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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Fumaça de motores a diesel é 'definitivamente' cancerígena, diz OMS


Cientistas concluíram que trabalhadores altamente expostos à fumaça têm 40% de chances de desenvolver câncer de pulmão

A fumaça do escapamento de motores a diesel é um agente causador de câncer, afirmou na última terça-feira (12) um grupo de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O grupo de estudos concluiu que a fumaça de escapamento é responsável por casos de câncer de pulmão e pode, também, causar tumores na bexiga.

A OMS baseou suas descobertas em pesquisas com trabalhadores de alto risco, como mineiros, funcionários ferroviários e caminhoneiros.

Mas os cientistas destacaram que todas as pessoas devem tentar reduzir sua exposição à fumaça de diesel.

Definitivamente cancerígeno

A Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês), parte da OMS, já havia classificado a fumaça como 'provavelmente' cancerígena para humanos. Agora, a IARC mudou a classificação para 'definitivamente' cancerígena.

Acredita-se que pessoas que trabalham em indústrias de risco, com grande exposição aos agentes cancerígenos, tenham cerca de 40% de chances de desenvolver câncer de pulmão.

O médico Christopher Portier, que liderou as pesquisas, disse que 'as provas científicas eram contundentes, e a conclusão do grupo de trabalho foi unânime - a fumaça do escapamento de motores a diesel causa câncer de pulmão em humanos'.

'Dado o impacto adicional das partículas do diesel na saúde, a exposição a essa mistura de produtos químicos deveria ser reduzida mundialmente', agregou.

O impacto na população em geral, que fica exposta a essas partículas a um nível muito menor e por períodos mais curto, ainda é desconhecido, mas o risco de desenvolver câncer é considerado menor.

Ao mesmo tempo, estão em curso esforços para reduzir a poluição causada por escapamentos a diesel, com o uso de combustível com menos enxofre e motores mais eficientes.

A ONG britânica Cancer Research UK disse que empregadores de setores de risco devem tomar as medidas apropriadas para reduzir a exposição de seus funcionários. No entanto, Lesley Walker, da diretoria da ONG, ressaltou que o número geral de casos de câncer de pulmão provocado por fumaça de diesel 'provavelmente é uma fração pequena dos casos provocados pelo fumo'.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=15090

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Dormir menos de seis horas por noite aumenta risco de câncer de mama


A falta de sono está ligada ao aparecimento de cânceres de mama mais agressivos, de acordo com pesquisa do University Hospitals Case Medical Center, nos Estados Unidos.

O estudo é o primeiro a mostrar essa associação, assim como a ligação com uma maior probabilidade de recorrência do câncer.

A equipe de pesquisa, liderada por Cheryl Thompson, analisou registros médicos e respostas de exames de 412 pacientes na pós-menopausa com câncer de mama por meio de um teste amplamente utilizado para guiar o tratamento de câncer de mama em estágio inicial, que prevê a probabilidade de recorrência.

Todas as pacientes foram recrutadas no momento do diagnóstico e perguntadas sobre a duração média do sono nos dois anos anteriores.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres que dormiam seis horas ou menos de sono por noite, em média, antes do diagnóstico apresentaram maior risco de recorrência do câncer de mama e maior risco de tipos agressivos da doença.

"Este é o primeiro estudo a sugerir que as mulheres que dormem menos podem desenvolver câncer de mama mais agressivos em comparação com mulheres que dormem mais horas", afirma Thompson.

"A curta duração do sono é um perigo para a saúde pública e leva não só à obesidade, diabetes e doenças do coração, mas também ao câncer. Intervenções eficazes para aumentar a duração e melhorar a qualidade do sono pode ser um caminho para reduzir o risco de desenvolver câncer de mama mais agressivos", concluem os pesquisadores.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=15962

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Consumo de frutas e vegetais e o risco de câncer de mama

Pesquisadores da Boston University examinaram prospectivamente a relação entre o consumo de frutas e vegetais e o risco de câncer de mama entre as 51.928 mulheres com idades entre 21 e 69 anos.


Durante 12 anos de seguimento, houve 1.268 casos de câncer de mama. O consumo total de frutas e vegetais não foi significativamente associado com o risco total de câncer de mama. No entanto, o consumo de vegetais foi associado com um risco reduzido de câncer de mama com receptor de estrógeno negativo e receptor de progesterona negativo (razão da taxa de incidência = 0,57, IC 95% 0,38 a 0,85, para ≥ 2 porções / dia em relação a <4 / semana; P = 0,02). Além disso, houve alguma evidência de associação inversa com o risco de câncer de mama em geral e o consumo de cenoura (P = 0,02).

Os resultados do estudo sugerem que o consumo frequente de vegetais é inversamente associado com o risco de câncer de mama com receptor de estrógeno negativo e receptor de progesterona negativo, e que vegetais específicos podem ser associados com um risco reduzido de câncer de mama em geral.

A pesquisa foi publicado no último número da revista American Journal of Epidemiology.

Fonte: American Journal of Epidemiology, Volume 172, Issue 11, 2010, Pages 1268-1279

sábado, 6 de julho de 2013

O câncer renal pode estar correlacionado ao arsênico na água potável

A ingestão elevada de arsênico presente na água potável está associada com um risco aumentado de câncer de ureter e pelve renal, de acordo com um estudo de caso-controle realizado no norte do Chile.

O estudo comparou 122 casos de câncer de rim e 640 de controles baseados na população. Os casos incluíram 76 tipos de câncer de células renais, 24 carcinomas de células transicionais da pelve renal e do ureter (TCC) e 22 outros tipos de câncer nos rins.

Em comparação com os indivíduos cuja média de ingestão de arsênico da água potável era inferior a 400 mg/dia, aqueles cuja média de consumo foi de 400-1.000 mg/dia e maior que 1.000 mg/dia apresentaram um significativo aumento do risco em 5,7 vezes e 11 vezes para o desenvolvimento dos cânceres de pelve renal e ureter, respectivamente, informaram os pesquisadores, liderados por Craig Steinmaus, MD, MPH, online no American Journal of Epidemiology. A ingestão de arsênico elevada não foi associada com um risco aumentado de câncer das células renais.

O grupo do Dr. Steinmaus apontou que o norte do Chile é um dos melhores lugares do mundo para investigar a carcinogenicidade de arsênio, em parte, por causa das altas exposições ao metal pesado e da disponibilidade de bons registros sobre as concentrações passadas de arsênio na água.

Eles observaram que vários fatores apoiam a viabilidade biológica de suas descobertas. Primeiro, o arsênio ingerido é uma causa bem estabelecida para o câncer de bexiga, a maioria dos quais é também um TCC. Em segundo lugar, o rim é a principal via de excreção para o arsênio, então, quase todo o arsênio ingerido atinge os rins.

"Com essas novas descobertas", concluíram os autores, "incluindo a evidência de uma dose-resposta, acreditamos que exista, agora, evidências suficientes em humanos de que o arsênico na água potável causa câncer da pelve renal e de ureter."

Fonte: Renal and Urology News

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Amamentar pode reduzir risco de câncer de mama

Segundo especialistas do Boston University School of Public Health, nos Estados Unidos, amamentar pode ajudar a reduzir os riscos de câncer de mama.

As conclusões foram feitas com base em uma pesquisa iniciada em 1995 com 59.000 mulheres afro-americanas. Durante os 14 anos em que os pesquisadores acompanharam essas mulheres, 318 desenvolveram câncer de mama negativo para receptores de estrógeno e progesterona, enquanto 457 desenvolveram câncer de mama com estrogênio positivo e receptores de progesterona.

Julie Palmer, autora da pesquisa, explica que dar à luz a dois ou mais filhos está ligado ao câncer de receptor de estrogênio e progesterona negativos em mulheres que não amamentaram. "Nossos resultados, juntamente com os resultados recentes de estudos de câncer de mama triplo negativo, sugerem que a amamentação pode reduzir o risco de desenvolver a forma mais agressiva de câncer de mama", diz Palmer.

O estudo foi publicado na revista especializada Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention.

Fonte: http://www.hebron.com.br/

domingo, 9 de março de 2014

Afinal, carne faz bem ou faz mal?


Um estudo recente publicado na revista Cell Metabolism associa o alto consumo de proteína animal (carne, leite e queijo) ao risco de morte por câncer. Esse risco seria comparável ao prejuízo do tabagismo à saúde.

O estudo observacional acompanhou aproximadamente 6.500 pessoas por 18 anos. Os malefícios da proteína em excesso só valeriam para quem tem entre 50 e 65 anos, para os mais velhos teria efeito protetor. A explicação estaria no hormônio do crescimento IGF-1, que tem sido relacionado à morte por câncer. Vieses da pesquisa:

1) Ela não detalha os cruzamentos da quantidade de proteína consumida pelos entrevistados com os demais componentes da dieta. Na atualidade já foram identificados 24 mil micronutrientes presentes em vegetais que teriam um efeito protetor contra o câncer. Uma alimentação balanceada poderia neutralizar as substâncias cancerígenas.

2) Não discrimina se a proteína ingerida veio de carne vermelha, peixe, frango ou mesmo queijo e leite.

3) Ainda, a diferença entre os hábitos alimentares dos americanos e dos brasileiros deve ser considerada.

4) Questão metodológica: por se tratar de um estudo observacional, ele não permitiria chegar a conclusões de causa, nem a números absolutos.

