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domingo, 28 de novembro de 2021

300 minutos por semana de exercícios moderados podem ajudar a afastar o câncer

Mais de 46.000 cânceres na América a cada ano, ou cerca de 3 por cento dos casos, poderiam ser evitados com o cumprimento das diretrizes de atividade física.

Mais de 46.000 casos de câncer nos Estados Unidos podem ser evitados a cada ano se quase todos nós caminharmos por cerca de 45 minutos por dia, de acordo com um novo estudo revelador sobre inatividade, exercícios e doenças malignas. O estudo, que analisou a incidência de câncer e os hábitos de atividade física de quase 600.000 homens e mulheres americanos em todos os estados e no Distrito de Columbia, descobriu que cerca de 3% dos cânceres comuns nos Estados Unidos estão fortemente ligados à inatividade. Algo tão simples como se levantar e se mover, sugerem as descobertas, pode ajudar dezenas de milhares de nós a evitar o desenvolvimento de câncer nos próximos anos.

Já temos muitas evidências de que os exercícios afetam o risco de câncer.  Em experimentos anteriores, a atividade física mudou o sistema imunológico de maneiras que amplificam a capacidade do corpo de lutar contra o crescimento do tumor.  

O exercício pode, por exemplo, aumentar a atividade de certas células do sistema imunológico que têm como alvo as células cancerosas. O exercício também foi associado a uma sobrevida mais longa em pessoas com certas formas de câncer, possivelmente aumentando os níveis de substâncias inflamatórias que inibem o crescimento das células cancerosas. Uma revisão de 2016 no JAMA Internal Medicine concluiu que nossos riscos para pelo menos 13 tipos de câncer, incluindo câncer de mama, bexiga, sangue e reto, caem substancialmente se formos fisicamente ativos, e um relatório separado de 2019 calculou que essas reduções poderiam ser tão altas  como 69 por cento.

Ao mesmo tempo, muitos estudos mostram que ser inativo aumenta nossos riscos de vários tipos de câncer. Mas os cientistas sabem surpreendentemente pouco sobre como esses riscos se traduzem em casos reais ou, mais concretamente, quantas pessoas a cada ano têm probabilidade de desenvolver câncer intimamente ligado a se mover muito pouco.

Portanto, para o novo estudo, que foi publicado em outubro na Medicine & Science in Sports & Exercise, os pesquisadores da American Cancer Society e da Emory University em Atlanta usaram um tipo sofisticado de análise estatística chamada P.A.F.  para medir as ligações entre câncer e inatividade. P.A.F.  significa fração atribuível à população e é uma forma matemática de os cientistas estimarem quantas ocorrências de uma doença - ou respostas a medicamentos ou outras reações biológicas - em uma população maior parecem ser o resultado de um comportamento específico ou outro fator. Pode nos dizer, em essência, quantos casos anuais de, digamos, câncer de cólon - dentre todas as ocorrências conhecidas da doença a cada ano - podem ser razoavelmente atribuídos ao fumo, ao álcool, a alimentos gordurosos ou excessos.

Para começar a calcular o P.A.F.  de câncer resultante de inatividade, os cientistas da American Cancer Society primeiro extraíram dados anônimos do banco de dados de Estatísticas do Câncer dos EUA sobre casos, nacionalmente e por estado, para todos os americanos com 20 anos ou mais entre 2013 e 2016. A equipe se concentrou tanto no total de casos de câncer quanto em sete tipos de câncer que, em estudos anteriores, estavam intimamente ligados em parte à atividade (ou inatividade), que são tumores de estômago, rim, esôfago, cólon, bexiga, mama e endometrial.

Em seguida, eles verificaram quanto os adultos americanos afirmam se mover, com base em mais de meio milhão de respostas a duas grandes pesquisas federais. Ambos perguntam às pessoas de que forma e com que frequência elas se exercitam. Os pesquisadores extraíram respostas de adultos em todos os estados e as agruparam, com base no fato de as pessoas atenderem ou não às recomendações da American Cancer Society para atividade física. Essas diretrizes requerem, idealmente, 300 minutos, ou cinco horas, de exercícios moderados, como uma caminhada rápida, todas as semanas para reduzir o risco de câncer.

Finalmente, os pesquisadores ajustaram essas estatísticas para a massa corporal e outros fatores, reuniram dados adicionais sobre os riscos de câncer e conectaram todos os números em uma equação, que então cuspiu o P.A.F.  para cânceres ligados à inatividade. Esse número acabou sendo 46.356, ou cerca de 3 por cento de todos os cânceres anualmente (excluindo os cânceres de pele não melanoma).

Quando eles examinaram os tipos individuais de câncer, o câncer de estômago estava mais ligado à inatividade, com cerca de 17 por cento de todos os casos anuais atribuíveis ao não movimento, contra 4 por cento dos cânceres de bexiga.  

Da mesma forma, os números variaram por estado, aumentando para quase 4% dos cânceres em muitos estados do sul, onde os residentes tendem a relatar fazer relativamente pouco exercício, mas cerca de 2% em grande parte do Mountain West, que tem populações relativamente ativas.

A boa notícia, porém, é que esses números são maleáveis. Temos a capacidade de diminuí-los. O exercício pode "prevenir potencialmente muitos tipos de câncer nos Estados Unidos", disse Adair K. Minihan, cientista associado da American Cancer Society, que liderou o novo estudo. Se todos os americanos que podem se exercitar começarem a andar por uma hora durante a semana, ela disse, teoricamente os 46.356 casos ligados à inatividade deverão desaparecer.

Claro, o câncer é uma doença assustadoramente complexa que tem muitas causas interligadas e sobrepostas, com a inatividade desempenhando apenas um pequeno papel potencial. Além disso, os riscos estatísticos nunca caem a zero.  Muitas das pessoas mais ativas podem desenvolver e desenvolvem câncer, apontou a Sra. Minihan.

Este estudo, ela enfatizou, não tem o objetivo de "envergonhar as pessoas por não se exercitarem" ou sugerir que o tumor de alguém é culpa dela por faltar à academia às vezes. “Existem tantos obstáculos” aos exercícios, disse ela, e tantos fatores que influenciam quem, em última análise, desenvolve o câncer. Mas os resultados sugerem que, se cada um de nós pudesse encontrar uma maneira de acomodar cerca de 45 minutos por dia de exercícios simples, como caminhar, poderíamos remodelar nossas chances de desenvolver muitos tipos de doenças malignas.

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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Consumo de orgânicos pode reduzir o risco de câncer


Mais de 68.000 adultos franceses participaram do estudo. Aqueles que comiam mais alimentos orgânicos tinham 25% menos chances de desenvolver câncer. Você pode se proteger do câncer comendo alimentos orgânicos, sugere um novo estudo. 

Aqueles que freqüentemente comem alimentos orgânicos diminuíram seu risco geral de desenvolver câncer, segundo um estudo publicado na revista JAMA Internal Medicine. 

Especificamente, aqueles que basicamente comem alimentos orgânicos têm maior probabilidade de afastar o linfoma não-Hodgkin e o câncer de mama na pós-menopausa, em comparação àqueles que raramente ou nunca ingeriram alimentos orgânicos.

Liderada por Julia Baudry, epidemiologista do Institut National de la Sante e de la Recherche Medicale, na França, uma equipe de pesquisadores analisou as dietas de 68.946 adultos franceses. 

Mais de três quartos dos voluntários eram mulheres, com idade média de 40 anos. 

Esses voluntários foram categorizados em quatro grupos, dependendo de quantas vezes relataram comer 16 produtos orgânicos, incluindo frutas e legumes, carne e peixe, refeições prontas, óleos e condimentos vegetais, suplementos alimentares e outros produtos.

O tempo de seguimento variou para cada participante, mas durou pouco mais de quatro anos e meio, e durante esse período, os voluntários do estudo desenvolveram um total de 1.340 casos de câncer. 

O mais prevalente foi o câncer de mama (459) seguido pelo câncer de próstata (180), câncer de pele (135), câncer colorretal (99) e linfomas não Hodgkin (47).

Os autores calcularam o risco de câncer

Comparando os escores de alimentos orgânicos dos participantes com os casos de câncer, os pesquisadores calcularam uma relação negativa entre as pontuações mais altas (comer a maior parte dos alimentos orgânicos) e o risco geral de câncer. 

Aqueles que comiam mais alimentos orgânicos tinham 25% menos chances de desenvolver câncer. 

Especificamente, eles tinham 73% menos probabilidade de desenvolver linfoma não-Hodgkin e 21% menos probabilidade de desenvolver câncer de mama após a menopausa.

Mesmo os participantes que ingeriram dietas de baixa a média qualidade, mas ainda assim aderiram à alimentação orgânica, tiveram um risco reduzido de câncer, descobriram os autores.

Os autores teorizam que uma "possível explicação" para a relação negativa entre alimentos orgânicos e risco de câncer decorre da redução "significativa" da contaminação que ocorre quando alimentos convencionais são substituídos por alimentos orgânicos.

"Se as descobertas forem confirmadas, promover o consumo de alimentos orgânicos na população em geral pode ser uma estratégia preventiva promissora contra o câncer", concluíram Baudry e seus colegas.

Dr. Jorge E. Chavarro, professor associado do Departamento de Nutrição da Harvard T.H. Chan School of Public Health, disse em um podcast que o novo estudo é "incrivelmente importante". 

Ele é co-autor de um comentário publicado no estudo.

A maioria das pessoas que não trabalha na agricultura está exposta a resíduos de pesticidas através dos alimentos, disse Chavarro, que não esteve envolvido no estudo.

As novas descobertas são consistentes com as da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer, que descobriu que os pesticidas são cancerígenos em humanos, observou Chavarro. 

Eles também se alinham com os de outro estudo que mostrou uma relação negativa entre comer alimentos orgânicos e linfoma não-Hodgkin, disse ele.

No entanto, Chavarro acrescentou que os pesquisadores que planejam estudos futuros devem estar cientes de certas limitações neste novo estudo.

Desvantagens do estudo

"Avaliar a ingestão de dieta é difícil, avaliando a ingestão de alimentos orgânicos é notoriamente difícil", disse Chavarro. “Isso porque decidir comer alimentos orgânicos ou não é uma decisão que tem determinantes sociais e econômicos muito fortes. 

Mesmo que os autores tenham acesso a informações de por que as pessoas estão optando por não comer alimentos orgânicos, eles consideram todos os não-consumidores de comidas orgânicas iguais. "

Por exemplo, as pessoas que optam por não comer alimentos orgânicos, apesar de poderem fazê-lo, podem ter uma atitude inadequada em relação à sua saúde em geral e isso provavelmente influenciaria os resultados.

