu uma metodologia para definir a ecotoxicidade de cada ingrediente ativo de um produto. Por meio de ensaios físicos, químicos e biológicos são avaliados a mobilidade (em terra, ar e água), a persistência e a capacidade de acúmulo do agrotóxico e então é estabelecida uma classificação de periculosidade que varia em quatro níveis: I, II, III, IV, em ordem descrente, sendo o quarto nível o de mais baixa periculosidade. Há ainda as características impeditivas de registro determinadas pela legislação, as quais são avaliadas e quando presentes no produto impedem que o pedido de registro seja deferido e a comercialização não é autorizada.

Compete ainda ao Ibama fazer a reavaliação de produtos em uso quando há indícios de dano ao meio ambiente, procedimento de reanálise que pode culminar seja na restrição de uso ou até no banimento do produto. A iniciativa para a reavaliação de um princípio ativo poderá partir de várias fontes, como de um dos três órgãos envolvidos, de uma pesquisa universitária, de um episódio de contaminação que suscite uma nova investigação, da observância de resistência ao produto comprometendo sua eficácia, entre outros fatores. A reavaliação será conduzida pelo Ibama quando a motivação for relativa a aspectos ambientais.

Os procedimentos para o processo de reavaliação no Ibama estão regulamentados pela Instrução Normativa n° 17 de maio de 2009. O primeiro passo é a abertura de um processo público em que é declarado que determinado produto está sendo reavaliado. Durante trinta dias os interessados podem se manifestar. Após avaliar as contribuições e justificativas, o Ibama conclui em parecer técnico elaborado por uma comissão conjunta com Mapa e Anvisa sobre a viabilidade ou não da permanência de um agrotóxico no mercado brasileiro.

Recentemente foi banido do país o ingrediente ativo Metamidofós após pesquisas concluírem haver risco sobre a saúde humana. A Resolução determinando o phase out (banimento) do produto foi publicada no Diário Oficial da União em 14 de janeiro de 2011. Um outro ingrediente ativo, o Acefato, também está passando por processo de reavaliação.

As empresas detentoras de registro são obrigadas a apresentar semestralmente ao Ibama e aos demais órgãos envolvidos no registro de agrotóxicos as informações sobre a comercialização do produto. Os dados relativos ao segundo semestre de 2010 podem ser entregues até 31/01/2011. Portanto, o próximo relatório, referente ao ano de 2010, deverá estar concluído no decorrer deste ano.

Para acessar o relatório clique aqui.

Fonte: http://revistaecologica.com/index.php?option=com_content&view=article&id=812:primeiro-relatorio-sobre-comercializacao-de-agrotoxicos-no-pais-e-lancado-pelo-ibama&catid=57:agrotoxicos

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A polêmica do espinafre

O consumo do espinafre aumenta a cada dia que passa. O famoso marinheiro Popeye, faz propaganda do alimento, dando a entender que quem come espinafre está sempre forte e pronto para superar qualquer obstáculo. O que poucos sabem, é que no mesmo país de origem do desenho (Estados Unidos), há algumas décadas atrás, a ingestão de leite batido com espinafre (o objetivo era enriquecer a bebida com ferro), causou a morte de crianças recém-nascidas.

A doença ficou conhecida como doença do branco do olho azul, pois o branco dos olhos ficava dessa cor. Posteriormente, descobriu-se que a presença do espinafre no leite era a causadora da tragédia, mas na época (1951) o fato foi encoberto e o desenho do marinheiro Popeye continuou a ser exibido.

Por que devemos tomar cuidado com o espinafre

O espinafre é um dos alimentos vegetais que mais contém cálcio e ferro. Entretanto, esses dois minerais são pouquíssimo aproveitados pelo nosso corpo, já que o alto teor de ácido oxálico no vegetal inibe a absorção e a boa utilização desses minerais pelo nosso organismo.

Os estudos mostram também que o ácido oxálico do espinafre pode interferir com a absorção do cálcio presente em leites e seus derivados.

Esse fato sugere que o espinafre em uma refeição pode reduzir a biodisponibilidade de cálcio de outras fontes que são consumidas ao mesmo tempo. Por isso, se no seu almoço você comeu uma torta de queijo com espinafre, tenha certeza que grande parte do cálcio do queijo não foi utilizada pelo seu organismo.
Outra grande preocupação é o possível efeito tóxico que a ingestão de grandes quantidades dos fatores antinutricionais presentes na planta pode causar nas pessoas.

Com o objetivo de avaliar todos esses problemas, uma pesquisa, que resultou em uma tese de mestrado, foi desenvolvida na ESALQ/USP sob minha orientação. O estudo intitulado "Avaliação química, protéica e biodisponibilidade de cálcio nas folhas de couve-manteiga, couve-flor e espinafre" teve como objetivos verificar se determinadas plantas podiam ser utilizadas na dieta humana, sem causarem prejuízos à saúde e o bem-estar do indivíduo.

A pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP)

As folhas estudadas foram adquiridas no comércio local e a folha de espinafre foi também adquirida de outros dois locais: da Fazendinha da UNIMEP e da horta do Departamento de Horticultura da ESALQ/USP. Essas folhas foram lavadas, secas em estufa e moídas. A seguir, foram acrescentadas nas dietas que foram avaliadas durante o ensaio experimental com duração de 30 dias.

Resultados

Os resultados começaram a impressionar quando verificamos os teores dos dois fatores antinutricionais investigados: ácido fítico e oxálico. A folha de espinafre apresentou valores muito altos em relação às demais. Como conseqüência desse fato, os animais alimentados com a folha de espinafre morreram na primeira semana, e portanto, não puderam ser avaliados até o final do estudo. Várias tentativas foram feitas, utilizando dietas com folhas de espinafre cozidas (acreditávamos que o calor pudesse destruir os fatores tóxicos presentes) ou folhas de espinafre provenientes de outros locais (livres de agrotóxicos que pudessem ter influência).

Contudo os mesmos resultados repetiram-se, ou seja, houve a morte dos animais com hemorragia, tremores e perda de peso. Os rins dos animais mortos foram retirados e analisados pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba/UNICAMP. De acordo com o laudo apresentado pelo Departamento de Patologia, foi comprovado inchaço renal, indicando uma nefrotoxidade, edema celular e depósito de substâncias aparentemente cristalizadas nos túbulos renais, o que provoca disfunção renal.

De acordo com vários pesquisadores, a explicação provável estaria na presença do ácido oxálico no alimento, que além de causar um balanço negativo de cálcio e ferro, em doses superiores a 2g/Kg de peso, pode causar toxicidade nos rins. Já o ácido fítico, quando na proporção de 1% na dieta, seria o responsável pela redução do crescimento dos animais jovens. Na década de 80, estudos já atribuíam ao ácido oxálico sintomas como lesões corrosivas na boca e trato-intestinal, hemorragias e cólica renal, causados pela ingestão de plantas ricas nesta substância. De acordo com esses mesmos estudos, o espinafre que possui a relação de ácido oxálico/cálcio superior a 3, deve ser evitado. Na nossa pesquisa isso foi observado.

Com relação às demais folhas, couve-manteiga e couve-flor, não foi observado nenhum efeito tóxico, verificando-se que a melhor biodisponibilidade e retenção de cálcio nos ossos (73%) ocorreu nos animais que ingeriram a dieta contendo couve-manteiga.

Os resultados desse estudo nos levam a acreditar que o consumo de espinafre deve ser substituído por outros vegetais folhosos, já que os efeitos proporcionados pela ingestão das substâncias antinutricionais presentes na folha, podem ser prejudiciais à absorção de nutrientes importantes para nossa saúde, e essas mesmas substâncias podem causar sérios problemas tóxicos.

Os resultados também sugerem que além da grande presença de ácido oxálico e fítico, provavelmente a folha do espinafre contenha outras substâncias tóxicas, que supostamente levaram à óbito os animais do estudo, bem como causaram o incidente com os recém-nascidos nos Estados Unidos. Essas substâncias, ainda não identificadas, exerceriam ações tóxicas em pessoas mais sensíveis e levariam a chamada "doença do branco do olho azul". Fica claro, portanto, a necessidade de mais estudos elucidativos a respeito do assunto.

Finalizando, a minha dica é que todos procurem dar preferência a outros vegetais folhosos em substituição ao espinafre: a couve, brócolis, folha de mostarda, agrião, as folhas de cenoura, beterraba e couve flor e leguminosas como os feijões, ervilhas, lentilhas e soja são as melhores opções para quem quer consumir fontes alternativas de cálcio e ferro.

* Profª. Titular de Vida Saudável da ESALQ/USP/Campus Piracicaba. Autora dos livros: "Previna Doenças. Faça do Alimento o seu Medicamento" e "Pharmácia de Alimentos. Recomendações para Prevenir e Controlar Doenças", editora Madras.

Fonte: http://www.portalverde.com.br/alimentacao/perigos/espinafre.htm

Exposição ao Chumbo e PCBs são fatores de risco pra Déficit de Atenção com Hiperatividade em crianças

Um estudo feito pela Universidade de Illinois nos EUA revisou as evidências que quimicos ambientais, particularmente bisfenilos policlorados (PCBs) e chumbo são associados ao déficit de funções neurocomportamentais, que por sinal também estão prejudicadas no Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O déficit de atenção com hiperatividade é a desordem de comportamento mais diagnosticada em crianças na atualidade. Para ler mais sobre o tema, leia esse outro post do blog.

O estudo avaliou bases de dados para buscar uma correlação. Os pesquisadore encontraram dados que exposição de crianças e animais de laboratório a chumbo ou PCBs levam a apresentação de déficit em muitos aspectos da função da atenção e executiva, e que também tem sido mostrada falha em crianças com desordem de atenção, incluindo testes de trabalho de memória, inibição da resposta, vigilância e alerta.

