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quinta-feira, 16 de maio de 2024

16 de Maio - Dia mundial da conscientização da doença celíaca

Para explicarmos o que é a Doença Celíaca (DC), antes precisamos entender o que é o glúten?

Glúten é uma proteína de serve que está presente no trigo. Mas frequentemente esse termo é utilizado para denominar proteínas semelhantes que estão presentes na cevada (Hordeína), no centeio (secalina). Ele é formado por duas proteínas: a glutenina e gliadina. Sendo que a glutenina confere viscosidade e elasticidade, enquanto que a gliadina é responsável pela extensibilidade da massa do pão.

O que é a Doença celíaca?

Consiste em uma doença do intestino delgado (enteropatia) que acomete crianças e adultos geneticamente predispostos, fazendo com que esses não tolerem nada que contenha glúten.

É uma doença sistêmica, autoimune desencadeada pela ingestão do glúten. Caracteriza-se pela inflamação crônica na mucosa intestinal, podendo levar a uma atrofia das vilosidades intestinais e gerando uma má absorção intestinal de vários nutrientes, além de manifestações clínicas.

Resumindo, na DC ocorre a presença de:

  • Combinação de manifestações clínicas glúten-dependentes (sintomas e sinais)
  • Presença de anticorpos específicos para a DC:  anticorpo antitransglutaminase tecidual (TG2), anticorpo endomisial (EMA) e anticorpo contra as formas deamidadas de peptídeos gliadina
  • Marcadores genéticos: HLA -DQ2 e HLA -DQ8
  • Presença da enteropatia
Aspectos epidemiológicos

Estima-se que acometa 1% da população da população mundial.  De acordo com uma revisão sistemática e meta-análise publicada em 2018 DC é um problema de saúde pública global. Os seguintes dados são apontados:
  • A prevalência global dessa condição é de 1,4% com base em achados sorológicos e 0,7% com base em achados de biópsia (soroprevalência de 1,4%  e prevalência de  0,7% )
  • A prevalência global de DC varia com sexo, idade, e localização geográfica.
  • A prevalência global de DC tem aumentado ao longo do tempo, passando de 0,6% entre 1991 a 2000 para 0,8% entre 2001 e 2016.
Infelizmente, no Brasil ainda não temos um estudo multicêntrico que defina a prevalência da DC, mas estima-se com base na prevalência mundial que haja no Brasil hoje cerca de 2 milhões de celíacos, sendo que a grande maioria ainda não tem diagnóstico.



Fisiopatologia e fatores de risco

A fisiopatologia ainda não está muito bem estabelecida, mas sabe-se que fatores genéticos combinados a fatores ambientais favorecem o surgimento da DC.

Os fatores genéticos estão fortemente relacionados com o desenvolvimento da DC, que se trata de uma doença poligênica. A presença do HLA -DQ2 (alelos DQA1∗05/DQB1∗02) é identificada em 90 a 95% dos celíacos, e em 5 a 10% dos portadores da doença é identificada a presença do gene HLA -DQ8 (DQA1∗0301/DQB1∗0302). Embora a presença dos genes HLA -DQ2 e DQ8 para o desenvolvimento da DC seja fundamental, sua existência não é sinônimo de que um indivíduo desenvolverá, obrigatoriamente, a doença. Cerca de 30 a 40% da população mundial possui os genes HLA -DQ2 e DQ8; entretanto, apenas 2 a 3% desenvolvem a DC, o que indica que outros genes e fatores ambientais são necessários para que a doença se manifeste.

Fatores protetores (controversos):  
Amamentação e exposição ao glúten após os 4 meses durante a introdução alimentar

Fatores de risco
  • Ausência de aleitamento materno
  • Infecções gastrintestinais na infância
  • Modificações genéticas do trigo (controverso)
  • Processos industriais empregados para melhorar a qualidade dos alimentos, como a utilização de enzimas transglutaminase microbiana (mTG);
  • Padrões dietéticos ocidentais, que promovem o consumo de elevadas quantidades de glúten.

Existem algumas patologias que, recorrentemente, são associadas à DC; entre elas, citam-se:
  • Diabetes mellitus tipo 1 – 3 a 12%;
  • Síndrome de Down – 5 a 12%;
  • Doença autoimune da tireoide – > 7%;
  • Síndrome de Turner – 2 a 5%;
  • Síndrome de Williams – > 9 %;
  • Deficiência de imunoglobulina A (IgA) – 2 a 8%;
  • Doença autoimune do fígado – 12 a 13%.