Chavarro também disse que não está claro se a quantificação do consumo de alimentos orgânicos está realmente calculando o que os autores do estudo querem medir - reduzindo a exposição a resíduos de pesticidas através da dieta.

É verdade que pesquisas anteriores, incluindo um dos próprios estudos de Chavarro, mostraram uma correlação entre o consumo de alimentos orgânicos e os níveis de pesticidas na urina, portanto a suposição não está incorreta. 

Ainda assim, os autores precisam mostrar isso, ele disse no podcast sobre o estudo. 

E, diferentes alimentos convencionais são mais "sujos" (contaminados com pesticidas) do que outros, ele disse, então comer certos alimentos orgânicos faz um trabalho melhor em nos proteger contra a ingestão de pesticidas do que outros. 

No entanto, o estudo não faz um bom trabalho de classificação e avaliação dessas diferenças, observou ele.

“No atual estágio da pesquisa, a relação entre o consumo de alimentos orgânicos e o risco de câncer ainda não está clara ", escreveram Chavarro e seus coautores no comentário.

No final, a conclusão do estudo, de acordo com Chavarro, é que todos nós deveríamos estar prestando mais atenção à quantidade de alimentos orgânicos que comemos e "provavelmente deveríamos estar estudando isso mais".

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Autor: Dr. Alberto Dias Filho - Médico endocrinologista de Goiânia 

domingo, 10 de dezembro de 2017

Álcool: até o consumo moderado aumenta o risco de câncer, de acordo com estudo

Sabemos que o tabagismo aumenta o risco de diversos tipos de câncer. Mas e o consumo de bebidas alcoólicas? De acordo com uma nova pesquisa publicada no periódico científico Journal of Clinical Oncology, até mesmo o consumo moderado do álcool eleva os riscos de câncer de esôfago e câncer de mama, entre as mulheres.

Falta de conhecimento

Especialistas da Sociedade de Clínica Oncológica Americana (ASCO, sigla em inglês) fizeram um questionário com cerca de 4.000 adultos sobre os fatores de risco para o câncer com os quais estavam familiarizados.

Aproximadamente uma em cada três pessoas identificaram o álcool como um possível causador da doença. “A mensagem sobre os efeitos do álcool é mais sutil. Não é como o cigarro, que nós dizemos ‘nunca fume’, e sim ‘beba menos se quiser reduzir os riscos de câncer‘”, disse Noelle LoConte, professora da Universidade de Wisconsin e principal autora da pesquisa, ao The New York Times.

Álcool e câncer

Além do questionários, os pesquisadores revisaram cerca de 120 estudos recentes sobre o assunto e concluíram que 5,5% dos casos de câncer recém-descobertos e 5,8% das mortes pela doença no mundo podem estar associados ao álcool.

Até mesmo aqueles que bebem socialmente, o equivalente ao consumo moderado do álcool (uma dose diária – uma lata de cerveja, por exemplo – para mulheres e duas para homens), tiveram um risco duas vezes maior do que aqueles que não o consomem nunca.

De fato, a revisão mostrou que o consumo alcoólico possui um papel causal em diversos casos de câncer de boca, esôfago, cordas vocais, fígado, cólon e, em mulheres, câncer de mama. Para elas, apenas uma dose de bebida alcoólica pode elevar o risco do câncer de mama. Os estudos mostraram que o álcool pode aumentar o risco nas fases pré e pós-menopausa em 5% e 9%, respectivamente.

Consumo pesado

Evidentemente, o  consumo pesado – definido como oito ou mais doses por semana para mulheres e 15 ou mais para homens, incluindo o beber pesado episódico, quando a pessoa bebe todas as doses em apenas um evento – oferece riscos muito maiores.

De acordo com os estudos, essas pessoas correm um risco cinco vezes maior de desenvolver câncer de boca e esôfago do que os que não bebem, quase três vezes maior de sofrer de câncer nas cordas vocais e na laringe, duas vezes maior de vir a desenvolver câncer de fígado, além de câncer de mama e colorretal.

“Quanto mais você bebe, maiores os riscos”, disse Clifford Hudis, chefe executivo da ASCO. “Quando você olha para esses dados, é clara a relação do álcool, é uma reação ‘dose-risco’ bastante linear.”

Fonte: http://abran.org.br/para-publico/alcool-ate-o-consumo-moderado-aumenta-o-risco-de-cancer-de-acordo-com-estudo/

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Produtos de limpeza estão ligados ao câncer de mama?

O uso frequente de produtos de limpeza da casa pode potencializar o risco de câncer de mama, de acordo com um novo estudo que gerou ceticismo de médicos especialistas e da indústria de produtos de beleza.


Purificadores de ar e produtos para controle de mofo e umidade foram particularmente relacionados à doença, disse a pesquisadora Julia Brody, diretora executiva do Silent Spring Institute em Newton, Massachussets, que liderou o estudo.

O estudo foi publicado no Journal Environmental Health.

Acredita-se que o estudo foi o primeiro publicado a relatar a ligação entre produtos de limpeza da casa e o risco de câncer. "Muitos estudos de laboratório nos levaram a uma preocupação em relação a componentes particulares em produtos de limpeza e purificadores de ar, disse Brody à WebMD.

Enquanto Brody vê uma ligação. Outros não estão convencidos. “O que esse estudo realmente mostra é, quando um estudo confia na memória dos indivíduos sobre sua exposição e as pessoas estão preocupadas sobre essa exposição, nós não obtemos respostas confiáveis,” disse Michael Thun, vice-presidente emérito de epidemiologia para a American Cancer Society.


Produtos de limpeza e câncer de mama: detalhes do estudo

Brody e seus colaboradores conduziram entrevistas por telefone com 787 mulheres que foram diagnosticadas com câncer de mama e 721 que não tiveram câncer de mama. “Nós perguntamos a mulheres sobre o uso anterior de produtos de limpeza – no último ano, seu uso típico," declara Brody.

“Nós descobrimos ligações do câncer de mama com a combinação na utilização de produtos de limpeza – muitos produtos diferentes tomados juntos – e purificadores de ar e produtos de controle de mofo e umidade."

A ligação mais forte, ela diz, é a combinação de todos os produtos de limpeza. “No uso de produtos de limpeza combinados, o risco é cerca de duas vezes tão alto para câncer de mama quanto para mulheres que disseram que usavam a maioria quando comparadas com mulheres que disseram usar o mínimo."

O uso de repelente de insetos pareceu estar ligado também, disse Brody, mas foi encontrada uma pequena associação entre outros pesticidas e o risco de câncer de mama.

Especificar o quanto a exposição aos produtos pode aumentar o risco é difícil ela diz. Para o uso combinado de produtos, mulheres foram divididas em quatro grupos; aquelas no quarto grupo, que mais usavam, tinham duas vezes o risco daquelas no grupo que usava menos.

Para purificadores de ar sólidos, por exemplo, aqueles que fizeram uso por sete ou mais vezes em um ano tinham duas vezes o risco de câncer de mama do que aqueles que nunca usaram.

Brody também descobriu que mulheres que tinham câncer de mama e achavam que produtos químicos e poluentes contribuem para o risco do câncer tinham mais chances de relatar o alto uso de produtos clínicos.

Mas não tem certeza sobre o que leva a que – se mulheres que tem câncer de mama começam a se perguntar se o uso de produtos de limpeza desenvolvia um papel, ou outros fatores.

Segunda Opinião

Quando estudos olham para dados do passado, o que cientistas chamam de estudos retrospectivos – e pedem a pessoas que elas confiem em suas memórias, “os resultados não serão interpretáveis,” diz Thun, que revisou os achados do estudo para WebMD.

'‘Eu diria que o estudo realmente não é informativo sobre o risco real,” ele diz. "É muito mais informativa sobre o porque dessa linha particular de estudo não é confiável. “Não é informativa. E não vai responder as questões."

Quanto ao risco de produtos de limpeza, Thun diz, "É a hora do julgamento. Nós sabemos que há muita preocupação sobre produtos de limpeza vinda de grupos de defesa do meio ambiente."

Idealmente, a maneira de estudar o link potencial, ele diz, é definir antes a exposição a produtos de limpeza, e então seguir essas mulheres. Ele sabe que isso é difícil e consome muito tempo e “provavelmente não vai acontecer.”

Além disso, a técnica de relato não é confiável, ele diz, especialmente naqueles já diagnosticados. “Se eu tenho câncer de mama, eu vou buscar uma razão,” ele diz.

“Há uma preocupação em relação a recall bias,” concorda Susan Brown, diretora de educação da saúde no Susan G. Komen for the Cure em Dallas. O entendimento dos efeitos de produtos de limpeza necessitará de mais estudo, incluindo pesquisa que siga um grupo de mulheres durante o tempo, ela diz à WebMD.

''Nossa experiência é que uma vez que as pessoas são diagnosticadas com câncer de mama, elas estão tão interessadas em tentar descobrir o que causou a doença, que eles olham para as coisas de maneiras diferentes, '' diz Brown.

"Eles olham a cada exposição, cada comportamento como suspeito, talvez parte da razão deles terem o câncer de mama. É perfeitamente natural, mas não leva a boa ciência necessariamente."

Como o que devem mulheres se preocupar até que sejam realizadas mais pesquisas sobre produtos de limpeza? Thun diz que grupos de defesa do meio ambiente oferecem sugestões de uso de produtos mais simples, como sabão e água e bicarbonato de sódio.

Thun sugere também o foco em maneiras conhecidas para a redução do risco de câncer de mama, incluindo a manutenção de um peso saudável, atividade física, diminuição do consumo de álcool, e evitar a terapia de reposição hormonal.

Resposta da indústria

Em uma declaração, o American Cleaning Institute desafiou os achados. A pesquisa, de acordo com a declaração, “exceder nas suas conclusões baseadas em uso de produtos de limpeza relatado pela própria pessoa que foi diagnosticado com câncer de mama."

Afirma ainda que “a pesquisa é frequente a insinuação e especulação sobre a segurança de produtos de limpeza e seus ingredientes."

Tomando a edição com uma abordagem retrospectiva, a declaração nota que foi pedido a mulheres que elas relembrassem que produtos usaram no passado.

Brody defende seu estudo. "Essa é uma primeira abordagem e é necessário cautela na sua interpretação," ela diz.

Em uma pesquisa em andamento, sua equipe está testando o ar e a poeira nas casas das mulheres e encontrando compostos de produtos de consumo que possam ser prejudiciais, ela diz.

