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sábado, 5 de março de 2011

Distância entre ânus e testículos é associada à fertilidade

Homens que têm a medida entre o ânus e a base do escroto menor do que a média (que é de 52 mm) sofrem risco sete vezes maior de infertilidade. O dado é de estudo publicado ontem no "Environmental Health Perspectives".

A distância, segundo a pesquisa, é ligada à contagem de esperma. Quando menor a distância, menor a contagem.

Essa descoberta oferece um método simples de teste, afirma Shanna Swan, da Universidade de Rochester, nos EUA, coautora do estudo. A pesquisadora afirma que o exame não é invasivo e seu resultado não é influenciado por estresse ou pelo clima, fatores que podem alterar a contagem de esperma.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores tomaram medidas de 126 homens nascidos a partir de 1988.

O estudo não explica por que alguns homens têm essa distância menor. Mas pesquisas anteriores analisaram a ligação entre a exposição das grávidas a certos compostos químicos, os ftalatos, e o nascimento de meninos com medida anogenital menor.

Os ftalatos são usados em perfumes, xampus, plásticos e pesticidas. Nesses estudos, foi demonstrado que mulheres com níveis mais altos de ftalatos na urina tiveram um risco dez vezes maior de ter filhos com distância anogenital menor que a média.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/884891-distancia-entre-anus-e-testiculos-e-associada-a-fertilidade.shtml

Obs: Mais sobre Ftalatos nos seguintes posts:
Obs: Mais sobre Infertilidade e contaminantes ambientais nos seguintes posts:

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Alerta ambiental e de interesse coletivo: Medicamentos nos rios e lagos – uma descoberta recente e assustadora

Alerta ambiental e de interesse coletivo: Medicamentos nos rios e lagos – uma descoberta recente e assustadora, por Míriam Sommer

Pelo mundo afora, atualmente, os medicamentos poluem mais os rios do que as indústrias. Isto porque a contaminação industrial baixou muito em vários locais do mundo, porque muitas das indústrias se mudaram para a China e para o Japão, e pelo simples fato de que estão cumprindo melhor as normas que são ditadas a favor do meio ambiente.

Assim como o antidepressivo Prozac (fluoxetina) foi encontrado nas águas dos rios e lagos nos EUA e no Canadá, na Suécia foram encontrados diclofenaco (anti-inflamatorio), carbamazepina, propranolol (beta-bloqueador) e trimetropin e sulfametoxazol (antibióticos).

Um em cada quatro europeus reconhece que atira medicamentos pelo lavabo. Sabe-se que não são substâncias que se degradam facilmente e as plantas aquáticas depuradoras não estão preparadas para fazê-lo. O resultado é que os rios europeus contêm, cada vez mais, maior quantidade de fármacos. Nas águas do rio Ebro, na Espanha, foram detectados 20 remédios diferentes.

Um estudo científico espanhol identificou a presença de 20 medicamentos nas águas do Ebro. Analgésicos, anti-inflamatórios, antidepressivos, antibióticos e anti-histamínicos viajam pela corrente do rio em concentrações suficientes para ocasionar efeitos adversos nos peixes e nos organismos aquáticos. Em princípio não se prevê que esta contaminação vá ter efeitos negativos diretos sobre a saúde das pessoas. Os cientistas estão preocupados com a presença maciça de antibióticos, que induzem a resistência aos microorganismos. Também produzem inquietação os estrógenos, capazes de produzir modificações no sexo dos peixes e alterações metabólicas nos humanos, como já foi demonstrado em vários estudos prévios.

Gemfibrozil, diclofenaco, carbamezapina, ibuprofem...

A água do rio Ebro está cheia destes e de muitos outros compostos.

“Como estes remédios foram parar no rio?”

-“Através do lavabo”, é a simples resposta dada por Damián Barceló, cientista e diretor do Instituto Catalão de Investigações da Água (ICRA), responsável pelo estudo junto ao Conselho Superior de Investigações Científicas e autor do estudo Ocorrência e distribuição de fármacos na água superficial, em sólidos em suspensão e sedimentos na bacia do rio Ebro, publicado na revista Chemosphere.

“Existem muitos fármacos cujo composto ativo sobrevive ao metabolismo humano e é excretado em uma proporção muito elevada”, explica o cientista catalão. Além do mais, apesar de todas as campanhas de informação realizadas pelas administrações sanitárias, as pessoas continuam a se desfazer dos medicamentos atirando-os ao esgoto.

Sabe-se que 25% dos europeus eliminam os seus remédios pelo esgoto, segundo pesquisas realizadas. Sabe-se que as concentrações medicamentosas encontradas no rio Ebro são similares às encontradas nos rios Danúbio e Elba.

As depuradoras de águas residuais não estão preparadas para tratar deste tipo de substâncias. Em alguns casos, a percentagem do composto que se elimina durante o processo de depuração pode ser inferior a 10% do volume que contém a água.

Para seguir a pista dos medicamentos, a equipe de Barcelona estabeleceu 18 estações de amostragem ao longo do Ebro, desde Álava até Tortosa. De acordo com os dados recolhidos até agora, as estações que mostram os níveis mais altos de fármacos na água são as situadas no rio Huerva, no rio Galego.

Em todas as estações, as concentrações de medicamentos na água do rio chegam a cerca de 600 nanogramos por litro (ng/L).

