quinta-feira, 10 de abril de 2025

As doenças mais comuns da tireoide

A glândula tireoide é um órgão essencial para o bom funcionamento do organismo. Localizada na base do pescoço, em formato de borboleta, a tireoide desempenha um papel crucial na regulação do metabolismo, influenciando o funcionamento do coração, do cérebro, dos músculos e de quase todos os sistemas do corpo humano. Produz dois hormônios principais, a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), que controlam como o corpo usa a energia. Alterações no funcionamento da tireoide podem levar a doenças que impactam profundamente a qualidade de vida.

Neste texto, vamos explorar três das condições mais comuns da glândula: hipotireoidismo, nódulos tireoidianos e hipertireoidismo. Vamos abordar suas causas, manifestações clínicas, diagnóstico e a importância do acompanhamento médico especializado.

A Fisiologia tiroideana: como funciona a tireoide

Para entender as doenças da tireoide, é importante conhecer seu funcionamento normal. A tireoide é regulada por um mecanismo de feedback envolvendo o hipotálamo e a hipófise, no cérebro. O hipotálamo produz o hormônio liberador de tireotropina (TRH), que estimula a hipófise a produzir o hormônio estimulante da tireoide (TSH). O TSH, por sua vez, estimula a tireoide a produzir T3 e T4.

Esses hormônios controlam o metabolismo basal e regulam o crescimento, o desenvolvimento e a função de órgãos. Quando há alterações na produção de T3 e T4, surgem os problemas tireoidianos, que podem ser classificados como disfunções (hipotireoidismo e hipertireoidismo) ou alterações estruturais (como nódulos).

1) Hipotireoidismo: O Funcionamento Lento da Tireoide

Fisiopatologia: O hipotireoidismo ocorre quando a tireoide não produz hormônios suficientes (T3 e T4) para atender às necessidades do corpo. A causa mais comum é a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca a tireoide. Outras causas incluem deficiência de iodo, tratamentos para hipertireoidismo, radiação e cirurgias da tireoide. No hipotireoidismo, a falta de hormônios leva a um metabolismo mais lento, afetando quase todos os sistemas corporais.

Os principais sintomas de hipotireoidismo incluem:
• Fadiga e fraqueza;
• Sensação de frio constante;
• Ganho de peso inexplicável;
• Pele seca e queda de cabelo;
• Constipação;
• Depressão e memória prejudicada;
• Ritmo cardíaco lento.

Os sintomas podem ser leves no início e progredir lentamente, dificultando o diagnóstico precoce.

Tratamento: O tratamento do hipotireoidismo é relativamente simples: consiste na reposição hormonal com levotiroxina, um medicamento que substitui o hormônio T4. É fundamental ajustar a dose com base nos exames de TSH e nos sintomas do paciente, o que reforça a necessidade de acompanhamento com um endocrinologista.

2) Nódulos Tireoidianos: Quando a estrutura e textura da tireoide mudam

Fisiopatologia: Nódulos tireoidianos são formações sólidas ou preenchidas por líquido que surgem na tireoide. A maioria dos nódulos é benigna, mas cerca de 5-10% podem ser malignos. A formação de nódulos pode ocorrer por várias razões, incluindo crescimento excessivo de células tireoidianas, cistos ou condições autoimunes como a tireoidite de Hashimoto. Embora a maioria dos nódulos não cause sintomas, eles podem alterar o funcionamento da tireoide ou gerar desconforto físico.

Sinais e Sintomas dos nódulos tireoideanos: 
•   Presença de um caroço no pescoço, visível ou palpável;
•   Sensação de pressão ou dificuldade para engolir;
•   Rouquidão, caso o nódulo pressione as cordas vocais;
•   Alterações nos níveis hormonais (hipotireoidismo ou hipertireoidismo, se o nódulo for funcional).

Diagnóstico e Tratamento dos nódulos: O diagnóstico envolve exames clínicos, ultrassonografia e, em alguns casos, punção aspirativa por agulha fina (PAAF) para avaliar a natureza do nódulo.

O tratamento depende do tipo de nódulo:
• Nódulos benignos geralmente requerem apenas acompanhamento periódico.
• Nódulos malignos podem necessitar de cirurgia, seguida ou não de terapia com iodo radioativo.


3) Hipertireoidismo: O excesso de hormônios tireoideanos

Fisiopatologia: O hipertireoidismo ocorre quando a tireoide produz hormônios em excesso, acelerando o metabolismo. A principal causa é a doença de Graves, uma condição autoimune que estimula a produção exagerada de hormônios. Outras causas incluem nódulos tireoidianos funcionais e inflamações na tireoide (tireoidites).

Esse excesso de hormônios impacta diversos órgãos, sobrecarregando especialmente o coração e o sistema nervoso.

Sinais e Sintomas do hipertireoidismo: 
• Taquicardia (batimentos cardíacos acelerados);
• Perda de peso apesar do apetite aumentado;
• Tremores nas mãos;
• Nervosismo, ansiedade e irritabilidade;
• Intolerância ao calor e sudorese excessiva;
• Diarreia ou aumento das evacuações;
• Exoftalmia (olhos saltados), característica da doença de Graves.

Esses sinais geralmente aparecem de forma mais evidente do que no hipotireoidismo, levando o paciente a procurar atendimento médico mais rapidamente.

Tratamento: O tratamento do hipertireoidismo pode incluir:
1. Medicamentos orais para reduzir a produção de hormônios;
2. Iodo radioativo, que destrói parte do tecido tireoidiano;
3. Cirurgia, em casos graves ou quando outras opções não são eficazes.

A escolha do tratamento depende da causa do hipertireoidismo, da idade e da saúde geral do paciente.

Conclusão

As doenças da tireoide, como hipotireoidismo, nódulos e hipertireoidismo, são condições que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Embora os sintomas possam ser desafiadores, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, sob orientação de um endocrinologista, oferecem excelentes perspectivas de controle e qualidade de vida.

Cuidar da saúde da tireoide é cuidar do corpo como um todo. Por isso, fique atento aos sinais do seu organismo e não hesite em procurar ajuda médica especializada.


Para ler sobre alimentação e tireoide, acesse: https://www.ecologiamedica.net/2016/01/dieta-e-tireoide.html

domingo, 6 de abril de 2025

O que o diabético pode comer? Por Dra. Lia Bataglini (Nutróloga)


Isso é muito comum, mas essa pergunta é mais fácil de ser respondida do que vocês imaginam. A alimentação no paciente diabético deve manter, assim como de todo mundo, um padrão saudável, que seria sem excessos calóricos, evitando o consumo de ultraprocessados, rica em folhas, vegetais e frutas, priorizando alimentos in natura e com consumo reduzido de açúcares. Como um extra, recomenda-se priorizar vegetais não ricos em amido e preferir o consumo de frutas inteiras.

Para continuar esse texto, eu vou utilizar de base um documento da ADA (American Diabetes Association), que se chama “Facilitando comportamentos positivos de saúde e bem-estar para melhorar os resultados de saúde: Padrões de cuidados em diabetes — 2025”.

A ADA enfatiza que não existe uma proporção ideal de carboidratos, proteínas ou gorduras para pessoas com diabetes, e sua distribuição deve ser individualizada considerando padrões alimentares atuais, preferências e metas metabólicas.

Diversos padrões alimentares podem ser eficazes no manejo do diabetes, incluindo a dieta Mediterrânea, DASH, com baixo teor de gordura, com restrição de carboidratos, vegetarianas e veganas. A recomendação é focar em aspectos comuns entre essas dietas, como consumo de vegetais sem amido, frutas inteiras, legumes, grãos integrais, nozes, sementes e laticínios com baixo teor de gordura, e minimizar o consumo de carne vermelha, bebidas adoçadas, doces, grãos refinados e alimentos ultraprocessados.