“Nós estamos focando no entendimento de exposições de produtos de consumo," ela diz, para identificar quais são potencialmente geradores de dano.

Julia Brody, PhD, executive director, The Silent Spring Institute, Newton, Mass. Zota, A. Environmental Health, July 20, 2010. Michael Thun, MD, vice president emeritus of epidemiology, American Cancer Society. Susan Brown, director of health education, Susan G. Komen for the Cure, Dallas.
 
Link pro Abstract do artigo

sábado, 3 de setembro de 2011

Deficiência da ingestão de Vitamina K2 e o aumento de risco de mortalidade por câncer

Um artigo publicado online em 24 de Março de 2010 no American Journal of Clinical Nutrition descreve os achados de pesquisadores do Centro Alemão de Pesquisa de Câncer e do Centro Alemão de Saúde Ambiental em relação à deficiência da ingestão de Vitamina K2 e o aumento de risco de mortalidade pelo câncer.

A vitamina K1 está presente em hortaliças verde-escuras- espinafre, brócolis, couve de Bruxelas, couve e também em outros alimentos como cenoura, abacate, pepino, alho-poró, tomate, azeite de oliva e laticínios.

Quanto à vitamina K2, as melhores fontes estão na gema do ovo (não temê-la como fonte de colesterol, um receio infundado dado a riqueza dos nutrientes contidos no ovo, sobretudo o de galinha caipira) e o natto, alimento à base de soja fermentada com um alto teor dessa vitamina. Outra fonte recomendável é o leite cru orgânico, difícil de obter por problemas de esterilização e pasteurização obrigatória, que destroem a vitamina K2, além dos queijos suíço Emmental e norueguês Jarlsberg, ambos com teores apreciáveis da K2. Outra alternativa são suplementos como a menaquinona ou MK 7, preparado à base de um extrato de natto, que deve ser obtido de soja não geneticamente modificada.

A pesquisa em tela analisou os dados de 24.340 participantes no estudo relacionado ao Câncer e à Nutrição, cuja sigla é EPIC Heidelberg. Abrangeu pessoas de 35 a 64 anos registradas entre os anos de 1994 a 1998. Os participantes, sem diagnóstico de câncer no início do estudo, foram acompanhados até 2008. No registro foram preenchidos questionários relacionados à ingestão de filoquinona (vitamina K1) e menaquinona (vitamina K2). Já no período de follow-up ou seguimento, ocorreram 1.755 casos de câncer com 458 óbitos. Dentre os participantes, aqueles com a maior ingestão dessas vitaminas evidenciaram um risco 28% menor de morrer em conseqüência do câncer.

A análise posterior dos dados demonstrou que a redução da incidência do câncer correlacionada com a vitamina K2 ocorreu mais no sexo masculino. Quanto à localização do câncer, foram observados 62% de redução do risco de câncer do pulmão e 35% de redução de câncer da próstata nos participantes cuja ingestão de vitamina K2 estava em 25% do grupo com os maiores níveis da K2. É interessante que nenhuma associação foi encontrada entre a vitamina K1 ou filoquinona e a incidência ou a mortalidade pelo câncer.

Em face da grande associação inversa entre a vitamina K2 e a mortalidade pelo câncer em comparação com a incidência da doença, há consistência na hipótese que os fatores que agem sobre a apoptose ou a sustação do ciclo celular exercem um papel positivo na diminuição da carcinogênese. Há também um papel inibitório da vitamina K2 na angiogênese, ligada ao desenvolvimento de metástases.

O estudo mostrou associações inversas entre a ingestão dietética de menaquinonas e o efeito sobre a incidência e a mortalidade do câncer e sugere estudos adicionais com o uso de marcadores do status da vitamina K.

Fonte: http://www.ibsweb.com.br/clinicanutricional/index.php?option=com_content&task=view&id=149&Itemid=39

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Estudo indica que certas profissões representam maior risco de câncer de mama do que outras


Existe uma ligação entre o risco de câncer de mama e o ambiente de trabalho? Um estudo [Neural Breast cancer risk in relation to occupations with exposure to carcinogens and endocrine disruptors: a Canadian case-control study], publicado na revista open access Environmental Health, fornece evidências adicionais sobre este tema de pesquisa, anteriormente negligenciado, confirmando que certas profissões representam um maior risco de câncer de mama do que outras, particularmente aquelas que expõem a trabalhadora a agentes cancerígenos e desreguladores endócrinos.
O câncer de mama é o diagnóstico de câncer mais freqüente entre as mulheres em países industrializados e as taxas norte-americanas estão entre as mais altas do mundo. Desreguladores endócrinos químicos e substâncias cancerígenas, alguns dos quais ainda não oficialmente classificados como tal, estão presentes em muitos ambientes de trabalho e podem aumentar o risco de câncer de mama. Em seu estudo, James T Brophy e seus colegas buscaram caracterizar as possíveis ligações entre câncer de mama e ocupação, especialmente na agricultura e indústria.
O estudo foi realizado no sul de Ontário, no Canadá, e incluiu 1.006 casos de câncer de mama (reconhecidos pelo Regional Windsor Cancer Centre) com 1.147 controles da comunidade aleatoriamente selecionados e combinados. Por meio de entrevistas e pesquisas, a equipe coletou dados sobre histórias ocupacionais e reprodutivas dos participantes. Todos os trabalhos foram codificados por sua probabilidade de exposição a agentes cancerígenos e desreguladores endócrinos.
Os autores, neste grupo de participantes, identificaram que, em todos os setores, as mulheres em postos de trabalho com exposição a agentes cancerígenos potencialmente elevados e desreguladores endócrinos tiveram um risco mais elevado de câncer de mama. Os setores com maior risco foram agricultura, fabricação de plásticos automotivos, de conservas de alimentos e metalurgia.
É importante ressaltar que o risco de câncer de mama na pré-menopausa foi maior nos setores plásticos automotivos e indústrias de conservas de alimentos.
Os resultados também sugerem que as mulheres com menor nível socioeconômico tiveram um risco mais elevado de câncer de mama, o que pode resultar de exposições mais elevadas a desreguladores endócrinos químicos nas indústrias de baixa renda e na de produção agrícola.
Os resultados reforçam as hipóteses que ligam o risco de câncer de mama e exposições a substâncias cancerígenas e desreguladores endócrinos.
Para James T Brophy, coordenador do estudo, diz “Nossos resultados destacam a importância de estudos ocupacionais na identificação e quantificação de fatores de risco ambientais e ilustra o valor de pesquisar as histórias ocupacionais de pacientes com câncer. Evidências crescentes sugerem que nós precisamos reavaliar limites de exposição profissional, inclusive regulamentando novas regras de proteção ocupacional.”
Neural Breast cancer risk in relation to occupations with exposure to carcinogens and endocrine disruptors: a Canadian case-control study
James T Brophy, Margaret M Keith, Andrew Watterson, Robert Park, Michael Gilbertson, Eleanor Maticka-Tyndale, Matthias Beck, Hakam Abu-Zahra, Kenneth Schneider, Abraham Reinhartz, Robert DeMatteo and Isaac Luginaah
Environmental Health
Redação do EcoDebate com informações de Hilary Glover, BioMed Central
Fonte: EcoDebate

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Médico comenta controvérsias entre pesquisas que relacionam a cafeína ao risco de câncer


O café tem sido objeto de polêmica científica há muito tempo. Enquanto uns apontam que a substância pode diminuir o risco de câncer de esôfago, outros indicam que pode gerar maior risco de câncer de estômago com a ingestão de mais de três xícaras por dia. Estudos recentes já buscaram evidências de que o consumo do café possa ter alguma relação com câncer de próstata, de mama, de ovário e de pâncreas. Mas nem todas as pesquisas encontraram resultados similares.

Para o oncologista Stephen Stefani, do Instituto do Câncer Mãe e Deus, apesar de os dados serem conflitantes sobre o papel do café como causa de câncer, a maioria dos estudos descreve um papel protetor da cafeína, embora modesto.

— Uma das explicações conhecidas é que o café provoca a redução de substâncias produzidas pelo corpo que podem estimular câncer. Também há dados de laboratório que mostram que a cafeína funciona como um protetor solar natural, reduzindo o risco de câncer de pele — comenta Stefani.

Funções antioxidantes

Segundo o médico, dentre outros componentes, o café é fonte de polifenois diferentes, que podem ter ações antioxidantes contra várias doenças relacionadas com o estresse oxidativo, tais como o câncer e as doenças cardiovasculares. O estresse oxidativo representa um desequilíbrio de agentes oxidantes no organismo, resultando em aumento de radicais livres, que ocasionam lesões celulares.

Os polifenois também estão presentes em outros alimentos, tais como alguns tipos de verduras, legumes e frutas. Por exemplo, o cravo-da-índia é um dos alimentos mais ricos em polifenois. Devido a suas propriedades, esses compostos começaram a ser estudados em relação às suas possibilidades de quimioprevenção. Há evidências de que eles podem atuar, de diferentes maneiras, na regulação do processo de morte celular.

— Mesmo que exista alguma evidência de que o café possa proteger contra alguns tipos de câncer, não existe sentido em recomendar o consumo dessa substância para a proteção do câncer. Também não há evidências suficientes de que o café possa ser fator de risco para alguns tipos de câncer — observa o oncologista.

Com moderação

O que se sabe, até então, é que o consumo de café em quantidades razoáveis não é fator carcinogênico comprovado.

— É necessário que as pessoas se conscientizem que, para a prevenção do câncer, é preciso parar de fumar, ter uma alimentação saudável e realizar exercícios físicos — recomenda Stefani.

Sendo assim, está liberado o cafezinho para marcar a passagem do Dia Nacional do Café, comemorado nesta quinta-feira, 24 de maio. Só não vele exagerar na dose.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=14884

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bisphenol-A e câncer de mama – semelhanças com dietilestilbestrol

Como parte de uma característica especial sobre os riscos potencias da exposição à bisphenol-A (BPA) durante a gestação, Medscape conversou com o Dr. Hugh S. Taylor. Ele é Professor de Obstetrícia, Ginecologia, e Ciências Reprodutivas, Professor de Biologia molecular, celular, e de desenvolvimento e Chefe do Departamento de Endocrinologia Reprodutiva e Infertilidade na Yale School of Medicine. Ele é também diretor do Yale Center for Endometrium and Endometriosis. Ele foi o investigador líder em um estudo que identificou um importante movimento gerado pela exposição à BPA durante a gestação que poderia levar ao câncer de mama depois de décadas. [1]

Medscape: Você poderia descrever seu estudo sobre o risco de câncer de mama na prole do sexo feminino de mães que foram expostas ao bisphenol-A (BPA), [1] e dar algumas ideias se ele foi clinicamente significante?