O tipo de medicamento mais detectado varia de uma estação à outra. As maiores concentrações de medicamentos psiquiátricos se dão em Villodas (Álava) e Puente la Reina (Navarra), seguidos por Huerva e Presa de Pina (Zaragoza). Ao contrário, a presença de antibióticos como eritromicina, azitromicina e trimetropim é bastante homogênea.

Os investigadores estão tentando averiguar como este cocktail de medicamentos afeta a saúde dos seres vivos, pois se sabe muito pouco sobre este assunto, em se tratando de um campo muito novo.

Recentemente, um grupo de investigadores da Universidade de Constance (na Alemanha) comprovou que o diclofenaco – um anti-inflamatório de uso frequente em toda Europa – produz danos ao fígado e aos rins das trutas. Vinte e um dias de exposição ao diclofenaco pode causar necrose tubular nos rins, teleangectasia e diversas alterações renais e hepáticas nos animais.

Uma das principais conclusões do referido estudo, publicado em outubro de 2005 na revista Aquatic Toxicology, refere-se aos efeitos adversos produzidos pelo diclofenaco, concentrações estas similares às encontradas habitualmente nas regiões fluviais, e que são concentrações muito baixas.

Por outro lado, teríamos que beber um milhão de litros da água do rio para se chegar a tomar um só comprimido de ibuprofeno.

Os peixes que vivem perto da saída da água depurada recebem um verdadeiro banho de fármacos. A equipe de Barcelona crê que existem conseqüências a longo prazo: “Os peixes, os anfíbios, as plantas etc. estão expostos cada dia, de forma contínua. A longo prazo, a diversidade pode ser alterada”.

Os antibióticos são os compostos que mais preocupam em relação com a saúde humana. Sua presença se detecta inclusive na água potável que consumimos em casa, apesar de níveis bem baixos. Porém, se ingerirmos água com antibióticos constantemente, “se pode induzir resistência aos microorganismos, de maneira que o medicamento não fará mais efeito quando realmente for necessário”, afirma o investigador.

Outro problema são os estrógenos, atuando como disruptores endócrinos mesmo quando em concentrações muito baixas, de apenas 1 ng/L. No rio Llobregat foram detectados 10 vezes mais do composto estriol: 10 ng/L. Este rio, por ser mas curto, é o mais prejudicado porque, devido ao seu tamanho, possuir um nível maior de concentração química.

Como solucionar este tipo de contaminação? A legislação não ajuda porque não existe nenhuma regulação européia sobre as concentrações de fármacos.

A prevenção é outro fator importante. Na Alemanha, os médicos são informados sobre o grau de persistência ambiental dos medicamentos, para que eles possam precrever os de menor impacto ambiental. As moléculas em questão são muito complexas, são desenhadas para serem ativas e para que não sejam degradadas facilmente.

Este assunto se torna ainda pior já que a população envelhece e o consumo de medicamentos está aumentando.

Antibióticos e analgésicos

Os restos de fármacos que têm sido encontrados com maior frequência nos pontos de controle situados ao largo do rio Ebro são os reguladores lipídicos: o ácido clofíbrico e o gemfibrozil, que se detectam entre 100% e 80%, respectivamente, nas estações de amostragem. Seguem-se outras três sustâncias anti-inflamatórias e analgésicos: acetaminofem, diclofenaco e naproxeno, detectadas em nada mais que 60% das estações. E anti-inflamatório ibuprofeno, o anti-epiléptico carbamazepina e o antibiótico azitromicina se observan em 60% dos puntos de controle, seguidos do beta-bloqueador atenolol (50%).

As maiores concentrações detectadas no rio Ebro são beta-bloqueadores atenolol e o acetaminofeno (componente básico del paracetamol), compostos que alcançam níveles de 250 ng/L de água.

Seguidos pelo anti-inflamatório ibuprofeno e o anti-epiléptico carbamazepina, que alcançam concentrações de 110-150 ng/L de água.

O estudo de restos farmacológicos forma parte do projeto europeu Aquaterra, que também estuda a situação em otros cursos fluviais, como o Danúbio, o Elba e o Mosel.

*Este artigo foi publicado em 2009 no site www.brasileirosnaholanda.com

**Miriam Sommer, médica epidemiologista clinica e médica homeopata, reside na Holanda (http://www.miriamsommer.nl/)

Fonte: http://www.ecomedicina.com.br/site/conteudo/artigo7.asp

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A indústria do açúcar está matando você! Por Dr. Flavio Melo

Caros leitores,

O texto abaixo é de autoria de um amigo querido, o Dr. Flávio Melo. Apesar de discordar de alguns pontos, no geral a idéia é válida. Entendo a preocupação dele com relação ao maniqueísmo da indústria alimentícia, preocupação com a forma que ela conduz e dita a "ciência". Porém também não posso fechar os olhos para o lado comportamental da restrição ao consumo de açúcar e os seus impactos em alguns pacientes. Hoje li um texto bem interessante sobre o tema, de autoria da nutricionista Nathália Petry, que vale a pena ser lido:

Vamos direto ao ponto: se por um lado acredito que a restrição de qualquer nutriente é prejudicial pois favorece transtornos alimentares (principalmente compulsão alimentar e bulimia), de um outro lado enxergo a visão defendida pelo meu amigo.

