terça-feira, 26 de maio de 2015

Dieta sem glúten ?


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Alumínio


Os seres humanos estão sofrendo um aumento estrondoso na exposição ao alumínio (Al). Uma situação que só tende a piorar. O alerta é do professor Christopher Exley, da Universidade de Keele (Reino Unido), em um estudo sobre a exposição humana ao metal. O Al não tem função biológica conhecida e é reconhecidamente uma toxina ambiental. O solo do cerrado é muito rico em alumínio e por isso quase sempre aparece nos mineralogramas capilares.

A exposição humana ao AL está implicada em um grande número de doenças crônicas, incluindo doenças ósseas, autoimunes, câncer e neurodegenerativas. Principalmente diminuição da capacidade cognitiva (memória é concentração). ⚠ A melhor forma de detectar intoxicação crônica por alumínio é através do mineralograma capilar.

Dicas para evitar a contaminação mas com pouca comprovação científica:
1) Trocar as panelas de Al por panelas de vidro ou de aço inox. Se for impossível, não ariar as panelas e raspar utensílios no fundo da panela.
2) Trocar os desodorantes convencionais (possuem cloridrato de alumínio que obstrui os poros para que vc não transpire) por desodorantes sem Al.
3) Evitar consumir alimentos armazenados em recipientes que contem AL (enlatados, embalagem tetrapark).
4) Procurar um nutricionista ou nutrólogo para adequar a dieta aumentando o aporte de Magnésio e Cálcio já que eles tendem a "deslocar" o Al dos seus sítios e diminuir a absorção.

Na prática a maior fonte de contaminação é oriunda do próprio solo local (exemplo o solo do cerrado) e da água (já que as empresas que tratam a água, utilizam sulfato de alumínio para tratar a água).

Tratamento medicamentoso: Quelação endovenosa com Desferal ou EDTA cálcico.
Tratamento nutricional: Alimentos competidores: fontes de magnésio e cálcio. 

Chumbo


Há mais de 4.000 anos o chumbo é utilizado sob várias formas. Compostos de chumbo são absorvidos por via respiratória e cutânea.

Os principais usos estão relacionados às indústrias extrativa, petrolífera, de baterias, tintas e corantes, cerâmica, cabos, tubulações e munições. Também pode ser incorporado aos alimentos durante o processo de industrialização ou no preparo doméstico. Outra fonte são as tintas à base de chumbo e fumaça de automóveis.

O sistema nervoso, a medula óssea e os rins são considerados órgãos críticos para o chumbo. Seus efeitos no Sistema nervoso central (SNC) dependerá do tempo de exposição, da quantidade absorvida. Sintomas: aumento da pressão arterial, déficit cognitivo, irritabilidade, dificuldade de concentração, memória deficiente, anemia.

Diagnóstico: intoxicação crônica pode ser detectada via mineralograma capilar, preferencialmente pêlos pubianos. Se níveis muito elevados, pode ser detectado na dosagem sérica ou urinária.

Tratamento: quelação endovenosa com EDTA ou Quelação via oral ou retal com DMSA

 #metaistóxicos #Chumbo #Lead #Mineralograma #MedicinaAmbiental #Toxicologia #EDTA #Alimentação  #SemTerrorismoNutricional #Ética #CiênciasNutricionais #SemModismos #MenosÉmais

Dia mundial de combate à Hipertensão arterial sistêmica


No dia 26 de Abril é comemorado o dia de Combate à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Segundo a OMS, a HAS é o principal fator de risco de doenças cardiovasculares. Por ser uma doença silenciosa, grande parte dos pacientes não sabe que possuem.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, uma em cada 4 pessoas adultas tem HAS. Assim, estima-se que a doença atinja, no mínimo, 25% da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos.

Ela é a responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. As graves consequências da HAS podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com adequado controle da pressão.

Dicas para prevenir a HAS:

1) Afira a pressão pelo menos uma vez por ano.

2) Pratique atividades físicas regularmente.

3) Mantenha o peso ideal.

4) Adote dieta DASH caso tenha história familiar de HAS.

5) Evite álcool.

6) Não fume.

7) Evite o estresse.

Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) é um padrão alimentar que incentiva o consumo de certos alimentos e exerce um importante impacto na redução da pressão arterial. Ajuda a controlar o colesterol e sua grande vantagem é que não exclui nenhum grupo alimentar.