Minhas observações:

1) A proteína presente na carne é composta por aminoácidos. Em nosso corpo, os aminoácidos podem ser metabolizados para aminas biogênicas. Na presença de nitritos, (usados para conservar a carne, se não for carne fresca), essas aminas geram nitrosaminas, substâncias cancerígenas. O ferro presente na carne é capaz de aumentar ainda mais a taxa de formação de nitrosaminas a partir da amina da carne. Já a Vitamina C presente nos vegetais diminui a formação dela, assim como outros micronutrientes. A formação de nitrosaminas ocorre predominantemente no estômago e intestino, e a relação com o câncer de estômago já está bem elucidada.

2) Os malefícios da carne vermelha e do frango estão muito mais ligados ao modo de preparo. Um estudo da Universidade de Illinois (EUA) descobriu que métodos de preparo que criam uma crosta (bordas crocantes de carnes preparadas a altas temperaturas) produzem proteínas chamadas “produtos de glicação avançada” (AGE); vale lembrar que as crostas de carboidratos também formam acrilamida (também é produzida pela Reação de Maillard) que levam à formação de AGEs. Esses AGEs por sua vez favorecem um estado pró-inflamatório no corpo, favorecendo doenças que possuem na sua fisiopatologia um processo inflamatório. Além disso, esse “tostadinho” da carne e dos carboidratos, leva a formação de aminas heterocíclicas (AH), hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) e acrilamida. A formação das AH ocorre pela pirólise de certos aminoácidos, entre os quais triptofano, lisina, ácido glutâmico e fenilalanina, ou pela reação entre creatina e os AGES. Atualmente vem sendo analisada a correlação entre a ingestão de AH e a incidência de câncer de mama, cólon e próstata. Em animais, as AH provocam neoplasias malignas em glândulas mamárias, próstata, pulmão, cólon, pele, pâncreas, bexiga e fígado. Já os HPA são gerados principalmente em processos de combustão e pirólise de matérias orgânicas (nesse caso a carne), constituindo um grupo considerado altamente carcinogênico ou genotóxico. Durante o processo de assar a carne na brasa, a gordura é pirolisada pela ação da chama direta na carne, assim como pelo calor do carvão, gerando os HAP cancerígenos.

3) Métodos mais tradicionais de se fazer carne, como carne refogada ou ensopada, não carregam esse risco.

4) O estudo fala de consumo excessivo de proteína animal. Bem, quem tem consumo excessivo de qualquer grupo alimentar que seja, provavelmente não segue uma dieta equilibrada e supervisionada por nutricionista. Existe um grande viés. Pode ser que estes que consomem em excesso, também tenham hábitos de vida não-salutares: sedentarismo, tabagismo, etilismo não-social, baixo consumo de vegetais, carboidratos refinados, gordura trans. Já aqueles que retiram proteína animal da dieta, geralmente possuem hábitos de vida mais salutares. E como foi um estudo observacional esses vieses não foram analisados.

5) A associação de que carne causaria câncer começou na década de 70 com o Dr. Ernest Wynder. Ele alegava que existia uma relação direta (conexão causal) entre o consumo de gordura animal e incidência de câncer de cólon. Se alguém examinar detalhadamente o estudo, perceberá que ele se referia à carne processada (embutidos) e não à carne natural.

6) Alguns dos povos mais longevos do planeta têm como base da dieta, carnes. Não a carne industrializada, processada, mas sim a carne de gados e aves não-confinados. A composição nutricional dessa carne é diferente.

Fontes:

1) LEVINE, M, et al. Low Protein Intake Is Associated with a Major Reduction in IGF-1, Cancer, and Overall Mortality in the 65 and Younger but Not Older Population . Cell Metabolism. Vol. 19, N. 03, p.p 407-417, Março/2014.
Disponível em: http://www.cell.com/cell-metabolism/fulltext/S1550-4131(14)00062-X

2) MARQUES, Anne y Castro; VALENTE, Tessa Bitencourt and ROSA, Cláudia Severo da. Formação de toxinas durante o processamento de alimentos e as possíveis conseqüências para o organismo humano. Rev. Nutr. Vol. 22, N. 02 pp. 283-293, 2009.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Diagnósticos de câncer de tireoide em hospital referência de SP aumentam dez vezes em 20 anos


O número de casos de pacientes com câncer de tireoide é dez vezes superior ao registrado há 20 anos no Hospital A.C.Camargo. Em 1992, a unidade, localizada na capital paulista, tratou 34 pacientes. Este ano, o número chegou a 350. O hospital é referência mundial em ensino, pesquisa e tratamento de câncer.
De acordo com José Magrin, cirurgião de cabeça e pescoço da unidade, as razões para o aumento ainda estão sendo estudadas. Para ele, o maior acesso a exames capazes de detectar precocemente o câncer da tireoide podem explicar esse crescimento. Além disso, o maior contato com irradiação pode ter ajudado a elevar a incidência desse tipo de câncer nos últimos anos. “Nós estamos mais expostos às irradiações presentes no nosso dia a dia”, disse.
Outro levantamento feito no estado de São Paulo, com 66 hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e cinco particulares ou filantrópicos, também mostrou que o número de casos da doença cresceu. Segundo a Fundação Oncocentro de São Paulo (FospOSP), em 2000, foram registrados 301 casos (238 mulheres e 63 homens) e, em 2010, o número saltou para 954 (763 mulheres e 191 homens).
A doença é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres. A pesquisa da Fosp revelou que, dos 1,2 mil casos registrados anualmente na capital paulista, mil foram diagnosticados em pessoas do sexo feminino. Segundo José Magrin, as causas da prevalência entre mulheres ainda estão sendo estudadas, mas há suspeitas de que isso possa estar relacionado ao tipo hormonal feminino.
Um dos sintomas da doença na mulher é o crescimento do nódulo da tireoide. “[Ele] cresce lentamente e é indolor, mas, às vezes, pode haver dor”, disse o médico. No caso de tumores mais agressivos, as pacientes se queixam de rouquidão ou mudança no timbre de voz que não desaparece com o tempo, dificuldade para respirar e para engolir e tosse consistente.
Magrin destacou a importância de prestar atenção a esses sinais, já que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura, que chegam a 97% nesses casos. Para detectar o nódulo, é feito um ultrassom. Quando há suspeita da doença, o paciente é submetido a uma biópsia.
O tratamento do câncer de tireoide envolve a cirurgia de retirada do nódulo e uma complementação, feita pela ingestão de iodo radioativo. “A pessoa ingere e fica internada por dois dias e depois vai embora. Isso tem a finalidade de destruir possíveis células malignas da tireoide que restaram após a cirurgia”, disse o cirurgião.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/10/25/diagnosticos-de-cancer-de-tireoide-em-hospital-referencia-de-sp-aumentam-dez-vezes-em-20-anos/

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Homens correm mais riscos de morrerem de câncer

As probabilidades de a maioria dos cânceres causarem a morte em pacientes homens são maiores do que as chances de ocorrerem mortes em mulheres.

Pesquisadores do órgão americano National Cancer Institute desenvolveram um estudo com base em dados de sobrevivência de 36 cânceres de acordo com o sexo e a idade dos pacientes.

Os resultados do estudo mostram que os cânceres que tinham uma maior quantidade de mortalidade de homens do que de mulheres são os de lábio (5,51 para 1), laringe (5,37 para 1), hipofaringe (4,47 para 1), esôfago (4,08 para 1), e bexiga (3,36 para 1).

Outros resultados mostram que os cânceres que têm altas taxas de mortalidade oferecem maiores riscos para homens do que para mulheres. Porém, em outros tipos de câncer as diferenças nas chances de sobrevivência entre os gêneros são pequenas.

O pesquisador Michael B. Cook afirma que a pesquisa “sugere que o principal fator levando à maior freqüência de mortes por câncer em homens é a maior frequência de diagnósticos de câncer, e não (menores chances) de sobrevivência uma vez que o câncer ocorre”. “Se nós pudermos identificar as causas dessas diferenças de gênero na incidência do câncer então nós podemos tomar ações preventivas para reduzir o fardo do câncer em ambos homens e mulheres”, completa Cook.

A pesquisa foi publicada no periódico Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention.

Fonte: www.hebron.com.br

terça-feira, 15 de março de 2011

Entenda os riscos para a saúde de um desastre nuclear como o de Fukushima

Após uma terceira explosão em um de seus reatores nucleares, a usina da Fukushima Daiichi, no Japão, começou a deixar escapar radiação em níveis que se aproximam do preocupante, alertaram nesta terça-feira as autoridades japonesas.

Leia a seguir sobre a seriedade do incidente nuclear e o risco destes vazamentos para a saúde no Japão e nos países vizinhos.

Qual é a escala do vazamento de material radioativo?

O governo japonês afirmou que os níveis de radiação após as explosões na usina de Fukushima podem afetar a saúde humana. Foram detectados níveis de radiação mais altos ao sul da instalação. Moradores que vivem em um raio de 30 km da usina foram aconselhados a deixar suas residências ou permanecer em casa a portas fechadas para evitar exposição. Em Tóquio, os níveis estariam acima do normal, mas sem apresentar riscos à saúde. Na segunda-feira, as autoridades em Fukushima haviam informado que 190 pessoas foram expostas a radiação e um navio militar americano, o porta-aviões USS Ronald Reagan, havia detectado baixos níveis de radiação a uma distância de 160 km da usina de Fukushima.

O vazamento pode se espalhar para os países vizinhos?

