segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A internet pode até ajudar uma consulta médica, mas não substituí-la

Com o livre acesso dos pacientes à informação, há também fatores positivos que enriquecem uma consulta médica e nutricional. A monotonia das consultas unilaterais, onde sempre impera um monólogo tende a acabar. O médico orienta e o paciente concorda. Os pacientes estão falando mais, perguntando mais e exigindo uma explicação mais convincente dos seus males.

Com um maior esclarecimento, os pacientes tendem a aderir melhor ao seu tratamento. Entendem porque estão tomando esse ou aquele remédio e passam a encarar uma orientação nutricional com uma maior possibilidade de adequação ao plano proposto. Passam a saber trocar alimentos e comer adequadamente em casa, no trabalho e no lazer. Não precisam mais das tabelas e tem maior liberdade de conduzir seu tratamento.

A informação adequada nunca é demais. Não se constitui em um desafio ao médico. Perguntar enriquece a consulta e não ofende. Pelo contrário, dá ao médico e à nutricionista a chance de estreitar os laços da relação e fidelizar o paciente. Com isso o paciente pode entender a diferença entre uma consulta virtual e uma consulta real. Isso será muito bom para ambas as partes.

Apesar das freqüentes solicitações dos e-pacientes em serem consultados e medicados pela internet, eles precisam entender o risco dessa atitude. Nada substitui a consulta médica, pois ela define as sutis diferenças entre as pessoas e suas doenças e comprovam que diferentes pessoas com doenças semelhantes muitas vezes devem ser tratadas de maneiras diferentes. Assim, as descrições superficiais dos problemas médicos expostos pela internet nunca poderão substituir a riqueza de uma consulta médica tradicional.

Fonte: http://comersemculpa.blog.uol.com.br/arch2011-01-01_2011-01-15.html

A polêmica sobre os riscos e benefícios do álcool

Nos últimos 10 anos, uma verdadeira polêmica tem sacudido as discussões médicas e seus debates acadêmicos. No centro do debate, o álcool, suscitando posições diametralmente opostas, expondo a verdade sobre o tema: não há consenso, portanto o mais correto é dizer que não sabemos ao certo, se os benefícios superam os riscos.

Tudo começou com um estudo da Organização Mundial de Saúde publicado na revista médica The Lancet em 1992, demonstrando uma menor incidência de infarto entre os franceses, apesar dos conhecidos fatores de risco dessa população como tabagismo e elevada ingestão de gordura saturada. O segredo dos franceses foi atribuído ao seu consumo regular de vinho tinto, que aumentaria a fração protetora do colesterol, o chamado HDL.

Depois desse, muitos outros trabalhos científicos sérios e de alta credibilidade, descrevem as maravilhas do consumo regular e moderado do vinho. Além do vinho, os pesquisadores passaram a descrever os benefícios do próprio álcool, seja ele oriundo de bebidas fermentadas ou destiladas. Um dos estudos de grande relevância no assunto também foi publicado no periódico The Lancet em 1994, mostrando uma queda progressiva da mortalidade por doenças cardiovasculares em povos com maior índice de ingestão de bebidas alcoólicas em geral.

A polêmica continua nos dias de hoje como a recente publicação da revista Internal and Emergency Medicine nesse mês, recomendando o consumo de álcool para melhorar a saúde do coração e concluindo que quem bebe pouco deve ser encorajado a continuar.

Apesar do sucesso entre o público leigo, os benefícios do álcool são constantemente questionados pela comunidade científica e a polêmica continua.

Fonte: http://comersemculpa.blog.uol.com.br/arch2011-01-16_2011-01-31.html#2011_01-31_08_43_06-142670378-0?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Pessoas otimistas vivem melhor


Um artigo publicado recentemente no periódico Current Directions in Psychological Science revisou diversas pesquisas para determinar se é verdade que o otimismo é benéfico para a saúde.

O pesquisador Anthony Ong, da Universidade de Cornell (EUA) sugere a partir da sua pesquisa que emoções positivas podem ser antídotos poderosos contra estresse, dores e doenças.

Ele especula que as pessoas mais felizes são aquelas que têm uma atitude pró-ativa em relação ao envelhecimento ou que evitam comportamentos pouco saudáveis. São indivíduos que fazem exercícios regularmente, não fumam e praticam sexo seguro.

Atitudes como essas se tornam cada vez mais importantes à medida que a idade avança e as doenças se tornam mais freqüentes. Além disso, pessoas mais positivas têm níveis menores de estresse.

Ong diz que “Todos nós envelhecemos. É como nós envelhecemos, entretanto, que determina a qualidade das nossas vidas”.

Fonte: http://http://www.hebron.com.br/

Obesidade aumenta o risco de câncer

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde no relatório Saúde Brasil de 2010 apontam para um dado alarmante: 46,6% da população brasileira esta acima do peso. O excesso de gordura no corpo pode acarretar em doenças como diabetes, problemas cardíacos e surgimentos de cânceres.

O câncer é a segunda maior causa de mortes no mundo. Só no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que a doença deva atingir cerca de um milhão de pessoas em 2011. Em 2010 o INCA, em parceria com o Fundo Mundial para Pesquisa contra o Câncer (WCRF), publicou o documento Polítcas e Ações para prevenção do Câncer no Brasil: Alimentação, Nutrição e Atividade Física, que concluiu que parte considerável desses casos poderiam ser evitados com o combate à obesidade.

A alimentação balanceada, rica em frutas, verduras, cereais e carnes magras, associadas à atividades físicas, pode ajudar na prevenção do câncer. Por outro lado, uma alimentação rica em gorduras, alimentos industrializados, sal e álcool aumentam os riscos de desenvolver tumores.

Fonte: http://www.hebron.com.br/

Anvisa propõe novas exigências para registro de produtos agrotóxicos


Apresentação de estudos sobre avaliação de riscos nos trabalhadores rurais será requisito obrigatório para registro de agrotóxicos no Brasil. É o que prevê a consulta pública aberta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta sexta-feira (28/1).

A avaliação do risco é um procedimento mais sensível e acurado que permite analisar possíveis efeitos dos agrotóxicos na saúde. “Apesar de já analisarmos a toxicidade das substâncias presentes nos agrotóxicos, a avaliação do risco possibilitará reduzir ainda mais os agravos indesejados associados à exposição da população a esses produtos”, explica o diretor da Anvisa, Agenor Álvares. Os agrotóxicos que causam mutações genéticas, câncer, alterações fetais, e danos reprodutivos continuarão impedidos de registro, conforme determinado pela Lei.

Outra novidade proposta é que os estudos, apresentados pelas empresas para que a Agência realize análise toxicológica dos agrotóxicos, sejam conduzidos em laboratórios com certificação de Boas Práticas Laboratoriais (BPL). “Essa ação permitirá maior segurança quanto à credibilidade dos estudos apresentados e maior rastreabilidade dos resultados, além de uniformizar nosso trabalho com o do Ibama, que já efetua essa exigência”, afirma Álvares. Além disso, harmoniza a documentação de avaliações toxicológicas com o que já era solicitado para os estudos de resíduos de agrotóxicos em alimentos, de acordo com a resolução da Anvisa de 2006.

A consulta pública atualiza, ainda, os estudos que devem ser apresentados pelas empresas para obtenção de avaliação toxicológica de agrotóxicos e produtos técnicos. Os critérios de classificação toxicológica dos produtos também foram revisados. Para Álvares, a nova proposta permite ao Brasil estar alinhado às normas internacionais mais atualizadas para avaliação de agrotóxicos e produtos técnicos.

Registro

No Brasil, o registro de agrotóxicos é realizado pelo Ministério da Agricultura, órgão que analisa a eficácia agronômica desses produtos. Porém, a anuência da Anvisa e do Ibama é requisito obrigatório para que o agrotóxico possa ser registrado.

A Anvisa realiza avaliação toxicológica dos produtos quanto ao impacto na saúde da população. Já o Ibama observa os riscos que essas substâncias oferecem ao meio ambiente.

Atualização

A Consulta Pública 02/2011 propõe uma atualização da Portaria 03/1992 do Ministério da Saúde. A proposta é resultado de dois anos de trabalho da Agência e foi aprovada na Agenda Regulatória de 2009, instrumento que expõe os temas considerados pela Anvisa como prioritários para regulação.

Participação

Sugestões para Consulta Pública 02/2011 deverão ser encaminhadas por escrito, no prazo de 60 dias,para o endereço: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, SIA, Trecho 5, Área Especial 57, Bloco D – sub-solo, Brasília/DF, CEP 71.205-050; por Fax 61-3462-5726; ou para o email: toxicologia@anvisa.gov.br

Confira aqui a íntegra da consulta pública.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/01/31/anvisa-propoe-novas-exigencias-para-registro-de-produtos-agrotoxicos/

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

SP adotará padrão mais rígido para qualidade do ar. Só alterar índice não basta, diz médico

Classificação usada no Estado, criada em 1990, foi alterada pela OMS em 2005

Proposta de grupo de estudos coordenado pelo governo terá de ser ratificada por órgãos estaduais

O Estado de São Paulo adotará uma classificação mais rígida para a qualidade de seu ar, adequando-se aos padrões definidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2005.

Pelos parâmetros mais frouxos de hoje, que foram estabelecidos em 1990, o ar é frequentemente tido como “regular” (prejudicial a doentes crônicos e crianças), quando deveria ser “inadequado” (nocivo a todos).

Com a revisão do padrão atual, pessoas com doenças cardíacas e respiratórias serão mais bem alertadas do risco a que estão expostas e poderão se preparar para um dia crítico de poluição. Reportagem de Eduardo Geraque e Cristina Moreno de Castro, na Folha de S.Paulo.

Além disso, as informações mais precisas poderão pautar melhor as discussões sobre poluição, as medidas do poder público na área etc.

Um grupo de estudo liderado pelo governo já definiu como ficará a nova classificação e, para que ela seja colocada em prática, falta a ratificação de órgãos do próprio governo, que tiveram representantes nas reuniões.

Grupos de interesses privados, como a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), também participaram.

Hoje, o relatório deverá ser votado pelo Consema (Conselho Estadual de Meio Ambiente), órgão estadual.

São Paulo deverá ser, então, o primeiro Estado do país a deixar de ter um padrão frouxo e corrigir a defasagem sobre o definido pela OMS, adotado na Europa, nos EUA e no México, por exemplo.

POEIRA

As mudanças atingem a classificação de nível de substâncias como ozônio e fumaça. A poeira fina (partículas liberadas, por exemplo, por escapamentos, que causam entupimento no pulmão) é a que melhor exemplifica a mudança.