A "vilanização" de alimentos não é algo saudável, já que a restrição a qualquer alimento pode alimentar um ciclo que favorece obesidade, sentimento de culpa, sensação de impotência, adoção de dietas mais restritivas. Com isso mais obesidade surge, já que a restrição não tem boa adesão a longo prazo. Entendem que é um ciclo? Que devemos focar em qualidade, quantidade e frequência no consumo de alimentos, nesse caso o açúcar. Mas quando se trata de uma população já doente ou predisposta a tentativa de inocentar o açúcar e carboidratos refinados podem falhar.

Vivemos uma epidemia de obesidade, síndrome metabólica, alterações metabólicas em magros como jamais foi vista na humanidade. A cada dia as crianças estão apresentando mais precocemente alterações metabólicas (Fígado gorduroso, resistência insulínica, hiperglicemia, hipertensão, hiperuricemia). Alterações estas muito improváveis para tal faixa etária. E o que mais assusta é que não são só crianças com obesidade que estão desenvolvendo isso. Cresce diariamente o número de crianças magras.

A gênese dessas alterações é multifatorial. Temos:
1) Padrão dietético: pobre em fibras, pobre em micronutrientes, rico em carboidratos refinados (e isso inclui açúcar).
2) Sedentarismo.
3) Polimorfismos genéticos que favorecem obesidade e transtornos metabólicos.
4) Poluentes ambientais que mimetizam nossos hormônios e que levam alterações metabólicas mesmo sem o consumo excessivo de açúcar (disruptores endócrinos), metais tóxicos, agrotóxicos.
5) Aspectos comportamentais: carência, solidão, insegurança, medo, sentimento de inferioridade, incompletude, ansiedade, depressão, transtorno bipolar.
6) Aspectos sociais: carga alta de trabalho, diminuição do tempo de lazer e tempo disponível para atividade física.

O fato é: como "liberar" só um pouquinho de açúcar diariamente para quem já apresenta alterações orgânicas que predispõe a diabetes e doenças metabólicas? Estamos sendo enganados pela indústria alimentícia com a idéia de que "um pouco pode" ou "não há correlação entre açúcar e obesidade/doenças metabólicas" ?

Essas são minhas considerações sobre o texto abaixo.

Dr. Frederico Lobo - Médico - CRM-GO 13192

A indústria do açúcar está matando você! Por Dr. Flavio Melo

Se você veio até aqui eu recomendaria que fosse até o final. Porque quero mostrar passo a passo a estratégia que a indústria alimentícia usa para enganar as pessoas e as empurrar para o abismo, de uma forma tão subliminar e sorrateira, que quando você perceber, já estará ostentando um stent no coração e uma caixa de remédios do tamanho de uma caixa de ferramentas.
Não é preciso ser nenhum especialista na área da saúde para enxergar que estamos vivendo uma epidemia crescente de obesidade, diabetes e todas as doenças correlatas no mundo inteiro e que o problema central é o que estamos comendo. E parece que escolher o que comer tem ficado cada vez mais difícil, porque cada dia pipoca na imprensa um estudo que nega o benefício de um alimento antes beatificado e outro que o recomenda como cura de todos os males.
Mas se tem algo que quase todos os profissionais de saúde e o público geral concordam é que estamos comendo açúcar, sal e gordura demais, nos alimentos ultraprocessados e que esse é um dos pontos centrais nessa epidemia de diabesidade, que é um termo novo e quase sempre indissociável.
Para a indústria alimentícia, o açúcar, o milho, o trigo e a soja são as minas de ouro inesgotáveis e o consumo de açúcar no mundo só cresce, ao mesmo tempo que aumenta a incidência de doenças cardíacas, diabetes e obesidade. Comemos cada vez mais açúcar, mas não porque estamos usando mais açúcar no café, chá ou na salada de frutas e sim porque o açúcar é adicionado e está escondido em cerca de 75% dos alimentos industrilizados e está em quantidades anormais em bebidas adoçadas e refrigerantes.
Não tem como fugir do açúcar, ele está sorrateiramente presente, em quantidades brutais, mesmo alimentos impensáveis, como molhos salgados, salsichas, bacon, bolachas, cereais e laticínios. A indústria descobriu maneiras de potencializar o consumo, através do que ficou conhecido como bliss point, que é a concentração otimizada de açúcar, sal e gordura no alimento industrializado, que estimula a sua palatabilidade ao ponto máximo. Não à toa, o marketing diz: é impossível comer um só!
Os problemas associados com essa estratégia fabril de alimentação e confinamento constante dos seres humanos, estão em todas as casas do mundo. Em praticamente todos os países, as taxas de sobrepeso, obesidade e diabetes estão crescendo de maneira exponencial e os custos dessas doenças no sistema de saúde só aumenta. Há especialistas que estimam a quebra do sistema de saúde americano em 2030, caso a população continue adoecendo no ritmo atual (75% com sobrepeso/obesidade e 30% diabéticos).
Se eu pegar os meus livros do tempo da faculdade, o diabetes tinha duas formas: o diabetes tipo 1, ou infanto juvenil, e o diabetes tipo 2, do adulto. Hoje, temos crianças de 6 anos de idade com diabetes tipo 2 e pela primeira vez na história recente do mundo, há possibilidade de que a atual geração viva menos que seus pais.
E não há dúvida que o chefe dessa quadrilha é o açúcar escondido. E que esse bandido vai te matar.