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) descreveu o vazamento como um evento de nível quatro em uma escala internacional, o que significa um incidente "com consequências locais". Na Rússia, por exemplo, não foram detectados níveis anormais de radiação e por ora o problema não representa um problema para outras partes do mundo.

Que tipo de material radioativo escapou?

As informações são de que houve vazamento de isótopos de césio e iodo nas redondezas da usina. Especialistas dizem que seria natural haver também um escape de isótopos de nitrogênio e argônio. Mas não há evidências de que tenham escapado plutônio ou urânio.

Qual é o risco destas substâncias radioativas para a saúde?

Em um primeiro momento, a exposição a níveis moderados de radiação pode resultar em náusea, vômito, diarreia, dor de cabeça e febre. Em altos níveis, essa exposição pode incluir também danos possivelmente fatais aos órgãos internos do corpo. No longo prazo, o maior risco do iodo radioativo é o câncer, e as crianças são potencialmente mais vulneráveis. A explicação para isso é que, nas crianças, as células estão se multiplicando e reproduzindo mais rapidamente os efeitos da radiação. O desastre de Chernobyl, em 1986, resultou em um aumento de casos de câncer de tireóide (região em que o iodo radioativo absorvido pelo corpo tende a se concentrar) na população infantil da vizinhança da usina.

Há prevenção e tratamento?

Sim, é possível prevenir o problema com pastilhas de iodo não-radioativo, porque o corpo não absorve iodo da atmosfera se já estiver "satisfeito" com todo o iodo de que necessita. Especialistas dizem que a dieta dos japoneses já é rica em iodo, o que ajuda na prevenção. Césio, urânio e plutônio radioativos são prejudiciais, mas não atacam nenhum órgão do corpo em particular. O nitrogênio radioativo se dissipa em segundos após a sua liberação, e o argônio não apresenta riscos para a saúde.

Como se deu o vazamento do material radioativo?

A usina de Fukushima teve problemas com o sistema de resfriamento de seus reatores, que superaqueceram. A produção de vapor gerou um acúmulo de pressão dentro do reator e a consequente liberação de pequenas quantidades de vapor. Para especialistas, a presença de vapores de césio e iodo – que resultam do processo de fissão nuclear – sugere que o invólucro de metal que guarda alguns dos bastões de combustível pode ter se quebrado ou fundido. Mas o combustível de urânio em si tem um altíssimo ponto de fusão e é improvável que tenha se liquefeito, e ainda mais improvável que tenha se convertido em vapor.

De que outras formas pode haver vazamento?

Como plano de contingência, os técnicos estão usando água do mar para resfriar os reatores. Na passagem pelo reator, esta água é contaminada. Ainda não está claro se o líquido ou parte dele foi liberado na natureza.

Quanto tempo vai durar a contaminação?

O iodo radioativo se dissipa rapidamente e a estimativa é de que a maior parte terá se dissipado em um mês. O césio radioativo não permanece no corpo por muito tempo – a maior parte terá saído em um ano. Entretanto, a substância fica no ambiente e pode continuar a representar um risco por muitos anos.

Pode haver um desastre nos moldes de Chernobyl?

Especialistas dizem que essa possibilidade é improvável. As explosões ocorreram do lado de fora do compartimento de aço e concreto que envolve os reatores, que aparentemente permanecem sólidos. Foram danificados apenas o teto e os muros erigidos ao redor dos compartimentos de proteção. No caso de Chernobyl, a explosão expôs o núcleo do reator ao ar. Por vários dias, seguiu-se um incêndio que lançou na atmosfera nuvens de fumaça carregadas de conteúdo radioativo.

Pode haver uma explosão nuclear?

Não. Uma bomba nuclear e um reator nuclear são coisas diferentes.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/bbc/2011/03/15/entenda-os-riscos-para-a-saude-de-um-desastre-nuclear-como-o-de-fukushima.jhtm


Efeitos da radiação variam de acordo com a quantidade e com os órgãos atingidos

Câncer, hemorragia, problemas digestivos, infecções ou doenças autoimunes: o impacto da radiação nuclear, potencialmente devastador, varia dependendo da dosagem.

Em grandes doses, existe uma relação direta entre a quantidade de radiação recebida e a patologia induzida. As contaminações brutais, como aquelas provocadas pelas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, podem causar problemas durante décadas.

Os efeitos biológicos variam também segundo a natureza da radiação e os órgãos atingidos (ovários ou testículos são considerados 20 vezes mais sensíveis do que a pele) pelo câncer ou pela via de absorção (oral ou cutânea) e a suscetibilidade individual (capacidade de reparar o DNA).

No Japão, nuvens invisíveis carregadas de elementos radioativos (iodo, césio) são expelidas pela usina nuclear danificada de Fukushima e se deslocam em função da meteorologia e do vento.

Para a população, exposta a uma contaminação por tais dejetos radioativos, o principal perigo é o de desenvolver câncer (leucemia, pulmonar, cólon...) com "um risco proporcional à dose recebida", destacou Patrick Gourmelon, diretor da radioproteção do homem no Instituto francês de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN).

As distribuições de pastilhas de iodo têm como objetivo combater o câncer de tireoide, principalmente entre a população jovem (bebês, crianças, adolescentes, mulheres grávidas e assim por diante...). A finalidade é saturar a tireoide para evitar que o iodo radioativo se fixe na glândula.

Quanto ao césio 137 inalado, o organismo leva cerca de dois anos para o eliminar, mas ele persiste por décadas no meio ambiente, segundo Gourmelon.

"Atualmente, não há uma medida particular a ser tomada pelos habitantes de Tóquio", informou nesta terça-feira a professora Agnès Buzyn, hematologista do IRSN, desaconselhando o uso prematuro de pastilhas de iodo.

"Há um impacto ambiental e possivelmente na saúde das pessoas que habitam as redondezas da central", estimou a especialista, ainda que, por ora, a zona de evacuação de 20/30 km lhe pareça "suficiente".

"As pessoas que receberam doses fracas correm o risco de desenvolver cânceres (leucemia, pulmonar, cólon, esôfago, mama...), como foi em Hiroshima", notou Gourmelon.

"Estamos falando de doses fracas, abaixo dos 100 milisieverts (mSv)", acrescentou.

As doses de risco são calculadas e expressas em sievert (Sv) para câncer. A exposição máxima à radioativdade artificial admitida para o grande público é de um milisievert (mSv) por ano.

Além dos 100 mSv, o risco de câncer aumenta em 5,5% por sievert adicional, de acordo com a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (CIPR), informou o professor Yves-Sébastien Cordoliani, especialista em radioproteção da companhia francesa de radiologia. No entanto, as "taxas" e o caráter homogêneo ou não da irradiação intervêm na avaliação do risco acidental.

"60 anos após as explosões das bombas atômicas no Japão, ainda há um leve excesso de câncer entre a população contaminada", revelou o professor Cordoliani. O pico de casos de leucemia foi registrado sete anos após Hiroshima, informou.

Em caso de um acidente, a irradiação pode atingir vários sieverts em pessoas próximas ao reator.

Quando há uma grande exposição a irradiação, as células da medula óssea, que fabricam os glóbulos vermelhos e brancos e as plaquetas sanguíneas, podem ser destruídas e a pessoa morre. As células do tubo digestivo são também muito sensíveis à radiação, segundo especialistas. Sem tratamento, um nível de 6 Sv de exposição é letal.

As consequências das doses baixas são pouco conhecidas. Elas podem influenciar no desenvolvimento de cataratas, um risco monitorado por profissionais de saúde expostos a radiologia (como cardiologistas, por exemplo).

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2011/03/15/efeitos-da-radiacao-variam-de-acordo-com-a-quantidade-e-com-os-orgaos-atingidos.jhtm?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Da série "O paciente quer saber": Níveis de vitamina D, qual o recomendado?

A nutrologia/nutrição está em constante evolução, sendo necessária uma busca contínua por novos dados, especialmente que nos respaldem com relação ao manejo diagnóstico e terapêutico da vitamina D. 

Na última década, um interesse especial vem sendo notado em relação à deficiência de vitamina D em razão de sua alta prevalência e correlação com aumento de mortalidade geral, incluindo pacientes com câncer e diabetes e à sua associação com diversas doenças além do contexto ósseo, como obesidade, síndrome metabólica, função muscular, não só em idosos (sarcopenia), como em jovens e atletas de alto rendimento, doenças relacionadas a autoimunidade, câncer, asma, fertilidade e gravidez/lactação, por exemplo. 

Recentemente a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) publicou um Consenso sobre Vitamina D, porém há outros guidelines que norteiam a prática clínica dos médicos brasileiros e nutricionistas. 

Inúmeras são as funções da Vitamina D em nosso corpo, mas poucos estudos mostram benefícios além da saúde óssea. É um pró-hormônio, produzido a partir da ação dos raios UVB sobre a nossa pele. Também pode ser encontrada em alimentos como óleos de salmão, atum e sardinha, gema de ovo, fígado, leite, iogurte e queijos, porém em quantidade pequena.  

Função: É fundamental na homeostase do cálcio e fósforo e, logo, na saúde óssea. Seus baixos níveis no sangue estão associados ao aumento de quedas, fraturas e mortalidade geral.  Na maioria dos casos os pacientes podem ser assintomáticos ou seja, não sentirem nada. Quando os sintomas aparecem é importante ficar atento à fadiga, fraqueza muscular e dor crônica.