Dr. Taylor: Nesse estudo nós usamos um modelo animal (rato) para estudar o risco a câncer de mama – mais precisamente—o mecanismo pelo qual o risco de desenvolvimento de um câncer de mama pode ser aumentado após exposição do útero ao dietilestilbestrol (DES) ou BPA. Nós pesquisamos mães ingerindo esses dois compostos estrogênicos durante a gestação e então determinaram qual efeito esses compostos tiveram na prole feminina após seu nascimento e quando adultos. Eles só foram expostos dentro do útero e quando eram fetos.

Nesse estudo, nós olhamos para o tecido da mama. Evidência recente demonstra que mulheres que foram expostas a DES como fetos começam a mostrar um risco aumentado relativo de câncer de mama quando elas atingem as idades maiores que 40 anos. Essa droga foi utilizada nos anos 50 e 60 para prevenir o aborto em mulheres de alto risco, e agora estamos vendo um risco aumentado de câncer de mama em suas filhas, que estão chegando a idade em que o risco de câncer de mama começa a crescer. Nós queríamos chegar ao mecanismo por trás do risco. Como a exposição a estrogênio poderia estar influenciando seu risco de câncer de mama meio século após e como um adulto de 40-, 50-, 60-anos?


Nós também queríamos determinar se o BPA teve o mesmo efeito. Enquanto os dados do BPA em humanos são menos claros do que com DES, modelos animais adultos estão claramente mostrando que a exposição intrauterina à BPA pode aumentar o risco de mudanças pré-neoplásicas na mama e o risco de desenvolvimento o câncer de mama quando outros carcinógenos são administrados também. Nesses modelos animais adultos, o BPA aumenta a suscetibilidade ou risco no lugar de aumentar diretamente o número de cânceres de mama.

Medscape: Você poderia comparar as diferenças entre DES e BPA em termos de força do efeito?

Dr. Taylor: Bem, isso é o que nos surpreende. DES é um estrogênio bastante poderoso. Tem uma afinidade alta para o receptor de estrogênio e funciona como um estrogênio poderoso, enquanto o BPA é um estrogênio bastante fraco. Tem alguns efeitos estrogênicos, mas eles são pequenos, e tem uma afinidade para o receptor de estrogênio que é várias vezes mais baixa que o estrogênio natural, o estradiol. Foi surpreendente então que os dois estrogênios tenham tido o mesmo efeito no estudo, o que nos leva a especular se eles podem estar afetando a expressão genética através de um mecanismo diferente do efeito no receptor de estrogênio.

Medscape: Alguma ideia do que seria isso?

Dr. Taylor: Não, nós ainda não sabemos. Contudo, nós especulamos. Nós administramos ou BPA ou DES durante a gestação, e esperamos até que esses ratos ficassem adultos, e então nós olhamos ao tecido ou glândula mamária, como é chamada nos ratos.

Nós mostramos que um gene que é ligado ao câncer de mama fica permanentemente elevado nesses ratos, e a breve exposição a ou DES ou BPA durante a gestação leva a uma elevação permanente e duradoura de uma molécula chamada EZH2.[2] Apesar do fato de que DES e BPA variam drasticamente na sua potência, ambos têm efeito similar na expressão da molécula EZH2, e mulheres com elevações em EZH2 tem um maior risco de desenvolvimento do câncer de mama.
EZH2 modifica as histonas, que são as proteínas que envolvem e compactam o DNA. Modificação de histonas pode abrir o DNA ou torná-lo mais compacto e menos acessível e pode mudar genes. Toda uma bateria de genes é provavelmente regulada diferenciadamente por essa mudança no EZH2. A modificação altera acessibilidade ao DNA e, portanto é hipergenética. A modificação da histona continua a influenciar a maneira que o DNA é empacotado e, portanto se um gene está ligado ou não nesse indivíduo. Nós também sabemos que essa modificação em particular aumenta o risco de câncer de mama.

Mulheres que realizaram biópsias que tiveram resultados benignos, mas mostraram um EZH2 elevado tinham uma grande chance de desenvolvimento de câncer de mama no futuro. Além disso, mulheres com câncer de mama que tem EZH2 expressado em altos níveis têm um prognóstico pior.


Medscape: Voltando ao seu estudo, uma das criticas foi que você injetou BPA no rato gestante. Alguns outros estudos usando ingestão oral em alguns ratos não encontraram nenhum risco para câncer de mama, ou foi baixo e não foi significante.

Dr. Taylor: Isso é algo controverso, eu admito. A injeção obviamente não é a rota da exposição humana, mas eu acho que temos que notar duas coisas. A primeira é que tentamos imitar na média, níveis que são similares aos humanos após a exposição oral. Nós mostramos níveis séricos que em média são similares aos níveis humanos após exposição oral, apesar de um diferente curso de tempo. O rato recebe um bolus e então funciona rapidamente. O BPA é metabolizado e excretado na urina relativamente rápida, então a injeção não provê a mesma exposição como a ingestão oral. Isso certamente poderia ser uma critica ao nosso estudo.

 
Contudo, não estamos tentando imitar exatamente a exposição humana. Nosso ponto é descobrir o mecanismo de ação. Nós queremos saber como a exposição durante a gestação pode levar a mudanças por toda a vida. Parece pouco usual que essas mudanças não ocorram com a exposição na vida adulta, mas a exposição durante a gravidez resulta em mudanças para a vida o que aumenta o risco de câncer de mama. Qual é o mecanismo por trás disso? Como poderemos explicar esse estranho fenômeno no qual o risco só aparece anos após a exposição? Nesse caso, a mama é programada durante o desenvolvimento para responder depois. Nós claramente mostramos que o mecanismo aqui está programando o útero. Exposição no início da vida muda permanentemente a expressão de uma molécula que aumenta o risco de câncer de mama.

Medscape: Em termos de significância clínica, o quão preocupado você está sobre isso?

Dr. Taylor: Como mencionei, nosso objetivo era entender o mecanismo – não decidir qual dose é segura e qual não é. Nós vamos subsequentemente estudá-las, mas esse não era nosso objetivo aqui. Contudo, eu acho que a ligação com DES torna nossos achados relevantes. Em humanos é claro que mulheres expostas ao DES tiveram desfechos reprodutivos terríveis, incluindo útero anormal, e está ficando aparente que elas têm um risco aumentado de câncer de mama também, especialmente ao ficarem mais velhas. Nosso estudo nos mostra que o BPA está fazendo o mesmo no seio que o DES faz. É isso que me preocupa. Agora, qual o nível de exposição que precisamos nos preocupar ainda é uma questão sem resposta. Exatamente o que mulheres deveriam fazer quando estão grávidas ainda não está definido claramente, mas eu diria que faz sentido ser cauteloso. A maioria das evidencias disponíveis mostra que há algum risco.

Medscape: É possível estudar os efeitos do BPA em mulheres?

Dr. Taylor: Nós nunca teremos o estudo perfeito em mulheres. Um porque em países desenvolvidos todas as mulheres estão expostas a BPA, então você nunca terá um grupo onde você não encontra BPA. E, se você vai para uma área do mundo onde não há BPA, você ainda não pode comparar mulheres desses locais com mulheres de países desenvolvidos. Existem muitas outras diferenças, então você não pode atribuir nada do que você vê ao efeito do BPA. Você também nunca poderá dar a um grupo de mulheres grávidas altas doses de BPA quando pensamos que é perigoso. Seria pouco ético, então nós nunca teremos o estudo humano para provar isso. Nós vemos correlação entre os níveis de BPA no soro ou urina e a doença em humanos. Com muitos estudos com animais preocupantes e correlações similares em humanos eu acho que pode ter sentido ser cauteloso e não passar pelo risco de exposição ao BPA – especialmente durante a gestação. Nós estamos mostrando que a gestação é o momento mais vulnerável. Por isso, eu aconselho minhas pacientes grávidas a evitar BPA o quanto puderem.

Medscape: Então existem dicas específicas para evitar BPA?

Dr. Taylor: Pode ser quase impossível evitar o BPA inteiramente. Ele é muito em tantos produtos. Eu ainda estou aprendendo sobre coisas que contem BPA. Eu acho que algumas das exposições mais comuns são as garrafas de água de plástico duro. Muitos fabricantes estão removendo o BPA de seus produtos.

Medscape: Isso inclui grandes containeres?

Dr. Taylor: O número de reciclagem no triangulo pequeno na base do objeto geralmente é uma dica. Se tem o número 7 pode conter BPA.

Medscape: Latas são, é claro, uma grande fonte de BPA, e é muito difícil evitá-las.

Dr. Taylor: Sim, quase toda lata é com uma cobertura de epóxi que contém BPA. O selo de resina impede que a lata vaze e que bactérias entrem o que é algo bom, mas o BPA entra na nossa comida. Isto provavelmente recomenda a qualquer gestante a tentar evitar os alimentos enlatados, especialmente nos meses iniciais. Isso inclui a refeição for a de casa, porque na maioria dos restaurantes você recebe comidas que são enlatadas. Comer frutas e vegetais frescos é uma boa ideia e tem muitos outros benefícios. Não há realmente um lado ruim com exceção talvez do custo.

Medscape: É claro, há uma preocupação de que uma vez que comida enlatada é a maneira mais barata de comprar vegetais, as mulheres com rendas mais baixas, podem deixar de comer vegetais em razão do medo de passar o risco do câncer de mama para suas crianças.

Dr. Taylor. Sim, pode ser um pouco mais custoso evitar comidas enlatadas, mas certamente os ganhos em rede para a sociedade serão maiores se pudermos reduzir o câncer de mama e riscos reprodutivos no futuro. Existem também tantos outros benefícios a saúde decorrente da ingestão de frutas e vegetal frescos, especialmente durante a gestação, que eu certamente advogaria a favor do pequeno gasto extra. Eu acho que se você come as frutas e vegetais da estação você provavelmente consegue comprá-los relativamente baratos e é melhor que comer alimentos enlatados.

Medscape: Mas o BPA está em latas há décadas. Isso não argumenta a favor de sua segurança?

Dr. Taylor: Mas nós também temos visto um aumento do índice de neoplasias, incluindo câncer de mama, nas últimas décadas, O quanto disso está ligado ao BPA? Eu não sei.