A reação ao redor do mundo.

A reação é crescente no mundo, não há mais como enfrentar o problema sem recomendar a diminuição do consumo do açúcar refinado/adicionado/escondido e dos alimentos ultraprocessados entupidos com ele, especialmente nas bebidas adoçadas, como refrigerantes, sucos e leites. Mas a influência da industria  e suas estratégias de publicidade e incentivo ao consumo são tão subliminares, que os países que estão tendo sucesso no combate à essa questão, só o conseguem banindo a publicidade infantil dos alimentos ultraprocessados e aumentando os impostos dos refrigerantes, a principal fonte de açúcar da dieta.
A industria bombardeia as crianças todos os dias.
A indústria convence cientistas de renome a participar de estudos de qualidade duvidosa e os faz espermer e escamotear números para enganar os jornalistas e impor suas manchetes. A imprensa é tomada pela informação duvidosa e quem a refuta, corre o risco de ser perseguido, como aconteceu na inglaterra com o cientista John Yudkin nos anos 70.
Essa semana, foi publicado um estudo em dos um periódicos médicos mais respeitados do mundo, o JAMA, jornal da associação americana de medicina, onde os autores conseguiram demonstrar, com acesso aos documentos internos da indústria do açúcar dos Estados Unidos, como sua influência oculta e seu financiamento da ciência, colocou sob o açúcar uma aura de anjo e tornou as gorduras as culpadas pelas doenças modernas.
No Brasil, nada disso é diferente e dia desses, me deparei no Facebook com uma postagem onde era exaltado o consumo “consciente” do açúcar. A luz vermelha acendeu em minha mente e já conhecendo as artimanhas da indústria, em pouco tempo já tinha desvendado o mistério da campanha Doce Equilíbrio.

O Raio-X do inimigo.

A partir de agora irei dissecar ponto a ponto a campanha e seu modo de fazer propaganda do demônio, para que ele pareça um anjo de candura e te empurre para o abismo do pré diabetes, depois diabetes, depois infarto e depois uma morte lenta, dolorosa e sofrida.
Matéria

PASSO 1

Use uma manchete que chame a atenção,  mesmo que  não corresponda aos verdadeiros dados da pesquisa. No final, vou mostrar porque essa manchete só serve para uma coisa: te enganar. A tática da indústria é espremer os dados, generalizar, para depois que for desmascarada, dizer que não é bem assim ou questionar a reputação de quem a contesta.
Matéria dois

PASSO 2

Use o nome de um prestigiado e sério instituto. A ver se há algum tipo de aporte financeiro à instituição, o que no mínimo já colocaria em questão os possíeis aspectos éticos e os conflitos de interesse do estudo e dos autores, que não estão claros.
Matéria 3

PASSO 3

 Já que não é possível diminuir a balança para um menor entrada de comida no seu corpo, a nova moda é colocar a culpa na sua falta de atividade física. Apesar da atividade física ser essencial para uma boa saúde, os estudos que avaliam o aumento dela, isoladamente, para perda de peso,  sem mudança alimentar, atestam sua falta de eficácia à longo prazo. Sem modificar a alimentação e consequentemente sem DIMINUIR o açúcar adicionado nos alimentos ultraprocessados na dieta, quase ninguém consegue recuperar a saúde e perder peso.
Parte 4

PASSO 4

 A afirmação do colega endocrinologista é perfeita, o sedentarismo pode ser considerado o novo tabagismo, porém, como coloquei anteriormente, querer colocar a culpa na sua preguiça, é esquecer que o açúcar adicionado, que está presente em 75% dos alimentos industrializados e CAUSA inatividade física, por alterações no centro executor/motor do cérebro, literalmente te prendendo no sofá, é ocultar o principal.
Você não consegue se exercitar porque é um desgraçado preguiçoso e sim porque a tua alimentação industrial te torna assim.
No final do texto, com os dados completos da pesquisa, mostrarei, matematicamente que a população do estudo é uma ínfima parte do conjunto da população brasileira, portanto o estudo não representa o indivíduo comum, como a manchete quer induzir você a concluir.
 Parte 5