O quadro clínico da DC

Manifestações clínicas podem ser divididas em:

Gastrintestinais:
  • Diarreia crônica;
  • Constipação crônica;
  • Dor abdominal;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Distensão abdominal.
Extra-intestinais:
  • Déficits de ganho de peso e altura;
  • Atraso na puberdade;
  • Anemia crônica;
  • Osteopenia ou osteoporose;
  • Defeitos no esmalte dentário;
  • Irritabilidade;
  • Fadiga crônica;
  • Neuropatia;
  • Atrite/artralgia;
  • Amenorreia;
  • Aumento nos níveis das enzimas hepáticas;
  • Abortamento de repetição
Classificação

Segundo as Definições de Oslo, a DC pode ser classificada de acordo com os sintomas identificados:
  • Clássica – quando os sintomas são caracterizados pela presença de mal absorção intestinal, com ocorrência de diarreia, esteatorreias, vômitos, distensão abdominal, flatulência, perda de peso e déficit de crescimento;
  • Não clássica – os sintomas são intestinais, porém não envolvem mal absorção, como no caso de pacientes que apresentam constipação e dor abdominal;
  • Subclínica – os sintomas são extraintestinais, como quando há presença de anemia ferropriva, de anormalidades nas funções do fígado, osteoporose etc;
  • Assintomática – nos casos em que há ausência de sintomas.


Diagnóstico

Pode ser dado pelo Nutrólogo, Gastroenterologista, Pediatra. 
Importante salientar que o nutricionista não dá diagnóstico nosológico (doença), mas terá papel crucial no tratamento.

A Biópsia (6 fragmentos) de intestino delgado, até o momento, é considerada o método padrão-ouro para o diagnóstico da DC. Porém, pode apresentar falsos negativos. 
+
A pesquisa de Auto-anticorpos:
  • Anti-transglutaminase tecidual (TG2) IgA: o que solicitamos para triar
  • Anticorpo endomisial (EMA) IgA,
  • Anticorpo contra as formas deamidadas de peptídeos gliadina IgA
É importante salientar que durante a pesquisa para fechar o diagnóstico o paciente deverá estar consumindo glúten, para evitar falsos negativos.



Tratamento

O tratamento consiste na remoção total dos alimentos com glúten:
“Remoção total? Nem um pouquinho?” Não, nem um pouquinho. É remoção total. 

Isso pode ser bastante difícil devido alguns fatores:
  • A contaminação (cruzada) dos alimentos com o glúten, que ocorre quando os alimentos sem glúten entram em contato com os que contêm
  • glúten no armazenamento ou na manipulação;
  • Elevado custo dos produtos sem glúten;
  • Restritas opções de produtos sem glúten.
A principal dúvida dos pacientes após o diagnóstico é: Quais são os alimentos permitidos para quem tem  doença celíaca?
  • Cereais: arroz, milho.
  • Farinhas: mandioca, arroz, milho, fubá, féculas.
  • Gorduras: óleos vegetais e animais, manteiga.
  • Frutas: todas, ao natural e sucos.
  • Laticínios: leite, manteiga, queijos e derivados.
  • Hortaliças, raízes e leguminosas.
  • Carnes e ovos: aves, suínos, bovinos, caprinos, miúdos, peixes, frutos do mar.
  • Sementes e oleaginosas
E como o Nutrólogo vai te auxiliar?

Na minha prática, inúmeras vezes dei o diagnostico de doença celíaca ao acaso. Pacientes que vieram consultar devido diarréia ou intolerâncias alimentares. Porém, como atraio pacientes celíacos (meu nutricionista é portador), nos últimos anos tenho solicitado a anti-tranglutaminase IgA para quase todos os pacientes com doença celíaca. E o que mais me assusta é a quantidade de pacientes que recebem o diagnóstico já tardiamente, ou seja, na vida adulta. 

No caso acima, falei de triagem, investigação de sintomas, mas uma vez já estabelecido o diagnóstico, como o Nutrólogo poderá ajudar um paciente celíaco? Para responder essa pergunta é preciso entender que essa enteropatia cursa com alteração na absorção de nutrientes, em especial de vitaminas e minerais. Portanto, faz-se necessário dosar alguns nutrientes específicos que comumente podem estar baixos nos celíacos. Além disso, esses pacientes podem apresentar outras doenças do trato digestivo ou doenças sistêmicas. Logo, deve-se investigar melhor esse paciente, acolher, ouvir atentamente as queixas. Fazer um recordatório alimentar e analisar se há risco nutricional.