Pela classificação atual, apenas por duas vezes a poeira tornou o ar “inadequado” em 2008, ano usado no estudo. Pelos novos padrões, seriam 1.265 vezes como “inadequado” nas 26 estações medidoras da região.

Depois de o relatório ser aprovado, faltará ainda ao Poder Executivo determinar a implementação de todas as mudanças, que deve ser feita de forma gradual.
Ainda não há prazos.

Especialistas ouvidos pela Folha consideram um avanço a atualização da classificação. O desafio, dizem, será responder ao alerta mais rigoroso com políticas públicas que melhorem o ar que a cidade respira.
Só alterar índice não basta, diz médico

Pesquisador da USP afirma que é preciso também ampliar a fiscalização da emissão de poluentes no Estado

Alfésio Braga diz que as mortes causadas pela poluição devem voltar a crescer por conta do aumento de veículos

Para Alfésio Luís Braga, pesquisador do Núcleo de Estudos de Epidemiologia Ambiental da Faculdade de Medicina da USP, não basta deixar os índices mais rigorosos, é preciso fiscalizar a emissão de poluentes. Braga diz que mortes causadas pela poluição devem voltar a crescer.

Folha – Quais as doenças agravadas pela poluição?
Alfésio Luís Braga – Principalmente respiratórias e cardiovasculares, como sinusite, faringite, pneumonia, bronquite, asma, angina, infarto agudo do miocárdio. Também afeta pacientes com insuficiência cardíaca e com arritmias cardíacas e causa problemas oculares. A poluição provoca doenças em quem é saudável e agrava as doenças de quem já tem.

Essas doenças aumentaram?

A partir dos anos 90, houve redução gradual da concentração dos poluentes em São Paulo e o número de mortes atribuídas à poluição reduziu de 12/dia em 1990, para 8/dia em 2005. Mas as concentrações de poluentes estão diminuindo menos: o que foi conseguido com melhoria tecnológica está sendo perdido com o aumento de veículos. Estimamos que aumentará o número de óbitos.

As pessoas deveriam acompanhar a qualidade do ar?

Com certeza. Em países da Europa existem programas de TV que divulgam não só a previsão do tempo, mas a previsão da qualidade do ar. Aí as pessoas mais esclarecidas, sob orientação médica, podem inclusive ajustar as doses de medicamento.

O que mais poderiam fazer?

Quando fazem atividade física num período do dia em que a concentração é maior, estão se expondo mais ao poluente. Se se garantir uma boa umidade no ambiente, as partículas de poluentes vão se adensar e vai ser mais difícil inalar isso, então a umidificação do ambiente é bastante desejável.

O fato de haver uma mudança no índice ajuda como?

O reconhecimento de que um certo nível de poluente tem que ser mais baixo para o ar ser considerado de boa qualidade é uma primeira etapa que precisa acontecer. Mas é preciso efetivamente buscar a redução da emissão para a qualidade do ar ficar dentro dos novos padrões.

O Conama tem um sistema de alerta à poluição próprio, ele também deveria se adequar?

Como São Paulo sofre mais com a poluição, é natural que tome a dianteira, seguindo o padrão da OMS. E que o Conama adote um padrão semelhante para todo o país.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/01/28/sp-adotara-padrao-mais-rigido-para-qualidade-do-ar-so-alterar-indice-nao-basta-diz-medico/

Dieta rica em gorduras trans e saturadas aumenta em 48% o risco de depressão

Pesquisadores das universidades de Navarra e Las Palmas de Gran Canaria, na Espanha, mostraram que a ingestão de gorduras trans e saturadas aumentam o risco de depressão em até 48%. Já o óleo de oliva protege contra doenças mentais.

O estudo [Dietary Fat Intake and the Risk of Depression: The SUN Project] foi feito durante seis anos com 12.059 voluntários, cuja dieta, estilo de vida e doenças foram analisados antes, durante e depois do projeto. No início, nenhum deles sofria de depressão e, no final, 657 casos foram detectados. As pessoas com elevado consumo de gorduras trans (presentes de forma artificial na confeitaria industrial e em fast foods, e de forma natural em alguns produtos à base de leite) apresentaram um risco de depressão até 48% maior do que as que consumiam essas gorduras.

Além disso, o estudo revelou uma relação de dose-resposta, “quanto mais gorduras trans ingeridas, maior o efeito prejudicial nos voluntários”, disse Almudena Sánchez-Villegas, professora de medicina preventiva em Las Palmas e autora do estudo, que verificou ainda a influência das gorduras poliinsaturadas (presentes em peixes e óleos vegetais) e as do azeite de oliva.

- Descobrimos que este tipo de gordura, junto com o azeite de oliva, estão associadas à redução do risco de depressão – disse Miguel Ángel Martínez-González, professor da Universidade de Navarra e diretor do projeto.

O estudo corrobora ainda com a hipótese de uma maior incidência de depressão em países do norte da Europa, onde a dieta mediterrânea prevalece. Nos últimos anos, a incidência da depressão aumentou, atingindo 150 milhões de pessoas no mundo, sendo hoje a principal causa de perda de anos de vida nos países de renda per capita média a alta, por causa de uma mudança radical nas fontes de gorduras consumidas nas dietas ocidentais.

A pesquisa foi publicada na revista médica PLoS ONE e realizada com uma população com uma ingestão baixa de gorduras trans, até 0,4% da energia total ingerida pelos voluntários.

O estudo “Dietary Fat Intake and the Risk of Depression: The SUN Project” está disponível para acesso integral no formato HTML. Para acessar o artigo clique aqui.

Artigo: Dietary Fat Intake and the Risk of Depression: The SUN Project
Autores: Villegas, AS; et al.
Periódico: PLoS ONE
Data: 2011/Janeiro

Fonte:  Portal Ecodebate

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Falta de sono piora o controle glicêmico

Um recente estudo publicado na revista Diabetes Care mostrou que o sono é um dos fatores fisiológicos que influenciam na regulação da glicose no diabetes tipo 1. O estudo foi conduzido pela Dra Esther Donga, da Universidade de Leiden na Holanda.Para chegar a essa conclusão, Dra Donga selecionou 7 pacientes com diabetes tipo 1. Eles tinham os seguintes dados demográficos médios:

IMC - 23,5 Kg/m2 Idade – 44 anos

Tempo de diabetes – 23 anos A1c – 7,6%

Ela estudou os pacientes em dois momentos. Após uma boa noite de sono e após uma noite mal dormida, somente 4 horas de sono. Todas as análises eram feitas após uma noite dormida na clínica. Todos usavam bomba de infusão de insulina, com metas glicêmicas semelhantes. Após cada noite do estudo, os pesquisadores realizaram um exame de clamp euglicêmico hiperinsulinêmico.

Os dados publicados mostram que a privação do sono não afeta a glicemia de jejum, a produção de ácidos graxos livres nem a produção hepática de glicose. Entretanto a captação da glicose (glucose disposal rate) durante o clamp foi menor quando os pacientes tinham uma noite com sono restrito há 4 horas. (25.5 versus 22.0 micromoles x kg de massa magra (LBM)-1 x min-1).

Em outros estudos, a Dra Donga quer continuar a explorar o efeito da duração do sono e da qualidade do sono no metabolismo da glicose em pacientes com diabetes, além disso, ela irá estudar as características do sono em idosos com resistência à insulina, para determinar em que medida esta resistência à insulina pode ser causada por perturbações do sono.


Do ponto de vista prático, a falta de sono pode determinar uma maior necessidade temporária de insulina para os portadores de diabetes.

Fonte: http://www.diabetes.org.br/colunistas-da-sbd/diabetes-em-foco/1284-dormindo-pouco-cuidado-com-a-glicose-falta-de-sono-pode-piorar-o-controle-do-diabetes

Agrotóxicos comercializados no país são perigosos para o meio ambiente

A maioria dos agrotóxicos comercializados no Brasil são classificados como perigosos ou muito perigosos para o meio ambiente, de acordo com relatório divulgado hoje (24) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Os agrotóxicos são classificados pelo Ibama em quatro níveis de “potencial de periculosidade ambiental”. Os da classe 1 são considerados altamente perigosos, os da classe 2, muito perigosos, os da classe 3, perigosos e os da classe 4, pouco perigosos.

Em 2009, 88% dos defensivos agrícolas comercializados no país pertenciam às classes 1, 2 e 3: 1% são da classe 1, 38% da classe 2, e quase metade, 49%, da classe 3. Na avaliação por estados, o panorama é parecido com o nacional, com exceção do Amazonas, onde a maioria dos agrotóxicos comercializados foram do tipo pouco perigoso para o meio ambiente.

Entre os riscos dos agrotóxicos para a natureza estão interferências nos processos de respiração do solo e distribuição de nutrientes, além da mortandade de espécies de aves e peixes.

O insumo agrotóxico mais comercializado no país em 2009 foi o herbicida glifosato, utilizado em lavouras de 26 culturas diferentes, entre elas arroz, café, milho, trigo e soja. Avaliado na classe 3, de produtos perigosos, o agrotóxico teve 90,5 mil toneladas comercializadas no período.

Entre os dez produtos agrotóxicos mais comercializados está o metamidofós, banido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última semana pelos altos riscos à saúde. A proibição será gradual e o produto poderá ser comercializado até 2012.

Também estão na lista dos mais vendidos os produtos à base de cipermetrina, óleo mineral, óleo vegetal, enxofre, ácido 2,4-Diclorofenoxiacético, atrazina, acefato e carbendazim. Segundo o Ibama, o acefato está passando por processo de reavaliação e pode ser banido das lavouras brasileiras.

Os dados para o levantamento do Ibama são enviados por empresas, seguindo determinação legal. As informações poderão subsidiar a fiscalização e a concessão de autorizações de estudos para buscar produtos menos nocivos ao ambiente.

Fonte: http://revistaecologica.com/index.php?option=com_content&view=article&id=850:agrotoxicos-comercializados-no-pais-sao-perigosos-para-o-meio-ambiente&catid=57:agrotoxicos

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ruído de trânsito aumenta risco de derrame em idosos

A exposição ao ruído de trânsito aumenta o risco de derrame em com 65 anos ou mais, segundo estudo publicado esta quarta-feira (26) na edição online da revista especializada European Heart Journal.

Na pesquisa feita com mais de 50 mil pessoas, cada 10 decibéis a mais de barulho de trânsito aumenta o risco de derrame em 14%, em média, em todos os grupos etários.

Para aqueles abaixo dos 65 anos, o risco não foi estatisticamente significativo. Mas a probabilidade aumentou enormemente no grupo de pessoas com mais de 65 anos, aumentando 27% para cada 10 decibéis a mais de barulho.