Com isso, muitos nos perguntam: qual o nível ideal de vitamina D? A resposta não é tão simples quanto se parece e muito menos existe consenso na literatura sobre isso. 

Há muita informação equivocada na internet e com isso os pacientes acabam se autosuplementando, o que é um grande risco. 

Há 15 anos pouco se sabia sobre os efeitos extra-ósseos da vitamina D. Portanto o recomendado era que o valor da 25-OH-Vitamina D ficasse acima de 30ng/ml.

Recentemente a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) publicou em seu site a mudança do valor de referência. Segundo a nota, até então o valor normal era acima de 30 ng/m, mas agora estão sendo aceitos valores a partir de 20 ng/mL. No mesmo comunicado dosagens de 20 a 30 ng/mL não necessitam de reposição da vitamina.

O Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, em uma nota no site, informou que os valores de normalidade da Vitamina D vêm sendo discutidos há algum tempo pelas Sociedades. Esse valor de referência de 30 ng/mL havia sido proposto pela Endocrine Society. O posicionamento do Departamento após a alteração é de que:
  • Maior do que 20 ng/mL é o desejável para população geral saudável;
  • Entre 30 e 60 ng/mL é o recomendado para grupos de risco como idosos, gestantes, pacientes com osteomalácia, raquitismos, osteoporose, hiperparatireoidismo secundário, doenças inflamatórias, doenças autoimunes e renal crônica e pré-bariátricos;
  • Entre 10 e 20 ng/mL é considerado baixo com risco de aumentar remodelação óssea e, com isso, perda de massa óssea, além do risco de osteoporose e fraturas;
  • Menor do que 10 ng/mL muito baixa e com risco de evoluir com defeito na mineralização óssea, que é a osteomalácia, e raquitismo. Os pacientes, nestes casos, apresentam dor óssea, fraqueza muscular e podem ter fraturas; 
  • Acima de 100 ng/mL é considerado elevado com risco de hipercalcemia (quando a quantidade de cálcio no sangue é maior do que o normal) e intoxicação.
O que nós seguimos: A recomendação da ABRAN, no qual o seu consenso foi elaborado por um grupo de especialistas da própria sociedade. 

Em 2020 publicaram uma nova diretriz com base em uma revisão extensa e crítica da literatura atual, em relação ao manejo diagnóstico, preventivo e terapêutico acerca da deficiência e do uso da vitamina D na prática clínica. Que pode ser acessado em:


Segundo a revisão da ABRAN, McKenna et al, corroborados por Pedrosa et al, consideraram, para uma
excelente função neuromuscular, níveis de 25-OH-Vit D > 40ng/mL como ótimos/desejáveis.

Mas devemos ficar atento aos grupos de risco para déficit de vitamina D. O rastreio deve ser feito principalmente neles e não de forma universal.



Desde 2007, após a publicação de Holick (um dos maiores pesquisadores de vitamina D do mundo), consideravam-se como deficiência níveis séricos de 25-OH-Vit D < 20 ng/mL e como insuficiência níveis de 21 a 29 ng/mL, dados corroborados pela Endocrine Society e pelo consenso da SBEM.

Segundo o documento brasileiro, “concentrações de 25-OH-Vit D acima de 30 ng/mL são desejáveis e devem ser as metas para populações de maior risco.

No entanto, como já citado acima, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) publicou em seu site a mudança do valor de referência. Isso foi discutido em conjunto com a SBEM, emitiram um novo posicionamento, no qual se discute a mudança dos critérios para diagnóstico, estabelecendo que para indivíduos “saudáveis” os níveis ideais seriam > 20 ng/mL.

De 30 a 60 ng/mL é considerado para grupos de risco: indivíduos com quedas ou fraturas recorrentes, > 60 anos, gestantes e lactantes, com sarcopenia, raquitismo, osteomalácia, osteoporose e hiperparatireoidismo secundário, candidatos à cirurgia bariátrica, com doença inflamatória, autoimune e renal, obesidade, diabetes e câncer.

Os autores desse posicionamento consideraram ainda que apenas em níveis de 25-OH-Vit D < 10 ng/mL ou de 10 a 20 ng/mL haveria maior risco de remodelação óssea, promovendo maior risco de osteoporose, quedas e fraturas, justificando então a suplementação de vitamina D. 

Segundo o consenso da ABRAN

Um estudo brasileiro com 132 pacientes em Minas Gerais encontrou 42% dos indivíduos “saudáveis,” insuficientes em 25-OH-Vit D e com elevação significativa de níveis de telopeptídeo C-terminal (CTx) sérico, indicando intensa remodelação óssea mesmo com níveis de vitamina D entre 20 e 30 ng/mL (r ¼- 0,29; p ¼ 0,038),corroborado pelo estudo de Tangpricha et al.

Estudo recente de mortalidade cardiovascular, envolvendo 4.000 indivíduos, evidenciou redução de mortes para níveis de 25-OH-Vit D > 40 ng/mL em comparação a níveis inferiores a 17 ng/mL em um seguimento médio de 12 anos.

Para atletas e indivíduos que buscam performance/hipertrofia envolvidos em treinamentos de força, os níveis ótimos de vitamina D têm sido considerados > 40 ng/mL em diversos estudos, com atenção especial a atletas de treinamento indoor, como praticantes de ginástica, lutas e treino de
força. 

Quanto ao câncer, verifica-se 50% menor risco para câncer colorretal com níveis de 25-OH-Vit D > 33 ng/mL quando comparados a Vitamina D de  12 ng/mL, assim como em mulheres com níveis > 40 ng/mL, que apresentaram 67% menos risco para câncer em comparação a níveis < 20 ng/mL.

Esses, entre diversos outros recentes estudos publicados, demonstram o quão complexa é a situação de se definirem novos pontos de corte para níveis adequados de vitamina D em pessoas supostamente saudáveis, mas que buscam prevenção para doenças metabólicas e autoimunes e câncer ao longo da vida. 

Nesse contexto, tendo em vista as diversas novas evidências de benefícios de níveis mais elevados de 25-OH-Vit D, incluindo alvos > 40 ng/mL, como em atletas de alto rendimento, desportistas saudáveis, e na prevenção de doenças crônicas, como autoimunes e câncer, o posicionamento da ABRAN é mostrado na tabela abaixo, adaptada para fins de diagnóstico e indicações de suplementação ante o benefício já conhecido.


Portanto, o diagnóstico deve ser buscado na população de alto risco, mas não se esquecendo de atletas, indivíduos saudáveis que buscam melhora da performance, da prevenção de câncer e doenças autoimunes, em que se objetivam níveis séricos  > 30 a 40 ng/mL pelo menos; 

Medidas preventivas como ajustes nutricionais, maior prática de exercício físico, incluindo atividades ao ar livre e maior exposição solar (não existindo contraindicações dermatológicas) devem ser amplamente estimuladas na população geral.

O diagnóstico deve ser estabelecido pela dosagem sanguínea de25-OH-Vit D, e o tratamento ideal é a suplementação da vitamina D 3, na forma oral, em cápsulas ou comprimidos, em uso diário ou semanal, conforme cada caso. 

O  posicionamento da ABRAN corrobora a opinião da Endocrine Society em buscar níveis de acima de 30 ng/mL,claramente associados à redução de quedas, fraturas e morbidade, além dos diversos benefícios extraósseos demonstrados recentemente na literatura. 

Atenção especial deve ser dada a gestantes, lactantes, obesos e pacientes submetidos a cirurgia bariátrica. 

Novos estudos com maior tempo de seguimento e randomizados, com doses mais elevadas diárias e em pacientes insuficientes de vitamina D são necessários para maior elucidação dos riscos/benefícios da suplementação de vitamina D em diversas situações de interesse clínico recente, especialmente relacionadas às ações extraesqueléticas da vitamina D.

Nós, contraindicamos a autosuplementação de vitamina D e o rastreio universal. 

Autores:
Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo 
Dr. Leandro Houat - Médico especialista em Medicina de família e comunidade
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e profissional da educação física
Márcio José de Souza - Profissional de educação física e graduando em Nutrição

Referências:
  1. Filho, Durval & De Almeida, Carlos Alberto & Filho, Antônio. (2019). Posicionamento atual sobre vitamina D na prática clínica: Posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). International Journal of Nutrology. 12. 082-096. 10.1055/s-0040-1709661. 
  2. https://www.endocrino.org.br/vitamina-d-novos-valores-de-referencia/
  3. https://pebmed.com.br/vitamina-d-posicionamento-das-sociedades-brasileiras-sobre-os-novos-valores-de-referencia/
  4. Holick MF. Vitamin D deficiency. N Engl J Med 2007;357(03): 266–281.
  5. Maeda SS, Borba VZ, Camargo MB, et al; Brazilian Society of Endocrinology and Metabology (SBEM). Recommendations of the Brazilian Society of Endocrinology and Metabology (SBEM) for the diagnosis and treatment of hypovitaminosis D. Arq Bras Endocrinol Metabol 2014;58(05):411–433


    domingo, 21 de janeiro de 2018

    O microbioma intestinal — os microrganismos que colonizam o intestino — está surgindo como potencial "biomarcador" que pode prever a resposta à imunoterapia. E a descoberta de que as bactérias no intestino influenciam a resposta à imunoterapia abre possibilidades intrigantes de manipular o microbioma a fim de melhorar essas respostas.

    Artigos publicados anteriormente sugeriram que os pacientes que respondem à imunoterapia têm um microbioma intestinal enriquecido com certos microrganismos, bem como os novos trabalhos com resultados semelhantes, em uma série de artigos publicados no periódico Science.