Em relação às abordagens de planejamento alimentar, estudos indicam que não há diferença significativa na eficácia da contagem de carboidratos comparada a outros métodos como índice glicêmico e porções fixas de carboidratos. O método do prato para diabetes, que sugere dividir um prato de 9 polegadas em vegetais sem amido (metade), proteínas (um quarto) e carboidratos (um quarto), é uma abordagem prática e eficaz para muitos pacientes.

Novas tecnologias, como aplicativos e monitorização contínua da glicose, podem facilitar o planejamento alimentar individualizado, diminuindo a necessidade de contagem precisa de carboidratos e permitindo abordagens mais personalizadas.

A alfabetização alimentar e a numeracia em saúde são elementos importantes a serem considerados na escolha da abordagem de planejamento alimentar adequada para cada pessoa com diabetes.

No próximo texto falaremos especificamente sobre carboidratos, proteínas, gorduras, sódio, alguns micronutrientes e álcool. 

(disponível: https://doi.org/10.2337/dc25-S005)


Como disse, continuaremos o tema sobre diabetes e alimentação, mas agora dividiremos em tópicos de macronutrientes, micronutrientes e outros, começando pelo: 

Carboidratos (CHO)

Estudos não são conclusivos sobre a quantidade ideal de ingestão de carboidratos para pessoas com diabetes. Contudo, o monitoramento da ingestão de carboidratos é essencial para o controle glicêmico em diabetes tipo 1 e tipo 2.

Dieta com baixo ou muito baixo teor de carboidratos pode reduzir a hemoglobina glicada (HbA1c) e diminuir a necessidade de medicamentos em diabetes tipo 2, principalmente a curto prazo. Porém, os resultados são menos consistentes a longo prazo e algumas dietas, como a cetogênica, podem aumentar o colesterol LDL sem melhorar significativamente a HbA1c quando comparadas à dieta mediterrânea com baixo carboidrato.

É importante destacar que planos alimentares com muito baixo teor de carboidratos devem ser supervisionados por profissionais de saúde, especialmente em indivíduos com uso de insulina ou outras medicações como inibidores de SGLT2, e não são recomendados para grávidas, lactantes, crianças, pessoas com doença renal ou transtornos alimentares.

Independentemente da quantidade de carboidratos, recomenda-se focar em carboidratos de alta qualidade, ricos em fibras e minimamente processados. A ingestão adequada de fibras (mínimo de 14g/1.000 kcal) está associada à menor mortalidade e risco de diabetes tipo 2.

Por fim, o uso do índice glicêmico e carga glicêmica como ferramenta é complexo, com resultados variados. Contudo, dietas ricas em fibras e alimentos de baixo índice glicêmico são recomendadas.

Proteínas (PTN)

Não há evidências conclusivas de que ajustar a ingestão diária de proteína acima ou abaixo das recomendações gerais (0,8–1,5 g/kg de peso corporal/dia ou 15–20% das calorias totais) melhore o controle glicêmico ou reduza o risco cardiovascular. Contudo, ingestões ligeiramente mais altas de proteína (20–30%) podem favorecer o controle do diabetes tipo 2 por promover maior saciedade.

A restrição proteica para indivíduos com doença renal crônica (DRC) relacionada ao diabetes não é recomendada abaixo de 0,8 g/kg, pois pode aumentar o risco de desnutrição sem beneficiar o controle glicêmico ou cardiovascular.

A substituição de proteínas animais por vegetais é associada a menor risco de mortalidade cardiovascular e por todas as causas, com pequenas melhorias na HbA1c e glicemia de jejum. Proteínas vegetais são mais ricas em fibras e pobres em gorduras saturadas.

Gorduras (Lipídios - LIP)

Não há uma porcentagem ideal de calorias provenientes de gordura para pessoas com diabetes. O tipo de gordura é mais relevante que a quantidade total para o controle glicêmico e o risco cardiovascular. É recomendado limitar o consumo de gorduras saturadas e evitar gorduras trans.

O padrão alimentar mediterrâneo, rico em azeite de oliva, frutas, vegetais, grãos integrais e oleaginosas, mostrou benefícios no controle glicêmico e melhora do perfil lipídico.

A substituição de gorduras saturadas por gorduras poliinsaturadas ou monoinsaturadas, e não por carboidratos refinados, é benéfica para a saúde cardiovascular. Suplementos de ácidos graxos ômega-3 não mostraram benefícios claros para o controle glicêmico.

Sódio (Na)

O consumo de sódio deve ser limitado a menos de 2.300 mg/dia, pois sua ingestão pode interferir no metabolismo da glicose e afetar a função renal. A principal fonte de sódio na dieta são os alimentos processados e ultraprocessados, cujo consumo deve ser evitado.

Micronutrientes e outros suplementos:

O uso de suplementos alimentares é comum entre pessoas com diabetes, embora não haja evidências de benefícios sem deficiências específicas. Suplementos antioxidantes, como vitaminas E e C, não são recomendados, e o β-caroteno pode aumentar o risco de câncer de pulmão e mortalidade cardiovascular. A suplementação universal de vitamina D não é indicada sem deficiência comprovada. Além disso, não existem evidências suficientes para justificar o uso rotineiro de ervas e micronutrientes, como canela, curcumina, aloe vera e cromo, para controle glicêmico. No caso da metformina, é importante monitorar os níveis de vitamina B12 em pacientes com anemia ou neuropatia periférica. Multivitamínicos podem ser necessários para grupos específicos, como gestantes, idosos e vegetarianos. 


Lembre-se: o diabetes é uma condição séria, mas com acompanhamento médico adequado, é possível mantê-lo bem controlado, prevenindo complicações a curto, médio e longo prazo. Em alguns casos, é possível até alcançar a remissão da doença. Conte com um bom nutrólogo ao seu lado nessa jornada.

(disponível: https://doi.org/10.2337/dc25-S005)


Conforme prometido, tínhamos combinado um resumo das principais orientações nutricionais, certo?!

Antes, vou deixar as principais orientações gerais:

  • Fornecer tratamento de controle de peso com base em nutrição, atividade física e terapia comportamental para todas as pessoas com sobrepeso ou obesidade, visando perda de peso de pelo menos 3–7%.
  • Para prevenção e controle do diabetes em pessoas com pré-diabetes ou diabetes, recomende planos de refeições individualizados que levem em consideração a qualidade dos nutrientes, o total de calorias e as metas metabólicas, pois os dados não dão suporte a um padrão específico de macronutrientes.
  • Os padrões alimentares devem enfatizar os princípios nutricionais essenciais (inclusão de vegetais sem amido, frutas inteiras, legumes, proteínas magras, grãos integrais, nozes e sementes, e laticínios com baixo teor de gordura ou alternativas não lácteas) e minimizar o consumo de carne vermelha, bebidas adoçadas com açúcar, doces, grãos refinados, alimentos processados ​​e ultraprocessados ​​em pessoas com pré-diabetes e diabetes.
  • Considere reduzir a ingestão geral de carboidratos para adultos com diabetes para melhorar a glicemia, pois essa abordagem pode ser aplicada a uma variedade de padrões alimentares que atendem às necessidades e preferências individuais. 
  • Os profissionais de saúde devem perguntar sobre a ingestão de suplementos alimentares e aconselhar conforme necessário. A suplementação com micronutrientes (por exemplo, vitaminas e minerais, como magnésio ou cromo) ou ervas ou especiarias (por exemplo, canela e aloe vera) para benefícios glicêmicos não é recomendada.
  • Aconselhe contra a suplementação de β-caroteno, pois há evidências de danos para certos indivíduos e não confere nenhum benefício. 
  • Aconselhe adultos com diabetes e aqueles em risco de diabetes que consomem álcool a não exceder os limites diários recomendados.
  • Aconselhe as pessoas com diabetes a limitar o consumo de sódio a <2.300 mg/dia, conforme clinicamente apropriado, e que a melhor maneira de conseguir isso é limitando o consumo de alimentos processados.
  • Aconselhe pessoas com pré-diabetes e diabetes que água é recomendada em vez de bebidas adoçadas nutritivas e não nutritivas. Aconselhe pessoas com diabetes e aquelas em risco de diabetes que adoçantes não nutritivos podem ser usados ​​em vez de produtos adoçados com açúcar se consumidos com moderação e a curto prazo para reduzir a ingestão geral de calorias e carboidratos.
  • Rastrear pessoas com diabetes e aquelas em risco de diabetes para desnutrição, especialmente aquelas que passaram por cirurgia metabólica e aquelas que estão sendo tratadas com terapias farmacológicas para perda de peso. “

E aqui são os comportamentos nutricionais para incentivar:

• Vegetais — especialmente vegetais sem amido, de cor verde-escura, vermelha e laranja; frescos, congelados ou enlatados com baixo teor de sódio são opções de vegetais aceitáveis. 