Os estudos conduzem a dados que sugerem que chumbo pode reduzir tanto a atenção quanto à resposta, enquanto PCBs podem levar è diminuição da atenção. Baixo nível de exposição a chumbo tem sido associado com diagnóstico clinico de desordem de atenção em vários estudos recentes. Estudos semelhantes com PCBs não foram realizado.s

O estudo conclui que contaminantes ambientais, incluindo chumbo e PCBs podem aumentar a prevalência de TDAH.

Artigo: Lead and PCBs as risk factors for attention deficit/hyperactivity disorder.
Autores: Eubig PA, Aguiar A, Schantz SL.
Periódico: Environ Health Perspect.
Data: Dezembro de 2010.
Disponível para download em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3002184/?tool=pubmed

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Por que o Chocolate protege contra doenças cardiovasculares?

Vários estudos já afirmavam que o cacau tem um efeito protetor contra doenças cardiovasculares. Mas por quê? A razão para isso foi descoberta por pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia.

Os pesquisadores escolheram 16 voluntários – 10 homens e 6 mulheres – saudáveis para o estudo. As idades variaram entre 20 e 45 anos. Nenhum dos participantes fumava, e eles não puderam tomar nenhum tipo de farmacêuticos por duas semanas. Durante os últimos dois dias, eles também não puderam comer chocolate ou comer e beber qualquer coisa que continha compostos similares, incluindo muitos tipos de frutas, café, chá ou vinho.

Os pesquisadores pediram ao grupo de voluntários que comessem um pedaço grande de chocolate amargo. Cada participante comeu 75 gramas de chocolate amargo, com um teor de cacau de 72%.

Os cientistas descobriram que o chocolate pode inibir uma enzima do corpo conhecida por elevar a pressão arterial. Para analisar o que acontecia com essa enzima, chamada ECA ou ACE (Enzima conversora de angiotensina). A ECAdesempenha um papel importante no sistema hormonal que regula a excreção de água dos rins, ou seja, está envolvida no equilíbrio de fluidos do corpo e também na regulação da pressão arterial. Altos níveis de atividade da ECA têm sido associados com o endurecimento das artérias e outras doenças cardiovasculares.

Amostras de sangue foram colhidas de cada voluntário antes e depois deles comerem o chocolate, em meia hora, uma hora e três horas.

Na amostra colhida três horas depois, houve uma significativa inibição da atividade da ECA. A média de atividade foi 18% inferior a média de atividade antes da dose de cacau, totalmente comparável ao efeito de medicamentos que inibem a ECA, e são usados como uma primeira opção de tratamento para a pressão arterial elevada.

Quando as atividades da enzima diminuem, a pressão arterial também diminui com o tempo. Como esperado, esse efeito não foi encontrado nos participantes. Para demonstrar isso, o estudo teria de continuar por um longo período.

O objetivo dos pesquisadores não é a concepção de novos produtos farmacêuticos. Segundo eles, as descobertas indicam que as mudanças no estilo de vida das pessoas, com a ajuda de alimentos que contêm grandes concentrações de catequinas e procianidinas, podem prevenir doenças cardiovasculares.

Os pesquisadores já haviam descoberto que o chá verde também inibe a enzima ECA, envolvida no equilíbrio hídrico do corpo e na regulação da pressão arterial. Agora, eles querem estudar os efeitos do cacau, uma vez que as substâncias estão relacionadas

Artigo: Effects of Cocoa Extract and Dark Chocolate on Angiotensin-Converting Enzyme and Nitric Oxide in Human Endothelial Cells and Healthy Volunteers.
Autores: Ingrid A-L Persson, Karin Persson, Staffan Hägg, Rolf G G Andersson.
Periódico: Journal of Cardiovascular Pharmacology
Data: 2010
Disponível em: 10.1097/FJC.0b013e3181fe62e3

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Prós e os contras de se consumir alimentos orgânicos

A revista Veja traz, em sua edição nº 2192, uma série especial de reportagens sobre alimentação. Entre elas está a matéria “Os orgânicos em pratos limpos”, que analisa os prós e os contras de se consumir alimentos isentos de agrotóxicos.

De acordo com o texto, os prós dizem respeito ao melhor valor nutritivo. Algumas pesquisas evidenciaram que produtos orgânicos tendem a conter maior teor de micronutrientes como ferro, manganês e ácidos graxos poli-insaturados, além de maior quantidade de compostos bioativos e algumas vitaminas, que previnem contra o surgimento de doenças como o câncer. Mas, talvez o maior dos pontos positivos, independentemente do valor nutricional, que parece estar muito mais relacionado ao solo, seja o fato de os produtos orgânicos serem livres de agrotóxicos.

Para alguns, a exposição do homem a substâncias como inseticidas, herbicidas, fungicidas, entre outros agrotóxicos, somente é prejudicial à saúde dos envolvidos com o cultivo, como os agricultores e familiares. Mas, e ainda bem, há os que acreditam que a presença de resíduos desses produtos nos alimentos também é prejudicial à saúde dos que os consomem. Ao contrário do que cita a reportagem, já existem evidências suficientes que suportem a afirmação de que o consumo de agrotóxicos através dos alimentos pode levar ao surgimento de câncer. Tanto que foram criados, e continuam sendo, órgãos governamentais para análise e controle dos níveis dessas substâncias nos alimentos, assim como para sua certificação como um produto orgânico.

Em 2009, a ANVISA analisou os vinte itens vegetais mais consumidos pela população brasileira, incluindo arroz, feijão, tomate, alface, pimentão, laranja, maçã, e outros; e identificou que, em praticamente todos os itens, havia uso de agrotóxicos não autorizados para aquela planta, quantidade excessiva de algumas substâncias inadequadas, ou as duas coisas. Se fossem inofensivos ao consumo humano, não haveria tanta preocupação acerca de sua presença nos alimentos. A prova para tal são os agrotóxicos que, antes permitidos, passam a se tornar proibidos e a sua utilização banida.

Uma coisa é fato. Produzir alimentos é caro. Não se pode correr riscos. Produtos agrotóxicos mais avançados, menos tóxicos, são mais caros que os mais antigos. Portanto, por muitas vezes, os produtores optam por soluções menos saudáveis para eles e para os consumidores finais, porém mais lucrativas. Produzir alimentos orgânicos tampouco é uma prática barata. Segundo especialistas, no preço estão embutidos os custos com a certificação, com uma produção menor por hectare e com a mão de obra. Talvez este seja o maior dos contras descritos pela reportagem: o preço dos produtos orgânicos. No entanto, o Instituto de Defesa do Consumidor constatou, em uma pesquisa realizada este ano, que se o produto estiver na época de sua safra, pode custar até mais barato que o convencional. Mas isso implica em dois contras descritos pela matéria: se submeter às estações do ano e tempo para pesquisar preços.

Mais uma vez, a solução para um problema que representa uma ameaça à saúde esbarra em um entrave completamente, absolutamente, incontestavelmente impossível de ser resolvido: o tempo para se dedicar à própria alimentação. Dizer que os produtos orgânicos são mais caros e inacessíveis a todas as classes sociais até vai, salvo às observações feitas de que podem ser mais baratos em algumas ocasiões. Para esse contra a reportagem traz, em sua tentativa mais bem sucedida de ser feliz, a dica de substituir pelo menos os itens mais consumidos pela família, pela versão isenta de agrotóxicos. Mas para o contra “falta de tempo” não há solução.

Dizer que a justificativa para o baixo consumo de alimentos orgânicos é a falta de tempo para procurar esses produtos, pesquisar preços e ter acesso a informações sobre as safras é, mais uma vez, minimizar a importância da alimentação para a saúde.

Inacreditavelmente, o consumo de aparelhos eletrodomésticos, desses que é só apertar um botão que está tudo pronto, vem aumentando absurdamente no Brasil e, acreditem, não somente nas classes sociais mais providas de recursos financeiros. Já temos mais telefones celulares do que fixos nas residências e o número de linhas telefônicas móveis já ultrapassam o número de habitantes do país. Sem falar que não basta ter um aparelho celular, ele tem que ser trocado todo ano, representando uma extensão do corpo humano.

O brasileiro também não é mais um excluído digital. Quase toda a população já tem acesso, de alguma forma, ao computador e à internet. Agora não basta ter um desktop em casa, é necessário um notebook, na mesma proporção que um órgão vital do corpo. Também nos organizamos melhor e agora já é possível assistir toda à programação da televisão, sem falar que conseguimos tempo e dinheiro para acompanhar por três meses inteirinhos a vida de pessoas confinadas em reality show, pela TV a cabo! E, mais recentemente, em um exemplo de otimização do tempo sem precedentes, conseguimos permanecer na frente do computador por duas horas, diariamente.

É um avanço indiscutível. Mas representa, na verdade, a prova de que, quando há interesse, seja por parte das políticas públicas, da mídia, da indústria ou da população, novos hábitos podem sim ser formados e aderidos por todos. Basta ter boa vontade!

Alimentos orgânicos são mais caros sim, alguns difíceis de serem encontrados a depender da localidade. Portanto, ainda representam uma meta difícil de ser atingida por todos. Mas cabe aos profissionais de saúde, enquanto educadores, orientar a população a substituir, pelo menos, os alimentos mais consumidos; informar as pessoas onde comprar os produtos livres de agrotóxicos; ensinar quais alimentos consumir de acordo com a safra, para otimizar os preços; além, é claro, de incentivar hábitos alimentares saudáveis, em detrimento de outra qualquer prática. Também é nosso dever, enquanto cidadãos, cobrar políticas públicas que venham a facilitar o acesso da população a alimentos saudáveis, livres de substâncias nocivas, ao invés de divulgar que a justificativa para o aumento do sobrepeso, da obesidade e do câncer é a falta de tempo e dinheiro da sociedade moderna.