PASSO 5

Obviamente, estamos carecas de saber que a obesidade é mutifatorial. Mas também é óbvio que estamos vivendo uma epidemia mundial de diabesidade e os estudos não patrocinados pela indústria, identificam no açúcar adicionado, consumido junto aos alimentos ultraprocessados, especialmente nas bebidas adoçadas, a causa de um ciclo vicioso de fome infinita (você sente isso), a desregulação metabólica e hormonal  basal, que leva à inflamação e resistência à insulina, ambas raízes das doenças metabólicas modernas.
Vou aqui entrar em alguns detalhes bioquímicos para você entender  que a afirmação acima que a sacarose não aumenta mais a glicemia do que outros carboidratos com quantidade equivalente é completamente irrelevante.
O açúcar refinado/adicionado/escondido tem calorias vazias, ou seja, não acrescenta absolutamente nada do ponto de vista nutricional para o indivíduo. Na verdade, açúcar não pode ser considerado comida, porque a definicação técnica de comida, segundo o dicionário Medical Free Dictionary, é: “um material que contém nutrientes essenciais, que são assimilados pelo organismo para produzir energia, estimular o crescimento e manter a vida”.
Acontece que para que o açúcar refinado/adicionado (sacarose tem uma molécula de glicose e uma de frutose ezero vitaminas ) produza energia, ele retira energia e nutrientes do organismo, tanto dos alimentos, quanto das reservas do próprio corpo. Para metabolização da glicose, o corpo necessita de vitaminas do complexo B, como a riboflavina, tiamina e niacina e além disso libera insulina em quantidades crescentes quanto maior o consumo, que além de causar acúmulo de gordura, causa fome. E fundamental, a glicose retira magnésio do corpo, pois o combustível celular, o ATP é uma molécula magnesiaa e para fazer o ATP com a glicose, o corpo necessita também de magnésio.
Para a metabolização da frutose no fígado é necessário o fosfato que é proveninente do ATP, a reserva de combustível das mitocôndrias. Então, para que a frutose gere energia, ela ocasiona um diminuição de energia celular. Além disso, o excesso de frutose, fato incontestável da alimentação com ultraprocessados e bebidas adoçadas, leva à estresse oxidativo, aumento do ácido úrico e inflamação, consequentemente dano à mitocôndria, nossa geradora de energia da célula, aos rins e aos vasos sanguíneos.
Resumindo: o açúcar adicionado/refinado só serve para te deixar um caco e você não consegue controlar o seu consumo.
Então, para um diabético, obviamente que a sacarose não aumenta a glicemia em quantidades equivalentes de glicose, simplesmente porque a sacarose tem frutose e glicose e a glicose é pura glicose! Mas a sacarose, pelo conteúdo de frutose, causa estresse metabólico e inflamação, aumenta a pressão arterial, o ácido úrico e como a própria indústria já propaga, é impossível comer uma só, você não consegue se controlar e com a queda de energia celular, o indivíduo precisa se reabastecer constantemente e o ciclo vicioso se fecha. Você não para de comer!
Parte 6

PASSO 6

Os dados da pesquisa tem um grau de evidência sofrível. Qualquer estudante secundarista poderia fazer esse estudo e este seria recusado por qualquer periódico sério do mundo. As pessoas sequer se lembram à noite do que comeram no café da manhã, imagine um questionário 24 horas depois. Além disso, como já disse, o problema não parece ser o açúcar do açucareiro, aquele que adoça o cafezinho e o chá, mas essencialmente o consumo do açúcar que está escondido nos alimentos processados e especialmente nos refrigerantes e bebidas adoçadas, e que você sequer tem noção que está consumindo.
Parte 7

PASSO 7

O Dr. Magnoni faz uma afirmação perfeita, se não estivéssemos lidando com um ingrediente que vicia! Isso, vicia! Colocar no rótulo da cerveja, beba com moderação, resolve? Será que dizer para o drogado, cheire cocaína com moderação, resolve? Com o açúcar vale a mesma máxima.
Vou traduzir aqui, ipsiliteris, a conclusão de um estudo publicado em Julho desse ano, em uma das mais prestigiadas revistas sobre diabetes do mundo, a Diabetes:
“Os achados de Jastreboff et al., que a glicose e frutose estimula o sistema estriatal mais em adolescentes com obesidade que em indivíduos magros, indicam que essas moléculas tem potencial adictivo e de habituação. Em vários casos a sacarose é consumida em bebidas adoçadas com açúcar que também contém cafeína (refrigerantes, cafezinho, por exemplo), uma droga que estimula o sistema nervoso central. Será de grande interesse descobrir se a cafeína adicionada com a glicose ou frutose, produz um efeito ainda mais profundo no sistema estriatal de adolescentes com obesidade.”
Como a maioria da população brasileira (63%), está acima de peso ou obesa, não precisa dizer onde vai dar esse papo da indústria de moderação com uma droga com potencial viciante como o açúcar. Não há como educar um drogado. A única maneira de evitar o consumo é fazer campanha CONTRA, TAXAR os alimentos que contém a substância para diminuição do consumo e impedir a publicidade infantil. Isso lembra você da campanha anti tabaco, não?
No começo, os especialistas isentões e os arautos da indústria diziam:
“Fume com moderação, fume com filtro, não deixe de aproveitar o charme do cigarro, ele é parte da nossa cultura.”
Deu no que deu. Com o açúcar, a mesma coisa.
Parte 7.1
Parece que ninguém toma refrigerante, suco de caixinha e leite com achocolatado, não? Será que havia uma pergunta específica sobre refrigerantes, já que esses são os principais responsáveis pelo consumo de açúcar na alimentação ocidental? Será que as pessoas beberiam refrigerantes se soubessem que há em uma lata toda a quantidade diária que uma criança, adolescente ou mulher deve consumir?
Parte 8