Há ainda os riscos de uma dieta sem glúten não supervisionada. Ou seja, muitas vezes o paciente recebe o diagnóstico e por anos segue uma dieta que acredita ser adequada. Quando vem à consulta, detectamos vários déficits nutricionais. Esse é o principal papel do Nutrólogo na Doença celíaca. 

O Nutrólogo com bom senso, assim como o gastro, encaminhará esse paciente para um nutricionista elaborar um plano alimentar nutricionalmente equilibrado. No meu caso, todos meus pacientes encaminho para o Rodrigo Lamonier, já que ele é o Nutricionista que treinei, atende comigo e entende muito de doença celíaca, por ser portador. Ou seja, conhece todos os desafios que o paciente encontrará.

O Rodrigo Lamonier atende presencial e online. Para agendar com ele clique aqui.

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416

Bibliografia:
  • FENACELBRA - https://www.fenacelbra.com.br/doenca-celiaca
  • Leonard MM, Sapone A, Catassi C, Fasano A. Celiac Disease and Nonceliac Gluten Sensitivity: A Review. JAMA. 2017 Aug 15;318(7):647-656. doi: 10.1001/jama.2017.9730. PMID: 28810029.
  • Nascimento AB, Fiates GMR. Doença celíaca e sensibilidade ao glúten não celíaca: da etiologia à abordagem nutricional. In: Associação Brasileira de Nutrição; Vaz EM, Fidelix MSP, Nascimento VMB, organizadores. PRONUTRI Programa de Atualização em Nutrição Clínica: Ciclo 3. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2014. p. 45-78. (Sistema de Educação Continuada a Distância; v. 3).
  • Naik RD, Seidner DL, Adams DW. Nutritional Consideration in Celiac Disease and Nonceliac Gluten Sensitivity. Gastroenterol Clin North Am. 2018 Mar;47(1):139-154. doi: 10.1016/j.gtc.2017.09.006. Epub 2017 Dec 7. PMID: 29413009.
 

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Como pouco e mesmo assim estou engordando, por que?

Você acha que o volume de alimentos que ingere não está condizente com o ganho de peso dos últimos anos? Veja esse vídeo e observe se seus hábitos alimentares estão realmente adequados! 

sábado, 5 de agosto de 2023

Quanto devo consumir de proteína?

Nesse vídeo, o meu nutricionista fala sobre a quantidade necessária de proteína, independente de ser vegetariano ou não. Para mais dicas, siga o instagram dele @rodrigolamoniernutri

Além de atender comigo na clínica, ele atende por Telenutrição (on-line) pacientes de todo o país. 



sexta-feira, 17 de março de 2023

Pouca carga durante o treino gera algum resultado? Por Rodrigo Lamonier - Nutricionista da Clínica Medicare

 

Se você acha que precisa levantar o máximo de carga na hora do treino para alcançar resultados satisfatórios no aumento da massa muscular, saiba que esse é um equívoco!

Os treinos de altíssimas intensidades podem sim ser interessantes em determinados períodos de periodização, mas treinar com uma carga mais pesada, é mais importante no aumento da força muscular do que da musculatura/hipertrofia propriamente dita.

Existem trabalhos comparando treinos realizados com cargas super leves (30% da força total daquela pessoa), cargas moderadas (70% da força total da pessoa) e cargas pesadas (90% da força total da pessoa). Ou seja, se uma pessoa utilizando sua força máxima, consegue fazer uma única repetição no legpress com 100kg, 30% da sua força total seria 30kg.

Nesses trabalhos são demonstrados que se o volume total de treino for equivalente (SÉRIES x REPETIÇÕES x CARGA), os resultados em hipertrofia muscular tendem a ser bem parecidos. No caso, um indivíduo que treina a 30%RM precisará fazer bem mais repetições do que alguém a 90%RM, mas no final, a hipertrofia não mudará de forma significativa.