*Texto elaborado pela Dra. Camila Almeida Menezes, aluna bolsista do curso de Pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria Nutricional/ Divisão Ensino e Pesquisa.

Fonte: http://www.vponline.com.br/blog/home.php/

Contaminação ambiental e grávidas

Segundo um estudo feito pela Universidade da Califórnia (UCLA) e divulgado semana passada pelo Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental dos Estados Unidos, a grande maioria das mulheres grávidas possuem no organismo substâncias químicas potencialmente danosas para a própria saúde e do concepto.

Background: O estudo avaliou dados de monitorização do National Health and Nutritional Examination Survey (NHANES) para caracterizar tanto exposição individual ou múltipla em gestantes americanas.

Metodologia: O estudo utilizou 268 gestantes (no período de 2003-2004) e avaliou 163 analitos químicos em 12 classes quimicas. Para cada analito quimico, foi calculado descritivo estatístico. Os autores calcularam o numero de produtos quimicos detectados dentro das classes químicas de:
  1. Éteres difenil polibromados (PBDEs): PBB-153; PBDE-17; PBDE-28; PBDE-47; PBDE-66; PBDE-85; PBDE-99; PBDE-100; PBDE-153; BDE-154; PBDE-183. O que eles fazem: PBDEs são um grupo de químicos utilizados como anti-inflamáveis, o que significa que eles reduzem a possibilidade de um material pegar fogo ou diminuem a velocidade da queima. Onde são encontrados: PBDEs são encontrados em TVs, computadores, insulação de cabos e espuma de móveis. Ao longo do tempo, TVs e outros produtos liberam PBDEs que se acumula na poeira. Mais de 56 milhões de PBDEs são produzidos anualmente no mundo e eles não se desintegram facilmente. Como estamos expostos: Engolir poeira contaminada com PBDE e o contato com essa poeira são as duas principais rotas do químico para nosso corpo, eles depois se acumulam no tecido adiposo. Podemos também nos expor pela comida ou água. Bebês recém-nascidos que são amamentados estão expostos aos PBDEs pelo leite da mãe e possuem uma exposição maís alta comparada ao seu peso, seguida de bebês e crianças pequenas de acordo com dados do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (Centers for Disease Control and Prevention). Níveis em humanos têm crescido rapidamente desde que os PBDEs foram introduzidos nas décadas de 1960 e 1970. Efeitos na saúde: PBDEs acumulam no corpo. Testes toxicológicos mostram que o PBDEs podem danificar o fígado e os rins e afetar o cérebro e o comportamento, de acordo com o EPA. Regulamentação nos Estados Unidos: Em dezembro o EPA classificou os PBDEs como “químicos preocupantes”. O que você pode fazer para diminuir sua exposição: Evite comprar produtos que sejam anti-inflamáveis e não deixe poeira acumular em sua casa.
  2. Compostos perfluorados (PFCs): Perfluorooctanoic acid (PFOA); Perfluorooctane sulfonic acid (PFOS); Perfluorohexane sulfonic acid (PFHxS); 2-(n-Ethyl-perfluorooctane sulfonamido) acetic acid (Et-PFOSA-AcOH); 2-(n-Methyl- perfluorooctane sulfonamido) acetate (Me-PFOSA-AcOH); Perfluorodecanoic acid (PFDeA); Perfluorobutane sulfonic acid (PFBuS); Perfluoroheptanoic acid (PFHpA); Perfluorononanoic acid (PFNA); Perfluorooctane sulfonamide (PFOSA); Perfluoroundecanoic acid (PFUA); Perfluorododecanoic acid (PFDoA).  O que faz: O PFOA é usado na produção de Teflon e milhares de outros produtos não aderentes e resistentes a manchas e à água. Onde é encontrado: O PFOA está presente no Teflon e em outros revestimentos não aderentes e resistentes a manchas ou à água. Esses revestimentos são usados em equipamentos culinários, roupas resistentes à água, móveis, carpetes e milhares de outras aplicações industriais. O PFOA também pode se formar na quebra ou degradação desses produtos. Como estamos expostos: Respirando ar contaminado e comendo bebidas e alimentos contaminados. Alguns pesquisadores afirmam que panelas não aderentes soltam vapores de PFOA que contaminam a comida preparada. Efeitos na saúde: Quase todas as pessoas possuem PFOA em seu sangue. O PFOA causa câncer e problemas de desenvolvimento em animais de laboratório. O EPA concluiu em sua pesquisa que o PFOA provavelmente é carcinogênico mas as pesquisas não foram suficientes para determinar seu potencial carcinogênico em humanos. Regulamentação nos Estados Unidos: O PFOA é considerado um “químico preocupante”pelo EPA. O que você pode fazer para diminuir sua exposição: O EPA não recomenda nenhuma ação para diminuir a exposição ao PFOA. Você pode reduzir sua exposição usando panelas de aço inox ou ferro. Caso utilize panelas não aderentes, não as esquente demasiadamente, pois podem liberar gases tóxicos.
  3. Bifenilo policlorados (PCBs): PCB-28;PCB-44;PCB-49;PCB-52;PCB-66;PCB-74;PCB-81;PCB-87;PCB-99;PCB-101;PCB-105;PCB-110;PCB-118;PCB-126;PCB-128;PCB-138;PCB-146;PCB-149;PCB-151;PCB-153;PCB-156;PCB-157;PCB-167;PCB-169;PCB-170;PCB-172;PCB-177;PCB-178;PCB-180;PCB-183;PCB-187;PCB-189;PCB-194;PCB-195;PCB-196;PCB-199;PCB-203;PCB-206;PCB-209
  4. Dioxinasfuranos policlorados: 1,2,3,7,8-Pentachlorodibenzo-ρ-dioxin (PeCDD); 1,2,3,4,7,8-Hexachlorodibenzo-ρ-dioxin (HxCDD); 1,2,3,6,7,8-Hexachlorodibenzo-ρ-dioxin (HxCDD); 1,2,3,7,8,9-Hexachlorodibenzo-ρ-dioxin (HxCDD); 1,2,3,4,6,7,8-Heptachlororodibenzo-ρ-dioxin (HpCDD); 1,2,3,4,6,7,8,9-Octachlorodibenzo-ρ-dioxin(OCDD); 2,3,7,8-Tetrachlorodienzo-ρ-dioxin (TCDD); 2,3,7,8,-Tetrachlorodibenzofuran (TCDF); 1,2,3,7,8-Pentachlorodibenzofuran (PeCDF); 2,3,4,7,8-Pentachlorodibenzofuran (PeCDF); 1,2,3,4,7,8-Hexachlorodibenzofuran (HxCDF); 1,2,3,6,7,8-Hexachlorodibenzofuran (HxCDF); 1,2,3,7,8,9-Hexachlorodibenzofuran (HxCDF); 2,3,4,6,7,8-Hexchlorodibenzofuran (HxCDF); 1,2,3,4,6,7,8-Heptachlorodibenzofuran (HpCDF); 1,2,3,4,7,8,9-Heptachlorodibenzofuran (HpCDF); 1,2,3,4,6,7,8,9-Octachlorodibenzofuran (OCDF)
  5. Pesticidas organoclorados: Aldrin e Dieldrin; Oxychlordane; Heptachlor epoxide; trans-Nonachlor; Dichlorodiphenyltrichloroethane (DDT); p,p’ - Dichlorodiphenyltrichloroethane (DDT); p,p’ - Dichlorodiphenyldichloroethene (DDE); o,p’ - Dichlorodiphenyltrichloroethene; Endrin; Hexachlorobenzene; beta- Hexachlorocyclohexane; gamma- Hexachlorocyclohexane (Lindane); Mirex.
  6. Pesticidas organofosforados: Dimethylphosphate (DMP); Diethylphosphate (DEP); Dimethylthiophosphate (DMTP); Diethylthiophosphate (DETP); Dimethyldithiophosphate (DMDTP); Diethyldithiophosphate (DEDTP).
  7. Fenóis ambientais: Bisphenol-A; Triclosan; Benzophenone-3; 4-tert-Octylphenol
  8. Ftalatos:  Mono-benzyl phthalate (MBzP); Mono-isobutyl phthalate (MiBP); Mono-n-butyl phthalate (MnBP); Mono-cyclohexyl phthalate (MCHP); Mono-ethyl phthalate (MEP); Mono-2-ethylhexyl phthalate (MEHP); Mono-(2-ethyl-5-hydroxyhexyl) phthalate (MEHHP); Mono-(2-ethyl-5-oxohexyl) phthalate (MEOHP); Mono-(2-ethyl-5-carboxypentyl) phthalate (MECPP); Mono-isononyl phthalate (MiNP); Mono-methyl phthalate (MMP);  Mono-(3-carboxypropyl) phthalate (MCPP); Mono-n-octyl phthalate (MOP).  O que eles fazem: Essa família de químicos torna o plástico mais maleável. Eles também são usados como conectores de químicos. Onde são encontrados: Xampus, condicionadores, sprays de cabelo, perfumes, colônias, sabão, esmalte de unha, cortinas de plástico de banheiro, cânulas médicas, bolsa para administração intravenosa, pisos de vinil, papéis de parede, embalagens alimentares e revestimento externo de capsulas programadas farmacêuticas. Como estamos expostos: Ftalatos são absorvidos pela no uso de produtos de higiene pessoal, ingerido em medicamentos, alimentos, água e poeira. Recém-nascidos podem ser expostos através do uso de xampus, loções e talcos. Fetos podem ser expostos ainda na barriga. Virtualmente todos estão expostos aos ftalatos. Efeitos na saúde: Um novo estudo feito pelo Mount Sinai Center for Children’s Environmental Health and Disease Prevention Research revelou uma associação estatística entre a exposição pré-natal de ftalatos e a incidência de ADHD – Transtorno do déficit de Atenção/Hiperatividade anos depois. Ftalatos são considerados interferentes endócrinos e estudos também revelaram uma associação estatística entre a exposição aos ftalatos e o desenvolvimento sexual masculino. Pesquisas também observaram que os ftalatos interferem no desenvolvimento reprodutivo em animais do sexo masculino em laboratório. Regulamentação nos Estados Unidos: Ftalatos estão na lista de “químicos preocupantes”do EPA. O FDA permite o uso de ftalatos em embalagens alimentares. O governo americano proibiu no ano passado o uso de 6 ftalatos na fabricação de brinquedos e produtos infantis. O que você pode fazer para diminuir sua exposição: Evite xampus, condicionadores e outros produtos de higiene pessoal que listem “fragrância”como um ingrediente. Elas podem conter ftalatos. (Empresas não precisam divulgar o ingrediente das fragrâncias e a indústria afirma que esse ftalato é seguro.) O governo americano recentemente eliminou uma fonte de exposição ao proibir a venda de brinquedos que contenham qualquer um dos 6 ftalatos.
  9. Compostos orgânicos voláteis (VOCs): Benzene; Chlorobenzene; 1,2-Dichlorobenzene; 1,3-Dichlorobenzene; 1,4-Dichlorobenzene; 1,2-Dibromo-3-chloropropane; 2,5-Dimethylfuran; Ethylbenzene; Dichloromethane (Methylene chloride); Trichloroethene; Tetrachloroethene; Dibromomethane; 1,1-Dichloroethane; 1,2-Dichloroethane; 1,1-Dichloroethene; cis-1,2-Dichloroethene; trans-1,2-Dichloroethene; 1,2-Dichloropropane ; 1,1,1-Trichloroethane; 1,1,2-Trichloroethane; 1,1,2,2-Tetrachloroethane; Tetrachloromethane (Carbon tetrachloride); Hexachloroethane; Methyl tert-butyl ether (MTBE); Nitrobenezene; Styrene; Toluene; o-Xylene; m- and p-Xylene; Bromodichloromethane; Dibromochloromethane; Tribromomethane (bromoform); Trichloromethane (chloroform). Os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) podem ser definidos como todos os compostos contendo carbono e que  participam de reações fotoquímicas na atmosfera, excluindo carbono elementar, monóxido e dióxido de carbono dentre outros. Estes compostos constituem uma classe de poluentes do ar emitidos na atmosfera predominantemente pela frota veicular (combustão de combustíveis fósseis e perdas evaporativas) e por processos industriais. Ultimamente, os COVs vêm sendo mais estudados devido aos problemas que podem acarretar ao meio ambiente, dentre os quais destacam-se a toxicidade intrínseca que alguns desses compostos apresentam aos seres vivos, além de outros prejuízos oriundos da formação fotoquímica de substâncias oxidantes.
  10. Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos: 2-Hydroxyfluorene; 3-Hydroxyfluorene; 9-Hydroxyfluorene; 1-Naphthol; 2-Naphthol; 1-Hydroxyphenanthrene; 2-Hydroxyphenanthrene; 3-Hydroxyphenanthrene; 4-Hydroxyphenanthrene; 1-Hydroxypyrene. Tem ação cancerígena bem estabelecida,nefrotoxicidade in vitro, imunotoxicidade, cardiotoxicidade (lesão endotelial), infertilidade.
  11. Cotinine
  12. Perclorato
  13. Metais: Cádmio, Chumbo e mercúrio
Foi comparado as concentrações do analito quimico para grávidas e não grávidas usando métodos estatísticos, ajustando para covariantes demográficas e fisiológicas. O percentual de mulheres grávidas com níveis detectáveis de um ou mais pesticidas variaram de 0 a 100%. 
Alguns Bifenilo policlorados (PCBs), Pesticidas organoclorados e fosforados, Compostos perfluorados (PFCs, Fenóis ambientais (Bisfenol-A,Triclosan; Benzophenone-3; 4-tert-Octylphenol), Éteres difenil polibromados (PBDEs); Fftalatos, Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos e Percloratos foram detectados em 99 a 100% das mulheres grávidas.




