• Leguminosas — feijões secos, ervilhas e lentilhas. 

• Frutas — especialmente frutas inteiras — frescas, congeladas ou enlatadas em suco próprio (ou sem adição de açúcar) são todas opções de frutas aceitáveis. 

• Alimentos integrais — quando culturalmente apropriado, versões integrais de alimentos comumente consumidos, como pães ou massas 100% integrais e arroz integral. Quando não for culturalmente apropriado, concentre-se mais no controle das porções. 

• Alimentos com pelo menos 3 g de fibras por porção, o que geralmente indica um alimento mais rico em fibras. 

• A água deve ser a principal bebida de escolha. 

• Para indivíduos que não preferem água pura, alternativas sem calorias são a próxima melhor escolha. As opções incluem adicionar fatias de limão, lima ou pepino à água; água com gás sem calorias ou águas saborizadas sem calorias; bebidas carbonatadas sem calorias, etc. 

• Proteínas de origem vegetal podem incluir leguminosas (por exemplo, soja, feijão-fradinho, feijão-preto, grão-de-bico, ervilhas secas e lentilhas), nozes e sementes. 

• Carnes e aves devem ser frescas, congeladas ou enlatadas com baixo teor de sódio e em formas magras (por exemplo, peito de frango e peru moído). 

• Peixes gordurosos selvagens saudáveis ​​para o coração, como salmão, atum, sardinha e cavala. Frescos, congelados ou enlatados com baixo teor de sódio são todas opções aceitáveis. 

• Use ervas (por exemplo, manjericão, erva-doce, hortelã, salsa, alecrim e tomilho) e especiarias (por exemplo, canela, garam masala, gengibre, pimenta e açafrão) para temperar alimentos em vez de sal ou preparações que contenham sal. 

• Incorpore cebola, alho, aipo, cenoura e outros vegetais como base para preparar vários alimentos caseiros. 

• Cozinhe com óleo vegetal (por exemplo, canola e azeite) no lugar de gorduras ricas em gordura saturada (por exemplo, manteiga, gordura vegetal, banha de porco e óleo de coco). 

• Prepare as refeições planejando as refeições da semana, fazendo compras de supermercado com uma lista e cozinhando em um dia de folga para que haja refeições caseiras prontas para comer e reaquecer esperando na geladeira ou no freezer. 

• Inclua a família ou colegas de quarto na preparação das refeições; divida as responsabilidades de fazer compras e cozinhar. 

E aí, o que acharam? Já dá pra salvar como colinha, né?!


#nutrologiadeverdade #nutrologabauru #nutrologalaranjal #NutrologoBauru #NutrologoLaranjal #alimentaçãosaudável #alimentaçãoequilibrada

A má influência dos 'influencers' em saúde

Muito interessante a reportagem feita revista Questão de ciência. A má influência de digital influencers da "saúde" é um problema de saúde pública, que geram:

  • Um estímulo (promovem) a padrões de Beleza Irreais: Distorção da autoimagem: Influenciadores que editam fotos ou promovem corpos "perfeitos" podem levar a comparações prejudiciais, afetando a autoestima. Podendo favorecer transtornos alimentares: A glamorização de dietas extremas ou corpos muito magros pode desencadear ou agravar condições como anorexia e bulimia.
  • Desinformação sobre Saúde e Nutrição: Essa galera muitas vezes propagam dietas milagrosas e suplementos não comprovados. Ou seja, vários desses ditos influencers promovem produtos ou suplementos sem embasamento científico, levando a deficiências nutricionais ou problemas metabólicos. Seja por competição entre os nutrientes (exemplo Ferro/zinco, Cálcio/Ferro), excesso de vitaminas lipossolúveis. Lesão renal ou hepática por toxicidade de fitoterápicos ou até mesmo de vitaminas ou minerais. Além disso podem gerar uma "auto-medicalização" indevida: através de recomendações de remédios ou tratamentos sem prescrição médica, podendo gerar desde atraso diagnóstico até mesmo efeitos colaterais graves. 
  • Estímulo a Comportamentos de Risco como por exemplo atividade física extenuante, favorecendo lesões articulares ou agravamento de transtornos psiquiátricos em indivíduos predispostos.
  • Impactos na Saúde Mental: vários estudos correlacionam aumento de transtornos psiquiatricos ao abuso de redes sociais. Ansiedade e depressão: A exposição constante a vidas "perfeitas" pode gerar frustração e sentimentos de inadequação. Há ainda a questão d ependência digital: O consumo excessivo de redes sociais está ligado a problemas como insônia, estresse e isolamento social. Para piorar a situação na esfera psiquiátrica, há uma banalização desses transtornos psiquiátricos, seja por autodiagnósticos equivocados, no qual esses desinfluenciadores discutem transtornos mentais de forma superficial podem levar a interpretações erradas e automedicação. Romantização de doenças: Alguns tratam depressão, ansiedade ou TDAH como "moda", minimizando a gravidade dessas condições.
  • Comercialização da Saúde: produtos ineficazes ou fraudulentos: Muitos influencers lucram com a venda de detox, chás emagrecedores ou terapias alternativas sem comprovação, colocando a saúde em risco.
  • Para completar o combo: sobrecarga dos planos de saúde e/ou do SUS por solicitação de exames desnecessários, pq tal desinfluenciador disse que é essencial. 

Vale a pena ler a reportagem

att

Dr. Frederico Lobo

A má influência dos 'influencers' em saúde

Não faz muito tempo, quem quisesse informações médicas sobre um assunto - e não quisesse consultar um especialista - tinha que mergulhar em uma vasta e complexa literatura científica, muitas vezes restrita a bibliotecas de escolas de medicina e outras instituições do tipo. O trabalho era tanto que mesmo profissionais de saúde usualmente recorriam aos chamados "vade-mécum" (nome derivado da expressão latina para "vem comigo" ou "vamos juntos"), verdadeiros compêndios, como uma lista de todos os tipos de remédios e seus usos.

O advento da internet, no entanto, trouxe todas estas informações para a ponta dos dedos, e os avanços nos mecanismos de busca facilitaram ainda mais o acesso. Vimos o surgimento do "Dr. Google", e nos últimos anos, com a explosão das redes sociais, a ascensão dos "influencers" em saúde. Com isso, o que já era um problema - a falta de confiança na medicina e na ciência por trás dela; e a busca por tratamentos ditos "alternativos" - ganhou caráter de epidemia. Para qualquer lado que se olhe, especialmente online, tem alguém oferecendo uma solução para qualquer condição.

Câncer? Tome aqui a "cura", seja na forma de bolinhas de açúcar (homeopatia), uma pílula milagrosa (fosfoetanolamina sintética, Krebiozen e tantas outras que surgiram ao longo da história), dietas radicais - com ou sem enemas de café (Terapia Gerson, alguém?) -, um misterioso "protocolo nazista" e mais um mundo de promessas vazias. Processo bem ilustrado na minissérie "Vinagre de Maçã" (Apple Cider Vinegar), em cartaz na Netflix.

