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quinta-feira, 19 de maio de 2022

Abordagem nutricional dos transtornos psiquiátricos

Nos últimos 10 anos foi raro o dia em que não recebi paciente relatando algum sintoma psiquiátrico. No auge da pandemia escrevi um pouco sobre isso e agora, no final da pandemia, percebi que os relatos só aumentaram.

Não sei se é pela parceria que tenho com inúmeros psicólogos e psiquiatras. Se é por um mero acaso do destino, pois sempre gostei de acolher e ouvir esses pacientes (muitas vezes até fugindo do meu papel de nutrólogo e quase que desempenhando um papel de "pseudo-psicólogo"). Ou então se é porque realmente o número de transtornos psiquiátricos aumentou depois da pandemia. Acredito que seja uma confluência dos 3 fatores, o fato é que tenho atendido muitos pacientes com transtornos psiquiátricos.

Mas por que um paciente procuraria um médico nutrólogo para tratar de uma doença/queixa psiquiátrica? Simplesmente, porque há muita informação propagada erroneamente na internet. 

Abaixo, algumas das fake news mais comuns em psiquiatria nutricional:
  • "Você sabia que 90% da sua serotonina é produzida no intestino?"
  • "Você sabia que a falta de vitaminas pode levar a depressão?"
  • "A utilização de nutrientes podem reduzir a ansiedade?"
  • "Dieta low carb pode melhorar TDAH?"
  • "Dieta cetogênica pode curar convulsões e reduzir os sintomas depressivos?"
  • "A suplementação de vitaminas pode melhorar o seu sono?"
  • "Soro com vitaminas e minerais podem melhorar o seu foco, concentração, memorização?"
  • "As bactérias intestinais podem influenciar no seu humor?"
  • "Jejum intermitente pode melhorar sintomas de ansiedade/depressão/bipolaridade?"
  • "Usar melatonina pode curar a insônia?"
Ou seja, uma série de fake news estão publicadas na internet, por pessoas que provavelmente nunca estudaram psiquiatria nutricional. 

Profissionais que sequer conhecem a cascata de formação de neurotransmissores. Que mal sabem solicitar uma polissonografia para avaliar o sono. Gente totalmente despreparada e que vem cometendo iatrogenias a rodo. E o pior, fazendo isso com pessoas altamente fragilizadas, com dor emocional. 

Nisso, esses profissionais acabam vendendo soros, chips, prescrevendo páginas e mais páginas de suplementos. Ou seja, enquanto existir cavalos, São Jorge não andará a pé.

Mas afinal, a Nutrologia pode agregar alguma coisa nos transtornos psiquiátricos? Sim. Mas não é a panaceia que pintam por aí. Alias, é um efeito bem limitado. Palavra de quem estuda isso desde 2003, quando perdi meu pai para o transtorno bipolar. 

Noções básicas de Psiquiatria nutricional ou Nutropsiquiatria

Primeiramente, devo explicar pra vocês que existem várias substâncias, denominadas neurotransmissores.

Os neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelas células do nosso sistema nervoso central (os neurônios) e são usadas para transmitir informação entre eles. 

Os neurotransmissores são liberados por um neurônio pré-sináptico para a fenda sináptica (imagine um vale) e causam uma alteração na membrana pós-sináptica ou no neurônio pós-sináptico. Conforme consta na imagem.


Essa membrana pós-sináptica (célula receptora), pode ser um neurônio com receptores especificas para os neurotransmissores, sofrendo uma alteração de potencial (evento elétrico). Mas também pode ser uma célula muscular ou uma célula glandular. 

Define-se por neurotransmissão (ou transmissão sináptica) a conversão de um evento elétrico em num evento químico e posteriormente em evento elétrico.

A reação desencadeada pela liberação desses neurotransmissores pode excitar ou ativar o neurônio pós-sináptico, ou inibir ou bloquear sua atividade. Ou seja, o neurotransmissor pode ter uma ação Excitatória ou Inibitória. Isso que poderá gerar os sintomas psiquiátricos ou neurológicos. 

Os neurotransmissores podem se dividir em:

1) Aminas biogênicas:
  • Acetilcolina
  • Histamina
  • Monoaminas: Serotonina e Catecolaminas (Dopamina, Noreprinefrina, Epinefrina)
2) Aminoácidos com ação neurotransmissora:
  • Ácido-gama-aminobutírico (GABA)
  • Glutamato
  • Glicina
  • Taurina
3) E podemos ter também os neuropeptideos que possuem ação no sistema nervoso central e periférico:
  • Substância P
  • Vasopressina
  • Peptídeo inibidor Vasoativo
  • Endorfinas e beta-endorfinas
  • Ocitocina
  • Neurotensina
Mas há mais de 100 neurotransmissores estudados. Nesse texto vamos nos ater a alguns somente.


Os neurotransmissores também podem ser classificados de acordo com a sua função: Excitatória,  Inibitória ou Modulatória.

Neurotransmissores excitatórios: esses neurotransmissores têm efeitos excitatórios no neurônio, o que significa que aumentam a probabilidade de o neurônio disparar um potencial de ação. Alguns dos principais neurotransmissores excitatórios incluem epinefrina e norepinefrina.

Neurotransmissores inibitórios: já esses, têm efeitos inibitórios sobre o neurônio. Eles diminuem a probabilidade de o neurônio disparar um potencial de ação. Alguns dos principais neurotransmissores inibidores incluem a serotonina e o ácido gama-aminobutírico (GABA).

Neurotransmissores mistos: A acetilcolina e dopamina podem criar efeitos tanto excitatórios quanto inibitórios, dependendo do tipo de receptores que estão presentes.

Neurotransmissores modulatórios: Esses neurotransmissores, frequentemente denominados neuromoduladores, são capazes de afetar um número maior de neurônios ao mesmo tempo. Esses neuromoduladores também influenciam os efeitos de outros mensageiros químicos. 

E onde entra a Nutrologia ?

Já dizia Lavoisier, "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, Essa é a lei da conservação das massas. Um neurotransmissor até ser formado, começou com um aminoácido. Mas até virar o neurotransmissor, ele sofreu reações enzimáticas (co-fatores = vitaminas, minerais). Depoís de uma série de reações, eis que surge um neurotransmissor. Ou seja, para chegar a ser um neurotransmissor, ele precisou de algumas substâncias interferindo na estrutura química do aminoácido. Quem catalisou essas reações ? Nutrientes. Aqui entra na Nutrologia. 

Aminoácidos são compostos orgânicos, formados por um carbono, um grupo carboxila, um grupo amino (por isso AMINO-acido) e por um radical. Quando se junta vários aminoácidos eles forma proteínas. 

Mas por que voltar no segundo grau? Simplesmente, porque esses aminoácidos é que darão origem aos 4 principais neurotransmissores. A imagem abaixo exemplifica isso. Ou seja:
  • Serotonina se forma a partir do aminoácido triptofano
  • Dopamina se forma a partir do aminoácido tirosina, que por sua vez se forma da Fenilalanina
  • Noradrenalina também se forma do aminoácido tirosina
  • Gaba se forma através da junção de 3 aminoácidos: ácido glutâmico, taurina e glicina. 


Ou seja, pela lógica, se eu consumo mais aminoácido precursor de serotonina, eu formarei mais serotonina? Não necessariamente. Essa é uma das fake news propagandas por aí. O corpo se autorregula. Para esse triptofano entrar no cérebro ele precisa atravessar uma barreira chamado Hematoencefálica. Pra complicar, ele sofre competição com outros aminoácidos, como por exemplo os BCAAs, Fenilalanina, Tirosina. E pra complicar ainda mais, ele só virará serotonina após uma série de reações enzimáticas, que são dependentes de bons níveis de vitaminas, minerais. E quais seriam essas fontes de triptofano? A tabela abaixo é de um artigo que aborda justamente o L -Triptofano: Funções Metabólicas Básicas, Pesquisa Comportamental e Indicações Terapêuticas ( https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2908021/)


Importante salientar que apesar do teor de triptofano no alimento ser importante, também é importante conhecer o teor dos outros aminoácidos que competirão com o triptofano para atravessar a barreira. Então existe um índice que mostra a real biodisponibilidade desse triptofano. A necessidade diária de ingestão de triptofano é de 3,5 a 6,0 mg/kd de peso. 


E como ocorre a conversão até chegar em serotonina? Primeiro tem a conversão do triptofano em 5-hidroxitriptofano. O 5-hidroxitriptofano (5-HTP) é, em seguida, descarboxilado em serotonina. 

A quantidade de triptofano no sangue influencia a síntese de serotonina? Sim, há uma relação entre maior ingestão de triptofano aumentando a concentração de serotonina cerebral. 

No entanto, esta serotonina se manterá reservada em vesículas no neurônio pré-sináptico e somente serão liberadas na fenda sináptica para o processo de ativação neuronal pós-sináptico no 𝐦𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐜𝐞𝐫𝐭𝐨. 

Elevação da síntese de serotonina não significa aumento da ativação das vias neuronais serotoninérgicas.  Esta modulação não é realizada pela concentração de triptofano ou serotonina. 

Sendo assim, aumentar produção de serotonina, pelo aumento da ingestão de triptofano, não levará a um aumento da função neuronal de vias de serotonina imediatamente. 