BPA – BISFENOL-A

O que faz: BPA é um polimero usado na fabricação de plástico policarbonato, leve, transparente, resistente ao calor e quase inquebrável. É também usado em resinas epoxy.
Onde é encontrado: Garrafas de água, mamadeiras, embalagens plásticas para acondicionamento de alimentos reutilizáveis, talheres plásticos, copos infantis, revestimento interno (resina epóxi) em latas, tampas de jarras, CDs, equipamentos elétricos e eletrônicos e seladores dentais.
Como estamos expostos: Ao consumir alimentos ou bebidas acondicionadas em embalagens que contenham BPA. Crianças e bebês também podem se expor no contato com materiais que contenham BPA pela mão e depois a boca. O BPA também migra de seladores dentais em bocas de pacientes. Fetos são expostos já na barriga da mãe. Quase todos já se expos alguma vez na vida. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças no Estados Unidos encontrou BPA na urina de 93% das pessoas testadas.
Efeitos na saúde: O Conselho Americano da Indústria Química (American Chemistry Council), afirma que a exposição é tão baixa que não prejudica a saúde. Um estudo de 5 anos promovido pela organização Kaiser Permanente com trabalhadores chineses revelou a associação de altas doses de exposição ao BPA à redução na atividade sexual de homens. Essa pesquisa, juntamente com estudos recentes, sugere que o BPA é um potencial cancerígeno que atua como o estrogênio, hormônio feminino e interfere no extremamente delicado sistema endócrino. De acordo com o FDA (Food and Drug Administration), esses estudos sugerem que o BPA pode afetar o cérebro, o comportamento e a glândula da próstata em fetos, bebês e crianças.
Regulamentação nos Estados Unidos: O BPA foi declarado recentemente como um químico preocupante, uma das cinco substâncias que a agência está focando para obter maiores esclarecimentos e possivelmente uma regulamentação mais rígida. (As outras substâncias são: ftalatos, parafinas cloradas de cadeia curta, PBDEs e químicos perfluorados incluindo o PFOA). O FDA permite o uso do BPA em embalagens alimentares
O que você pode fazer para diminuir sua exposição: Compre embalagens e garrafas reutilizáveis para acondicionar alimentos e líquidos de aço inox e vidro. Se preferir o plástico, olhe o número de reciclagem na parte posterior do produto. Se ele tem o número 7, assuma que tem BPA, a não ser que esteja explicitamente dizendo que é BPA fere. Consuma alimentos congelados ou frescos ao invés de enlatados. Outras precauções incluem não esquentar no microondas ou colocar alimentos e bebidas quentes em embalagens plásticas e descartar mamadeiras e copos infantis de plástico que estejam arranhados.














O número médio de agentes quimicos detectados variaram de 4 a 9. Foi encontrado que geralmente as gestantes tinham níveis similares ou menores que as não-grávidas. Ajuste para covariantes tenderam a aumentar o nivel de mulheres grávidas comparados a não-grávidas.

Com relação ao metais tóxicos:







































Conclusão: O estudo conclui que da amostragem de 268 mulheres grávidas, 99% estavam expostas a diversos agentes químicos, tais como o mercúrio, cádmio e chumbo, metais pesados que podem atravessar a placenta e atingir o feto. Muitas das substâncias químicas presentes no sangue e na urina das gestantes estão associadas a múltiplas patologias (alterações neurológicas, infertilidade, disrupção endócrina, câncer). O que torna a situação mais preocupante é saber que muitas dessas substâncias já foram banidas há décadas no USA (como o DDT, um pesticida organoclorado) o que demonstra seu efeito acumulativo no ecossistema. Os responsáveis pelo estudo encontraram as mesmas substâncias químicas no corpo das não-grávidas, mas advertiram que os riscos são maiores entre as gestantes, pela possibilidade de os poluentes interferirem no desenvolvimento do feto.

Devido aos efeitos tóxicos que ainda não está bem estabelecidos, o diretor do estudo, Tracey Woodruff, aconselha que a população (principalmente as gestantes) tome medidas especiais para reduzir ao máximo a presença dessas substâncias.

1) Optar por produtos orgânicos;
2) Limpar (tirar o pó) a casa frequentemente evitando exposição a produtos químicos;
3) Lavar bem as mãos antes de comer;
4) Escolher os produtos de higiene que contenham menos ingredientes tóxicos;
5) Substituir talhes de alumínio pelos de aço inox;
6) Evitar utilizar plásticos, optanto sempre que possível por utensílios de vidro
7) Evitar aquecer recipientes plásticos

As gestantes devem cumprir também as recomendações de uma dieta saudável, como não fumar e não consumir álcool durante os nove meses.

Artigo: Environmental Chemicals in Pregnant Women in the US: NHANES 2003-2004
Autores: Woodruff TJ, Zota AR, Schwartz JM
Periódico: Environ Health Perspect
Data: Janeiro/2011

Fontes:
1) http://www.naturalnews.com/031033_toxic_chemicals_pregnant_women.html
2) http://ehp03.niehs.nih.gov/article/fetchArticle.action?articleURI=info%3Adoi%2F10.1289%2Fehp.1002727
3) http://edition.cnn.com/2010/HEALTH/05/31/chemical.dangers/?hpt=Sbin



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Consumo de frutas e vegetais está associado com menores taxas de câncer de pulmão

Tava relendo alguns artigos que baixei ano passado e tem um bastante interessante sobre alimentação e risco de câncer de pulmão.  É um artigo que foi publicado numa renomada revista de oncologia a Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. O artigo me faz lembrar uma frase que um professor disse há um tempo: "Nenhuma vitamina sintética supera a natural, nenhuma cápsula substitui de forma eficiente uma alimentação saudável e bons hábitos de vida".