Acima de 60 decibéis, o risco de derrame aumentou ainda mais, afirmaram os cientistas.

Uma rua movimentada pode facilmente gerar níveis de ruído entre 70 e 80 decibéis. Comparativamente, um cortador de grama ou uma serra elétrica atingem de 90 a 100 decibéis, enquanto um avião a jato produz 120 decibéis de ruído na decolagem.

"Estudos anteriores vincularam o ruído do tráfego a uma elevação da pressão sanguínea e de ataques cardíacos", disse o chefe das pesquisas, Mette Sorensena, da Sociedade Dinamarquesa de Câncer.

"Nosso estudo demonstra que a exposição ao ruído de tráfego parece aumentar o risco de derrame", acrescentou.

O estudo revisou históricos médicos e de residência de 51.485 pessoas que participaram da pesquisa Dieta Dinamarquesa, Câncer e Saúde, realizada em Copenhague e arredores entre 1993 e 1997.

Um total de 1.881 pessoas sofreu derrame neste período.

Segundo o artigo, 8% de todos os casos de derrame e 19% destes casos registrados em pessoas acima dos 65 anos poderiam ser atribuídos ao barulho do trânsito.

Os cientistas sugerem que o ruído atua como um fator de estresse e perturbador do sono, o que resulta na elevação da pressão sanguínea e da frequência cardíaca, bem como no aumento do nível de hormônios de estresse.

O estudo contabilizou os efeitos da poluição do ar, da exposição ao ruído de trens e aviões e uma série de fatores de estilo de vida, potencialmente desconcertantes, como o tabagismo, a alimentação e o consumo de álcool.

Os participantes da pesquisa viviam, em sua maioria, em áreas urbanas e, portanto, não representavam a totalidade da população em termos de exposição ao ruído do trânsito.

A proximidade com este barulho também está relacionada com a classe social, uma vez que os mais abonados conseguem pagar para morar em regiões mais silenciosas.

Artigo  disponível em: http://eurheartj.oxfordjournals.org/content/early/2011/01/08/eurheartj.ehq466.full

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/afp/2011/01/26/ruido-de-transito-aumenta-risco-de-derrame-em-idosos-diz-estudo.jhtm?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Estudo aponta que ruídos de tráfego afetam a saúde

O barulho excessivo do tráfego além de afetar o sono podem prejudicar a recuperação, é o que aponta um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Medicina Aeroespacial, na Alemanha, e do Departamento de Psiquiatria da Divisão de Sono e Cronobiologia da Universidade da Pensilvânia.

Os cientistas submeteram a testes de laboratório 72 pessoas, com idade entre 18 e 72 anos, durante 11 noites consecutivas. Em oito dessas noites os voluntários foram expostos a ruídos e na nona noite dormiram em silêncio. Foram reproduzidos barulhos de tráfego rodoviário, ferroviário e aéreo, sendo que o primeiro levou a fortes mudanças na estrutura do sono e da continuidade, enquanto a exposição aos dois últimos levou a uma avaliação subjetiva pior.

Dessa forma, o estudo aponta ainda para um dado interessante, o de que muitos dos participantes já estavam tão habituados ao barulho do tráfego rodoviário que não chegam a despertar durante a noite, mas que isso não significa que seu corpo esteja imune aos problemas que a exposição aos ruídos pode causar.

Fonte: http://blogboasaude.zip.net/arch2011-01-23_2011-01-29.html#2011_01-26_18_08_42-160361991-0?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Deficiência de vitamina D como fator de risco para diversas patologias

Artigo publicado pelo American Heart Association em 2009 mostrou que a deficiência de vitamina D na menopausa pode aumentar o risco de desenvolvimento de hipertensão arterial  sistólica (identificada pelo maior valor numérico verificado durante a aferição de pressão arterial). Desde então praticamente diariamente a Pubmed indexa artigos sobre o tema: Vitamina D.

Metodologia:  na pesquisa 559 mulheres que tinham em média 38 anos em 1992 foram acompanhadas por meio da aferição anual da pressão sanguínea e do nível de vitamina D no corpo. Os grupos foram controlados observando a idade, o uso de medicação para hipertensão e o tabagismo.

Aquelas mulheres que na fase pré-menopausa foram diagnosticadas no início do estudo como portadoras de déficit de vitamina D, tinham o triplo de chance de desenvolver Hipertensão arterial sistólica, após 15 anos. Quando comparadas as que tinham níveis adequados de vitamina D.
“Esse estudo é diferente de outros realizados, por acompanhar os indivíduos durante um longo tempo – o maior registrado até agora – e os resultados mostram que essa deficiência em vitamina D está ligada ao aumento do risco de pressão alta na meia-idade” afirma Flojaune Griffin, da Universidade de Michigan, EUA.

A deficiência em vitamina D entre as mulheres é um problema comum. Alguns pesquisadores indicam como causa a falta de exposição à luz do sol ou dietas restritivas e hábitos alimentares que podem não suprir a necessidade ideal da vitamina. A sintetização dessa vitamina acontece tanto na pele – pela exposição aos raios ultravioleta do sol – quanto pela ingestão diária de alimentos ricos na substância.

Um estudo recente também evidenciou que Níveis de 25-OH-vitamina-D são inversamente associados a hipertensão arterial: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21191311

Outro estudo também publicado em 2010 fez uma breve revisão sobre os efeitos anti-hipertensivos da Vitamina D e eles incluem: supressão da renina, supressão dos níveis hormonais da paratireóide, efeito renoprotetor e vasoprotetor, ação anti-inflamatória. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21090935

O American Heart Association elaborou um material sobre Correlação da Vitamina D com doenças cardiovasculares: http://www.americanheart.org/downloadable/heart/1259606448237Vitamin%20D%20and%20CVD%20INAP%20Nov%2009.pdf

Como já citado no começo do post, diariamente são publicados estudos que correlacionam a deficiência de vitamina D com diversas doenças: Síndrome metabólicaAlterações respiratórias, Câncer e déficit imunológico.

A deficiência de vitamina D está cada vez mais evidente nas pesquisas e nos pacientes. É cada vez mais comum encontrar pessoas com menos de 40 de vitamina D séricas, sendo que os trabalhos mostram que precisamos de cerca de 70 a 80nmol/L ou 30ng/mL.

Se a deficiência em adultos já é grave (vitamina D é preventivo de câncer, de diabetes, de osteoporose, e vários outros), imagine nas crianças onde o corpo está todo sendo preparado para a fase adulto e o envelhecer com saúde!?

Em 2010 surgiram novos valores para a Ingesta diária recomendada (IDR) de Vitamina D e cálcio. A seguir a nova tabela:

Fontes de Vitamina D:

1) SOL: A forma mais fácil de gerar vitamina D, e os dermatologistas que me perdoem, é a exposição ao sol, sem protetor solar, sem a interposição do vidro (por exemplo, do lado de dentro da janela, pois o vidro impede a passagem do raio UV), durante 15 minutos, 3 vezes por semana, em face, braço e colo, que chega a provocar eritema em pele.
2) Fontes alimentares (na tabela abaixo)

Infelizmente as fontes alimentares de vitamina D são apenas os peixes, ovos e fígado.

Um cáculo simples de uma dieta para uma criança entre 2 e 3 anos (pelas nodas IDRs ela precisaria de 15mcg/dia ou 600UI/dia):
  • 1 ovo tem cerca de 26UI de vitamina D que dão cerca de 0,65mcg de vitamina D.
  • 50g de sardinha (e só há boa quantidade de vitamina D em peixes gordos, mesmas fontes de ômega-3, como salmão, sardinha e atum) tem cerca de 2,5mcg de vitamina D.
Somando teriamos 3mcg, e o que ainda faltaria 12mcg para alcançar os 15mcg necessários para uma criança de 2 a 3 anos. Ou seja, a criança precisa consumir ovo e peixe quase diariamente, e para variar, trocar um destes dois por fígado, tomar sol, além de consumir algum alimento enriquecido com vitamina D.

Complicado, pois quem garante que o ovo de granja terá 20UI de Vitamina D ?
Quem garante que sardinhas "possivelmente contaminadas" tenham 2,5mcg de Vitamina D ?
Tem ainda a questão do Ovo ser alergênico...
Portanto dentre as políticas de saúde pública está a fortificação de alguns alimentos com ácido fólico e vitamina D.


Fonte: Vitamin D deficiency in younger women is associated with increased risk of high blood pressure in mid-life

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Chá verde auxilia na proteção contra doenças neurodegenerativas e cânceres

Estudo da Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha, indica que o chá verde pode proteger o cérebro de doenças como o Mal de Alzheimer e outros tipos de demência. A pesquisa foi divulgada na publicação especializada Phytomedicine.

A pesquisa também sugere que o antigo remédio chinês que tem se popularizado no mundo todo também pode ter um papel muito importante na proteção do corpo contra o câncer.

No estudo, os cientistas investigaram se as propriedades benéficas do chá verde, que já tinham sido comprovadas no chá recém-preparado e não digerido, ainda se mantinham ativas uma vez que o chá fosse digerido.

De acordo com Ed Okello, professor da Escola de Agricultura, Alimento e Desenvolvimento da Universidade de Newcastle, que liderou o estudo, a digestão é um processo vital para conseguir os nutrientes necessários, mas também significa que nem sempre os compostos mais saudáveis dos alimentos serão absorvidos pelo corpo, podendo se perder ou modificar no processo.

"O que foi realmente animador neste estudo é que descobrimos que, quando o chá verde é digerido pelas enzimas do intestino, os compostos químicos resultantes são até mais eficazes contra gatilhos importantes do Alzheimer do que a forma não digerida do chá", disse.

"Além disso, também descobrimos que os compostos digeridos (do chá verde) tinham propriedades contra o câncer, desacelerando de forma significativa o crescimento de células do tumor que usamos em nossas experiências", acrescentou, Okello.

Na pesquisa, a equipe da universidade trabalhou em conjunto com cientistas da Escócia, que desenvolveram uma tecnologia que simula o sistema digestivo humano. Graças a esta tecnologia, a equipe de Newcastle conseguiu analisar as propriedades protetoras dos produtos da digestão do chá.

Chás verde e preto

Dois compostos já são conhecidos por seu papel importante no desenvolvimento do Alzheimer, o peróxido de hidrogênio e uma proteína conhecida como beta-amiloide.

Pesquisas anteriores mostraram que compostos conhecidos como polifenóis, presentes nos chás verde e preto, tem propriedades neuroprotetoras, pois se ligam a compostos tóxicos e protegem as células do cérebro. Quando ingeridos, os polifenóis são quebrados e produzem uma mistura de compostos. Foram estes compostos que os cientistas de Newcastle testaram.

