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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Quem se identifica com os sintomas de TDAH? Por Dr. Murilo Caetano - Médico Psiquiatra em Goiânia

 Abaixo um vídeo muito interessante de um amigo psiquiatra.

domingo, 6 de novembro de 2022

Ingestão de flavonoides e marcadores de ressonância magnética da saúde do cérebro na coorte de descendentes de Framingham

A doença de Alzheimer (DA), a forma mais comum de demências relacionadas (DADR), representa um dos problemas globais de saúde pública não resolvidos no envelhecimento da população. Existem cerca de 50 milhões de pessoas que vivem com DADR em todo o mundo, com quase 10 milhões de novos casos diagnosticados a cada ano. A DA é caracterizada por disfunção celular e morte, medida pela perda de volume cerebral total e hipocampal. Outro sinal de neurodegeneração e fator de risco para ADRD é a presença de hiperintensidades da substância branca, lesões que aparecem como áreas de maior brilho quando visualizadas por ressonância magnética do cérebro.

Com as taxas de DADR atingindo níveis epidêmicos globais, é de suma importância identificar estratégias que possam ajudar a reduzir ou reverter essa epidemia. Uma possível avenida promissora é a dieta. O padrão alimentar mediterrâneo (MedDiet), que é rico em alimentos contendo polifenóis, demonstrou estar associado a um risco reduzido de declínio cognitivo e TDAH. 

Estudos sobre a relação entre o MedDiet e as medidas de ressonância magnética cerebral também mostraram que uma maior adesão ao MedDiet está associada a estruturas cerebrais mais saudáveis, incluindo maior volume total, cinzenta e branca, e volumes hipocampais e espessura cortical, e menos volumes de hiperintensidades da substância branca.

Relatos de nosso grupo e outros sobre flavonoides, uma classe de polifenóis, demonstraram que a ingestão mais alta desses fitoquímicos está associada a um risco reduzido de DADR. No entanto, não há estudos que examinaram a associação entre flavonoides e medidas de ressonância magnética da saúde do cérebro.

Objetivo do trabalho

Procuraram abordar essa lacuna na literatura e explorar a associação entre a ingestão de flavonoides na dieta e 3 medidas de estrutura de ressonância magnética cerebral que estão associadas a DADR, volume total de tecido cerebral (VTTC) e volume hipocampal (VH) como marcadores de atrofia do tecido cerebral e volume de hiperintensidades da substância branca (VHSB) como um correlato radiológico do declínio cognitivo. A hipótese do estudo é que a ingestão de flavonoides é diretamente associada com VTTC e VH e inversamente associada com VHSB.

Metodologia

Indivíduos elegíveis incluíram membros do Framingham Heart Study Offspring Cohort que estavam livres de acidente vascular cerebral no exame 7 e tinham pelo menos 1 questionário de frequência alimentar válido dos exames 5, 6 ou 7 (n = 2086; idade média no exame 7, 60,6 anos). As ingestões de flavonoides representaram a média cumulativa das ingestões nos 3 exames e foram categorizadas com base nas categorias de quartis de ingestão. VTTC, VHSB e VH foram avaliados no exame 7. Modelos de regressão linear múltipla foram usados ​​para examinar a associação transversal entre o total e as 6 classes de flavonoides e as 3 medidas de RM acima mencionadas.

Flavonóides

A média (IC 95%) do VHSB de indivíduos na categoria de quartil mais alto de flavan-3-ols [0,56 (0,52, 0,61)] e polímeros de flavonoides [0,57 (0,52, 0,61)] foi significativamente menor em relação a de indivíduos na categoria do quartil mais baixo de flavan-3-ols [0,65 (0,60, 0,71)] e polímeros de flavonoides [0,66 (0,60, 0,71)] após contabilizar importantes fatores demográficos, de estilo de vida e clínicos. Associações de tendência inversa com VHSB também foram observadas para flavan-3-ols (P = 0,01) e polímeros de flavonoides (P = 0,01), bem como para flavonoides totais (P = 0,01). VTTC e VH não foram associados à ingestão de flavonoides na dieta após o ajuste para potenciais fatores de confusão.

Conclusão

Os resultados encontrados contribuem para a literatura sobre flavonoides e DADR, pois sugerem que a maior ingestão de flavonoides pode afetar o risco de DADR em adultos de meia-idade e idosos, reduzindo o VHSB, um marcador fortemente associado ao DADR.

sábado, 30 de março de 2024

Anabolizantes e suicídio

A postagem abaixo foi feita por um amigo psiquiatra. Há muitos anos estamos trocando experiências sobre efeitos dos Esteróides anabolizantes (EAAs) na saúde mental humana. E o que tenho percebido me assusta, ano após ano. 