Medscape: Você tem um número de outros compostos estrogênicos que preocupam a população, então é claro o curso do problema do efeito sinérgico de todos esses produtos químicos.

Dr. Taylor: Não, nós simplesmente não sabemos. Obviamente, estamos expostos a uma completa pletora de produtos químicos diferentes, alguns dos quais são hormônios e muitos sem dúvida tem interações; mas até que possamos saber mais eu acho que faz sentido ao menos eliminar ou tentar evitar aqueles que nós sabemos que são perigosos. Contudo, foi demonstrado que a exposição à BPA certamente leva a problemas no útero e mamas.

Medscape: Porque você acha que seu estudo em particular gerou tanto interesse da imprensa?

Dr. Taylor: Bem, eu penso que essa é a primeira vez que temos um mecanismo que nos diz que podemos ver um risco aumentado de câncer de mama com BPA e isso ajuda a resolver o mistério do quanto uma exposição breve pode programar alguém para a vida. Isso não era conhecido antes.

Medscape: Existe algum esforço publico para eliminar o BPA de produtos?

Dr. Taylor: Bem, algumas coisas. Por exemplo, Califórnia e Connecticut acabam de promulgar uma lei removendo o BPA dos brinquedos de crianças. Nalgene tirou o BPA de suas garrafas de água. O National Institute of Environmental Health Sciences (NIEHS) investiu pesado em estudos sobre as consequencias de BPA. NIEHS está tentando de maneira sem precedentes coordenar essas pesquisas para que tenhamos dados concretos que podem elucidar melhor a questão. Jerry Heindel no NIEHS lidera essa pesquisa.

Na realidade, a imprensa e o publico em geral estão fazendo mais do que qualquer um para que essa questão seja impactante. O mercado está causando a maioria dessas mudanças. O fato de Nalgene tirar o BPA das garrafas de água não se deu em razão da legislação, mas sim porque as pessoas começaram a reparar e a trocar para garrafas de aço inoxidável. Walmart está tirando materiais contendo BPA-de suas prateleiras e, mais uma vez, isso se dá em razão do pedido do público educado pelas informações dadas ao consumidor. São as forças do mercado, que ganham poder com as notícias e pesquisas patrocinadas pelo governo e não a legislação, que geram essas ações.

Medscape: Bem, muito obrigada. Eu realmente gostei de ouvir sobre o assunto. Você clarificou a edição para mim e eu acho que para nossos leitores também, então muito obrigado

Texto extraído do Medscape: http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?id=27894

domingo, 6 de março de 2016

Sucralose - por CFN


Recomendação CFN nº 3/2016 – Sucralose

O Conselho Federal de Nutricionistas no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 6.583, de 20 de outubro de 1978 e pelo Decreto nº 84.444, de 30 de janeiro de 1980;

CONSIDERANDO os vários comentários negativos sobre a sucralose em redes sociais, mídias e em alguns eventos, entre eles, que o referido adoçante aumentaria a secreção de insulina, causaria alterações na tireoide, câncer;

CONSIDERANDO a dúvida se o consumo de sucralose deve ou não ser indicado pelo nutricionista a seus pacientes;

INFORMA que:

Apesar de informações circulantes de malefícios sobre a sucralose, não foram encontrados estudos científicos (desenvolvidos com humanos e em quantidade representativa) que suportem as afirmações de que o consumo do edulcorante aumentaria a secreção de insulina, causaria alterações na tireoide e câncer.

A sucralose foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) como um edulcorante de mesa em 1998, seguindo-se a aprovação como um adoçante de uso geral em 1999. Antes de aprovar o adoçante, o FDA revisou mais de 100 estudos de segurança realizados no edulcorante, incluindo estudos para avaliar o risco de câncer. Os resultados destes estudos não mostraram nenhuma evidência de que o adoçante cause câncer ou represente qualquer outra ameaça à saúde humana (1). Não existem evidências claras de que os adoçantes disponíveis comercialmente nos Estados Unidos estejam associados com o risco de câncer em seres humanos (2).

A Ingestão Diária Aceitável (ADI) é de 0-15 mg / kg de peso corporal – última avaliação em 1990, segundo o resumo das avaliações realizadas pelo Comitê Misto Food and Agriculture Organization of the United Nations/World Health Organization (FAO/WHO) de Peritos em Aditivos Alimentares. (3)

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil, registrou em 01 de agosto de 2015 que “evidências obrigam o INCA a cumprir com sua responsabilidade de informar à população que o consumo de adoçantes artificiais está associado ao desenvolvimento de algumas doenças, inclusive do câncer”. No texto, a sucralose especificamente não foi mencionada como causadora de malefícios, e sim a sacarina sódica, o aspartame e edulcorantes em geral. (4)

Em busca de mais informações, em contato com a Unidade Técnica de Alimentação, Nutrição e Câncer do INCA, nos foi informado que ainda não há evidências que relacionem o consumo de sucralose com o desenvolvimento de câncer em seres humanos. No entanto, há motivos para o reconhecimento da hipótese de relação entre o uso de adoçantes não nutritivos e o risco de desenvolver a doença e por isso o INCA adotou a recomendação de evitar o consumo de qualquer tipo de adoçante artificial, inclusive a sucralose, para a população sem indicação clínica específica para o uso da substância.

A sucralose foi sugerida para avaliação do Grupo Consultivo da International Agency for Research on Cancer (IARC), com alta prioridade, para estimativa de carga global do Câncer, no decorrer dos anos de 2015 a 2019 (5).

O Conselho Federal de Nutricionistas recomenda ao nutricionista:

1. Com base no Código de Ética do Nutricionista – Resolução CFN nº 334/2004, alterada pela Resolução CFN nº 541/2014 (6) -, o nutricionista deve analisar com rigor técnico-científico qualquer tipo de prática ou pesquisa, adotando-a somente quando houver níveis consistentes de evidências científicas – sendo que informações repassadas em redes sociais, mídias e eventos sem a apresentação das referências literárias das informações não devem respaldar a prática profissional.

2. Manter constante leitura, pesquisa, estudo e consulta a órgãos que realizam pesquisas, como os mencionados, para atendimento aos pacientes ou outras condutas profissionais.

3. Indicar adoçante artificial apenas a pacientes com necessidade clínica específica para o uso da substância, respeitando-se os limites de Ingestão Diária Aceitável.

Destacamos que é de responsabilidade do nutricionista assumir os atos praticados no seu exercício profissional, cabendo aos Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas a apuração dos mesmos quando provocados.

Algumas sugestões de bases de dados:

1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home

2. American Society for Nutrition – http://www.nutrition.org/searchall/

3. Biblioteca Virtual em Saúde – http://www.bireme.br/

4. The Scientific Electronic Library Online – http://www.scielo.org/php/index.php

5. PubMed – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi

6. Periódicos da Capes – http://www.periodicos.capes.gov.br/

7. Portal da Saúde – http://portalsaude.saude.gov.br/

8. World Health Organization – http://www.who.int/en/

9. Organização Pan-Americana da Saúde – http://www.paho.org/

10. Rede de Nutrição do Sistema Único de Saúde – RedeNutri – http://ecos-redenutri.bvs.br/
REFERÊNCIAS:

(1) NATIONAL CANCER INSTITUTE. Artificial sweeteners and cancer. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015.

(2) NATIONAL CANCER INSTITUTE. Diet. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015.

(3) IPCS-INCHEM. Resumo das avaliações realizadas pelo Comité Misto FAO / OMS de Peritos em Aditivos Alimentares: sucralose. Disponível em: Acesso em: 26 out. 2015.

(4) INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Recomendações do INCA são baseadas em evidências científicas. Disponível: < http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2015/recomendacoes_inca_sao_baseadas_em_evidencias_cientificas>. Acesso em: 26 out. 2015.

(5) INTERNACIONAL AGENCY FOR RESERACH ON CANCER – WORL HEALTH ORGANIZATION. IARC Interim Annual Report 2014. 2014. Disponível em: Acesso em: 27 out. 2015.

(6) CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução CFN nº 334/2004, alterada pela Resolução CFN nº 541/2014. Dispõe sobre o Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências. Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2015.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Estudo mostra que câncer de ovário começa nas trompas

Um grupo de pesquisadores norte-americanos conseguiu recriar em laboratório o processo de formação do câncer de ovário, produzindo evidências sólidas de que os tumores começam nas trompas de falópio, e não nos próprios ovários, de acordo com um estudo publicado segunda-feira (18).

A descoberta pode ajudar a descobrir novas maneiras de combater o câncer nos ovários - que, na maior parte dos casos, não apresenta sintomas que permitam seu diagnóstico precoce, espalhando-se pelo organismo sem ser percebido.

O câncer nos ovários é o quinto mais mortífero para as mulheres. Ao todo, afeta 200 mil pessoas por ano, matando cerca de 115 mil em média. Estudos anteriores já haviam desenvolvido hipóteses dando conta de que este carcinoma pode, na verdade, ter origem em algum outro órgão, mas a pesquisa dos cientistas do Instituto do Câncer Dana-Farber, de Boston, é a primeira a mostrar como a doença começa no tecido das trompas de falópio.

As trompas de falópio - ou tubas uterinas - são os canais por onde o óvulo desce dos ovários para o útero durante o ciclo reprodutivo feminino. Ronny Drapkin, principal autor do estudo publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", disse que análises anteriores feitas com tecido tubário de mulheres com predisposição a desenvolver o câncer de ovário já haviam mostrado "traços de células que eram antecessores de sérios tipos de câncer".

Assim, sua equipe decidiu tentar replicar o processo de formação do câncer dentro do laboratório. Os pesquisadores usaram células tubárias e alteraram sua programação genética para que elas se dividissem como células cancerosas. "Da mesma forma que as células de um tumor, estas células cancerosas 'artificiais' se proliferaram rapidamente e conseguiram deixar seu tecido de origem para crescer em outro local", indica o estudo.

"Quando implantadas em cobaias animais, elas também deram origem a tumores estrutural, genética e comportamentalmente semelhantes ao HGSOC (sigla científica para câncer de ovário) humano", explica.

Para Drapkin, a descoberta mostra que as células tubárias são a fonte do câncer de ovário, e dá pistas para o desenvolvimento de futuros tratamentos. "Estudos como este vão nos ajudar a identificar os diferentes tipos de câncer de ovário e, possivelmente, a descobrir marcadores biológicos - proteínas no sangue - que apontam a presença da doença", afirmou Drapkin, que é professor assistente da Escola de Medicina de Harvard.