Sendo assim, o ideal é que você faça os exercícios conforme prescritos pelo profissional de Educação física, que considerará suas necessidades/individualidades, não levando em consideração apenas a carga levantada.

sábado, 30 de outubro de 2021

O meu nutricionista

Eu brinco que todo Nutrólogo se quiser ter paz na vida precisa ter um Nutricionista para chamar de seu. Afirmo sem pestanejar: Ter um nutricionista ao meu lado foi o maior investimento que fiz em toda a minha vida profissional. Uma via de mão dupla, um auxilia o outro, a dar o seu melhor em prol do paciente. 

Exagero? Não !

Por volta de 2010 quando comecei a atender na parte de Nutrologia (diga-se de passagem sem ainda ser Nutrólogo e isso não é crime ou infração ética), iniciei meus atendimentos tendo que montar a dieta dos pacientes. Ficava 2 horas com o paciente no consultório, era muito cansativo não só para mim mas para o paciente. Ficava quase 1 hora fazendo cálculos diante do paciente (nunca me adaptei a nenhum software de cálculo dietético), tudo no manual. Um inferno ! Eu não ganhava nenhum centavo a mais por isso, na verdade perdia pacientes pois não conseguia atender mais que 5 por dia. Nunca achei correto o profissional montar a dieta longe do paciente. Dieta pra mim sempre foi: cara a cara e item por item negociado, pra depois o paciente não falar: "Mas isso eu não como !"

Em 2009 tinha conhecido a Carol Morais (uma nutricionista daqui de Goiânia) pelo Twitter. Acabamos nos tornando amigos e em 2010 após mudar 2 vezes de consultório em 6 meses, ela me convidou pra montar uma clínica. Criamos então a Clínica de Ecologia Médica e Nutricional. 

Carol fazia a parte da prescrição de dieta e eu a parte médica e de suplementação quando necessária. Assim foi por quase 2 anos. Dividir tarefas facilita muito nosso trabalho, principalmente quando o outro fala a mesma língua. A mesma coisa fiz em Brasília, quando comecei a atender na Clínica de Ecologia Médica do Dr. Edison Saraiva. Chamei a Isis Moreira (recém-formada) para trabalhar conosco e minha vida facilitou muito. 

Final de 2012 a Carol resolveu largar o consultório e aí sobrou pra mim. Eu precisaria arrumar um outro nutricionista ou teria que montar a dieta dos meus pacientes, algo infernal na minha concepção naquele momento. Tinha 4 empregos e ainda teria que montar a dieta. 

Então de 2013 a 2017 "paguei todos os meus pecados". Tentava parceria com vários Nutricionistas mas a maioria não se enquadrava no modo que eu gostava de trabalhar. Trabalhei em parceria com nove ao todo. Porém, vários pacientes queriam que eu montasse o plano e então meu martírio persistia. Piorou quando tirei o título no começo de 2018, pois as pessoas marcavam a consulta já tendo a certeza que o Dr. Frederico Lobo, médico Nutrólogo prescreveria uma dieta. 
 
A gota d'agua foi um dia que fiquei 3 horas com um paciente portadora de gota e terminei a dieta as 23:00. Quando olhei no relógio me deu um desespero, uma revolta e decidi que não montaria mais dieta. Nem que para isso eu precisasse pagar um nutricionista pra trabalhar comigo. Lembro como se fosse hoje, era uma sexta-feira, eu saindo da clínica quase meia noite, com fome, cansado, indignado, revoltado e com a sensação de estar em um beco sem saída. Chegando em casa tomei banho e pedi a Deus uma luz.

A luz veio através de uma discussão via instagram. De repente um acadêmico de nutrição ignorante começou a questionar as indicações de quando se procurar um Nutrólogo. Então, no meio da discussão apareceu um nutricionista recém-formado condenando o posicionamento do acadêmico. Era o Rodrigo Lamonier, meu nutricionista. 



Tive um insight, comecei a conversar com ele. Perguntei onde ele tinha feito Nutrição. Perguntei para 2 colegas professores da Faculdade de Nutrição da UFG. Então, Rodrigo foi fortemente recomendado. "Menino estudioso e de garra, pode chamar pra trabalhar contigo". 

Fiz a proposta pro Rodrigo. Expliquei que não queria mais montar a dieta. Que iria treiná-lo por 6 meses. Pagaria vários cursos, investiria pesado nele. Estava cansado de sair tarde do consultório. 

Por 3 meses ele me acompanhou no consultório, consultas e retornos. Quando vi que ele estava minimamente pronto para atender, soltei-o. Hoje ele atende praticamente todos os meus pacientes. 