Quando comecei a atender em 2009, jamais imaginaria que a situação chegaria ao ponto atual. Consigo relatar pelo menos uns 50 casos de pacientes que tiveram a vida devastada após uso de anabolizantes. Vi, ouvi, acolhi:

  • Pacientes com depressão que tiveram sintomas agravados, principalmente ao final de ciclos ou quando a droga vai decaindo na circulação.
  • Pacientes com quadro de ansiedade generalizada que após uso de EAAs abriram quadro de síndrome do pânico ou ficaram extremamente hiper-reativos, agressivos.
  • Pacientes borderline que após uso tiveram exacerbação dos sintomas, com consequências legais/criminais. 
  • Pacientes com transtorno bipolar que fizeram mania psicótica após início do uso.
  • Pacientes com transtorno bipolar que desencadearam mania e foram a falência ou se endividaram.
  • Pacientes com transtorno ansioso que começaram a ter ideação suicida e outros até tentaram suicídio. 
  • Pacientes com transtorno bipolar que passaram a ter compulsão sexual após o uso, levando ao término de casamentos de décadas. 
  • Pacientes previamente saudáveis que após o uso abriram quadro de esquizofrenia. 
  • Pacientes com TDAH que pioraram os sintomas após o uso e passaram a ter comportamentos de risco.
  • Pacientes bipolares que passaram a ter comportamento de risco e contraíram DSTs.
  • Paciente que com o uso tornou-se totalmente agressivo, destruindo o seio familiar, seja por agressão aos filhos ou violência doméstica contra a esposa. 
  • Pacientes que sob uso de EAAs tornam-se um perigo para a vida em sociedade, devido agravamento de transtornos psiquiátricos de base, favorecendo brigas de trânsito, agressões físicas contra terceiros e até mesmo a praticar crimes.
Conseguiria ficar aqui por horas, exemplificando situações que já ouvi no consultório, além das que ouço de amigos psiquiatras e psicólogos. A situação é muito mais grave do que se pensa. Sempre falo que é um problema de saúde mental, altamente negligenciado pelas autoridades. Com repercussões inclusive criminais. Então falo um apelo: se você usa, tente realizar o desmame com o prescritor. Caso ele não queira, procure um endocrinologista sério, que saiba manejar o uso de EAAs. 

Caso você apresente (as vezes o paciente nem percebe, mas as pessoas que convivem percebem) sintomas ansiosos com uso de EAAs, ideação suicida, agitação psicomotora, irritabilidade, agressividade, comportamentos de risco, procure auxílio de um psiquiatra e seja transparente sobre o uso. 

Além do texto abaixo, sugiro que leia:


att

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) sobre utilização dos testes de Função Tireoidiana na Prática Clínica.


Qual a indicação de solicitar o TSH, T4 Total, T4 livre, T3 livre e T3 reverso?

A dosagem do hormônio tireo-estimulante (TSH) é o teste mais confiável para diagnosticar as formas primárias de hipotireoidismo e hipertireodismo, principalmente em regime ambulatorial (1,2). Não há diferenças significativas ao utilizar ensaios de segunda ou terceira geração, mas deve-se evitar dosagem do TSH com ensaios de primeira geração, pois fornece menor certeza diagnóstica em relação aos dois outros métodos já descritos. Ensaios de terceira geração com sensibilidade < ou = 0,002 mUI/L devem ser utilizados para avaliação inicial da função tireoidiana (3,4).

A mensuração do TSH tem sido utilizada como triagem no diagnóstico de disfunção tireoidiana, especialmente na insuficiência tireoidiana mínima (hipotireoidismo subclínico). A dosagem de TSH está recomendada a cada cinco anos em indivíduos com idade igual ou superior a 35 anos. Em função do hipotireoidismo não detectado na gravidez poder afetar o esenvolvimento neuropsicomotor e a sobrevida do feto, além de ser acompanhado de hipertensão e toxemia, também tem sido recomendada a dosagem de rotina do TSH em mulheres grávidas, porém ainda não existe consenso sobre esta indicação em gestantes (1,5,6,7).