"É uma das razões pela qual temos que ser tão cuidadosos quando fazemos afirmações a respeito dos benefícios para a saúde de vários alimentos e suplementos", disse Okello. "Existem certos compostos químicos que sabemos que são benéficos e podemos identificar alimentos que são ricos nestes compostos, mas o que acontece durante o processo de digestão é crucial para saber se estes alimentos estão mesmo nos fazendo bem", afirmou.

Proteção de células

Os cientistas usaram modelos de células de tumor, expondo estas células a várias concentrações de diferentes toxinas e aos compostos do chá verde digerido. "Os compostos químicos digeridos (do chá) protegeram as células (saudáveis), evitando que fossem destruídas pelas toxinas", disse Okello.

"Também observamos que eles afetaram células cancerosas, desacelerando de forma significativa seu crescimento. O chá verde é usado há séculos na medicina tradicional chinesa, e o que temos aqui dá provas científicas do porquê pode ser eficaz contra algumas das doenças mais importantes que enfrentamos hoje", acrescentou o pesquisador.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4876653-EI8147,00-Estudo+cha+verde+protege+contra+Alzheimer+e+cancer.html

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Primeiro relatório sobre comercialização de agrotóxicos no país é lançado pelo Ibama

A partir de 2008 o Brasil assumiu o posto de maior mercado consumidor de agrotóxicos no mundo. As vendas do produto somaram U$$ 7, 125 bilhões, diante U$$6, 6 bilhões do segundo colocado, os Estados Unidos, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). O uso de agrotóxicos é parte fundamental do modelo agrícola que apresenta elevados índices de produtividade. Seu impacto social e ambiental demanda constante preocupação por parte da sociedade, esclarece o texto do relatório sobre comercialização de agrotóxicos lançado recentemente pelo Ibama.

A publicação Produtos agrotóxicos e afins comercializados em 2009 no Brasil é um novo instrumento de gestão pública e de informação para a sociedade sobre quais são os produtos mais usados, onde estão sendo comercializados e os índices de toxicidade ao meio ambiente dos princípios ativos autorizados. Organizado pela Coordenação Geral de Avaliação de Substâncias Químicas da Diretoria de Qualidade Ambiental, o relatório é uma obrigatoriedade legal estabelecida no art. 41 do Decreto 4.074 de 2002.

A sistematização e divulgação dessas informações são fundamentais para o conhecimento do emprego dos agrotóxicos pela agricultura e pelo setor produtivo brasileiro. Os dados agora acessíveis vão auxiliar o governo nas decisões regulatórias, na fiscalização e na autorização de estudos para o registro de alternativas menos impactantes. O relatório também vai permitir uma melhor definição de prioridades na escolha das substâncias para avaliação de impactos ambientais, como contaminação das águas e efeitos adversos na fauna.

O Coordenador Geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, Márcio Freitas, atribui ao relatório dois aspectos fundamentais: “São informações que auxiliam tanto o usuário como o pesquisador e que vão permitir ao poder público uma maior capacidade de regulação sobre a indústria”.

Histórico - Desde 1998, três órgãos estão envolvidos no processo de comercialização de produtos agrotóxicos no Brasil. Cada um deles faz uma avaliação distinta: cabe ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) verificar a pertinência e eficácia do produto, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avaliar os impactos do produto sobre a saúde humana e ao Ibama compete analisar as implicações do agrotóxico no meio ambiente.

O Ibama desenvolveu uma metodologia para definir a ecotoxicidade de cada ingrediente ativo de um produto. Por meio de ensaios físicos, químicos e biológicos são avaliados a mobilidade (em terra, ar e água), a persistência e a capacidade de acúmulo do agrotóxico e então é estabelecida uma classificação de periculosidade que varia em quatro níveis: I, II, III, IV, em ordem descrente, sendo o quarto nível o de mais baixa periculosidade. Há ainda as características impeditivas de registro determinadas pela legislação, as quais são avaliadas e quando presentes no produto impedem que o pedido de registro seja deferido e a comercialização não é autorizada.

Compete ainda ao Ibama fazer a reavaliação de produtos em uso quando há indícios de dano ao meio ambiente, procedimento de reanálise que pode culminar seja na restrição de uso ou até no banimento do produto. A iniciativa para a reavaliação de um princípio ativo poderá partir de várias fontes, como de um dos três órgãos envolvidos, de uma pesquisa universitária, de um episódio de contaminação que suscite uma nova investigação, da observância de resistência ao produto comprometendo sua eficácia, entre outros fatores. A reavaliação será conduzida pelo Ibama quando a motivação for relativa a aspectos ambientais.

Os procedimentos para o processo de reavaliação no Ibama estão regulamentados pela Instrução Normativa n° 17 de maio de 2009. O primeiro passo é a abertura de um processo público em que é declarado que determinado produto está sendo reavaliado. Durante trinta dias os interessados podem se manifestar. Após avaliar as contribuições e justificativas, o Ibama conclui em parecer técnico elaborado por uma comissão conjunta com Mapa e Anvisa sobre a viabilidade ou não da permanência de um agrotóxico no mercado brasileiro.

Recentemente foi banido do país o ingrediente ativo Metamidofós após pesquisas concluírem haver risco sobre a saúde humana. A Resolução determinando o phase out (banimento) do produto foi publicada no Diário Oficial da União em 14 de janeiro de 2011. Um outro ingrediente ativo, o Acefato, também está passando por processo de reavaliação.

As empresas detentoras de registro são obrigadas a apresentar semestralmente ao Ibama e aos demais órgãos envolvidos no registro de agrotóxicos as informações sobre a comercialização do produto. Os dados relativos ao segundo semestre de 2010 podem ser entregues até 31/01/2011. Portanto, o próximo relatório, referente ao ano de 2010, deverá estar concluído no decorrer deste ano.

Para acessar o relatório clique aqui.

Fonte: http://revistaecologica.com/index.php?option=com_content&view=article&id=812:primeiro-relatorio-sobre-comercializacao-de-agrotoxicos-no-pais-e-lancado-pelo-ibama&catid=57:agrotoxicos

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A polêmica do espinafre

O consumo do espinafre aumenta a cada dia que passa. O famoso marinheiro Popeye, faz propaganda do alimento, dando a entender que quem come espinafre está sempre forte e pronto para superar qualquer obstáculo. O que poucos sabem, é que no mesmo país de origem do desenho (Estados Unidos), há algumas décadas atrás, a ingestão de leite batido com espinafre (o objetivo era enriquecer a bebida com ferro), causou a morte de crianças recém-nascidas.

A doença ficou conhecida como doença do branco do olho azul, pois o branco dos olhos ficava dessa cor. Posteriormente, descobriu-se que a presença do espinafre no leite era a causadora da tragédia, mas na época (1951) o fato foi encoberto e o desenho do marinheiro Popeye continuou a ser exibido.

Por que devemos tomar cuidado com o espinafre

O espinafre é um dos alimentos vegetais que mais contém cálcio e ferro. Entretanto, esses dois minerais são pouquíssimo aproveitados pelo nosso corpo, já que o alto teor de ácido oxálico no vegetal inibe a absorção e a boa utilização desses minerais pelo nosso organismo.

Os estudos mostram também que o ácido oxálico do espinafre pode interferir com a absorção do cálcio presente em leites e seus derivados.

Esse fato sugere que o espinafre em uma refeição pode reduzir a biodisponibilidade de cálcio de outras fontes que são consumidas ao mesmo tempo. Por isso, se no seu almoço você comeu uma torta de queijo com espinafre, tenha certeza que grande parte do cálcio do queijo não foi utilizada pelo seu organismo.
Outra grande preocupação é o possível efeito tóxico que a ingestão de grandes quantidades dos fatores antinutricionais presentes na planta pode causar nas pessoas.

Com o objetivo de avaliar todos esses problemas, uma pesquisa, que resultou em uma tese de mestrado, foi desenvolvida na ESALQ/USP sob minha orientação. O estudo intitulado "Avaliação química, protéica e biodisponibilidade de cálcio nas folhas de couve-manteiga, couve-flor e espinafre" teve como objetivos verificar se determinadas plantas podiam ser utilizadas na dieta humana, sem causarem prejuízos à saúde e o bem-estar do indivíduo.

A pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP)

As folhas estudadas foram adquiridas no comércio local e a folha de espinafre foi também adquirida de outros dois locais: da Fazendinha da UNIMEP e da horta do Departamento de Horticultura da ESALQ/USP. Essas folhas foram lavadas, secas em estufa e moídas. A seguir, foram acrescentadas nas dietas que foram avaliadas durante o ensaio experimental com duração de 30 dias.

Resultados

Os resultados começaram a impressionar quando verificamos os teores dos dois fatores antinutricionais investigados: ácido fítico e oxálico. A folha de espinafre apresentou valores muito altos em relação às demais. Como conseqüência desse fato, os animais alimentados com a folha de espinafre morreram na primeira semana, e portanto, não puderam ser avaliados até o final do estudo. Várias tentativas foram feitas, utilizando dietas com folhas de espinafre cozidas (acreditávamos que o calor pudesse destruir os fatores tóxicos presentes) ou folhas de espinafre provenientes de outros locais (livres de agrotóxicos que pudessem ter influência).

Contudo os mesmos resultados repetiram-se, ou seja, houve a morte dos animais com hemorragia, tremores e perda de peso. Os rins dos animais mortos foram retirados e analisados pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba/UNICAMP. De acordo com o laudo apresentado pelo Departamento de Patologia, foi comprovado inchaço renal, indicando uma nefrotoxidade, edema celular e depósito de substâncias aparentemente cristalizadas nos túbulos renais, o que provoca disfunção renal.

De acordo com vários pesquisadores, a explicação provável estaria na presença do ácido oxálico no alimento, que além de causar um balanço negativo de cálcio e ferro, em doses superiores a 2g/Kg de peso, pode causar toxicidade nos rins. Já o ácido fítico, quando na proporção de 1% na dieta, seria o responsável pela redução do crescimento dos animais jovens. Na década de 80, estudos já atribuíam ao ácido oxálico sintomas como lesões corrosivas na boca e trato-intestinal, hemorragias e cólica renal, causados pela ingestão de plantas ricas nesta substância. De acordo com esses mesmos estudos, o espinafre que possui a relação de ácido oxálico/cálcio superior a 3, deve ser evitado. Na nossa pesquisa isso foi observado.

Com relação às demais folhas, couve-manteiga e couve-flor, não foi observado nenhum efeito tóxico, verificando-se que a melhor biodisponibilidade e retenção de cálcio nos ossos (73%) ocorreu nos animais que ingeriram a dieta contendo couve-manteiga.