Fonte: http://www.hebron.com.br/

domingo, 2 de setembro de 2012

Comer brócolis combate câncer de mama?


Aqui está mais um motivo para comer brócolis e couve-flor: um novo estudo sugere que mulheres com câncer de mama que comem tais vegetais podem ter uma vida mais longa e seu câncer combatido.

“Quanto mais vegetais crucíferos [como couve, couve-flor, brócolis, mostarda e repolho, por exemplo] você comer, melhor”, afirma Sarah Nechuta, da Universidade de Vanderbilt, em Nashville, nos Estados Unidos.
E não é difícil. Os pesquisadores sugerem que basta incluir na dieta cerca de 150 gramas diárias desses vegetais, o que equivale a uma xícara cheia deles, segundo Nechuta.

Só neste ano deverão ser registrados cerca de 52 mil novos casos de câncer de mama no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer. Em um percentual que varia de 10% a 15% dos casos, a doença se manifesta de forma agressiva e pode apresentar novas lesões tumorais. Contudo, o índice de sobrevivência gira em torno de 61%.

O atual estudo não é o primeiro a relacionar a ingestão de crucíferas com o câncer de mama, mas é o maior feito até agora. 5 mil chineses, que já tiveram câncer de mama entre os anos de 2002 e 2006, com idade entre 20 e 75 anos, participaram da pesquisa.

Esses participantes preencheram questionários detalhados de suas dietas durante 36 meses. Eles foram então divididos em cinco grupos, dependendo de quantos vegetais crucíferos eles ingeriam.

E, de acordo com as análises, depois de cinco anos após o diagnóstico de câncer, mulheres que comeram cerca de 150 gramas diárias dos vegetais em questão tiveram 42% a mais de chances de sobreviver. A probabilidade de morrer de qualquer outra causa também foi reduzida para 42%. E a chance do câncer de mama retornar diminuiu por 19%.

Mas o leitor pode questionar (e com razão!) o porquê desses resultados. Segundo Nechuta, vegetais crucíferos contêm grandes quantidades de uma substância conhecida como glucosinolato. Quando ingerida, ela é convertida para substâncias com alto poder anticancerígeno, como o isotiocianato e o indol.

Nos resultados, os pesquisadores também levaram em consideração outros fatores que podem afetar a ocorrência do câncer de mama e a sobrevivência a ele, o que inclui idade, estágio da doença, tratamentos, exercícios diários e dieta.

Mas vale ressaltar que a pesquisa não comprova que os vegetais em questão são os principais responsáveis pela sobrevivência. A especialista em câncer Aditya Bardia, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, Estados Unidos, alerta que essas mulheres da pesquisa podem ter outras vantagens que não foram mensuradas, como uma qualidade de vida saudável, por exemplo.

E vale lembrar de um aspecto importante: a dieta asiática é bastante diferente da dieta norte-americana e brasileira. Além de um fator que pode se mostrar decisivo no futuro: de que os asiáticos comem mais vegetais.

Fonte: http://www.meunutricionista.com.br/noticias.exibir.php?id=2948

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Câncer de mama ainda é a principal causa de morte entre as brasileiras

As mulheres conquistaram muitos direitos: podem votar, trabalham fora, provam, diariamente, que são iguais ao homem. Mas, uma luta que a brasileira tem travado com muito empenho é vencer o câncer de mama. Apesar de todos os cuidados que as elas têm com a saúde, este tipo de câncer ainda é a principal causa de morte entre as mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), anualmente surgem cerca de 49 mil novos casos da doença.

Segundo o mastologista do Hospital Nossa Senhora das Graças Dr. Cícero Urban, o fator que mais contribui para essa triste estatística é o diagnóstico tardio. “Quando a doença é descoberta em fase avançada as chances de cura são menores e os custos de tratamento aumentam consideravelmente. O câncer de mama pode dar metástases em outros órgãos como ossos, fígado e pulmão”, lembra o especialista. “Quando descoberto no início, há chances de cura da doença, por isso, a importância do diagnóstico precoce. Em Curitiba, felizmente, a maioria das pacientes descobre a doença precocemente e o índice de cura ultrapassa os 90%”, conta ele.

Para o diagnóstico ser feito com precisão, é necessária a realização do exame clínico por um especialista, que pode detectar tumores superficiais de até um centímetro. Outro exame que diagnostica o câncer de mama é a mamografia, que faz uma radiografia da mama e é capaz de mostrar lesões iniciais, de milímetros. “Pacientes com baixo risco, sem casos de hereditariedade, é recomendável exame clínico anualmente a partir dos 20 anos. Depois dos 40 anos, a mamografia deve ser inserida nessa rotina”, enfatiza Dr. Cícero.

Exposição a radiação ionizante, ingestão regular de álcool, idade avançada, primeira menstruação precoce e menopausa tardia são alguns fatores de risco para desenvolver o câncer de mama. Hereditariedade e história familiar também são relevantes, porém, apenas 10% dos casos estão relacionados a esses fatores. “Existem famílias com incidência muito alta de câncer de mama, que pode chegar a 80%. Nesses casos, é preciso intervir com prevenção ou até com cirurgias redutoras de risco”, salienta o mastologista.

O tratamento do câncer de mama é feito com cirurgia para remoção do tumor e retirada dos gânglios da axila, caso estejam comprometidos. As novas técnicas de cirurgia hoje, explica Dr. Cícero, procuram preservar a mama. “A cirurgia já não é mais a mutilação de alguns anos atrás. Combinamos técnicas de cirurgia plástica às técnicas de cirurgia oncológica, o que traz grandes benefícios para preservar a qualidade de vida e a auto-estima das pacientes. Obter o máximo de eficácia com o mínimo de mutilação é o principal objetivo dos tratamentos de câncer de mama atuais”.

Atendimento com parâmetros internacionais

O Hospital Nossa Senhora das Graças conta com atendimento integrado especializado sobre o problema, no qual é possível conseguir excelência em tratamento de câncer de mama. A equipe é formada por cirurgiões, oncologistas clínicos, radioterapeutas, médicos nucleares, fisioterapeutas, geneticistas, radiologistas e patologistas que discutem e decidem sobre os casos tratados no hospital.

O atendimento é reconhecido pelo Senonetwork, entidade ligada a Sociedade Européia de Oncologia e Sociedade Européia de Mastologia, que reconhece serviços que seguem as normas de excelência estabelecidas pelo Parlamento Europeu. “A importância deste reconhecimento é certificar que nossas pacientes estão recebendo um tratamento que está rigorosamente dentro dos parâmetros internacionais e em sintonia com os melhores centros no mundo”, enfatiza Dr. Cícero.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=12679

domingo, 7 de abril de 2019

Como o horário das refeições afeta seu peso

Beber uma garrafa de vinho por semana pode ser como fumar cinco a 10 cigarros no mesmo período de tempo, em termos de risco de câncer, de acordo com um novo estudo do Reino Unido.

O estudo, publicado hoje (28 de março) na revista BMC Public Health , é o primeiro a estimar o “equivalente de cigarro” do álcool, no que diz respeito ao risco de câncer.

Os pesquisadores descobriram que o aumento do risco de câncer ligado a beber uma garrafa de vinho por semana é equivalente a fumar cinco cigarros por semana para homens e 10 cigarros por semana para mulheres.

O objetivo da pesquisa é transmitir melhor os riscos de câncer que estão ligados ao consumo moderado de álcool, que geralmente é considerado menos prejudicial do que fumar cigarros.

De fato, estudos nos EUA e no Reino Unido descobriram que muitas pessoas não estão cientes da relação do álcool com o câncer.

Por exemplo, uma pesquisa de 2017 da Sociedade Americana de Oncologia Clínica descobriu que 70% dos americanos não sabiam que o consumo de álcool é um fator de risco para o câncer .

“Nossa estimativa de um equivalente de cigarro para álcool fornece uma medida útil para comunicar possíveis riscos de câncer que exploram mensagens históricas bem-sucedidas sobre o fumo”, disse a autora do estudo, Theresa Hydes, do Departamento de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital Universitário Southampton, disse em um comunicado . “Esperamos que, ao usar o cigarro como comparador, possamos comunicar essa mensagem de forma mais eficaz para ajudar os indivíduos a fazer escolhas de estilo de vida mais informadas.”

O Dr. Richard Saitz, especialista em medicina do vício e presidente do Departamento de Ciências da Saúde Comunitária da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, disse que a comparação do estudo faz sentido.

“Acho que é hora de comunicarmos os riscos de câncer do álcool – está realmente fora do radar [e] desta forma é uma boa maneira de fazê-lo”, disse Saitz, que não esteve envolvido no estudo.

Ainda assim, os pesquisadores ressaltam que o estudo não está dizendo que o consumo moderado de álcool é o mesmo que fumar. O estudo considerou apenas o risco de câncer, e não os riscos de outras condições de saúde, como doenças cardíacas. Além disso, o estudo analisou o risco de câncer ao longo da vida na população em geral, que pode diferir do risco de câncer de um indivíduo de fumar ou álcool, disseram os autores.

Álcool versus cigarros
Quando jovens começam a universidade, frequentemente ganham peso. Nos Estados Unidos, existe um nome para esse fenômeno: o “calouro 7”, referindo-se aos 7 quilos tipicamente ganhos durante o primeiro ano de vida dos alunos fora de casa.

Em parte, esse ganho de peso pode ser explicado pela substituição de refeições caseiras por comida pronta e fast food, combinada à redução da atividade física.

Cada vez mais, no entanto, os cientistas estão culpando um outro fator: a ruptura do círculo circadiano, provocada por uma cultura de comer tarde, beber e por padrões inconsistentes de sono.

Por décadas, nos foi dito que o ganho de peso, juntamente com as consequentes doenças, como diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, estavam relacionadas exclusivamente à quantidade e ao tipo de alimentos que consumimos, em consonância com o número de calorias que gastamos fazendo exercícios físicos.

Mas evidências crescentes sugerem que o horário também é importante: não é apenas o que você come, mas quando você come, que importa.

A ideia de que nossa resposta biológica aos alimentos varia ao longo do dia é antiga. Médicos chineses acreditavam que a energia fluía em torno do corpo em sintonia com o movimento solar, e que as nossas refeições deveriam ser realizadas de acordo: 7h-9h da manhã era a hora do estômago, momento em que a maior refeição do dia deveria ser feita; 9h-11h da manhã centrada no pâncreas e no baço; 11h-13h a hora do coração, e assim por diante. O jantar, eles acreditavam que deveria ser algo leve, consumido entre 17h e 19h, quando a função renal predominava.