PASSO 8

Não é preciso ser nenhum gênio ou estudioso da saúde para saber que o açúcar faz parte da rotina do brasileiro. Ele está cada vez mais gordo, doente e diabético, hipertenso, com ácido úrico alto e colocando stents cada vez mais cedo exatamente por esse motivo. O açúcar e seus companheiros, sal e gordura trans, faz de você um glutão doente, para alegria de alguns mercadores da doença e lucros cada vez maiores da indústria da comida de mentira. E por último, você entendeu por tudo que eu escrevi, que não há possibilidade de controlar o consumo do açúcar refinado/adicionado consumindo açúcar. Você deve comer carboidratos, mas não precisa de forma alguma consumir açúcar.
Frequentemente, a frase mais usada pelos defensores do açúcar é que a glicose é o combustível essencial das células e eles te confundem porque a glicose, além de não necessitar ser provida pelo açúcar, pode ser produzida pelo organismo por diversas formas e não se constituiu em um nutriente essencial e indispensável da DIETA, mas sim das células.
Crianças com epilepsia de difícil controle são tratados com dieta cetogênica, que contém praticamentezero açúcar/glicose e além de não morrerem, muitos conseguem diminuir de forma significativa suas crises convulsivas, porque o seu cérebro usa o substrato da gordura para produzir corpos cetônicos, que fornecem 75% do combustível às células e as proteínas, através de um processo chamado gliconeogênese transformam aminoácidos em glicose. Os triglicerídeos, forma mais comum de armazenamento da gordura no organismo, também fornecem glicerol para as células.
De acordo com o  Conselho de Nutrição do Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, o limite mínimo diário para ingestão de carboidratos compatível com a vida é aparentemente zero, desde que quantidades adequadas de proteínas e gorduras sejam consumidas. Resumo: qualquer um vive sem açúcar.
Não estou aqui pregando contra os carboidratos e dizendo que você não deve consumi-los. Populações do mundo com modo de vida não industrializado, como os Kitavas da Indonésia, consomem um dieta de alto carboidrato e não tem nenhuma das doenças modernas. Porém, estes não consomem açúcar adicionado/refinado e como você já entendeu, uma coisa é glicose, outra é frutose, outra é a presença destes na forma de sacarose ou isoladamente em alimentos inteiros, naturais, com fibras e vitaminas, como as frutas e outra é colocado em quantidades sobre humanas, na forma de xarope de milho de alta frutose em alimentos cheios de outros elementos nocivos e cujo consumo, você não consegue controlar.

E eles ainda insistiram em mais uma pesquisa furada…

Parte 09
Dificilmente alguém prestara atenção nisso, mas duas coisas me chamaram a atenção:
– A PESQUISA FOI ATRAVÉS DE UMA ENTREVISTA, OU SEJA, DO PONTO DE VISTA CIENTÍFICO E ESTATÍSTICO, TEM RELEVÂNCIA EXTREMAMENTE BAIXA.
– FAZENDO CONTAS BÁSICAS, VOCÊ ENTENDE QUE A MANCHETE FOI ENGANOSA. DOS 1.199 PACIENTES ENTREVISTADOS, 71% (851) CONSOMEM AÇÚCAR HABITUALMENTE, 30% (400) FAZEM ATIVIDADES FÍSICAS E DESTES, 67% (268) CONSOMEM AÇÚCAR. DOS 268 QUE CONSOMEM AÇÚCAR HABITUALMENTE E PRATICAM ATIVIDADE FÍSICA, 195 TEM O PESO NORMAL.
Então, do grupo estudado, somente 15%, consome açúcar habitualmente, pratica atividade física e tem peso normal. Se a pesquisa era para avaliar o efeito do consumo do açúcar em relação à indivíduos fisicamente ativos e com peso normal, esse grupo, no mínimo, deveria ter feito teste de tolerância à glicose, pois sabemos que independentemente do peso, o açúcar adicionado/refinado, em excesso, pode causar acúmulo de gordura abdominal (barriga de chope), inflamação e alterações metabólicas.
Além disso, vê-se que da população pesquisada, a grande maioria (1004), consome açúcar habitualmente, não se exercita e não está com peso normal, número até superior de indivíduos com sobrepeso e obesidade do que a população geral.  E na hora de fazer a manchete, além de não mencionar isso, dá a entender pra você que 73% da população geral consome açúcar e tem peso normal, mas na verdade é do grupo de pesquisados, que consomem açúcar habitualmente E fazem atividade física, tem peso normal, o que não necessariamente significa que tem saúde.
O pior é que pelo jeito a pesquisa não foi publicada em nenhum periódico de relevância, e não temos acesso aos dados completos, inclusive uma das informações mais importantes: qual o percentual da população do estudo que consome açúcar habitualmente e está acima do peso?
Porque aí, talvez a manchete mais honesta fosse: a maioria da população que consume açúcar habitualmente está acima do peso. E provavelmente, pelos dados relevantes da literatura, uma das coisas que precisamos orientar a população a fazer é diminuir o consumo dele e quem deve ser  primariamente responsável por isso é a indústria!
Resumindo, mágica com números para o interesse exclusivo de confundir, causando em você uma falsa sensação de segurança, induzindo a continuidade de consumo de algo que vicia e causa, na maioria das pessoas do mundo atual, comportamento de habituação, que está na maioria dos alimentos industriais e que você não consegue controlar a quantidade, enfim, te adoecendo e matando aos poucos.