A triagem também é apropriada para pacientes com risco aumentado de disfunção tireoidiana, como: história prévia de disfunção tireoidiana, presença de bócio, história prévia de cirurgia tireoidiana, história prévia de radioterapia cervical, presença de outras doenças autoimunes (por exemplo, diabetes mellitus tipo 1, vitiligo, anemia perniciosa, insuficiencia adrenal primária etc), uso de medicações: lítio, citocinas, amiodarona, agentes contrastados, história familiar de doença tireoidiana ou outra doença autoimune, presença de alterações laboratorias que sugerem hipotireoidismo: hipercolesterolemia, hiponatremia, anemia, elevações de creatinofosfoquinase e lactato disedrogenase, hiperprolactinemia e presença de comorbidades como apneia do sono, depressão e demência (1,4).

Na faixa pediátrica, são também condições clínicas que podem refletir risco de disfunção tireoideana e merecem triagem: crianças e adolescentes com baixa estatura e/ou baixa

velocidade de crescimento, crianças com distúrbios da evolução puberal, crianças e adolescentes
com suspeita de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou queda no rendimento escolar sem causa reconhecida (8,9,10).

Em todas as situações, deve-se confirmar a elevação de TSH, repetindo sua dosagem, antes de iniciar a reposição com levotiroxina (1,11). Além disso, a concentração de TSH reflete adequadamente a reposição de T4 em pacientes com hipotireoidismo primário, sendo o melhor marcador para avaliação da dose de T4 e controle de tratamento (12).

O TSH e o T4L são utilizados de rotina na avaliação da função tireoidiana e no seguimento do tratamento do hiper e do hipotireoidismo. O T4L não é suscetível às alterações nas proteínas transportadoras de hormônio tireoidiano e possui uma variação intra-individual muito pequena. O T4 total (T4T) deve ser avaliado quando há discordância nos testes anteriormente citados (13,4).

O T3 tem baixa acurácia para o diagnóstico de hipotireoidismo, já que a conversão aumentada de T4 para T3 mantém concentração sérica de T3 nos limites normais até o hipotireoidismo se tornar grave (13,4).

A dosagem do T3, em conjunto com a interpretação do T4L, tem utilidade no diagnóstico e monitoramento do hipertireoidismo (2,14,15).

Os métodos que são usados de rotina para medir T3 e T4 livre são dependentes de proteínas ligadoras de HTs. Portanto, estes métodos não são totalmente confiáveis quando utilizados em pacientes portadores de doença não tireoidiana, de alterações nas proteínas transportadoras (alterações de afinidade a globulina ligadora de tiroxina - TBG ou proteínas transportadoras anormais) e de anticorpos anti-T3 e T4 (2,16).

Os níveis séricos de T3 reverso estão baixos nos pacientes com hipotireoidismo e elevados nos pacientes com hipertireoidismo. O T3 reverso pode estar elevado em pacientes eutireoidianos com outras doenças, é controverso se o T3 reverso pode ser utilizado para diferenciar o paciente com outra doença com ou sem hipotireoidismo (17).

A dosagem sérica de TgAb e TPOAb auxilia na demonstração da natureza autoimune da disfunção tireoidiana e deve ser associada a dosagens do TSH e T4L. A prevalência de TPOAb é maior que TgAb, sendo o TPOAb o teste mais sensível para detectar DAT (Doença autoimune da tireoide). A dosagem de TgAb e TPOAb pode ser feita: a) na suspeita de DAT, b) para pacientes de risco para disfunção tireoidiana; c) para pacientes em uso de interferon, lítio, amiodarona; d) para pacientes com histórico de infertilidade ou falência em terapias de fertilização assistida. A mensuração de TPOAb pode ser utilizada para avaliar risco de tireoidite pós-parto (ATPO elevado). O TgAb deve ser dosado em conjunto com a Tg, no seguimento de pacientes com câncer diferenciado de tireoide, já que a presença de TgAb no soro do paciente, pode determinar resultados falsamente baixos de Tg (falso-negativo). Não há indicação de monitorizar os níveis dos anticorpos antitireoidianos durante o curso do tratamento do hipotireoidismo (18,19,4).

A dosagem do TRAb apresenta boa especificidade para o diagnóstico da DG (doença de Graves), porém não é fundamental para o diagnóstico na maioria dos casos. Em alguns casos, pode auxiliar no diagnóstico diferencial do hipertireoidismo. A avaliação do TRAb inicial é útil como um marcador de gravidade da doença e pode, em combinação com outros indicadores clínicos, contribuir para a decisão de tratamento. Avaliar níveis de TRAb antes de interromper o tratamento com drogas antitireoidianas pode auxiliar a identificar quais pacientes podem iniciar a retirada da medicação, uma vez que níveis normais de TRAb é indicativo de uma maior chance de remissão. Recomenda-se dosar o TRAb em gestantes com DG ou historia pregressa de DG, no início e no terceiro trimestre de gestação (entre a 20ª e 24ª. semanas de gestação), para avaliar risco de hipertireoidismo fetal e tireotoxicose neonatal transitória (20,21,4).