Consumo de frutas e vegetais está associado com menores taxas de câncer de pulmão
Fundamentos:  Nós investigamos se um consumo variado de vegetais e frutas é associado com risco mais baixo de câncer de pulmão no European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition study.

Métodos: Após um seguimento médio de 8,7 anos, 1.613 dos 452.187 participantes com informação incompleta foram diagnosticados com câncer de pulmão. Escores de diversidade de dieta foram usados para quantificar a variedade no consumo de frutas e vegetais. Modelos de riscos multivariáveis e proporcionais foram usados para descrever as associações entre DDS e risco de câncer de pulmão. Todos os modelos foram ajustados para fumo e para o consumo total de frutas e vegetais.

Resultados:  Com aumento na variedade em subgrupos de vegetais o risco de câncer de pulmão diminui [hazard ratios (HR), 0,77; 95% intervalo de confiança (CI), 0,64-0,94 mais alto versus o mais baixo quartil; P = 0,02]. Essa associação inversa é restrita a fumantes (HR, 0,73; 95% CI, 0,57-0,93 mais alto versus o mais baixo quartil; P = 0,03). Em análises contínuas em fumantes os menores riscos foram observados em carcinomas de células escamosas com mais variedades em frutas e vegetais combinados (HR/dois produtos, 0,88; 95% IC, 0,82-0,95), subgrupos vegetais (HR/subgrupo, 0,88; 95% CI, 0,79-0,97), produtos vegetais (HR/dois produtos, 0,87; 95% CI, 0,79-0,96), e frutas (HR/dois produtos, 0,84; 95% CI, 0,72-0,97).

Conclusão: Variedade no consumo de vegetais foi inversamente associado com risco de câncer de pulmão entre fumantes. O risco de carcinomas de células escamosas foi reduzido com o aumento da variedade no consume de frutas e/ou vegetais, que foi incentivada principalmente pelo efeito em fumantes.

Impacto: Independentemente da quantidade do consumo, a variedade no consumo de frutas e vegetais pode diminuir o risco de câncer de pulmão.


Artigo: Variety in fruit and vegetable consumption and the risk of lung cancer in the European prospective investigation into cancer and nutrition.
Autores: Büchner FL, et al.
Periódico: Cancer Epidemiol Biomarkers Prev.
Data: Setembro/2010

Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20807832

Estudo da Universidade Estadual de IOWA informa que o Aquecimento Global pode aumentar a violência

Uma nova pesquisa da IOWA State University defende que o aumento da temperatura média do planeta pode também “esquentar” o problema da violência.

“Quando as pessoas ficam “quentes”, elas agem de forma mais agressiva. Este fenômeno foi exaustivamente estudado e eu o chamo de Hipótese do calor“ Diz Craig Anderson

De co-autoria de Craig Anderson, professor emérito de psicologia e diretor do centro do estado de Iowa para o Estudo da Violência e Matt DeLisi, professor de sociologia e diretor do programa ISU de justiça penal, o trabalho foi apresentado por Anderson na semana passada em Sydney (Austrália) no Simpósio de Psicologia Social.

Os pesquisadores cruzaram os dados da temperatura média dos Estados Unidos e o número de crimes violentos ocorridos entre 1950 e 2008. Os pesquisadores estimam que se a temperatura aumentar 4.4°C aocorrência de assaltos e assassinatos irá subir para 34 ocorrências em um grupo de 100.000 habitantes,ou seja um aumento de 100.000 ocorrências por ano em uma população de 305 milhões.

O estudo também relata que um dos efeitos mais catastróficos da mudança climática será a escassez de alimentos e a consequente subnutrição e a insegurança alimentar que aumentará a agressividade de indivíduos propensos à violência

A mudança rápida do clima pode levar a mudanças na disponibilidade de alimentos, água, abrigo e outras necessidades da vida, essa escassez também pode levar à guerra civil,instabilidade, a migração e até ao genocídio e guerras.

Anderson cita um relatório da Onu: “Sempre que houve um desastre ecológico, as mulheres e as crianças tendem a ser os mais vitimados em termos de violência. O raciocínio é que as mulheres, na maioria das culturas de subsistência, muitas vezes são responsáveis pela a alimentação e os filhos, e então elas não podem simplesmente fazer as malas e sair. E assim, eles ficam vulneráveis a ações violentas”

Artigo completo: http://www.news.iastate.edu/news/2010/mar/violentclimate

Fonte: http://www.coletivoverde.com.br/estudo-da-universidade-estadual-de-iowa-informa-que-aquecimento-global-pode-aumentar-a-violencia/

Cientistas descobrem que o clima altera a qualidade do leite

Segundo um novo estudo britânico, verões mais frescos e úmidos têm um efeito negativo sobre o leite. A pesquisa descobriu que o leite coletado durante um verão fresco e o inverno seguinte apresentou maior teor de gordura saturada e menos ácidos graxos do que em um ano mais quente.

Baixos níveis dos benefícios ômega-3 e ácidos graxos poliinsaturados foram descobertos em algumas marcas de leite comum. As amostras também mostraram evidências de que as vacas são suplementadas com um produto de gorduras saturadas derivado de óleo de palma.

Uma solução, embora obviamente cara, é mudar para o chamado leite orgânico. Os pesquisadores descobriram que o leite orgânico apresenta maiores teores de ácidos graxos nutricionalmente vantajosos, independentemente da época do ano ou das condições meteorológicas.

Apesar de proteínas, antioxidantes, vitaminas, minerais e alguns e ácidos graxos no leite serem considerados benéficos, os pesquisadores acreditam que os ácidos graxos saturados têm um efeito negativo sobre a saúde humana. O leite orgânico pode cortar as gorduras saturadas em 30 a 50% e ainda obter a mesma ingestão de ácidos benéficos.

Os resultados do estudo mostram uma ligação surpreendente entre a qualidade do leite e o nosso clima atualmente em mudança. Os pesquisadores analisaram a qualidade do leite nos supermercados em diferentes épocas do ano, durante um período de dois anos.

Eles concluíram que as marcas de leite orgânico disponíveis nos supermercados são mais elevadas em ácidos gordos benéficos tanto no inverno quanto no verão. Mas notaram uma diferença entre o leite comprado no primeiro período de amostragem (julho de 2006 e janeiro de 2007) e nos tempos correspondentes de um ano depois.

O segundo conjunto de amostras, após um verão particularmente úmido em 2007, foi superior em gorduras saturadas e inferior em ácidos gordos benéficos. No nordeste da Inglaterra, por exemplo, o verão de 2007 foi particularmente chuvoso, com cerca de 30% mais pluviosidade e 12% temperaturas mais baixas em comparação com 2006.

Se esses padrões climáticos continuarem, os pesquisadores acreditam que os agricultores terão que se adaptar para manter a qualidade atual do leite. Os níveis mais elevados de gorduras benéficas no leite orgânico mais do que compensaria a depressão provocada por condições climáticas relativamente pobres em ano mais molhados. [Science2.0]

Fonte: http://hypescience.com/cientistas-descobrem-que-o-clima-altera-a-qualidade-do-leite/ baseado em: http://www.science20.com/news_articles/global_warming_means_better_milk-75418

Cápsula de óleo reduz sintomas de TPM

Um aliado para atenuar os sintomas da TPM (tensão pré-menstrual) agora tem comprovação científica. Cápsulas de ácidos graxos essenciais, substâncias da classe das gorduras, podem diminuir cefaléia, dores no seio, inchaço e irritabilidade. É o que aponta um estudo feito por pesquisadores da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e publicado no "Reproductive Health".

As substâncias já eram indicadas há anos para mulheres com TPM, mas, segundo médicos ouvidos pela Folha, sua eficácia não tinha sido provada por estudos confiáveis.

Foram avaliadas 120 mulheres de 16 a 49 anos que, durante seis meses, tomaram pílulas de 1 g ou 2 g de ácidos graxos (como óleo linoleico (ômefga 6), ácido oleico (Ômega 9) e outros ácidos graxos poli-insaturados) ou placebo, com óleo mineral.

Elas foram divididas em grupos de forma aleatória e não sabiam se tomavam as pílulas de óleo ou placebo.
Nesse período, elas tomaram as pílulas por 15 dias a partir da metade do ciclo e preenchiam, diariamente, uma lista com sintomas, aos quais atribuíam notas.

As notas foram comparadas após três meses e, depois, após seis meses do início do teste. Quem tomou a pílula de ácidos graxos teve uma redução nos sintomas físicos e emocionais da TPM.

Os valores foram comparados a uma nota padrão (99). No grupo que tomou a cápsula de 1 g, as notas atribuídas à gravidade dos sintomas foram 58 no terceiro mês e 35 no sexto mês.
O grupo de 2 g relatou melhora ainda mais expressiva.

Segundo Edilberto Rocha, ginecologista do Hospital das Clínicas da UFPE e um dos autores da pesquisa, os ácidos graxos levam à formação do mediador químico prostaglandina E1. Este, por sua vez, regula a ação do hormônio prolactina, um dos responsáveis pelos sintomas da TPM.



RESSALVAS

Carlos Alberto Petta, professor de ginecologia da Unicamp, afirma que esse é um dos primeiros estudos sérios a respeito da ação dos ácidos graxos na TPM.

"A pesquisa traz uma nova luz a respeito de complementos alimentares que podem resolver os sintomas, ajudar a diminuí-los ou interagir com outros medicamentos."