Em seis capítulos, o programa conta a história de Annabelle "Belle" Gibson, australiana que ganhou fama dentro e fora da internet alegando tratar durante anos um câncer terminal no cérebro com uma combinação de dieta, exercícios, produtos "naturais" e terapias "alternativas". Detalhe: Belle nunca teve câncer, e tudo não passava de uma grande fraude, que enganou milhões de pessoas, além de grandes empresas como a editora Penguin - que publicou um livro de receitas assinado por ela - e a Apple - que tinha em The Whole Pantry, aplicativo de Belle, um dos destaques de sua loja e planejava incluí-lo como um dos poucos softwares de terceiros pré-instalados para o lançamento de seu Apple Watch, em 2015.

sexta-feira, 14 de março de 2025

Salada 26: Salpicão vegano com veganese




Salpicão não deixa de ser uma salada, então hoje a receita é um clássico da minha amiga e ex-sócia Carol Morais. Aqueles que desejarem acrescentar frango desfiado ou tofu defumado, também fica legal. Combinam com a receita. 

Ingredientes

1 xícara de chá repolho branco cortado bem fino
4 colheres de sopa de cenoura ralada
1 colher de sopa de uva-passa (a gosto, sem polêmica)
2 colheres de sopa de pimentão vermelho e amarelho cortado em cubos pequenos
1 xícara de chá de amendoim tostado e triturado ou nozes trituradas

Ingredientes da veganese de castanha de caju:
2 colheres de sopa de castanha de caju hidratada.
1 colher de sopa de ervas frescas - manjericão, salsinha, cebolinha e coentro.
1/2 dente de alho
Suco de limão e água
Sal a gosto

Modo de preparo da base do salpicão vegano:
Misturar o repolho com a cenoura, uva-passa, pimentões e amendoim

Modo de preparo da veganese de castanha de caju:
Processe a castanha de caju hidratada com as ervas e o alho, adicionando o suco de limão e água, até obter a textura e sabor desejados. Ajuste o sal.

Vá incorporando aos poucos a veganese ao salpicão, para que os ingredientes fiquem umedecidos com a veganese.

Receita da minha amiga Carol Morais @carolmoraiscozinha

Para quem ainda não leu os posts publicados:


Introdução à salada:

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada.html

Princípios básicos da salada:

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada-post-1-principios.html

Salada 1: Berinjela com castanha do Pará (ou castanha do Brasil), uva-passa e hortelã:

https://www.nutrologogoiania.com.br/salada-1-berinjela-com-castanha-do-para-ou-castanha-do-brasil-uva-passa-e-hortela

Salada 2: Salada de inverno de abacate com frango cítrico:

http://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-2-salada-de-inverno-de-abacate.html?m=0

Salada 3: Salada de inverno de rúcula:

https://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-3-salada-de-inverno-de-rucula.html

Salada 4: Salada com legumes assados:

https://www.ecologiamedica.net/2022/07/salada-4-salada-de-legumes-assados.html

Salada 5: Salada de Picles de pepino com molho de alho:

https://www.ecologiamedica.net/2023/04/salada-5-salada-de-picles-de-pepino-com.html

Salada 6: Salada vegana de lentilha crocante:

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-6-salada-vegana-de-lentilha.html

Salada 7: Salada cítrica de grão de bico:

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-7-salada-de-grao-de-bico-citrica.html

Salada 8: Salada de frango com molho pesto de abacate:

https://www.ecologiamedica.net/2023/08/salada-8-salada-de-frango-com-molho-de.html

Salada 9: Salada de berinjela com passas e amêndoas:

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-9-salada-de-berinjela-com-passas.html?m=0

Salada 10: Salada com molho homus

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-10-salada-com-molho-homus.html

Salada 11: Salada de atum crocante:

https://www.ecologiamedica.net/2023/12/salada-11-salada-crocante-de-atum.html

Salada 12: Trigo cozido com especiarias

https://www.ecologiamedica.net/2024/02/salada-12-trigo-cozido-com-especiarias.html

Salada 13: Salada de Pequi com molho de mostarda e mel

https://www.ecologiamedica.net/2024/04/salada-13-salada-de-pequi-ao-molho-de.html

Salada 14: Salada de Quinoa com frango dourado

https://www.ecologiamedica.net/2024/05/salada-14-salada-de-quinoa-com-frango.html

Salada 15: Salada Waldorf

https://www.ecologiamedica.net/2024/05/salada-15-salada-waldorf.html

Salada 16: Salada de inverno cítrica

https://www.ecologiamedica.net/2024/06/salada-16-salada-de-inverno-citrica.html

Salada 17: Salada de inverno de cogumelos

https://www.ecologiamedica.net/2024/06/salada-17-salada-de-inverno-de-cogumelos.html

Salada 18: Salada Grega

https://www.ecologiamedica.net/2024/07/salada-18-salada-grega.html

Salada 19: Salada de Chicória (escarola) com páprica defumada

https://www.ecologiamedica.net/2024/08/salada-19-salada-de-chicoria-escarola.html

Salada 20: Salada de chicória com tahine

https://www.ecologiamedica.net/2024/08/salada-20-salada-de-chicoria-com-tahine.html

Salada 21: Salada de chicória com tofu amassado

https://www.ecologiamedica.net/2024/09/salada-21-salada-de-escarola-com-tofu.html

Salada 22: Tabule tradicional

https://www.ecologiamedica.net/2024/09/salada-22-tabule-tradicional.html

Salada 23: Salada Natalina em formato de guirlanda

https://www.ecologiamedica.net/2024/12/salada-23-salada-guirlanda-natalina.html

Salada 24: Salada coleslaw (salada de repolho americana)

https://www.ecologiamedica.net/2025/03/salada-24-salada-coleslaw-salada-de.html

Salada 25: Salada Thai de bifum (salada oriental)

https://www.ecologiamedica.net/2025/03/salada-25-salada-thai-de-bifum-salada.html

Salada 26: Salpicão vegano com veganese

https://www.ecologiamedica.net/2025/03/salada-26-salpicao-vegano-com-veganese.html

Salada 25: Salada Thai de bifum (salada oriental)

Essa é uma refeição completa. Deve ser consumida fria. Tem crocância, picância, cremosidade. Porém, é calórica pela quantidade de oleaginosas que leva. 

Ingredientes:
Bifum al dente
1/2 cebola roxa cortada em Julienne
1 cenoura cortada em Julienne
1 pepino cortado em Julienne
1/2 manga cortada em cubos pequenos
1/2 limão espremido nos cubos de manga
1 colher de sopa de Vinagre de maçã
2 colheres de sopa de pasta de amendoim
2 colheres de sopa de gengibre ralado
1 colher de sopa de óleo de gergelim 
1 colher de sopa de amendoim torrado para dar crocância
1 dente de alho cozido
1 punhado de salsinha ou coentro
3 colheres de sopa de gergelim torrado 
Iscas de filé mignon ou de frango (100g)
A gosto: Sal, pimenta do treino, pimenta de cheiro ou dedo de moça

Molho oriental:
1 dente de alho cozido 
3 colheres de sopa de shoyu light (pode ser o tradicional, mas terá que ter cuidado com o sal)
2 colheres de sopa de pasta de amendoim
2 colheres de sopa de gengibre ralado
1 colheres de sopa de óleo de gergelim torrado
1 colher de sopa de vinagre de maçã
100ml de água
Uma pitada de pimenta do reino
Bater no mixer até ficar homogêneo. 


Modo de preparo: 
Antes de tudo corte a cenoura e o pepino em Julienne ( se não sabe, aqui explica o que é o corte em Julienne https://www.tudogostoso.com.br/noticias/como-fazer-corte-julienne-tecnica-superfamosa-a6019.htm). Reserve em um bowl.
Picar a cebola em Julienne e deixar de molho na água com gelo

Cozinhar o bifum em água já quente, deixar apenas por 2 minutos. Retira da água quente e jpa joga em um bowl com água gelada. Deixa 1 minuto e depois escorre. Reserva o bifum.
Em uma frigideira bem quente, misture as iscas de filé mignon ou frango (temperados com sal, pimenta do reino). Sele por 5 minutos. 