Quais exames devem ser solicitados no em pacientes assintomáticos?

A mensuração do TSH tem sido utilizada como triagem no diagnóstico de disfunção tireoidiana, especialmente na insuficiência tireoidiana mínima (hipotireoidismo subclínico). A dosagem de TSH está recomendada a cada cinco anos em indivíduos com idade igual ou superior a 35 anos. Em função do hipotireoidismo não detectado na gravidez poder afetar o desenvolvimento neuropsicomotor e a sobrevida do feto (30), além de ser acompanhado de hipertensão e toxemia, também tem sido recomendada a dosagem de rotina do TSH em mulheres grávidas, porém ainda não existe consenso sobre esta indicação em gestantes (1,5, 22,4).

A dosagem o TSH é o melhor método para triagem de disfunções tireoidianas e para monitoramento dos pacientes em tratamento do hipotireoidismo, sendo bom indicador da dose de reposição de levotiroxina (1,2, 3 e 4).

 O T4L é utilizado de rotina na avaliação da função tireoidiana e no seguimento do tratamento do hiper e do hipotireoidismo (2,13,14) .

 Não existe indicação de uso rotineiro da medida do T3 sérico no diagnóstico e seguimento do paciente com hipotireoidismo (13,4).

 A dosagem do T3 sérico, interpretada em conjunto com T4L, é útil na avaliação de quadros
de hipertireoidismo (2,14,15).


Dr. Alexandre Hohl
Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
.
Dra.Gisah Carvalho
Presidente do Departamento de Tireoide da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Referências Bibliográficas
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3) Wardle CA, Fraser WD, Squire CR. Pitfalls in the use of thyrotropin concentration as a first-line
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Hermos RJ, Waisbren SE, Faix JD, Klein RZ. Maternal thyroid deficiency during pregnancy and
subsequent neuropsychological development of the child. N Engl J Med. 1999; 341:549-55.
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15) Maia AL e col. Consenso Brasileiro para o diagnóstico e tratamento do hipertireoidismo:
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21) Brown RS, Bellisario RL, Botero D, Fournier L, Abrams CA, Cowger ML, et al. Incidence of
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Fonte: http://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/posicionamento_tireoide_atualizado.pdf

quinta-feira, 3 de março de 2022

[Conteúdo exclusivo para médicos] - Cansaço, fadiga e/ou fraqueza: queixa comum no consultório do Nutrólogo

Cansaço ou fadiga são sensações de exaustão ou perda de energia. Fraqueza via de regra significa Diminuição da força muscular ou necessidade de maior esforço para se locomover ou movimentar os músculos.

São queixas extremamente comuns no consultório de Nutrologia. Razão? Paciente sempre tende a pensar: estou fraco, pode ser falta de algum nutriente: vitamina, mineral. E na maioria das vezes, após realizarmos um inquérito alimentar, a gente detecta algumas deficiências pontuais. Muitas vezes a baixa ingestão de água pode ser a causa.

O intuito desse post é auxiliar médicos a pensarem em prováveis etiologias e ampliar o leque de possibilidades de diagnósticos diferenciais. 

Epidemiologia

A fadiga ou fraqueza não escolhem classe social e raramente os pacientes apresentam-nas como a principal queixa. 

Nos EUA é o 9º sintoma mais comum na atenção primária. Já um estudo no Reino Unido mostrou que entre 15.000 pessoas, 38% dos avaliados apresentavam sintoma de fadiga excessiva, sendo que 18% referiam que essa queixa já existia há mais de 6 meses.

Atinge mais mulheres que homens: 28% para 19%.

Apesar de ser um sintoma frequente, há poucos estudos, dada a dificuldade de se encontrar um diagnóstico. Essa imprecisão acaba prejudicando o estabelecimento de parâmetros (etiologias, fisiopatologia, critérios diagnósticos) que permitam a sua avaliação em estudos metodologicamente bem delineados.

O médico e fadiga

Embora sejam queixas que o paciente consideram importantes, uma parcela dos médicos rechaçam esses pacientes, justamente pela dificuldade de estabelecimento de um diagnóstico correto. Isso atrapalha a relação médico paciente. O paciente acredita que seja uma causa orgânica e os médicos na maioria das vezes podem achar que seja uma etiologia funcional. 

