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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Anabolizantes e risco de suicídio: sintomas, perigos e como buscar ajuda agora




O que são anabolizantes e quando são indicados


Os anabolizantes, também chamados esteroides androgênicos anabólicos (EAA), são hormônios sintéticos derivados da testosterona. Na medicina, sua indicação clássica é o hipogonadismo masculino, situação em que há deficiência comprovada na produção de testosterona. Fora desse contexto, o risco supera o benefício. O que promete força pode abrir portas para uma queda emocional profunda. É por isso que informação, avaliação e cautela salvam vidas.

E aqui faço um adendo, Nutrólogo NÃO É o profissional mais habilitado para prescrição de hormônios. Caso o paciente realmente precise fazer reposição, deve preferencialmente procurar um Endocrinologista para descobrir a causa da deficiência. 

Recentemente escrevi sobre saúde mental e anabolizantes, já que estou assustado com a quantidade de casos que estou recebendo no consultórios, de pacientes que viram a saúde mental ruir por prescrição iatrogênica de alguns "portadores de diplomas de Medicina". Para ler o texto acesse: https://www.ecologiamedica.net/2025/08/o-lado-sombrio-do-shape-perfeito.html

O uso estético e esportivo que adoece


Há uma crescente comercialização para fins estéticos, hipertrofia e melhora de desempenho. Em atletas, é doping; em não atletas, é proibido, impróprio e danoso. O marketing do “corpo perfeito” esconde custos físicos e psíquicos altos. O desejo de mudar o espelho não pode custar sua saúde mental. Nenhuma vaidade vale a sua vida.

“Modulação hormonal” sem diagnóstico: um falso atalho


Também entram nessa conta as chamadas prescrições de “modulação hormonal” sem hipogonadismo diagnosticado. Ajustar hormônios sem critério vira uma roleta com a sua mente e seu coração. O risco de colapsos emocionais aumenta. Lembre: hormônio não é suplemento. É medicamento com efeitos imprevisíveis fora da indicação correta.

Saúde física e saúde mental: dois lados do mesmo risco


Quando falamos de EAA, não é só o fígado ou o coração que sofrem. A mente também sangra. Além de inúmeras consequências físicas, existem impactos severos na saúde mental. O brilho do músculo pode vir acompanhado de noites sem dormir, impulsos agressivos e um vazio que assusta. O custo emocional costuma aparecer quando já é tarde.

Transtornos depressivos: a sombra que se aproxima


A literatura descreve maior prevalência de quadros depressivos entre usuários. O humor cai, a motivação some, a culpa aumenta. Projetos perdem cor, relações se desgastam. O espelho mostra volume, mas por dentro cresce a sensação de inutilidade. Depressão não é fraqueza: é doença que precisa de tratamento profissional.

Impulsividade suicida: quando o impulso vira perigo


O uso inadequado de EAA está associado à impulsividade suicida. É uma combinação perigosa: agitação emocional, redução do sono e tolerância ao risco. Uma discussão vira gatilho, uma frustração vira abismo. Sem ajuda, a pessoa pode tomar decisões irreversíveis em minutos. Reconhecer isso é prevenção.

Hipomania e instabilidade do humor


Os EAA podem precipitar quadros de hipomania, forma do transtorno bipolar. A pessoa fica eufórica, confiante, com necessidade reduzida de sono. Depois, vem a queda abrupta para a tristeza profunda. Essa montanha-russa corrói vínculos, trabalho e autoestima. A instabilidade contínua aumenta o perigo de comportamentos autodestrutivos.

Insônia e privação de sono: gasolina no fogo


Insônia não é apenas incômodo; é combustível para ansiedade, irritabilidade e impulsividade. Com EAA, dormir menos parece “normal”, mas o cérebro cobra a conta. A falta de sono piora julgamentos, aumenta riscos e desregula emoções. Dormir é tratamento, e ignorar o sono é se colocar no limite.

Agressividade e violência: rupturas que doem


Relatos citam impulsividade agressiva e violenta, com brigas, demissões e perdas afetivas. O que começa na academia termina em delegacia, isolamento e culpa. Famílias se desconstroem sob ataques de raiva que “não parecem seus”. Procure ajuda ao primeiro sinal: agressividade não é normalização de masculinidade.

