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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Deficiência de Vitamina D e asma: existe relação?

A deficiência de vitamina D é altamente prevalente em todo o mundo. No Brasil, pode acometer mais de 90% dos indivíduos, dependendo da população estudada. O papel clássico e principal da vitamina D é regular a absorção de cálcio do trato gastrointestinal e contribuir para a saúde óssea.

Recentemente a vitamina D tem sido descrita como um pré hormônio. A vitamina D oriunda da ingestão oral ou da exposição ultravioleta é quase que totalmente inativa e necessita ser dihidroxilada a sua forma metabolicamente ativa 1,25-dihidroxivitamina D (1,25D) ou também conhecida como calcitriol. Tem sido descrito cada vez mais a atuação da vitamina D em outros órgãos, podendo, sua deficiência, ser fator de risco para o desenvolvimento de imunodeficiência, depressão, alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares, esclerose múltipla, obesidade, diabetes tipo I e asma.

Tem sido evidenciado que vários fatores de risco para a ocorrência de asma são os mesmos para a presença de deficiência de vitamina D. São eles, alta latitude, inverno, industrialização, dieta inadequada, obesidade, pigmentação cutânea escura, poluição e sedentarismo. E, várias áreas anatômicas relevantes na asma contem enzimas responsáveis pela ativação da vitamina D e receptores de vitamina D, sugerindo qua a 1,25D tem ações importantes nestes locais.

Estes dois artigos são de revisão e selecionaram artigos da base de dados MEDLINE, CINAHL, EMBASE e Cochran online até janeiro de 2015, utilizando as palavras chave vitamina D e asma, sibilância, inflamação de via aérea, musculatura lisa respiratória e infecção respiratória. Foram incluídos somente artigos publicados em inglês. E, foram escolhidos de acordo com a sua relevância e as referências citadas também puderam ser incluídas.

Numerosos estudos tem evidenciado potente efeitos imunomoduladores da vitamina D, incluindo efeito nos linfócitos T e B, assim como na capacidade de aumentar a produção de antimicrobianos peptídeos. Estudos recentes tem mostrado que a deficiência de vitamina D está associada com alteração na função dos macrófagos e aumento da produção de citrocinas pró inflamatórias.

A vitamina D também tem múltiplos efeitos nos linfócitos B, como inibir sua proliferação, sua diferenciação em células plasmáticas e a produção de imunoglobulinas. Este efeito imunomodulador da vitamina D poderia determinar efeitos clínicos benéficos, como diminuir os episódios de infecções virais e bacterianas; influenciar na remodelação da musculatura lisa dos brônquios influenciando no fluxo aéreo; e otimizando a resposta à terapia medicamentosa. Por outro lado, a deficiência de vitamina D tem sido relacionada com uma maior resposta da via aérea, uma piora da função pulmonar, um pior controle da asma, e uma menor resposta à terapia para o controle da asma.

Portanto, a vitamina D e sua deficiência parecem ter inúmeros efeitos biológicos que poderiam alterar a patogênese e a severidade da asma. Assim, a vitamina D deveria ser considerada como uma terapêutica adjunta à terapia antiinflamatória da asma. O efeito antiinflamatóriaio e imunomodulador da vitamina D poderia melhorar a eficiência da terapia anti inflamatória específica (glicocorticóides e imunoterapia). A vitamina D atenuaria a resistência ao esteróides ao mesmo tempo que teria ação sinérgica com ele.

No entanto, ainda não é consenso sobre qual o nível sérico que seria adequado para indivíduos com asma, parece que tanto a deficiência quanto o excesso de vitamina D estão associados com maior sensibilização a alérgicos aéreos, nível sérico mais elevado de IgE, e maior comprometimento da função pulmonar.

É claro que a vitamina D influencia diversos imunomoduladores e antiinflamatórios, mas certamente para o melhor entendimento, mais estudos em humanos e em crianças são necessários. No entanto, as criança e os adolescente com asma, especialmente àqueles de difícil controle e manejo, poderiam ser considerados grupos de risco. Assim, deveria-se considerar a determinação laboratorial do nível sérico ou a suplementação com o dobro da dose recomendada para a faixa etária.
Veja mais detalhes em:

http://dx.doi.org/10.1016/j.pupt.2015.02.004.
http://dx.doi.org/10.1016/j.pupt.2015.02.010.

Artigos de referência:
Kerley CP et al. Vitamin D as an adjunctive theraphy in asthma. Part 1: A review of potential mechanisms. Pulmonary Pharmacology & Therapeutics (2015).
Kerley CP et al. Vitamin D as an adjunctive theraphy in asthma. Part 2: A review of human studies. Pulmonary Pharmacology & Therapeutics (2015).

Sugestão de leitura sobre vitamina D: 
Departamento Científico de Nutrologia. Deficiência de vitamina D em crianças e adolescentes. Documento Científico da Sociedade Brasileira de Pediatria. 2014.
Maeda S.S. et al. RecomendaCNoes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose D. Arq Bras Endocrinol Metab 2014; 58(5):411-33. DOI:10.1590/0004-2730000003388.

Fonte: https://www.nestlenutrition.com.br/comentarios-dos-especialistas/detalhe/dra-elza-daniel-de-mello/2015/07/01/defici%C3%AAncia-de-vitamina-d-e-asma-ser%C3%A1-que-existe-rela%C3%A7%C3%A3o-

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Vitamina D e obesidade por Dr. Alexandre Ferreira



Vitamina D ajuda você a ter ossos fortes, limar gordura e peso, turbina seu coração e as defesas do organismo e mais…

Pesquisa no periódico internacional Clinical Nutrition, afirmou que um café da manhã farto em vitamina D e cálcio ajuda seu corpo a regular o gasto energético e o apetite nas 24 horas seguintes. Quando possui bom nível de vitamina D, o corpo libera mais leptina. Esse hormônio manda mensagens ao cérebro informando que você já está cheio, não precisa mais comer. A leptina é um regulador do apetite. Vitamina D em baixa no organismo significa menos leptina e pratos mais cheios. A deficiência do nutriente também está ligada à resistência à insulina, o que em geral leva à fome excessiva.

Se houver concentração de vitamina D satisfatória no seu organismo, você também tende a produzir e estocar menos gordura. Quando há deficiência de vitamina D, os níveis de paratormônio (PTH) e calcitrol se elevam. E isso é ruim. Faz seu organismo estocar gordura em vez de queimá-la. Pesquisas recentes apontam que níveis elevados de PTH aumentam em 40% os riscos de o homem ficar acima do peso. A vitamina D facilita sua convivência com a balança.

A Vitamina D ainda detona aquelas saliências estacionadas no seu abdome. Trabalhos da Universidade de Minnesota (EUA) e da Universidade Laval (Canadá) revelaram que vitamina D reduz as medidas da sua pança. O nutriente pode agir em parceria com o cálcio para reduzir a produção de cortisol, o hormônio do estresse que favorece a formação da gordura corporal.

Uma alimentação repleta de vitamina D e cálcio favorece perder 70% mais peso do que uma dieta com teor calórico igual, mas isenta de boas doses desses nutrientes.

A vitamina D atua como um hormônio acumulando múltiplas tarefas. Nos últimos 20 anos, foram descobertos receptores de vitamina D em mais de 40 diferentes tecidos do corpo, incluindo coração e músculos. Sendo assim, a deficiência de vitamina D pode estar relacionada a diversos males cardiovasculares, no sistema imunológico, nos ossos até alguns tipos de cânceres. Taxa de Vitamina D em ordem no organismo faz bem ao coração como exercícios físicos. Bateu pressão alta? O nutriente auxilia você a mantê-la sob medida salubre. Tem tendência genética a desenvolver diabetes? Estudos mostraram que vitamina D também pode ser parceira para evitar esse diagnóstico. Quer mais? Há. O nutriente entra no grupo dos agentes que defendem você contra o câncer de próstata. Até a perda de memória aumenta a lista dos males que podem ser prevenidos se você não deixar seu tanque de vitamina na seca.

Peixes

Invista nos tipos gordurosos: salmão, cavala, atum e sardinha, chegam a ter quatro vezes mais vitamina D que os chamados peixes magros: linguado, cação e robalo. Os “gordos” ainda oferecem altas quantidades de ômega 3, ácido graxo que age junto com a vitamina D na promoção da sua perda e na sua inibição do crescimento de células cancerígenas no corpo. Além disso, ao consumir peixes você também aproveita o benefício da proteína que favorece o controle do apetite.

Ovos

Assim como os peixes gordurosos, os ovos contêm vitamina D, ômega-3 e proteína. Numa dieta de baixa caloria, coma-os com gema já no café da manhã e aumente sua perda de peso em até 65%, indica estudo da Universidade de Saint Louis (Estados Unidos).

Sol na pele

A vitamina D está em diversos alimentos, mas é a exposição solar que dispara os efeitos dela no corpo. Porém, você não precisa passar horas se esturricando. Para evitar a deficiência de vitamina D, deve-se reservar de 10 a 15 min. De exposição solar, em horários em que a radiação não é intensa, antes de 10h e após 16h, no mínimo três vezes por semana. Basta expor braços e pernas ao sol (mas sem protetor solar).

Até mais!

Autor: Dr. Alexandre (CRM 108116) é graduado em Medicina pela Universidade do Oeste Paulista. Possui 4 especializações, sendo elas em: Clínica Médica, Endocrinologia, Nutrologia e Nutrição Esportiva. Autor de capítulos dos livros Abordagem Farmacológica no Diabetes, Emergências no Diabetes e, também coordenador do departamento de Endocrinologia do Hospital Geral do Pirajussara.

Fonte: http://www.educacaoemdiabetes.com.br/2013/01/16/como-a-vitamina-d-ajuda-emagrecer/

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Pesquisadores descobrem como a vitamina D inibe inflamações


Pesquisadores do National Jewish Health descobriram eventos específicos moleculares e sinalizadores pelos quais a vitamina D inibe a inflamação. Nas suas experiências, eles mostraram que índices baixos de vitamina D, comparáveis aos índices observados em milhões de pessoas, não conseguiram inibir a cascata inflamatória, enquanto que os índices considerados adequados inibiram os sinais de inflamação.