É importante diferenciar a Fadiga convencional da Síndrome da fadiga crônica (Encefalite miálgica). Tem post sobre ela aqui: https://www.ecologiamedica.net/2022/06/sindrome-da-fadiga-cronica.html

Abaixo um apanhado de causas de Fadiga e fraqueza muscular

  • Desidratação aguda ou crônica: <30ml/kg/dia de líquido
  • Desnutrição
  • Dietas restritivas: principalmente cetogênica e low carb mal elaborada
  • Sarcopenia
  • Obesidade
  • Obesidade sarcopênica
  • Baixa ingestão de qualquer um dos macronutrientes: Carboidratos, lipídios e proteínas
  • Deficiência de Ferro
  • Deficiência de Zinco
  • Deficiência de Magnésio
  • Deficiência Potássio
  • Deficiência de Fósforo
  • Deficiência de Tiamina
  • Deficiência de Riboflavina
  • Deficiência de Vitamina B12
  • Deficiência de Ácido fólico
  • Deficiência de Vitamina C
  • Deficiência de Vitamina D
  • Estresse crônico
  • Ansiedade
  • TDAH
  • Bipolaridade
  • Depressão
  • Insônia
  • Síndrome da Apnéia obstrutiva do sono
  • Síndrome de Burnout
  • Medo do desconhecido
  • Privação de sono
  • Medicações: quimioterapia, radioterapia, beta-bloqueadores, insulina, agonistas alfa 2 de ação central, anticolinérgicos, anti-histamínicos, antipsicóticos, antidepressivos, benzodiazepínicos.
  • Sedentarismo e Overtrainning
  • Anemias: Ferropriva, Megaloblástica, Falciforme, Talassemias
  • Neoplasias
  • Doenças endócrinas: Hipotireoidismo, Hipertireoidismo, Diabetes mellitus tipo 1 e 2, Hipogonadismo, Hipoglicemia, Síndrome da mulher atleta, Síndrome de cushing, Doença de Addison, Climatério
  • Doenças hepáticas: Insuficiência hepática, Hipertensão portal, Hepatites infecciosas, Hepatite autoimune
  • Doenças renais: Doença renal crônica
  • Doenças Pulmonares: Hipertensão pulmonar, Doença Pulmonar obstrutiva crônica, tabagismo
  • Doenças cardíacas: Insuficiência coronaria (cardiopatia isquêmica), insuficiência cardíaca, Valvulopatias, Arritmias cardíacas, Hipotensão, Sarcoidose
  • Doenças infecciosas: Hepatites, Doença de Lyme, HIV, Tuberculose, Covid e pós-covid, Parasitoses, Bacteremia oculta, Pós-chikungunya, Pós-zika, Pós-dengue, 
  • Intoxicação crônica por metais tóxicos: alumínio, chumbo, mercúrio, arsênico.
  • Síndrome da fadiga crônica: não existe fadiga adrenal!
  • Fibromialgia
  • Doenças autoimunes: Lúpus eritematoso sistêmico, Artrite reumatoide, Dermatopolimiosite, Doenças do tecido conjuntivo, Doença celíaca, Doença Bheçet
  • Doenças inflamatórias intestinais: Crohn e retocolite ulcerativa, Supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO), Supercrescimento fúngico (SIFO).
  • Doenças neurológicas: Esclerose múltipla, ELA, Doença de parkinson, Miastenia Gravis, Doenças neuromusculares
  • Mitocondriopatias



Tabela com causas de Fadiga e Fraqueza muscular (clique para ampliar)

Autores: 
Dr. Frederico Lobo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Médico Nutrólogo
Dra. Vanessa Sinnott - CRM-RS 40069 - RQE 36789 - Médica especialista em Clínica Médica e Nutróloga 
Dra. Edite Magalhães - CRM-PE 23994 | RQE 9351 - Médica Nutróloga
Dr. Pedro Dal Bello - CRM-SP RQE - Médico Nutrólogo e Oncologista clínico
Dr. Alexandre Matos - CRM-BA - RQE - Médico Nutrólogo 
Dr. Pedro Paulo Prudente - CRM-GO - RQE - Médico especialista em Acupuntura e Medicina do esporte
Dra. Natalia Jatene - CRM-GO - RQE - Médica especialista em Clínica Médica e em Endocrinologia
Márcio Jose de Souza - Profissional da educação física e Nutricionista
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e profissional da educação física