Os resultados desse estudo nos levam a acreditar que o consumo de espinafre deve ser substituído por outros vegetais folhosos, já que os efeitos proporcionados pela ingestão das substâncias antinutricionais presentes na folha, podem ser prejudiciais à absorção de nutrientes importantes para nossa saúde, e essas mesmas substâncias podem causar sérios problemas tóxicos.

Os resultados também sugerem que além da grande presença de ácido oxálico e fítico, provavelmente a folha do espinafre contenha outras substâncias tóxicas, que supostamente levaram à óbito os animais do estudo, bem como causaram o incidente com os recém-nascidos nos Estados Unidos. Essas substâncias, ainda não identificadas, exerceriam ações tóxicas em pessoas mais sensíveis e levariam a chamada "doença do branco do olho azul". Fica claro, portanto, a necessidade de mais estudos elucidativos a respeito do assunto.

Finalizando, a minha dica é que todos procurem dar preferência a outros vegetais folhosos em substituição ao espinafre: a couve, brócolis, folha de mostarda, agrião, as folhas de cenoura, beterraba e couve flor e leguminosas como os feijões, ervilhas, lentilhas e soja são as melhores opções para quem quer consumir fontes alternativas de cálcio e ferro.

* Profª. Titular de Vida Saudável da ESALQ/USP/Campus Piracicaba. Autora dos livros: "Previna Doenças. Faça do Alimento o seu Medicamento" e "Pharmácia de Alimentos. Recomendações para Prevenir e Controlar Doenças", editora Madras.

Fonte: http://www.portalverde.com.br/alimentacao/perigos/espinafre.htm

Exposição ao Chumbo e PCBs são fatores de risco pra Déficit de Atenção com Hiperatividade em crianças

Um estudo feito pela Universidade de Illinois nos EUA revisou as evidências que quimicos ambientais, particularmente bisfenilos policlorados (PCBs) e chumbo são associados ao déficit de funções neurocomportamentais, que por sinal também estão prejudicadas no Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O déficit de atenção com hiperatividade é a desordem de comportamento mais diagnosticada em crianças na atualidade. Para ler mais sobre o tema, leia esse outro post do blog.

O estudo avaliou bases de dados para buscar uma correlação. Os pesquisadore encontraram dados que exposição de crianças e animais de laboratório a chumbo ou PCBs levam a apresentação de déficit em muitos aspectos da função da atenção e executiva, e que também tem sido mostrada falha em crianças com desordem de atenção, incluindo testes de trabalho de memória, inibição da resposta, vigilância e alerta.

Os estudos conduzem a dados que sugerem que chumbo pode reduzir tanto a atenção quanto à resposta, enquanto PCBs podem levar è diminuição da atenção. Baixo nível de exposição a chumbo tem sido associado com diagnóstico clinico de desordem de atenção em vários estudos recentes. Estudos semelhantes com PCBs não foram realizado.s

O estudo conclui que contaminantes ambientais, incluindo chumbo e PCBs podem aumentar a prevalência de TDAH.

Artigo: Lead and PCBs as risk factors for attention deficit/hyperactivity disorder.
Autores: Eubig PA, Aguiar A, Schantz SL.
Periódico: Environ Health Perspect.
Data: Dezembro de 2010.
Disponível para download em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3002184/?tool=pubmed

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Por que o Chocolate protege contra doenças cardiovasculares?

Vários estudos já afirmavam que o cacau tem um efeito protetor contra doenças cardiovasculares. Mas por quê? A razão para isso foi descoberta por pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia.

Os pesquisadores escolheram 16 voluntários – 10 homens e 6 mulheres – saudáveis para o estudo. As idades variaram entre 20 e 45 anos. Nenhum dos participantes fumava, e eles não puderam tomar nenhum tipo de farmacêuticos por duas semanas. Durante os últimos dois dias, eles também não puderam comer chocolate ou comer e beber qualquer coisa que continha compostos similares, incluindo muitos tipos de frutas, café, chá ou vinho.

Os pesquisadores pediram ao grupo de voluntários que comessem um pedaço grande de chocolate amargo. Cada participante comeu 75 gramas de chocolate amargo, com um teor de cacau de 72%.

Os cientistas descobriram que o chocolate pode inibir uma enzima do corpo conhecida por elevar a pressão arterial. Para analisar o que acontecia com essa enzima, chamada ECA ou ACE (Enzima conversora de angiotensina). A ECAdesempenha um papel importante no sistema hormonal que regula a excreção de água dos rins, ou seja, está envolvida no equilíbrio de fluidos do corpo e também na regulação da pressão arterial. Altos níveis de atividade da ECA têm sido associados com o endurecimento das artérias e outras doenças cardiovasculares.

Amostras de sangue foram colhidas de cada voluntário antes e depois deles comerem o chocolate, em meia hora, uma hora e três horas.

Na amostra colhida três horas depois, houve uma significativa inibição da atividade da ECA. A média de atividade foi 18% inferior a média de atividade antes da dose de cacau, totalmente comparável ao efeito de medicamentos que inibem a ECA, e são usados como uma primeira opção de tratamento para a pressão arterial elevada.

Quando as atividades da enzima diminuem, a pressão arterial também diminui com o tempo. Como esperado, esse efeito não foi encontrado nos participantes. Para demonstrar isso, o estudo teria de continuar por um longo período.

O objetivo dos pesquisadores não é a concepção de novos produtos farmacêuticos. Segundo eles, as descobertas indicam que as mudanças no estilo de vida das pessoas, com a ajuda de alimentos que contêm grandes concentrações de catequinas e procianidinas, podem prevenir doenças cardiovasculares.

Os pesquisadores já haviam descoberto que o chá verde também inibe a enzima ECA, envolvida no equilíbrio hídrico do corpo e na regulação da pressão arterial. Agora, eles querem estudar os efeitos do cacau, uma vez que as substâncias estão relacionadas

Artigo: Effects of Cocoa Extract and Dark Chocolate on Angiotensin-Converting Enzyme and Nitric Oxide in Human Endothelial Cells and Healthy Volunteers.
Autores: Ingrid A-L Persson, Karin Persson, Staffan Hägg, Rolf G G Andersson.
Periódico: Journal of Cardiovascular Pharmacology
Data: 2010
Disponível em: 10.1097/FJC.0b013e3181fe62e3

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Prós e os contras de se consumir alimentos orgânicos

A revista Veja traz, em sua edição nº 2192, uma série especial de reportagens sobre alimentação. Entre elas está a matéria “Os orgânicos em pratos limpos”, que analisa os prós e os contras de se consumir alimentos isentos de agrotóxicos.

De acordo com o texto, os prós dizem respeito ao melhor valor nutritivo. Algumas pesquisas evidenciaram que produtos orgânicos tendem a conter maior teor de micronutrientes como ferro, manganês e ácidos graxos poli-insaturados, além de maior quantidade de compostos bioativos e algumas vitaminas, que previnem contra o surgimento de doenças como o câncer. Mas, talvez o maior dos pontos positivos, independentemente do valor nutricional, que parece estar muito mais relacionado ao solo, seja o fato de os produtos orgânicos serem livres de agrotóxicos.

Para alguns, a exposição do homem a substâncias como inseticidas, herbicidas, fungicidas, entre outros agrotóxicos, somente é prejudicial à saúde dos envolvidos com o cultivo, como os agricultores e familiares. Mas, e ainda bem, há os que acreditam que a presença de resíduos desses produtos nos alimentos também é prejudicial à saúde dos que os consomem. Ao contrário do que cita a reportagem, já existem evidências suficientes que suportem a afirmação de que o consumo de agrotóxicos através dos alimentos pode levar ao surgimento de câncer. Tanto que foram criados, e continuam sendo, órgãos governamentais para análise e controle dos níveis dessas substâncias nos alimentos, assim como para sua certificação como um produto orgânico.

Em 2009, a ANVISA analisou os vinte itens vegetais mais consumidos pela população brasileira, incluindo arroz, feijão, tomate, alface, pimentão, laranja, maçã, e outros; e identificou que, em praticamente todos os itens, havia uso de agrotóxicos não autorizados para aquela planta, quantidade excessiva de algumas substâncias inadequadas, ou as duas coisas. Se fossem inofensivos ao consumo humano, não haveria tanta preocupação acerca de sua presença nos alimentos. A prova para tal são os agrotóxicos que, antes permitidos, passam a se tornar proibidos e a sua utilização banida.

Uma coisa é fato. Produzir alimentos é caro. Não se pode correr riscos. Produtos agrotóxicos mais avançados, menos tóxicos, são mais caros que os mais antigos. Portanto, por muitas vezes, os produtores optam por soluções menos saudáveis para eles e para os consumidores finais, porém mais lucrativas. Produzir alimentos orgânicos tampouco é uma prática barata. Segundo especialistas, no preço estão embutidos os custos com a certificação, com uma produção menor por hectare e com a mão de obra. Talvez este seja o maior dos contras descritos pela reportagem: o preço dos produtos orgânicos. No entanto, o Instituto de Defesa do Consumidor constatou, em uma pesquisa realizada este ano, que se o produto estiver na época de sua safra, pode custar até mais barato que o convencional. Mas isso implica em dois contras descritos pela matéria: se submeter às estações do ano e tempo para pesquisar preços.

Mais uma vez, a solução para um problema que representa uma ameaça à saúde esbarra em um entrave completamente, absolutamente, incontestavelmente impossível de ser resolvido: o tempo para se dedicar à própria alimentação. Dizer que os produtos orgânicos são mais caros e inacessíveis a todas as classes sociais até vai, salvo às observações feitas de que podem ser mais baratos em algumas ocasiões. Para esse contra a reportagem traz, em sua tentativa mais bem sucedida de ser feliz, a dica de substituir pelo menos os itens mais consumidos pela família, pela versão isenta de agrotóxicos. Mas para o contra “falta de tempo” não há solução.

Dizer que a justificativa para o baixo consumo de alimentos orgânicos é a falta de tempo para procurar esses produtos, pesquisar preços e ter acesso a informações sobre as safras é, mais uma vez, minimizar a importância da alimentação para a saúde.

Inacreditavelmente, o consumo de aparelhos eletrodomésticos, desses que é só apertar um botão que está tudo pronto, vem aumentando absurdamente no Brasil e, acreditem, não somente nas classes sociais mais providas de recursos financeiros. Já temos mais telefones celulares do que fixos nas residências e o número de linhas telefônicas móveis já ultrapassam o número de habitantes do país. Sem falar que não basta ter um aparelho celular, ele tem que ser trocado todo ano, representando uma extensão do corpo humano.