"Este estudo vai além das associações anteriores de vitamina D com diversos efeitos na saúde . Ele descreve uma clara cadeia de eventos celulares, a partir da ligação do DNA, através de uma via de sinalização específica, para a redução de proteínas conhecidas por provocar inflamação", disse a autora principal Elena Goleva, professora assistente de pediatria do National Jewish Health. "Os pacientes com doenças inflamatórias crônicas, como asma, artrite e câncer de próstata, que têm deficiência em vitamina D, podem se beneficiar da suplementação de vitamina D para obter os índices de vitamina D no sangue acima de 30 nanogramas / mililitro."

As atuais diretrizes nacionais sugerem que as pessoas devem manter um índice mínimo de vitamina D no sangue de 20 ng / ml, embora haja muito debate científico sobre o índice ideal. A vitamina D é conhecida pela contribuição à saúde óssea, promovendo a absorção do cálcio. Nos últimos anos, muita atenção tem sido dada aos seus possíveis benefícios imunes e inflamatórios. Baixos índices de vitamina D têm sido associados a várias doenças, incluindo asma, câncer, diabetes e artrite.

No estudo atual, os pesquisadores examinaram os mecanismos específicos pelos quais a vitamina D pode atuar em vias imunes e inflamatórias. Eles incubaram células brancas sanguíneas humanas com diferentes níveis de vitamina D, em seguida, expuseram estas células a lipopolissacarídeo(LPS), uma molécula associada com as paredes das células bacterianas, que é conhecida por promover respostas inflamatórias intensas.

As células incubadas sem vitamina D e em solução contendo 15 ng / ml de vitamina D produziram taxas elevados de citocinas IL-6 e TNF-a, principais agentes na resposta inflamatória. As células incubadas em 30 ng / ml de vitamina D e valores superiores mostraram resposta significativamente reduzida para os LPS. Os índices mais elevados de inibição da inflamação ocorreram a 50 ng / ml.

Através de uma série complexa de experiências, os investigadores identificaram um novo local onde o receptor de vitamina D aparenta se ligar diretamente ao DNA e ativar um gene conhecido como MKP-1. MKP-1 interfere com a cascata inflamatória provocada por LPS, que inclui uma molécula conhecida como p38, e resulta em níveis mais elevados de IL-6 e TNF-a.

"Este recém-identificado local de ligação do DNA ao receptor de vitamina D, e as vias específicas inibidas por índices mais elevados de vitamina D fornecem um mecanismo plausível para muitos dos benefícios que têm sido associados com a vitamina D", disse o Dr. Goleva. "O fato de que nós mostramos uma resposta variada dependendo da dose utilizando índices normalmente encontrados em humanos também adiciona peso ao argumento para o papel da vitamina D em condições imunes e inflamatórias.

Fonte: http://emedix.uol.com.br/not/not2012/12fev23imu-joi-rdh-vitaminaD.php

sábado, 23 de outubro de 2021

Vitamina D x Obesidade

 


Às vezes pode parecer até cansativo a quantia de coisas que descobrimos estar relacionadas à obesidade, sendo causas ou consequências do excesso de peso. São tantos fatores, que parece difícil manter todos sob controle. Mas conhecer cada variável relacionada à obesidade nos ajuda a entender melhor os mecanismos relacionados ao ganho de peso e a compreender o quanto essa é uma doença complexa e multifatorial, que merece cuidado e atenção especializada.

Por exemplo, sabia que a obesidade está duplamente relacionada à deficiência de vitamina D?

Pessoas obesas tendem a ter baixos níveis de vitamina D

Pessoas com excesso de peso tendem a ter baixos níveis de vitamina D circulantes, comparados a pessoas não obesas. Vários estudos já comprovaram isso. Isso ocorre porque a vitamina D é lipossolúvel, o que significa que ela pode ser captada pelo tecido adiposo (gordura). Essas células de gordura atuam como depósito de vitamina D e liberam-na de forma muito mais lenta no organismo, fazendo com que os níveis séricos circulantes da vitamina sejam menores.

Quanto maior o índice de massa corporal da pessoa (IMC), maior a quantia de vitamina D de que ela precisará.

Constatou-se que a vitamina D está tão ligada a fatores metabólicos, que hoje ela é chamada até mesmo de “hormônio”. Suas funções no organismo são várias, e baixos níveis de vitamina D geram efeitos como piora da imunidade, redução dos mecanismos anti-inflamatórios do organismo, aumento do risco de doenças cardiovasculares e de osteoporose, entre outras doenças. Além de promover um estado de cansaço e fadiga crônicos e contribuir para o surgimento de infecções recorrentes, sonolência, dor nos ossos e nas costas, depressão, dificuldade de cicatrização, perda óssea, queda de cabelo e dor muscular.

Deficiência de vitamina D contribui indiretamente com o ganho de peso

A deficiência dessa vitamina, como tantos fatores relacionados à obesidade, é uma via de mão dupla. Não só a obesidade leva aos baixos níveis da vitamina D, como a deficiência de vitamina D contribui indiretamente para o obesidade.

Isso ocorre porque os baixos níveis de vitamina D induzem a ativação de vários mecanismos inflamatórios, que produzem anormalmente substâncias pro-inflamatórias, chamadas de adipocinas. E essa desregulação inflamatória é o que leva ao desenvolvimento da obesidade.

Fontes de vitamina D

Como dito, pessoas obesas tendem a ter baixos níveis de vitamina D, por isso é importante que façam exames e acompanhamento dos seus níveis séricos dessa vitamina durante o tratamento para obesidade.

Além disso, a vitamina D pode ser adquirida de duas principais formas: pelo sol e pela alimentação. A absorção de luz solar pela nossa pele estimula a produção de vitamina D pelo organismo. Deve-se tomar quantidades suficientes de luz solar, com proteção e nos horários de luz menos intensa.

Além disso, é possível obter vitamina D através do consumo de certos alimentos como: salmão, ovo cozido, fígado de galinha, sardinha enlatada e óleo de fígado de bacalhau, dentro de uma dieta balanceada proposta pelo médico especialista.

Autor: Dr. Leônidas Silveira 
Médico Endocrinologista e Nutrólogo

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Da série "O paciente quer saber": Níveis de vitamina D, qual o recomendado?

A nutrologia/nutrição está em constante evolução, sendo necessária uma busca contínua por novos dados, especialmente que nos respaldem com relação ao manejo diagnóstico e terapêutico da vitamina D. 

Na última década, um interesse especial vem sendo notado em relação à deficiência de vitamina D em razão de sua alta prevalência e correlação com aumento de mortalidade geral, incluindo pacientes com câncer e diabetes e à sua associação com diversas doenças além do contexto ósseo, como obesidade, síndrome metabólica, função muscular, não só em idosos (sarcopenia), como em jovens e atletas de alto rendimento, doenças relacionadas a autoimunidade, câncer, asma, fertilidade e gravidez/lactação, por exemplo. 

Recentemente a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) publicou um Consenso sobre Vitamina D, porém há outros guidelines que norteiam a prática clínica dos médicos brasileiros e nutricionistas. 

Inúmeras são as funções da Vitamina D em nosso corpo, mas poucos estudos mostram benefícios além da saúde óssea. É um pró-hormônio, produzido a partir da ação dos raios UVB sobre a nossa pele. Também pode ser encontrada em alimentos como óleos de salmão, atum e sardinha, gema de ovo, fígado, leite, iogurte e queijos, porém em quantidade pequena.  

Função: É fundamental na homeostase do cálcio e fósforo e, logo, na saúde óssea. Seus baixos níveis no sangue estão associados ao aumento de quedas, fraturas e mortalidade geral.  Na maioria dos casos os pacientes podem ser assintomáticos ou seja, não sentirem nada. Quando os sintomas aparecem é importante ficar atento à fadiga, fraqueza muscular e dor crônica.

Com isso, muitos nos perguntam: qual o nível ideal de vitamina D? A resposta não é tão simples quanto se parece e muito menos existe consenso na literatura sobre isso. 

Há muita informação equivocada na internet e com isso os pacientes acabam se autosuplementando, o que é um grande risco. 

Há 15 anos pouco se sabia sobre os efeitos extra-ósseos da vitamina D. Portanto o recomendado era que o valor da 25-OH-Vitamina D ficasse acima de 30ng/ml.

Recentemente a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) publicou em seu site a mudança do valor de referência. Segundo a nota, até então o valor normal era acima de 30 ng/m, mas agora estão sendo aceitos valores a partir de 20 ng/mL. No mesmo comunicado dosagens de 20 a 30 ng/mL não necessitam de reposição da vitamina.

O Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, em uma nota no site, informou que os valores de normalidade da Vitamina D vêm sendo discutidos há algum tempo pelas Sociedades. Esse valor de referência de 30 ng/mL havia sido proposto pela Endocrine Society. O posicionamento do Departamento após a alteração é de que:
  • Maior do que 20 ng/mL é o desejável para população geral saudável;
  • Entre 30 e 60 ng/mL é o recomendado para grupos de risco como idosos, gestantes, pacientes com osteomalácia, raquitismos, osteoporose, hiperparatireoidismo secundário, doenças inflamatórias, doenças autoimunes e renal crônica e pré-bariátricos;
  • Entre 10 e 20 ng/mL é considerado baixo com risco de aumentar remodelação óssea e, com isso, perda de massa óssea, além do risco de osteoporose e fraturas;
  • Menor do que 10 ng/mL muito baixa e com risco de evoluir com defeito na mineralização óssea, que é a osteomalácia, e raquitismo. Os pacientes, nestes casos, apresentam dor óssea, fraqueza muscular e podem ter fraturas; 
  • Acima de 100 ng/mL é considerado elevado com risco de hipercalcemia (quando a quantidade de cálcio no sangue é maior do que o normal) e intoxicação.
O que nós seguimos: A recomendação da ABRAN, no qual o seu consenso foi elaborado por um grupo de especialistas da própria sociedade. 