Mas Petta afirma que faltam trabalhos para medir efeitos a longo prazo. "Apesar dos méritos do estudo, não acredito que o tratamento possa ser colocado na prática imediatamente e trocar os tratamentos convencionais eficazes", afirmou César Eduardo Fernandes, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.

As cápsulas de ácido graxo são vendidas em farmácias. No entanto, os especialistas alertam para a necessidade da consulta médica antes de tomá-las e lembram que o alívio não é imediato.
"Outras doenças podem causar sintomas semelhantes e exigir tratamentos diferentes", afirma Rocha, um dos autores do estudo.

Além disso, fatores como hereditariedade, sedentarismo e hábitos alimentares também podem estar ligados à TPM. Se a mulher tem sintomas mais leves, uma simples mudança, como reduzir a ingestão de chocolate e café, pode ajudar, diz Petta.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1801201101.htm

Artigo: Essential fatty acids for premenstrual syndrome and their effect on prolactin and total cholesterol levels: a randomized, double blind, placebo-controlled study

Autores: Edilberto A Rocha Filho, Jose C Lima, Joao S Pinho Neto, Ulisses Montarroyos
Periódico: Reproductive Health
Data: Janeiro de 2011
Disponível completo para download em: http://www.reproductive-health-journal.com/content/pdf/1742-4755-8-2.pdf


Mais um: Agrotóxico metamidofós será banido do mercado brasileiro

O agrotóxico metamidofós só poderá ser utilizado, no Brasil, até 30 de junho de 2012. É o que determina a Resolução RDC 01/2011 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada nesta segunda-feira (17/1).

A decisão da Anvisa é fundamentada em estudos toxicológicos que apontam o metamidofós como responsável por prejuízos ao desenvolvimento embriofetal. Além disso, o produto apresenta características neurotóxicas, imunotóxicas e causa toxicidade sobre os sistemas endócrino e reprodutor, conforme referências científicas e avaliação elaborada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Ao longo do processo de discussão com os diversos setores da sociedade sobre a retirada do produto do mercado, não foram apresentadas provas de que o produto é seguro para a saúde das pessoas”, explica o diretor da Anvisa, Agenor Álvares. O metamidofós já teve o uso banido em países como China, Paquistão, Indonésia, Japão, Costa do Marfim, Samoa e no bloco de países da Comunidade Europeia. O produto também encontra-se em processo de retirada do mercado norte-americano.

Atualmente, o referido inseticida pode ser utilizado para controle de pragas nas culturas de algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate para uso industrial e trigo. O metamidofós já havia passado por reavaliação da Anvisa no ano de 2002. Na ocasião, haviam sido excluídas várias culturas agrícolas e o modo de aplicação costal, devido à não segurança do agrotóxico para os agricultores expostos.

Retirada do metamidofós

De acordo com o cronograma de retirada programada do produto do mercado brasileiro, as empresas só poderão produzir agrotóxicos com o ingrediente ativo metamidofós com base nos quantitativos históricos de comercialização de anos anteriores de cada empresa e com base nos estoques já existentes no país de matérias-primas, produtos técnicos e formulados. A comercialização destes produtos só poderá ser feita até 31 de dezembro de 2011 e a utilização, até 30 de junho de 2012. “O procedimento é aplicado para que, neste período, os agricultores substituam o metamidofós por outros inseticidas”, afirma Álvares.

De imediato, não serão autorizados novos registros de agrotóxicos à base de metamidofós, bem como não serão autorizadas novas importações do agrotóxico pelo Brasil. As deliberações finais e recomendações para retirada do metamidofós foram discutidas na Comissão de Reavaliação da qual também fizeram parte a Fiocruz, o Ministério da Agricultura e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

Empresas

Após o cancelamento da comercialização e utilização, as empresas fabricantes do agrotóxico deverão recolher os estoques remanescentes em distribuidores e em poder dos agricultores, no prazo máximo de 30 dias, a partir do vencimento dos respectivos prazos. Além disso, essas empresas deverão controlar a quantidade de todos os estabelecimentos comerciais e de produtores que adquirirem metamidofós, apresentando semestralmente este controle à Anvisa.

Confira aqui a integra da RDC 01/2011 da Anvisa.

Veja também a nota técnica que indicou proibição do produto no Brasil

Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home/!ut/p/c5/04_SB8K8xLLM9MSSzPy8xBz9CP0os3hnd0cPE3MfAwMDMydnA093Uz8z00B_AwN_Q_1wkA48Kowg8gY4gKOBvp9Hfm6qfkF2dpqjo6IiAJYj_8M!/dl3/d3/L0lDU0lKSWdra0EhIS9JTlJBQUlpQ2dBek15cUEhL1lCSlAxTkMxTktfMjd3ISEvN19DR0FINDdMMDAwNkJDMElHNU42NVFPMDg3NQ!!/?WCM_PORTLET=PC_7_CGAH47L0006BC0IG5N65QO0875_WCM&WCM_GLOBAL_CONTEXT=/wps/wcm/connect/anvisa/anvisa/sala+de+imprensa/noticias/agrotoxico+metamidofos+sera+banido+do+mercado+brasileiro


Comentário:

Segundo o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) de 2007 :
Alface: 135 amostras, 40% com metamidofós (agrotóxicos não autorizado para a cultura de alface)
Morango: 94 amostras, 43,62% continham agrotóxicos não autorizados, entre eles o Metamidofós e Endossulfan
Tomate: 123 amostras, 44,72% continham agrotóxicos não autorizados, entre eles o Metamidofós e Endossulfan

Ou seja, metamidofós estava com certeza no seu prato nos últimos anos, agindo no seu organismo, causando "lesões silenciosas" e nada foi feito. Apenas agora a Anvisa resolve bani-lo. Demorou !

Para ler mais sobre o PARA: http://www.ecologiamedica.net/2010/08/nota-tecnica-de-esclarecimento-sobre-o.html

Para entender o porquê da demora da Anvisa, leia esse post sobre Reavaliação de agrotóxicos: http://www.ecologiamedica.net/2010/12/reavaliacao-de-agrotoxicos.html

sábado, 15 de janeiro de 2011

Mulheres com síndrome do ovário policístico podem ser mais vulneráveis ao BPA

Um estudo recente aceito para publicação (março de 2011) no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (JCEM) encontrou altos níveis de BPA em mulheres com síndrome do ovario policístico quando comparado ao grupo controle. Além disso, os pesquisadores encontraram uma associação significativa entre hormônios sexuais masculinos e BPA nessas mulheres sugerindo um potencial papel do BPA na disfunção ovariana

O BPA é um composto industrial muito comum em embalagens de alimentos e bebidas e materiais dentários.

A SOP é o distúrbio mais comum do sistema endócrino nas mulheres em idade fértil, sendo caracterizado pela secreção excessiva de andrógenos (hormônios com ação masculinizante). A síndrome aumenta o risco de obesidade, diabetes tipo 2, infertilidade e doenças cardíacas.

"Nossa pesquisa mostrou que o BPA pode ser mais prejudicial às mulheres que já apresentam desequilíbrios hormonais e alterações relacionadas à fertilidade, como os encontrados na SOP", disse Evanthia Diamanti-Kandarakis, MD, PhD, co-autor do estudo e professor da Universidade da Escola Médica de Atenas, na Grécia. "Essas mulheres devem estar alertadas para os riscos potenciais do BPA, evitando o consumo diário de alimentos ou bebidas armazenadas em recipientes de plástico"

No estudo os pesquisadores dividiram 71 mulheres com SOP e 100 indivíduos saudáveis (grupo controle) em subgrupos de acordo com a idade e composição corporal. Os níveis sangüíneos de BPAeram cerca de 60% maior nas mulheres magras com SOP e 30 por cento maior em mulheres obesas com SOP quando comparados aos controles. Além disso,  assim como os níveis de BPA mostraram-se altos, também foram detectados altas concentrações de testosterona e androstenediona.

A secreção excessiva de adrogênios, como é vista na SOP, interfere na detoxificação do BPA pelo fígado, levando ao acúmulo de BPA no sangue" disse Diamanti-Kandarakis." O BPA também afeta o metabolismo do andrógeno, criando um círculo vicioso entre andrógenos e BPA"

FONTE: http://www.healthcanal.com/female-reproductive/13756-Women-with-polycystic-ovary-syndrome-may-more-vulnerable-BPA.html

Danos genéticos são causados logo após inalação de fumo, diz estudo

Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos EUA, dizem ter descoberto que a fumaça do cigarro começa a causar danos genéticos minutos após a inalação das substâncias tóxicas.

Os cientistas apontam que o câncer de pulmão mata cerca de 3 mil pessoas por dia, e grande parte dessas vidas se perdem por causa do cigarro. O fumo também está ligado a outros 18 tipos de câncer.

Evidências científicas mostram que substâncias danosas presentes no tabaco, os chamados hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), são um dos culpados pelo câncer de pulmão. Até agora, contudo, os cientistas não haviam detalhado como os HAPs causavam estragos no DNA humano.

Na experiência, os cientistas acompanharam o caminho da substância fenantreno (um tipo de HAP) em 12 voluntários fumantes. Eles descobriram que esse hidrocarboneto rapidamente forma uma substância tóxica no sangue, que estraga o DNA das células, causando mutações que podem causar câncer.

Os fumantes desenvolveram níveis máximos dessa substância em um tempo que surpreendeu os pesquisadores: entre 15 a 30 minutos aos a inalação da fumaça. Segundo os cientistas, é um efeito tão rápido que equivale a injetar a substância tóxica diretamente na corrente sanguínea.