Misturar o bifum delicadamente com os vegetais, a cebola as iscas de filé ou frango.
Acrescentar o amendoim torrado. Só depois quando tudo estiver misturado é que se acrescenta o molho. Mexer delicadamente para incorporar o molho e não quebrar o bifum. Para finalizar acrescente: pimenta calabresa a gosto, coentro ou salsinha (cuidado, por que podem roubar o sabor oriental), o gergelim torrado e a manga cortada em cubos pequenos (não se esqueça de espremer meio limão na manga). Se tiver ficado sem sal, pode acrescentá-lo, assim como a pimenta do reino.

Para quem ainda não leu os posts publicados:

Introdução à salada:

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada.html

Princípios básicos da salada:

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada-post-1-principios.html

Salada 1: Berinjela com castanha do Pará (ou castanha do Brasil), uva-passa e hortelã:

https://www.nutrologogoiania.com.br/salada-1-berinjela-com-castanha-do-para-ou-castanha-do-brasil-uva-passa-e-hortela

Salada 2: Salada de inverno de abacate com frango cítrico:

http://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-2-salada-de-inverno-de-abacate.html?m=0

Salada 3: Salada de inverno de rúcula:

https://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-3-salada-de-inverno-de-rucula.html

Salada 4: Salada com legumes assados:

https://www.ecologiamedica.net/2022/07/salada-4-salada-de-legumes-assados.html

Salada 5: Salada de Picles de pepino com molho de alho:

https://www.ecologiamedica.net/2023/04/salada-5-salada-de-picles-de-pepino-com.html

Salada 6: Salada vegana de lentilha crocante:

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-6-salada-vegana-de-lentilha.html

Salada 7: Salada cítrica de grão de bico:

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-7-salada-de-grao-de-bico-citrica.html

Salada 8: Salada de frango com molho pesto de abacate:

https://www.ecologiamedica.net/2023/08/salada-8-salada-de-frango-com-molho-de.html

Salada 9: Salada de berinjela com passas e amêndoas:

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-9-salada-de-berinjela-com-passas.html?m=0

Salada 10: Salada com molho homus

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-10-salada-com-molho-homus.html

Salada 11: Salada de atum crocante:

https://www.ecologiamedica.net/2023/12/salada-11-salada-crocante-de-atum.html

Salada 12: Trigo cozido com especiarias

https://www.ecologiamedica.net/2024/02/salada-12-trigo-cozido-com-especiarias.html

Salada 13: Salada de Pequi com molho de mostarda e mel

https://www.ecologiamedica.net/2024/04/salada-13-salada-de-pequi-ao-molho-de.html

Salada 14: Salada de Quinoa com frango dourado

https://www.ecologiamedica.net/2024/05/salada-14-salada-de-quinoa-com-frango.html

Salada 15: Salada Waldorf

https://www.ecologiamedica.net/2024/05/salada-15-salada-waldorf.html

Salada 16: Salada de inverno cítrica

https://www.ecologiamedica.net/2024/06/salada-16-salada-de-inverno-citrica.html

Salada 17: Salada de inverno de cogumelos

https://www.ecologiamedica.net/2024/06/salada-17-salada-de-inverno-de-cogumelos.html

Salada 18: Salada Grega

https://www.ecologiamedica.net/2024/07/salada-18-salada-grega.html

Salada 19: Salada de Chicória (escarola) com páprica defumada

https://www.ecologiamedica.net/2024/08/salada-19-salada-de-chicoria-escarola.html

Salada 20: Salada de chicória com tahine

https://www.ecologiamedica.net/2024/08/salada-20-salada-de-chicoria-com-tahine.html

Salada 21: Salada de chicória com tofu amassado

https://www.ecologiamedica.net/2024/09/salada-21-salada-de-escarola-com-tofu.html

Salada 22: Tabule tradicional

https://www.ecologiamedica.net/2024/09/salada-22-tabule-tradicional.html

Salada 23: Salada Natalina em formato de guirlanda

https://www.ecologiamedica.net/2024/12/salada-23-salada-guirlanda-natalina.html

Salada 24: Salada coleslaw (salada de repolho americana)

https://www.ecologiamedica.net/2025/03/salada-24-salada-coleslaw-salada-de.html

Salada 25: Salada Thai de bifum (salada oriental)

https://www.ecologiamedica.net/2025/03/salada-25-salada-thai-de-bifum-salada.html

Salada 26: Salpicão vegano com veganese

https://www.ecologiamedica.net/2025/03/salada-26-salpicao-vegano-com-veganese.html

terça-feira, 11 de março de 2025

Psyllium: O que é e como essa fibra pode melhorar sua saúde



O psyllium tem ganhado cada vez mais destaque no mundo da nutrição por seus inúmeros benefícios para a saúde intestinal, controle do colesterol e saciedade. Mas você sabe exatamente o que é essa fibra e como usá-la corretamente? Neste artigo, vou te contar tudo sobre o psyllium e como incorporá-lo na sua rotina da melhor forma.

O psyllium é uma fibra solúvel extraída da casca das sementes da planta Plantago ovata. Quando entra em contato com a água, ele forma um gel viscoso que auxilia no funcionamento do intestino e traz benefícios para a saúde metabólica.

Essa fibra é amplamente utilizada em suplementos e produtos voltados para a saúde digestiva, além de ser um ingrediente versátil que pode ser adicionado a diversas preparações.

Seus benefícios:
  • Melhora o trânsito intestinal: O psyllium age como um regulador intestinal natural. Por ser uma fibra solúvel, ele absorve água e forma um gel que facilita a passagem das fezes, prevenindo tanto a constipação quanto a diarreia.
  • Ajuda no controle da glicemia: Por retardar a absorção dos carboidratos no intestino, o psyllium pode ajudar a evitar picos glicêmicos, sendo um ótimo aliado para pessoas com diabetes ou que desejam controlar melhor seus níveis de açúcar no sangue.
  • Contribui para a saúde do coração: Estudos indicam que o consumo regular de psyllium pode ajudar a reduzir os níveis de colesterol LDL (o “colesterol ruim”), melhorando a saúde cardiovascular.
  • Aumenta a saciedade e auxilia na dieta: O gel formado pelo psyllium no estômago promove uma sensação prolongada de saciedade, ajudando a reduzir a fome entre as refeições e contribuindo para o controle do peso.
 Como usar o psyllium?
  • A recomendação geral de consumo é de 5 a 10g por dia (cerca de 1 a 2 colheres de chá), sempre acompanhadas de bastante líquido. Algumas formas de incluir o psyllium na alimentação são:
  • Misturado com água, sucos ou vitaminas;
  • Adicionado a iogurtes e mingaus;
  • Incorporado em receitas de pães, bolos e panquecas para aumentar o teor de fibras.
Atenção: Beba água!

O psyllium absorve muita água, e se não houver hidratação adequada, ele pode ter o efeito reverso, causando constipação ao invés de melhorar o trânsito intestinal. Portanto, sempre beba bastante líquido ao consumi-lo!

Quem deve ter cautela?

Embora o psyllium seja seguro para a maioria das pessoas, alguns grupos devem ter atenção especial:

Pessoas com dificuldade de engolir: O psyllium pode expandir na garganta se não for ingerido com líquido suficiente;

Indivíduos com obstrução intestinal ou doenças inflamatórias intestinais graves;

Portanto, o psyllium é um excelente aliado para a saúde digestiva, controle glicêmico e manutenção do peso, mas seu consumo deve sempre estar associado a uma boa ingestão de líquidos. Se você deseja melhorar sua alimentação e incluir mais fibras no dia a dia, essa pode ser uma ótima opção!

Já experimentou o psyllium na sua rotina? Compartilhe sua experiência nos comentários!

Autora: Dra. Lia Bataglini - Médica Nutróloga em Bauru

CPAP para apneia do sono pode reduzir o risco de doença de Parkinson

A apneia obstrutiva do sono (AOS) pode aumentar o risco de doença de Parkinson (DP), mas o uso precoce de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) pode mediar esse efeito, mostrou um grande estudo observacional.