Em 2020 publicaram uma nova diretriz com base em uma revisão extensa e crítica da literatura atual, em relação ao manejo diagnóstico, preventivo e terapêutico acerca da deficiência e do uso da vitamina D na prática clínica. Que pode ser acessado em:


Segundo a revisão da ABRAN, McKenna et al, corroborados por Pedrosa et al, consideraram, para uma
excelente função neuromuscular, níveis de 25-OH-Vit D > 40ng/mL como ótimos/desejáveis.

Mas devemos ficar atento aos grupos de risco para déficit de vitamina D. O rastreio deve ser feito principalmente neles e não de forma universal.



Desde 2007, após a publicação de Holick (um dos maiores pesquisadores de vitamina D do mundo), consideravam-se como deficiência níveis séricos de 25-OH-Vit D < 20 ng/mL e como insuficiência níveis de 21 a 29 ng/mL, dados corroborados pela Endocrine Society e pelo consenso da SBEM.

Segundo o documento brasileiro, “concentrações de 25-OH-Vit D acima de 30 ng/mL são desejáveis e devem ser as metas para populações de maior risco.

No entanto, como já citado acima, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) publicou em seu site a mudança do valor de referência. Isso foi discutido em conjunto com a SBEM, emitiram um novo posicionamento, no qual se discute a mudança dos critérios para diagnóstico, estabelecendo que para indivíduos “saudáveis” os níveis ideais seriam > 20 ng/mL.

De 30 a 60 ng/mL é considerado para grupos de risco: indivíduos com quedas ou fraturas recorrentes, > 60 anos, gestantes e lactantes, com sarcopenia, raquitismo, osteomalácia, osteoporose e hiperparatireoidismo secundário, candidatos à cirurgia bariátrica, com doença inflamatória, autoimune e renal, obesidade, diabetes e câncer.

Os autores desse posicionamento consideraram ainda que apenas em níveis de 25-OH-Vit D < 10 ng/mL ou de 10 a 20 ng/mL haveria maior risco de remodelação óssea, promovendo maior risco de osteoporose, quedas e fraturas, justificando então a suplementação de vitamina D. 

Segundo o consenso da ABRAN

Um estudo brasileiro com 132 pacientes em Minas Gerais encontrou 42% dos indivíduos “saudáveis,” insuficientes em 25-OH-Vit D e com elevação significativa de níveis de telopeptídeo C-terminal (CTx) sérico, indicando intensa remodelação óssea mesmo com níveis de vitamina D entre 20 e 30 ng/mL (r ¼- 0,29; p ¼ 0,038),corroborado pelo estudo de Tangpricha et al.

Estudo recente de mortalidade cardiovascular, envolvendo 4.000 indivíduos, evidenciou redução de mortes para níveis de 25-OH-Vit D > 40 ng/mL em comparação a níveis inferiores a 17 ng/mL em um seguimento médio de 12 anos.

Para atletas e indivíduos que buscam performance/hipertrofia envolvidos em treinamentos de força, os níveis ótimos de vitamina D têm sido considerados > 40 ng/mL em diversos estudos, com atenção especial a atletas de treinamento indoor, como praticantes de ginástica, lutas e treino de
força. 

Quanto ao câncer, verifica-se 50% menor risco para câncer colorretal com níveis de 25-OH-Vit D > 33 ng/mL quando comparados a Vitamina D de  12 ng/mL, assim como em mulheres com níveis > 40 ng/mL, que apresentaram 67% menos risco para câncer em comparação a níveis < 20 ng/mL.

Esses, entre diversos outros recentes estudos publicados, demonstram o quão complexa é a situação de se definirem novos pontos de corte para níveis adequados de vitamina D em pessoas supostamente saudáveis, mas que buscam prevenção para doenças metabólicas e autoimunes e câncer ao longo da vida. 

Nesse contexto, tendo em vista as diversas novas evidências de benefícios de níveis mais elevados de 25-OH-Vit D, incluindo alvos > 40 ng/mL, como em atletas de alto rendimento, desportistas saudáveis, e na prevenção de doenças crônicas, como autoimunes e câncer, o posicionamento da ABRAN é mostrado na tabela abaixo, adaptada para fins de diagnóstico e indicações de suplementação ante o benefício já conhecido.


Portanto, o diagnóstico deve ser buscado na população de alto risco, mas não se esquecendo de atletas, indivíduos saudáveis que buscam melhora da performance, da prevenção de câncer e doenças autoimunes, em que se objetivam níveis séricos  > 30 a 40 ng/mL pelo menos; 

Medidas preventivas como ajustes nutricionais, maior prática de exercício físico, incluindo atividades ao ar livre e maior exposição solar (não existindo contraindicações dermatológicas) devem ser amplamente estimuladas na população geral.

O diagnóstico deve ser estabelecido pela dosagem sanguínea de25-OH-Vit D, e o tratamento ideal é a suplementação da vitamina D 3, na forma oral, em cápsulas ou comprimidos, em uso diário ou semanal, conforme cada caso. 

O  posicionamento da ABRAN corrobora a opinião da Endocrine Society em buscar níveis de acima de 30 ng/mL,claramente associados à redução de quedas, fraturas e morbidade, além dos diversos benefícios extraósseos demonstrados recentemente na literatura. 

Atenção especial deve ser dada a gestantes, lactantes, obesos e pacientes submetidos a cirurgia bariátrica. 

Novos estudos com maior tempo de seguimento e randomizados, com doses mais elevadas diárias e em pacientes insuficientes de vitamina D são necessários para maior elucidação dos riscos/benefícios da suplementação de vitamina D em diversas situações de interesse clínico recente, especialmente relacionadas às ações extraesqueléticas da vitamina D.

Nós, contraindicamos a autosuplementação de vitamina D e o rastreio universal. 

Autores:
Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo 
Dr. Leandro Houat - Médico especialista em Medicina de família e comunidade
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e profissional da educação física
Márcio José de Souza - Profissional de educação física e graduando em Nutrição

Referências:
  1. Filho, Durval & De Almeida, Carlos Alberto & Filho, Antônio. (2019). Posicionamento atual sobre vitamina D na prática clínica: Posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). International Journal of Nutrology. 12. 082-096. 10.1055/s-0040-1709661. 
  2. https://www.endocrino.org.br/vitamina-d-novos-valores-de-referencia/
  3. https://pebmed.com.br/vitamina-d-posicionamento-das-sociedades-brasileiras-sobre-os-novos-valores-de-referencia/
  4. Holick MF. Vitamin D deficiency. N Engl J Med 2007;357(03): 266–281.
  5. Maeda SS, Borba VZ, Camargo MB, et al; Brazilian Society of Endocrinology and Metabology (SBEM). Recommendations of the Brazilian Society of Endocrinology and Metabology (SBEM) for the diagnosis and treatment of hypovitaminosis D. Arq Bras Endocrinol Metabol 2014;58(05):411–433


    terça-feira, 16 de janeiro de 2018

    Clube de Revista: Lactentes com alergia à proteína do leite de vaca apresentam níveis inadequados de vitamina D?

    Lactentes com alergia à proteína do leite de vaca apresentam níveis inadequados de vitamina D?
    Este estudo transversal envolveu 120 crianças de até dois anos, sendo um grupo de 59 lactentes com alergia à proteína do leite de vaca (APLV), e outro grupo de controle composto por 61 lactentes saudáveis, atendidos em ambulatórios de um hospital universitário da Universidade Federal de Pernambuco (UFP).

    Os autores aplicaram um questionário e aferiram os níveis de vitamina D por meio do teste 25(OH)D, considerando inadequados os níveis menores que 30 ng/ml. Foi considerada deficiência quando o resultado foi inferior a 20 ng/ml, insuficiência quando entre 21-29 ng/ml e suficiência quando igual ou superior a 30 ng/ml.

    Os lactentes com APLV, quando comparados com os saudáveis, apresentaram uma menor média do nível de vitamina D (30,93 X 35,29 ng/ml; p = 0041) e maior frequência de deficiência (20,3% X 8,2%; p = 0,049). Maior frequência de níveis inadequados de vitamina foi observada em crianças com APLV que estavam em aleitamento materno exclusivo/predominante (p = 0,002). A frequência de um status inadequado de deficiência de vitamina D foi semelhante entre os grupos (p = 0,972).

    Os autores concluíram que menores níveis de vitamina D foram observados em lactentes com APLV, especialmente naqueles em aleitamento materno exclusivo/predominante, que configura esse como como um possível grupo de risco para deficiência dessa vitamina.

    Destaque-se que nenhuma das crianças do estudo fazia uso de suplementação vitamínica, e apenas nove mães de crianças com APLV (15,3%) e quatro mães de crianças saudáveis (6,6%) relataram ter feito suplementação de vitamina D durante o período gestacional.

    Ao analisar a relação da exposição solar com os níveis de vitamina D nessa pesquisa foi verificado que a exposição solar adequada não assegurou níveis suficientes de vitamina D.

    Concluem também os autores que mesmo em regiões ensolaradas , principalmente em bebês em aleitamento materno exclusivo, se avalie a suplementação vitamínica de rotina.

    O desenho do estudo não permitiu estabelecer a existência de uma relação causal entre deficiência de vitamina D e o surgimento da alergia.

    O fato de as mães das crianças com APLV em aleitamento materno exclusivo fazerem dieta de exclusão de leite de vaca e derivados, sem suplementação de vitamina D, pode estar relacionado à deficiência.

    As principais causas da deficiência de vitamina D são a ingestão usual  abaixo dos níveis recomendados; exposição solar limitada; deficiência  da conversão renal da vitamina D para a forma ativa, ou má absorção induzida por medicamentos como fenobarbital, hidantoína, carbamazepina, valproato, rifampicina, isoniazida e corticosteroides.

    A APLV está entre os fatores de risco para alterações na mineralização óssea, que incluem também dietas deficientes em vitamina D, hábitos de vida inadequados, baixo peso, uso de corticosteroides, e vegetarianismo puro, entre outros.