O melhor investimento que fiz. Ganhei um afilhado, amigo, irmão, parceiro de profissão. Brinco que o "Rodriguinho" é meu braço direito e esquerdo. 

Resultado: agradeço a Deus pela luz rs. Rodrigo é luz na minha vida. Fez jus a tudo que fiz por ele. Brinco que ele me saiu melhor que a encomenda. Virou um estouro. Um dos meus maiores orgulhosos. Na minha opinião um dos melhores nutricionista do centro-oeste. Não é a toa que tornou-se o nutricionista de inúmeros amigos médicos e também parceiro desses profissionais. 

Acolhe todos de forma invejável, respeitoso, estudioso, habilidoso, curioso e tecnicamente EXCELENTE. Nesse meio tempo ele concluiu a graduação de Educação Física, fez uma pós-graduação de Nutrição Clínica na UFG e de Nutrição Esportiva. Já está pensando em outras pós-graduações, mestrado, doutorado, prova de título. Meu garoto pensa alto.

Nos próximos anos mudarei para Florianópolis/Joinville, ficarei em Goiânia e lá. Quem está treinando o futuro nutricionista (Márcio José de Souza) dos meus pacientes? Rodrigo obviamente. Não poderia existir professor melhor. 

Portanto, você leitor que atua na Nutrologia, faça um bom investimento, invista em um nutricionista para chamar de seu e você o nutrólogo dele. Pare de perder tempo executando algo (plano alimentar) que você não é o profissional mais habilitado para executar. Não há nada de errado em dividir funções e trabalhar em equipe. Quem ganha é o paciente. Nós médicos só existimos por conta dos pacientes. O paciente merece o melhor atendimento, a melhor conduta, o melhor acompanhamento, a melhor equipe. Ensino isso no e-book Tô na Nutro e agora?

Para conhecer mais o trabalho dele acesse: 
http://drrodrigolamonier.meucvm.com.br/

E para aqueles Nutricionistas que pensam que o Rodrigo irá "roubar' o seu paciente, temos a seguinte política: se o nutricionista me encaminhou o paciente, ele é do nutricionista. Eu e o Rodrigo apenas fazemos as recomendações (uma carta de recomendação que nós carimbamos) para o nutricionista de origem. A ética deve prevalecer sempre, por isso inúmeros colegas nutricionistas continuam me encaminhando pacientes.

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM 13192 - RQE 11915

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

A avaliação por bioimpedância é confiável ?

 


O vídeo acima responde uma pergunta muito comum no consultório. O que é a bioimpedância, para que serve, se é confiável ou não. Então deixo com vocês esse vídeo de duas pessoas queridas e estudiosas na área. Vale a pena assistir. 

A Bioimpedância ou Impedância Bioelétrica (BIA) é um método de análise da Composição Corporal (CC). Aqui na clínica Medicare, quem faz o exame é o Nutricionista Rodrigo Lamonier, que além de nutricionista é graduado em Educação Física e tem expertise em composição corporal. Para agendamento via whatsApp (62) 98507-2066.

Apesar de não ser considerado padrão-ouro para análise da CC foi considerado pelo Consenso Latino Americano de Obesidade como um método apurado para avaliação da CC. Com os dados dessa avaliação, é possível fazer o correto diagnóstico de peso corporal, avaliando se a pessoa:
1) está inchada (edemaciada ou retendo líquido) ou se é excesso de peso realmente;
2) está com muita massa gorda ou se parte daquele peso é devido a uma grande % de massa magra ou óssea;
3) emagreceu porque eliminou gordura ou emagreceu porquê eliminou músculo (muito comum em dietas hiperprotéicas e com baixo teor de carboidratos).

Com base nesse exame, o cardápio é melhor elaborado e as metas são melhores atingidas.

Além disso o acompanhamento fica mais completo, já que o médico consegue acompanhar se a massa magra ou massa gorda aumentou/diminuiu.

Entretanto para que a análise seja feita correta, faz-se necessário seguir alguns protocolos (recomendações estipuladas pelos maiores especialistas na área).

Quais as vantagens da BIA ?