Embora a explicação seja diferente, a ciência moderna sugere que há muita verdade nessa antiga sabedoria.

Vamos às dietas. A maioria delas gira em torno da redução do número total de calorias consumidas – mas e se o horário também determinasse seus benefícios?

Quando mulheres com sobrepeso e obesas foram submetidas a uma dieta para emagrecer por três meses, aquelas que consumiram a maior parte das calorias no café da manhã perderam duas vezes e meia mais peso do que as que tomaram um café da manhã leve e comeram a maior parte das calorias no jantar. Mesmo consumindo o mesmo número total de calorias.

Muitas pessoas pensam que a razão pela qual você ganha mais peso se comer tarde da noite é porque tem menos oportunidades de queimar essas calorias, mas essa é uma visão simplista.

“As pessoas às vezes supõem que nossos corpos param durante o sono, mas isso não é verdade”, diz Jonathan Johnston, da Universidade de Surrey, no Reino Unido, que estuda como nossos relógios biológicos interagem com os alimentos.

Então, o que mais poderia estar acontecendo? Algumas evidências preliminares sugerem que uma quantidade maior de energia é usada para processar uma refeição pela manhã, em comparação com o final do dia.

Você queima, portanto, um pouco mais de calorias se comer mais cedo. No entanto, ainda não está claro o quanto isso faz diferença no seu peso total.

Outra possibilidade é que ao comer muito tarde nós ampliamos o período do dia durante o qual consumimos alimentos.

Isso dá ao nosso sistema digestivo menos tempo para se recuperar e reduz a oportunidade de nosso corpo queimar gordura – a queima de gordura só ocorre quando nossos órgãos percebem que não há mais comida chegando.

Antes da invenção da luz elétrica, os seres humanos acordavam com os primeiros raios de sol e dormiam logo após ele se pôr. Sendo assim, quase todos os alimentos eram consumidos diurnamente.

“A menos que tenhamos acesso à luz, temos dificuldade para ficar acordados e comer na hora errada”, diz Satchin Panda, biólogo circadiano do Instituto Salk, em La Jolla, Califórnia, nos Estados Unidos, e autor de The Circadian Code (O Código Circadiano, em tradução livre).

Sua pesquisa revelou que a maioria dos americanos come durante um período de 15 ou mais horas por dia, com mais de um terço das calorias diárias sendo consumidas após as 18h, o que é muito diferente de como nossos ancestrais provavelmente viviam.

Agora, considere esses universitários, comendo e bebendo até tarde da noite. “Um estudante universitário típico raramente dorme antes da meia-noite e também costuma comer até a meia-noite”, diz Panda.

No entanto, muitos estudantes ainda precisarão acordar cedo para as aulas no dia seguinte, o que – supondo que eles tomem o café da manhã – reduz a duração do jejum noturno ainda mais.

Isso também significa que eles estão diminuindo as horas de sono, e assim ficam mais propensos a ganhar peso. Uma noite de sono ruim dificulta a tomada de decisões e o autocontrole, levando potencialmente a más escolhas alimentares. Além disso, prejudica os níveis dos “hormônios da fome”, leptina e grelina, aumentando o apetite.

Está cada vez claro que nossos ritmos circadianos estão intimamente ligados à nossa digestão e metabolismo de muitas formas, como através dos complexos sistemas de sinalização do corpo – um novo entendimento que poderia explicar os efeitos a longo prazo do jetlag e do trabalho em turnos.

Dentro de cada célula do nosso corpo existe um relógio molecular que regula praticamente todos os processos e comportamentos fisiológicos, desde a liberação de hormônios e neurotransmissores, passando pela pressão sanguínea e pela atividade de nossas células imunológicas, até quando nos sentimos mais sonolentos, alertas ou deprimidos.

Esses relógios são mantidos em sincronia entre si e com a hora do dia por um grupo de neurônios do hipotálamo medial chamado núcleo supraquiasmático (NSQ). Sua interação como mundo exterior é feita através de um subconjunto de células sensíveis à luz na parte de trás do olho chamadas células ganglionares da retina intrinsicamente fotossensíveis (CGRif).

O objetivo de todos esses relógios “circadianos” é antecipar e preparar o corpo para eventos regulares em nosso ambiente, como quando vamos nos alimentar. Isso significa que diferentes reações bioquímicas são favorecidas em diferentes momentos do dia, permitindo que nossos órgãos internos mudem de tarefa e se recuperem.

Quando viajamos para o exterior, nosso tempo de exposição à luz muda e nossos relógios biológicos são empurrados na mesma direção – embora o relógio de cada órgão e tecido se adapte em ritmo diferente. O resultado é o jetlag, que não só nos deixa sonolentos ou acordados nos momentos errados, mas também pode desencadear problemas digestivos e mal-estar geral.

No entanto, a luz não é a única coisa que pode afetar nossos relógios biológicos. O horário em que comemos nossas refeições também modifica nossos relógios do fígado e sistema digestivo, mesmo que nosso relógio cerebral não seja afetado. Evidências recentes também sugerem que o horário das atividades físicas pode ajustar os relógios em nossas células musculares.

Quando voamos de um fuso horário para outro, ou comemos, dormimos e nos exercitamos em horários irregulares, os diferentes relógios em nossos órgãos e tecidos saem de sincronia. É improvável que isso seja um problema se você se deitar tarde uma única vez ou se tiver uma refeição tardia, mas se isso acontecer de forma regular, pode acarretar consequências para sua saúde no longo prazo.

Processos complexos, como o metabolismo de gorduras ou de carboidratos, exigem o trabalho conjunto de numerosos outros processos que ocorrem no intestino, fígado, pâncreas, músculo e tecido adiposo. Se o diálogo entre eles fica desregulado, se tornam menos eficientes, o que no longo prazo pode aumentar o risco de várias doenças.

Em um estudo recente, pesquisadores compararam os efeitos físicos de um sono de cinco horas por noite durante oito dias seguidos, com a mesma quantidade de sono, mas em momentos espaçados.

Em ambos os grupos, a sensibilidade das pessoas ao hormônio insulina diminuiu e a inflamação sistêmica aumentou, e com isso o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. No entanto, esses efeitos foram ainda maiores naqueles que estavam dormindo em horários irregulares (e cujos ritmos circadianos estavam, portanto, desalinhados): nos homens, a redução na sensibilidade à insulina e o aumento da inflamação dobraram.

Isso pode ser um problema para os passageiros aéreos frequentes, os estudantes que dormem de maneira não regular ou funcionários que trabalham em turnos.

De acordo com pesquisas na Europa e na América do Norte, cerca de 15% a 30% da população ativa está empregada em trabalhos divididos por turnos, o que muitas vezes equivale a comer ou estar ativo quando o corpo não está esperando. O trabalho por turno tem sido associado a uma série de condições, incluindo doenças cardíacas, diabetes tipo 2, obesidade e depressão. O distúrbio circadiano causado por essa irregularidade é um dos principais suspeitos.

No entanto, somos todos trabalhadores por turnos pelo menos em parte do tempo, diz Panda.

Estima-se que 87% da população mantêm um horário de sono diferente nos dias de semana, em comparação com os fins de semana, resultando em uma espécie de jetlag social. As pessoas também tendem a tomar o café da manhã pelo menos uma hora mais tarde nos fins de semana, o que pode resultar no chamado jetlag metabólico.

Não é apenas a consistência no horário das refeições, mas também a quantidade de comida que comemos em cada refeição que parece ser importante.

Gerda Pot é uma pesquisadora de nutrição da Universidade King’s College, em Londres, no Reino Unido. Ela pesquisa como a irregularidade cotidiana na ingestão de energia afeta nossa saúde a longo prazo.

Pot diz ter se inspirado em sua avó, Hammy Timmerman, que era rigorosa com a rotina. Todo dia, ela tomava café da manhã às 7h da manhã; almoçava às 12h30 e jantava às 18h00. Até mesmo o horário de seus lanches era rígido: café às 11h30; chá às 15h da tarde. Quando Pot foi visitá-la, logo descobriu que dormir até tarde era um erro: “Se eu acordasse às 10h, ela ainda insistiria que eu comesse o café da manhã, e tomasse café com biscoitos meia hora depois”, diz ela. Porém, está cada vez mais convencida de que a rotina rígida de sua avó ajudou a mantê-la em boa forma até quase seus 95 anos.

Existem algumas razões para isso. Nossa sensibilidade ao hormônio insulina, que permite que a glicose dos alimentos ingeridos entre em nossas células seja usada como combustível, é maior durante a manhã do que à noite.

Quando nos alimentamos tarde (como Hammy Timmerman nunca fez), a glicose permanece no sangue por mais tempo, o que no longo prazo pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2, quando o pâncreas não produz insulina suficiente.

Também pode danificar outros tipos de tecidos, como vasos sanguíneos ou nervos dos olhos e nos pés. Nos piores casos, pode causar cegueira ou até mesmo amputações.

Usando dados de uma pesquisa nacional do Reino Unido que rastreou a saúde de mais de 5 mil pessoas por mais de 70 anos, Pot descobriu que, apesar de consumirem menos calorias em geral, as pessoas que tinham uma rotina de refeições mais irregular tinham maior risco de desenvolver síndrome metabólica – um conjunto de condições, incluindo hipertensão arterial, níveis elevados de açúcar no sangue, excesso de gordura na cintura e níveis anormais de gordura e colesterol no sangue, que juntos aumentam o risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

ENTÃO, O QUE DEVEMOS FAZER?

Esforçar-se por uma maior consistência no tempo de sono e refeições é um bom primeiro passo e, idealmente, todos os nossos relógios internos devem estar operando no mesmo fuso horário.

Quando abrimos as cortinas e vemos a luz forte de manhã, isso reinicia o relógio principal no nosso cérebro. Portanto, ao tomar o café da manhã logo em seguida, isso reforça a mensagem da manhã para os relógios do fígado e sistema digestivo. Comer um bom café da manhã pode, portanto, ser essencial para manter nossos relógios circadianos funcionando em sincronia.

Um estudo recente envolvendo 18 indivíduos saudáveis, e 18 com diabetes tipo 2, descobriu que pular o café da manhã ocasiona ritmos circadianos alterados em ambos os grupos, bem como picos maiores nos níveis de glicose no sangue quando eles finalmente se alimentavam.