“Embora nosso estudo tenha encontrado um risco aumentado de doença de Parkinson, a boa notícia é que as pessoas podem fazer algo a respeito, usando CPAP assim que forem diagnosticadas com o distúrbio do sono, [o que] é encorajador”, disse o autor do estudo Gregory D. Scott, MD, PhD, do VA Portland Health Care System em Portland, Oregon, em um comunicado à imprensa.

As descobertas serão apresentadas na Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia (AAN) de 2025, em abril.
Risco reduzido com tratamento 
Alguns estudos anteriores sugeriram uma associação entre AOS e DP, mas poucos examinaram os potenciais efeitos protetores do CPAP.

Scott e colegas avaliaram a AOS como um fator de risco potencial para DP e examinaram o impacto do tratamento precoce vs tardio com CPAP, aproveitando dados do VA Corporate Data Warehouse abrangendo mais de 20 anos e mais de 20 milhões de veteranos.



O uso precoce do CPAP foi definido como CPAP dentro de 2 anos do diagnóstico de AOS e o uso tardio foi definido como mais de 2 anos desde o diagnóstico de AOS.


No geral, quase 1,6 milhão de veteranos tinham OSA e pouco mais de 9,7 milhões não tinham. A equipe do estudo analisou as taxas de DP 5 anos após o diagnóstico de OSA.

Após o ajuste para idade, sexo e fatores de saúde, como tabagismo, a AOS foi associada a um risco significativamente maior de DP, com 1,8 casos extras por 1.000 pessoas em 5 anos após o início da AOS ( P < 0,001).

A incidência de DP foi semelhante entre aqueles que não usaram CPAP e usuários tardios. No entanto, os usuários iniciais de CPAP tiveram uma incidência significativamente menor de DP do que os não usuários, com uma redução de 2,3 casos em 5 anos após o início da AOS ( P < 0,001).


Os resultados sugerem que a AOS pode ser um “fator de risco importante e modificável para DP e potencialmente outras sinucleinopatias”, escreveu a equipe do estudo em seu resumo da conferência.

“Estudos futuros são necessários para acompanhar as pessoas mais de perto após receberem um diagnóstico de apneia do sono e por períodos mais longos”, acrescentou Scott no comunicado à imprensa.

Novos dados com implicações clínicas
Comentando sobre a pesquisa para o Medscape Medical News , Susheel Patil, MD, PhD, porta-voz da Academia Americana de Medicina do Sono, observou que “a maioria dos estudos até o momento sugeriu uma associação entre AOS e DP, mas não necessariamente examinou se o uso de CPAP ou outros tratamentos para AOS estava associado à redução da incidência de DP”.

A hipótese atual para a possível associação da AOS com a DP sustenta que os baixos níveis de oxigênio observados na AOS podem resultar em estresse oxidativo, o que promove a neuroinflamação, que tem um papel em distúrbios neurodegenerativos, disse Patil, que também é filiado à Case Western Reserve University e aos University Hospitals, ambos em Cleveland.

“Além disso, o estresse oxidativo pode ter um papel na agregação de alfa-sinucleína e na morte celular de neurônios dopaminérgicos, que são observados na DP”, disse Patil.

“As implicações clínicas para médicos que aconselham pacientes são estarem atentos aos fatores de risco para OSA em pacientes e orientá-los a abordar quando OSA moderada a grave estiver presente. O início precoce do tratamento pode ser benéfico na prevenção de doenças crônicas como DP”, disse Patil.

Ele pediu cautela, no entanto, na interpretação dos resultados.

“O estudo usou registros eletrônicos de saúde que podem ter dados limitados sobre comportamentos individuais ou fatores de estilo de vida que podem ser fatores de risco para DP. Além disso, pessoas que escolhem começar o CPAP versus aquelas que recusam o uso do CPAP podem ter diferenças em seu estado de saúde e adesão a estilos de vida mais saudáveis ​​que podem explicar a redução em DP vista em adotantes iniciais do CPAP”, explicou Patil.

“Mais pesquisas, como ensaios clínicos, são necessárias para estabelecer claramente que o tratamento da AOS pode prevenir o desenvolvimento da DP”, disse ele.

Suplementos esportivos nem sempre são o que parecem Ser

O objetivo dos treinos não deveria ser alcançar um físico perfeitamente esculpido. Esses ideais irreais são perigosos.

Os suplementos não são inofensivos. Achamos que são, mas não são. Alguns prometem aumentar a massa muscular ou melhorar o desempenho esportivo e são populares entre os jovens do sexo masculino. No entanto, diversos estudos mostram que esses produtos frequentemente têm rótulos imprecisos, contêm ingredientes indevidos, não contêm os ingredientes que deveriam e representam um risco potencial à segurança. Além disso, podem ser a porta de entrada para o uso de esteroides anabolizantes.

Devemos deixar claramente estabelecido que o exercício é benéfico. Somos uma sociedade muito sedentária, e nossos filhos não são exceção. Eles deveriam se movimentar mais e passar menos tempo em frente às telas. Praticar esportes, especialmente esportes coletivos, é positivo porque traz benefícios cardiovasculares e ensina habilidades sociais importantes.

Mas o objetivo dos treinos não deveria ser alcançar um físico perfeitamente esculpido. Esses ideais irreais são perigosos. O desejo por um corpo musculoso, tão comum na adolescência e no início da vida adulta nos homens, não é apenas equivocado, mas também está associado a um maior risco de compulsão alcoólica, depressão, dietas restritivas e uso de produtos para ganho muscular.

O problema é que esses produtos nem sempre são o que parecem ser. Uma série de estudos testou diversos suplementos para verificar se o que estava no frasco correspondia ao que estava no rótulo.
  • Em 2020, uma análise de suplementos dietéticos comercializados como alternativas naturais aos esteroides revelou que, dos 16 ingredientes listados, seis não foram detectados, e apenas quatro estavam na dose correta. Dois produtos continham ingredientes não declarados no rótulo.
  • Em 2021, um novo estudo encontrou nove estimulantes proibidos nos 17 suplementos esportivos testados.
  • Em 2023, uma análise de 57 produtos mostrou que 40% não continham nenhum dos ingredientes declarados. Muitos tinham doses incorretas, e 12% continham pelo menos um ingrediente proibido pela FDA. Apenas 11% tinham doses que correspondiam ao que estava no rótulo.
Essas irregularidades levaram a Food and Drug Administration (FDA) a emitir alertas ao público sobre muitos produtos para musculação. Mas um estudo recente, publicado no JAMA Network Open, sugere um problema ainda maior: esses suplementos podem aumentar o risco futuro de uso de esteroides anabolizantes.

O estudo analisou mais de 4.000 jovens do sexo masculino entre 10 e 27 anos dentro do Growing Up Today Study (GUTS). Ao longo dos anos, os participantes responderam questionários sobre o uso de suplementos para ganho muscular, como shakes de proteína, creatina, aminoácidos e hidroximetilbutirato (HMB), além do uso de esteroides anabolizantes.

Menos de 1% dos meninos relataram o uso de esteroides anabolizantes. Mas um fator previu quais meninos eram mais propensos a experimentar esteroides:
  • O risco de tentar esteroides era oito vezes maior entre os que já haviam usado suplementos para ganho muscular.
  • O uso de suplementos musculares era muito comum: quase um em cada três meninos admitiu já tê-los experimentado.
Não há dúvidas sobre os perigos dos esteroides anabolizantes. Um estudo da Dinamarca revelou que o uso de esteroides triplica o risco de morte. Mesmo que não sejam fatais, os esteroides causam danos sérios à saúde.

Nem todos os suplementos são perigosos ou contaminados com ingredientes não rotulados, e a maioria das pessoas não irá abusar de esteroides anabolizantes. No entanto, o problema é grande o suficiente para colocar em risco jovens atletas e aspirantes a atletas.

