sábado, 3 de setembro de 2011

Deficiência da ingestão de Vitamina K2 e o aumento de risco de mortalidade por câncer

Um artigo publicado online em 24 de Março de 2010 no American Journal of Clinical Nutrition descreve os achados de pesquisadores do Centro Alemão de Pesquisa de Câncer e do Centro Alemão de Saúde Ambiental em relação à deficiência da ingestão de Vitamina K2 e o aumento de risco de mortalidade pelo câncer.

A vitamina K1 está presente em hortaliças verde-escuras- espinafre, brócolis, couve de Bruxelas, couve e também em outros alimentos como cenoura, abacate, pepino, alho-poró, tomate, azeite de oliva e laticínios.

Quanto à vitamina K2, as melhores fontes estão na gema do ovo (não temê-la como fonte de colesterol, um receio infundado dado a riqueza dos nutrientes contidos no ovo, sobretudo o de galinha caipira) e o natto, alimento à base de soja fermentada com um alto teor dessa vitamina. Outra fonte recomendável é o leite cru orgânico, difícil de obter por problemas de esterilização e pasteurização obrigatória, que destroem a vitamina K2, além dos queijos suíço Emmental e norueguês Jarlsberg, ambos com teores apreciáveis da K2. Outra alternativa são suplementos como a menaquinona ou MK 7, preparado à base de um extrato de natto, que deve ser obtido de soja não geneticamente modificada.

A pesquisa em tela analisou os dados de 24.340 participantes no estudo relacionado ao Câncer e à Nutrição, cuja sigla é EPIC Heidelberg. Abrangeu pessoas de 35 a 64 anos registradas entre os anos de 1994 a 1998. Os participantes, sem diagnóstico de câncer no início do estudo, foram acompanhados até 2008. No registro foram preenchidos questionários relacionados à ingestão de filoquinona (vitamina K1) e menaquinona (vitamina K2). Já no período de follow-up ou seguimento, ocorreram 1.755 casos de câncer com 458 óbitos. Dentre os participantes, aqueles com a maior ingestão dessas vitaminas evidenciaram um risco 28% menor de morrer em conseqüência do câncer.

A análise posterior dos dados demonstrou que a redução da incidência do câncer correlacionada com a vitamina K2 ocorreu mais no sexo masculino. Quanto à localização do câncer, foram observados 62% de redução do risco de câncer do pulmão e 35% de redução de câncer da próstata nos participantes cuja ingestão de vitamina K2 estava em 25% do grupo com os maiores níveis da K2. É interessante que nenhuma associação foi encontrada entre a vitamina K1 ou filoquinona e a incidência ou a mortalidade pelo câncer.

Em face da grande associação inversa entre a vitamina K2 e a mortalidade pelo câncer em comparação com a incidência da doença, há consistência na hipótese que os fatores que agem sobre a apoptose ou a sustação do ciclo celular exercem um papel positivo na diminuição da carcinogênese. Há também um papel inibitório da vitamina K2 na angiogênese, ligada ao desenvolvimento de metástases.

O estudo mostrou associações inversas entre a ingestão dietética de menaquinonas e o efeito sobre a incidência e a mortalidade do câncer e sugere estudos adicionais com o uso de marcadores do status da vitamina K.

Fonte: http://www.ibsweb.com.br/clinicanutricional/index.php?option=com_content&task=view&id=149&Itemid=39

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