    Alguns estudos, como o presente, sugerem uma maior frequência de hipovitaminose D em crianças com APLV, apesar desse grupo não estar relacionado na recomendação de rastreioi para deficiência de vitamina D, o que valoriza ainda mais o trabalho apresentado.

    Referência
    Silva, C.M.; Silva, S.A.; Antunes, M.M.C.; Silva, G.A.P.; Sarinho, E.S.C.; Brandt, K.G. J Pediatr (Rio J). 2017;93(6):632-638.

    Fonte: Medscape Brasil

    quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

    A carência de vitamina D

    Devido à maior incidência do câncer de pele, temos seguido a recomendação de diminuir ou mesmo evitar a exposição da pele ao sol. Em todas as idades, o banho de sol tem sido restrito às primeiras horas da manhã e ao final da tarde e na maioria das vezes tem sido ignorado. Entretanto, o sol é necessário para que a vitamina D seja sintetizada no nosso organismo.

    Pesquisas tem evidenciado os problemas de saúde que a falta da vitamina D acarreta em todas as faixas etárias. Em um estudo realizado nos USA em 2008, e publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”, cerca de metade das crianças e adultos norte-americanos apresentam níveis inferiores ao ideal de vitamina D e até 10% das crianças apresentam sérias deficiências.

    Além da má calcificação óssea em crianças e adolescentes, e da osteoporose nas mulheres na pós menopausa e no homem idoso, pesquisas mais recentes associam a deficiência de vitamina D às mais variadas doenças como asma, infecções de repetição, doenças auto imunes, aumento de casos de câncer, alterações cardiovasculares e alterações cerebrais como Síndrome de Parkinson, Mal de Alzheimer e Esquizofrenia.

    A comunidade científica continua a debater qual seria o nível ideal de vitamina D para o organismo. As pessoas em geral são classificadas como deficientes caso a presença do composto no sangue seja inferior a entre 15 e 20 nanogramas por mililitro. Mas muitos médicos acreditam agora que o nível ideal de vitamina D deveria ser superior a 30 nanogramas por mililitro.

    A principal fonte de vitamina D para o ser humano é a exposição à luz solar. Tudo o que diminua a transmissão de radiação solar UVB para a superfície da Terra ou qualquer coisa que interfira com a penetração da radiação UVB na pele irá afetar a síntese cutânea de vitamina D3. A melanina, pigmento que dá cor a pele humana, é extremamente eficiente em absorver a radiação UVB, portanto, o aumento da pigmentação da pele reduz acentuadamente a síntese de vitamina D3. Da mesma forma, um filtro solar com proteção solar 15 absorve 99% da radiação UVB incidente, e assim, quando aplicados na pele, diminuem 99% a síntese de vitamina D3.

    Além do sol, a vitamina D pode ser encontrada em alguns alimentos, como por exemplo, no peixe – uma porção de 100 gramas de salmão fresco oferece entre 600 e mil unidades internacionais de vitamina D. Os alimentos fortificados com vitamina D são na maioria das vezes insuficientes para satisfazer as necessidades de uma criança ou de um adulto em vitamina D.

    Referências

    1. Developmental Vitamin D Deficiency and Risk of Schizophrenia: A 10-Year Update. McGrath JJ, Burne TH, Féron F, Mackay-Sim A, Eyles DW. Schizophr Bull. 2010 Sep 10.

    2. Role of vitamin d in cardiovascular health. Reddy Vanga S, Good M, Howard PA, Vacek JL. r J Cardiol. 2010 Sep 15;106(6):798-805. Epub 2010 Aug 1.

    3. Nutrition in oncology: the case of micronutrients (review). Ströhle A, Zänker K, Hahn A. Oncol Rep. 2010 Oct;24(4):815-28.

    4. The role of vitamin D in asthma. Sandhu MS, Casale TB. Ann Allergy Asthma Immunol. 2010 Sep;105(3):191-9.

    5. Assessing vitamin D in the central nervous system.Holmøy T, Moen SM. Acta Neurol Scand Suppl. 2010;(190):88-92.

    6. Vitamin D deficiency and its relationship with rás mineral density among postmenopausal women living in the tropics. Bandeira F, Griz L, Freese E et all. Arq rás Endocrinol Metab. 2010;54(2):227-232.7. Assessment of Vitamin D in Population-Based Studies Vitamin D deficiency: a worldwide problem with health consequences. Michael F Holick and Tai C Chen. American Journal of Clinical Nutrition, Vol. 87, No. 4, 1080S-1086S, April 2008.

    Fonte: http://www.clinicaberenicewilke.com.br/9889/69075.html

    sábado, 3 de setembro de 2011

    Vitamina D e déficit cognitivo

    Em um artigo a ser publicado no Journal of Geriatric Psychology and Neurology, pesquisadores da Universidade de Cambridge e da Universidade de Michigan relataram a correlação de baixos níveis de vitamina D com o aumento de déficit cognitivo em homens e mulheres.

    Por falar nisso, o déficit cognitivo tem sido apontado como capaz de aumentar o risco de demência, uma das causas predominantes da invalidez na faixa etária dos idosos. O presente estudo incluiu 708 homens e 1.058 mulheres, com idade inscritos a partir de 65 anos como participantes do Health Survey for England 2000.

    Por sinal, os testes psicológicos revelaram falhas cognitivas em 212 indivíduos e esses distúrbios se mostraram freqüentes à medida que se constatava níveis baixos de 25 hidroxi, a forma de análise da vitamina D no soro sanguíneo.

    Aliás, os participantes cujos níveis de vitamina D estavam em ¼ ou em 25% do grupo na faixa de 8 a 30 nmol por litro evidenciaram um risco de distúrbios cognitivos 2.28 vezes maior do que os homens e mulheres cujos níveis de vitamina D estavam no outro quarto ou 25% do grupo com níveis de vitamina D na faixa de 66 a 170 nmoles por litro.

    Segundo os autores do estudo, surgiu uma nova evidencia revelando que o nível de vitamina D medido no soro sanguíneo relaciona-se com déficits cognitivos na população idosa e tem potencial de esclarecimento para definir um diagnostico diferencial. Isso é digno de nota porque a vitamina D 25 hidroxi desempenha um relevante papel na expressão de fatores neurotróficos, ou seja na nutrição nervosa, na estimulação da neurogenese em organismos adultos, ou seja na capacidade de criar novas conexões nervosas, além da homeostase ou regulação do cálcio, e, além disso, nos mecanismos de desintoxicação do organismo. Além disso, a associação entre os níveis sericos de 25 hidroxi e os déficits cognitivos ressalta a importância de micronutrientes na vida dos idosos, geralmente desregulada.

    Esse é o primeiro estudo em grande escala na identificação da relação entre a vitamina D e os déficits cognitivos na terceira idade, segundo o co-autor do estudo Iain A. Lang, da Escola de medicina Peninsula de Exeter, Inglaterra.

    Como se sabe, a demência é um problema crescente para os serviços de saúde em todo o mundo e as pessoas que têm problemas cognitivos estão em alto risco de desenvolver esse distúrbio. É importante pesquisar os meios que possam reduzir os níveis de demência, que constitui um grande desafio para os serviços de saúde.

    Para as pessoas que vivem em países com invernos prolongados sem muita luz solar como no Reino Unido, a síntese natural de vitamina D pode ser um problema, sobretudo para os idosos que ainda se expõem menos ao sol. Essa carência pode ser suprida com a suplementação de vitamina D, proposta no passado para a melhora da estrutura óssea e hoje já recomendada para corrigir o déficit cognitivo e o risco de demência.

    Em pesquisa clínica a A Clinica Nutricional tem verificado, que mesmo em Brasília, uma cidade tropical, também ocorre o déficit de vitamina D por baixa exposição ao sol. A análise de rotina do 25 hidroxi, em laboratório associado, tem revelado o déficit da vitamina D em cerca de 40 % dos pacientes, sendo prescrita a suplementação e correção nutricional segundo estudos feitos na California, onde tem ocorrido um déficit freqüente de vitamina D, o que é um paradoxo, já que a California é um dos estados mais ensolarados dos EUA.

    Fonte: http://www.ibsweb.com.br/clinicanutricional/index.php?option=com_content&task=view&id=101&Itemid=39

    quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

    Baixos níveis de vitamina D associados à pior resposta ao tratamento em pessoas com HIV e Hepatite C

    Uma pesquisa recente diz, as pessoas infectadas com o vírus da hepatite C (VHC) e HIV são
    menos propensas a responder à interferon peguilado e ribavirina (PEG/RBV) – um tratamento para VHC – se tiverem baixos níveis de vitamina D.

    A deficiência de vitamina D é comum em pessoas com HIV e VHC. A correlação entre os níveis de vitamina D e a resposta ao tratamento PEG/RBV em pessoas co-infectadas não havia sido avaliada até o presente estudo, pelo Vienna HIV & Liver Study Group.

    Este grupo de pesquisadores recrutou 65 pessoas com HCV e HIV que tinham registro de biópsia do fígado e dados de resposta virológica. Eles determinaram o status da vitamina D a partir de amostras de sangue armazenadas recolhidas no prazo de 1 mês antes de iniciar a terapia HCV.

    Os autores constataram que 20% dos participantes tinham níveis normais de vitamina D (>30 ng/ml), enquanto que 57% estavam insuficientes de vitamina D (10-30 ng/ml) e 23% estavam deficientes em vitamina D (<10 br="" ml="" ng="">
    Eles relatam que as taxas de resposta virológicas precoces – significando que o VHC não é detectável no sangue após 12 semanas de tratamento – foram significativamente mais freqüentes em pacientes com níveis suficientes de vitamina D (92%) do que naqueles com níveis (insuficientes (68%) ou deficientes 47 %). Os pacientes também foram mais propensos a ter uma resposta virológica sustentada – O VHC não é detectado no sangue 6 meses após a conclusão do tratamento – se estavam suficientes em vitamina D (85%) em comparação com aqueles com insuficiência (60%) ou a deficiência (40% ).