Eles acreditam que esses suplementos melhoram o desempenho esportivo, quando provavelmente não melhoram.
Eles acreditam que são seguros, quando podem não ser.
Eles acreditam que são necessários para alcançar um ideal de masculinidade, quando esse ideal é uma fantasia.

A realidade é que esses suplementos são fundamentalmente desnecessários.

segunda-feira, 10 de março de 2025

Salada 24: Salada coleslaw (salada de repolho americana)



A salada coleslaw é um prato frio feito principalmente com repolho cru ralado ou fatiado, cenoura e, às vezes, cebola, misturados com um molho à base de maionese, vinagre e temperos. É uma salada cremosa e crocante, muito popular em países como os Estados Unidos, Reino Unido e Holanda. 

É frequentemente servida como acompanhamento para churrascos, sanduíches, frango, hamburguer vegano, tofu marinado ou peixes.

Existem variações da receita, como o uso de iogurte ou creme azedo no lugar da maionese, ou a adição de ingredientes como maçã, passas ou salsão para dar um toque diferente, mais adocicado. O nome "coleslaw" vem do termo holandês "koolsla", que significa "salada de repolho".

Ingredientes:
1/4 xícara de repolho roxo
1/4 xícara de repolho verde
1 cenoura ralada
1/4 xícara de salsinha picada (pode ser coentro)

Molho:
3 colheres de sopa de maionese light ou normal
1/2 potinho de 200ml de de iogurte natural ou creme de leite
1 colher de sopa de de mostarda
Sumo de 1 limão tahiti
Sal e pimenta a gosto
Uva-passas a gosto (2 colheres de sopa)

Modo de preparo:
Cortar os 2 tipos de repolho bem fino (para incorporar o molho). Já a cenoura, rale no ralador. Misture os ingredientes em um bowl. Posteriormente a salsinha. 
Prepare o molho misturando gradativamente os ingredientes, acerte o sal provando e depois é só misturar todo o molho com o repolho, cenoura e salsinha. 
Deixe descansar na geladeira por 8 horas. 

Combina muito com peito de frango grelhado. 

Para quem ainda não leu os posts publicados:

Introdução à salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada.html

Princípios básicos da salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada-post-1-principios.html

Salada 1: Berinjela com castanha do Pará (ou castanha do Brasil), uva-passa e hortelã: 

https://www.nutrologogoiania.com.br/salada-1-berinjela-com-castanha-do-para-ou-castanha-do-brasil-uva-passa-e-hortela

Salada 2: Salada de inverno de abacate com frango cítrico: 

http://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-2-salada-de-inverno-de-abacate.html?m=0

Salada 3: Salada de inverno de rúcula: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-3-salada-de-inverno-de-rucula.html

Salada 4: Salada com legumes assados: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/07/salada-4-salada-de-legumes-assados.html

Salada 5: Salada de Picles de pepino com molho de alho:

 https://www.ecologiamedica.net/2023/04/salada-5-salada-de-picles-de-pepino-com.html

Salada 6: Salada vegana de lentilha crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-6-salada-vegana-de-lentilha.html

Salada 7: Salada cítrica de grão de bico: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-7-salada-de-grao-de-bico-citrica.html

Salada 8: Salada de frango com molho pesto de abacate: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/08/salada-8-salada-de-frango-com-molho-de.html

Salada 9: Salada de berinjela com passas e amêndoas: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-9-salada-de-berinjela-com-passas.html?m=0

Salada 10: Salada com molho homus

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-10-salada-com-molho-homus.html

Salada 11: Salada de atum crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/12/salada-11-salada-crocante-de-atum.html

Salada 12: Trigo cozido com especiarias

https://www.ecologiamedica.net/2024/02/salada-12-trigo-cozido-com-especiarias.html

Salada 13: Salada de Pequi com molho de mostarda e mel

https://www.ecologiamedica.net/2024/04/salada-13-salada-de-pequi-ao-molho-de.html

Salada 14: Salada de Quinoa com frango dourado

https://www.ecologiamedica.net/2024/05/salada-14-salada-de-quinoa-com-frango.html

Salada 15: Salada Waldorf

https://www.ecologiamedica.net/2024/05/salada-15-salada-waldorf.html

Salada 16: Salada de inverno cítrica

https://www.ecologiamedica.net/2024/06/salada-16-salada-de-inverno-citrica.html

Salada 17: Salada de inverno de cogumelos

https://www.ecologiamedica.net/2024/06/salada-17-salada-de-inverno-de-cogumelos.html

Salada 18: Salada Grega

https://www.ecologiamedica.net/2024/07/salada-18-salada-grega.html

Salada 19: Salada de Chicória (escarola) com páprica defumada

https://www.ecologiamedica.net/2024/08/salada-19-salada-de-chicoria-escarola.html

Salada 20: Salada de chicória com tahine

https://www.ecologiamedica.net/2024/08/salada-20-salada-de-chicoria-com-tahine.html

Salada 21: Salada de chicória com tofu amassado

https://www.ecologiamedica.net/2024/09/salada-21-salada-de-escarola-com-tofu.html

Salada 22: Tabule tradicional

https://www.ecologiamedica.net/2024/09/salada-22-tabule-tradicional.html

Salada 23: Salada Natalina em formato de guirlanda

https://www.ecologiamedica.net/2024/12/salada-23-salada-guirlanda-natalina.html

Salada 24: Salada coleslaw (salada de repolho americana)

https://www.ecologiamedica.net/2025/03/salada-24-salada-coleslaw-salada-de.html

O DENV-3 e a explosão de casos de dengue no Brasil



O Brasil já registrou mais de 400 mil casos suspeitos de dengue em 2025, com 160 óbitos confirmados. Em São Paulo, o estado mais afetado — com mais de 230 mil casos suspeitos —, foi decretada emergência pela doença no dia 20 de fevereiro. Em meio à situação extrema, surge uma nova preocupação: o aumento da circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue (DENV-3).

Enquanto os sorotipos DENV-1 e DENV-2 são endêmicos no país e seguem circulando ininterruptamente, a presença dos DENV-3 e DENV-4 é fruto de novas reintroduções, tendo sido a última registrada em 2008 na região de São José do Rio Preto (SP).

sábado, 8 de março de 2025

O que é dieta mediterrânea?

Primeiramente devemos deixar claro que não existe uma dieta mediterrânea. O que existe é um padrão mediterrâneo. Mas para termos práticos, nesse texto abordaremos como "dieta mediterraêna". Mas afinal, onde surgiu essa dieta? No que consiste? 

A dieta mediterrânea é frequentemente descrita como um dos padrões alimentares mais saudáveis do mundo, ano após ano, há mais de uma década. 


Baseada em tradições alimentares de regiões ao redor do mar Mediterrâneo, essa abordagem à nutrição tem sólidas evidências científicas que sustentam seus benefícios para a saúde metabólica, cardiovascular e geral. Neste artigo, exploramos como a dieta mediterrânea contribui para o controle do diabetes, dislipidemia, hipertensão e doenças cardiovasculares, com base nos estudos mais recentes e de alto impacto.

Composição da Dieta Mediterrânea: Nutrientes e Proporções

A dieta mediterrânea é caracterizada por uma combinação equilibrada de macronutrientes e alimentos integrais:
  • Gorduras: Aproximadamente 35-40% das calorias totais, com ênfase em gorduras monoinsaturadas (principalmente do azeite de oliva extra virgem) e poli-insaturadas (presentes em peixes oleosos, nozes e sementes). A ingestão de gorduras saturadas é moderada e as gorduras trans são minimizadas.
  • Proteínas: Entre 15-20% das calorias, com fontes predominantemente vegetais, como leguminosas e nozes, e fontes magras de origem animal, como peixes e aves.
  • Carboidratos: 40-50% das calorias, priorizando carboidratos complexos de cereais integrais, vegetais e frutas. Os carboidratos refinados e alimentos processados são minimizados.
Além disso, no padrão mediterrâneo, a maioria dos alimentos que compõem a dieta devem ser frescos, pouco processados. É uma dieta com ingestão quase nula de ultraprocessados. 