    Estes estudos "demonstram que os pacientes podem ser estratificados em respondedores e não respondedores à imunoterapia com base na composição do microbioma intestinal deles, sugerindo que a microbiota deva ser considerada ao avaliar a intervenção terapêutica", comenta Christian Jobin, PhD, do Department of Infectious Disease and Immunology da University of Florida, em Gainesville, escrevendo em um artigo que acompanha os trabalhos.

    "Uma questão importante e clinicamente relevante é se a manipulação do microbioma intestinal poderia transformar os pacientes que estão sem resposta ao bloqueio do checkpoint imunológico em respondedores", acrescentou.

    Isso é de fato uma questão intrigante.

    Primeira autora de um dos estudos, a Dra. Jennifer Wargo, médica do MD Anderson Cancer Center, em Houston, no Texas, assinalou: "Você pode mudar o seu microbioma, realmente não é tão difícil, então nós pensamos que estes resultados abrem grandes novas oportunidades".

       Você pode mudar seu microbioma, não é realmente tão difícil Dra. Jennifer Wargo 
    O microbioma de uma pessoa é um fator de risco modificável que pode ser alvo de dietas, exercícios, uso de antibiótico ou probióticos, ou transplante de material fecal, comentou o principal coautor, Dr. Vancheswaran Gopalakrishnan, PhD, também do MD Anderson Cancer Center, em uma declaração à imprensa.

    Na verdade, esses pesquisadores já estão projetando um ensaio clínico que combina o bloqueio do checkpoint com a modulação do microbioma.


    Já existem bancos de fezes de pacientes fazendo imunoterapia
    Eles não estão sozinhos. Outro grupo, liderado pelo Dr. Thomas F. Gajewski, PhD, da University of Chicago, em Illinois, já está fazendo um banco de amostras de fezes de pacientes com câncer sendo tratados com imunoterapia. A equipe isola o(s) microrganismo(s) que conferem boa resposta.

    "Além disso, estamos no processo de organizar um ensaio clínico no qual a Bifidobacteria é administrada em cápsula junto com a terapia anti-PD-1 (morte de células antiprogramadas 1) no intuito de determinar se povoar a microflora intestinal com bacterias benéficas irá aumentar a resposta à terapia", disse o Dr. Gajewski ao Medscape.

    O estudo da University of Chicago mostrou que aqueles que responderam à imunoterapia para o tratamento de metástases de melanoma tinham uma microbiota intestinal abundante em oito espécies de bactéria.

    Este estudo foi feito com 42 pacientes tratados para melanoma metastático com anticorpos DP-1 ou com terapia anti-CTLA-4. A resposta clínica foi determinada a pela análise dos biomarcadores com cegamento. Dezesseis pacientes responderam à terapia e 26 não responderam. O índice de 38% de resposta está alinhado aos dados clínicos publicados sobre o anti-PD-1 na terapia das metástases de melanoma.

    As amostras das fezes dos pacientes, obtidas antes de iniciar o tratamento, tiveram a microflora analisada por meio do sequenciamento dos amplicons dos genes do RNA 16S ribossomal (rRNA). A equipe identificou unidades taxonômicas operacionais e pareou-as às sequências 16S do banco de dados do National Center for Biotechnology Information. Eles fizeram ainda um sequenciamento metagenômico shotgun utilizando a reação em cadeia da polimerase quantitativa específica da espécie para as espécies candidatas que tinham primers validados.

    Os respondedores à imunoterapia tinham microflora rica em Enterococcus faecium, Collinsella aerofaciens, Bifidobacterium adolescentis, Klebsiella pneumoniae, Veillonella parvula, Parabacteroides merdae, espécies de Lactobacillus e Bifidobacterium longum. Os não respondedores tinham uma microflora rica em Ruminococcus obeum e Roseburia intestinalis.


    Ao pontuar cada paciente para a microflora favorável e desfavorável, os pesquisadores observaram que a razão > 1,5 entre a microflora benéfica/não benéfica se correlacionou à resposta ao tratamento.

    A relação de causalidade foi determinada em um estudo murino. O material fecal de respondedores e de não respondedores foi transferido para camundongos livres de germes e demonstrou influenciar o crescimento tumoral em um modelo murino de melanoma: os tumores de crescimento mais rápido foram observados nos camundongos que receberam o material fecal dos não respondedores, e os tumores de crescimento mais lento foram observados nos camundongos que receberam o material fecal dos respondedores. Além disso, a terapia com o ligante anti-PD 1 (anti-PD-L1) só foi eficaz nos camundongos que receberam o material fecal dos respondedores, e foi ineficaz nos camundongos que receberam o material fecal de não respondedores.

    O pesquisador responsável Dr. Gajewski disse ao Medscape que, embora as respostas à imunoterapia antineoplásica tenham sido muito estimulantes, a realidade é que a maioria dos pacientes não responde a estes medicamentos.

    "Embora a resposta possa ser ditada pelas diferentes vias do câncer ou por genes herdados que regulam a resposta imunológica, do ponto de vista ambiental, a microflora intestinal está surgindo como uma faceta importante da regulação da resposta imunitária das pessoas", observou o pesquisador.

    "Como biomarcador de resposta à terapia, a microbiota intestinal parece atraente", disse o Dr. Gajewski. No entanto, o pesquisador reconheceu que estas observações precisam ser confirmadas em conjuntos de dados independentes.

    "Estamos montando prospectivamente um banco de fezes da maioria dos pacientes com câncer tratados com anti-PD-1 na nossa instituição", acrescentou.

    Outro estudo, outro grupo de bactérias
    O estudo do MD Anderson Cancer Center, que foi publicado pela primeira vez no ano passado, em um congresso, encontrou um grupo diferente de bactérias no microbioma intestinal dos respondedores à imunoterapia.

    Nesta análise, os respondedores eram ricos em espécies de Faecalibacterium e Bacteroides thetaiotaomicron e os não respondedores foram ricos em Escherichia coli.

    Esta equipe obteve de forma prospectiva amostras orais e fecais de 112 pacientes com melanoma metastático iniciando o tratamento com anti-PD-1. Os pesquisadores também fizeram um perfil taxonômico por sequenciamento do rRNA do gene 16S em todas as amostras fecais e orais.

    Os dados de 89 pacientes indicam que 54 eram respondedores e 35 eram não respondedores.

    Os pesquisadores mostraram que a microflora bucal ou oral não foi significativamente associada à resposta ao tratamento com anti-PD-1, mas houve associação com a microflora intestinal.

    Dos 30 pacientes que responderam à terapia, e dos 13 que não o fizeram, a sobrevida livre de progressão (SLP) da doença foi mais longa entre os pacientes que tinham maior diversidade de bactérias intestinais comparados aos que tinham diversidade baixa ou intermediária (a mediana de sobrevida livre de progressão da doença não foi alcançada no grupo de maior diversidade vs. sobrevida livre de progressão da doença de 232 dias e 188 dias, respectivamente).

    Antibióticos reduzem os benefícios clínicos
    Em um terceiro estudo os pesquisadores franceses liderados por Bertrand Routy, do Gustave Roussy Cancer Campus, em Villejuif (França), mostraram que os pacientes que tomaram antibióticos para tratar infecções durante a terapia contra o câncer tiveram resposta reduzida ao tratamento anti-PD-1. Resultados anteriores deste estudo foram apresentados em um congresso e  publicados na época pelo Medscape.

    Este estudo foi feito com pacientes com câncer do pulmão de células não pequenas (N = 140), carcinoma de células renais (N = 67) e carcinoma urotelial (N = 42) que receberam terapia com anti-PD-1 ou anti-PD-L1. Os antibióticos foram administrados para indicações comuns, como infecções dentárias, urinárias e pulmonares, nos dois meses anteriores ou no mês subsequente ao início da imunoterapia antineoplásica.


    A sobrevida livre de progressão da doença e a sobrevida global (SG) foram menores para os pacientes com exposição aos antibióticos em comparação com o grupo de pacientes em geral, ou o grupo de pacientes de cada tipo de tumor. Em todos os grupos de pacientes, a sobrevida global mediana foi de 20,6 meses para os que não receberam antibióticos vs. 11,5 meses para aqueles que receberam antibióticos (P < 0,001). Nos pacientes com câncer de pulmão, a sobrevida global mediana foi de 15,3 meses para os que não tomaram antibióticos vs. 8,3 meses para os que tomaram antibióticos (P = 0,001).

    Foi feita a determinação da microflora intestinal por meio de sequenciamento metagenômico shotgun para analisar mais de 20 milhões de leituras de sequências curtas de DNA por amostra, e compará-las a um catálogo de referência com 9,9 milhões de genes. Espécies metagenômicas correlacionadas às respostas foram apresentadas como "códigos de barras" para cada paciente. A Akkermansia muciniphila surgiu como as espécies mais presente nos pacientes com desfecho clínico favorável.

    "Os nossos resultados sugerem que o microbioma regula o ponto de ajuste câncer-imunitário dos pacientes com câncer, e oferece novas vias de manipulação do ecossistema intestinal a fim de contornar a resistência primária aos inibidores do checkpoint imunitário (ICI)", concluem os autores.

    Implicações para o tratamento com inibidores do checkpoint imunitário
    Em seu artigo insights, o Dr. Jobin se pergunta se estas conclusões sobre a relação entre o microbioma intestinal e a imunoterapia oncológica podem, por fim, "se traduzir em novos tratamentos".