Se todo alimento que possui triptofano promovesse bem-estar, ocorreria de maneira independente do paladar ou escolha individual. O bem-estar é aqui emocionalmente determinado na relação com a comida e não pelo triptofano.
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É importante lembrar que deficiência de serotonina cerebral só existirá em quadros de desnutrição severa ou lesões neurológicas específicas. 

A disfunção serotoninérgica da depressão ou outros transtornos psiquiátricos (assim como de outros neurotransmissores) não se correlacionam com deficiência na produção de serotonina e sim uma disfunção das vias de transmissão neurônio à neurônio (fenda sináptica), na despolarização da membrana neuronal, na disponibilidade de receptores, entre outros. 

Difícil de compreender? Sim, é complexo. 

Entenderam agora a fake news da serotonina intestinal ? De que adianta serotonina no intestino se ela não consegue atravessar essa barreira? 

Entenderam também a fake news "come banana, é rica em triptofano e forma mais serotonina", ou "coma aveia, é rica em serotonina". 1 banana média fornece só 11mg de Triptofano e nenhum alimento possui serotonina. Aveia tem triptofano? Sim,  1 xícara fornece 147mg, mas não é serotonina. 

Então, o senhorzinho que está com rebaixamento do humor, triste, com oscilação do humor, assiste um videozinho no YouTube que fala sobre "os efeitos transformadores dos nutrientes na depressão" e resolve marcar com o Nutrólogo. 

O que tem de real nisso tudo ?

A serotonina é uma monoamina que  desempenha um papel importante na regulação e modulação do humor, sono, ansiedade, sexualidade e apetite.

Seu déficit pode levar a aumento da ansiedade, aumento do apetite e até exacerbação da libido (ou o oposto).

A classe de medicamentos denominada "inibidores seletivos da recaptação da serotonina ou ISRSs" são um tipo de medicação antidepressiva comumente prescrita para tratar depressão, ansiedade, transtorno do pânico e ataques de pânico. Eles agem tentando equilibrar os níveis de serotonina, bloqueando a recaptação de serotonina no cérebro, o que pode ajudar a melhorar o humor e reduzir sentimentos de ansiedade.

Muitas vezes um dos efeitos colaterais dessas medicações é a redução do apetite e também da libido. Justamente por interferência em outros dois neurotransmissores: a Dopamina e a Noradrenalina.

Pra formar serotonina precisa do aminoácido triptofano? Sim. Mas quantidades mínimas já conseguem suprir isso. E não adianta dosar serotonina no sangue. Serotonina no sangue ou no intestino provavelmente não influenciará na serotonina cerebral, mais precisamente a serotonina na fenda pós-sináptica. Ingestão habitual de carnes, oleaginosas, lácteos, leguminosas já consegue fornecer a necessidade diária de triptofano. E não é você tomando L-triptofano que essa serotonina subirá. E graças a Deus que não é assim. Imagina: come e faz "pico de serotonina". Que loucura seria o mundo. 

Vitaminas podem influenciar nessa produção de serotonina? Sim. Em especial a vitamina B12, o ácido fólico e vitamina B6. As 3 são co-fatores e entram na cascata de produção de serotonina. Ou seja, a deficiência dessas vitaminas podem levar a menor produção de serotonina? Sim, principalmente a B12 e o ácido fólico. Por isso na atualidade vemos tantos psiquiatras e neurologistas dosando a vitamina B12. 

Minerais também podem influenciar? Sim. Magnésio e ferro podem também interferir na produção de serotonina. 

Então vamos lá, se eu tomar  L-triptofano, B6, B12, ácido fólico, magnésio, ferro formarei mais serotonina e com isso reduzir os sintomas depressivos? Não necessariamente. As coisas não são tão simples e matemáticas como se parece. Os transtornos psiquiátricos são multifatoriais, complexos. 

Há envolvimento de fatores genéticos (polimorfismos genéticos que interferem na fenda sináptica, no neurônio pós-sináptico, na recaptação dessa serotonina e até mesmo na formação das formas ativas de ácido fólico (metilfolato), B12 (metilcobalamina), B6 (piridoxal-5-fosfato)). 

Há influência de outros neurotransmissores sobre a serotonina.

Doenças de base podem interferir na produção de neurotransmissores, assim como uso de substâncias, drogas, álcool, privação de sono, sedentarismo.

Entenderam a complexidade?

E é importante salientar que nem todo quadro de ansiedade envolve comente serotonina, as vezes pode ter outro neurotransmissor deficiente. E o profissional mais habilitado para investigar isso não é o Nutrólogo e sim o Psiquiatra. Se você apresenta sintomas de déficit de serotonina: procure um psiquiatra e posteriormente um psicólogo. Pode procurar o nutrólogo? Só depois que for nesses dois. Eu não atendo pacientes com sintomas psiquiátricos que não estejam em acompanhamento com psiquiatra e com psicólogo. 

Mas e os outros neurotransmissores?

GABA: o ácido gama-aminobutírico (GABA) age como o principal mensageiro químico inibidor do corpo. O GABA contribui para a visão, controle motor e desempenha um papel na regulação da ansiedade. 

Os benzodiazepínicos, usados ​​para ajudar no tratamento da ansiedade, funcionam aumentando a eficiência dos neurotransmissores GABA, o que pode aumentar a sensação de relaxamento e calma. Assim como o anticonvulsivamente topiramato e o fitoterápico Passiflora incarnata. 

O glutamato é o neurotransmissor mais abundante encontrado no sistema nervoso, onde desempenha um papel em funções cognitivas, como memória e aprendizagem. Quantidades excessivas de glutamato podem causar excitotoxicidade resultando em morte celular. Essa excitotoxicidade causada pelo acúmulo de glutamato está associada a algumas doenças e lesões cerebrais, incluindo a doença de Alzheimer, derrame cerebral e convulsões epilépticas. O Magnésio pode reduzir a excitação neuronal e por isso tem se pesquisado cada vez mais sobre sua ação em algumas doenças neurológicas e psiquiátricas. 

Então vamos tratar ansiedade com magnésio? Não. Essa é mais uma fake news. 

Temos ainda as monoaminas catecolaminas, que são uma classe de neurotransmissores e que engloba: Dopamina, noradrenalina e adrenalina

A dopamina desempenha um papel importante na coordenação dos movimentos do corpo. Talvez os seus efeitos mais estudados na atualidade são por estar relacionados ao sistema de recompensa, motivação e acréscimos. 

Vários tipos de drogas viciantes aumentam os níveis de dopamina no cérebro, redes sociais também. A doença de Parkinson, que é uma doença degenerativa que resulta em tremores e prejuízos no movimento motor, é causada pela perda de neurônios geradores de dopamina no cérebro.

A epinefrina é considerada tanto um hormônio quanto um neurotransmissor. Geralmente, a epinefrina (adrenalina) é um hormônio do estresse que é liberado pela glândula adrenal. No entanto, funciona como um neurotransmissor no cérebro.

A noradrenalina é um neurotransmissor que desempenha um papel importante no estado de alerta que está envolvido na resposta de luta ou fuga do corpo. Seu papel é ajudar a mobilizar o corpo e o cérebro para agir em momentos de perigo ou estresse. Níveis deste neurotransmissor são tipicamente mais baixos durante o sono e mais altos durante períodos de estresse.

Como citei acima, todos esses neurotransmissores são oriundos de algum aminoácido e possuem vitaminas e minerais como co-fatores para a sua produção. talvez por isso as pessoas estejam buscando o consultório de Nutrólogos. Porém, é errado afirmarmos que a suplementação de nutrientes, de forma isolada irá tratar sintomas psiquiátricos. 

O tratamento é multidisciplinar e engloba acompanhamento com:
  • Psiquiatra
  • Psicólogo
  • Mudança do estilo de vida. 
O slide abaixo faz parte da explicação que dou para os pacientes que procuram o meu consultório devido esses sintomas.





Ao longo desses quase 13 anos de consultório, o que vejo dando resultado no tratamento dessas patologias é justamente a transdisciplinaridade e principalmente mudanças no estilo de vida. Portanto, não pense que o Nutrólogo irá curar a sua depressão ou sua ansiedade. Vá consciente das limitações da especialidade. 

E os probióticos para transtornos psiquiátricos?

Uma dúvida muito comum é sobre o real papel dos probióticos para os transtornos psiquiátricos, os chamados Psicobióticos.

Na última década, alguns trabalhos tem mostrado que pode existir uma diferença na microbiota de indivíduos saudáveis e dos pacientes portadores de depressão, transtornos de ansiedade de generalizada. Daí surgem extrapolações que a suplementação com probióticos, ou psicobióticos como alguns preferem denominar, pode ser benéfica na Psiquiatria nutricional.

Apesar de alguns estudos pequenos evidenciando melhora de sintomas ansiosos em pacientes que utilizaram algumas cepas específicas (Lactobacillus helveticus R0052 e Bifidobacterium longum R0175), ainda não temos evidências robustas para a prescriçãoMuitas pesquisas sobre os psicobióticos são baseadas em modelos de roedores, que usam induções de estresse e testes comportamentais para avaliar motivação, ansiedade e depressão.

Os estudos até o momento tentaram intervenções diferentes (baixa comparabilidade) e as meta-análises agrupam as diferentes cepas como se tivesse um mecanismo de ação único (o que não tem, já que cada cepa tem as suas particularidades). 

Até o presente momento há 10 meta-análises sobre o tema e apenas 4 mostraram resultados promissores com a intervenção nos pacientes com sintomas depressivos.