“Os resultados reportados servem como um aviso severo a quem está considerando começar a fumar”, indicam os pesquisadores no estudo, divulgado na publicação científica “Chemical Research in Toxicology”.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/01/danos-geneticos-sao-causados-logo-apos-inalacao-de-fumo-diz-estudo.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Kefir e saúde intestinal - Nutrólogo Joinville - Nutrólogo Goiânia



O texto abaixo foi publicado na edição desse mês da revista Saúde é vital. Fala sobre o uso do Kefir, um excelente alimento que poucos ainda conhecem no nosso país. Abaixo relatarei os prós e contras, por duas óticas: médico e ex-consumidor. 

Bem, já fiz uso do de de água e tive bons resultados, mas por problemas técnicos parei de utilizá-los. Para agendar consulta para saber se deve ou não utiliza-lo, clique aqui.

Mas antes de explicar, sugiro que você me siga no instagram: @drfredericolobo para mais informações de qualidade em Nutrologia e Medicina. Lá, posto principalmente nos stories, informação de qualidade e no feed, junto com meus afilhados postamos sobre vários temas.

A praticidade dos lactobacilos manipulados (além de diversos estudos sobre as principais cepas: lactobacilos acidophilus, casei, bifidus, rhamnosus e bulgaricus) acabam superando o "trabalhoso Kefir".

Prós:
1) É de graça, acho legal essa idéia de que não se compra e nem se vende, apenas doação. Quando morava na Chapada dos veadeiros (Alto Paraíso) nas épocas de surto de diarréia eu indicava muito pra população carente e tinha bons resultados.
2) Tem uma boa quantidade de lactobacilos, diversas cepas, cerca de 30 cepas de probióticos.
3) Para os que não possuem alergia à proteína do leite de vaca e gostam de leite podem optar pelo Kefir de leite. Isso serve também para os intolerantes à lactose, já que os lactobacilos consomem a lactose, que é um carboidrato (açúcar). Acima de 24h de fermentação raramente causa sintomas nos intolerantes à lactose.
4) Por ter benefícios para a nossa saúde e ser alimento, é considerado um alimento funcional. Portanto seu uso deve ser estimulado.
5) Os grãos são praticamente "etenos" podem ser congelados e as "sementes" enviadas pelo correio.
6) Como é um laticínio, é fonte rica em cálcio, de boa biodisponibilidade. Pode ser utilizado em iogurtes, coalhadas, shakes. Pode-se até fazer queijo de Kefir (uma amiga faz e fica uma delícia).

Contras:
1) O kefir de água é um pouco ácido e pode causar "azia" em pacientes com gastrite, esofagite, refluxo. Se o paciente possui "intestino-solto" também pode ocasionar diarréias. O de kefir leite por ter cálcio também pode  piorar sintomas dispépticos. É uma queixa muito comum nos pacientes com gastrite e refluxo que indico Kefir de leite. Principalmente quando a fermentação é de 24h. Nesse caso indico a utilização de 50ml de fermentação de 12 horas, duas vezes ao dia e observar. Se tiver intolerância não utilizar.
2) Algumas pessoas consideram trabalhoso ter que "alimentá-los" diariamente (kefir de água com açúcar mascavo ; Kefir de leite com leite integral), portanto quem não permanece todos os dias em casa deixará os "grãozinhos" morrerem.
3) Risco de contaminação comum a qualquer alimento: água, açúcar e lactobacilos em frasco fora da geladeira, semi-coberto = possível contaminação.
4) Como são inúmeras cepas de probióticos presentes, elas podem interagir entre si. Se você apresenta algum problema digestivo ou intolerância alimentar (frutose, sacarose, lactose), sugiro que antes procure um médico, confirme o diagnóstico, inicie um tratamento e só posteriormente utilize kefir. É assim que tenho feito com meus pacientes com candidíase crônica, intolerância à lactose, à frutose, sacarose, síndrome do intestino irritável, diarréia crônica e constipação intestinal. Solicito os exames necessários para se fechar o diagnóstico, faço o exame clínico, instituo o tratamento, geralmente com cepas específicas de probióticos para cada caso. Somente depois que inicio o kefir conforme tolerância.

A reportagem é interessante.

Bom final de semana

Dr. Frederico Lobo - Médico - CRM-GO 13192


Quefir: basta um copo por dia

Nas nossas primeiras semanas de vida, o intestino é habitado por cerca de 500 espécies de micro-organismos que ajudam na digestão e lutam contra agentes que causam doenças. Com o envelhecimento, o estresse e a alimentação incorreta, esse exército é desfalcado e se reduz a 30 divisões, por assim dizer. Para recuperar as várias tropas de choque, no entanto, há quem aposte em uma solução: ingerir bactérias e leveduras benéficas do quefir.

Trata-se de um punhado de grãos formados por mais de 50 espécies de bichinhos pró-saúde. Eles são colocados no leite, no qual fermentam. Logo em seguida, são coados — e podem ser usados de novo porque, dizem, os micróbios se renovam sem perder suas propriedades. “Mas a bebida retém parte dos micro-organismos, que, ao serem ingeridos, repõem a flora intestinal e agem como laxantes naturais”, diz a farmacêutica Márcia Barreto Feijó, da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. Segundo alguns estudos, as mesmas bactérias produziriam uma espécie de açúcar capaz de estimular o sistema imunológico a fabricar substâncias para combater inflamações.

“Puro, o leite fermentado com quefir se assemelha ao iogurte natural quanto a sabor, aroma e consistência”, garante Raquel Teresinha Czamanski, pesquisadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, em Bento Gonçalves, no interior do estado. E, à base dele, podem ser feitos queijos, vitaminas e sobremesas. Mas, segundo Márcia Feijó, não basta adicionar o quefir a qualquer leite para seus micróbios se proliferarem pra valer. De acordo com um trabalho conduzido por ela, o tipo desnatado é a melhor opção. “O número de bactérias láticas aumenta quando há um menor nível de gordura”, diz. Sem falar que essa alternativa é menos calórica, já que as variantes integrais e de soja possuem mais que o dobro de proteínas e lipídeos.

Os grãos de quefir foram descobertos na região do Cáucaso, localizada entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, nos limites entre a Europa e a Ásia, há 4 mil anos. Suas bactérias sempre se proliferam e os grãos encontrados hoje são descendentes diretos dos originários. Não se sabe ao certo as condições climáticas que propiciaram a união de tantos micro-organismos do bem e por isso é difícil reproduzi-los em laboratório. Fora esse obstáculo, há outro motivo para o quefir ainda não ter chegado às prateleiras dos supermercados. As bactérias transferidas para o leite fermentam continuamente, produzindo gases. Imagine esse processo em um recipiente fechado por meses a fio: a embalagem se destruiria com tamanha pressão.

No entanto, uma descoberta de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITP) cria esperanças de que, em breve, sua industrialização se torne realidade. “Isolamos oito microorganismos do quefir e conseguimos a estabilidade de pressão nos produtos finais”, afirma Djalma Marques, coordenador do Laboratório Nacional de Probióticos do ITP. Ou seja, haverá uma menor produção de gases.

Segundo o pesquisador, o isolamento de um número de bactérias reduzido não diminui tanto as propriedades do leite, mas garante que as embalagens não se rompam. Por enquanto, os produtos feitos no ITP só podem ser comprados no próprio laboratório. É também no ITP que os poderes do quefir para a pele vêm sendo avaliados. O mecanismo não está esclarecido, mas os pesquisadores perceberam que os micro-organismos potencializam o efeito de produtos naturais contra queimaduras e dermatites.

A maneira mais simples de conseguir os grãos, ainda hoje, é por doação. Foi assim que a catarinense Sueli Quadros, de 44 anos, conheceu o quefir. “Minha bisavó migrou da Alemanha para Santa Catarina quando eu tinha 10 anos e trouxe uma porção, que dividiu com os netos”, lembra a secretária, que hoje mora em Curitiba. Para quem não conhece doadores, é possível encontrá-los pela internet. O fundamental é buscar fontes confiáveis. O site http://tinyurl. com/quefir, por exemplo, reúne doadores de todas as regiões do país.

LEITE X ÁGUA

Leite
Os grãos povoados de bactérias e leveduras do quefir, ao fermentarem essa bebida, a tornam levemente ácida. Ela então pode, inclusive, ser consumida por quem tem intolerância à lactose. Isso porque, durante a fermentação, esse açúcar vai embora.

Água
Quando o quefir é fermentado na água com açúcar mascavo, o resultado é o que os especialistas chamam de tibico. A mudança de substrato favorece o surgimento de um novo grupo de micro-organismos. O produto final também traz benefícios ao sistema gastrointestinal, mas seu sabor é amargo, e o uso, restrito por causa do açúcar.

COMPARE

LEITE FERMENTADO: as espécies de lactobacilos se resumem a uma ou duas. É uma ótima opção para intolerantes à lactose

IOGURTES PROBIÓTICOS: conta com bactérias como as do quefir, mas em geral duas ou três espécies. Têm a vantagem de ser comercializados em larga escala

COALHADA CASEIRA: também possui micróbios do bem, mas em pequena quantidade. Chega a ser seis vezes mais digerível que o leite integral

LEITE QUEFIRADO: possui mais de 50 micro-organismos, sendo que pelo menos 20% deles podem ajudar na reposição da flora intestinal

Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0331/nutricao/quefir-basta-copo-dia-612719.shtml


No intestino humano, existem mais de 400 espécies diferentes de microorganismos que convivem em harmonia com o homem. Esta é uma relação ecológica classificada como simbiose ou mutualismo, pois ambos dependem um do outro para sua sobrevivência. Se não existissem estes microorganismos, com certeza nosso sistema digestivo seria um prato cheio para outros microorganismos patogênicos, favorecendo o surgimento de doenças no homem. E tais espécies benéficas dependem das condições químicas e físico-químicas do nosso intestino para poder sobreviver, como a baixa concentração de oxigênio, temperatura em torno de 36°C e umidade.