Estudos mostram que a adesão a esse estilo alimentar reduz em 14% o desenvolvimento de hipertensão, funcionando positivamente na prevenção de doença cardiovascular. A dieta DASH é rica em fibras e nos minerais potássio, cálcio e magnésio, e esses micronutrientes trazem benefícios sobre a pressão arterial. Orientações da DASH:

1- Escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes, utilizando-os em pequena quantidade.

2- Comer muitas frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção é igual a uma concha média). 3- Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia.

4- Preferir os alimentos integrais, como pães, cereais e massas integrais ou de trigo integral.

5- Comer oleaginosas (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco porções por semana (uma porção é igual a ⅓ de xícara ou 40 gramas de castanhas, duas colheres de sopa ou 14 gramas de sementes, ou ½ xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas).

6- Reduzir as gorduras saturadas . Utilizar óleos vegetais insaturados (como azeite, soja, milho).

7- Evitar o sal. Evitar também molhos e caldos prontos, além de produtos industrializados.

8- Diminuir ou evitar o consumo de doces e bebidas com açúcar.

Fonte: www.nhlbi.nih.gov/health/public/heart/hbp/dash/new_dash.pdf

Radicais livres: será que devemos combatê-los ? por Prof. Guilherme Artioli

Esse é o 1o de 2 posts sobre o tema - Essas pequenas partículas subatômicas têm dado o que falar, e não por menos. Sua principal característica físico-química chega a assustar: são altamente instáveis e, portanto, altamente reativas, podendo se ligar a vários tipos de moléculas a fim de tornarem-se estáveis.

O problema é que a reação entre um radical livre e uma molécula qualquer pode modificar a estrutura e a função dessa molécula. A consequência? Perdas funcionais.


Mas será que precisamos deliberadamente tomar medidas para combatê-los? As espécies reativas de oxigênio são produtos naturais dos processos oxidativos que ocorrem em nossas células, nas mitocôndrias. Portanto, produzir energia implica em produzir radicais livres, e não há como evitar tal produção. Uma vez que os músculos produzem muita e são dotados de muitas mitocôndrias, eles acabam sendo um dos principais locais de produção das EROs.

O problema é que, dentro das mitocôndrias, existe muito DNA, que pode sofrer danos. Outro problema é que as mitocôndrias se renovam e, para tanto, precisam copiar o material genético (DNA) das mitocôndrias já existentes. Se o DNA já estiver danificado, a cópia conterá os danos anteriores, os que se somarão aos novos danos. O resultado desse acúmulo de danos ao DNA ao longo do tempo é a diminuição da função da mitocôndria.

Em outras palavras, ao longo do tempo (leia-se envelhecimento), ocorre um acúmulo de danos ao DNA mitocondrial, os quais resultam em diminuição da capacidade de produzir energia. Essa é a base da teoria do envelhecimento mitocondrial e, não ao acaso, ao envelhecer, perde-se progressivamente sua capacidade de produzir energia e de realizar exercícios que dependem do metabolismo aeróbio.

Por esse mesmo motivo, o combate aos radicais livres promete efeitos “antienvelhecimento”. Mas já iremos abordar essa questão em mais detalhes. Em outros tecidos, eles também podem ter efeitos deletérios -cerca de 50 doenças já foram associadas a algum tipo de desequilíbrio entre produção de radicais livres.

Amanhã discutiremos a relevância para o exercício e se a suplementação pode ou não trazer benefício.

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Continuando o post de ontem - Embora os radicais livres (RL) e EROs tenham sim papel em diversas doenças e no envelhecimento, é importante fazermos uma distinção entre produção fisiológica de radicais livres e estresse oxidativo.

Nosso organismo é dotado de diversos sistemas de defesa contra os danos provocados pelos RL, e eles funcionam muito bem quando estão em equilíbrio. Mais ainda, os RLs atuam como desencadeadores de efeitos benéficos, especialmente no contexto do exercício físico.

Estudos mostram que o exercício aumenta a produção de RLs, mas que aumentam também as defesas antioxidantes naturais, de tal forma que o equilíbrio se mantém. Mostram ainda que os RLs SÃO NECESSÁRIOS PARA QUE O ORGANISMO SE ADAPTE AO EXERCÍCIO.

Ao combater artificialmente os RLs, combatemos adaptações que são benéficas. É como se o tiro saísse pela culatra. Em um outra situação bastante diferente, existe o estresse oxidativo.

Nesses casos, a produção de RLs excede em muito a capacidade do organismos de neutralizá-los. Isso pode acontecer em doenças que resultam em perda das defesas antioxidantes ou em aumento da produção de RLs.