A BIA é um método não invasivo, rápido, com boa sensibilidade, indolor, usado para avaliar a CC, baseado na passagem de uma corrente elétrica (totalmente indolor) de baixa amplitude (500 a 800 mA) e de alta freqüência (50 kHz), e que permite mensurar os componentes resistência (R), reatância (Xc), impedância (Z) e ângulo de fase. Termos difíceis para um leigo, mas resumindo, de posse destes parâmetros o aparelho consegue calcular:

  1. A Real % Gordura Corporal e  o Peso Gordura
  2. A % de massa magra e Peso da massa magra corporal
  3. O peso total
  4. A % Água Corporal
  5. Taxa Metabólica Basal (TMB) – quanto você gasta em calorias por dia para manter-se vivo e em repouso.
  6. O Índice de Massa Corporal (IMC)

Como se faz a BIA ?
Existe um protocolo sugerido por pesquisadores o qual a marca InBody preconiza como fundamental para uma análise correta da CC.

  1. Suspender o uso de medicamentos diuréticos de 24 horas a 7 dias antes do teste
  2. Estar em jejum de pelo menos 4 horas
  3. Estar em abstinência alcoólica por 48 horas
  4. Evitar o consumo de cafeína ou qualquer termogênico (chá-verde, chá-mate, coca-cola, guaraná em pó, chocolate) 24 horas antes do teste
  5. Estar fora do período pré menstrual e menstrual
  6. Não ter praticado atividade física nas últimas 24 horas
  7. Ter bebido pelo menos 2 litros de água nas últimas 24 horas
  8. Urinar pelo menos 30 minutos antes da medida
  9. Permanecer pelo menos 5 -10 minutos de repouso absoluto em posição de decúbito dorsal antes de efetuar a medida
Durante o exame, como já dito acima, uma corrente elétrica passa pelo corpo através de dois pares de eletrodos (adesivos) colocados na mão e no pé direito. O exame é totalmente indolor. Quanto maior é o percentual de gordura, maior é a dificuldade para a corrente elétrica atravessar o corpo.

Existe alguma contra-indicação para realizar a BIA ?

Contra-Indicação absoluta para a realização do teste: portadores de marcapasso e gestantes.

Por que utilizar a BIA no emagrecimento ou quando se quer ganhar massa magra ?

A grande vantagem da BIA é nos processos de emagrecimento. Hoje ja se sabe que perda de peso não é sinônimo de emagrecimento, muitas vezes o paciente perde massa gorda (gordura), ganha massa magra e o peso não altera na balança (as vezes até aumenta). Com a análise pela BIA as chances de uma interpretação errônea é menor. Um outro exemplo é quando o paciente apresenta alto IMC, não se acha tão gordo e aí a BIA evidencia que há uma grande % de massa magra, sendo assim a quantidade de gordura a ser perdida não é a que era estimada de acordo com o IMC.

Considerações importantes sobre a BIA

Além de seguir o correto protocolo, faz-se necessário que o aparelho seja de boa qualidade e esteja calibrado. No Brasil a Ottoboni é representante da maior marca de BIA do mundo, a InBody. Portanto os aparelhos InBody possuem validação científica, sendo chancelados pelas maiores Instituições do Brasil, como a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e GANEP.

Qualquer aparelho de BIA é fidedigno para análise da CC ?

Não. Quanto maior a tecnologia (número de polos, segmentos e frequências) melhor a acurácia do teste. Nosso aparelho é da marca InBody, tetrapolar, multisegmentar, multifrequencial. O exame dura cerca de 10 minutos e o resultado é impresso na hora.





Como o laudo é impresso?



ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO EXAME DE BIOIMPEDÂNCIA

1. Traje a ser utilizado durante a avaliação física deve incluir:
• Homens: Sunga ou short leve (acima do joelho);
• Mulheres: Top ou parte de cima do biquini e short de academia.
2. Suspender o uso de medicamentos diuréticos de 24 horas antes do teste.
3. Estar em jejum de pelo menos 4 horas.
4. Estar em abstinência alcoólica por 48 horas.
5. Evitar o consumo de cafeína ou qualquer termogênico (chá-verde, chá-mate, coca-cola, guaraná em pó, chocolate) 24 horas antes do teste.
6. Estar fora do período pré-menstrual e menstrual (5 dias após).
7. Não ter praticado atividade física nas últimas 24 horas.
8. Ter ingerido pelo menos 2 litros de água nas últimas 24 horas.
9. Urinar pelo menos 30 minutos antes da medida.
10. Permanecer pelo menos 5 minutos de repouso absoluto em posição deitada antes de efetuar a medida
11. Retirar objetos de metálicos (brincos, anéis, colares, pulseiras, piercings, moedas...)
12. A utilização de cremes e loções corporais