Benefícios no controle do Diabetes

O diabetes tipo 2 é uma doença metabólica caracterizada pela resistência à insulina e altos níveis de glicose no sangue. Estudos recentes, como a meta-análise publicada no BMJ em 2023, demonstram que a dieta mediterrânea melhora significativamente o controle glicêmico. Isso se deve a:
  • Baixo Índice Glicêmico: A preferência por carboidratos complexos e fibras ajuda a evitar picos de glicose e melhora a sensibilidade à insulina.
  • Efeito Antiinflamatório: Compostos bioativos, como polifenóis do azeite e antocianinas das frutas, reduzem a inflamação crônica associada à resistência à insulina.
  • Gestão do Peso: A saciedade proporcionada por gorduras saudáveis e fibras auxilia na manutenção de um peso corporal adequado, fator crucial para o controle do diabetes.
Dieta Mediterrânea como auxiliar no tratamento das Dislipidemias

A dislipidemia, caracterizada por altos níveis de colesterol LDL e triglicerídeos, é um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares. Estudos como o PREDIMED (Prevención con Dieta Mediterránea), publicado no New England Journal of Medicine, evidenciam que a dieta mediterrânea melhora significativamente o perfil lipídico.

  • Redução do LDL: A substituição de gorduras saturadas por monoinsaturadas reduz o colesterol ruim (LDL).
  • Aumento do HDL: O consumo de ácidos graxos ômega-3, provenientes de peixes e nozes, aumenta os níveis de colesterol bom (HDL).
  • Redução de Triglicerídeos: A menor ingestão de carboidratos refinados contribui para a diminuição dos triglicerídeos plasmáticos.
Controle da Hipertensão arterial e padrão dietético mediterrâneo

A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral. A dieta mediterrânea tem mostrado benefícios consistentes no controle da pressão arterial, como apontado por uma revisão de 2022 no Journal of Hypertension.
  • Azeite de Oliva: Rico em polifenóis, promove vasodilatação e reduz a rigidez arterial.
  • Potássio e Magnésio: Abundantes em frutas, vegetais e nozes, ajudam a regular a pressão arterial.
  • Baixo Teor de Sódio: A ênfase em alimentos frescos, ao invés de processados, reduz a ingestão de sal.
Prevenção de Doenças Cardiovasculares via dieta mediterrânea

As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de mortalidade global. A dieta mediterrânea é reconhecida por sua capacidade de reduzir eventos cardiovasculares, como infartos e acidentes vasculares cerebrais. O estudo Lyon Diet Heart Study mostrou que pacientes que aderiram a essa dieta tiveram uma redução de 70% no risco de eventos cardiovasculares em comparação às dietas tradicionais ocidentais.
  • Redução do Estresse Oxidativo: Os antioxidantes presentes no azeite, frutas e vegetais combatem os radicais livres que danificam as artérias.
  • Melhora na Função Endotelial: Os ácidos graxos ômega-3 e polifenóis promovem a saúde do endotélio, prevenindo aterosclerose.
  • Efeito Antitrombótico: Compostos bioativos de peixes e azeite ajudam a evitar formação de coágulos.

Adotando o padrão Mediterrâneo

Primeiramente, devemos orientar que apesar de simples a incorporação desses alimentos, eles são calóricos, logo, o correto é que você faça sob supervisão de um nutricionista que tenha expertise com Dieta Mediterrêna. 

O nosso nutricionista (Rodrigo Lamonier) há quase 10 anos estuda esse padrão dietético e sempre faz ressalvas sobre a quantidade de gorduras. Exemplo, 1 colher de sopa de azeite fornece 100 a 120kcal. Ou seja, em pouca quantidade há muita caloria, então se o paciente não souber dosar as quantidade correta, pode ocorrer um ganho de peso, aumento da frequência intestinal, amolecimento das fezes. 

Alimentos que fazem parte do padrão mediterrâneo. 

1. Vegetais e Frutas
  • Vegetais: Brócolis, espinafre, couve, alface, tomate, pepino, berinjela, abobrinha, pimentões, cebola, alho, etc.
  • Frutas: Maçãs, laranjas, uvas, morangos, figos, tâmaras, damascos, pêssegos, melões, etc.
Consuma uma variedade de vegetais e frutas frescas, preferencialmente da estação.

2. Gorduras Saudáveis
  • Azeite de oliva extravirgem: A principal fonte de gordura da dieta mediterrânea. Use para cozinhar, temperar saladas ou regar sobre pratos prontos.
  • Azeitonas: Consumidas como petisco ou adicionadas a pratos. Cuidado com o sódio das conservas.
  • Abacate: Fonte de gorduras monoinsaturadas.
  • Nozes e sementes: Amêndoas, nozes, pistaches, sementes de chia, linhaça e girassol.
3. Grãos Integrais
  • Pães integrais: Prefira pães feitos com farinha integral ou de grãos antigos.
  • Arroz integral: Substitua o arroz branco pelo integral.
  • Outros grãos: Quinoa, cevada, aveia e couscous integral.

4. Leguminosas
  • Feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha e outros tipos de leguminosas são excelentes fontes de proteína vegetal e fibras.
5. Peixes e Frutos do Mar
  • Peixes gordurosos: Salmão, sardinha, atum, cavala e arenque, ricos em ômega-3.
  • Outros frutos do mar: Camarão, mexilhões, polvo e lula.
  • Consuma peixes pelo menos 2 a 3 vezes por semana.
6. Laticínios magros
  • Iogurte natural: Prefira versões sem açúcar.
  • Queijos: Queijos frescos como feta, queijo de cabra e queijo cottage.
  • Leite: Consuma versões desnatadas ou semidesnatadas.
7. Proteínas Magras
  • Aves: Frango e peru, preferencialmente sem pele.
  • Ovos: Consuma com moderação, cozidos ou pochê.
  • Carne vermelha: Limite o consumo a poucas vezes por semana e sempre dando preferência aos cortes magros.
8. Ervas e Especiarias
  • Use ervas frescas e secas (manjericão, orégano, alecrim, tomilho, salsinha, coentro) e especiarias (pimenta do reino, cúrcuma, canela) para temperar os alimentos, reduzindo o uso de sal.
9. Vinho com Moderação
  • O consumo moderado de vinho tinto (1 taça por dia para mulheres e 2 para homens) é comum na dieta mediterrânea, mas não é obrigatório. Se não beber, não é necessário começar. Os benefícios são advindos do resveratrol presente na uva e não no álcool. 

Dicas adicionais sobre o padrão mediterrâneo
  • Evite alimentos processados: Reduza o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, sal e gorduras trans.
  • Cozinhe em casa: Prepare suas refeições com ingredientes frescos e naturais.
  • Coma com atenção: Aproveite as refeições em família ou com amigos, comendo devagar e apreciando os sabores.
Seguir a dieta mediterrânea não é apenas sobre os alimentos, mas também sobre um estilo de vida que valoriza a alimentação saudável, a atividade física e o convívio social. A dieta mediterrânea é mais do que uma estratégia alimentar; é um estilo de vida que pode promover saúde e longevidade. Com sua rica composição de nutrientes e foco em alimentos naturais, ela oferece benefícios que podem ajudar no controle do diabetes, dislipidemia, hipertensão e doenças cardiovasculares. Incorporar esses princípios à sua rotina pode ser o primeiro passo para uma vida mais saudável e equilibrada.

Para uma abordagem personalizada e segura, é fundamental o acompanhamento com profissionais capacitados e que entendam do assunto. Temos programas de acompanhamento com Nutrólogo, Nutricionista e Endocrinologista.

Autores:
Dra. Natalia Jatene - Endocrinologista em Goiânia
Dr. Frederico Lobo - Nutrólogo em Goiânia
Dr. Rodrigo Lamonier - Nutricionista em Profissional da Educação Física em Goiânia