Em contrapartida alguns trabalhos sugerem que muitos transtornos mentais graves e a própria Síndrome do Intestino irritável sejam caracterizados por um excesso de abundância de lactobacillus

Na minha opinião, as pesquisas estão engatinhando e o eixo cérebro-intestino é uma área promissora no mundo da Psiquiatria nutricional, porém, mais ensaios clínicos randomizados duplo-cegos controlados por placebo são necessárias para determinar a eficácia no alívio dos sintomas psiquiátricos, bem como a duração ideal do tratamento, dosagem e cepa probiótica para alcançar efeitos positivos nas doenças psiquiátricas.

Sendo assim, até o presente momento, o uso de probióticos não encontra respaldo na literatura, como parte do tratamento de depressão/ansiedade/esquizofrenia e a melhor forma de se "modular' a micorbiota intestinal na população com doenças psiquiátricas é através do estímulo  de:
1) Adoção de uma alimentação rica em fibras prebióticas e com o mínimo de alimentos ultraprocessados ou que tenham impacto negativo na microbiota, isso inclui evitar corantes, edulcorantes, acidulantes. Redução da ingestão de gorduras saturadas, já que alguns trabalhos mostram impacto negativo da variabilidade das cepas. Nos pacientes com intolerância a FODMAPS, iniciar uma dieta low fodmap.
2) Pática regular de atividade física
3) Sono de qualidade e com pelo menos 7 horas de duração. 
4) Menor exposição a disruptores endócrinos, agrotóxicos e substâncias com potencial ação deletéria sobre a nossa microbiota. 
5) Manejo do estresse, já que existe uma relação entre maiores níveis de estresse e alteração na microbiota intestinal. 
6) Manutenção de bons níveis de Vitaminas e minerais, proteínas, carboidratos e lipídios.


Para quem deseja ler mais sobre o assunto, acesse outros textos aqui postados sobre saúde mental:




Bibliografia: 






Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo Goiânia / Joinville
CRM-GO 13.192 | RQE 11.915
CRM-SC 32.949 | RQE 22.416 

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Salada 14: Salada de Quinoa com frango dourado

A salada de hoje tem um ingrediente especial, a Quinoa ou Quinua, Kinua. 

A quinoa é um pequeno grão que tem ganhado grande destaque na alimentação contemporânea devido às suas propriedades nutricionais. Originária da região dos Andes, considerado por alguns um superalimento, consiste em uma fonte excepcional de proteínas completas, o que significa que contém todos os nove aminoácidos essenciais que o corpo humano necessita para funcionar adequadamente. Além disso, é rico em fibras dietéticas, vitaminas e minerais, incluindo ferro, magnésio e manganês, contribuindo para uma dieta equilibrada e saudável. De acordo com a tabela TACO em 4 colheres de sopa cheia de Quinoa temos: 
Calorias: 112kcal
Proteína: 4,4g
Lipídios: 1,92g, sendo a maior parte composto por ácidos graxos mono e poliinsaturados
Fibras: 3g
Ferro: 1,5mg
Magnésio: 64mg
Manganês: 0,64mg
Zinco: 1,08mg

Uma das características mais notáveis da quinoa é sua versatilidade na culinária. Ela pode ser cozida e consumida sozinha como acompanhamento, adicionada a saladas, sopas, guisados e até mesmo transformada em farinha para a produção de pães, bolos e outros produtos assados. Sua textura leve e sabor suave tornam-na uma opção ideal para substituir grãos tradicionais como arroz ou trigo em diversas receitas, oferecendo um perfil nutricional superior.

Além de ser uma excelente fonte de nutrientes, a quinoa também é naturalmente livre de glúten, tornando-se uma alternativa segura para pessoas com intolerância ao glúten ou doença celíaca. Sua capacidade de fornecer uma fonte de carboidratos de absorção mais lenta, juntamente com proteínas e fibras, a torna uma escolha popular entre aqueles que buscam controlar os níveis de açúcar no sangue e manter uma energia sustentada ao longo do dia.

Em resumo, a quinoa não só oferece uma ampla gama de nutrientes essenciais, mas também se destaca por sua versatilidade na culinária e pela sua adequação para diversas restrições alimentares. Incorporar essa pequena semente em sua dieta pode contribuir significativamente para uma alimentação mais saudável e balanceada. Então a receita de hoje é uma salada com frango e grão de bico. Se você não consome carne, pode fazer sem o frango, porém, sugiro aumentar a quantidade de grão de bico e quinoa, para a refeição ficar mais protéica.

Então bora comer salada?

Ingredientes:
10 ramos de rúcula 
1 xícara de quinoa vermelha
1 xícara de grão-de-bico deixado de molho em 2 xícaras de água por 12 horas com gotas de limão
2 cenouras fatiada em cubinhos
1 colher de sopa de gengibre ralado
100g de tomate cereja cortado ao meio
200g peito de frango 
Na hora de servir adicione folhas de rúcula fresca e misture com o molho delícia.
 
Ingredientes do molho 
2 col de sopa de azeite extra-virgem
1 colher de chá de mostarda dijon
Sumo de 2 limões tahiti ou siciliano
Sal a gosto
Pimenta do reino

Ingredientes para o frango
2 colheres de sopa de azeite
Páprica a gosto
Orégano a gosto
1 cebola cortada em cubinhos pequenos
1 dente de alho amassado

Modo de fazer:
Os 2 ingredientes mais "problemáticos" são a Quinoa vermelha e o grão de bico, devido o tempo de cozimento. Então aqui vão algumas dicas.
Antes de colocar a quinoa na panela, é importante lavá-la bem, para retirar a resina que recobre os grãos. Se não remover, está sujeito a ficar um gosto amargo após o cozimento. Então lave em água corrente e vá esfregando os grãos para limpar ao máximo. 
Depois de lavada, deixe-a de molho por 30 minutos. Enquanto isso lave o grão-de-bico em água corrente e depois coloque para cozinhar em 1 panela com 2 xícaras de água e uma pitada de sal, durante 30 minutos. É importante ir removendo a espuma que formará e caso ele não cozinhe por completo, vá acrescentando mais água. Depois de cozido, lave-o em água fria e reserve. 

Após deixar a quinoa de molho, lave em água corrente e aperte os grãos contra uma peneira, para iniciarmos a fase de tosta. Coloque os grãos que foram lavados em uma panela e dê uma leve tostada, até surgir um queiro que lembra amêndoa. Isso ajudará a retirar todo o resto de água do grão e com isso ficar mais gostoso. Fique atento para não deixar o grão queimar e sabotar todo o resto da salada. 

Em seguida, colocarmos em uma panela a proporção 1 xícara e meia de água para a quantidade de Quinoa (1 xícara). Isso garante que ela não fique muito empapada parecendo um risotto ou quinotto como chamam. Agora é só adicionar sal a gosto e deixar a panela tampada. Verificando se a água ja secou. Após secar, desligue o fogo e deixe a panela. O tempo de cozimento é de cerca de 15 a 20 minutos. Deixe os grãos descansarem por mais 10 minutos para absorverem um pouco mais de água e ficarem macios. Reserve junto com o grão de bico.

Preparo do frango 
Corte o peito em fatias finas semelhante a bife. Tempere com sal, páprica, alho amassado. orégano e deixe descansar por 5 minutos para absorver o tempero. Aproveite para furar os bifes, assim absorve mais o tempero.
Depois esquente a frigideira e quando estiver bem quente, coloque os bifes, sem colocar o azeite. Espere selar os dois lados do bife e só depois coloque o azeite, parar dar cor ao frango. Após grelhar, separe os bifes e corte em tiras finas, para assimilar o molho da salada.

Preparo da cenoura:
Os cubinhos de cenoura devem ser dourados com o gengibre, na mesma frigideira que fez o frango. Misture e cozinhe até a cenoura ficar macia. 

Montando a salada
Coloque em um recipiente fundo: quinoa, grão de bico, tomates cereja cortado ao meio, filé de frango em tiras. Misture e depois despeje o molho feito da seguinte forma:
Em um recipiente coloque as 2 colheres de sopa de azeite extra-virgem com 1 colher de chá de mostarda dijon, o sumo dos  2 limões, sal e pimenta do reino. O segredo para emulsionar é mexer com um fuê.
Misture o molho com a quinoa, grão-de-bico, frango, cenoura. Após o molho ficar incorporado aos ingredientes, coloque as folhas de rúcula. Não coloque a rúcula antes, pois ela ficará mole e quente. 

Essa salada pode ser utilizada durante 4 dias, mas a dica que dou é: Quinoa, Grão de bico, Frango e cenoura podem ser armazenados juntos. Só acrescente o molho e a rúcula no dia. O limão pode ficar amargo, então sugiro que o molho seja feito toda vez que for comer a salada. 