Outra situação comum é quando há excesso de exercício físico, especialmente o aeróbio intenso de longa duração (duas horas, ou mais). Embora volumes de treino assim elevados sejam raros, atletas de longa duração estão muito sujeitos aos danos causados pelo estresse oxidativo.

Como sempre dizemos: esporte de alto-nível está longe de ser saudável. Mas para o indivíduo comum, que simplesmente vai à academia e pratica seus treinos aeróbios 2-4 vezes na semana, os RLs são mais benéficos do que maléficos e, logo, não há porque combatê-los.

Para quem não se sujeita às rotinas de treino de atletas de competição, a literatura é bastante clara: NÃO EXISTEM BENEFÍCIOS COM A SUPLEMENTAÇÃO DE ANTIOXIDANTES (vitaminas A, C e E e coenzima Q10, entre outros). Ao contrário, ela pode até atrapalhar as adaptações ao exercício.

Para quem é atleta, apesar do estresse oxidativo ser uma preocupação legítima, o uso de suplementos também não parece ser muito efetivo. É o que mostram diferentes estudos. Prof. Guilherme Artioli

Creatina e queda de cabelo por Dr. Bruno Cosme



A Diidrotestosterona (DHT) está correlacionada com a perda de cabelo e tudo que ocasione o aumento da DHT pode ocasionar perda de cabelo em pessoas geneticamente susceptíveis (componente genético forte). Devido a isso, tudo que eleva a DHT pode implicar no aceleramento da perda capilar.

E a suplementacao com creatina foi implicada no aumento de DHT em um estudo e tb no aumento da relação DHT/Testosterona. Como se trata de apenas um estudo, é necessário que este seja reproduzido mais vezes ou até mesmo estudos diretos envolvendo creatina e perda de cabelo.

Então se você tem predisposição genética, preza muito por seu cabelo e não quer arriscar aumentar a queda, não suplementaria com creatina. Ou até mesmo suplementar caso necessário e suspender caso perceba aumento da queda.

Consulte um profissional que te oriente quanto a doses e necessidade de suplementação. Gosto muito da creatina, um dos poucos suplementos comprovadamente eficazes e com diversos benefícios para praticantes de atividades físicas, e até mesmo idosos.


Fontes vegetais de ômega 3


"Pq vcs ñ podem acreditar em tudo que vêem no facebook. Não é nem que esta publicação está errada (até porque não fui conferir o teor de omega 3 em ambos alimentos), ela não faz é sentido. O ômega 3 vindo de vegetais está longe de ser o omega 3 de origem animal.

Nos vegetais está na forma ALA e nos animais nas formas EPA e DHA. Cada um deles com atuações distintas e/ou complementares. Por isso não podemos tê-los por farinha do mesmo saco...

Quando ingerimos ALA, a conversão deste em EPA e DHA, dentro de nosso organismo é muito baixa. Não faço aqui nenhuma recomendação ou contra-indicação.

Apenas deixando a dica, que as coisas não são o que parecem ser. Procurem por informações mais concretas do que aquilo que circula por aqui." por Nutricionista Emanuele Salustiano


 #Nutrologia #ABRAN #Ômega3 #Salmão #Chia #Linhaça #EPA #DHA #ALA

Diabetes e Alzheimer


Excelente post da minha amiga Dra. Tatiana Abrão - endocrinologista e nutróloga em Sorocaba - SP.

Excelentes pastagens. "Ainda do COPEM, uma aula de Endocrinologia e Demências .

É claro que não faltou o assunto Diabetes e Alzheimer (DA). Aliás, o diabetes pode aumentar o risco de Demências , incluindo o Alzheimer em até 50% (segundo relatório divulgado pela ADI), mostrando que a doença não tem apenas relação com a genética, envelhecimento e o nível de atividade intelectual.

Devemos ainda intervir nos fatores evitáveis para reduzir os riscos de demência, como o tabagismo. Hipertensão Arterial ( pressão alta) e diabetes, que por si reduzem o risco cardiovascular. Estes riscos afetam os vasos sanguíneos levando a demência vascular ou sua piora.

Quanto ao Alzheimer (DA), diretamente por resistência Insulínica cerebral por um acúmulo de oligômeros de beta amilóides no cérebro, e estas substâncias agem como neurotoxinas, aumentando estresse oxidativo, perda de sinapses ( conexões entre os neurônios), sendo que prejudicam a sinalização neuronal por insulina, ligados ainda a citocinas inflamatórias, como TNF alfa causando estresse metabólico, causando perda de sinapses e déficit de memória em modelos animais.