Por fim, as duas cerejas do bolo…

parte 10
No site da campanha, tem uma opinião do especialista, onde o educador físico Márcio Atala, escreve o seguinte:“Temos que pensar que é possível consumir uma quantidade de açúcar, mesmo que acima da recomendada pela OMS, mas ainda fazer uma alimentação balanceada (é ou não é inacreditável?!) e ser uma pessoa saudável.”
Creio que não preciso comentar, por tudo o que já escrevi acima, você entende que essa afirmação é o mesmo que te convencer a pular de avião sem paraquedas pelo prazer de voar.
Mas aí, ficou a questão final: tudo tem cheiro de indústria, tem pegadas da industria, mas cadê a indústria do açúcar?
Aqui
Está lá, em um local quase imperceptível e inalcançável do site, sorrateiramente se escondendo, como o seu açúcar escondido, esperando que você caia na balela, para lentamente se adoecer e matar.
REFERÊNCIAS:
BRAY, GEORGE A. “IS SUGAR ADDICTIVE?.” DIABETES 65.7 (2016): 1797-1799.
BRINTON, ELIOT A. “THE TIME HAS COME TO FLAG AND REDUCE EXCESS FRUCTOSE INTAKE.” ATHEROSCLEROSIS (2016).
DINICOLANTONIO, JAMES J., AND AMY BERGER. “ADDED SUGARS DRIVE NUTRIENT AND ENERGY DEFICIT IN OBESITY: A NEW PARADIGM.” OPEN HEART 3.2 (2016): E000469.
JASTREBOFF, ANIA M., ET AL. “ALTERED BRAIN RESPONSE TO DRINKING GLUCOSE AND FRUCTOSE IN OBESE ADOLESCENTS.” DIABETES (2016): DB151216.
KEARNS CE, SCHMIDT LA, GLANTZ SA. SUGAR INDUSTRY AND CORONARY HEART DISEASE RESEARCH: A HISTORICAL ANALYSIS OF INTERNAL INDUSTRY DOCUMENTS. JAMA INTERN MED.PUBLISHED ONLINE SEPTEMBER 12, 2016.
LUSTIG, ROBERT H. “SICKENINGLY SWEET: DOES SUGAR CAUSE TYPE 2 DIABETES? YES.” CANADIAN JOURNAL OF DIABETES (2016).
MALIK, VASANTI S., ET AL. “SUGAR-SWEETENED BEVERAGES AND WEIGHT GAIN IN CHILDREN AND ADULTS: A SYSTEMATIC REVIEW AND META-ANALYSIS.” THE AMERICAN JOURNAL OF CLINICAL NUTRITION 98.4 (2013): 1084-1102.
PERLMUTTER, RICHARD. “LABELING SOLID FATS AND ADDED SUGARS AS EMPTY CALORIES.”JOURNAL OF THE AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION 111.2 (2011): 222-223.
REEDY, JILL, AND SUSAN M. KREBS-SMITH. “DIETARY SOURCES OF ENERGY, SOLID FATS, AND ADDED SUGARS AMONG CHILDREN AND ADOLESCENTS IN THE UNITED STATES.”JOURNAL OF THE AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION 110.10 (2010): 1477-1484.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. “GUIDELINE: SUGARS INTAKE FOR ADULTS AND CHILDREN.” (2015).
Autor: Dr. Flávio Melo - Médico pediatra, escritor e autor do site http://www.pediatradofuturo.com.br/.

Fonte: http://oindigesto.com/a-industria-do-acucar-esta-matando-voce/

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Bisfenol (BPA) e estudos recentes

Muita gente chega aqui no blog ao procurar sobre Bisfenol no google.  Afinal, o que é o Bifesnol ? Por que estão falando tanto dele? Por que está sendo proibido em alguns países ? Quais seus reais impactos sobre a saúde humana ?

Conceito

O Bisfenol-A (BPA) é um composto utilizado na fabricação do policarbonato,  um tipo de plástico rígido e transparente. Serve para diluir a resina de poliéster a fim de torná-la mais líquida e facilitar sua laminação.

Onde está presente

O BPA está presente em recipientes de alimentos e bebidas, como mamadeiras, embalagens plásticas e copos infantis. Além disso, pode ser encontrado no revestimento interno (forro) de enlatados (para evitar a oxidação), garrafas reutilizáveis de água (do tipo squeeze) e garrafões de água mineral. Também é encontrado em uma variedade de produtos, incluindo lentes de óculos, CDs e DVDs, computadores,  eletrodomésticos, ferramentas pesadas, equipamentos esportivos, equipamentos médicos. As resinas epóxi são facilmente formadas e resistem a químicos, o que fazem delas úteis em produtos tais como placas de circuito impresso, tintas e adesivos, selantes dentais e película de revestimento interno de latas de metal. Os produtos plásticos compostos por BPA, comercialmente produzidos desde a década de 50, tornaram-se onipresentes devido a resistência de seus fragmentos, transparência visual e  por ter alta resistência ao calor e à eletricidade.

O problema

Com o passar dos tempos, a colagem que conecta os blocos feitos com o BPA, deteriora, liberando moléculas de BPA. A quantidade liberada é realmente muito baixa, mas os plásticos estão tão dispersos — estão presentes nas mamadeiras infantis, nas garrafas d’água, nas latas de metal para alimentos, nas embalagens para estocar alimentos, que a população está constantemente sendo exposta a estas pequenas contaminações.

Num estudo de 2003-2004, feito pelo CDC/U.S. Centers for Disease Control (nt.: Centros de Controle de Doenças dos EUA, equivale ao Ministério da Saúde brasileiro), perto de 93% das pessoas testadas, com idade de seis anos e acima, tinham BPA A detectável em suas urinas; as fêmeas tinham níveis um pouco mais altos do que os machos.  Estudo recente publicado pela Universidade da California, mostrou que 96% das gestantes estudas na California, apresentavam BPA na urina.