    Os autores concluíram,

    “Baixos níveis de 25(OH)D podem prejudicar resposta virológica à terapia PEGIFN+RBV, especialmente em pacientes de tratamento dificultado. A suplementação de vitamina D deve ser considerada e avaliada prospectivamente em pacientes HIV-VHC co-infectados que recebem tratamento CHC.”

    Referências

    Mandorfer M, Reiberger T, Payer B, Ferlitsch A, Breitenecker F, Aichelburg M, Obermayer-Pietsch B, Rieger Am Trauner M, Peck-Radosavljevic M. Low vitamin D levels are associated with impaired virologic response to PEGIFN+RBV therapy in HIV-hepatitis C virus coinfected patients. AIDS. January 2013.

    Fonte: http://vitaminad3.wordpress.com/2013/01/30/baixos-niveis-de-vitamina-d-associados-a-pior-resposta-ao-tratamento-em-pessoas-com-hiv-e-hepatite-c/

    terça-feira, 18 de outubro de 2022

    O potencial efeito da suplementação de vitamina D na síndrome do intestino irritável

    Sem clareza na patogênese, os profissionais da saúde enfrentam dificuldades para o estabelecimento de terapias adequadas para o tratamento dos sintomas da síndrome do intestino irritável (SII). Essa condição é caracterizada por sintomas como dor, inchaço e hábitos intestinais alterados que afetam a qualidade de vida do paciente.

    Para melhorar esse cenário de dúvidas, pesquisadores têm questionado uma possível relação da SII com a deficiência de vitamina D. Sabe-se que a vitamina D é importante no metabolismo de minerais, como cálcio e fósforo, mas também apresenta capacidade anti-inflamatória e imunomoduladora que são relevantes no quadro clínico da SII.

    Vale lembrar que essa vitamina também participa da manutenção de superfícies mucosas, como a barreira mucosa intestinal, logo, a deficiência de vitamina D apresenta sintomas gastrointestinais que podem ser causados por danos na mucosa. Em uma revisão sistemática e meta-análise, pesquisadores decidiram avaliar o efeito da suplementação de vitamina D sobre a gravidade dos sintomas e a qualidade de vida dos pacientes com SII.

    A partir de 6 ensaios controlados randomizados com duração de 1,5 a 6 meses, pesquisadores encontraram um total de 616 participantes que foram diagnosticados com SII através dos critérios de Roma III ou IV. Desse total, 310 pacientes receberam suplementação de vitamina D (de 2.000 UI a 50.000 UI) e 306 receberam placebo.

    Analisando esses estudos, não foram encontradas diferenças significativas, entre o placebo e a vitamina D, nos sintomas da SII que foram mensurados por um questionário que avalia gravidade da dor abdominal, frequência de dor, distensão abdominal, insatisfação com os hábitos intestinais e interferência na vida em geral. Também não foram observadas diferenças entre as doses, altas (50.000 UI) ou baixas (abaixo de 50.000 UI).

    Porém, além de melhorar o status de vitamina D dos pacientes que receberam suplementação, essa estratégia favoreceu escores mais positivos de qualidade de vida na síndrome do intestino irritável. Esse escore inclui itens como ansiedade, imagem corporal, preocupação com a saúde, recusa alimentar, entre outras questões.

    Dessa forma, a revisão destaca que ainda é preciso investigar mais a relação da vitamina D com a síndrome do intestino irritável. Mas, os pesquisadores ressaltam que, devido às suas características imunomoduladoras, essa vitamina pode impactar na saúde do sistema gastrointestinal melhorando a inflamação e reestabelecendo a funcionalidade do intestino.

    Fatores psicológicos, como ansiedade e depressão, também são relatados por alguns pacientes antes do início da SII e geralmente essas condições estão associadas à deficiência de vitamina D. Sabendo disso, os autores dessa revisão também comentam que a suplementação de vitamina D pode melhorar sintomas depressivos e, consequentemente, influenciar a etiologia e a melhoria da qualidade de vida na SII.


    Referência: Abuelazm M, Muhammad S, Gamal M, Labieb F, Amin MA, Abdelazeem B, Brašić JR. The Effect of Vitamin D Supplementation on the Severity of Symptoms and the Quality of Life in Irritable Bowel Syndrome Patients: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Nutrients. 2022 Jun 24;14(13):2618. doi: 10.3390/nu14132618. PMID: 35807798; PMCID: PMC9268238.

    quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

    Metanálise evidencia que suplementos não previnem fraturas em adultos e idosos saudáveis

    Uma meta-análise de múltiplos ensaios randomizados não embasa o uso de suplementos de cálcio ou vitamina D ou a combinação deles para reduzir o risco de fratura de qualquer tipo em idosos saudáveis, reafirmam pesquisadores chineses.

    "O aumento dos impactos sociais e econômicos para as fraturas relacionadas à osteoporose em todo o mundo faz da prevenção de tais lesões um importante objetivo de saúde pública", escrevem o Dr. Jia-Guo Zhao, Tianjin Hospital (China) e colaboradores.

    "Mas os resultados desta meta-análise mostraram que o cálcio, o cálcio mais a vitamina D, e suplementação com vitamina D isoladamente, não foram significativamente associados a uma menor incidência de fraturas do quadril, não vertebral, vertebral ou total em idosos que vivem na comunidade" observam eles.

    "E estes resultados foram geralmente consistentes, independentemente de dose de cálcio ou vitamina D, sexo, história de fratura, ingesta dietética de cálcio, e concentrações séricas basais de 25-hidroxivitamina D", concluem os autores.

    O estudo foi publicado na edição de 26 de dezembro do Journal of the American Medical Association.

    A meta-análise incluiu 33 ensaios clínicos randomizados envolvendo 51.145 participantes com idade superior a 50 anos. "Quatorze estudos compararam suplementos de cálcio com placebo ou nenhum tratamento", escrevem os pesquisadores. Eles observaram uma redução de 53% no risco relativo (RR) de fratura do quadril com suplementação de cálcio (RR, 1,53; IC de 95%, 0,97 - 2,42), mas isso não foi significativo, com uma diferença absoluta de risco (DAR) de 0,01 em comparação com o placebo ou nenhum tratamento.

    Da mesma forma, a redução absoluta do risco relativo com suplementação de cálcio e fraturas não-vertebrais foi de 0,95 (IC de 95%, 0,82 - 1,11), com uma DAR de -0,01. Isto não foi novamente significativo em comparação com placebo ou ausência de tratamento. Também não foi observada associação significativa entre o risco de fratura vertebral, com uma redução do risco relativo de 0,83 (IC de 95%, 0,66 - 1,05) e uma DAR de -0,01, ou em fraturas totais, com uma redução relativa do risco de 0,88 (IC de 95%, 0,75 - 1,03) e uma DAR de -0,02, em comparação com o placebo ou nenhum tratamento, acrescentam os pesquisadores.

    "Dezessete estudos compararam a suplementação de vitamina D com um placebo ou nenhum tratamento", continuam os pesquisadores. Houve novamente uma ligeira redução de 21% no risco relativo de fratura de quadril com suplementação de vitamina D em comparação com placebo ou nenhum tratamento (RR, 1,21; IC de 95%, 0,99-1,47), com DAR de 0,00.

    No entanto, a diferença entre o grupo suplementado e aqueles que não usaram suplementos novamente não foi significativa, como destacaram os pesquisadores. Também não foi observada redução significativa em fraturas não-vertebrais e suplementação de vitamina D (RR de 1,10; IC de 95%, 1,00 - 1,21), com DAR de 0,01. O mesmo foi verdadeiro para as fraturas vertebrais e totais em comparação com o placebo ou nenhum tratamento, com risco relativo de fraturas vertebrais de 0,97 (IC de 95%, 0,54 - 1,77) e 1,01 para fraturas totais (IC de 95%, 0,87 - 1,17), com uma DAR de 0,00 para ambos desfechos de fratura.

    Avaliando a combinação de suplementos de cálcio e vitamina D, os pesquisadores identificaram 13 ensaios nos quais a combinação foi comparada com placebo ou ausência de tratamento. O principal estudo incluído nessa subanálise foi o Women's Health Initiative, no qual mais de 36.000 mulheres receberam cálcio e vitamina D, com ou sem terapia hormonal, ou placebo.

    Novamente, os pesquisadores não encontraram associação clinicamente relevante entre o uso de vitamina D mais suplementação de cálcio e qualquer um dos desfechos de fratura. Para a fratura do quadril, o risco relativo foi de 1,09 entre os grupos com suplemento e sem suplemento (IC de 95%, 0,85 - 1,39), com DAR de 0,00. Para a fratura vertebral, a redução do risco relativo foi de 0,63 (IC de 95%, 0,29 - 1,40), com uma DAR de -0,00, enquanto que para as fraturas totais, a redução do risco relativo foi de 0,90 (IC de 95%, 0,78 - 1,04), com uma DAR de -0,01, em comparação com ausência de suplementação.

    "Análises de sensibilidade que excluíram ensaios de baixa qualidade e estudos que inscreveram exclusivamente pacientes com condições médicas particulares não alteraram esses resultados", observam os pesquisadores.

    Os autores advertem que é possível que os pacientes institucionalizados ainda possam se beneficiar de suplementação de cálcio ou vitamina D, uma vez que estão sob maior risco de osteoporose devido a múltiplos fatores de estilo de vida. Assim, "os benefícios da suplementação de cálcio e vitamina D podem diferir entre pessoas que vivem na comunidade e pessoas que vivem em instituições de longa permanência".

    No entanto, entre homens e mulheres saudáveis o suficiente para viver na comunidade, os "resultados não embasam o uso rotineiro desses suplementos", afirmam os autores.

    Os autores não relataram conflitos de interesses relevantes.