A insulina protege as sinapses destas neurotoxinas, e sua sinalização é muito importante tanto para o aprendizado quanto para a aquisição e consolidação da memória. Tem inclusive estudos de medicamentos para diabetes, inclusive análogos de GLP1 e insulina nasal, para melhora da doença, pelo menos interrompendo o declínio cognitivo em humanos.

Ainda estão em estudos estas medicações para a DA, e os estudos tanto neste caminho, quanto no caminho de outras drogas, como a DFMO, que age bloqueando a CD11 no início da DA.

Mas intervindo na mudança do estilo de vida, atividade física e dieta, combatendo o tabagismo, Hipertensão e Resistência Insulínica/ Diabetes, já é um bom começo.

 #copem #insulina #resistênciainsulínica #ri #alzheimer #demências #demênciavascular #déficitcognitivo #memória #betaamilóide #endocrinologia #nutrologia #diabetes #diabetescerebral #diabetestype3

Só é nutrólogo quem tem título


Só é nutrólogo quem tem TÍTULO ou RESIDÊNCIA. Quem ainda não tem título ou não fez residência é apenas aspirante. 

Nesse grupo eu me incluo, fiz a pós-graduação de Nutrologia na Associação Brasileira de Nutrologia mas isso não me dá o direito de sair divulgando que sou nutrólogo. Apenas quando passar na prova de título que é em setembro. 

Campanha por uma medicina mais ética e com respeito á legislação.

Se você tem dúvidas se o seu médico é especialista, basta entrar no link abaixo:
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59

1) digitar o nome dele
2) selecionar o estado
3) preencher o quadrado com as letras e números mostrados
4) clicar em buscar

Caso ele tenha alguma especialidade registrada, aparecerá o nome da especialidade e o número do RQE. Se não apresentar, provavelmente ele não é especialista.







Campanha do Ministério da Saúde


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Controvérsias

Afinal, juridicamente, médico pode prescrever dieta?

DESPACHO SEJUR Nº 277/2014
Expediente nº 4159/2014
Referência: Consulta oriunda da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Assunto: Elaboração de Dietas alimentares por médicos.

Chegou a este CFM correspondência oriunda da Sociedade Brasileira  de Endocrinologia e Metabologia, sob o expediente acima em referência, onde se relata o recebimento de Consulta formulada por profissional de Educação Física, o qual narra trabalhar em “academia de musculação e
vem observando a prescrição de dietas por Endocrinologistas”. Esta consulta foi formulada nos seguintes termos:

“Pergunta se “existe alguma lei que regulamenta a prescrição de dietas por médicos endócrinos?, acrescentando que “Mesmo que o mesmo tenha uma formação em Endocrinologia e Metabologia, a lei nº 8.234, de 17 de setembro de 1991, priva somente aos nutricionistas a prescrição,
planejamento, coordenação, supervisão e avaliação de estudos dietéticos.” Complementa sua correspondência da seguinte forma: “Se existe alguma lei que regulamenta este exercício, por favor me encaminhe em resposta”.

Assim, sob o entendimento de que a matéria envolva a “categoria médica em geral”, a Sociedade Médica em questão entendeu pela remessa do caso a esse Conselho Federal.

Na data de 25.07.2014, o DEPCO encaminhou o expediente para exame deste SEJUR.

No essencial, é relatório.

Consoante reza o parágrafo único do art. 2º da Lei 12.842/2013(Lei do Ato Médico), “O médico desenvolverá suas ações profissionais no campo da atenção à saúde para: I - a promoção, a proteção e a recuperação da saúde: II – a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças; III – a reabilitação dos enfermos e portadores de deficiências”.

Já a Lei 8234/91, que regulamenta a profissão de nutricionista, assim dispõe;
Art. 3º São atividades privativas dos nutricionistas:
[...]
II – planejamento, organização, direção, supervisão e avaliação de serviços de alimentação e nutrição:
[...]
VIII – assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e a nível de consultórios de nutrição e dietética, prescrevendo, planejando, analisando, supervisionando e avaliando dietas para enfermos.
Art. 4º Atribuem-se, também, aos nutricionistas as seguintes atividades, desde que relacionadas com alimentação e nutrição humana:
[...]

VII – prescrição de suplementos nutricionais, necessários à complementação da dieta;
[...]

Conjugando-se os dispositivos legais supra transcritos, via de regra, tem-se que a prescrição de dietas alimentares por médicos, destacadamente por endocrinologistas e nutrólogos, revestir-se-á de
legalidade quando tiver por pressuposto o diagnóstico de uma doença e tiver um objetivo terapêutico, isto é, voltada à prevenção ou ao tratamento de uma enfermidade/deficiência.