Episódios psicóticos: quando a realidade racha


Também há episódios psicóticos descritos, com delírios e alterações de percepção. O corpo forte não protege a mente do colapso. A pessoa pode perder a noção do perigo e expor-se a situações letais. Psicose é urgência médica; não espere. Terapia e psiquiatria podem estabilizar o quadro e devolver segurança.

A armadilha da suspensão: abstinência que machuca


Os sintomas podem surgir durante o uso prolongado e na suspensão. Na abstinência, aparecem queda brusca de humor, irritabilidade, fadiga e desesperança. O corpo pede mais, a mente se desespera. Sem acompanhamento, esse período vira o pico do risco. Planeje a saída com profissionais qualificados.

Nem sempre dá para prever a predisposição


As publicações sugerem que sintomas psiquiátricos e conflitos decorrentes do uso prolongado podem contribuir para o suicídio em indivíduos predispostos. O problema: nem sempre é possível prever quem é vulnerável. Ao usar EAA sem indicação, você assume um risco que pode custar sua vida. Precaução é proteção.

A face mais dura: mortalidade em usuários


Estudos que investigaram mortes entre usuários de EAA encontraram maioria de homens jovens. As causas mais frequentes foram intoxicação acidental, suicídio e homicídio. São histórias interrompidas no auge, famílias em luto, sonhos abandonados. Treinar o corpo não pode treinar a roleta da morte. Escolha viver.

Fertilidade em xeque: o preço invisível


Quase metade dos usuários avaliados apresentaram atrofia testicular. Também foram observadas fibrose testicular e espermatogênese interrompida. O resultado é infertilidade, queda de libido e vergonha silenciosa. O shape do verão pode roubar a paternidade do futuro. Pense antes de arriscar.

Coração sob ataque: cardiomiopatia e artérias estreitas


Foram encontrados problemas na musculatura cardíaca e estreitamento moderado a grave das artérias coronárias. Isso significa menos sangue para o coração, mais arritmias e risco de eventos. Dor no peito não é “pump”; é alerta. Não ignore taquicardia, falta de ar e pressão alta. O coração também pede socorro.

Corpo forte, relações frágeis


Os EAA frequentemente destroem relações pessoais e trabalho. Agressividade, isolamento e conflitos crônicos levam a demissões, separações e perda de rede de apoio. Sem vínculos, o risco de depressão e suicídio aumenta. A vida não é só treino e dieta; é pertencimento e cuidado.

O ciclo da vergonha: calar aumenta o risco


Muitos escondem o uso por medo e estigma. Esse silêncio atrasa o diagnóstico e piora os desfechos. Vergonha não cura; conversa honesta sim. Profissionais de saúde não estão aqui para julgar, e sim para cuidar. Falar cedo diminui danos e salva histórias.

Sinais de alerta que pedem ajuda imediata


Procure ajuda se surgirem tristeza persistente, ideias de morte, impulsividade, insônia, paranoia ou agressividade fora do seu padrão. Amigos e familiares, levem a sério. Se houver risco, não deixem a pessoa sozinha. A vida tem prioridade absoluta. A intervenção precoce é decisiva.

Tratamento funciona: caminhos seguros


A saída passa por psicoterapia, avaliação psiquiátrica e manejo médico da suspensão quando necessário. O objetivo é estabilizar o humor, tratar comorbidades e reconstruir rotina e vínculos. Cada caso é único, mas há tratamento. Com orientação certa, é possível retomar o controle.

A decisão corajosa: pedir ajuda


Pedir ajuda é um ato de coragem e amor-próprio. O que está em jogo não é só estética; é o seu futuro. Procure nutrólogo, clínico, psicólogo e psiquiatra para um plano conjunto. Abandonar o ciclo sem suporte é arriscar recaídas. Com equipe, você não caminha sozinho(a).

Informação que protege: escolhas conscientes


Antes de aceitar “protocolos” prontos, questione indicação, dose, tempo e riscos. Não existe bioquímica mágica que cancele efeitos mentais. Se a promessa parece perfeita, desconfie. Informação séria, baseada em ciência, é o melhor suplemento. Conhecimento é prevenção.