    Artigo original: Zhao J, Zeng X, Wang J, Liu L. Association Between Calcium or Vitamin D Supplementation and Fracture Incidence in Community-Dwelling Older AdultsA Systematic Review and Meta-analysis. JAMA. 2017;318(24):2466–2482. doi:10.1001/jama.2017.19344

    Fonte: https://portugues.medscape.com/verartigo/6501936

    quinta-feira, 27 de agosto de 2020

    Deficiência de vitamina D é preditor de mau prognóstico em pacientes COVID-19

    Baixos níveis de vitamina D é uma condição frequente nos dias atuais e está correlacionada ao aumento do risco de infecções do trato respiratório. 

    Em pacientes afetados por doença respiratória aguda devido infecção pelo coronavírus (COVID-19), as respostas imunológicas e inflamatórias estão diretamente associadas à gravidade da doença. Em consideração ao papel da vitamina D no sistema imunológico, o objetivo deste estudo foi analisar os níveis de vitamina D em pacientes com insuficiência respiratória aguda devido ao COVID-19 e avaliar as suas correlações com a gravidade da doença e o prognóstico.

    O estudo retrospectivo e observacional analisou ​​dados demográficos, clínicos e laboratoriais de 42 pacientes com insuficiência respiratória aguda por COVID-19, atendidos na Unidade de Tratamento Intermediário Respiratório.

    Oitenta e um por cento dos pacientes apresentaram baixos níveis de vitamina D. Posteriormente, a população do estudo foi estratificada em quatro grupos: sem deficiência de vitamina D, com insuficiência da vitamina, deficiências moderada e deficiência grave. Não foram encontradas diferenças em relação às características demográficas e clínicas. Uma análise de sobrevida destacou que, após 10 dias de hospitalização, os pacientes com deficiência grave de vitamina D apresentavam 50% de probabilidade de mortalidade, enquanto aqueles com níveis de vitamina D maiores que 10 ng/mL apresentavam risco de mortalidade de 5% (p = 0,019).

    Com essa pesquisa, os autores concluíram que a hipovitaminose de vitamina D foi frequentemente observada em pacientes com COVID-19 e insuficiência respiratória aguda. Pacientes com deficiência grave da vitamina tiveram um risco de mortalidade significativamente maior. A deficiência grave de vitamina D pode ser um marcador de mau prognóstico nesses pacientes, sugerindo que o tratamento adjuvante pode melhorar os resultados da doença.

    Referência: Carpagnano GE, Di Lecce V, Quaranta VN, et al. Vitamin D deficiency as a predictor of poor prognosis in patients with acute respiratory failure due to COVID-19 [published online ahead of print, 2020 Aug 9]. J Endocrinol Invest. 2020.

    terça-feira, 22 de março de 2011

    Associação entre alergias e deficiência de vitamina D em crianças e adolescentes

    Estudo recente evidenciou que crianças com baixa ingesta de vitamina D podem ter um maior risco de desenvolver alergias.

    Os cientistas examinaram os níveis sanguíneos de 25-OH-vitamina D de mais de 3100 crianças e adolescentes e de 3400 adultos. Os dados foram obtidos do National Health and Nutrition Examination Survey 2005-2006 (NHANES), que é um programa de estudos que objetiva obter informações sobre a saúde e o estado nutricional de adultos e crianças nos EUA. No estudo os pacientes foram submetidos a dosagem sanguínea de imunoglobulina E (IgE), uma proteína que é produzida quando o sistema imune responde a alérgenos.

    Os resultados mostraram que em adultos não houve correlação entre baixos níveis de vitamina D (<15nanograma por ml de sangue) e alergias, porém a correlação foi significativa em crianças e adolescentes. Os pacientes de 01 a 21 anos com baixos níveis de vitamina D tiveram um maior risco de apresentar sensibilidade a 11 dos 17 alérgenos testados (incluia alérgenos ambientais e alimentares).

    Um dos exemplos de alergia alimentar, foi a alergia amendoim. As crianças diagnosticadas com baixo nível sério de vitamina D,  tiveram 2,4 vezes mais chance de ter alergia a esse alimento que as que possuiam níveis de 30nanograma por ml de sangue (o que pelos estudos atuais, já pode ser considerado baixo).

    Os pacientes de 1 a 21 anos com deficiência de Vitamina D apresentaram também um maior risco de sensibilização alérgica por camarão, cães, baratas, pólen de ambrósia, carvalho, centeio, capim-Bermuda e pólen de cardo.
    Tais achados não dão certeza que a deficiência de Vitamina D possa ocasionar alergias mas sugerem fortemente que indívíduos (crianças e adolescentes) deveriam obter quantidades adequadas da vitamina. Os estudos mais atuais mostram que a Vitamina D parece ter uma ação antinflamatória.

    Ao final do estudo, os cientistas observaram que atualmente está aumentando a prevalência de deficiência de vitamina D  e de alergias alimentares.

    Artigo:Vitamin D levels and food and environmental allergies in the United States: Results from the National Health and Nutrition Examination Survey 2005-2006
    Periódico: Journal of Allergy and Clinical Immunology
    Autores: Shimi Sharief, Sunit Jariwala, Juhi Kumar, Paul Muntner, Michal L. Melamed.
    Data: Fevereiro de 2011
    Link: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6WH4-5266011-1&_user=10&_coverDate=02%2F16%2F2011&_rdoc=1&_fmt=high&_orig=gateway&_origin=gateway&_sort=d&_docanchor=&view=c&_acct=C000050221&_version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=a7362e2a2534475c06c3587ac59ea623&searchtype=a

    quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

    Baixos níveis de vitamina D em crianças associados à gravidade do eczema


    A dermatite atópica ou eczema é uma doença de pele alérgica, inflamatória, crônica, não contagiosa e que causa muita coceira. A pele de um paciente com eczema reage anormalmente à substâncias irritantes, alimentos, poeira, ácaros, pólen e outros alérgenos tornando-se vermelha, escamosa e com muito prurido. A pele torna-se também vulnerável a infecções bacterianas.

    Nas últimas décadas, eczema tornou-se dramaticamente mais comum, especialmente entre as crianças. Atualmente afeta quase 20% de todas as crianças e até 3% dos adultos nos países industrializados, a sua prevalência nos Estados Unidos sozinho quase triplicou nos últimos 30 anos.

    Já escrevi sobre isso antes:

    Dear Dr Cannell: Sun exposure, vitamin D, and eczema. Posted on November 17, 2012 by John Cannell, MD: http://blog.vitamindcouncil.org/2012/11/17/dear-dr-cannell-sun-exposure-vitamin-d-and-eczema/
    Vitamin D and sun exposure: Eczema update. Posted on September 22, 2012 by John Cannell, MD: /http://blog.vitamindcouncil.org/2012/09/22/vitamin-d-and-sun-exposure-eczema-update/
    Dear Dr. Cannell: Allergies. Posted on May 29, 2012 by John Cannell, MD: http://blog.vitamindcouncil.org/2012/05/29/dear-dr-cannell-allergies
    Dr. Aysegul Akan e colegas em Ancara, na Turquia, realizaram um interessante estudo de 74 crianças com eczema, cujos níveis médios iniciais de vitamina D foram de cerca de 11 ng/ml. Eles realizaram um estudo transversal, observando vários fatores em apenas um período de tempo.

    Akan A, Azkur D, Ginis T, Toyran M, A Kaya, E Vezir, Ozcan C, Ginis Z, Kocabas CN. Níveis de vitamina D em crianças estão correlacionados com a gravidade da dermatite atópica, mas apenas em pacientes com sensibilidade alérgica. Pediatr Dermatol 7 de janeiro de 2013.

    Os autores realizaram testes de pele nas crianças para verificar a sensibilização alérgica. E também as agruparam quanto à gravidade do seu eczema como leve, moderada ou grave.

    Eles descobriram que em crianças com testes cutâneos positivos, aqueles que foram sensibilizados, níveis de vitamina D são correlacionados inversamente com a gravidade da dermatite atópica, menor o nível de vitamina D pior a eczema. A vitamina D não foi correlacionada com os níveis de IgE total ou percentagem de eosinófilos em nenhum grupo.

    Se o seu filho tem eczema, comece a lhe dar vitamina D3, cerca de 1.000 UI para cada 12 quilos de peso corporal por recomendações do Vitamin D Council. Quando você calcular a dose, arredonde para cima; assim uma criança com 13 kg tomaria 2.000 UI/dia, e uma de 25 kg tomaria 3.000 UI/dia. Pode demorar um pouco – vários meses – mas com base nas evidências que temos hoje, o eczema deve melhorar com o tempo.

    Fonte (sem tradução) Vitamin D Council

    Fonte: http://vitaminad3.wordpress.com/2013/01/27/baixos-niveis-de-vitamina-d-em-criancas-associados-a-gravidade-do-eczema/

    quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

    Ingestão diária de vitamina D pode evitar doenças graves


    Uma entidade de saúde britânica está lançando uma campanha para conscientizar a população do país para os benefícios da ingestão diária de suplementos de vitamina D, cuja deficiência está associada a inúmeras doenças.

    Segundo o Royal College of Paediatrics and Child Health (RCPCH, na sigla em inglês), órgão que supervisiona a saúde infantil no Reino Unido, tais suplementos, que são baratos e acessíveis, deveriam ser adicionados às refeições diárias de todas as pessoas, para fortalecer a saúde.

    O RCPCH está concentrando sua campanha no Reino Unido para que grávidas, mulheres que estão na fase de amamentação, crianças de seis meses a cinco anos e adultos acima de 65 anos tomem a vitamina D na quantidade recomendada.

    No país, estima-se que metade da população branca e 90% dos negros e asiáticos sofram de alguma doença relacionada à falta de vitamina D no organismo. Em países como Estados Unidos, Canadá e Finlândia, a ingestão suplementar de vitamina D já é bem mais comum.

    Sintomas

    Os primeiros sintomas da deficiência deste nutriente são dor óssea e muscular e inchaço nos punhos e nas costelas. A falta de vitamina D também está associada ao aumento da incidência de diabetes, tuberculose, esclerose múltipla e raquitismo, doença que provoca e enfraquecimento e deformação dos ossos.
    O suplemento pode ser obtido pela luz solar e por alimentos como peixes oleosos, ovos e cogumelos.