O brasileiro também não é mais um excluído digital. Quase toda a população já tem acesso, de alguma forma, ao computador e à internet. Agora não basta ter um desktop em casa, é necessário um notebook, na mesma proporção que um órgão vital do corpo. Também nos organizamos melhor e agora já é possível assistir toda à programação da televisão, sem falar que conseguimos tempo e dinheiro para acompanhar por três meses inteirinhos a vida de pessoas confinadas em reality show, pela TV a cabo! E, mais recentemente, em um exemplo de otimização do tempo sem precedentes, conseguimos permanecer na frente do computador por duas horas, diariamente.

É um avanço indiscutível. Mas representa, na verdade, a prova de que, quando há interesse, seja por parte das políticas públicas, da mídia, da indústria ou da população, novos hábitos podem sim ser formados e aderidos por todos. Basta ter boa vontade!

Alimentos orgânicos são mais caros sim, alguns difíceis de serem encontrados a depender da localidade. Portanto, ainda representam uma meta difícil de ser atingida por todos. Mas cabe aos profissionais de saúde, enquanto educadores, orientar a população a substituir, pelo menos, os alimentos mais consumidos; informar as pessoas onde comprar os produtos livres de agrotóxicos; ensinar quais alimentos consumir de acordo com a safra, para otimizar os preços; além, é claro, de incentivar hábitos alimentares saudáveis, em detrimento de outra qualquer prática. Também é nosso dever, enquanto cidadãos, cobrar políticas públicas que venham a facilitar o acesso da população a alimentos saudáveis, livres de substâncias nocivas, ao invés de divulgar que a justificativa para o aumento do sobrepeso, da obesidade e do câncer é a falta de tempo e dinheiro da sociedade moderna.

*Texto elaborado pela Dra. Camila Almeida Menezes, aluna bolsista do curso de Pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria Nutricional/ Divisão Ensino e Pesquisa.

Fonte: http://www.vponline.com.br/blog/home.php/

Contaminação ambiental e grávidas

Segundo um estudo feito pela Universidade da Califórnia (UCLA) e divulgado semana passada pelo Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental dos Estados Unidos, a grande maioria das mulheres grávidas possuem no organismo substâncias químicas potencialmente danosas para a própria saúde e do concepto.

Background: O estudo avaliou dados de monitorização do National Health and Nutritional Examination Survey (NHANES) para caracterizar tanto exposição individual ou múltipla em gestantes americanas.

Metodologia: O estudo utilizou 268 gestantes (no período de 2003-2004) e avaliou 163 analitos químicos em 12 classes quimicas. Para cada analito quimico, foi calculado descritivo estatístico. Os autores calcularam o numero de produtos quimicos detectados dentro das classes químicas de:
  1. Éteres difenil polibromados (PBDEs): PBB-153; PBDE-17; PBDE-28; PBDE-47; PBDE-66; PBDE-85; PBDE-99; PBDE-100; PBDE-153; BDE-154; PBDE-183. O que eles fazem: PBDEs são um grupo de químicos utilizados como anti-inflamáveis, o que significa que eles reduzem a possibilidade de um material pegar fogo ou diminuem a velocidade da queima. Onde são encontrados: PBDEs são encontrados em TVs, computadores, insulação de cabos e espuma de móveis. Ao longo do tempo, TVs e outros produtos liberam PBDEs que se acumula na poeira. Mais de 56 milhões de PBDEs são produzidos anualmente no mundo e eles não se desintegram facilmente. Como estamos expostos: Engolir poeira contaminada com PBDE e o contato com essa poeira são as duas principais rotas do químico para nosso corpo, eles depois se acumulam no tecido adiposo. Podemos também nos expor pela comida ou água. Bebês recém-nascidos que são amamentados estão expostos aos PBDEs pelo leite da mãe e possuem uma exposição maís alta comparada ao seu peso, seguida de bebês e crianças pequenas de acordo com dados do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (Centers for Disease Control and Prevention). Níveis em humanos têm crescido rapidamente desde que os PBDEs foram introduzidos nas décadas de 1960 e 1970. Efeitos na saúde: PBDEs acumulam no corpo. Testes toxicológicos mostram que o PBDEs podem danificar o fígado e os rins e afetar o cérebro e o comportamento, de acordo com o EPA. Regulamentação nos Estados Unidos: Em dezembro o EPA classificou os PBDEs como “químicos preocupantes”. O que você pode fazer para diminuir sua exposição: Evite comprar produtos que sejam anti-inflamáveis e não deixe poeira acumular em sua casa.
  2. Compostos perfluorados (PFCs): Perfluorooctanoic acid (PFOA); Perfluorooctane sulfonic acid (PFOS); Perfluorohexane sulfonic acid (PFHxS); 2-(n-Ethyl-perfluorooctane sulfonamido) acetic acid (Et-PFOSA-AcOH); 2-(n-Methyl- perfluorooctane sulfonamido) acetate (Me-PFOSA-AcOH); Perfluorodecanoic acid (PFDeA); Perfluorobutane sulfonic acid (PFBuS); Perfluoroheptanoic acid (PFHpA); Perfluorononanoic acid (PFNA); Perfluorooctane sulfonamide (PFOSA); Perfluoroundecanoic acid (PFUA); Perfluorododecanoic acid (PFDoA).  O que faz: O PFOA é usado na produção de Teflon e milhares de outros produtos não aderentes e resistentes a manchas e à água. Onde é encontrado: O PFOA está presente no Teflon e em outros revestimentos não aderentes e resistentes a manchas ou à água. Esses revestimentos são usados em equipamentos culinários, roupas resistentes à água, móveis, carpetes e milhares de outras aplicações industriais. O PFOA também pode se formar na quebra ou degradação desses produtos. Como estamos expostos: Respirando ar contaminado e comendo bebidas e alimentos contaminados. Alguns pesquisadores afirmam que panelas não aderentes soltam vapores de PFOA que contaminam a comida preparada. Efeitos na saúde: Quase todas as pessoas possuem PFOA em seu sangue. O PFOA causa câncer e problemas de desenvolvimento em animais de laboratório. O EPA concluiu em sua pesquisa que o PFOA provavelmente é carcinogênico mas as pesquisas não foram suficientes para determinar seu potencial carcinogênico em humanos. Regulamentação nos Estados Unidos: O PFOA é considerado um “químico preocupante”pelo EPA. O que você pode fazer para diminuir sua exposição: O EPA não recomenda nenhuma ação para diminuir a exposição ao PFOA. Você pode reduzir sua exposição usando panelas de aço inox ou ferro. Caso utilize panelas não aderentes, não as esquente demasiadamente, pois podem liberar gases tóxicos.
  3. Bifenilo policlorados (PCBs): PCB-28;PCB-44;PCB-49;PCB-52;PCB-66;PCB-74;PCB-81;PCB-87;PCB-99;PCB-101;PCB-105;PCB-110;PCB-118;PCB-126;PCB-128;PCB-138;PCB-146;PCB-149;PCB-151;PCB-153;PCB-156;PCB-157;PCB-167;PCB-169;PCB-170;PCB-172;PCB-177;PCB-178;PCB-180;PCB-183;PCB-187;PCB-189;PCB-194;PCB-195;PCB-196;PCB-199;PCB-203;PCB-206;PCB-209
  4. Dioxinasfuranos policlorados: 1,2,3,7,8-Pentachlorodibenzo-ρ-dioxin (PeCDD); 1,2,3,4,7,8-Hexachlorodibenzo-ρ-dioxin (HxCDD); 1,2,3,6,7,8-Hexachlorodibenzo-ρ-dioxin (HxCDD); 1,2,3,7,8,9-Hexachlorodibenzo-ρ-dioxin (HxCDD); 1,2,3,4,6,7,8-Heptachlororodibenzo-ρ-dioxin (HpCDD); 1,2,3,4,6,7,8,9-Octachlorodibenzo-ρ-dioxin(OCDD); 2,3,7,8-Tetrachlorodienzo-ρ-dioxin (TCDD); 2,3,7,8,-Tetrachlorodibenzofuran (TCDF); 1,2,3,7,8-Pentachlorodibenzofuran (PeCDF); 2,3,4,7,8-Pentachlorodibenzofuran (PeCDF); 1,2,3,4,7,8-Hexachlorodibenzofuran (HxCDF); 1,2,3,6,7,8-Hexachlorodibenzofuran (HxCDF); 1,2,3,7,8,9-Hexachlorodibenzofuran (HxCDF); 2,3,4,6,7,8-Hexchlorodibenzofuran (HxCDF); 1,2,3,4,6,7,8-Heptachlorodibenzofuran (HpCDF); 1,2,3,4,7,8,9-Heptachlorodibenzofuran (HpCDF); 1,2,3,4,6,7,8,9-Octachlorodibenzofuran (OCDF)
  5. Pesticidas organoclorados: Aldrin e Dieldrin; Oxychlordane; Heptachlor epoxide; trans-Nonachlor; Dichlorodiphenyltrichloroethane (DDT); p,p’ - Dichlorodiphenyltrichloroethane (DDT); p,p’ - Dichlorodiphenyldichloroethene (DDE); o,p’ - Dichlorodiphenyltrichloroethene; Endrin; Hexachlorobenzene; beta- Hexachlorocyclohexane; gamma- Hexachlorocyclohexane (Lindane); Mirex.
  6. Pesticidas organofosforados: Dimethylphosphate (DMP); Diethylphosphate (DEP); Dimethylthiophosphate (DMTP); Diethylthiophosphate (DETP); Dimethyldithiophosphate (DMDTP); Diethyldithiophosphate (DEDTP).
  7. Fenóis ambientais: Bisphenol-A; Triclosan; Benzophenone-3; 4-tert-Octylphenol
  8. Ftalatos:  Mono-benzyl phthalate (MBzP); Mono-isobutyl phthalate (MiBP); Mono-n-butyl phthalate (MnBP); Mono-cyclohexyl phthalate (MCHP); Mono-ethyl phthalate (MEP); Mono-2-ethylhexyl phthalate (MEHP); Mono-(2-ethyl-5-hydroxyhexyl) phthalate (MEHHP); Mono-(2-ethyl-5-oxohexyl) phthalate (MEOHP); Mono-(2-ethyl-5-carboxypentyl) phthalate (MECPP); Mono-isononyl phthalate (MiNP); Mono-methyl phthalate (MMP);  Mono-(3-carboxypropyl) phthalate (MCPP); Mono-n-octyl phthalate (MOP).  O que eles fazem: Essa família de químicos torna o plástico mais maleável. Eles também são usados como conectores de químicos. Onde são encontrados: Xampus, condicionadores, sprays de cabelo, perfumes, colônias, sabão, esmalte de unha, cortinas de plástico de banheiro, cânulas médicas, bolsa para administração intravenosa, pisos de vinil, papéis de parede, embalagens alimentares e revestimento externo de capsulas programadas farmacêuticas. Como estamos expostos: Ftalatos são absorvidos pela no uso de produtos de higiene pessoal, ingerido em medicamentos, alimentos, água e poeira. Recém-nascidos podem ser expostos através do uso de xampus, loções e talcos. Fetos podem ser expostos ainda na barriga. Virtualmente todos estão expostos aos ftalatos. Efeitos na saúde: Um novo estudo feito pelo Mount Sinai Center for Children’s Environmental Health and Disease Prevention Research revelou uma associação estatística entre a exposição pré-natal de ftalatos e a incidência de ADHD – Transtorno do déficit de Atenção/Hiperatividade anos depois. Ftalatos são considerados interferentes endócrinos e estudos também revelaram uma associação estatística entre a exposição aos ftalatos e o desenvolvimento sexual masculino. Pesquisas também observaram que os ftalatos interferem no desenvolvimento reprodutivo em animais do sexo masculino em laboratório. Regulamentação nos Estados Unidos: Ftalatos estão na lista de “químicos preocupantes”do EPA. O FDA permite o uso de ftalatos em embalagens alimentares. O governo americano proibiu no ano passado o uso de 6 ftalatos na fabricação de brinquedos e produtos infantis. O que você pode fazer para diminuir sua exposição: Evite xampus, condicionadores e outros produtos de higiene pessoal que listem “fragrância”como um ingrediente. Elas podem conter ftalatos. (Empresas não precisam divulgar o ingrediente das fragrâncias e a indústria afirma que esse ftalato é seguro.) O governo americano recentemente eliminou uma fonte de exposição ao proibir a venda de brinquedos que contenham qualquer um dos 6 ftalatos.
  9. Compostos orgânicos voláteis (VOCs): Benzene; Chlorobenzene; 1,2-Dichlorobenzene; 1,3-Dichlorobenzene; 1,4-Dichlorobenzene; 1,2-Dibromo-3-chloropropane; 2,5-Dimethylfuran; Ethylbenzene; Dichloromethane (Methylene chloride); Trichloroethene; Tetrachloroethene; Dibromomethane; 1,1-Dichloroethane; 1,2-Dichloroethane; 1,1-Dichloroethene; cis-1,2-Dichloroethene; trans-1,2-Dichloroethene; 1,2-Dichloropropane ; 1,1,1-Trichloroethane; 1,1,2-Trichloroethane; 1,1,2,2-Tetrachloroethane; Tetrachloromethane (Carbon tetrachloride); Hexachloroethane; Methyl tert-butyl ether (MTBE); Nitrobenezene; Styrene; Toluene; o-Xylene; m- and p-Xylene; Bromodichloromethane; Dibromochloromethane; Tribromomethane (bromoform); Trichloromethane (chloroform). Os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) podem ser definidos como todos os compostos contendo carbono e que  participam de reações fotoquímicas na atmosfera, excluindo carbono elementar, monóxido e dióxido de carbono dentre outros. Estes compostos constituem uma classe de poluentes do ar emitidos na atmosfera predominantemente pela frota veicular (combustão de combustíveis fósseis e perdas evaporativas) e por processos industriais. Ultimamente, os COVs vêm sendo mais estudados devido aos problemas que podem acarretar ao meio ambiente, dentre os quais destacam-se a toxicidade intrínseca que alguns desses compostos apresentam aos seres vivos, além de outros prejuízos oriundos da formação fotoquímica de substâncias oxidantes.
  10. Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos: 2-Hydroxyfluorene; 3-Hydroxyfluorene; 9-Hydroxyfluorene; 1-Naphthol; 2-Naphthol; 1-Hydroxyphenanthrene; 2-Hydroxyphenanthrene; 3-Hydroxyphenanthrene; 4-Hydroxyphenanthrene; 1-Hydroxypyrene. Tem ação cancerígena bem estabelecida,nefrotoxicidade in vitro, imunotoxicidade, cardiotoxicidade (lesão endotelial), infertilidade.
  11. Cotinine
  12. Perclorato
  13. Metais: Cádmio, Chumbo e mercúrio
Foi comparado as concentrações do analito quimico para grávidas e não grávidas usando métodos estatísticos, ajustando para covariantes demográficas e fisiológicas. O percentual de mulheres grávidas com níveis detectáveis de um ou mais pesticidas variaram de 0 a 100%. 
Alguns Bifenilo policlorados (PCBs), Pesticidas organoclorados e fosforados, Compostos perfluorados (PFCs, Fenóis ambientais (Bisfenol-A,Triclosan; Benzophenone-3; 4-tert-Octylphenol), Éteres difenil polibromados (PBDEs); Fftalatos, Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos e Percloratos foram detectados em 99 a 100% das mulheres grávidas.




