Suporte à família e aos amigos


Quem convive com o usuário sofre junto. Aprenda a identificar mudanças bruscas de humor, isolamento e comentários de desesperança. Ofereça escuta, estimule atendimento profissional e ajude na adesão ao tratamento. A rede de apoio é um fator protetor fundamental.

Academia e saúde: parceria possível


Treinar é saúde; distorção corporal e atalho hormonal não são. Construa força com treino estruturado, nutrição adequada e descanso. Resultados reais levam tempo e preservam a mente. Respeite seus limites e procure acompanhamento qualificado. Seu corpo agradece; sua mente também.


Profissionais que realmente ajudam


Psicólogos e psiquiatras têm formação para escuta especializada e manejo de risco de suicídio. Endocrinologistas e Urologistas avaliam impactos orgânicos e planejam estratégias seguras. Personal trainner, Coachs, influenciadores e “protocolos” da internet não substituem equipe de saúde. Profissionalismo salva vidas.

O mito do controle


“Eu controlo” é frase comum antes do colapso. O corpo cria tolerância, a mente fica instável, e a vida desorganiza. Controle real é admitir o risco e buscar orientação. Não espere a crise bater. Agir agora é mais fácil do que reconstruir depois.

Planeje a saída com segurança


Se você decidiu parar, não faça sozinho(a). A suspensão exige plano terapêutico, monitorização e, às vezes, medicação. Sem isso, a chance de depressão e ideação suicida aumenta. Combine com sua equipe passos, prazos e sinais de alarme. Segurança primeiro, sempre.

Compromisso com a vida


Você vale muito mais do que um antes e depois. Há projetos, afetos e futuros esperando por você. O caminho exige paciência, mas há luz possível. Procure ajuda hoje e dê o primeiro passo. Viver bem é o melhor resultado.

Onde buscar ajuda agora


Se houver risco imediato, acione 190/192. Para apoio emocional, CVV – 188 (24h). Se precisar, posso indicar profissionais presenciais e on-line. Não minimize sinais; sua vida importa. Compartilhe este texto com quem precisa ouvir que há saída.

Mensagem final


Anabolizantes sem indicação médica custam caro: mente em frangalhos, coração em risco, laços rompidos. Transforme a preocupação em ação. Marque uma consulta, converse com quem você ama e priorize a sua saúde mental. O melhor shape é aquele que preserva sua vida.

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Gostou do texto e quer conhecer mais sobre minha pratica clínica (presencial/telemedicina), clique aqui. 

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Meta-análise evidencia que bebidas energéticas podem aumentar o risco de suicídio e café reduzir

Bebidas energéticas podem aumentar o risco de suicídio: o que perguntar aos seus pacientes

Uma meta-análise (https://www.mdpi.com/2072-6643/17/11/1911) com mais de 1,5 milhão de participantes sugeriu que café e bebidas energéticas têm efeitos opostos no risco de suicídio .

O alto consumo de café (mais de 60 xícaras por mês) foi associado a uma redução significativa nas tentativas de suicídio, provavelmente devido às suas propriedades estimulantes e de melhora do humor.

Em contraste, observou-se que mesmo uma única lata de bebida energética por mês aumenta o risco de pensamentos e tentativas de suicídio, com um efeito dose-dependente que pode triplicar o risco em níveis de consumo mais elevados.

Essa diferença pode ser explicada pela presença de outros ingredientes psicoativos nas bebidas energéticas como taurina , guaraná e ginseng juntamente com seu alto teor de açúcar, que pode desencadear ansiedade e alterações de humor, principalmente em homens jovens, que são os principais consumidores.

A edição francesa do Medscape conversou com Guillaume Davido, MD, psiquiatra especializado em estudos de dependência no Hospital Bichat-Claude Bernard, em Paris, sobre as descobertas deste estudo.

Por que você acha que esse estudo é de particular interesse?

Os resultados são bastante impressionantes: as tentativas de suicídio foram 30% menores entre os consumidores de café em comparação aos consumidores de bebidas energéticas.

Esta meta-análise também é interessante porque nos incentiva a ser mais criteriosos sobre os efeitos da cafeína e a distinguir claramente bebidas energéticas com cafeína do café. Parece que o café, apesar de ser um estimulante , não aumenta o risco de suicídio. Isso é, no mínimo, surpreendente. Para mim, é quase uma revelação.