    O pesquisador destaca o sucesso dos transplantes fecais em outra área: o transplante da microbiota fecal de dadores saudáveis forneceu um índice de resposta clínica de 90% em pacientes com infecção recorrente por Clostridium difficile, uma das principais causas de diarreia associada a uso de antibióticos.

    "Poderiam ser criadas comunidades microbianas sintéticas ser para otimizar as respostas dos pacientes à imunoterapia", sugere Dr. Jobin.

    No entanto, ele também observa que nenhuma espécie bacteriana universal definiu a resposta à terapia. Cada um dos três estudos publicados recentemente identificou um conjunto diferente de bactérias. Contudo, a divergência das observações pode estar relacionada com o tipo de câncer ou a população estudada, indicou o pesquisador.

    Dr. Gajewski também lembrou que o método de dividir os pacientes em respondedores e não respondedores diferiu entre os estudos, assim como os métodos de análise. "A comparação direta das espécies identificadas pelos estudos deve ser vista com cautela", disse.

    "Serão necessários estudos sobre os mecanismos detalhados por meio dos quais as bactérias reenergizam o microambiente imunológico tumoral para compreender este fenômeno em sua totalidade", concluiu o Dr. Jobin.

    Divulgações de conflitos de interesse de todos os pesquisadores podem ser encontradas nos artigos. Dr. Thomas F. Gajewski tem os seguintes conflitos de interesse: é membro do conselho consultivo das empresas para Roche-Genentech, Merck, Abbvie, Bayer, Aduro e Fog Pharma; recebe apoio de pesquisa das empresas Roche-Genentech, BMS, Merck, Incyte, Seattle Genetics e Ono; é sócio cofundador de Jounce Therapeutics; mantém uma licença com a Evelo; é detentor da patente 15/170,284 apresentado pela University of Chicago, que abrange o uso de microbiota para melhorar a imunoterapia no câncer.

    Artigo Original: Gut microbiome influences efficacy of PD-1–based immunotherapy against epithelial tumors, BERTRANDO, et al. Science, Jan, 18. p. 91-97

    Fonte: https://portugues.medscape.com/verartigo/6501951?faf=1&src=soc_fb_190117_mscpmrk_ptpost_bioma#vp_1

    segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

    Obesidade aumenta o risco de câncer

    Dados divulgados pelo Ministério da Saúde no relatório Saúde Brasil de 2010 apontam para um dado alarmante: 46,6% da população brasileira esta acima do peso. O excesso de gordura no corpo pode acarretar em doenças como diabetes, problemas cardíacos e surgimentos de cânceres.

    O câncer é a segunda maior causa de mortes no mundo. Só no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que a doença deva atingir cerca de um milhão de pessoas em 2011. Em 2010 o INCA, em parceria com o Fundo Mundial para Pesquisa contra o Câncer (WCRF), publicou o documento Polítcas e Ações para prevenção do Câncer no Brasil: Alimentação, Nutrição e Atividade Física, que concluiu que parte considerável desses casos poderiam ser evitados com o combate à obesidade.

    A alimentação balanceada, rica em frutas, verduras, cereais e carnes magras, associadas à atividades físicas, pode ajudar na prevenção do câncer. Por outro lado, uma alimentação rica em gorduras, alimentos industrializados, sal e álcool aumentam os riscos de desenvolver tumores.

    Fonte: http://www.hebron.com.br/

    quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

    Chá verde e chá branco

    Muito se fala sobre as propriedades funcionais do chá branco e verde, mas qual é a real diferença entre eles?

    Tanto o chá verde, quanto o chá branco são produzidos a partir de um processo químico de oxidação (incorretamente chamado de fermentação) das folhas de uma planta chamada Camelia Sinensis.

    Entretanto, a diferença entre esses dois chás é que o branco é colhido quando as folhas ainda estão bem jovens, ou seja, o que distingue um chá do outro é quando as folhas da planta são colhidas.

    As pesquisas indicam que o chá branco, por ter folhas mais jovens, possui maior concentração de catequinas, que são as principais substâncias ativas do chá branco e do chá verde.

    Além disso, os estudos comprovam que essas catequinas do chá branco são mais ativas que as catequinas de outros chás. Portanto, acredita-se que, por apresentarem maior concentração de catequinas, seu efeito é mais potente. Porém, vale ressaltar que os estudos sobre o consumo de chá branco em humanos são escassos.

    A maior parte dos estudos descrevem fitoquímicos presentes no Chá verde. Como já foi dito acima, consiste em um produto obtido a partir da planta Camellia sinensis, contém mais de 200 compostos, em que os mais conhecidos e mais abundantes são os polifenóis. Estes incluem:
    • Epicatequinas (EC),
    • Epigalocatequinas (EGC),
    • Epicatequina-3-galato (ECG),
    • Epigalocatequina-3-galato (EGCG)
    Os polifenóis do chá verde podem desempenhar efeitos benéficos em várias condições clínicas, sendo que as mais estudadas e caracterizadas estão relacionadas ao câncer, sobrepeso/obesidade e doença cardiovascular.
    As catequinas presentes nos chás obtidos da Camelia Sinensis são consideradas potentes antioxidantes e antiinflamatórios, pois inibem a ativação do fator NF-kB, que é um ativador da inflamação. Por isso, o consumo regular de chá verde oferece diversos efeitos protetores ao organismo, devido à redução do processo inflamatório de uma maneira geral.

    Os estudos indicam que o consumo ideal de chá verde para garantir os benefícios das catequinas é de 4 a 5 xícaras ao dia. Porém, é importante lembrar que ele nunca deve ser reaquecido.

    Ação anti-cancerígena do chá verde

    Muitos estudos sugerem que o consumo de chá verde está relacionado com a diminuição do risco de diversos tipos de cânceres.

    Uma meta-análise publicada em 2006 que avaliou estudos epidemiológicos encontrou que o consumo elevado do chá verde (> 5 xícaras/dia) foi associado com uma redução de 20% no risco de câncer de mama (risco relativo = 0,78, 95% intervalo de confiança [IC], 0,61 a 0,98).

    Outra meta-análise também publicada em 2006 encontrou que o alto consumo de chá verde foi associado com uma redução de 18% no risco de câncer colorretal (risco relativo = 0,82; 95% IC, 0,69-0,98).

    Outros estudos avaliaram a relação entre o chá verde e câncer de próstata. Um estudo científico controlado acompanhou 60 pacientes com neoplasia intraepitelial prostática de alto grau (NIP, lesão benigna). Os pacientes foram agrupados de forma aleatória para receber durante um ano o extrato de catequinas do chá verde (200 mg, 3x/dia) ou placebo. Trinta por cento dos pacientes do grupo placebo (n=9) evoluíram para o câncer de próstata, enquanto que no grupo chá verde foi de apenas 3% (n=1). Um estudo epidemiológico com cerca de 50.000 homens japoneses mostrou uma relação dose-dependente entre o consumo de chá verde e redução no risco de câncer de próstata avançado.

    Ação no Sobrepeso/Obesidade

    Estudos clínicos têm analisado o efeito do chá verde na perda e na manutenção do peso. Um estudo duplo-cego e controlado comparou os efeitos da ingestão do extrato de chá verde em 240 adultos japoneses obesos.

    Os resultados mostraram que o grupo tratado apresentou redução significativa no peso corporal, índice de massa corporal, massa gorda e circunferência da cintura e do quadril (p < 0,05).

    Ação nas  doenças cardiovasculares

    Estudos epidemiológicos sugerem que a ingestão de chá verde está associada a um menor risco de doenças cardiovasculares.

    Um estudo de coorte prospectivo com mais de 40.000 adultos japoneses mostrou que o consumo de chá verde foi inversamente associado com a mortalidade por doença cardiovascular. As mulheres que consumiram cinco ou mais xícaras/dia apresentaram 31% menos mortalidade por doença cardiovascular.

    Um estudo duplo-cego randomizado controlado por placebo com 240 adultos chineses com hipercolesterolemia leve a moderada analisou a suplementação diária do extrato de chá-verde enriquecido com teaflavina. O grupo suplementado apresentou redução de 16,4% nos níveis de LDL (lipoproteína de baixa densidade) e em 11,3% nos níveis de colesterol total em comparação com o grupo placebo.


    Obs: Muitos pacientes me perguntam:
    1) Dr, como preparo o chá verde?
    2) Dr, o chá verde em saquinho tem efeito ??
    3) Dr, qual é melhor , cápsula de chá verde ou o chá in natura ?

    Bem, vamos por partes.
    1 - Preparo do chá

    Tem gente que é leiga e não sabe o que está falando quando afirma que o chá tem q ser feito em infusão. Tem estudos mostrando que infusão por até 10 minutos e manutenção em geladeira por até 24h não ocasiona perda dos polifenóis e catequinas. Portanto vai aí a dica pra preparar um chá verde saboroso:
    1 colher de sobremesa de chá verde ( +- 10g)
    1 litro de água filtrada
    1 rama de canela ou erva doce

    Ferver de preferência em uma chaleira por no mínimo 5 minutos, até no máximo 10 minutos. Se for possível mexer com uma colher de pau.
    Desligar o fogo, esperar esfriar um pouco e começar a tomar. Pode ser armazenado na geladeira por até 24 horas. Mas geralmente indo o seguinte: fazer cedo e tomar até as 14:00.
    Atenção, evite de ingeri-lo próximo às refeições ou após pois os polifenóis impedem a absorção de cálcio, magnésio, ferro e zinco.