O BPA é uma substância que se enquadra no grupo dos Disruptores endócrinos, ou também denominados de Desreguladores endócrinos. O próprio nome já diz, é uma substância química semelhante a um hormônio que promove alterações no sistema endócrino (mimetiza hormônios, se liga a receptores hormonais, ativa substâncias hormônio-dependentes).

Diversos estudos científicos têm encontrado efeitos notáveis da exposição perinatal do BPA, que incluem:
1) Alterações no desenvolvimento da próstata e da glândula mamária;
2) Hiperplasia intraductal e lesões pré-neoplásicas da glândula mamária na idade adulta;
3) Alterações no útero e ovário;
4) Alterações ligadas ao dimorfismo sexual no adulto;
5) Alterações comportamentais, tais como hiperatividade, aumento de agressividade e déficit de atenção;
6) Alterações no comportamento sexual;
7) Aumento da susceptibilidade ao vício de drogas.
8) Alterações tireoideanas

Embora os riscos inerentes à exposição ao BPA sejam no desenvolvimento fetal, bebês, crianças e mulheres grávidas, há também uma grande preocupação com os efeitos dessa substância em adultos. Tem sido relatado em estudos científicos que o bisfenol-A pode estar relacionado com doença cardiovascular, diabetes, obesidade e disfunção hepática.

Panorama no Brasil

No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) limita o uso da substância em 0,6 mg para cada quilo de embalagem.
Já na União Europeia  a partir desse ano está proibida a fabricação de mamadeiras com o BPA. Mas atualmente ainda não há um consenso sobre a recomendação no uso desta substância.

Em novembro de 2010 a Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu um encontro com especialistas para avaliar as evidências científicas sobre o tema e concluiu que os alimentos são, de fato, a principal fonte de exposição ao BPA. Produtos como brinquedos, resina dentária e papel de nota fiscal teriam importância menor. Os especialistas afirmaram, porém, que os níveis de BPA encontrados em humanos são baixos, indicando que o químico é rapidamente metabolizado e eliminado pela urina.

Médicos conscientes

“O problema é que estamos expostos a uma contaminação contínua e há uma ação combinada do bisfenol com outros desreguladores endócrinos presentes no cotidiano, como agrotóxicos e até o fitoestrógeno da soja. Não se sabe até que ponto um pode potencializar o outro”, afirma a médica Ieda Verreschi, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo. A entidade promoveu no final de 2010 um fórum sobre o assunto e lançou a campanha Diga Não ao Bisfenol A, a Vida Não Tem Plano B. Segundo Dra. Ieda, há indícios de que os desreguladores endócrinos são perigosos mesmo em concentrações inferiores ao limite permitido pela legislação. “Nesse caso, vale o princípio da precaução. Devemos considerar o bisfenol como potencialmente perigoso até provar o contrário.”

Bem, a ANVISA afirma que não há estudos suficientes para proibir a utilização do mesmo na fabricação de determinados plásticos.  Mas a União Européia foi um pouco cautelosa e proibiu pelo menos em mamadeiras. O que já é um avanço ! 



Atualidade

Essa semana um jornal de Brasília me procurou pra uma entrevista sobre o tema, sendo assim fiz uma busca sobre o que havia de mais atual sobre Bisfenol. Até o momento em 2011 (sim,  2011) foram publicados na maior base de dados (Pubmed) "somente" 17 artigos sobre o Bisfenol: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=bisphenol

Quase que semanalmente estão publicando estudos sobre BPA.

Os mais recentes mostram correlação entre BPA e desenvolvimento de hiperatividade e déficit de atenção em filhotes de ratas expostas a baixas doses de BPA durante a gestação.
Artigo: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21277317

Outro estudo mostra que que exposição ao BPA durante a gestação e lactação leva a alterações morfológicas no cérebro dos filhotes e com isso alterações comportamentais na fase adulta.
Artigo: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21277127

A faculdade de Harvard publicou um artigo sobre BPA e saúde de crianças e afirmam categoricamente que apesar de AINDA não existirem estudos em humanos, os estudos em animais mostram alterações. Portanto o BPA é uma substância preocupante e profissionais de saúde devem orientar os pacientes a evitarem exposição.
Artigo: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21293273

Dicas para evitar exposição ao BPA


1 – Use mamadeiras e utensílios de vidro ou bpa free para os bebês

2 – Não esquente embalagens de plástico com bebidas e alimentos no microondas. O bisfenol é liberado em maiores quantidades quando o  plástico é aquecido.

3 – Evite o consumo de alimentos e bebidas enlatadas, pois o bisfenol é utilizado como resina époxi no revestimento destas embalagens.
4 – Evite pratos, copos e outros utensílios de plástico. Opte pelo vidro, porcelana e aço inoxidável na hora de armazenar bebidas e alimentos.
5 – Descarte utensílios de plástico lascados ou arranhados. Evite lavá-los com detergentes fortes ou colocá-los na máquina de lavar louças

6 – Caso utilize embalagens plásticas (tanto de garrafas quanto embalagens alimentares) evitar o uso de embalagens que tenham os símbolos de reciclagem 3 (V) e 7 (PC) na parte posterior da embalagem, eles podem conter bisfenol-A em sua composição .