Por que esse efeito protetor da cafeína surpreende você?

A ideia de que a cafeína pode melhorar o risco de suicídio é bastante contraintuitiva. Sem mencionar que muitas publicações discutem os efeitos da cafeína na psiquiatria, particularmente seu efeito na qualidade do sono : quanto menos dormimos, mais estressados ​​e impulsivos ficamos, e maior a probabilidade de desenvolver comorbidades depressivas. Comorbidades depressivas implicam risco de suicídio. Transtornos psiquiátricos seriam mais desestabilizados em pacientes que consomem cafeína. Pensávamos que era principalmente o aspecto “cafeína” das bebidas energéticas que poderia potencialmente aumentar esses tipos de distúrbios, mas este estudo conclui um efeito protetor da cafeína.

No entanto, não é surpreendente que bebidas energéticas estejam associadas a um maior risco de suicídio, visto que seu consumo está associado a mais comorbidades psiquiátricas e com maior probabilidade de dependência . Até o momento, não havia pesquisas específicas sobre suicídio, mas isso parece plausível.

Além da cafeína, como você explica a possível ligação entre risco de suicídio e consumo de bebidas energéticas?

A meta-análise cita publicações sobre fatores de risco de comorbidade psiquiátrica e risco de suicídio que são agravados pelo consumo de bebidas energéticas. Elas mencionam especificamente taurina, guaraná ou ginseng, que podem promover ansiedade. No entanto, a literatura atual permanece muito cautelosa quanto à real toxicidade dessas substâncias. Também parece importante ter em mente que o consumo de bebidas energéticas [às vezes] ocorre dentro de um estilo de vida de risco geral, o que provavelmente explica em parte as associações observadas.

E quanto aos efeitos no microbioma e no eixo intestino-cérebro?

É verdade que o café tem efeitos antioxidantes e benefícios para o microbioma. A cafeína pode afetar positivamente o humor. Em contraste, outros componentes das bebidas energéticas, principalmente o açúcar, têm um efeito prejudicial sobre o microbioma . Por exemplo, um estudo mostrou que o consumo regular de bebidas energéticas diminuiu a expressão de genes bacterianos benéficos para o humor e reduziu a diversidade microbiana no intestino.

Você considera a comparação entre café e bebida energética neste estudo sólida?

É interessante, mas tem seus limites. Na meta-análise, a quantidade de café e, por extensão, de cafeína é bem definida, com um limite de 60 xícaras por mês, enquanto para bebidas energéticas, as quantidades são menos claras, descritas como uma lata.

Uma xícara de café tem cerca de 200 mL, e uma lata de um energético representa aproximadamente duas xícaras de café. Sabemos que essas bebidas contêm mais cafeína do que o café ou outras bebidas convencionais à base de cola, com teores que variam de 75 a 300 mg por bebida. Além disso, os entusiastas de bebidas energéticas consomem grandes quantidades, muitas vezes desconhecendo a quantidade de cafeína que ingerem.

Isso levanta questões sobre os resultados da meta-análise: os consumidores de café são protegidos pela cafeína ou simplesmente consomem menos do que os consumidores de bebidas energéticas? Publicações que destacam os riscos psiquiátricos associados ao café indicam que o consumo moderado é geralmente seguro. Pode até haver um efeito neuroprotetor . Portanto, tomar duas xícaras de café por dia não parece problemático.

E a população que consome bebidas energéticas?

Esta também é uma limitação observada pelos autores da meta-análise. Sabemos que pessoas que consomem regularmente bebidas energéticas não têm o mesmo perfil dos consumidores de café "clássico". São, em sua maioria, homens jovens . O risco de suicídio é maior entre homens jovens, e os consumidores de bebidas energéticas às vezes também usam outras substâncias; há uma ligação bem estabelecida na literatura entre bebidas energéticas e substâncias viciantes. Pacientes com problemas de dependência também apresentam risco aumentado de suicídio. Portanto, é necessária uma exploração mais aprofundada dessa população.