    "Sabemos que a falta de vitamina D é um problema crescente e estudos mostram que há altos níveis de deficiência deste nutriente entre certos grupos, incluindo crianças", disse Mitch Blair, professor do RCPCH.
    "Pegando sol e comendo alimentos que são fontes de vitamina D, as pessoas obtém somente uma parcela de 10% da quantidade diária recomendada", avalia.

    "Comer um pouco mais de peixe e apanhar um pouco mais de sol não vão resolver o problema", acrescenta.
    "A falta de vitamina D está relacionada a uma série de doenças graves em crianças e adultos, que podem ser prevenidas com medidas simples, como o uso de suplementos", explica.

    "Garantir que as pessoas estejam conscientes de que os suplementos estão disponíveis é um passo crucial para diminuir a incidência de doenças. Nós precisamos fazer com que esses suplementos estejam disponíveis para a população, que é algo que já está acontecendo em alguns países", acrescentou o especialista.

    Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121216_vitamina_d_deficiencia_ingestao_lgb.shtml

    segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

    Estudo mostra que genes interferem no nível de vitamina D do corpo

    Os genes têm papel fundamental na manutenção do nível de vitamina D, mas essa ação é mais evidente durante o inverno. No verão, fatores como condições ambientais e estilo de vida são os principais responsáveis pela quantidade do nutriente no corpo humano. Essa é a conclusão de um estudo que será publicado na edição de dezembro da "American Journal of Clinical Nutrition".

    A médica Cristina Karohl e sua equipe da Universidade Emory, em Atlanta (EUA), mediram as taxas de 25-hidroxivitamina D no sangue, que indica a quantidade de vitamina D estocada em uma pessoa.

    Vitamina D é produzida pelo corpo com exposição ao sol, mas genes também colaboram para manter taxa do nutriente.

    A pesquisa envolveu dois grupos com idade em torno dos 55 anos, que foram divididos entre 310 gêmeos idênticos e 200 não-idênticos. Os pesquisadores chegaram a resultados que mostram que a vitamina D foi maior durante o verão devido à interferência externa como exposição ao sol e dieta fortificada com vitamina D, mas 70% das concentrações durante o inverno puderam ser atribuídas a fatores genéticos de cada um dos participantes do estudo.

    A vitamina D é necessária para manter a saúde e os ossos fortes, sendo produzida naturalmente quando o organismo é exposto à luz solar - a maioria dos alimentos não contêm a vitamina.

    Segundo os autores do estudo, os dados podem ser úteis para especialistas em saúde pública e para assegurar quantidades adequadas de vitamina D a todas as camadas da população.

    terça-feira, 25 de dezembro de 2012

    Estudo: Vitamina D reduz infecções respiratórias e uso de antibióticos


    Pesquisa publicada hoje no BMJ Open sugere que a suplementação diária com de vitamina D resulta em menos casos de infecções respiratória severas e em menor uso de antibióticos em uma população suscetível.

    Pesquisas sobre a deficiência de vitamina D e infecções respiratórias tem sido um tema quente de notícias ultimamente, com vários estudos que defendendo diferentes conclusões.

    Pedro Bergman, médico residente em microbiologia clínica no Karolinska University Hospital, em Huddinge, e colegas conduziram um estudo randomizado, duplo-cego, atribuindo 140 pacientes com deficiência do sistema imunológico a suplementação diária de vitamina D (4.000 UI) ou placebo durante 1 ano. Os participantes tiveram freqüentes infecções do trato respiratório (mais de 4 por ano) e tiveram pelo menos "42 dias com sintomas de infecções do trato respiratório durante o ano anterior à inclusão. "

    Os resultados são os seguintes:
    Os participantes do grupo da vitamina D reduziram o desconforto
    Os pacientes que necessitaram de tratamento com antibióticos, durante o período do estudo foi 63 por cento menor no grupo da vitamina D em relação ao grupo placebo
    Houveram resultados significativamente menores de streptococcus aureus, infecções fúngicas e infecções respiratórias no grupo da vitamina D

    Para pesquisas futuras, Bergman declarou: "Eu me concentraria em pacientes com menos de 50 nmol / l [20 ng / ml] ... A evidência disponível diz que somente aqueles abaixo desses níveis, há o benefício adicional da vitamina D. "

    Bergman estimula que hajam pesquisas sobre o assunto antes de fazer recomendações definitivas.

    Fonte: Vitamin D Council

    quarta-feira, 11 de maio de 2022

    [Conteúdo exclusivo para médicos e nutricionistas] Cálcio, vitamina D e calcificação da válvula aórtica: para o osso ou para o coração?

    Suplemento de cálcio e vitamina D: certo ou errado?

    Intuitivamente, pode-se pensar que suplementar vitaminas e minerais seria a coisa certa a fazer, especialmente em pessoas mais velhas e comórbidas. Todos os anos, bilhões de dólares são gastos nessa crença. No entanto, todos nós podemos estar errados.

    Um estudo presente nesta revista demonstra um aumento significativo da mortalidade cardiovascular (CV) em pacientes idosos que suplementam cálcio, seja com ou sem vitamina D, que inicialmente apresentavam estenose aórtica (EA) leve a moderada em uma análise longitudinal de um grande ecocardiograma contemporâneo  coorte de banco de dados de 2.657 pacientes.

    Os pacientes foram acompanhados para substituição da valva aórtica (AVR) e/ou óbito, bem como progressão da EA.

    Cerca de metade da população do estudo estava em suplementação, com cerca de 40% tomando cálcio incluindo vitamina D ou não por mais de 5,5 anos. O risco absoluto de mortalidade CV foi surpreendentemente maior com 13,7 para suplementação de cálcio ± vitamina D e 9,6 para apenas vitamina D, em comparação com 5,8 por 1.000 pessoas-ano sem suplementação.  

    Surpreendentemente, também a mortalidade por todas as causas foi significativamente maior com a adição de cálcio.

    Em quase metade dos pacientes com administração de cálcio, a AVR foi realizada durante o seguimento, enquanto a AVR foi necessária em apenas 11% dos não suplementadores.

    Curiosamente, ao estratificar por status de osteoporose, as diferenças de sobrevida e AVR persistiram inalteradas entre os grupos.

    Cálcio: a chave secreta?

    A calcificação é o processo cardinal que conduz a um ciclo vicioso que propaga a rigidez e a obstrução da válvula aórtica (AV). A ruptura da camada endotelial promove a captação de lipídios oxidados e células imunes, promovendo uma alça inflamação-calcificação com remodelação fibrótica dos folhetos aórticos. A ativação das células intersticiais valvares (VICs) induz sua diferenciação osteoblástica osteogênica e secreção de colágeno, levando a uma maior deposição de cálcio semelhante à formação do osso esquelético.

    Embora as vias de contribuição multifatorial tenham sido identificadas, até agora nenhuma terapia médica provou ser eficaz em interromper ou reverter a progressão fibrocalcificada da EA.  

    Apesar do acúmulo de lipídios estar envolvido na fase inicial da EA, as estatinas não foram efetivas na fase de propagação tardia.

    O metabolismo desregulado do fosfato de cálcio é um dos principais determinantes no desenvolvimento da esclerose do folheto aórtico e da EA calcificada, desencadeada pelo comprometimento da função renal e no hiperparatireoidismo primário ou secundário.

    A identificação de fatores de risco suscetíveis para calcificação valvar, que podem ser modificados por medidas não invasivas, como medicação direcionada ou mudanças na dieta, em vez da abordagem cirúrgica puramente mecânica do AVR, é altamente desejável.

    Os níveis séricos de cálcio parecem ser menos influenciados pela ingestão dietética, por exemplo, por produtos lácteos e alimentos, enquanto a suplementação artificial de cálcio gerou maior disponibilidade imediata de cálcio sérico, o que pode levar a mais mineralização ectópica da válvula ou aterosclerose arterial vascular.

    Da mesma forma, a desmineralização óssea libera cálcio e fosfato excessivos na circulação na osteoporose, o que pode induzir a transformação osteoblástica da VIC aórtica.

    Níveis elevados de cálcio sérico foram atribuídos a uma alta prevalência de calcificação AV em um estudo de tomografia computadorizada cardíaca, de forma semelhante aos níveis elevados de fósforo e magnésio.  

    Esses micronutrientes podem contribuir para a formação de lesões e iniciar o processo de mineralização nos folhetos aórticos na fase inicial da patogênese.  

    Curiosamente, a progressão da calcificação AV, uma vez estabelecida, não foi mais influenciada pelos níveis séricos, o que se compara de forma semelhante ao presente estudo, onde a progressão temporal da gravidade da EA foi independente de qualquer suplementação.

    No entanto, a mortalidade e a incidência de AVR foram significativamente ampliadas pela adição de cálcio, que também pareceu piorar a ocorrência de sintomas, bem como maior degeneração da aterosclerose vascular.

    Emocionantemente, a suplementação de vitamina D sozinha permaneceu neutra em relação à AVR e não foi associada a nenhum aumento de mortalidade em análises multivariáveis, de modo que os supostos efeitos benéficos sobre osteoporose e metabolismo ósseo são mantidos em pacientes com EA.

    • Osso e coração

    Osteoporose e menor densidade mineral óssea, tão frequentemente presentes em idosos, têm sido associadas à progressão mais rápida da EA e calcificações valvares, também do anel valvar mitral.

    A osteoporose tem um grande impacto na saúde pública e mais de 70% das fraturas relacionadas ocorrem em mulheres, principalmente na pós-menopausa, embora também mulheres e homens na pré-menopausa sejam afetados.

    Cerca de metade das mulheres brancas têm baixa massa óssea com osteopenia ou osteoporose aos 60 anos. No entanto, a ingestão ideal e a real utilidade dos suplementos de cálcio permanecem controversas, pois o aumento dos riscos de doença cardiovascular (DCV) e acidente vascular cerebral entre as usuárias de cálcio foi repetidamente apontado em estudos de coorte e meta-análises.