Fontes: 

Para quem ainda não leu os posts publicados:

Introdução à salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada.html

Princípios básicos da salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada-post-1-principios.html

Salada 1: Berinjela com castanha do Pará (ou castanha do Brasil), uva-passa e hortelã: 

https://www.nutrologogoiania.com.br/salada-1-berinjela-com-castanha-do-para-ou-castanha-do-brasil-uva-passa-e-hortela

Salada 2: Salada de inverno de abacate com frango cítrico: 

http://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-2-salada-de-inverno-de-abacate.html?m=0

Salada 3: Salada de inverno de rúcula: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-3-salada-de-inverno-de-rucula.html

Salada 4: Salada com legumes assados: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/07/salada-4-salada-de-legumes-assados.html

Salada 5: Salada de Picles de pepino com molho de alho:

 https://www.ecologiamedica.net/2023/04/salada-5-salada-de-picles-de-pepino-com.html

Salada 6: Salada vegana de lentilha crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-6-salada-vegana-de-lentilha.html

Salada 7: Salada cítrica de grão de bico: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-7-salada-de-grao-de-bico-citrica.html

Salada 8: Salada de frango com molho pesto de abacate: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/08/salada-8-salada-de-frango-com-molho-de.html

Salada 9: Salada de berinjela com passas e amêndoas: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-9-salada-de-berinjela-com-passas.html?m=0

Salada 10: Salada com molho homus

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-10-salada-com-molho-homus.html

Salada 11: Salada de atum crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/12/salada-11-salada-crocante-de-atum.html

Salada 12: Trigo cozido com especiarias

https://www.ecologiamedica.net/2024/02/salada-12-trigo-cozido-com-especiarias.html

Salada 13: Salada de Pequi com molho de mostarda e mel

https://www.ecologiamedica.net/2024/04/salada-13-salada-de-pequi-ao-molho-de.html

Salada 14: Salada de Quinoa com frango dourado

https://www.ecologiamedica.net/2024/05/salada-14-salada-de-quinoa-com-frango.html

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Alumínio


Os seres humanos estão sofrendo um aumento estrondoso na exposição ao alumínio (Al). Uma situação que só tende a piorar. O alerta é do professor Christopher Exley, da Universidade de Keele (Reino Unido), em um estudo sobre a exposição humana ao metal. O Al não tem função biológica conhecida e é reconhecidamente uma toxina ambiental. O solo do cerrado é muito rico em alumínio e por isso quase sempre aparece nos mineralogramas capilares.

A exposição humana ao AL está implicada em um grande número de doenças crônicas, incluindo doenças ósseas, autoimunes, câncer e neurodegenerativas. Principalmente diminuição da capacidade cognitiva (memória é concentração). ⚠ A melhor forma de detectar intoxicação crônica por alumínio é através do mineralograma capilar.

Dicas para evitar a contaminação mas com pouca comprovação científica:
1) Trocar as panelas de Al por panelas de vidro ou de aço inox. Se for impossível, não ariar as panelas e raspar utensílios no fundo da panela.
2) Trocar os desodorantes convencionais (possuem cloridrato de alumínio que obstrui os poros para que vc não transpire) por desodorantes sem Al.
3) Evitar consumir alimentos armazenados em recipientes que contem AL (enlatados, embalagem tetrapark).
4) Procurar um nutricionista ou nutrólogo para adequar a dieta aumentando o aporte de Magnésio e Cálcio já que eles tendem a "deslocar" o Al dos seus sítios e diminuir a absorção.

Na prática a maior fonte de contaminação é oriunda do próprio solo local (exemplo o solo do cerrado) e da água (já que as empresas que tratam a água, utilizam sulfato de alumínio para tratar a água).

Tratamento medicamentoso: Quelação endovenosa com Desferal ou EDTA cálcico.
Tratamento nutricional: Alimentos competidores: fontes de magnésio e cálcio. 

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Nova escala de 'comida para o cérebro' destaca os melhores nutrientes para depressão


Cientistas desenvolveram uma nova escala baseada em evidências que pontua alimentos de origem animal e vegetal que melhoram os sintomas depressivos. A pesquisa sobre os benefícios dessa escala e de alimentos que ajudam a nutrir o cérebro foi apresentada no Encontro Anual de 2016 da American Psychiatric Association (APA) em uma sessão lotada.

Existem evidências crescentes do papel crucial da dieta na saúde do cérebro, particularmente em áreas associadas a depressão e demência, disse o Dr. Drew Ramsey, professor e médico assistente de psiquiatria, Columbia University, Nova York, que foi um dos palestrantes.

"Os dados mostram claramente que existem sinais fortes de prevenção quando ajudamos nossos pacientes a comer melhor", disse o Dr. Ramsey ao Medscape Medical News.

Alimentos de origem vegetal estão no topo  da escala alimentar do Dr. Ramsey. Para desenvolver esse sistema de perfil nutricional, ele e seus colegas avaliaram a literatura e montaram uma lista do que eles chamam de nutrientes cerebrais essenciais (NCE) que afetam o tratamento e prevenção da depressão.

Os nutrientes principais incluem os ácidos graxos de cadeia longa ômega 3, magnésio, cálcio, fibras e vitaminas B1, B9, B12, D e E.

Eles reuniram dados nutricionais das melhores fontes alimentares de NCE de acordo com os Dados Laboratoriais de Nutrientes do Serviço de Pesquisa em Agricultura dos EUA e usaram uma fórmula para calcular a pontuação do que chamaram de Escala de Alimentos para o Cérebro.

"Nós estamos muito interessados no uso da literatura científica para peneirar os nutrientes cujas evidências mostram um papel importante na depressão", disse o Dr. Ramsey.

Nutrientes "críticos"

Além das fontes vegetais desses nutrientes, eles procuraram também incluir fontes animais, pois alguns deles, como a vitamina B12, são predominantemente encontrados na carne e outros produtos animais e são "absolutamente críticos para saúde cerebral", disse o Dr. Ramsey.

Os mecanismos possíveis pelos quais esses alimentos podem melhorar a função cerebral incluem estabilização da membrana neuronal e efeitos anti-inflamatórios. Os pesquisadores planejam submeter essa pesquisa para publicação, disse o Dr. Ramsey.

Embora esses nutrientes sejam a chave para a função cerebral, estatísticas de 2009 do mostram que a maioria dos americanos não os consomem em quantidades suficientes. Por exemplo, as porcentagens da população americana que não cumprem a ingestão diária recomendada desses nutrientes chave são:

  • Vitamina E: 86%
  • Folato: 75%
  • Cálcio: 73%
  • Magnésio: 68%
  • Zinco: 42%
  • Vitamina B6: 35%
  • Ferro: 34%
  • Vitamina B12: 30%

Além dos vegetais de folhas verdes, os pesquisadores destacaram a importância do consumo de vísceras, carnes de caça, castanhas (nozes e amendoins), mariscos (mexilhões, mariscos, ostras), moluscos (polvo, lula, caramujo), e peixe (salmão e sardinhas). Embora seja recomendado que os pacientes comam cerca de 250-350 gramas de peixe por semana, é importante escolher peixes que tenham pouco mercúrio. Os indivíduos devem limitar assim o consumo de cação e peixe-espada.

O Dr. Reynolds também destacou que ele quer ajudar os pacientes a tomarem decisões melhores em relação a carne. Essas escolhas, disse ele, deveriam incluir animais de pasto.

Embora a pesquisa foque mais nas áreas da depressão e demência, novos estudos estão avaliando transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ansiedade e adição, disse o Dr. Reynolds.

A maior parte dos dados vieram de relatos de caso e estudos epidemiológicos, porém já está em andamento o primeiro estudo randomizado controlado, o Ensaio SMILES, que está testando o impacto de uma dieta rica em muitos desses nutrientes na depressão maior.

O estudo inclui 176 pacientes com episódios depressivos maiores em dois centros em Victoria, Austrália. Os participantes foram aleatoriamente inscritos para um grupo de intervenção dietética, focado em uma dieta saudável, ou um grupo de apoio social.

Embora os resultados desse estudo provavelmente não serão publicados até o final do ano, o grupo do Dr. Ramsey teve a chance de discutir os resultados com seus pesquisadores, e os resultados foram "positivos" e "melhores que o esperado".

"O que é excitante sobre isso é que vai dar à comunidade médica e nossos pacientes um novo conjunto de ferramentas em termos de tratamento e prevenção de doenças mentais", disse o Dr. Ramsey.

Interesse crescente em alimentação como tratamento

Esse é o quarto ano consecutivo em que o simpósio sobre alimentação e cérebro ocorre no encontro anual da APA, e todo ano ele atrai audiências cada vez maiores. Esse ano a sessão contou com a participação de mais de 400 psiquiatras e outros especialistas, disse o Dr. Ramsey.

Além do Dr. Ramsey, a Dra. Emily Deans, instrutora de psiquiatria, Harvard University, e a Dra. Laura LaChance, residente de psiquiatria do quinto ano, University of Toronto, também falaram na sessão.

"Está claro que mudar nossos hábitos alimentares não é fácil. As boas notícias é que os psiquiatras são capacitados para ajudar nossos pacientes a realizarem mudanças comportamentais complexas – isso é o arroz com feijão no tratamento psiquiátrico. Até recentemente, no entanto, não estava claro que tipo de dieta os pacientes com transtorno mental devem consumir", disse a Dra. Laura.

O Dr. Ramsey destacou a importância de se falar sobre alimentos e nutrição com pacientes que enfrentam doenças mentais.

Os psiquiatras, disse o Dr. Ramsey, deveriam perguntar regularmente aos pacientes o que estão comendo e se possuem aversões ou alergias alimentares. Usando uma voluntária da audiência, ele demonstrou uma interação entre terapeuta/paciente que incorpora a dieta. Essa voluntária disse que seguia uma dieta de "jejum intermitente" para ajudar a controlar o transtorno bipolar.

Esse tipo de jejum aumenta a produção de cetonas, o que, de acordo com algumas evidências, é uma fonte de combustível "limpo" para o cérebro, disse o Dr. Ramsey em uma entrevista. Alguns relatos de caso sugerem que essa dieta é benéfica para pacientes com transtorno bipolar tipo II, que está associado com variações menos intensas do humor em comparação com o bipolar tipo I, disse ele.

Um número dessas "dietas especiais", que também incluem a dieta sem glúten e a dieta paleolítica, ou dos homens das cavernas, assim como dietas vegetarias e veganas, estão se tornando muito populares. O Dr. Ramsey falou sobre a "promessa" ao redor dos "alimentos, justiça alimentar e abastecimento" e da popularidade das feiras livres de alimentos orgânicos.

Ele destacou que "é nosso trabalho como médicos entender essa dieta e seus riscos e benefícios".

Um dos riscos, ao menos com a dieta vegana, e em alguma extensão com a dieta vegetariana, é a falta de vitamina B12. Uma deficiência dessa vitamina pode levar a depressão, anemia, e eventualmente a "danos neuronais irreversíveis", disse o Dr. Ramsey.

Um estudo recente que examinou a população vegana mostrou que 52% dos indivíduos eram "francamente deficientes" em vitamina B12 e que 23% tinham níveis "insuficientes", disse ele.

Um relato de caso com 30 mães veganas mostrou que 60% de sua prole possuía atraso do desenvolvimento e 37% atrofia cerebral, disse a Dra. Emily aos delegados do encontro. Existe uma forte correlação entre não comer carne e taxas maiores de depressão e ansiedade e pior qualidade de vida, disse ela.

Embora de certa forma a dieta vegana "faça sentido", visto que a dieta americana é muito carregada de produtos animais, "isso não significa que a solução é não comer frutos do mar", disse o Dr. Ramsey.

Mas durante um período de questionamentos após a sessão, que durou mais de uma hora, uma psiquiatra que tem sido vegana por muitos anos questionou algumas das conclusões do grupo. Ela observou que a dieta vegana trouxe benefícios para a própria saúde, incluindo redução dos níveis de colesterol.

Embora a dieta seja uma questão pessoal, e muitos pacientes sigam o que acreditam ser uma dieta saudável, os hábitos dietéticos mudaram de forma geral ao longo do último século, e não para melhor.

Tem havido uma mudança dos alimentos integrais para os processados. Além disso, houve aumento do consumo de açúcar, carboidratos mais refinados, e mais alimentos com corantes, conservantes e gordura trans têm sido consumidos.

Alimentar o microbioma

O Dr. Ramsey foi vegetariano por mais de uma década, mas ele disse que "não me sentia tão bem". Ele relatou que sua saúde física e mental melhorou quando ele começou a comer frutos do mar e fontes sustentáveis de carne de pasto e mais laticínios.

Ele vive parte do ano na fazenda de sua família em Indiana, onde planta mais de 50 variedades de couve. Segundo ele, seu livro 50 Shades of Kale (em português, "50 Tons de Couve"), tem ajudado esse vegetal de folhas verdes a obter "uma boa posição no cardápio do cidadão americano".

A couve não é apenas uma comida saudável, mas também barata. Outros alimentos saudáveis que a maioria das famílias podem incluir no orçamento são as lentilhas e feijões.

Ele e outros palestrantes discutiram a extensa literatura científica relacionada a esses e outros alimentos que melhoram a função cerebral. Evidências crescentes sugerem que os pacientes deveriam escolher mais alimentos de origem vegetal.

Uma dieta com alimentos vegetais "alimenta o microbioma", disse o Dr. Ramsey, acrescentando que ela contribui para as bactérias intestinais que parecem "ter um papel enorme em nossa saúde geral".

As plantas também são muito "densas em nutrientes", e assim possuem mais nutrientes por caloria.

Mostarda verde, espinafre, pimentão, e outros vegetais contém "fitonutrientes". A pesquisa mostra que essas "moléculas sinalizadoras", que incluem o licopeno e os carotenoides, ajudam a proteger o cérebro, disse o Dr. Ramsey.

Encontro Anual de 2016 da American Psychiatric Association (APA): Apresentado em 17 de maio de 2016.

Fonte: http://portugues.medscape.com/verartigo/6500272?src=soc_fb_160621_mscpmrk_ads_brazil

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Minerais no Solo Brasileiro: Influência do Solo na Dieta

Uma avaliação do consumo de minerais em dietas brasileiras, realizada mediante análise laboratorial dos minerais presentes em alimentos das diferentes regiões do país, preparados de acordo com as formas habituais, mostrou que a ingestão de minerais varia conforme a região [1].

A pesquisa coordenada por Silvia Maria Franciscato Cozzolino, presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), verificou que a ingestão de magnésio fica abaixo em algumas regiões do país, mas, em outras, mantém um nível limítrofe. A ingestão de zinco é limítrofe para determinados grupos da população e bem baixa para outros, por exemplo, em idosos. A ingestão de cobre também é limítrofe, assim como a de magnésio, e a de selênio varia de acordo com a região geográfica [1,2].

O selênio é um elemento nutricional essencial, pois ele é parte integrante da enzima gluta­tiona peroxidase, um antioxidante que impede a formação excessiva de radicais livres e protege o organismo de suas ações. A diminuição da atividade da glutationa peroxidase devido à diminuição de selênio é responsável pelo aumento dos radicais livres que causa envelhecimento precoce, maior incidência de câncer e patologias cardiovasculares [2,4].

Além disso, o selênio está estreitamente relacionado com a função da tireóide, pois participa da conversão da tiroxina (T4) para tri-iodo tironina (T3), a forma mais ativa do hormônio tireoidiano. O selênio também está envolvido na síntese da testosterona e, durante a gravidez, a deficiência de selênio é associada com maior incidência de defeitos do tubo neural do feto [1,2,4].

O solo brasileiro apresenta regiões muito pobres em selênio, o que torna muito frequente a deficiência deste mineral, principalmente nas regiões do sudeste e do centro-oeste, que são as de menor concentração de selênio no solo e onde se constata a maior deficiência alimentar desse nutriente. Já nas regiões do norte e nordeste, não é comum a deficiência desse micronutriente, já que o solo dessas regiões é muito rico em selênio [1].

Cozzolino fez um levantamento de selênio no território nacional, analisando o feijão, a carne bovina, a água e o solo. Os resultados mostraram que no Ceará, por exemplo, o feijão tem 1,2 µg de Se/g; em São Paulo, tem 0,016 µg de Se/g. Portanto, percebe-se que o teor de selênio é influenciado pelo meio ambiente em que a planta cresce [1,2].

Analisando os parâmetros bioquímicos relativos ao selênio obtidos para certos grupos da população brasileira nas regiões sudeste e centro-oeste, foram observados valores abaixo da média referida na literatura. Por sua vez, em estudo que realizamos em Macapá, onde a farinha de castanha-do-pará (oucastanha-do-brasil) é utilizada na merenda escolar, foi observado que todos os parâmetros bioquímicos analisados em crianças estavam muito acima dos valores de referência, indicando a necessidade de cuidado quanto aos possíveis efeitos adversos, como a toxicidade do selênio, que é alcançada em doses elevadas (acima de 400 µg ao dia), e está associada à fragilidade e perda de cabelo e unha, irritabilidade, fadiga, aborto e infertilidade [1,4].

A recomendação é de que um adulto consuma, no mínimo, de 55 a 70 microgramas por dia [4]. A castanha-do-pará contém, por grama, cerca de 25 a 49 µg/Se, assim, com uma unidade já é possível encontrar cerca de 200 a 400 microgramas de selênio. No caso de uma criança, meia castanha seria suficiente, afirma Silvia Cozzolino [1].

Em relação ao zinco, as melhores fontes desse mineral são os mariscos, ostras, carnes vermelhas, fígado, miúdos e ovos. As nozes e as leguminosas também são fontes relativamente boas de zinco. O consumo de zinco é influenciado pela fonte protéica da dieta, assim, dietas constituídas de ovos, leite, frango e peixe têm menor razão Zn/Proteína do que aquelas de mariscos, ostras e carnes vermelhas [2].

Um estudo realizado por Cozzolino avaliou a sua biodisponibilidade na dieta brasileira e constatou que, embora os resultados tenham sido bastante variáveis de um indivíduo a outro (pois o grupo era composto de dezoito adultos jovens do sexo masculino), os valores encontrados mostraram que a oferta do zinco não se mostra um problema de biodisponibilidade na dieta brasileira [1].

Contudo, apesar da biodisponibilidade do zinco não ser um problema na dieta brasileira, a deficiência desse mineral pode ocorrer, devido ao fato de que nem todos os brasileiros tem acesso às suas principais fontes, assim, como o selênio, que pode estar em falta na dieta em determinadas regiões do país, como vimos anteriormente. Assim, uma conduta possível para minimizar esse problema da deficiência desses importantes minerais na dieta seria a suplementação.

Normalmente, a suplementação se aplica quando determinado nutriente é deficiente para um grande número de pessoas. Ela é adotada quando grupos específicos mostram deficiência maior em determinado nutriente – por exemplo, suplementação para gestantes, crianças, idosos, ou mesmo em determinadas regiões, onde os índices de deficiência de um determinado nutriente são maiores [1].

Porém, quando se pensa em programas de intervenção em suplementação, é indispensável prestar atenção às interações entre nutrientes. O excesso de determinado nutriente pode interferir na absorção de outro. A ocorrência de interações entre alimentos nas dietas é menos provável do que naquelas situações em que se introduz um composto químico isolado, por exemplo, numa solução aquosa [1].

Assim, concluímos que o ideal é sempre consumirmos os nutrientes através de uma alimentação saudável, já que estaremos consumindo-os em sua forma natural. Porém, em casos em que isso não pode ser feito, como no caso das regiões sudeste e centro-oeste, em que não há biodisponibilidade de selênio no solo, a suplementação pode ser implantada em casos de deficiência.


Fonte: http://www.rgnutri.com.br/sqv/saude/msb.php

Referência:

[1] COZZOLINO, S. M. F. Deficiências de minerais. Estudos Avançados, São Paulo, v. 60, p. 119-126, 2007.

[2] MAIHARA, V. A.; GONZAGA, I. B.; SILVA, V. L.; FÁVARO, D. I. T.; VASCONCELLOS, M. B. A.; COZZOLINO, S. M. F. Daily dietary selenium intake of selected Brazilian population groups. Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry, Akadémiai Kiadó, v. 259, n. 3, p. 465-468, 2004.

[3] FAVARO, D. I. T.; MAIHARA, V. A.; ARMELIN, M. J. A.; VASCONCELLOS, M. B. A.; COZZOLINO, S. M. F. Determination of As, Cd, Cr, Cu, Hg, Sb and Se concentrations by Radiochemical Neutron Activation Analysis in Different Brazilian Regional Diets. Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry, v.181, n. 2, p. 385-394, 1994.

[4] KRAUSE. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11ª Edição. São Paulo. Editora Roca. 2005.

[5] MAFRA, D., COZZOLINO, S. M. F. Importância do zinco na nutrição humana. Rev. Nutr. vol.17 no.1 Campinas Jan./Mar. 2004.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Obesidade, osteoporose e cirurgia bariátrica: Qual a verdadeira relação ?

Recentemente o British Medical Journal (BMJ)  publicou uma revisão científica sobre a relação entre cirurgia bariátrica e osteoporose, doença crônica que afeta mais de 10 milhões de brasileiros. De acordo com os pesquisadores, pessoas submetidas ao tratamento cirúrgico da obesidade têm 30% mais chances de terem osteoporose, dependendo da técnica cirúrgica utilizada.

O risco aumentado da osteoporose decorre das alterações promovidas no organismo de pacientes bariátricos. No entanto, a obesidade é uma doença crônica que pode ter consequências graves. A cirurgia bariátrica é o tratamento mais eficaz e seguro contra a obesidade, além de auxiliar no controle de doenças associadas. Além disso, muitas pessoas com obesidade têm deficiências de nutrientes importantes para a saúde óssea, entre elas o cálcio, o magnésio e a vitamina D.

Ou seja, o paciente já apresentava risco para a osteoporose.

“Em tese, todo indivíduo que tem modificado o sítio de absorção de cálcio e perde muito peso apresenta prejuízo à absorção do mineral. Porém, fatores genéticos, como a presença ou não de osteoporose na família, podem interferir na evolução”, explica a Profa. Dra. Luciana El-Kadre, cirurgiã do aparelho digestivo e membro da SBCBM.

 A obesidade sempre foi ligada a maior densidade mineral e, portanto, a riscos reduzidos de fratura, mas novas pesquisas indicam que esta relação pode não ser verdadeira.

“Acreditava-se que a obesidade protegeria da osteoporose. Em 2013 um estudo da Universidade de Harvard demonstrou que a obesidade poderia aumentar a incidência da afecção. O estudo concluiu que existe relação entre gordura no fígado e nos músculos e a existência de mais gordura na medula óssea ─ independentemente do índice de massa corporal e da idade”, esclarece a Dra. Luciana.

 Prevenção no pré e no pós-operatório

Então se a obesidade pode prejudicar a saúde óssea e a cirurgia bariátrica pode aumentar o risco da doença, o que fazer? Enquanto o debate científico ainda precisa avançar na investigação das implicações da cirurgia bariátrica na saúde óssea de pessoas submetidas ao procedimento, pacientes podem se prevenir para evitar a osteoporose.

“Candidatos ao tratamento cirúrgico da obesidade devem ser informados da necessidade de reposição e controle dos marcadores relacionados ao metabolismo do cálcio, das particularidades de sua reposição, como fragmentação de dose e forma química”, diz a cirurgiã do aparelho digestivo.

Durante o pré-operatório é fundamental que o paciente seja submetido a exames específicos como a densitometria óssea, para detectar carências antes da cirurgia bariátrica. O cuidado deve continuar no pós-operatório também, especialmente com a suplementação nutricional, que se bem feita pode minimizar os riscos e combater as consequências da perda de massa óssea.

“A reposição de cálcio, magnésio, vitamina D deve ser feita em todos os casos, imediatamente após a operação. A reabsorção óssea pode ser mais intensa no período de emagrecimento rápido. Esses dados também são verdadeiros para grandes perdas de peso com dieta, mesmo sem cirurgia. Em alguns casos, podem ser adicionados componentes que aumentem a absorção do cálcio e sua deposição nos ossos. O controle com dosagens séricas trimestrais inicialmente e depois semestrais também é importante”, afirma a Profa. Dra. Luciana.

Fraturas em pacientes bariátricos

As fraturas osteoporóticas são graves em qualquer pessoa, mas para um paciente bariátrico pode trazer complicações adicionais: impedem a prática de exercícios físicos, atividade fundamental não só para o sucesso do tratamento cirúrgico da obesidade como para o da osteoporose.

“Fraturas de osteoporose, com maior frequência, ocorrem na cabeça do fêmur, fraturas patológicas da vértebra e fraturas das vértebras lombar e torácica. Com reposição e controle adequados, esta complicação pode ser prevenida. É importante salientar que não existe reposição universal, cada paciente necessita de uma dosagem de cálcio, que pode aumentar ou diminuir após a operação. Da mesma forma, existem formas químicas do mineral que têm melhor absorção após a operação”, completa a Profa. Dra. Luciana.

Fonte: http://www.sbcbm.org.br/wordpress/obesidade-osteoporose-e-cirurgia-bariatrica-qual-a-verdadeira-relacao/

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Chá verde x chá branco

Muito se fala sobre as propriedades funcionais do chá branco e verde, mas qual é a real diferença entre eles?
Tanto o chá verde, quanto o chá branco são produzidos a partir de um processo químico de oxidação (incorretamente chamado de fermentação) das folhas de uma planta chamada Camelia Sinensis. Entretanto, a diferença entre esses dois chás é que o branco é colhido quando as folhas ainda estão bem jovens, ou seja, o que distingue um chá do outro é quando as folhas da planta são colhidas.

As pesquisas indicam que o chá branco, por ter folhas mais jovens, possui maior concentração de catequinas, que são as principais substâncias ativas do chá branco e do chá verde. Além disso, os estudos comprovam que essas catequinas do chá branco são mais ativas que as catequinas de outros chás. Portanto, acredita-se que, por apresentarem maior concentração de catequinas, seu efeito é mais potente. Porém, vale ressaltar que os estudos sobre o consumo de chá branco em humanos são escassos.

As catequinas presentes nos chás obtidos da Camelia Sinensis são consideradas potentes antioxidantes e antiinflamatórios, pois inibem a ativação do fator NF-kB, que é um ativador da inflamação. Por isso, o consumo regular de chá verde oferece diversos efeitos protetores ao organismo, devido à redução do processo inflamatório de uma maneira geral. O fator antiinflamatório auxilia na prevenção de doenças crônicas como o câncer, diabetes e doenças cardiovasculares, além de poder auxiliar na perda de peso (devido ao seu efeito termogênico comprovado), quando associado a outras mudanças na alimentação e hábitos de vida.

Os estudos indicam que o consumo ideal de chá verde para garantir os benefícios das catequinas é de 4 a5 xícaras ao dia. Porém, é importante lembrar que ele nunca deve ser reaquecido. Caso a preferência seja de seu consumo quente, é interessante que ele seja consumido logo após o preparo.

Fonte: VP Consultoria Nutricional

Obs: Muitos pacientes me perguntam:
1) Dr, como preparo o chá verde?
2) Dr, o chá verde em saquinho tem efeito ??
3) Dr, qual é melhor , cápsula de chá verde ou o chá in natura ?

Bem, vamos por partes.

1 - Preparo do chá

Tem gente que é leiga e não sabe o que está falando quando afirma que o chá tem q ser feito em infusão. Tem estudos mostrando que infusão por até 10 minutos e manutenção em geladeira por até 24h não ocasiona perda dos polifenóis e catequinas. Portanto vai aí a dica pra preparar um chá verde saboroso:
1 colher de sobremesa de chá verde ( +- 10g)
1 litro de água filtrada
1 rama de canela ou erva doce

Ferver de preferência em uma chaleira por no mínimo 5 minutos, até no máximo 10 minutos. Se for possível mexer com uma colher de pau.
Desligar o fogo, esperar esfriar um pouco e começar a tomar. Pode ser armazenado na geladeira por até 24 horas. Mas geralmente indo o seguinte: fazer cedo e tomar até as 14:00.
Atenção, evite de ingeri-lo próximo às refeições ou após pois os polifenóis impedem a absorção de cálcio, magnésio, ferro e zinco.