BPA – BISFENOL-A

O que faz: BPA é um polimero usado na fabricação de plástico policarbonato, leve, transparente, resistente ao calor e quase inquebrável. É também usado em resinas epoxy.
Onde é encontrado: Garrafas de água, mamadeiras, embalagens plásticas para acondicionamento de alimentos reutilizáveis, talheres plásticos, copos infantis, revestimento interno (resina epóxi) em latas, tampas de jarras, CDs, equipamentos elétricos e eletrônicos e seladores dentais.
Como estamos expostos: Ao consumir alimentos ou bebidas acondicionadas em embalagens que contenham BPA. Crianças e bebês também podem se expor no contato com materiais que contenham BPA pela mão e depois a boca. O BPA também migra de seladores dentais em bocas de pacientes. Fetos são expostos já na barriga da mãe. Quase todos já se expos alguma vez na vida. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças no Estados Unidos encontrou BPA na urina de 93% das pessoas testadas.
Efeitos na saúde: O Conselho Americano da Indústria Química (American Chemistry Council), afirma que a exposição é tão baixa que não prejudica a saúde. Um estudo de 5 anos promovido pela organização Kaiser Permanente com trabalhadores chineses revelou a associação de altas doses de exposição ao BPA à redução na atividade sexual de homens. Essa pesquisa, juntamente com estudos recentes, sugere que o BPA é um potencial cancerígeno que atua como o estrogênio, hormônio feminino e interfere no extremamente delicado sistema endócrino. De acordo com o FDA (Food and Drug Administration), esses estudos sugerem que o BPA pode afetar o cérebro, o comportamento e a glândula da próstata em fetos, bebês e crianças.
Regulamentação nos Estados Unidos: O BPA foi declarado recentemente como um químico preocupante, uma das cinco substâncias que a agência está focando para obter maiores esclarecimentos e possivelmente uma regulamentação mais rígida. (As outras substâncias são: ftalatos, parafinas cloradas de cadeia curta, PBDEs e químicos perfluorados incluindo o PFOA). O FDA permite o uso do BPA em embalagens alimentares
O que você pode fazer para diminuir sua exposição: Compre embalagens e garrafas reutilizáveis para acondicionar alimentos e líquidos de aço inox e vidro. Se preferir o plástico, olhe o número de reciclagem na parte posterior do produto. Se ele tem o número 7, assuma que tem BPA, a não ser que esteja explicitamente dizendo que é BPA fere. Consuma alimentos congelados ou frescos ao invés de enlatados. Outras precauções incluem não esquentar no microondas ou colocar alimentos e bebidas quentes em embalagens plásticas e descartar mamadeiras e copos infantis de plástico que estejam arranhados.














O número médio de agentes quimicos detectados variaram de 4 a 9. Foi encontrado que geralmente as gestantes tinham níveis similares ou menores que as não-grávidas. Ajuste para covariantes tenderam a aumentar o nivel de mulheres grávidas comparados a não-grávidas.

Com relação ao metais tóxicos:







































Conclusão: O estudo conclui que da amostragem de 268 mulheres grávidas, 99% estavam expostas a diversos agentes químicos, tais como o mercúrio, cádmio e chumbo, metais pesados que podem atravessar a placenta e atingir o feto. Muitas das substâncias químicas presentes no sangue e na urina das gestantes estão associadas a múltiplas patologias (alterações neurológicas, infertilidade, disrupção endócrina, câncer). O que torna a situação mais preocupante é saber que muitas dessas substâncias já foram banidas há décadas no USA (como o DDT, um pesticida organoclorado) o que demonstra seu efeito acumulativo no ecossistema. Os responsáveis pelo estudo encontraram as mesmas substâncias químicas no corpo das não-grávidas, mas advertiram que os riscos são maiores entre as gestantes, pela possibilidade de os poluentes interferirem no desenvolvimento do feto.

Devido aos efeitos tóxicos que ainda não está bem estabelecidos, o diretor do estudo, Tracey Woodruff, aconselha que a população (principalmente as gestantes) tome medidas especiais para reduzir ao máximo a presença dessas substâncias.

1) Optar por produtos orgânicos;
2) Limpar (tirar o pó) a casa frequentemente evitando exposição a produtos químicos;
3) Lavar bem as mãos antes de comer;
4) Escolher os produtos de higiene que contenham menos ingredientes tóxicos;
5) Substituir talhes de alumínio pelos de aço inox;
6) Evitar utilizar plásticos, optanto sempre que possível por utensílios de vidro
7) Evitar aquecer recipientes plásticos

As gestantes devem cumprir também as recomendações de uma dieta saudável, como não fumar e não consumir álcool durante os nove meses.

Artigo: Environmental Chemicals in Pregnant Women in the US: NHANES 2003-2004
Autores: Woodruff TJ, Zota AR, Schwartz JM
Periódico: Environ Health Perspect
Data: Janeiro/2011

Fontes:
1) http://www.naturalnews.com/031033_toxic_chemicals_pregnant_women.html
2) http://ehp03.niehs.nih.gov/article/fetchArticle.action?articleURI=info%3Adoi%2F10.1289%2Fehp.1002727
3) http://edition.cnn.com/2010/HEALTH/05/31/chemical.dangers/?hpt=Sbin



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Consumo de frutas e vegetais está associado com menores taxas de câncer de pulmão

Tava relendo alguns artigos que baixei ano passado e tem um bastante interessante sobre alimentação e risco de câncer de pulmão.  É um artigo que foi publicado numa renomada revista de oncologia a Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. O artigo me faz lembrar uma frase que um professor disse há um tempo: "Nenhuma vitamina sintética supera a natural, nenhuma cápsula substitui de forma eficiente uma alimentação saudável e bons hábitos de vida".