No entanto, regular nossos horários internos não deve ser feito às custas de menos horas de sono. Apesar de ser improvável que dormir tarde ocasionalmente cause algum mal, geralmente devemos nos esforçar para ir para a cama em um horário que nos permita dormir o suficiente – a quantidade recomendada é de sete a oito horas para a maioria dos adultos – todos os dias da semana. Aqui, a exposição à luz poderia ajudar.

Diminuindo as luzes à noite e aumentando a exposição à luz intensa durante o dia mostrou que a hora do relógio principal no cérebro (o SQN) mudou várias horas antes, tornando as pessoas mais bem-humoradas.

Alguns defendem jejuar por pelo menos 12 horas, e possivelmente por até 14-16 horas durante a noite. Em um estudo histórico publicado em 2012, Panda e seus colegas compararam um grupo de ratos que tinha acesso a alimentos gordurosos e açucarados a qualquer hora do dia ou da noite, com outro grupo que só consumia esses alimentos em uma janela de oito a 12 horas durante o “dia”.

Mesmo consumindo o mesmo número de calorias, os camundongos cuja janela de alimentação era restrita pareciam estar completamente imunes às doenças que começaram a afligir o outro grupo: obesidade, diabetes, doenças cardíacas e problemas no fígado.

No entanto, ao serem colocados em um cronograma de restrição de tempo, os ratos com essas doenças ficaram bem novamente.

“Quase todos os animais, incluindo nós, evoluíram neste planeta com um ritmo muito forte de 24 horas, entre luz e escuridão, e os ritmos associados em comer e jejuar”, explica Panda.

“Achamos que uma das principais funções [desses ciclos] é permitir a recuperação e o rejuvenescimento a cada noite. Você não pode consertar uma rodovia quando o tráfego ainda está em movimento.”

Testes em humanos com restrição de tempo alimentar estão apenas começando, mas alguns dos primeiros resultados parecem promissores – pelo menos em alguns grupos. Por exemplo, quando oito homens com pré-diabetes foram induzidos a comer todas as suas refeições entre 8h e 15h, sua sensibilidade à insulina melhorou e sua pressão caiu em média 10 a 11 pontos, em comparação a quando eles consumiram as mesmas refeições em um intervalo de 12 horas.

O que tudo isso significa para o resto de nós ainda não está claro, mas o ditado de que você deveria tomar café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo nunca fez tanto sentido. E é quase certeza que vale a pena colocar um cadeado na geladeira durante a noite.

“Compartilhar é se importar”
Instagram:@dr.albertodiasfilho

Fonte: https://f5.folha.uol.com.br/viva-bem/2019/03/como-o-horario-das-refeicoes-afeta-a-sua-cintura.shtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwa


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Depressão e ansiedade aumentam o risco de morte por câncer

Pessoas que sofrem de depressão ou ansiedade correm maior risco de morrer de alguns tipos de câncer. De acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica British Medical Journal (BMJ), pacientes que declararam sofrer problemas psicológicos eram mais propensos a morrer de câncer de intestino, próstata e pâncreas.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade College London, na Inglaterra, Universidade de Edimburgo, na Escócia e Universidade de Sydney, na Austrália, analisaram dezesseis estudos que realizavam um acompanhamento de uma determinada população por uma dezena de anos, totalizando 163 363 adultos na Inglaterra e em Gales.

A equipe, dirigida por David Batty, epidemiologista da University College de Londres, focou seu estudo nos casos de câncer que dependem dos hormônios ou que estão relacionados ao estilo de vida do paciente. Vários estudos anteriores sugerem que o desequilíbrio hormonal que gera a depressão conduz a uma produção mais elevada de cortisol e inibe os mecanismos naturais de reparação do DNA, o que enfraquece as defesas diante do câncer. Também há dados de que entre as pessoas depressivas é mais comum o tabagismo, o consumo de álcool e a obesidade, três fatores de risco para o câncer.

Aumento expressivo do risco de morte

Os resultados do novo estudo mostraram que as pessoas que sofriam sintomas de depressão e ansiedade corriam um risco 80% maior de morrer de câncer de intestino, e eram duas vezes mais propensas a falecer de um câncer de próstata, pâncreas ou esôfago. Os resultados permaneceram os mesmos após serem considerados outros fatores como o estilo de vida, sexo, idade, peso e situação socioeconômica.

Embora os autores ressaltem que o estudo foi apenas observacional e, portanto, não prova um vínculo de causa e efeito entre o estado psíquico de uma pessoa e o câncer, eles afirmam que os resultados se somam a vários indícios que apontam a existência de interações entre a saúde física e mental.

Outras pesquisas apontam ainda para a existência de uma relação entre os sintomas da depressão e os transtornos de ansiedade e a incidência de doenças cardiovasculares.

Os especialistas indicaram que também não é possível excluir uma causalidade inversa, ou seja, que a depressão seja provocada pelos sintomas de um câncer que ainda não foi diagnosticado.

Fonte: http://veja.abril.com.br/saude/depressao-e-ansiedade-aumentam-o-risco-de-morte-por-cancer/

terça-feira, 17 de maio de 2011

Café pode proteger mulher de forma agressiva de câncer de mama

O café pode proteger as mulheres de uma forma agressiva de câncer de mama, especialmente se tomadas cinco ou mais xícaras ao dia, de acordo com pesquisa que aparece nesta quarta-feira na publicação "Breast Cancer Research".

As mulheres que bebem bastante café têm possibilidades menores de desenvolver o chamado câncer de mama com receptores de estrogênios negativos, que não respondem a certos fármacos, por isso que a quimioterapia é geralmente a única opção.

Por este estudo, feito por analistas do Instituto Karolinska de Estocolmo, as mulheres que tomam muito café têm possibilidades menores de desenvolver o câncer do que aquelas que bebem pouco.

Os investigadores analisaram os casos de 6.000 mulheres que entraram na menopausa.

Assim, entre as que bebiam cinco xícaras ou mais de café ao dia o risco de desenvolver o câncer de mama se reduzia em 57% comparado com as que tomavam menos de uma xícara cheia.

"Acreditamos que o alto consumo diário de café está associado à significativa redução de câncer de mama com receptores de estrogênios negativos entre as mulheres que entraram na menopausa", assinalam os analistas na citada publicação.

Outros estudos sugeriram que o café reduz o risco de outros cânceres, incluído o de próstata e o de fígado. Os pesquisadores do instituto acreditam que o café pode ter compostos que afetam diferentes tipos de câncer de mama.

Para a diretora de política da organização Breakthrough Breast Cancer, Caitlin Palframan, "o interessante é que esta investigação sugere que o café pode reduzir o risco de câncer de mama (de estrogênios) negativo".

"Mas nem todos os estudos estão de acordo sobre os efeitos de consumir café e, portanto, não encorajaríamos as mulheres a aumentar o consumo de café para protegê-las do câncer de mama".

"O que sabemos é que as mulheres podem reduzir as possibilidades de desenvolver câncer de mama se mantêm bom peso, reduzem o consumo de álcool e fazem atividade física regularmente", acrescentou Palframan

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/914256-cafe-pode-proteger-mulher-de-forma-agressiva-de-cancer-de-mama.shtml

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Que exames ginecológicos a mulher deve fazer a cada idade?

Durante a infância, há algum exame específico que as meninas devem fazer?

Durante a infância, as meninas são acompanhadas pelos médicos pediatras, porém no momento da telarca (aparecimento das mamas), que ocorre entre 8 e 10 anos de idade, elas podem ser consultadas por um ginecologista.

A partir de quantos anos uma adolescente deve ir ao ginecologista?

Adolescência é um período da vida que se estende dos 10 aos 20 anos de idade e a consulta com um ginecologista poderá ser feita se a adolescente quiser, desejar, planejar o início da atividade sexual ou já tê-la iniciado. É interessante também que a adolescente acompanhe sua mãe para que desmistifique a consulta com o ginecologista.

Uma adolescente precisa fazer exames ginecológicos?

O exame ginecológico da adolescente dependerá da história clínica e de suas queixas. Se já iniciou atividade sexual, é necessário o exame de prevenção do câncer do colo do útero (Papanicolaou), que será iniciado 2 (dois) anos após a data da primeira relação sexual.

Dos 20 aos 30 anos, que exames uma mulher deve fazer?

Dos 20 aos 30 anos, deve ser feito o exame ginecológico clínico com:
1) exames das mamas
2) exame especular (com aparelhinho)
3) toque vaginal
4) Papanicolau.

E dos 30 aos 50?

Aos 35 anos poderá ser feita a primeira mamografia, de acordo com o NIH – National Institute of Health, e a seguir aos 40 anos.

E dos 40 aos 50?

Após os 40 anos, as mamografias poderão ser feitas a cada 2 anos.

E dos 50 em diante?

Após os 50 anos de idade ou quando a paciente estiver na menopausa, poderá fazer densitometria óssea para verificar a presença de osteoporose, além da mamografia anual e da citologia oncótica (Papanicolaou). Ultrassonografia para controle do endométrio (membrana de dentro do útero) e dos ovários deverá ser feita. Sempre o exame clínico com palpação da tireoide e mamas deve complementar o restante do exame ginecológico, além da medida da pressão arterial. Também nessa ocasião poderá ser feito exame para prevenção de câncer de intestino (colonoscopia) ou ser orientada a procurar o médico especialista de intestino (proctologista), que orientará quanto a esse exame.


No caso de haver casos de câncer de mama na família, uma mulher precisa fazer os exames preventivos com mais frequência do que as outras mulheres? E deve começar a fazer a mamografia mais cedo? Com qual idade?

Caso haja câncer de mama na família, a idade da primeira mamografia deverá ser aquela 10 (dez) anos antes da idade em que a parente apresentou o câncer. Por exemplo, se foi aos 45 anos de idade, a primeira mamografia será aos 35 anos de idade e depois aos 40 anos, de rotina.

E quando houver outros casos de câncer? A mulher deve ter um acompanhamento mais frequente?

Câncer de colo do útero é de prevenção rotineira.

Câncer de dentro do útero (endométrio) e câncer de ovários poderão ter seu diagnóstico precoce pela ultrassonografia endovaginal, da região púbica (porém a história com sintomas e exame ginecológico continuam sendo os mais importantes).

O câncer de vulva é diagnosticado precocemente pelo exame da região vulvar, às vezes até pela própria paciente, que pode se autoexaminar, usando um espelho.



Autora: Dra. Lana Maria de Aguiar é doutora e pós-doutora em Obstetrícia e Ginecologia pela Universidade de São Paulo (USP).

Fonte: http://idmed.uol.com.br/mulher/que-exames-ginecologicos-a-mulher-deve-fazer-a-cada-idade.html?utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed