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domingo, 6 de janeiro de 2013

Vitamina B12: 30 informações importantíssimas, por Dr. Eric Slywitch


Esse assunto não é polêmico, mas tenho recebido diversas dúvidas por e-mail e dos pacientes que atendo devido a dados desencontrados, tanto de profissionais de saúde, quanto de pessoas adeptas ao vegetarianismo ligadas a filosofias e à espiritualidade.

Nesse artigo vamos conversar sobre diversos assuntos, que vão desde os sintomas da deficiência, tratamento e até questões filosóficas.

Apenas para relembrar: vitamina B12 só é encontrada em carnes, leite, queijos, ovos e suplementos. A B12 encontrada em algas e alimentos fermentados é diferente da que necessitamos para o nosso metabolismo.

Cerca de 50% dos vegetarianos têm carência de vitamina B12
Cerca de 40% dos não vegetarianos têm carência de vitamina B12

1)    Quais são os primeiros sintomas da deficiência?

A deficiência de vitamina B12 traz sintomas bastantes inespecíficos, o que, algumas vezes, dificulta o diagnóstico clínico (por meio de sinais e sintomas), sendo necessário a avaliação por exames laboratoriais para descartar outros problemas com sintomas semelhantes.

O sintoma mais precoce que tenho visto em pacientes que atendo são queixas de formigamento nas pernas após poucos minutos sentado com as pernas cruzadas. Da mesma forma, as queixas de redução da atividade cognitiva (concentração, memória e atenção) são regra. Na deficiência de B12 há dificuldade de manter a atividade intelectual com conforto.

A deficiência de B12 pode se manifestar com alteração da sensibilidade dos pés e das pernas, redução da propriocepção (a pessoa tem dificuldade de perceber adequadamente o próprio corpo) e sintomas psiquiátricos.

A anemia por falta de B12 pode ocorrer, mas é menos comum do que os sintomas neurológicos citados acima.

2)    Por que alguns profissionais não chegam à mesma conclusão no diagnóstico da B12?

A resposta é bem simples: porque nenhum profissional consegue saber tudo de todos os assuntos. O acúmulo de conhecimentos faz com que exista a necessidade de especialistas em diversas áreas. Isso não é uma fragmentação do todo, mas sim uma necessidade de aprofundar mais algumas áreas do conhecimento.

O diagnóstico da deficiência da B12 é claro quando o profissional conhece o assunto, e não há margem para equívocos quando há esse domínio.

3)    Como fazer o diagnóstico da falta de B12?

Esse diagnóstico é feito, basicamente, pela avaliaçaõ da B12 no sangue, associado ou não aos sintomas de deficiência. O diagnóstico pode ser complexo em algumas poucas situações, e depende dos exames que temos em mãos. Na maioria das vezes é muito simples.

4)    A dosagem da vitamina B12 no sangue

Esse exame é o mais comumente utilizado, e sujeito a muitos erros de interpretação. Para entendermos o porquê, é necessário conhecermos a forma que ele foi elaborado.

No passado, foram recrutadas cerca de 250 pessoas aparentemente normais, sendo coletado o sangue dessas pessoas. Dos valores encontrados, 95% delas estavam entre 200 a 900 pg/mL de vitamina B12.  Assim, esse valor foi utilizado como faixa de normalidade.

Veja que problema é essa faixa de normalidade! Primeiro: a normalidade foi estabelecida de forma muito subjetiva. Segundo: a faixa é muito ampla (200 a 900 pg/mL, o que já sugere uma flexibilidade exagerada na análise dos dados).

Com marcadores sanguíneos diferentes, verificamos que estar nessa faixa de normalidade não significa estar com bons níveis sanguíneos.

Logo abaixo veremos os níveis que ela deve ser mantida.

5)    Então a avaliação da B12 no sangue não é útil para o diagnóstico?

Ela é útil sim, inclusive é o melhora parâmetro de análise, mas deve ser avaliada com critério pelo seu médico, pois é necessário correlacioná-la com outros dados clínicos e laboratoriais.

6)    Ouvi dizer que a dosagem de B12 não é adequada para o diagnóstico, pois ela é feita no sangue, e não dentro da célula (intracelular).

A dosagem da B12 no sangue é muito útil para o diagnóstico sim! Os níveis no sangue refletem os níveis dentro das células.

A deficiência de B12 pode ser dividida em 4 estágios. Nos 2 primeiros estágios, os compostos que ficam alterados (já decorrentes da falta de B12) só podem ser dosados em laboratórios muito especializados, e por isso não conseguimos o diagnóstico precoce. Nesses dois estágios iniciais, a B12 já está baixa dentro da célula (no plasma intracelular), e por isso os compostos ficam alterados.

No terceiro estágio, outros compostos estão alterados, como a homocisteína e o ácido metilmalônico. Portanto, a alteração desses 2 compostos, que podemos dosar, já indica uma deficiência mais avançada.

No quarto e último estágio, além das alterações já descritas, podem aparecer os sintomas e alterações no hemograma.

Assim, desde os estágios mais precoces da deficiência a B12, ela já se encontra reduzida dentro das células. A B12 no sangue simplesmente reflete a B12 intracelular.

7)    Então quais são os exames necessários para avaliar a B12?

A dosagem da B12 no sangue sempre deve ser feita. É o primeiro exame que deve ser pensado para avaliá-la.

A dosagem da homocisteína e do ácido metilmalônico (que se elevam na deficiência da B12) podem ser utilizados, mas na prática, são desnecessários.

O hemograma, para ser utilizado, depende de muita habilidade de quem o lê, pois diversos fatores interferem nos parâmetros que podem indicar a deficiência de B12.


8)    A B12 deve sempre permanecer acima de 490 pg/mL!!

Esse número não é um número mágico e muito menos arbitrário.

Estudo publicado há vários anos já demonstrou que quando a B12 está abaixo de 490 pg/mL (sendo a referência de 200 a 900 pg/mL), ela já é potencialmente deficiente.

Outro estudo demonstrou que quando a B12 está abaixo de 350 pg/mL, muitas pessoas podem apresentar sintomas de deficiência de B12, especialmente relacionados ao sistema nervoso.

9)    Qual é o valor ideal que a B12 deve ser mantida?

Essa pergunta pode ser respondida de formas diferentes.

A melhor forma de avaliar isso é por meio de diversos exames interligados, pois a B12 muda vários parâmetros do nosso metabolismo.

Assim, como regra simples, utilizando como referência um estudo científico que fez essas correlações com dezenas de indivíduos (vegetarianos e não vegetarianos), podemos seguir as seguintes diretrizes:

- quando a B12 no sangue está acima de 490 pg/mL, raramente um indivíduo tem carência de B12;
- a homocisteína é outro parâmetro, e deve permanecer sempre abaixo de 8 mcmol/L.Essa dosagem é dispensável.

Assim, a dica é:

Mantenha sempre a B12 acima de 490 pcg/mL. A homocisteína deve permanecer abaixo de 8 mcmol/L.
Pessoas com níveis abaixo de 490 pg/mL podem ou não estar com deficiência de B12, mas isso só pode ser avaliado por um médico que domine o assunto.

10)    Talvez você se confunda ao avaliar os exames laboratoriais.

Talvez não, com certeza haverá confusão, pois essa avaliação deve ser feita pelo seu médico.

Não basta olhar as referências de normalidade nos exames, pois é necessário conhecer diversas condições do organismo. Avaliação de exames não se faz simplesmente olhando as faixas de normalidade.

11)    Tratamento da deficiência e manutenção são coisas diferentes

Quando a pessoa está com deficiência há necessidade de tratar a deficiência, elevando os níveis de B12 para valores seguros. Após a pessoa ter níveis adequados de B12, o suplemento ou a alimentação, é utilizada para manter esses níveis adequados.

Assim, a dose e freqüência de uso da B12 para tratar a deficiência são diferentesdo utilizado para a sua manutenção.

12)    O custo da B12

A B12 é barata. Algumas pessoas questionam que a necessidade de uso da B12 é uma mentira inventada pela indústria farmacêutic para ter lucro, mas isso não é verdade. Ela é muito barata, além de ser necessária. Basta avaliar os sintomas de quem tem deficiência, o que corresponde a cerca de 50% das pessoas.

13)    Absorção da B12

Após ingerida, retirada do alimento (o que depende em parte do ácido do estômago), ligada ao Fator Intrínseco (produzido no estômago), a B12 é absorvida no final do intestino delgado. Só para relembrar: para a B12 ser absorvida em condições fisiológicas, ela deve estar ligada ao fator intrínseco.

Precisamos absorver, para manter os níveis de B12 no organismo, cerca de 1 mcg de B12 por dia. A recomendação de ingestão diária de 2,4 mcg para um adulto leva em consideração o fato de que conseguimos absorver a metade do que ingerimos numa dieta onívora, de forma geral.

A absorção intestinal é limitada. A B12 não entra aleatoriamente no organismo. No intestino há “seguranças” (receptores de B12) que permitem a entrada de cerca de 1 a 1,5 mcg de B12 a cada 4 a 6 horas. Dessa forma, se você pensou na matemática, calculou que, considerando 3 refeições, podemos absorver até 4,5 mcg de B12 por dia.

Pronto! É aqui que começa a confusão, pois medicina é diferente de matemática!!

Vamos começar pela manutenção e depois falaremos sobre o tratamento da deficiência.

14)    Manutenção dos níveis de B12

Nesse momento vamos entender que os seus níveis de B12 estão adequados, e pretendemos mantê-los adequados.

14.1- Com o uso da B12 diariamente, por via oral

A dose preconizada para isso é de 5 mcg de B12 por comprimido, no mínimo. Alguns suplementos no mercado apresentam doses maiores que essa, como 10 ou 15 mcg. Não há problema em utilizá-los.

Na minha experiência profissional, verifico que essa dose é insuficiente para manter os níveis adequados. São pouquíssimas pessoas que conseguem fazer uma manutenção com doses tão baixas. As doses de manutenção não podem ser padronizadas, pois a variação de necessidade de uma pessoa para outra são enormes. Um pessoa pode necessitar menos que 10 mcg por dia ou até mais que 2.000 mcg por dia.

14.2- Com o uso da B12 semanal, por via oral

Há tempos atendi uma pessoa que fez o seguinte cálculo: se preciso ingerir 2,4 mcg de B12 por dia, isso significa que devo tomar uma dose única semanal de 16,8 mcg (2,4 mcg x 7 dias). Esse cálculo é lógico para a matemática, mas não para a biologia.

A dose de manutenção preconizada para ser tomada 1 vez por semana é de 2.000 mcg.

No entanto, na minha prática profissional, também observo que essa dose não é adequada. Atendo muitas pessoas tomando essa dose que estão fazendo manutenção da deficiência. A dose para uso semanal, além de individual, para ser eficiente, costuma ser bem maior que essa.

Mas por que devo tomar 2.000 mcg 1 vez por semana se consigo absorver apenas 1 a 1,5 mcg a cada 4 ou 6 horas? Não vou perder o que ingeri?

Mais uma vez: biologia e matemática são coisas diferentes.

Quando a B12 ingerida é proveniente da alimentação, ou de suplementos com baixas doses, a regra de absorção de 1 a 1,5 mcg a cada 4 ou 6 horas é válida, pois os “seguranças do intestino” (os receptores intestinais) conseguem limitar a entrada da B12.

No entanto, quando uma megadose de B12 é administrada ocorre um “arrastão de B12”, que entra no intestino passando por cima dos “seguranças”.

Tecnicamente dizemos que a absorção de B12, que segue o processo de pinocitose, passa a ser por difusão.

Assim, apenas para ilustrar, a B12 é uma pessoa que quer entrar numa festa (dentro do organismo). Para isso ela chega na porta, onde está o segurança da festa (o receptor intestinal), que a deixa entrar conforme as suas possibilidades. No entanto, se há muitas pessoas (uma multidão) para entrarem na festa, elas começam a pular o muro.

14.3- Com o uso da forma injetável

Para isso pode ser utilizada uma aplicação de B12 com cerca de 5.000 UI a cada 6 meses ou um ano.

Essa é a recomendação médica que existe na literatura e que eu mesmo prescrevi por algum tempo. No entanto, raramente prescrevo dessa forma, pois tenho visto que a via oral é muito mais eficiente. Sugiro não confiar na aplicação semestral da B12 intramuscular.

14.4- Com a alimentação

Muito cuidado aqui!! Os alimentos que contém B12 ativa são as carnes, queijos, leite e ovos, além dos alimentos enriquecidos.

A ingestão de B12 por meio de derivados animais precisa ser constante e em quantidade adequada. Apenas para termos uma idéia, a quantidade de leite necessária para conseguirmos uma quantidade diária mínima de B12 seria de cerca de 650 mL por dia.

Muitos vegetarianos que utilizam derivados animais, tendem a reduzir o consumo desses produtos, o que torna a ingestão de B12 ainda menor.

São raros os pacientes ovolactovegetarianos que atendo com níveis adequados de B12, após anos de dieta vegetariana.

E mesmo ingerindo até mais que o preconizado (2,4 mcg), você pode ter deficiência, pois essa vitamina depende muito mais do funcionamento do nosso organismo do que da quantidade que ingerimos.

Não complique! Dose a B12 no sangue!

A biodisponibilidade da vitamina B12 nos alimentos

De forma geral, a quantidade de B12 que conseguimos absorver dos seguintes “alimentos” é a seguinte:

Alimento/ Biodisponibilidade da B12 (%)
Carne vermelha  56 a 77
Peixe 42
Frango 61 a 66
Leite 65
Ovos menos do que 9
O teor de B12 nesses alimentos é variável (veja a tabela no meu livro: Alimentação sem carne – guia prático; na página 61)


15)    Tratamento da deficiência

Para elevar os níveis de B12 no organismo e assim tratar a deficiência há algumas possibilidades:

15.1-    Forma injetável

Eu já utilizei muito essa forma de correção, raramente utilizo atualmente, pois a via oral (desde que em dose adequada e por período adequado), é muito mais eficiente e fisiológica para essa correção.  Eu não sugiro mais essa forma de correção.

Essa forma de tratamento (via injetável) é a mais antiga e mais conhecida pelos médicos. Sendo assim, é a mais utilizada e divulgada.

A quantidade de aplicações, a sua freqüência e a dose de B12 em cada aplicação deve ser levada em consideração de acordo com as características da pessoa tratada e da sua evolução frente às aplicações.

2- Via oral

A via oral também pode ser utilizada para tratar a deficiência, desde que o seu médico saiba prescrever a quantidade e freqüência necessária para tratá-la.

Essa forma de correção pode ser muito segura. É a que tenho recomendado.

PERGUNTAS FREQÜENTES

16)    Por que antes as pessoas não falavam da deficiência de vitamina B12? Essa descoberta é recente?

Os maiores estudos científicos com populações vegetarianas começaram a ser publicados na década de 70. Esses estudos começaram a demonstrar que os vegetarianos tinham baixa ingestão de B12 (no caso dos ovolactovegetarianos) ou nula (no caso dos veganos).

Em novembro de 1993, o parecer oficial da Associação Dietética Americana já recomendava, explicitamente, que os vegetarianos fizessem a suplementação dessa vitamina.

Portanto essa recomendação é antiga e já adotada pelo menos desde 1993.

17)    Conseguíamos B12 do solo e da pouca higiene dos alimentos na antiguidade?

Provavelmente, e historicamente não. Não vou entrar em aspectos religiosos da existência humana, mas apenas em questões históricas.

Há mais de 3 milhões de anos existiu um hominídeo que chamamos Paranthropus bosei . Segundo suas características fósseis eram vegetarianos.

Esse hominídeo não era exatamente como nós, e se alimentavam de partes dos vegetais que nós hoje não conseguimos. Eles foram dizimados na era das glaciações, pois houve escassez de alimentos vegetais.

Todos os demais hominídeos, incluindo os nossos descentes, eram onívoros. Eles comiam carne e não era pouca.

A idéia do ser humano antigo numa vida completamente harmônica com a natureza não encontra respaldo em inúmeras pesquisas. A vida era bem selvagem (talvez não menos, mas uma forma diferente da que é hoje). A história da medicina e nutrição mostra claramente as inúmeras carências nutricionais que sempre existiram, mas que não eram diagnosticadas por falta de conhecimento na época. As descobertas vieram aos poucos, como é de se esperar.

Os nossos remotos ancestrais conseguiam a B12 provavelmente porque comiam carne.

18)    Se precisamos suplementar a vitamina B12 quer dizer que a dieta vegetariana não é adequada ao ser humano?

Não, não quer dizer isso.

Em diversos ciclos da vida e condições orgânicas pode ser necessário o uso de suplementos. Isso pode ocorrer por baixa ingestão dos alimentos ou nutrientes, por dificuldade de retirarmos o nutriente do alimento ou por problemas no organismo que fazem com que a sua absorção, utilização ou perda seja comprometida.

Todas as descrições que farei agora são para as pessoas onívoras.

Como exemplo, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que as crianças, dos 6 meses aos 2 anos de idade, recebam suplementação de ferro, frente ao elevado índice de anemia nesse período. É estimado que metade das crianças com menos de 5 anos e 1/3 das gestantes no Brasil tenham carência de ferro.

A suplementação com ácido fólico é feita para mulheres que querem engravidar. Diversos obstetras prescrevem rotineiramente suplementações vitamínicas e minerais para gestantes. A gestação exige aporte de ferro extra, com suplementação.

O Instituto de Medicina dos Estados Unidos recomenda que as pessoas com mais de 50 anos de idade utilizem suplementos de B12, pois pelo menos 30% dessa população mostra deficiência dessa vitamina.

O iodo é adicionado ao sal que consumimos, para que esse mineral chegue a pessoas que moram em regiões distantes do mar. A sua falta causa sérios problemas mentais em crianças (cretinismo), além de dificuldade de produção de hormônio da glândula tireóide.

A fortificação das farinhas com ferro e ácido fólico não visa atingir os vegetarianos, mas sim a população onívora.
Como você pode notar, mesmo os onívoros estão sujeitos a diversas deficiências nutricionais.

O fato que incomoda alguns profissionais de saúde é o fato de que mesmo com uma dieta bem balanceada, uma dieta vegana não supre todos os nutrientes (por causa da B12).

No entanto, assim como o ferro, a B12 depende muito mais do nosso metabolismo, do que da quantidade que ingerimos. Enquanto 50% dos vegetarianos apresentam deficiência de B12, isso ocorre com 40% dos onívoros da América Latina. Veja que a diferença é pequena!

19)    Há pessoa que são vegetarianos há anos e não têm sintomas de deficiência de vitamina B12. Como explicar isso?

O nosso organismo pode estocar a B12 por muitos anos.

Uma pessoa com bom estoque de B12 precisa absorver, diariamente, 1 mcg de vitamina B12 proveniente da dieta para manter os bons níveis dela.

Por meio da secreção biliar, 1 a 10 mcg de vitamina B12 são lançados diariamente no intestino e ela pode retornar para o sangue após ser absorvida.

Assim, conseguimos “reciclá-la” evitando a sua perda intestinal por meio desse ciclo que chamamos êntero-hepático (do intestino para o fígado). No entanto, mesmo com esse ciclo preservado, pequenas perdas de B12 para as fezes ocorrem e os seus níveis sanguíneos são reduzidos. Assim, quem não ingere B12, vai perdendo gradativamente a que tem no organismo.

Existe a possibilidade do indivíduo excretar muito pouca B12 pelas vias biliares ao intestino e reabsorvê-la com muita eficiência, fazendo com que mantenha a B12 no organismo facilmente. São poucos os indivíduos com essa habilidade.

Pessoas que são vegetarianas há muito tempo podem não ter sintomas de deficiência, mas costumam apresentar níveis baixos dela. Com isso, compostos que dependem da B12 para serem metabolizados ficam alterados e isso é nocivo para a saúde.

Lembre-se que diversas alterações orgânicas são assintomáticas, mesmo sendo nocivas. Para ilustrar, o colesterol elevado não traz sintomas, assim como o início de problemas renais e hepáticos também não. Muitos órgãos no nosso corpo “avisam” que estão com problemas apenas quando o seu comprometimento limita 70 a 80% das suas funções. A sua artéria carótida (que fica no pescoço e leva sangue ao cérebro) pode ter uma obstrução (entupimento) de mais de 50% e não trazer sintoma algum.

Não é prudente aguardar os sintomas aparecerem para verificar o que ocorre. Um bom profissional de saúde está apto a fazer uma avaliação para verificar como está a sua saúde.

Na minha experiência profissional, vejo que praticamente todos os indivíduos com níveis baixos de B12 têm sintomas, mas esses sintomas não são atribuídos à falta de B12 até que seja mostrado à pessoa que não é normal sentir o que ela sente. Esses sintomas desaparecem ao utilizar a B12.

20)    Só após 5 anos de dieta vegetariana devo começar a me preocupar com a B12?

Claro que não! Essa idéia surge pelo fato de podermos estocar a B12 e o estoque ser possível para o seu uso por 3 a 5 anos.

Preste bem atenção: a matemática nem sempre serve para as ciências biológicas. E nesse caso, definitivamente, não serve!

O cálculo do estoque que dura 5 anos é teórico. Além disso ele parte do princípio que o estoque está cheio no momento que a pessoa se torna vegetariana. Ledo engano!

Tenho pacientes, vegetarianos há 1 mês, com deficiência de B12. Claramente o problema não é devido à dieta vegetariana, pois o tempo de prática dela não seria suficiente para isso. Há fatores orgânicos e dietéticos que influenciam o estoque de B12.

Portanto, vegetariano ou não, você deve avaliar a B12 desde já. Todo profissional que recebe no consultório alguém que tem e intenção de se tornar, ou que já é vegetariano, deve dosar os níveis de B12 dessa pessoa imediatamente, não importando o tempo e o tipo de dieta seguida.

Todo profissional que acompanha vegetarianos deve solicitar a dosagem de B12 na primeira consulta, independente da pessoa ter sintomas ou do tempo que é vegetariana.

Não falo isso apenas baseado em estudos publicados, mas sim pela experiência em consultório. Tem muito vegetariano com baixos níveis de B12! E da mesma forma, muitos onívoros com carência dela!

21)    Ciência e espiritualidade

Não existe diferença entre ciência e espiritualidade.

Ciência é um conjunto de métodos lógicos que permitem a observação sistemática de fenômenos empíricos visando a sua compreensão. A idéia de buscar uma explicação satisfatória que demonstre o funcionamento das leis físicas e divinas não exclui a rejeição do “sobrenatural”. No entanto, esse “sobrenatural” também tem regras que devem ser descobertas.

Se alguém diz que consegue materializar a B12 no seu próprio organismo sem ingeri-la, e após análise verificamos que realmente isso ocorre é porque há leis para isso. Essa pessoa tem algo diferente que permite isso. A ciência simplesmente vai investigar, sem preconceitos, como isso pode ocorrer.

Um pesquisador que utiliza animais em experimentos está tentando fazer ciência, da mesma forma que outro que repudia essa atitude. Ambos estão atrás de respostas, mas com conceitos éticos completamente divergentes. Não confunda: ciência busca explicações. O ser humano é que escolhe como fazer isso: de forma ética ou não.

Podemos aplicar a ciência em todas áreas da nossa vida, desde os relacionamentos humanos, nas áreas mais técnicas da biologia e das ciências exatas, assim como nas religiões e filosofias espiritualistas.

A ciência e a espiritualidade devem chegar ao mesmo consenso. Quando isso não ocorre é porque uma delas, ou ambas, ainda não conseguiu decifrar as leis de funcionamento da vida.

Cuidado com o ser humano: gostamos de ouvir aquilo que gostamos de ouvir. Sem imparcialidade não há condições de um julgamento adequado.

Quem defende um ponto de vista de forma parcial não pode ter uma visão ética dos seus propósitos. Não são as leis divinas que têm que se adaptar às nossas convicções, mas sim as nossas impressões se ajustarem às leis divinas após exaustivas verificações com olhar não tendencioso.

Seja neutro nas suas avaliações e confira os resultados com a prática.

Seja qual for a filosofia que você segue, não descuide da B12, pois ela é um fator de atenção nas dietas vegetarianas e não vegetarianas.

22) De onde vem a B12 utilizada nos suplemento?

A B12 é proveniente de cultura de bactérias em laboratório.

Preste atenção se você for utilizar produtos comprados em farmácias, pois alguns deles podem conter alguns derivados animais. O fato é que a B12 provém de bactérias.

23) Algas, alimentos fermentados e o levedo de cerveja contém B12?

Nenhum desses alimentos podem ser considerados fontes seguras de B12. Apesar de algas e alimentos fermentados, como o missô, poderem apresentar pequenas quantidades de vitamina B12, ela é considerada uma forma inativa da vitamina, não sendo adequada aos seres humanos.

Muitas algas necessitam de B12 para o seu desenvolvimento e metabolismo e, por um processo simbiótico com bactérias (que são as produtoras de B12), incorporam essa vitamina. As algas Nori e Chorella são as que apresentam teor mais elevado. No entanto, nenhuma delas, até o momento, se mostrou adequada para corrigir os baixos níveis de B12 apresentados em humanos que se submeteram a testes de correção ingerindo essas algas.

Portanto, nenhuma alga deve ser consumida com o intuito de obtenção de vitamina B12. Não se arrisque!!

24) Consumo ovos, derivados de leite e alimentos fortificados. Devo me preocupar com a B12?

Sim, deve! Apesar de esses produtos conterem B12, a quantidade necessária para a manutenção do organismo, via de regra, não é mantida a longo prazo. São inúmeros os pacientes ovo-lactovegetarianos que atendo com baixos níveis de B12. Apesar desses indivíduos ingerirem B12, e o decaimento teórico dela no sangue ser mais lento do que o dos veganos, a longo prazo costuma haver redução dos níveis sanguíneos.

25) Posso utilizar a B12 sem saber como está o seu nível no meu organismo?

Como não há relato de efeitos tóxicos por excesso de B12 na literatura científica, podemos considerar que ela é uma vitamina bastante segura (quanto a toxicidade) para uso, mesmo se você estiver com bons níveis no sangue.

No entanto, seu uso sem correta avaliação pode causar consumo metabólico de outros elementos no organismo.

A importância de saber como estão os seus níveis sanguíneos se faz para a definição da conduta terapêutica (tratar a deficiência ou fazer apenas a manutenção), assim como para saber se outros cuidados devem ser tomados em conjunto.

26) Devo utilizar a B12 proveniente de farmácia de manipulação ou das indústrias farmacêuticas?

Para se utilizar qualquer produto proveniente de farmácias de manipulação deve-se ter o cuidado de conhecer bem a farmácia e a qualidade dos insumos que ela trabalha.

Os produtos provenientes de grandes marcas da indústria farmacêutica costumam ser confiáveis.

27) Quais os cuidados que devemos ter na gestação e infância com relação à B12?

Nesses ciclos da vida sempre é recomendada a suplementação de B12, independente do indivíduo consumir ovos ou laticínios.

Para bebês e crianças costumo prescreve-la na forma de xarope.

É importante realizar a dosagem de B12 para todas as gestantes e bebês.

Mulheres, vegetarianas ou não, que pretendem engravidar devem, obrigatoriamente, avaliar a B12. A vitamina B12 tem a mesma importância que o Ácido Fólico para a formação do bebê.

Gestantes e crianças: toda a atenção deve ser tomada com relação à B12.

28) O consumo de carne garante um bom estado nutricional de vitamina B12?

Não, não garante!

Tanto é que 40% das pessoas que comem carne têm carência dessa vitamina, enquanto que isso ocorre com 50% dos vegetarianos. Veja que a diferença é pequena.

29) Por que podemos ingerir boa quantidade de B12 e mesmo assim ter deficiência?

Porque ela depende mais do seu metabolismo do que da sua dieta.

Há 2 formas principais para perdermos a B12 que está no nosso organismo.

Uma delas é pelo processo de reciclagem intestinal que todos nós temos (tecnicamente chamamos isso de ciclo êntero-hepático). Nossa vesícula biliar pode lançar até 10 mcg por dia de vitamina B12 no intestino. O intestino procura colocá-la de volta no sangue. Essa quantidade lançada ao intestino e a habilidade dele reabsorver a vitamina é variável de pessoa para pessoa. Uma dieta rica em carnes, queijo e ovos (fontes de B12) dificilmente conseguirá atingir 7 mcg. Isso significa que pode haver mais perda pelas fezes do que a pessoa consegue ingerir.

30) Minha recomendação

Dose sempre a B12 no sangue. Esse exame deve fazer parte de qualquer avaliação nutrológica.

As doses para correção ou manutenção são variáveis e não é possível estabelecer uma dose padrão para todas as pessoas.

Fonte: http://www.alimentacaosemcarne.com.br/nutrientes/diagnostico-da-deficiencia-de-b12

domingo, 3 de janeiro de 2016

Vitamina B12 é essencial para formação das hemácias e do sistema nervoso central

A vitamina B12 é lipossolúvel e ajuda a manter o metabolismo do sistema nervoso e as células vermelhas do sangue saudáveis. Ela também reduz o risco de danos no DNA e previne pode ser boa para os músculos. 
Este nutriente ainda previne a anemia perniciosa, também conhecida como anemia megaloblástica. A vitamina B12 pode ser especialmente benéfica para idosos, pois estudos apontam que ela previne o encolhimento do cérebro. 

Benefícios comprovados da vitamina B12

Importante para formação das células vermelhas do sangue: A vitamina B12 é essencial para a formação, integridade e maturação das células vermelhas do sangue, as hemácias. Quando este nutriente está ausente, as hemácias aumentam de volume e o tamanho do núcleo fica desproporcional ao do citoplasma. 
Essencial para o sistema nervoso central: A vitamina B12 é necessária para o desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso. Sem essa vitamina, a mielina que recobre os nervos, como uma capa de proteção, sofre um desgaste que recebe o nome de desmielinização, processo que ocorre tanto em neurônios de nervos periféricos, quanto naqueles da substância branca do cérebro. 
Importante para o DNA: Uma pesquisa realizada pelo Linus Pauling Institute of Oregon State University dos Estados Unidos descobriu que a ingestão de vitamina B12 reduziu o risco de quebras nos cromossomos levando a danos no DNA. Sofrer danos no DNA é um dos fatores de risco para o câncer. 
Previne a anemia megaloblástica: A anemia megaloblástica é caracterizada pelo tamanho anormal e imaturidade das hemácias, além da diminuição de leucócitos e plaquetas. Como a vitamina B12 ajuda na formação, integridade e maturação das hemácias, ela também pode prevenir a anemia megaloblástica. 

Benefícios da vitamina B12 em estudo

Boa para idosos: A vitamina B12 é benéfica para os idosos por dois motivos. Um deles é porque ela é essencial para o desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso. Além disso, um estudo realizado pelo Departamento de Fisiologia, Anatomia e Genética da Universidade de Oxford, Inglaterra, comprovou que os idosos que receberam suplementação vitaminas B12, B6 e ácido fólico tiveram um menor encolhimento do cérebro ao longo dos dois anos do estudo. 

O atum é rico em vitamina B12 - Foto: Getty Images
O atum é rico em vitamina B12
Boa para os músculos: Algumas pesquisas apontam que a vitamina B12 ajuda na regeneração dos músculos e a manter as reservas de energia porque interfere na síntese de creatina, proteína essencial para manter o nível adequado de massa muscular.  

Previne depressão: Uma pesquisa publicada no The American Journal of Psychiatry concluiu que boas quantidade de vitamina B12 diminuem o risco da pessoa desenvolver depressão. 

Deficiência de vitamina B12

A deficiência de vitamina B12 pode causar uma série de problemas. A ausência da substância leva a lesões irreversíveis no sistema nervoso, devido à morte dos neurônios. Isso irá provocar neuropatias que tem como sintomas mais comuns o formigamento nas pernas, queimação na sola dos pés, dificuldade para andar e incontinência urinária. 
O leite possui boas quantidades de vitamina B12 - Foto: Getty Images
O leite possui boas quantidades de vitamina B12
A ausência de vitamina B12 também aumenta o risco da pessoas desenvolver depressão. A anemia megaloblástica também pode ocorrer devido à falta desta vitamina. Alguns outros sintomas da ausência da vitamina B12 no organismo são: 
  • Fadiga, falta de energia ou tontura ao se levantar ou fazer esforço
  • Falta de concentração
  • Falhas na memória
  • Paranoia e alucinações
  • Pele amarelada (icterícia)
  • Língua inchada e inflamada

Interações

O álcool e o tabaco podem interferir na absorção de vitamina B12. Evite consumir alimentos ricos em fibras junto com fontes de vitamina B12. Isto porque as fibras também podem atrapalhar a absorção da vitamina. Alguns medicamentos interagem com a vitamina B12, são eles: neomicina, colchicina, ácido aminossalicílico e metformina. 

Combinações da vitamina B12

Vitamina B12 + ácido fólico = Esta combinação é importante para manter em bom estado os níveis de homocisteína do corpo. 

Fontes de vitamina B12

A vitamina B12 está presente em boas quantidades nos alimentos de origem animal, especialmente nos peixes de águas frias e profundas, como salmão, truta e atum, fígado, carne de porco, leite e derivados, ovos e ostras. 
AlimentoQuantidade de vitamina B12
Fígado cozido - 100 gramas70 mcg
Atum cozido - 100 gramas10 mcg
Truta cozida - 100 gramas7.49 mcg
Salmão cozido - 100 gramas3.26 mcg
Leite - um copo - 244 g0.88 mcg
Ovo - uma unidade0.44 mcg
Fonte: Departamento de Agricultura dos Estados Unidos 

O uso do suplemento de vitamina B12

O suplemento de vitamina B12 é orientado quando há carência deste nutriente e isto é detectado por meio de um exame de sangue. Apenas os nutrólogos e nutricionistas podem recomendar a suplementação da vitamina B12. Como as principais fontes de vitamina B12 vem dos alimentos de origem animal, os vegetarianos, especialmente os veganos, têm mais chances de desenvolver carência do nutriente.  
Por isso, é importante que eles realizem exame e conversem com seu médico ou nutricionista sobre a necessidade da suplementação com a vitamina B12. Alguns cereais e produtos de soja podem conter boas quantidades de vitamina B12. 
Por isso, é importante que eles realizem exame e conversem com seu médico ou nutricionista sobre a necessidade da suplementação com a vitamina B12. Alguns cereais e produtos de soja podem conter boas quantidades de vitamina B12. 
Pacientes que se submeteram a uma cirurgia bariátrica tem mais chances de desenvolver deficiência de vitamina B12 porque a absorção dela se dá no intestino delgado depois de ter sido ativada no estômago. Por isso, é comum os pacientes serem suplementados com a vitamina B12 após a bariátrica e o acompanhamento continuar conforme a dieta evolui. 

Riscos do consumo em excesso de vitamina B12

O excesso de vitamina B12 geralmente ocorre por meio da suplementação, mas também pode acontecer devido ao excesso na alimentação. Grandes quantidades desta vitamina podem provocar pequenas alterações no baço e alteração e aumento dos linfócitos. Os problemas em decorrência dos excessos geralmente ocorrem quando a pessoa ingere suplementos sem orientação do nutricionista ou médico. 

Receitas ricas em vitamina B12

Confira saborosas receitas ricas em vitamina B12: 
Salmão com óleo de cártamo 
Escabeche de atum 
Iogurte natural cremoso

Fontes consultadas:

Nutricionista Liliam Teixeira Francisco, sócia da Cliínica ENDOdiagnostic 
Nutricionista Rita de Cássia Leite Novais, da empresa Consultoria Alimentar

FONTE: http://yahoo.minhavida.com.br/alimentacao/tudo-sobre/17735-vitamina-b12-e-essencial-para-formacao-das-hemacias-e-do-sistema-nervoso-central

domingo, 2 de setembro de 2012

Velhice ou carência de Vitamina B12?



Está tão claro e cientificamente adequado que posto na íntegra esta brilhante matéria do The New York Times, recomendando a leitura por todos.

Afinal, reflitamos: Precisamos mesmo de tantos remédios na vida?

Velhice ou carência de Vitamina B12?

"Ilsa Katz tinha 85 anos quando sua filha, Vivian Atkins, começou a notar que ela estava ficando cada vez mais confusa.

"Ela não conseguia lembrar nomes, onde ela havia estado ou o que tinha feito no mesmo dia", lembra-se Atkins, em uma entrevista. "À princípio, não fiquei muito preocupada. Pensei que fosse um processo normal de envelhecimento. Mas com o passar do tempo, a confusão e os problemas de memória se tornaram mais graves e frequentes."

Sua mãe não conseguia lembrar os nomes de parentes próximos, ou em que dia estavam. Ela achava que precisava ir trabalhar ou ir ao centro da cidade, mas não era o caso. E ela ficava muito agitada.

Um exame em uma clínica de memória resultou em um diagnóstico de estágio inicial de Alzheimer, e os médicos prescreveram Donepezil, que Atkins afirma só ter piorado a situação. Mas a clínica também testou o nível de vitamina B12 no sangue de Katz. Estava muito abaixo do normal, e seu médico achou que isso poderia estar contribuindo para os seus sintomas.

Injeções semanais de B12 começaram a ser administradas.

"Logo depois, sua agitação diminuiu, ela se tornou menos confusa e sua memória melhorou muito", disse Atkins. "Senti que minha mãe havia voltado para mim, e ela também está se sentindo bem melhor."

Hoje com 87 anos, Katz ainda vive sozinha em Manhattan e se sente bem o bastante para recusar ajuda externa.

Mesmo assim, sua filha se pergunta, “Por que será que os níveis de B12 não são conferidos rotineiramente, especialmente em pessoas mais velhas?"

Essa é uma pergunta importante. Ao envelhecermos, nossa capacidade de absorver a vitamina B12 dos alimentos diminui, e geralmente nosso consumo de alimentos ricos nessa vitamina também se reduz. Uma deficiência de B12 pode surgir de repente e causar muitos sintomas confusos, que muitas vezes levam a diagnósticos errados ou são atribuídos simplesmente ao envelhecimento.

Um nutriente vital

A B12 é uma vitamina essencial que atua em várias partes do corpo. Ela é necessária para o desenvolvimento e a manutenção de um sistema nervoso saudável, a produção de DNA e a formação de hemácias.

Uma deficiência grave de B12 pode resultar em anemia, que pode ser detectada em um exame de sangue normal. Mas os sintomas menos dramáticos de uma deficiência de B12 incluem fraqueza muscular, fadiga, tremores, desequilíbrio, incontinência, pressão baixa, depressão e outros problemas de humor, e problemas cognitivos, como memória fraca.

Os laboratórios têm padrões diferentes sobre o que consideram normal, mas a maioria das autoridades no assunto afirma que a deficiência ocorre quando os níveis de B12 em um adulto estão abaixo de 250 picogramas por mililitro de soro. Como todas as vitaminas B, a B12 é solúvel em água, mas o corpo armazena excedentes de B12 no fígado e em outros tecidos. Mas, mesmo que as fontes alimentares sejam inadequadas por um período, a deficiência no soro pode demorar anos para aparecer.

Se a quantidade de B12 armazenada já é baixa, a deficiência pode se desenvolver em um ano, ou até menos em crianças.

As quantidades recomendadas de ingestão de B12 variam: 2,4 microgramas diários para maiores de 14 anos, 2,6 microgramas para mulheres grávidas e 2,8 microgramas para mulheres que estejam amamentando. A não ser em circunstâncias que impeçam a absorção de B12, esses níveis podem ser facilmente atingidos através de uma dieta balanceada que contenha proteína animal.

Em sua forma natural, a B12 está presente em níveis significativos apenas em alimentos derivados de animais, e em maior quantidade em fígado (83 microgramas em uma porção de 99 gramas). Entre as boas fontes estão outras carnes vermelhas, perus, peixes e crustáceos. Há menos vitamina em laticínios, ovos e frangos.

Quem corre risco?

Fontes naturais vegetais são, no mínimo, pobres em B12, e a vitamina delas não é facilmente absorvida. Muitos vegetarianos estritos e todos os veganos, além dos bebês amamentados por eles, devem consumir suplementos ou cereais fortificados para obter níveis adequados.

Certos organismos, como a bactéria espirulina e certas algas, contêm uma pseudo-B12 que o corpo não consegue utilizar, mas que pode resultar em leituras falsas de um nível de B12 normal em exames de sangue. Apesar do que afirmam certas pessoas, a erva-patinha, uma alga, e a grama de cevada não são fontes confiáveis de B12.

Em alimentos de origem animal, a B12 se combina com proteínas e deve ser liberada por ácidos estomacais e uma enzima para que possa ser absorvida. Portanto, usuários crônicos de drogas supressoras de ácido, como o omeprazol, o lansoprazol e o esomeprazol, além de medicamentos contra úlcera, como a famotidina e a cimetidina, correm risco de desenvolver uma deficiência de B12 e muitas vezes precisam tomar suplementos diários da vitamina.

Os níveis de ácidos estomacais diminuem com a idade. Até 30 por cento de pessoas mais velhas podem não contar com uma quantidade suficiente de ácidos estomacais para absorver quantidades adequadas de B12 de fontes naturais. Portanto, o consumo regular de alimentos fortificados ou suplementos com 25 a 100 microgramas diários de B12 é recomendado para pessoas com mais de 50 anos.

A B12 sintética, encontrada em suplementos e alimentos fortificados, não depende dos ácidos estomacais para ser absorvida. Mas, natural ou sintética, apenas uma parcela da B12 consumida acaba sendo absorvida pelo corpo. Tratamentos para curar deficiências de B12 costumam envolver doses muito superiores ao que o corpo realmente precisa.

A B12 livre, tanto natural quanto sintética, precisa se combinar com uma substância no estômago, chamada fator intrínseco, para ser absorvida pelo corpo. Esse fator é reduzido em pessoas com uma doença autoimune chamada anemia perniciosa; a deficiência de vitaminas que resulta disso costuma ser tratada com injeções de B12.

Embora a maioria dos médicos não hesite em recomendar injeções para corrigir deficiências de B12, existem muitas provas de que, em doses suficientemente altas, comprimidos sublinguais e adesivos transdérmicos de B12 podem funcionar tão bem quanto injeções para pessoas com problemas de absorção, até mesmo para aquelas com anemia perniciosa.

Geralmente, um suplemento diário de 2.000 microgramas é recomendado por cerca de um mês, e depois é reduzido para 1.000 microgramas ao dia por mais um mês, depois reduzido novamente para 1.000 microgramas semanais. Comprimidos sublinguais e adesivos transdérmicos de B12, ou até mesmo pirulitos de B12, podem ajudar pessoas que precisam do suplemento mas não conseguem engolir comprimidos.

Outros que correm risco de desenvolver deficiências de B12 são pessoas que bebem muito (o álcool reduz a absorção de B12), pessoas que passaram por cirurgias estomacais, seja para perder peso ou por causa de uma úlcera, e pessoas que tomam aminossalicilatos (para doenças inflamatórias intestinais ou tuberculose) ou a droga contra diabetes, metformina (vendida como Glucophage, entre outras marcas).
Pacientes que tomam anticonvulsivos como fenitoína, fenobarbital e aprimidona também correm risco.

Doses altas de ácido fólico podem mascarar uma deficiência de B12 e causar danos neurológicos permanentes, caso os níveis normais de B12 não sejam restaurados. Suplementos de potássio prejudicam a absorção de B12 em algumas pessoas.

Embora uma deficiência de B12 possa aumentar os níveis do aminoácido homocisteína no sangue, que aumenta o risco de doenças cardíacas e derrames, os suplementos de B12 não diminuem os riscos cardiovasculares.

E embora níveis altos de homocisteína estejam ligados ao Alzheimer e à demência, reduzi-los com suplementos de B12 não parece melhorar a função cognitiva. No entanto, em um estudo, entre mulheres com uma alimentação pobre em B12, suplementos da vitamina desaceleraram significativamente o índice de declínio cognitivo.

The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados".

http://nytsyn.br.msn.com/colunistas/pode-ser-velhice-ou-car%C3%AAncia-de-b12?page=0

Postado pelo Dr.Ícaro Alcântara no Blog da Liga da saúde: http://ligadasaude.blogspot.com.br/2012/08/velhice-ou-carencia-de-vitamina-b12.html

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Anais do Congresso Brasileiro de Nutrologia 2022



Hoje foi publicado os Anais do XXVI Congresso Brasileiro de Nutrologia (2022). Em Parceria com a Faculdade de Medicina de Olinda, enviamos 4 trabalhos e eles foram aceitos. Para acessar todos os trabalhos publicados clique aqui.







DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 EM PACIENTES DIABÉTICOS EM USO CRÔNICO DE METFORMINA: UMA REVISÃO DA LITERATURA 
Autores: EDITE MARIANA NEVES DE MELO MAGALHÃES, INGRID HELLEN ANDRÉ BARRETO, FREDERICO LOBO, MARCIO JOSE DE SOUZA, MARIANA DINIZ DE SOUZA,
MARIA JULIA PIMENTEL DE ALBUQUERQUE, MICHELLE ALVES DE FARIAS, LUCAS LUCENA BEZERRA
Instituição: Faculdade de Medicina de Olinda

Introdução: A Metformina é a droga de primeira linha para o tratamento do Diabetes Mellitus tipo II (DM2), porém seu uso crônico pode interferir no metabolismo da vitamina B12, por um mecanismo cálcio dependente ainda não totalmente elucidado, acarretando a diminuição dos seus níveis séricos.
Objetivo: Revisar a literatura científica publicada sobre a deficiência de vitamina B12 em pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo II em uso crônico de Metformina, assim como compreender melhor seus desdobramentos e implicações na prática clínica. 
Metodologia: Foi realizada uma revisão da literatura de artigos publicados entre os anos de 2017 a 2022. As bases de dados utilizadas foram a plataforma PubMed e Scielo. A partir disso, foram selecionados 13 artigos, sendo 8 estudos transversais, 3 retrospectivos, 1 observacional e 1 caso-controle.
Resultados: Os estudos observacionais mais recentes vêm demonstrando uma relação entre o uso prolongado de Metformina e a deficiência de vitamina B12, sendo os seus níveis séricos diretamente relacionados a maior dose (> 1g/dia) e tempo prolongado de uso da medicação, principalmente após quatro anos. A prevalência encontrada foi de 21,4% a 40,5% e a maior variação estatística se deve a inclusão ou não de valores limítrofes de B12. O mecanismo pelo qual a metformina causa essa deficiência ainda não foi definido com exatidão, mas acredita-se que se deva ao bloqueio dos canais cálcio dependente necessários para a absorção da vitamina B12. Os sintomas clínicos mais observados foram neuropatia e anormalidades hematológicas como eritrócitos macrocíticos, neutrófilos hipersegmentados e bandas gigantes.
Conclusão: De acordo com os estudos selecionados, o uso crônico de Metformina causa redução nos níveis séricos de vitamina B12, podendo ocasionar desfechos clínicos negativos e graves. Logo, podemos inferir que os usuários devem ser rastreados regularmente a fim de que o médico se antecipe e trate precocemente essa condição clínica.


DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 EM USUÁRIOS CRÔNICOS DE INIBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS: UMA REVISÃO DA LITERATURA.
Autores: EDITE MARIANA NEVES DE MELO MAGALHÃES, ALYCE ALCÂNTARA DE ANDRADE CABÚS, BIANCA SILVA FARIAS, STÉFANNY BERTLEY RODRIGUES DE ALBUQUERQUE, FREDERICO LOBO, MARCIO JOSE DE SOUZA, MARIANA DINIZ DE SOUZA, MARIA JULIA PIMENTEL DE ALBUQUERQUE, LUCAS LUCENA BEZERRA
Instituição: Faculdade de Medicina de Olinda

Introdução: Os Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs) são uma classe de medicamentos amplamente utilizada no mundo, entretanto seu uso prolongado pode influenciar o metabolismo da vitamina B12, acarretando, por exemplo, a sua deficiência, com implicações significativas para a prática clínica.
Objetivo: Proporcionar aos profissionais de saúde e população em geral os dados mais relevantes acerca da deficiência de vitamina B12 em usuários crônicos de inibidores da bomba de prótons (IBPs). Desse modo, esta revisão de literatura pretende abordar os estudos mais recentes sobre o tema, bem como as possíveis desdobramentos e consequências que o uso contínuo dessa classe de medicação pode acarretar no metabolismo da vitamina B12.
Metodologia: A metodologia utilizada consistiu em pesquisa bibliográfica, com fundamentação teórica baseada na análise e revisão da literatura já publicada, no período de 2018 a 2022. Os dados foram coletados nas bases PubMed e SCIELO.
Resultados: Estudos apontam que o uso prolongado dos IBPs pode acarretar deficiência de vitamina B12, uma vez que eles atuam bloqueando a secreção de ácido clorídrico no lúmen estomacal. Inibem, portanto, as enzimas H+/K+ATPase (bomba de prótons), localizadas nos canalículos das células parietais que por sua vez tem como função acidificar ainda mais o PH do estômago, preparando-o para o recebimento e absorção do alimento. Para que a vitamina B12 seja transportada ao Íleo e, ao final, seja absorvida, faz-se necessária sua separação da proteína animal carreadora, o que somente pode ocorrer com a presença da enzima pepsina – sintetizada apenas quando preservado o nível de acidez estomacal. Assim, considerando que os IBPs tornam menos ácido o ambiente estomacal, pode-se concluir que o seu uso prolongado pode deflagrar a não sintetização da pepsina, gerando a não separação da vitamina B12 da proteína animal, de modo a dificultar ou até impedir, a absorção dessa vitamina.
Conclusão: Desse modo, torna-se imprescindível um maior número de estudos que se debrucem sobre os mecanismos pelos quais o uso contínuo do inibidor da bomba de prótons pode levar à deficiência da vitamina B12, pois apesar dessa relação existir, ainda há a necessidade de melhor nível de evidência para a sua causa e efeitos

SÍNDROME PÓS-COVID-19 E SEUS FATORES DE RISCO: O QUE TEMOS DE NOVO?
Autores: EDITE MARIANA NEVES DE MELO MAGALHÃES, ALYCE ALCÂNTARA DE ANDRADE CABÚS, BIANCA SILVA FARIAS, STÉFANNY BERTLEY RODRIGUES DE ALBUQUERQUE, FREDERICO LOBO, MARCIO JOSE DE SOUZA, LUCAS LUCENA BEZERRA, MARIANA DINIZ DE SOUZA, MARIA JULIA PIMENTEL DE ALBUQUERQUE, MICHELLE ALVES DE FARIAS
Instituição: Faculdade de Medicina de Olinda

Introdução: A Covid-19 foi inicialmente considerada uma infecção aguda do sistema respiratório, porém atualmente sabe-se do possível comprometimento de vários órgãos e sistemas, com uma enorme gama de sintomas clínicos. Segundo dados preliminares de estudos observacionais, estima-se que aproximadamente 10% dos pacientes com quadros leves a moderados de Covid-19 apresentam sintomas prolongados, que duram 3 semanas ou mais. No grupo dos internados, especialmente em UTI, estes sintomas residuais podem chegar a 80%. Essa condição tem sido chamada de COVID “longa”, “pós-aguda” ou “Síndrome pós-COVID-19”.
Objetivo: Revisar a literatura acerca da síndrome pós-covid-19 para informar ao público médico a possibilidade do comprometimento de diversas áreas da saúde desse grupo de pacientes e incitar a continuação dos estudos para melhor elucidar os fatores de risco que desencadeiam a síndrome.
Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura apoiada em publicações na base de dados PubMed entre os anos de 2020 e 2022.
Resultados: A Síndrome pós-covid-19 se caracteriza pelo envolvimento musculoesquelético, pulmonar, digestivo e neurológico, independentemente da gravidade da fase aguda e da resposta humoral. Os sintomas mais reportados são: distúrbios do sono, diarreia, fadiga, artralgia, cefaleia, dispneia, anosmia, entre outros relacionados saúde mental. Aqueles que apresentaram fadiga e que estiveram internados em UTIs foram os que mais tiveram sua qualidade de vida comprometida. Estudos afirmam que a Síndrome pós-covid-19 se desenvolve em média entre 30-60% dos pacientes, principalmente entre as mulheres e no grupo que apresentou anosmia. Diante das evidências científicas, considerou-se que fatores de risco como sexo feminino e anosmia são contribuintes para seu desenvolvimento. Contudo, há a necessidade de descobrir outros fatores de risco desencadeantes e sua relação com o tempo de persistência dos sintomas.
Conclusão: A Síndrome pós-covid-19 possui diversas manifestações clínicas e sua evolução varia de acordo com inúmeros fatores associados ao indivíduo. Atenção especial deve ser dada as pacientes do sexo feminino e ao grupo que apresentou anosmia, além dos que tiveram quadros graves, com necessidade de internamento em UTI. Logo, podemos inferir que a Síndrome pós-covid-19 é um problema de saúde pública atual, com limitações referentes a dados científicos, necessitando de mais estudos que possam elucidar a sua abordagem.

A RELAÇÃO ENTRE TRANSTORNOS ALIMENTARES E PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPOS I E II
Autores: EDITE MARIANA NEVES DE MELO MAGALHÃES, STEFANNY BERTLEY RODRIGUES DE ALBUQUERQUE, BIANCA SILVA FARIAS, ALYCE ALCÂNTARA DE ANDRADE CABÚS, FREDERICO, INGRID HELLEN ANDRE BARRETO, MARCIO JOSE DE SOUZA
Instituição: Faculdade de Medicina de Olinda

Introdução: O Diabetes Mellitus é uma doença crônica que altera os níveis plasmáticos de glicose, gerando várias complicações clínicas, dentre elas a associação com transtornos alimentares. Há evidências da relação entre pacientes com Diabetes e comorbidades psiquiátricas, principalmente depressão e Transtornos Alimentares, podendo interferir no controle metabólico da doença. Objetivo: Apurar dados atualizados sobre a relação entre Diabetes Mellitus I e II e transtornos alimentares, abordando aspectos dessas doenças, principalmente a evolução clínica e o tratamento. Expor também a importância do diagnóstico precoce para fornecer uma intervenção médica adequada e eficaz.
Metodologia: A fundamentação teórica foi baseada em revisão de literatura através da análise de artigos publicados no período entre 2018 e 2022, coletados das bases Pubmed e Scielo. 
Resultados: A presente revisão bibliográfica demonstrou maior prevalência de Anorexia Nervosa e Bulimia nervosa em pacientes com Diabetes tipo I, o que podemos relacionar com a presença de Diabulimia. A Diabulimia é a redução ou omissão do uso de insulina por pacientes diabéticos tipo I, com o objetivo de perda de peso e questões estéticas. A redução ou a supressão da insulina acarreta hiperglicemia, poliúria e alterações metabólicas que produzem, como consequência, a redução do peso corporal. Embora essa condição possa ser letal e o índice de predominância no Diabetes tipo I seja alto, há uma falta de pesquisas sobre o tema. Já no Diabetes tipo II existe uma maior relação com o Transtorno de Compulsão Alimentar e a presença de obesidade associada.
Conclusão: O estudo desse tema se faz necessário devido a grande prevalência de Diabetes e suas complicações em nossa população, além do aumento de morbimortalidade associado a presença de transtornos alimentares. As limitações deste estudo estão relacionadas à incipiente produção científica sobre a temática, o que dificulta a discussão e a comparação dos resultados. Além disso, é necessário a capacitação dos profissionais de saúde sobre a correlação entre as patologias, ajudando tanto no diagnóstico precoce quanto no tratamento adequado.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Temas mais buscados em novembro de 2022 no Medscape: Vitamina B12


O potencial benefício das vitaminas é um tema sempre em alta. Novos achados sugerindo que a vitamina B12 possa ter um papel protetor contra a doença de Parkinson, a progressão da esclerose lateral amiotrófica e a gravidade da esteatose hepática, recentemente aumentou o interesse dos leitores do Medscape sobre o tema.

No International Congress of Parkinson's Disease and Movement Disorders (MDS) 2022, pesquisadores apresentaram resultados de um estudo feito com mais de 80.000 mulheres e quase 50.000 homens. A análise avaliou informações sobre alimentação, suplementação e ingestão total de ácido fólico, vitamina B6 e vitamina B12 ao longo de cerca de 30 anos, até 2012 (ver infográfico). 

Durante o acompanhamento, 495 mulheres e 621 homens foram diagnosticados com doença de Parkinson. Os pesquisadores ajustaram por possíveis fatores de confusão como idade, ano, tabagismo, atividade física, ingestão de bebidas alcoólicas ou cafeína, uso de hormônios (mulheres), ingestão de laticínios e flavonoides, e pontuação na dieta mediterrânea.

Os participantes com maior ingestão total de vitamina B12 tiveram menor risco de doença de Parkinson (razão de risco agrupado para quintil superior versus inferior de 0,74; intervalo de confiança [IC] de 95% de 0,60 a 0,89; p da tendência = 0,001). A ingestão alimentar e de suplementos contribuiu para essa associação inversa.

Na tentativa de superar o risco de causalidade reversa, os pesquisadores examinaram a ingestão de vitamina B12 durante quatro períodos de exposição, com intervalos: 8, 12, 16 e 20 anos. Eles encontraram uma relação significativa entre o consumo durante o intervalo de 20 anos e o diagnóstico da doença de Parkinson. De modo geral, os resultados respaldam um possível efeito protetor do consumo precoce de vitamina B12 em termos da ocorrência da doença de Parkinson.

Em outro estudo do início de 2022, foi considerado que a administração de uma dose ultra-alta de metilcobalamina (uma forma ativa de análogo da vitamina B12) diminuiu em 43% o declínio funcional de pacientes com esclerose lateral amiotrófica em estágio inicial. A dose de 50 mg foi administrada duas vezes por semana por via intramuscular. No estudo de fase 3, a eficácia foi maior para os participantes que também estavam tomando riluzol, que foi aprovado pela Food and Drug Administration dos EUA para tratar a esclerose lateral amiotrófica. 

O estudo foi feito com pacientes ambulatoriais de 25 centros de neurologia no Japão com diagnóstico (definitivo ou provável) de esclerose lateral amiotrófica e cujos sinais e sintomas haviam iniciado no ano anterior. Após 12 semanas de observação, os 130 participantes que permaneceram ambulatoriais e tiveram apenas uma redução de um ou dois pontos na pontuação total da Revised Amyotrophic Lateral Sclerosis Functional Rating Scale (ALSFRS-R) foram designados para um tratamento com 16 semanas de duração.

Esses pacientes (média de idade: 61 anos; 56,9% homens) foram randomizados para receber 50 mg de metilcobalamina ou placebo.

O desfecho primário foi a alteração na pontuação total da Revised Amyotrophic Lateral Sclerosis Functional Rating Scale. Na 16ª semana, a pontuação total foi -2,66 no grupo da metilcobalamina e -4,63 no grupo do placebo (IC 95% de 0,44 a 3,50; p = 0,01). 

Dentre os 90% dos pacientes que também tomaram riluzol, a diferença em favor da metilcobalamina foi ainda maior (-2,11; IC 95% de 0,46 a 3,76; p = 0,01). A diferença na escala de classificação funcional da esclerose lateral amiotrófica revista entre o medicamento ativo e o placebo foi de 43% em todos os pacientes e de 45% nos pacientes em uso de riluzol. 

Em termos de eventos adversos, 62% dos pacientes que receberam o medicamento tiveram eventos adversos e 66% dos que receberam placebo, e os eventos adversos descritos por pelo menos 5% dos pacientes dos dois grupos foram constipação, nasofaringite, contusão, quedas, lombalgia e insônia. Nenhum efeito adverso exigiu a suspensão da vitamina.

Outro estudo constatou que a vitamina B12 e o ácido fólico também podem desempenhar algum papel na prevenção ou no retardo da progressão da doença na esteatoepatite não alcoólica (NASH, do inglês NonAlcoholic SteatoHepatitis). 

Os pesquisadores descobriram que altos níveis de homocisteína se correlacionaram fortemente com a gravidade da esteatoepatite não alcoólica. Entretanto, a relação precisa entre a hiper-homocisteinemia e a esteatoepatite não alcoólica é mal compreendida. Em seu novo estudo, Singh et al., determinaram que, à medida que os níveis hepáticos de homocisteína aumentam, o aminoácido se conecta a várias proteínas hepáticas, alterando a sua estrutura e impedindo o seu funcionamento.

Os pesquisadores constataram que, quando a homocisteína se liga à proteína sintaxina 17, bloqueia o processo de transporte e digestão de gordura da proteína (processo conhecido como autofagia). Isso, por sua vez, induz a ocorrência e a evolução da esteatose hepática para esteatoepatite não alcoólica. 

Em modelos pré-clínicos, os pesquisadores descobriram que complementar a alimentação com vitamina B12 e ácido fólico aumenta os níveis de sintaxina hepática 17, restaura o seu papel na autofagia e diminui a progressão da esteatoepatite não alcoólica, revertendo a inflamação e a fibrose hepáticas.

Desde a doença de Parkinson até a esteatoepatite não alcoólica, passando pela esclerose lateral amiotrófica, estudos recentes sugerindo a importância da vitamina B12 ganharam muita atenção recentemente, que tornou-se o tema clínico mais buscado da semana.

Retirado de: Temas mais buscados em novembro de 2022: Vitamina B12 - Medscape - 11 de novembro de 2022.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Falta de vitamina B12 na população com diabetes 2

Um assunto pouco falado entre pessoas com diabetes e mesmo no consultório do endocrinologista é a deficiência de vitamina B12.

Esse é um nutriente fundamental para a formação dos glóbulos vermelhos do sangue e necessário para o bom funcionamento dos nervos e do cérebro. Sua carência está associada, portanto, a anemia, neuropatia (doença que acomete os nervos do corpo) e até demência.

As principais fontes de vitamina B12 na dieta são leite, ovos, fígado, carne de porco, atum, salmão e truta. Porém, para ser absorvida lá no intestino, ela precisa se ligar a uma proteína produzida pelo estômago.

A carência dessa vitamina é muito mais comum em pessoas com diabetes tipo 1 e também com diabetes tipo 2, mas por mecanismos diferentes.

Pessoas com diabetes tipo 1 têm um risco cinco vezes maior de ter deficiência de vitamina B12. Isso se deve ao fato de que o sistema imunológico delas chega a destruir as células do estômago que produzem a tal da proteína que se liga ao nutriente e permite sua posterior absorção. Como eu disse, sem a proteína, a vitamina não é aproveitada pelo organismo direito.

Tem mais: quem tem diabetes tipo 1 encara uma maior probabilidade de ter doença celíaca — condição inflamatória e autoimune que se agrava com a ingestão de glúten. A associação da doença celíaca com o diabetes, por sua vez, aumenta a propensão à deficiência da vitamina B12.

Com o diabetes tipo 2 a história é outra. O problema isoladamente não eleva o risco de faltar B12 no organismo. A questão está na metformina, medicamento usado para tratar a resistência à insulina e controlar os níveis de glicose no sangue.

Falamos de um remédio com mais de 60 anos de história e prescrito a praticamente toda pessoa com diabetes tipo 2. Entre seus efeitos colaterais, ele está ligado a uma diminuição na absorção intestinal de vitamina B12. Isso não é motivo para largar o tratamento, por favor. Mas pede atenção!


Tanto quem tem diabetes tipo 1 como indivíduos com o tipo 2 devem ter seus níveis de vitamina B12 avaliados periodicamente. Deficiências podem ser corrigidas com mudanças na dieta e suplementação a critério médico.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/futuro-do-diabete/o-que-a-vitamina-b12-tem-a-ver-com-o-diabetes/?fbclid=IwAR1y2evBuzl4g-7Tf7O-bMCRuooiZGGv8FXdDjHxz2MDxhwa63DZ8BslI1A

domingo, 3 de janeiro de 2016

Vitaminas do complexo B são essenciais para o sistema neurológico

As vitaminas do complexo B são hidrossolúveis e não são produzidas em quantidades suficientes pelo corpo humano, por isso devem ser adquiridas por meio da alimentação. As vitaminas B1, B2, B3, B5 e B6 contam com funções similares e necessitam uma da outra para que realizem suas funções no organismo. Já as vitaminas B12 e a B9 não necessitam da presença das outras. Veja os benefícios, problemas causados pela falta e as fontes de cada vitamina do complexo B. 

Vitamina B1 (Tiamina)

Benefícios: A vitamina B1 age no metabolismo da glicose, dos ácidos graxos e aminoácidos, ou seja, ajuda o organismo a utilizar essas substâncias com eficiência. Além disso, ela também desempenha um papel importante na formação da bainha de mielina, que fica em torno das fibras nervosas e permite mensagens entre os nervos, dentre as vitaminas do complexo B a mais importante para o sistema nervoso é a vitamina B12. 
Problemas causados pela falta: A falta de vitamina B1 pode causar fraqueza muscular, falta de energia, diminuição da memória e depressão. A carência extrema deste nutriente pode causar a doença beribéri que causa uma neuropatia periférica, formigamento nas mãos, fraqueza nas pernas, dificuldade para caminhar e alterar a sensibilidade da pele. Alcoólatras correm maior risco de desenvolver a carência de vitamina B1 e em consequência disso ter uma demência que causa confusão mental, dificuldade de raciocínio, memória e pode fazer até que a pessoa entre em coma. 
Fontes: As principais fontes de vitamina B1 são carnes, leites, ovos, legumes e cereais integrais e leguminosas como feijão e grão de bico. 

Vitamina B2 (Riboflavina)

Benefícios: A vitamina B2 possui forte ação antioxidante e por isso age combatendo os radicais livres. Além disso, ela age no metabolismo da glicose, dos ácidos graxos e aminoácidos, ou seja, ajuda o organismo a utilizar essas substâncias com eficiência. Além disso, ela também desempenha um papel importante na formação da bainha de mielina, que fica em torno das fibras nervosas e permite mensagens entre os nervos, dentre as vitaminas do complexo B a mais importante para o sistema nervoso é a vitamina B12. 

Problemas causados pela falta: A deficiência de vitamina B2 é rara, mas vegetarianos, alcoólatras, crianças, gestantes e idosos estão mais vulneráveis ao problema. A falta deste nutriente pode causar tontura, vertigem, dermatite seborreica, inflamação nos lábios e língua e coceira nos olhos. 

Fontes: As principais fontes de vitamina B2 são carnes, leites, ovos, legumes, verduras, especialmente o brócolis, cereais integrais, leguminosas, como ervilhas, algumas oleaginosas, como amendoim, castanhas e nozes, e abacate.  

Vitamina B3 (Niacina)

Benefícios: A vitamina B3 possui forte ação antioxidante e por isso age combatendo os radicais livres. Além disso, ela age no metabolismo da glicose, dos ácidos graxos e aminoácidos, ou seja, ajuda o organismo a utilizar essas substâncias com eficiência. Além disso, ela também desempenha um papel importante na formação da bainha de mielina, que fica em torno das fibras nervosas e permite mensagens entre os nervos, dentre as vitaminas do complexo B a mais importante para o sistema nervoso é a vitamina B12. 
Problemas causados pela falta: A falta de vitamina B3 pode causar insônia, cansaço, irritabilidade, manchas na pele, depressão e uma doença chamada pelagra que causa diarreia, inflamação na pele e confusão mental. Mulheres que utilizam anticoncepcionais excretam mais a vitamina B3 pela urina, mas normalmente a própria alimentação já compensa essa falta. Pessoas em tratamento de tuberculose podem precisar do suplemento do nutriente, mas essa necessidade só será determinada pelo médico ou nutricionista. O excesso de vitamina B3 não é bom para o organismo, pois pode afetar o fígado, por isso não ingira suplementos do nutriente sem orientação. 
Fontes: As principais fontes são carnes, leites, ovos. Algumas oleaginosas, como amendoim e castanha do pará, frutas secas, tomate e cenoura. 

Vitamina B5 (Ácido Pantotênico)

Benefícios: A vitamina B5 age no metabolismo da glicose, dos ácidos graxos e aminoácidos, ou seja, ajuda o organismo a utilizar essas substâncias com eficiência. Além disso, ela também desempenha um papel importante na formação da bainha de mielina, que fica em torno das fibras nervosas e permite mensagens entre os nervos, dentre as vitaminas do complexo B a mais importante para o sistema nervoso é a vitamina B12. 
Este nutriente também auxilia na produção de hormônios da glândula suprarrenal e ajuda o fígado a detoxificar o álcool. 
Problemas causados pela falta: A deficiência de vitamina B5 pode causar fadiga, formigamento nas mãos e pés, dores musculares, irritabilidade, depressão, distúrbios de sono, retardo de crescimento, queda de cabelo, envelhecimento precoce, artrite, alergias e estresse. 
Fontes: As principais fontes de vitamina B5 são ovos, leite, carnes, leguminosas, como ervilhas e feijão, cogumelos e gérmen de trigo. 

Vitamina B6 (piridoxina)

Benefícios: A vitamina B6 é importante para a produção de glóbulos vermelhos. Ela também age no metabolismo da glicose, dos ácidos graxos e aminoácidos, ou seja, ajuda o organismo a utilizar essas substâncias com eficiência. Além disso, o nutriente desempenha um papel importante na formação da bainha de mielina, que fica em torno das fibras nervosas e permite mensagens entre os nervos, dentre as vitaminas do complexo B a mais importante para o sistema nervoso é a vitamina B12. A vitamina B6 permite a síntese de glutationa, principal antioxidante do organismo. 
Grãos são ricos em vitaminas do complexo B - Foto: Getty Images
Grãos são ricos em vitaminas do complexo B
Problemas causados pela falta: Níveis inadequados de vitamina B6 podem comprometer a conversão de glutamato, neurotransmissor que excita o tório, em GABA, neurotransmissor relaxante. Consequentemente, o excesso de glutamato está associado à hiperexcitação neuronal, e até mesmo à morte neuronal. A deficiência do nutriente pode causar convulsões em crianças pequenas, anemia, dermatite, lesões nervosas, confusão mental em adultos, dormência e formigamento nas mãos e pés. A anemia também pode acontecer devido à falta de vitamina B6. 
O excesso do consumo de álcool também pode diminuir os níveis de vitamina B6, assim como o uso de anticoncepcionais. Contudo, a alimentação pode repor a falta do nutriente e é importante consultar um médico ou nutricionista para saber se há necessidade do consumo do suplemento. 
Fontes: As melhores fontes de vitamina B6 são peixes, como atum, salmão, truta e arenque, nozes, amendoins, avelãs, semente de girassol, gérmen de trigo, levedo de cerveja, milho e cereais integrais, leguminosas, couve-flor, banana, melão e uvas passas. 

Vitamina B7 (biotina)

Benefícios: Assim como outras vitaminas do complexo B, a biotina está relacionado ao metabolismo das gorduras, carboidratos e proteínas. Ela também é essencial para a saúde da pele, unhas e cabelos. 
Problemas causados pela falta: A deficiência de biotina é extremamente incomum porque este nutriente está muito presente na alimentação. Contudo, quando acontece os sintomas da ausência do nutriente são: fraqueza nas unhas e cabelos, calvície, pele seca e escamosa e vermelhidão em volta do nariz e da boca. Outras complicações que podem ocorrer são conjuntivite, dermatite exfoliativa, dores musculares e lassidão, acompanhada de aumento da glicemia. 
Fontes: As principais fontes de biotina são o amendoim, as nozes, o tomate, a gema do ovo, a cebola, a cenoura, alface, couve-flor e amêndoa. A carne vermelha, o leite, as frutas e as sementes também contam com o nutriente. 

Vitamina B9 (ácido fólico)

Benefícios: A vitamina B9 não depende de outras vitaminas do complexo B para surtir efeito positivos. Ela participa da manutenção do sistema imunológico, circulatório e nervoso e reduz o risco de infarto, câncer de mama e de cólon, aterosclerose, promove a saúde dos cabelos e da pele, reforça o sistema imunológico e o sistema nervoso central. Para gestantes, o ácido fólico é importante, pois ajuda no fechamento do tubo neural do feto. O suplemento de vitamina B9 costuma ser orientado para gestantes e só pode ser ingerido em outros casos após orientação médica, isto porque o excesso as substância pode favorecer alguns tipos de câncer. 
Problemas causados pela falta: No caso de gestantes, a falta de vitamina B9 pode causar má formação no feto. A falta do nutriente também pode causar anemia megaloblástica, fadiga, lesões nas mucosas, insuficiência respiratória, palidez, níveis elevados do aminoácido homocisteína, podendo causar doenças cardiovasculares. 
Fontes: As principais fontes de vitamina B9 são fígado, vegetais de folhas verdes escuras, como brócolis, couve e espinafre, grãos, ervilha, lentilha, feijão, laranja e ovos. 

Vitamina B12

Benefícios: vitamina B12 é importante para a formação das células vermelhas do sangue. Além disso, ela é importante para desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso. Sem essa vitamina, a mielina que recobre os nervos, como uma capa de proteção, sofre um desgaste que recebe o nome de desmielinização, processo que ocorre tanto em neurônios de nervos periféricos, quanto naqueles da substância branca do cérebro. 
Uma pesquisa realizada pelo Linus Pauling Institute of Oregon State University dos Estados Unidos descobriu que a ingestão de vitamina B12 reduziu o risco de quebras nos cromossomos levando a danos no DNA. Sofrer danos no DNA é um dos fatores de risco para o câncer. 
Problemas causados pela falta: A ausência da substância leva a lesões irreversíveis no sistema nervoso, devido à morte dos neurônios. Isso irá provocar neuropatias que tem como sintomas mais comuns o formigamento nas pernas, queimação na sola dos pés, dificuldade para andar e incontinência urinária. 
A ausência de vitamina B12 também aumenta o risco da pessoas desenvolver depressão. A anemia megaloblástica também pode ocorrer devido à falta desta vitamina. Alguns outros sintomas da ausência da vitamina B12 no organismo são: 
  • Fadiga, falta de energia ou tontura ao se levantar ou fazer esforço
  • Falta de concentração
  • Falhas na memória
  • Paranoia e alucinações
  • Pele amarelada (icterícia)
  • Língua inchada e inflamada
Fontes: A vitamina B12 está presente em boas quantidades nos alimentos de origem animal, especialmente nos peixes de águas frias e profundas, como salmão, truta e atum, fígado, carne de porco, leite e derivados, ovos e ostras. 

Outras substâncias

Algumas outras substâncias a princípio eram consideradas vitaminas do complexo B, como a B11, B13, B14, B15, B16 e B17, mas atualmente a ciência já descobriu que na realidade elas não são vitaminas. 

Uso do suplemento

As chances de carência de vitaminas do complexo B são muito baixas porque esses nutrientes estão presentes em diversos alimentos. Como boa parte destas vitaminas está em alimentos de origem animal, vegetarianos e veganos correm maior risco de ter deficiência das vitaminas do complexo B. 
Brócolis é rico em vitaminas do complexo B - Foto: Getty Images
Brócolis é rico em vitaminas do complexo B
Alcoólatras também podem sofrer com a deficiência porque a ingestão de álcool diminui a absorção de vitaminas do complexo B. Pacientes com câncer podem precisar de maiores quantidades de vitaminas do complexo B, mas para o uso do suplemento é necessária a orientação médica, até porque algumas dessas vitaminas podem piorar o câncer se ingeridas em excesso. Quem passou por uma cirurgia bariátrica também pode precisar do suplemento. É importante ressaltar que antes de ingerir suplementos de vitaminas do complexo B é preciso conversar com o médico ou nutricionista sobre o uso. 

Riscos do excesso

O excesso de vitaminas do complexo B ocorre por meio da suplementação. Normalmente não há grandes complicações, pois a quantidade extra é eliminada pela urina. Porém, o excesso de o excesso de vitamina B6 pode causar um quadro de neurite. Já grandes quantidades de vitamina B3 pode prejudicar o fígado, enquanto a vitamina B9 em excesso pode levar a problemas hormonais e favorecer alguns tipos de câncer. 

Fontes consultadas:

Nutrólogo Roberto Navarro 
Nutricionista Karina Valentim da PB Consultoria em Nutrição 
Nutricionista Rita de Cássia Leite Novais, da empresa Consultoria Alimentar.