Portanto, os PROBIÓTICOS podem ser definidos como microorganismos vivos que, administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro (Food and Agriculture ONU, 2001; Sanders, 2003). A influência benéfica dos probióticos na microbiota intestinal humana inclui fatores como competição por nutrientes e sítios de ligações celulares e efeitos imunomodularores direta e indireta, resultando em um aumento da resistência contra patógenos. Quanto maior for a concentração de probióticos no intestino, maior será sua capacidade competitiva e, assim, maior a capacidade de defesa humana (Puupponen-Pimiä et al., 2002).

O íleo e o cólon parecem ser, respectivamente, o local de preferência para colonização intestinal dos lactobacilos e bifidobactérias (Charteris et al., 1998; Bielecka et al., 2002).

QUAIS SÃO AS FONTES DE OBTENÇÃO DOS PROBIÓTICOS?


Os probióticos podem ser obtidos pela alimentação, especialmente por produtos lácteos devidamente cultivados, como iogurtes, leites fermentados e alguns tipos de queijos. Além disso, para dietas pobres em probióticos, é possível também consumi-los como suplementos nutricionais, na forma de cápsulas ou envelopes, manipulados em farmácias ou industrializados.

QUAIS SÃO OS EFEITOS BENÉFICOS NO HOMEM?

Diversos estudos mostram benefícios dos probióticos no homem. O quadro abaixo mostra por quais mecanismos atuam nos respectivos sistemas:

Sistema
Função
Nutricional
Síntese de Vitaminas (B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9, B12, Vitamina K)
Digestivo
Síntese de enzimas digestivas (lactase)
Regulação da peristalse, dos movimentos intestinais e da absorção de nutrientes
Detoxificação intestinal (reduzindo a absorção de materiais tóxicos e toxinas alimentares)
Atividade enzimática fitase-like (hidrólise do Inositol Hexafosfato, liberando PO4- e íons)
Cardiovascular
Metabolização dos sais biliares e aumento da demanda de colesterol sérico colesterol para produção de bile
Metabolismo
Produção e enzimas citocromo P450-like que estimulam a expressão gênica do citocromo no fígado
Degradação e inibição da re-síntese de hormônios
Conversão dos flavonóides às suas formas ativas
Sistema Imune
Produção de antibióticos e antifúngicos
Produção de ácidos graxos de cadeia curta
Estímulo da maturação normal das células do sistema imunológico
Efeitos imunomoduladores: modulação de citocinas, aumento da atividade fagocitária, efeitos específicos na resposta humoral, função dos linfócitos T e atividade das células natural-killers
Metabolização de medicamentos, hormônios, carcinógenos, metais tóxicos e xenobióticos
Efeitos antimutagênicos, antitumorais e antineoplásicos
Anticancerígena
Ligação a substâncias mutagênicas
Degradação de genotoxina e promotores de tumor
Reparação e prevenção da lesão do DNA
Aumento da atividade de enzimas e processo de proteção a células  contra carcinógenos
Aumento da apoptose de células em proliferação
Produção de componentes bioativos de membrana
Aumento da produção de muco, diminuição do tempo de trânsito intestinal

QUAIS SÃO AS INDICAÇÕES DOS PROBIÓTICOS?

Não existe um dado oficial sobre recomendação de probióticos, como acontece com minerais e vitaminas, porém a comunidade científica internacional entende que o papel dos probióticos no organismo humano, está seus efeitos fisiológicos, porém existem evidências mostrando que estes podem também ser utilizados com fins terapêuticos.

Existem fortes evidências científicas no tratamento da diarréia infantil; diarréia associada à antibioticoterapia, diarréia pós-radioterapia pélvica, síndromes de má-absorção de nutrientes, pacientes com intolerância à lactose e na síndrome do intestino irritável.

Estudos clínicos mostram haver efeitos na redução dos níveis de colesterol plasmático, da pressão arterial sistêmica, da atividade ulcerativa por Helicobacter pylori, além do controle da colite induzida por rotavírus e por Clostridium difficile, prevenção de infecções urogenitais, além de efeitos inibitórios sobre a mutagenicidade (Shah, Lankaputhra, 1997; Charteris et al., 1998; Jelen, Lutz, 1998; Klaenhammer, 2001; Kaur, Chopra, Saini, 2002; Tuohy et al., 2003).

QUAIS AS DOSAGENS DIÁRIAS RECOMENDADAS DOS PROBIÓTICOS?


Apesar de serem estudadas por várias décadas, não existe um consenso terapêutico sobre a posologia dos probióticos para uma determinada doença. Existem vários estudos clínicos comprovando sua eficácia e segurança em diversas faixas de concentração, combinando ou não as espécies. As doses de cada espécie varia numa concentração de 100 mi de UFC até 1 bi de UFC, por dose posológica, segundo estudos clínicos. Existem estudos com dosagem total de probióticos com 20 bi UFC, com bom perfil de segurança.

Segundo alguns autores, é prudente combinar as espécies disponíveis para obter melhores resultados, já que existem diferenças quanto ao local de ação de uma cepa e outra, havendo assim uma preferência entre o íleo ou o cólon, por exemplo. As referências citam que os probióticos podem ter a <!--[if !vml]--><!--[endif]-->tividades enzimáticas distintas, o que poderia ampliar a ação destes microorganismos no hospedeiro, trazendo assim melhores resultados.

Um exemplo disso, é a atividade enzimática dos Lactobacillus sp. na lactose, e as Bifidobactérias com atividade imunomoduladora, estimulando a produção das imunoglobulinas IgA e IgM (Saad, 2006).

É preferível consumir os probióticos logo após as refeições, pois estudos experimentais mostraram que pode haver degradação das cepas benéficas pela ação do suco gástrico. Ao tomar junto com as refeições, ocorre uma “dilução” do suco gástrico e com isso, redução da acidez, o que pode contribuir com a manutenção de suas concentrações.

EXISTEM REAÇÕES ADVERSAS, PRECAUÇÕES, CONTRA-INDICAÇÕES PREVISTAS COM O USO DE PROBIÓTICOS?

Estudos clínicos controlados com lactobacilos e bifidobactérias não revelaram efeitos maléficos causados por esses microrganismos. Efeitos benéficos causados por essas bactérias foram observados durante o tratamento de infecções intestinais, incluindo a estabilização da barreira da mucosa intestinal, prevenção da diarréia e melhora da diarréia infantil e da associada ao uso de antibióticos (Lee et al, 1999).

EXISTEM RISCOS DE INTERAÇÕES COM MEDICAMENTOS COM O USO DE PROBIÓTICOS?

Deve-se evitar o uso concomitante com antibióticos, pois pode haver redução da ação do medicamento. Porém, após uma antibioticoterapia, é racional fazer suplementação de probióticos para recolonizar a microbiota intestinal, já que estes medicamentos podem diminuir as concentrações intestinais de probióticos, antes mesmo de serem absorvidos pelo organismo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.       SANDERS, M.E. Probiotics: considerations for human health. Nutr. Rev., New York, v.61, n.3, p.91-99, 2003.
2.     FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, WORLD HEALTH ORGANIZATION. Evaluation of health and nutritional properties of probiotics in food including powder milk with live lactic acid bacteria. Córdoba, 2001. 34p. Disponível em: . Acesso em: 03 fev. 2005. [Report of a Joint FAO/WHO Expert Consultation].
3.     PUUPPONEN-PIMIÄ, R.; AURA, A.M.; OKSMANCALDENTEY, K.M.; MYLLÄRINEN, P.; SAARELA, M.; MATTILA-SANHOLM, T.; POUTANEN, K. Development of functional ingredients for gut health. Trends Food Sci. Technol., Amsterdam, v.13, p.3-11, 2002.
4.     CHARTERIS, W.P.; KELLY, P.M.; MORELLI, L.; COLLINS, J.K. Ingredient selection criteria for probiotic microorganisms in functional dairy foods. Int. J. Dairy Technol., Long Hanborough, v.51, n.4, p.123-136, 1998.
5.     BIELECKA, M.; BIEDRZYCKA, E.; MAJKOWSKA, A. Selection of probiotics and prebióticos for synbiotics and confirmation of their in vivo effectiveness. Food Res. Int., Amsterdam, v.35, n.2/3, p.125-131, 2002
6.     SHAH, N.P.; LANKAPUTHRA, W.E.V. Improving viability of Lactobacillus acidophilus and Bifidobacterium spp. in yogurt. Int. Dairy J., Amsterdam,
v.7, p.349-356, 1997.
7.     JELEN, P.; LUTZ, S. Functional milk and dairy products. In: MAZZA, G., ed. Functional foods: biochemical and processing aspects. Lancaster: Technomic Publishing, 1998. p.357-381.
8.     KLAENHAMMER, T.R. Probiotics and prebiotics. In: DOYLE, M.P.; BEUCHAT, L.R.; MONTVILLE, T.J. Food microbiology: fundamentals and frontiers. 2.ed. Washington: ASM, 2001. p.797-811.
9.     TUOHY, K.M.; PROBERT, H.M.; SMEJKAL, C.W.; GIBSON, G.R. Using probiotics and prebiotics to improve gut health. Drug Discovery Today,Haywards Heath, v.8, n.15, p.692-700, 2003.
10.      SAAD, S.M.I; Prebióticos e Probióticos: o estado da arte; Rev Bras Cienc Farmac 2006; 42(1): 1-16




















Nutrólogo
Nutrologo
Nutrólogo Goiânia
Nutrologo Goiania
Nutrólogo em Goiania
Nutrólogo Joinville
Nutrólogo Florianópolis
Nutrólogo Barra Velha
Joinville
Florianópolis
Barra velha
Santa Catarina
Goiânia
Balneário Camboriu
Itapema
Penha
Piçarras