Para ler mais sobre o preparo: http://www.scielo.br/pdf/cta/v30s1/29.pdf

2 - Chá verde em sachê

Eu prefiro comprar o chá verde orgânico da mãe terra, a quantidade de chá verde no sachê é pouca, portanto faz-se necessário utilizar vários sachês.

3 - Cápsulas (extrato) ou in natura

Existem estudos comparativos e cada um tem suas vantagens. A cápsula tem a questão da comodidade, praticidade, porém o chá in natura (quando adicionado outras ervas ou sucos) pode ser saboroso e uma forma de aumentar a ingestão de água (algo muito comum entre meus pacientes, principalmente mulheres). Portanto estimulo o uso do chá in natura.

Apenas a título de curiosidade:
Obesidade: o chá in natura tem efeito maior que o extrato, mas o efeito no índice de massa corpórea (IMC) é igual para os dois.
A pressão arterial diastólica reduziu nos dois.
Triglicerídeos reduziram com o chá in natura e não reduziram tanto com o extrato.


Dr. Frederico Lobo

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Sal rosa do Himalaya - Quebrando mitos e te ajudando a encomomizar

Frequentemente vemos pacientes contando que estão utilizando o sal do Himalayaa. Qual a minha opinião? Uma perda de dinheiro. Pagar 100 vezes em 300g de sal, sendo que não existe nenhum tipo de vantagem ? Vá comprar comida de verdade (orgânica de preferência e de produtores locais) que você ganha mais saúde. Mas porque pensamos assim? É achismo, implicância com as pedrinhas rosa ou temos alguma base científica para afirmar isso ?

Desde 2008 estamos buscando artigos sobre o tema. Passaram-se CATORZE anos e até agora, não encontramos NENHUM artigo na Pubmed mostrando vantagens em se consumir o tal sal do Himalaia. 

O que estão em jogo aqui não é achismo (-Ah mas comigo eu usei e gostei), somos médicos, alguns pesquisadores com mestrado e doutorado e o que estamos buscando são evidências científicas. É injusto fazer terrorismo nutricional com a população. Pessoas que tem um orçamento limitado e acabam acreditando que tem obrigação de comprar Sal do Himalaia pois alguns profissionais vendem a ideia de que é mais saudável.

Enfim, compramos o bendito, fizemos uso e não vimos diferença alguma.

Mas será que esses sais diferentes são mais saudáveis ? 

No mercado temos o sal marinho, sal de cozinha refinado e iodado, sal kosher, sal aromatizado, fleur de sel (flor do sal ou sal cinza), Hiwa Kai, sal negro, Hawaiian Sea Salt, Kala Namak, “sal orgânico” e o famoso sal rosa do Himalaia. Todos são o mesmo produto: cloreto de sódio. Apenas as quantidades ínfimas (traços) de minerais variam de um para outro. Primeira ilusão de quem consome esse sal. Não há minas de sal no Himalaia. Como diz a culinarista Pat Feldman "é sal demais para "Himalaia de menos". As maiores minas de "sal do Himalaia" ficam no Paquistão, a quase 500 km do Himalaia.

Uma dúvida, o sal rosa do Himalaia é tão puro que não recebe iodação, sendo comercializado sem iodo ? Mas se isso é uma política de saúde pública e a falta de iodação pode gerar repercussões metabólicas, o consumo do mesmo estaria ligado a um maior risco de deficiência de iodo? 

Há alguns produtos com o nome Sal do Himalaia que é iodado, mas os importados não são. O sal de mesa (o tão mal falado sal refinado) é enriquecido com iodo e é uma forma altamente eficaz para prevenir a deficiência de iodo (que pode levar ao bócio, um aumento do volume da glândula tireóide). A política de saúde pública (que consiste na iodação do sal) acaba prevenindo o bócio por déficit de Iodo, tão comum em décadas passadas, no interior do Brasil.

A maior desculpa apresentada para se propagar os benefícios com o uso do sal do Himalaia é que ele contém 84 minerais traços e esses promovem saúde e bem-estar. Existe um site interessantíssimo que seguimos: https://www.sciencebasedmedicine.org que visa desvendar alguns mitos. Recentemente postaram sobre o sal do Himalaia e provaram que não há UM único estudo comparando o sal do Himalaiaa com os demais.

Mas suponhamos que esses 84 minerais presentes realmente estejam na composição. Isso justificaria a sua utilização ? Não. São traços, ou seja, quantidades tão ínfimas que você adquire consumindo 200ml de água natural.

Não há nenhuma evidência publicada em revistas ou jornais ligados a área, mostrando que a substituição de sal branco por sal do Himalaya traga benefícios para a saúde. Na lista de minerais citados, você notará que uma série deles são radioativos, como Rádio, Urânio e Polônio. Também compõem a lista, minerais tóxicos, como o Tálio. Seria arriscado então consumir Sal do Himalaya ? Não, já que são traços, ou seja, quantidades ínfimas. Uma pergunta inversa aos defensores do seu uso: então se os vestígios de 84 minerais presentes são benéficos, porque não acreditar que os vestígios de minerais radioativos e tóxicos possam ser prejudiciais?

O site fluoridedetective.com alerta que a análise do sal extraído da maior mina de "sal do Himalaya" do mundo, no Paquistão, demonstrou concentração gigantesca de flúor, de 231 ppm (231mg de fluor por quilo de sal). http://www.poisonfluoride.com/pfpc/html/analysis.html E isso é arriscado, ou seja, já temos evidências de que o seu uso tenha potencial efeito tóxico.

Resumindo: a alegação de que sal rosa do Himalaya contém 84 minerais pode ATÉ ser verdade, mas a alegação de que “promove a saúde e bem-estar” é falsa até que se prove o contrário, com estudos clínicos.

Enquanto esperamos por evidências, continuaremos utilizando o sal marinho iodado. Pelo menos sabemos que eles não contém urânio.

Caso nos perguntem qual sal ideal? O sal refinado é puramente Cloreto de Sódio com iodo, sem traços de outros minerais. O sal marinho por não ser refinado, mantém alguns traços de minerais. A questão é: traços de minerais terão impacto na nossa saúde ? Não, pois a quantidade que utilizamos é ínfima.

O que devemos adotar é uma dieta saudável, com mais alimentos in natura e menos alimentos processados. Dar preferência a vegetais (folhagens, legumes, leguminosas, cereais integrais) orgânicos, beber basta água filtrada, praticar atividade física regularmente, ter contato com a natureza, dormir bem, manter os pensamentos em ordem e cultivar bons sentimentos. Isso é infinitamente superior que qualquer traço de minerais.

Assinam o post acima os seguintes perfis no instagram:

Dr. Frederico Lobo (Médico Nutrólogo de Goiânia/Joinville) @drfredericolobo

Dra. Tatiana Abrão (endocrinologista e nutróloga de Sorocaba – SP) @tatianaabrao,

Dr. Daniella Costa (nutróloga de Uberlândia – MG) @dradaniellacosta,

Atualização: 30/05/2017

A USP fez uma análise e não achou superioridade no consumo do Sal Rosa, segundo as pesquisadoras do Laboratório de Alimentos da USP. “Em 1g de sal você tem 400 mg de sódio, no sal refinado. Nos gourmets, tem 312 mg, 360 mg, varia inclusive entre eles, mas não passa, não é abaixo de 300 mg”, explicou a pesquisadora Eliana Bistriche Giutini. 


Um estudo de 2010 analisou 45 tipos de sal e o brasiliense João Gabriel Marques, nutricionista e mestre em Nutrição Humana pela Universidade de Brasília (UnB) analisou o estudo, criando até uma tabela para fins comparativos. 


Considerando os 45 tipos de sal avaliados, ficaremos apenas com aqueles mais interessantes para a nossa análise, ou seja, aqueles mais facilmente encontrados para consumo: sal refinado, sal marinho*, sal grosso e sal rosa do Himalaia. *O sal marinho escolhido, a partir das diversas opções de sal marinho do estudo, foi o que pode ser obtido a partir do Oceano Atlântico (litoral brasileiro).

Para facilitar a visualização, montei uma tabela com a concentração dos minerais avaliados pelo estudo: cálcio, potássio, magnésio, ferro, zinco e sódio. Além disso, coloquei, na última coluna, os valores de referência de ingestão (DRIs) — para mulheres jovens adultas* — de cada um desses nutrientes.

*Escolhi os valores para mulheres jovens adultas porque eles são iguais ou inferiores aos de homens, idosos ou gestantes; a única exceção foi o ferro, que possui valor de referência mais baixo para homens do que para mulheres (8 x 18 mg). Assim, essas escolhas foram determinadas para que houvesse a possibilidade de a ingestão desses minerais, a partir dos sais, pudesse ser minimamente importante pelo menos para o grupo populacional com as menores necessidades absolutas de minerais.

Todos os minerais abaixo estão representados em miligramas (mg) e referem-se à quantidade presente em 10 g de sal, que é próxima à média de ingestão diária da população brasileira:

É possível perceber, claramente, que o consumo de nenhum sal, nem mesmo o rosa do Himalaia, nem mesmo o azul de Urano, representará uma fonte expressiva de minerais — com exceção do sódio, é claro. 