    O Instituto de Medicina dos EUA (relatório de 2011) e diretrizes recentes recomendam principalmente uma ingestão dietética de cálcio de 1.200 mg/dia para mulheres > 50 e homens > 70 anos, com risco de dano aumentando acima de 2.000 mg/dia e suplementação apenas em dieta insuficiente, bem como vitamina D adicional dependendo dos níveis séricos medidos.

    Estudos anteriores sobre suplementação de cálcio não abordaram adequadamente a EA até o momento, destacando a pesquisa atual.

    Por outro lado, homens e mulheres com osteoporose apresentam não apenas maior risco de todas as causas, mas particularmente também de mortalidade CV.  

    Indivíduos com osteoporose apresentaram maior prevalência de outras comorbidades, principalmente o tabagismo nos homens.

    Notavelmente, o risco de mortalidade CV foi 68% maior em homens com osteoporose, e a incidência de DCV foi 24% maior em mulheres com osteoporose.  

    Portanto, recentemente foi recomendado que o manejo da osteoporose deve incluir triagem para risco de doença cardiovascular e respiratória.

    É importante ressaltar que no presente estudo na EA, o aumento da mortalidade com a suplementação de cálcio persistiu em mulheres ou homens e foi independente do status de osteoporose na entrada.

    Os resultados foram independentes da administração de vitamina D. Em contraste, bisfosfonatos e outros tratamentos para osteoporose (alendronato ou denosumab) não conseguiram interromper a calcificação AV progressiva.

    No entanto, como limitação de interpretação no presente contexto, no Estudo SALTIRE II, foram excluídos da análise pacientes com EA que necessitam de tratamento obrigatório para osteoporose com alendronato, denosumab ou suplementação com cálcio.

    A limitação do presente estudo de Kassis et al é que o consumo real de alimentos dietéticos ou outra ingestão suplementar de cálcio ou vitamina D não pode ser determinado exclusivamente, por exemplo, de produtos de venda livre ou alternativos

    Outra questão a considerar é que os pacientes em suplementação de cálcio apresentavam mais comorbidades na linha de base, como doença renal crônica, diabetes e mais DCVs preexistentes, por exemplo, coronariopatia, fibrilação atrial ou insuficiência cardíaca, e mais pacientes tinham diagnóstico de osteoporose.

    No entanto, a frequência de múltiplas doenças concomitantes está bem alinhada com relatos anteriores e da vida real em pacientes com osteoporose, e não houve diferença de idade em pacientes em uso ou não de cálcio.

    • Dar ou não dar: mensagem para levar para casa

    Em conclusão, a segurança da ingestão artificial de cálcio suplementar deve ser considerada de forma individual e cuidadosa.

    A avaliação de doenças cardiovasculares subjacentes e fatores de risco, como lipídios, tabagismo, hipertensão ou doença renal concomitante, devem ser levados em consideração na situação clínica geral do paciente, se o tratamento ou prevenção da osteoporose for pretendido.

    A suplementação de cálcio foi associada a maior mortalidade por todas as causas e CV e maiores taxas de intervenção AVR para EA (figura 1).

    A vitamina D pareceu ser segura e não influenciou a progressão da EA.  

    Estudos futuros em osteoporose devem focar ainda mais nos eventos CV que determinam a mortalidade geral.

    A visualização de calcificações CV em modalidades de imagem da osteoporose (por exemplo, raios-X, TC) deve ser particularmente incluída na estratificação de quando administrar apenas vitamina D ou também cálcio adicional.

    Em pacientes com EA calcificada e CV de alto risco, o presente estudo acrescenta fortemente à evidência de que a suplementação contínua de cálcio a longo prazo deve ser evitada, se não obrigatória.

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    quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

    Baixos níveis de vitamina D estão relacionados com pré-diabetes por Dra. Rita de Cassia Borges de Castro

    Pesquisadores norte-americanos publicaram na revista Diabetes Care um estudo demonstrando que os baixos níveis de 25-hidroxivitamina D (25 [OH] D, forma circulante da vitamina D no sangue e indicador funcional do estoque desta vitamina no organismo, estão relacionados com pré-diabetes.

    Os autores idealizaram este estudo com base em estudos de experimentação animal que verificaram que os baixos níveis séricos de 25 (OH) D prejudicam a síntese e secreção de insulina. Segundo os pesquisadores, a pré-diabetes é uma fase anterior à hiperglicemia do diabetes, em que os indivíduos apresentam maior risco de desenvolver diabetes do tipo 2. As estratégias terapêuticas instituídas nesta fase têm se mostrado eficaz em retardar ou prevenir o aparecimento do diabetes tipo 2.

    Neste sentido, foram avaliados 12.719 participantes, com idade > 20 anos, dos quais 4.057 tinham pré-diabetes, sendo os demais saudáveis. A pré-diabetes foi definida pela glicemia de jejum de 110-125 mg/dL ou após 2 horas de sobrecarga de glicose entre 140-199 mg/dL, ou valor de hemoglobina glicada de 5,7-6,4%. Em seguida, foram dosados os níveis séricos de 25 (OH) D, em que foram categorizados em quartis (≤17,7; 17,8 - 24,5; 24,6-32,4; e >32,4 ng/mL). A ingestão dietética de vitamina D e o consumo de leite foram avaliados a partir de recordatório de 24 h, aplicado uma única vez. A exposição à luz solar foi avaliada a partir de atividades físicas auto relatadas realizadas ao ar livre, incluindo caminhada, corrida, ciclismo, natação e atividades de jardim/quintal.

    Os pesquisadores observaram que os baixos níveis séricos de 25 (OH) D foram associados com pré-diabetes, após ajuste para idade, sexo, etnia, estação do ano, região geográfica, tabagismo, ingestão de álcool, índice de massa corporal, atividade física ao ar livre, consumo de leite, pressão arterial, colesterol sérico, proteína C-reativa e taxa de filtração glomerular. Os indivíduos do 1º quartil (que representa os menores níveis de 25 (OH) D, ≤17,7 ng/mL) apresentaram 1,47 vezes mais chance de desenvolver pré-diabetes (p = 0,001), quando comparados aos indivíduos do 4º quartil (que representa os maiores níveis de 25 (OH) D, >32,4 ng/mL).

    “Nossos resultados contribuem para a literatura existente sobre o efeito dos baixos níveis séricos de 25 (OH) D e o desenvolvimento do diabetes tipo 2 demonstrando, pela primeira vez, que os baixos níveis desta vitamina estão independentemente associados com pré-diabetes, fase em que os esforços são eficazes na prevenção do aparecimento do diabetes”, ressaltam os autores.

    “Em resumo, em uma amostra representativa de adultos, baixos níveis séricos de 25 (OH) D foram associados positivamente com pré-diabetes. Com isso, seria de relevância para a saúde pública verificar se a suplementação de vitamina D poderia ajudar a prevenir ou retardar o aparecimento do diabetes tipo 2”, concluem.

    Referência(s)

    Shankar A, Sabanayagam C, Kalidindi S. Serum 25-hydroxyvitamin d levels and prediabetes among subjects free of diabetes. Diabetes Care. 2011;34(5):1114-9.


    Fonte: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/?acao=bu&id=531

    terça-feira, 9 de abril de 2024

    Soroterapia - reportagem do fantástico

    No domingo (07/04/2024) o programa Fantástico fez uma reportagem sobre o perigo da Soroterapia. Vale a pena assistir: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2024/04/09/deputado-estadual-pato-maravilha-relata-experiencia-de-intoxicacao-por-soroterapia-dor-insuportavel.ghtml

    A reportagem foi interessante mas alguns pontos importantes (cruciais) ficam de fora:

    • As indicações de utilização de suplementos injetáveis: 1) somente quando há uma deficiência refratária ao tratamento via oral (Ex. Ferro muito baixo, associado a anemia, levando o paciente a ter sintomas e que não respondeu ao tratamento via oral ou que provavelmente não responderá mesmo as doseses altas de ferro via oral). 2) Quando o trato digestivo não está funcionante por algum motivo, ou seja, mesmo se a gente sondar o paciente, não conseguiremos nutri-lo. Nesse caso optamos pela via parenteral.
    • A maioria dos pacientes bariátricos não precisam se suplementos injetáveis, quando precisam, geralmente é Ferro endovenoso ou vitamina B12 intramuscular. Os planos de saúde cobrem o ferro endovenoso e a vitamina B12 custa de 15 a 20 reais, 3 ampolas. São raríssimas as exceções pós bariátrica que teremos que prescrever os seguintes nutrientes injetáveis: zinco, cobre, vitamina B1, Ácido fólico e principalmente vitamina D. Todos esses nutrientes, via de regra absorvem por via oral. Doses maiores, obviamente. 
    • A epidemia de prescrição de Vitamina D injetável, quando na verdade, raríssimas exceções precisam de vitamina D injetável. Vale lembrar que na indústria farmacêutica não temos formulação intramuscular de vitamina D. As disponíveis no mercado são manipuladas. Além disso, NENHUM guideline de vitamina D, recomenda essa via de reposição, mesmo nos casos mais graves, como vitamina D (25-OH-Vit D) abaixo de 5. Na indústria já temos apresentações de cápsulas de 100.000UI e temos também o Calcifediol (25OHD), apresentação esta já hidroxilada, ou seja, mais ativa e que sustenta os níveis por mais tempo. Diferente do colecalciferol (D3), o calcifediol não precisa passar pelo fígado. Além de ter uma absorção intestinal bem melhor que o colecalciferol.
    No geral a reportagem foi boa, porém, pode ser que o tiro tenha sido no pé. Ontem o telefone da clínica tocou inúmeras vezes, perguntando se eu trabalho com soroterapia. Mesmo após uma reportagem com profissionais renomados explicando os riscos, as pessoas preferem acreditar em profissionais que vendem milagres. Que fazem reposições desnecessárias, não respeitando preceitos médicos básicos.

    Para ler mais sobre o tema acesse:

    Dr. Frederico Lobo