Consumo de frutas e vegetais está associado com menores taxas de câncer de pulmão
Fundamentos:  Nós investigamos se um consumo variado de vegetais e frutas é associado com risco mais baixo de câncer de pulmão no European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition study.

Métodos: Após um seguimento médio de 8,7 anos, 1.613 dos 452.187 participantes com informação incompleta foram diagnosticados com câncer de pulmão. Escores de diversidade de dieta foram usados para quantificar a variedade no consumo de frutas e vegetais. Modelos de riscos multivariáveis e proporcionais foram usados para descrever as associações entre DDS e risco de câncer de pulmão. Todos os modelos foram ajustados para fumo e para o consumo total de frutas e vegetais.

Resultados:  Com aumento na variedade em subgrupos de vegetais o risco de câncer de pulmão diminui [hazard ratios (HR), 0,77; 95% intervalo de confiança (CI), 0,64-0,94 mais alto versus o mais baixo quartil; P = 0,02]. Essa associação inversa é restrita a fumantes (HR, 0,73; 95% CI, 0,57-0,93 mais alto versus o mais baixo quartil; P = 0,03). Em análises contínuas em fumantes os menores riscos foram observados em carcinomas de células escamosas com mais variedades em frutas e vegetais combinados (HR/dois produtos, 0,88; 95% IC, 0,82-0,95), subgrupos vegetais (HR/subgrupo, 0,88; 95% CI, 0,79-0,97), produtos vegetais (HR/dois produtos, 0,87; 95% CI, 0,79-0,96), e frutas (HR/dois produtos, 0,84; 95% CI, 0,72-0,97).

Conclusão: Variedade no consumo de vegetais foi inversamente associado com risco de câncer de pulmão entre fumantes. O risco de carcinomas de células escamosas foi reduzido com o aumento da variedade no consume de frutas e/ou vegetais, que foi incentivada principalmente pelo efeito em fumantes.

Impacto: Independentemente da quantidade do consumo, a variedade no consumo de frutas e vegetais pode diminuir o risco de câncer de pulmão.


Artigo: Variety in fruit and vegetable consumption and the risk of lung cancer in the European prospective investigation into cancer and nutrition.
Autores: Büchner FL, et al.
Periódico: Cancer Epidemiol Biomarkers Prev.
Data: Setembro/2010

Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20807832

Estudo da Universidade Estadual de IOWA informa que o Aquecimento Global pode aumentar a violência

Uma nova pesquisa da IOWA State University defende que o aumento da temperatura média do planeta pode também “esquentar” o problema da violência.

“Quando as pessoas ficam “quentes”, elas agem de forma mais agressiva. Este fenômeno foi exaustivamente estudado e eu o chamo de Hipótese do calor“ Diz Craig Anderson

De co-autoria de Craig Anderson, professor emérito de psicologia e diretor do centro do estado de Iowa para o Estudo da Violência e Matt DeLisi, professor de sociologia e diretor do programa ISU de justiça penal, o trabalho foi apresentado por Anderson na semana passada em Sydney (Austrália) no Simpósio de Psicologia Social.

Os pesquisadores cruzaram os dados da temperatura média dos Estados Unidos e o número de crimes violentos ocorridos entre 1950 e 2008. Os pesquisadores estimam que se a temperatura aumentar 4.4°C aocorrência de assaltos e assassinatos irá subir para 34 ocorrências em um grupo de 100.000 habitantes,ou seja um aumento de 100.000 ocorrências por ano em uma população de 305 milhões.

O estudo também relata que um dos efeitos mais catastróficos da mudança climática será a escassez de alimentos e a consequente subnutrição e a insegurança alimentar que aumentará a agressividade de indivíduos propensos à violência

A mudança rápida do clima pode levar a mudanças na disponibilidade de alimentos, água, abrigo e outras necessidades da vida, essa escassez também pode levar à guerra civil,instabilidade, a migração e até ao genocídio e guerras.

Anderson cita um relatório da Onu: “Sempre que houve um desastre ecológico, as mulheres e as crianças tendem a ser os mais vitimados em termos de violência. O raciocínio é que as mulheres, na maioria das culturas de subsistência, muitas vezes são responsáveis pela a alimentação e os filhos, e então elas não podem simplesmente fazer as malas e sair. E assim, eles ficam vulneráveis a ações violentas”

Artigo completo: http://www.news.iastate.edu/news/2010/mar/violentclimate

Fonte: http://www.coletivoverde.com.br/estudo-da-universidade-estadual-de-iowa-informa-que-aquecimento-global-pode-aumentar-a-violencia/

Cientistas descobrem que o clima altera a qualidade do leite

Segundo um novo estudo britânico, verões mais frescos e úmidos têm um efeito negativo sobre o leite. A pesquisa descobriu que o leite coletado durante um verão fresco e o inverno seguinte apresentou maior teor de gordura saturada e menos ácidos graxos do que em um ano mais quente.

Baixos níveis dos benefícios ômega-3 e ácidos graxos poliinsaturados foram descobertos em algumas marcas de leite comum. As amostras também mostraram evidências de que as vacas são suplementadas com um produto de gorduras saturadas derivado de óleo de palma.

Uma solução, embora obviamente cara, é mudar para o chamado leite orgânico. Os pesquisadores descobriram que o leite orgânico apresenta maiores teores de ácidos graxos nutricionalmente vantajosos, independentemente da época do ano ou das condições meteorológicas.

Apesar de proteínas, antioxidantes, vitaminas, minerais e alguns e ácidos graxos no leite serem considerados benéficos, os pesquisadores acreditam que os ácidos graxos saturados têm um efeito negativo sobre a saúde humana. O leite orgânico pode cortar as gorduras saturadas em 30 a 50% e ainda obter a mesma ingestão de ácidos benéficos.

Os resultados do estudo mostram uma ligação surpreendente entre a qualidade do leite e o nosso clima atualmente em mudança. Os pesquisadores analisaram a qualidade do leite nos supermercados em diferentes épocas do ano, durante um período de dois anos.

Eles concluíram que as marcas de leite orgânico disponíveis nos supermercados são mais elevadas em ácidos gordos benéficos tanto no inverno quanto no verão. Mas notaram uma diferença entre o leite comprado no primeiro período de amostragem (julho de 2006 e janeiro de 2007) e nos tempos correspondentes de um ano depois.

O segundo conjunto de amostras, após um verão particularmente úmido em 2007, foi superior em gorduras saturadas e inferior em ácidos gordos benéficos. No nordeste da Inglaterra, por exemplo, o verão de 2007 foi particularmente chuvoso, com cerca de 30% mais pluviosidade e 12% temperaturas mais baixas em comparação com 2006.

Se esses padrões climáticos continuarem, os pesquisadores acreditam que os agricultores terão que se adaptar para manter a qualidade atual do leite. Os níveis mais elevados de gorduras benéficas no leite orgânico mais do que compensaria a depressão provocada por condições climáticas relativamente pobres em ano mais molhados. [Science2.0]

Fonte: http://hypescience.com/cientistas-descobrem-que-o-clima-altera-a-qualidade-do-leite/ baseado em: http://www.science20.com/news_articles/global_warming_means_better_milk-75418

Cápsula de óleo reduz sintomas de TPM

Um aliado para atenuar os sintomas da TPM (tensão pré-menstrual) agora tem comprovação científica. Cápsulas de ácidos graxos essenciais, substâncias da classe das gorduras, podem diminuir cefaléia, dores no seio, inchaço e irritabilidade. É o que aponta um estudo feito por pesquisadores da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e publicado no "Reproductive Health".

As substâncias já eram indicadas há anos para mulheres com TPM, mas, segundo médicos ouvidos pela Folha, sua eficácia não tinha sido provada por estudos confiáveis.

Foram avaliadas 120 mulheres de 16 a 49 anos que, durante seis meses, tomaram pílulas de 1 g ou 2 g de ácidos graxos (como óleo linoleico (ômefga 6), ácido oleico (Ômega 9) e outros ácidos graxos poli-insaturados) ou placebo, com óleo mineral.

Elas foram divididas em grupos de forma aleatória e não sabiam se tomavam as pílulas de óleo ou placebo.
Nesse período, elas tomaram as pílulas por 15 dias a partir da metade do ciclo e preenchiam, diariamente, uma lista com sintomas, aos quais atribuíam notas.

As notas foram comparadas após três meses e, depois, após seis meses do início do teste. Quem tomou a pílula de ácidos graxos teve uma redução nos sintomas físicos e emocionais da TPM.

Os valores foram comparados a uma nota padrão (99). No grupo que tomou a cápsula de 1 g, as notas atribuídas à gravidade dos sintomas foram 58 no terceiro mês e 35 no sexto mês.
O grupo de 2 g relatou melhora ainda mais expressiva.

Segundo Edilberto Rocha, ginecologista do Hospital das Clínicas da UFPE e um dos autores da pesquisa, os ácidos graxos levam à formação do mediador químico prostaglandina E1. Este, por sua vez, regula a ação do hormônio prolactina, um dos responsáveis pelos sintomas da TPM.



RESSALVAS

Carlos Alberto Petta, professor de ginecologia da Unicamp, afirma que esse é um dos primeiros estudos sérios a respeito da ação dos ácidos graxos na TPM.

"A pesquisa traz uma nova luz a respeito de complementos alimentares que podem resolver os sintomas, ajudar a diminuí-los ou interagir com outros medicamentos."

Mas Petta afirma que faltam trabalhos para medir efeitos a longo prazo. "Apesar dos méritos do estudo, não acredito que o tratamento possa ser colocado na prática imediatamente e trocar os tratamentos convencionais eficazes", afirmou César Eduardo Fernandes, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.

As cápsulas de ácido graxo são vendidas em farmácias. No entanto, os especialistas alertam para a necessidade da consulta médica antes de tomá-las e lembram que o alívio não é imediato.
"Outras doenças podem causar sintomas semelhantes e exigir tratamentos diferentes", afirma Rocha, um dos autores do estudo.

Além disso, fatores como hereditariedade, sedentarismo e hábitos alimentares também podem estar ligados à TPM. Se a mulher tem sintomas mais leves, uma simples mudança, como reduzir a ingestão de chocolate e café, pode ajudar, diz Petta.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1801201101.htm

Artigo: Essential fatty acids for premenstrual syndrome and their effect on prolactin and total cholesterol levels: a randomized, double blind, placebo-controlled study

Autores: Edilberto A Rocha Filho, Jose C Lima, Joao S Pinho Neto, Ulisses Montarroyos
Periódico: Reproductive Health
Data: Janeiro de 2011
Disponível completo para download em: http://www.reproductive-health-journal.com/content/pdf/1742-4755-8-2.pdf