Mas, para mim, este também é um dos principais interesses deste estudo: é importante entender essa ligação bidirecional entre consumidores de bebidas energéticas e pacientes suicidas. Em consultas, o uso de bebidas energéticas deve ser visto como um "sinal de alerta". Seja na medicina geral ou na psiquiatria, se um paciente consulta por preocupações psicológicas, é relevante avaliar o consumo de bebidas energéticas porque pode indicar outros problemas: eles também podem estar consumindo outras substâncias ou ter um estilo de vida arriscado, o que permite a discussão de hábitos de vida. Eles podem desejar grandes quantidades de açúcar ou ter um transtorno alimentar como compulsão alimentar. O açúcar é conhecido por ser depressogênico e causa complicações metabólicas, que por sua vez levam a complicações psiquiátricas. Identificar esses comportamentos ajuda a detectar outros riscos associados, como síndrome metabólica ou doença hepática gordurosa devido ao consumo excessivo de açúcar.

Você pergunta aos seus pacientes sobre o consumo de bebidas energéticas?

Não é suficiente! Em consultas focadas no sono, esta pergunta deve ser incluída sistematicamente para avaliar a ingestão geral de cafeína. Na minha prática no hospital e na unidade de emergência psiquiátrica, não costumo perguntar durante a consulta inicial, pois lidamos principalmente com crises agudas. No entanto, torna-se relevante durante o acompanhamento ou ao final do tratamento. O objetivo não é demonizar a cafeína, mas abordá-la adequadamente. Em pacientes ansiosos, recomendamos limitar o consumo de estimulantes e evitar o consumo após as 16h, pois pode agravar a ansiedade ou interromper o sono. De forma mais ampla, a triagem clínica geral para transtornos de ansiedade deve incluir perguntas detalhadas sobre a ingestão de cafeína e bebidas energéticas.

Existem interações potenciais entre bebidas energéticas e medicamentos psiquiátricos?

No nível molecular, as interações existem, mas são discutíveis. Se você consumir cafeína com um antidepressivo ou antipsicótico, não necessariamente sentirá efeitos nocivos, mas algumas publicações relatam interações com a clozapina , um antipsicótico usado como último recurso para esquizofrenia resistente ao tratamento . A cafeína pode aumentar modestamente os níveis de clozapina .

Além disso, a cafeína e a maioria dos psicotrópicos compartilham o metabolismo hepático, com enzimas como a CYP1A2 envolvidas no metabolismo da cafeína. No entanto, não é possível afirmar com certeza se isso resulta em efeitos mentais pela ingestão concomitante.

No entanto, os níveis de glicose no sangue e de clozapina podem ser afetados em grandes consumidores de bebidas energéticas, e o monitoramento pode ser necessário, embora as evidências do impacto na saúde ainda não sejam claras.

Não há interações conhecidas com antidepressivos.

Por fim, recomenda-se não consumir bebidas energéticas ou café enquanto estiver tomando sedativos, pois seria como pressionar o acelerador e o freio simultaneamente. Identificar esse consumo é importante em pacientes que tomam hipnóticos.

Concluindo, o que você tira deste estudo?

Acredito que os autores desta meta-análise não pretendiam necessariamente destacar um efeito protetor do café, mas sim avaliar se a cafeína, presente no café ou em bebidas energéticas, impacta o risco de suicídio. Eles encontraram, surpreendentemente, uma diferença significativa entre os dois grupos de consumidores.

Na prática, eu levo isso em consideração:

A cafeína pode oferecer um efeito protetor contra o risco de suicídio quando consumida com moderação. Em contraste, doses muito altas como as encontradas em grandes quantidades de bebidas energéticas, podem aumentar esse risco.

Por exemplo, alguém que consome 15 xícaras de café por dia provavelmente não experimentará os benefícios protetores, dado o impacto no sono e em outras funções metabólicas, incluindo os efeitos cardiovasculares.

Deve-se prestar muita atenção aos consumidores de bebidas energéticas, e os pacientes devem ser questionados, pois esse tipo de consumo pode estar associado a múltiplas comorbidades, incluindo substâncias viciantes, síndrome metabólica e suicídio.

Fonte: https://www.medscape.com/viewarticle/energy-drinks-may-triple-suicide-risk-coffee-does-opposite-2025a1000ne8