A concentração de minerais no sal rosa é bastante superior à dos demais sais? Sim, chegando a ser 300% superior para o cálcio e mais de 7400% superior para o magnésio, por exemplo, quando comparada à do sal refinado. Mas de que adianta se, na prática, essas quantidades de minerais encontradas no sal rosa ainda são muito pequenas em relação às necessidades diárias? Nada. 

Considerando nossas necessidades nutricionais, o mineral mais importante no sal rosa seria o ferro. Mesmo assim, a ingestão de 10 g/dia desse tipo de sal não seria capaz de suprir nem 5% das recomendações de ferro. Além disso, diferentemente do que algumas pessoas dizem e do que alguns sites informam, o sal rosa do Himalaia não possui menor concentração de sódio quando comparado ao sal refinado. E sódio à parte, nenhum sal será uma fonte minimamente importante de minerais. Além desse artigo científico que analisamos, existe também um site em inglês que apresenta a concentração de todos os minerais que supostamente são encontrados no sal rosa. 

Porém, como o site não diz muito bem como esses dados foram obtidos, não é possível afirmar que essas informações são confiáveis. Mesmo assim, se alguém quiser confirmar que o sal rosa não se configura como uma fonte importante de nenhum desses nutrientes, basta comparar os minerais apresentados pelo site às necessidades nutricionais de cada mineral segundo as DRIs.

ATUALIZAÇÃO: 06/12/2021

Um grupo de estudos aqui da Universidade Federal de Goiás publicou um artigo  comparando os efeitos do Sal Rosa versus sal de mesa comum sobre a pressão arterial.

O sal do Himalaia (SH) tornou-se uma alternativa popular para o sal de mesa (SM) devido às suas alegações de benefícios à saúde, principalmente para indivíduos com hipertensão arterial. Porém, apesar do aumento do consumo de SH, ainda faltam evidências clínicas que sustentem a recomendação de seu consumo por profissionais de saúde. 

Objetivo do trabalho: Este estudo teve como objetivo comparar o impacto da ingestão de SH e SM sobre a pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD) e concentração de sódio urinário em indivíduos com PA. 

Metodologia do trabalho: Este estudo recrutou 17 pacientes do sexo feminino com hipertensão arterial que comiam fora de casa no máximo uma vez por semana. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, para receber e consumir SH ou SM. Antes e depois de cada intervenção, os participantes tiveram sua pressão arterial medida e urina coletada para análise mineral. Um valor de p <0,05 foi considerado estatisticamente significativo.

Resultados: Não houve diferenças estatisticamente significativas antes e depois da intervenção SH para PAD (70 mmHg vs. 68,5 mmHg; p = 0,977), PAS (118,5 mmHg vs. 117,5 mmHg; p = 0,932) e concentração urinária de sódio (151 mEq / 24h vs. 159 mEq / 24; p = 0,875). Além disso, a análise entre os grupos não mostrou diferenças significativas após a intervenção em relação a PAS (117 mmHg vs 119 mmHg; p = 0,908), PAD (68,5 mmHg vs 71 mmHg; p = 0,645) ou concentração urinária de sódio (159 mEq / 24h vs 155 mEq / 24h; p = 0,734).

Conclusão: Este estudo sugere que não há diferenças significativas no impacto do consumo de SH em relação ao SM na PA e concentração urinária de sódio em indivíduos com hipertensão arterial. A troca de um pelo outro não foi uma medida eficaz a ponto de alterar a pressão arterial.

Além disso, o sal do Himalaia utilizado custou 30x mais que o sal de mesa. Também observamos o sal do Himalaia liberado para comercialização no Brasil e utilizado no estudo, tem 6x menos iodo que o sal comum. O que significa? Risco de bócio na população exposta ao uso à longo prazo pois todo sal do Brasil é acrescido de Iodo como medida de saúde pública.

Palavras-chave: Pressão Arterial; Hipertensão; Doenças Cardiovasculares; Fatores de Risco; Cloreto de Sódio; Sódio na Dieta; Urinalise.

domingo, 26 de abril de 2020

Dia de combate à Hipertensão arterial: Como a Nutrologia pode te ajudar?


Hoje foi comemorado o dia de Combate à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Nutrologia tem um papel essencial na prevenção e tratamento. Segundo a OMS, a HAS é o principal fator de risco de doenças cardiovasculares. Por ser uma doença silenciosa, grande parte dos pacientes não sabe que possuem. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, uma em cada 4 pessoas adultas tem HAS. Assim, estima-se que a doença atinja, no mínimo, 25% da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos. Ela é a responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.

As graves consequências da HAS podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com adequado controle da pressão. Dicas para prevenir a HAS:
1) Afira a pressão pelo menos duas vezes ao ano
2) Pratique atividades físicas regularmente.
3) Mantenha o peso ideal.
4) Adote dieta DASH caso tenha história familiar de HAS.
5) Evite álcool.
6) Não fume.
7) Evite o estresse.
8) Nutroterapia: Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) é um padrão alimentar que incentiva o consumo de certos alimentos e exerce um importante impacto na redução da pressão arterial. Ajuda a controlar o colesterol e sua grande vantagem é que não exclui nenhum grupo alimentar. Estudos mostram que a adesão a esse estilo alimentar reduz em 14% o desenvolvimento de hipertensão, funcionando positivamente na prevenção de doença cardiovascular. A dieta DASH é rica em fibras e nos minerais potássio, cálcio e magnésio, e esses micronutrientes trazem benefícios sobre a pressão arterial. Orientações da DASH:

1 - Escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes, utilizando-os em pequena quantidade.

2 – Comer frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção é igual a uma concha média).

3- Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia.

4 – Preferir os alimentos integrais, como pães, cereais e massas integrais ou de trigo integral.

5 – Comer oleaginosas (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco porções por semana (uma porção é igual a ⅓ de xícara ou 40 gramas de castanhas, duas colheres de sopa ou 14 gramas de sementes, ou ½ xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas).

6 – Reduzir as gorduras saturadas . Utilizar óleos vegetais insaturados (como azeite, soja, milho).

7 – Evitar o sal. Evitar também molhos e caldos prontos, além de produtos industrializados.

8 – Diminuir ou evitar o consumo de doces e bebidas com açúcar.

Fonte: www.nhlbi.nih.gov/health/public/heart/hbp/dash/new_dash.pdf

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Salada 11: Salada crocante de atum.

Hoje vamos de salada crocante de atum.  

Mas porque escolhemos o atum ? Pelo sabor, por ser uma fonte de ômega 3 e também de proteína.

O Atum sólido conservado em óleo (100g) fornece cerca de:
Carbo: 166kcal
Proteína: 26,2mg
Poliinsaturada: 
5,9g, sendo parte dessa polinsaturada composta por ômega 3
Sendo 3,2g de ômega 3, dos quais 231mg são de EPA e 2,5g de DHA
Ou seja, muitos endeusam o Salmão (peixe caro e a maioria criado em cativeiro, alimentado com ração, com pouco teor realmente de ômega 3)
Cálcio: 7mg
Magnésio: 29mg
Potássio: 280mg
Vitamina D: 3,6mcg

Ingredientes:
-base de folhas (usei alface americana),
-uma cenoura ralada,
-uma embalagem de milho (ou duas espigas cozidas),
-quatro palmitos picados,
-uma cebola em fatias finas,
-uma lata de atum (comprei errado, prefiram o sólido!),
-uva passa a gosto,
-croutons (ensino abaixo)

E para o molho:
-2 colheres de requeijão light,
-1 colher de mostarda,
-suco de um limão,
-sal a gosto

É só misturar bem! Confia que vai!

Por fim, adicione os croutons:
Peguei 3 fatias de pão integral, e assei no forno por +- 10 min, pra deixar torradinho, e cortei em quadradinhos. Pode fazer na airfryer, se preferir. Pode também colocar temperos, como orégano, e um fio de azeite, mas sem nada também ficou bom! 

Para quem ainda não leu os posts publicados:

Introdução à salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada.html

Princípios básicos da salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada-post-1-principios.html

Salada 1: Berinjela com castanha do Pará (ou castanha do Brasil), uva-passa e hortelã: 

https://www.nutrologogoiania.com.br/salada-1-berinjela-com-castanha-do-para-ou-castanha-do-brasil-uva-passa-e-hortela

Salada 2: Salada de inverno de abacate com frango cítrico: 

http://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-2-salada-de-inverno-de-abacate.html?m=0

Salada 3: Salada de inverno de rucula: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-3-salada-de-inverno-de-rucula.html

Salada 4: Salada com legumes assados: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/07/salada-4-salada-de-legumes-assados.html

Salada 5: Salada de Picles de pepino com molho de alho:

 https://www.ecologiamedica.net/2023/04/salada-5-salada-de-picles-de-pepino-com.html

Salada 6: Salada vegana de lentilha crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-6-salada-vegana-de-lentilha.html

Salada 7: Salada cítrica de grão de bico: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-7-salada-de-grao-de-bico-citrica.html

Salada 8: Salada de frango com molho pesto de abacate: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/08/salada-8-salada-de-frango-com-molho-de.html

Salada 9: Salada de berinjela com passas e amêndoas: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-9-salada-de-berinjela-com-passas.html?m=0

Salada 10: Salada com molho homus

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-10-salada-com-molho-homus.html

Salada 11: Salada de atum crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/12/salada-11-salada-crocante-de-atum.html