    Para ler mais sobre o preparo: http://www.scielo.br/pdf/cta/v30s1/29.pdf

    2 - Chá verde em sachê

    Eu prefiro comprar o chá verde orgânico da mãe terra, a quantidade de chá verde no sachê é pouca, portanto faz-se necessário utilizar vários sachês.

    3 - Cápsulas (extrato) ou in natura

    Existem estudos comparativos e cada um tem suas vantagens. A cápsula tem a questão da comodidade, praticidade, porém o chá in natura (quando adicionado outras ervas ou sucos) pode ser saboroso e uma forma de aumentar a ingestão de água (algo muito comum entre meus pacientes, principalmente mulheres). Portanto estimulo o uso do chá in natura.

    Apenas a título de curiosidade:
    • Obesidade: o chá in natura tem efeito maior que o extrato, mas o efeito no índice de massa corpórea (IMC) é igual para os dois.
    • A pressão arterial diastólica reduziu nos dois.
    • Triglicerídeos reduziram com o chá in natura e não reduziram tanto com o extrato.

    Dr. Frederico Lobo

    Obs: Para ler mais sobre Antioxidantes no blog, veja o post: http://www.ecologiamedica.net/2010/11/antioxidantes.html

    segunda-feira, 11 de abril de 2011

    Saúde física afeta prognóstico de câncer de mama

    Mulheres que sofrem de câncer de mama ou que já conseguiram vencer a doença devem tomar cuidados extras com sua saúde.

    Estar acima do peso, sedentarismo, pressão alta, diabetes e atrite são alguns dos fatores que comprometem a saúde física da pessoa.

    Uma nova pesquisa afirma que mulheres que não são saudáveis correm mais riscos de não sobreviverem à doença ou terem que lutar contra uma recorrência do câncer.

    Cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) analisaram dados de 9.387 casos de sobreviventes de câncer de mama em estágio inicial para ver como esses fatores afetam a doença. Eles descobriram que em mulheres que já haviam vencido o câncer de mama, mas tinham uma saúde ruim, as chances de haver uma recorrência ou o surgimento de um novo câncer eram de 27%.

    Os pesquisadores descobriram também que o risco de morte (por qualquer motivo) aumentava em 65% em mulheres com saúde ruim.

    A pesquisa foi apresentada na reunião anual da American Association for Cancer Research.

    Fonte: Bom dia doutor

    segunda-feira, 19 de setembro de 2011

    Um quarto dos pacientes portadores de câncer de testículo usa maconha, diz estudo

    Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) fez um levantamento entre pacientes com câncer no testículo e descobriu que um quarto deles usa ou usava maconha com regularidade. Os pesquisadores ouviram cem pessoas, com idade média em torno dos 30 anos.

    “O uso crônico de maconha favorece a alteração hormonal”, disse Daniel Abe, urologista do Icesp, órgão que é ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP. “Uma alteração desse eixo hormonal pode favorecer a formação de tumores”, relacionou o médico.

    Entre os hormônios afetados, estão o FSH e o LH, que controlam o funcionamento dos testículos, e a testosterona, que é produzida por eles.

    Pesquisas anteriores feitas nos Estados Unidos também sugerem relação entre o uso da droga e o surgimento da doença. Os estudos chegaram a essa conclusão depois de comparar hábitos e características de pacientes com câncer aos de homens saudáveis do grupo controle.

    Os dados estatísticos mostram que os usuários de maconha estão mais propensos a tumores, especialmente aos não seminoma – um tipo agressivo de tumor no testículo. Os autores indicam ainda que é preciso avançar nos estudos de receptores canabinoides para entender o mecanismo que liga a maconha e o câncer.

    ‘Altamente curável’
    “O tumor de testículo é altamente curável”, afirmou Daniel Abe. “Se o diagnóstico é feito antes que ele se espalhe, a chance de cura fica entre 90% e 95%”, completou. O especialista disse ainda que, mesmo que outros órgãos já tenham sido atingidos, há boas chances de cura.

    Segundo o médico, o câncer de testículo é raro, mas é o mais comum na faixa etária entre 15 e 34 anos.

    Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=12322

    segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

    Dedo indicador maior que dedo anular = Maior exposição a testosterona intra-útero

    E não tem nada a ver com o exame de toque – segundo um novo estudo, homens com dedos indicadores mais curtos do que os dedos anulares têm um risco aumentado de câncer de próstata.

    Os cientistas acreditam que o câncer de próstata é ligado à forma como os homens são sensíveis à testosterona. Os que têm dedos indicadores mais curtos do que os anulares foram expostos a mais testosterona no útero. Esses homens têm mais traços masculinos do que os com o padrão oposto.

    Agora, um estudo recente mostra que essa masculinidade tem um lado ruim: um risco maior de câncer de próstata. Os homens cujos dedos indicadores são mais longos do que os dedos anulares têm um terço menos probabilidade de ter câncer de próstata.

    A associação está intimamente ligada a dois genes, chamados HOXA e HOXD, que controlam tanto o comprimento do dedo quanto o desenvolvimento sexual. Os genes envolvidos na forma como a mão cresce também parecem estar envolvidos no modo como os testículos se desenvolvem.

    Quando um feto do sexo masculino se desenvolve no útero, há um ponto em que os testículos começam a fabricar testosterona. A partir de então, a quantidade de testosterona no desenvolvimento influencia o comprimento relativo dos dedos, bem como a “masculinidade” de diferentes partes do cérebro.

    Pesquisas anteriores já tinham indicado que um dedo indicador menor comparado ao anular significava mais testosterona no útero. No entanto, disseram os pesquisadores, há uma série de outros fatores, tais como estresse materno e genética, que provavelmente também desempenham um papel.

    A pesquisa incluiu 1.500 pacientes de câncer de próstata e 3.000 homens saudáveis, durante um período de 15 anos. Os pesquisadores olharam para os comprimentos dos dedos dos participantes.

    Homens cujos dedos indicadores eram mais longos do que os anulares eram 33% menos propensos a ter câncer de próstata. Em homens com menos de 60 anos, o risco era ainda mais reduzido, de 87%, ou seja, os efeitos dos baixos níveis de testosterona no útero parecem ainda mais acentuados nos homens mais jovens. Os homens cujos dedos indicadores e anulares eram do mesmo comprimento não mostraram nenhuma relação.

    Segundo os pesquisadores, a nova descoberta não significa que os homens que têm dedos indicadores mais curtos do que os anulares deve se preocupar excessivamente. 33% ainda é um efeito muito pequeno, por isso não faz sentido que os homens queiram ir atrás da doença somente pelo tamanho de sua mão.

    Não é de hoje que o comprimento dos dedos tem sido associado com o desenvolvimento de traços ou doenças. Em 2005, cientistas disseram que homens cujos dedos indicadores eram menores também tinham maior probabilidade de serem agressivos do que os homens com o padrão oposto.

    Há outros estudos que comparam comprimento dos dedos, comprimento do braço em comparação com a altura do corpo, diferenças de medidas faciais entre homens e mulheres e entre diferentes etnias. Mas nem todas as descobertas concordam umas com as outras, o que evidencia que a forma como os genes são ativados e desativados é influenciada por mais do que apenas a exposição pré-natal a testosterona


    FONTE: http://hypescience.com/comprimento-dos-dedos-aponta-risco-de-cancer-de-prostata/

    segunda-feira, 18 de outubro de 2021

    Os nutrientes e o câncer de mama - Outubro Rosa

    O Outubro Rosa foi criado no início da década de 90, mesma época em que o símbolo da prevenção ao câncer de mama, o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York e desde então, promovido anualmente em diversos países.

    Consiste em uma campanha de conscientização feita por diversas entidades, objetivando mostrar a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.

    O câncer de mama é 5ª maior causa de mortalidade do mundo. Após uma revisão, criei essa imagem com os principais nutrientes com ação sabidamente "quimiopreventiva" no câncer de mama.

    Também consta na imagem as fontes com maior concentração dos nutrientes. São alimentos que devem ser incorporados à alimentação, principalmente por mulheres com histórico familiar de câncer de mama.
                         
    Autor:
    Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 115195
    Face: Dr. Frederico Lobo
    YouTube: Dr. Frederico Lobo

    quinta-feira, 1 de outubro de 2020

    Outubro Rosa - Câncer de mama x Nutrientes

    O Outubro Rosa foi criado no início da década de 90, mesma época em que o símbolo da prevenção ao câncer de mama, o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York e desde então, promovido anualmente em diversos países.

    Consiste em uma campanha de conscientização feita por diversas entidades, objetivando mostrar a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.

    O câncer de mama é 5ª maior causa de mortalidade do mundo. Após uma revisão, criei essa imagem com os principais nutrientes com ação sabidamente "quimiopreventiva" no câncer de mama.

    Também consta na imagem as fontes com maior concentração dos nutrientes. São alimentos que devem ser incorporados à alimentação, principalmente por mulheres com histórico familiar de câncer de mama.


    terça-feira, 1 de novembro de 2011

    Álcool aumenta risco de câncer de mama

    Tomar de três a seis doses de álcool por semana é uma prática que aumenta o risco de câncer de mama, segundo um estudo de equipes do hospital Brigham and Women's e da Escola Médica da Universidade de Harvard, ambos nos Estados Unidos. O trabalho será divulgado na revista médica "Jama" desta semana.

    O artigo explica que pesquisas anteriores já apontavam que o consumo exagerado de álcool estava ligado a maiores chances de desenvolvimento de tumores nos seios, mas o efeito do consumo moderado para a doença ainda não havia sido medido no país.

    No trabalho, os pesquisadores usaram informações do Estudo de Saúde de Enfermeiras, um levantamento com dados de 105.986 mulheres acompanhadas de 1980 até 2008. Neste período, o padrão de consumo de álcool entre as participantes foi atualizado oito vezes. O principal dado analisado foi o risco de desenvolvimento de câncer de mama agressivo.

    O grupo descobriu 7.690 casos de câncer entre as mulheres do levantamento. Nesses casos, o consumo de até 6 taças de vinho por semana foi ligado a um aumento de 15% nas chances de aparecer um tumor na mama das participantes. Já aquelas que bebiam mais de duas taças por dia tiveram um aumento de 51% no risco de desenvolver a doença ao serem comparadas com mulheres que não beberam nada.

    Segundo os autores do artigo, a idade não fez diferença no aumento ou diminuição do risco de desenvolvimento de câncer entre as mulheres que consumiam álcool no levantamento. Uma explicação possível para o efeito nocivo do álcool é a diminuição dos níveis do hormônio estrogênio nas mulheres.

    Um editorial publicado na mesma revista alerta que, apesar dos dados do estudo, ainda não existe prova de que a abstinência total reduza os riscos de câncer de mama. O texto destaca ainda os efeitos benéficos do consumo moderado de vinho como a diminuição no risco de morte por doenças cardiovasculares.

    Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/11/baixo-consumo-de-alcool-aumenta-risco-de-cancer-de-mama-diz-estudo.html

    quinta-feira, 31 de março de 2011

    Benefícios e contra-indicações do chá verde


    Muito se fala sobre as propriedades funcionais do chá branco e verde, mas qual é a real diferença entre eles?

    Tanto o chá verde, quanto o chá branco são produzidos a partir de um processo químico de oxidação (incorretamente chamado de fermentação) das folhas de uma planta chamada Camelia Sinensis.

    Entretanto, a diferença entre esses dois chás é que o branco é colhido quando as folhas ainda estão bem jovens, ou seja, o que distingue um chá do outro é quando as folhas da planta são colhidas.

    As pesquisas indicam que o chá branco, por ter folhas mais jovens, possui maior concentração de catequinas, que são as principais substâncias ativas do chá branco e do chá verde.

    Além disso, os estudos comprovam que essas catequinas do chá branco são mais ativas que as catequinas de outros chás. Portanto, acredita-se que, por apresentarem maior concentração de catequinas, seu efeito é mais potente. Porém, vale ressaltar que os estudos sobre o consumo de chá branco em humanos são escassos.

    A maior parte dos estudos descrevem fitoquímicos presentes no Chá verde. Como já foi dito acima, consiste em um produto obtido a partir da planta Camellia sinensis, contém mais de 200 compostos, em que os mais conhecidos e mais abundantes são os polifenóis. Estes incluem:
    • Epicatequinas (EC),
    • Epigalocatequinas (EGC),
    • Epicatequina-3-galato (ECG),
    • Epigalocatequina-3-galato (EGCG)
    Os polifenóis do chá verde podem desempenhar efeitos benéficos em várias condições clínicas, sendo que as mais estudadas e caracterizadas estão relacionadas ao câncer, sobrepeso/obesidade e doença cardiovascular.
    As catequinas presentes nos chás obtidos da Camelia Sinensis são consideradas potentes antioxidantes e antiinflamatórios, pois inibem a ativação do fator NF-kB, que é um ativador da inflamação. Por isso, o consumo regular de chá verde oferece diversos efeitos protetores ao organismo, devido à redução do processo inflamatório de uma maneira geral.

    Os estudos indicam que o consumo ideal de chá verde para garantir os benefícios das catequinas é de 4 a 5 xícaras ao dia. Porém, é importante lembrar que ele nunca deve ser reaquecido.

    Ação anti-cancerígena do chá verde

    Muitos estudos sugerem que o consumo de chá verde está relacionado com a diminuição do risco de diversos tipos de cânceres.

    Uma meta-análise publicada em 2006 que avaliou estudos epidemiológicos encontrou que o consumo elevado do chá verde (> 5 xícaras/dia) foi associado com uma redução de 20% no risco de câncer de mama (risco relativo = 0,78, 95% intervalo de confiança [IC], 0,61 a 0,98).

    Outra meta-análise também publicada em 2006 encontrou que o alto consumo de chá verde foi associado com uma redução de 18% no risco de câncer colorretal (risco relativo = 0,82; 95% IC, 0,69-0,98).

    Outros estudos avaliaram a relação entre o chá verde e câncer de próstata. Um estudo científico controlado acompanhou 60 pacientes com neoplasia intraepitelial prostática de alto grau (NIP, lesão benigna). Os pacientes foram agrupados de forma aleatória para receber durante um ano o extrato de catequinas do chá verde (200 mg, 3x/dia) ou placebo. Trinta por cento dos pacientes do grupo placebo (n=9) evoluíram para o câncer de próstata, enquanto que no grupo chá verde foi de apenas 3% (n=1). Um estudo epidemiológico com cerca de 50.000 homens japoneses mostrou uma relação dose-dependente entre o consumo de chá verde e redução no risco de câncer de próstata avançado.

    Ação no Sobrepeso/Obesidade

    Estudos clínicos têm analisado o efeito do chá verde na perda e na manutenção do peso. Um estudo duplo-cego e controlado comparou os efeitos da ingestão do extrato de chá verde em 240 adultos japoneses obesos.

    Os resultados mostraram que o grupo tratado apresentou redução significativa no peso corporal, índice de massa corporal, massa gorda e circunferência da cintura e do quadril (p < 0,05).

    Ação nas  doenças cardiovasculares

    Estudos epidemiológicos sugerem que a ingestão de chá verde está associada a um menor risco de doenças cardiovasculares.

    Um estudo de coorte prospectivo com mais de 40.000 adultos japoneses mostrou que o consumo de chá verde foi inversamente associado com a mortalidade por doença cardiovascular. As mulheres que consumiram cinco ou mais xícaras/dia apresentaram 31% menos mortalidade por doença cardiovascular.

    Um estudo duplo-cego randomizado controlado por placebo com 240 adultos chineses com hipercolesterolemia leve a moderada analisou a suplementação diária do extrato de chá-verde enriquecido com teaflavina. O grupo suplementado apresentou redução de 16,4% nos níveis de LDL (lipoproteína de baixa densidade) e em 11,3% nos níveis de colesterol total em comparação com o grupo placebo.


    Obs: Muitos pacientes me perguntam:
    1) Dr, como preparo o chá verde?
    2) Dr, o chá verde em saquinho tem efeito ??
    3) Dr, qual é melhor , cápsula de chá verde ou o chá in natura ?
    4) Dr, existe alguma contra-indicação?

    Bem, vamos por partes.
    1 - Preparo do chá

    Tem gente que é leiga e não sabe o que está falando quando afirma que o chá tem q ser feito em infusão. Tem estudos mostrando que infusão por até 10 minutos e manutenção em geladeira por até 24h não ocasiona perda dos polifenóis e catequinas. Portanto vai aí a dica pra preparar um chá verde saboroso:
    1 colher de sobremesa de chá verde ( +- 10g)
    1 litro de água filtrada
    1 rama de canela ou erva doce

    Ferver de preferência em uma chaleira por no mínimo 5 minutos, até no máximo 10 minutos. Se for possível mexer com uma colher de pau.
    Desligar o fogo, esperar esfriar um pouco e começar a tomar. Pode ser armazenado na geladeira por até 24 horas. Mas geralmente indo o seguinte: fazer cedo e tomar até as 14:00.
    Atenção, evite de ingeri-lo próximo às refeições ou após pois os polifenóis impedem a absorção de cálcio, magnésio, ferro e zinco.

    Para ler mais sobre o preparo: http://www.scielo.br/pdf/cta/v30s1/29.pdf

    2 - Chá verde em sachê

    Eu prefiro comprar o chá verde orgânico, a quantidade de chá verde no sachê é pouca, portanto faz-se necessário utilizar vários sachês.

    3 - Cápsulas (extrato) ou in natura

    Existem estudos comparativos e cada um tem suas vantagens. A cápsula tem a questão da comodidade, praticidade, porém o chá in natura (quando adicionado outras ervas ou sucos) pode ser saboroso e uma forma de aumentar a ingestão de água (algo muito comum entre meus pacientes, principalmente mulheres). Portanto estimulo o uso do chá in natura.

    Apenas a título de curiosidade:
    • Obesidade: o chá in natura tem efeito maior que o extrato, mas o efeito no índice de massa corpórea (IMC) é igual para os dois.
    • A pressão arterial diastólica reduziu nos dois.
    • Triglicerídeos reduziram com o chá in natura e não reduziram tanto com o extrato.
    4) Contra-indicações
    Sim, existem. Geralmente contra-indico para pacientes com:
    1 - Paciente com ANEMIA FERROPRIVA: pq os taninos competem com o ferro.
    2 - Paciente com sensibilidade à CAFEÍNA
    3 - Pacientes portadores de GASTRITE ou REFLUXO (mesmo existindo estudos que mostram que o chá verde pode melhorar a gastrite).


    Dr. Frederico Lobo - CRM-GO 13192