Por outro lado, a prescrição de planos alimentares, com fins meramente dietéticos, ou estéticos (sem envolver um diagnóstico), afigurase como ato privativo dos nutricionistas.

Tal compreensão poderia gerar alguma perplexidade tendo em vista a redação do inc. VIII de art. 3º supra transcrito. Este dispositivo, dentre outros comandos, reza ser atribuição privativa dos nutricionistas a prescrição de dietas para enfermos em ambiente hospitalar.

Uma leitura fria e descontextualizada desta norma poderia gerar a errônea compreensão de que o profissional médico estaria alijado do ato de prescrever dietas alimentares com finalidade terapêutica em ambiente hospitalar.

Contudo, esta prescrição de dietas hospitalares tem por antecedente a realização do diagnóstico de uma moléstia. E o diagnóstico não é senão uma atribuição exclusiva dos médicos, conforme melhor interpretação da Lei 12.842 de 10 de julho de 2013 (Lei do ato médico).

Em assim, pelo critério temporal, a Lei do Ato Médico, posterior à Lei 8234/91, revogou parcialmente (derrogou) o inc. VIII, do art. 3º deste diploma, no que toca especificamente à possibilidade do Nutricionista “prescrever” dietas no âmbito hospitalar para enfermos. Haverá sempre a possibilidade do profissional nutricionista elaborar um programa alimentar, conforme a prescrição (com diagnóstico) médica de uma determinada dieta com fins terapêuticos.

Do ponto de vista exclusivamente jurídico, é o que nos parece, s.m.j.

Brasília-DF, 30 de julho de 2014

Fonte: http://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/transcric%CC%A7a%CC%83o_do_oficio_do_cfm_elaborac%CC%A7a%CC%83o_de_dietas_alimentares_por_me%CC%81dicos_sem_logo.pdf

domingo, 3 de maio de 2015

Comedores Compulsivos Anônimos em Goiânia

Quem somos 

Comedores Compulsivos Anônimos é uma Irmandade de indivíduos que, compartilhando experiências, força e esperança estão se recuperando do comer compulsivo. Em CCA damos as boas-vindas a todos que desejam parar de comer compulsivamente. Não há taxas ou mensalidades para ser membro de CCA; somos auto-sustentados por meio de nossas próprias contribuições, não solicitando nem aceitando doações de fora. CCA não se filia a nenhuma organização pública ou privada, movimento político, ideologia ou doutrina religiosa; não tomamos posição em assuntos externos. Nosso propósito primordial é abster-nos do comer compulsivo e transmitir esta mensagem de recuperação aos que ainda sofrem.

Em Goiânia temos um grupo de Comedores Compulsivos Anônimos. 

Nos reunimos todos às terças das 20 às 22:00 na Avenida Castelo Branco, nº 905, Setor Coimbra (quase em frente à praça do cigano ou em frente à Pax serviços funerários). 

Nosso trabalho é autossuficiente e não cobramos nenhum tipo mensalidade. 

Fone: (62) 99938-5419 (Anderson)

CCA é para você?

Somente você pode decidir essa questão. Ninguém poderá tomar essa decisão por você. Nós, que agora estamos em CCA, descobrimos um novo modo de vida, que nos permite viver sem o excesso de comida. Nós acreditamos que o comer compulsivo é uma doença progressiva, que, como o alcoolismo e outras doenças, pode ser detida. Lembre-se, não há vergonha em admitir que você tem um problema; a coisa mais importante é fazer algo sobre isso.

O que você pode esperar de CCA

Após anos de luta com o peso e obsessão pela comida, você decidiu dar uma chance a CCA. Você pode encontrar uma reunião de CCA perto de você através da Internet ou telefonando para nosso escritório de serviço - JUNCCAB. Telefonando para a pessoa responsável pelo grupo você pode confirmar a hora, o local e o dia da reunião e ter certeza de que as informações não foram mudadas.

Ao chegar à reunião, você encontrará homens e mulheres que sofrem de uma doença comum - o comer compulsivo - e encontraram uma solução comum: Os Doze Passos e as Doze Tradições de Comedores Compulsivos Anônimos. Em qualquer lugar, você verá de três a trinta pessoas na reunião. Em média, uma reunião tem 10 pessoas. Você será calorosamente recebido (a).

A reunião geralmente é iniciada com a Oração da Serenidade, e você poderá ouvir uma leitura chamada "Nosso convite a você", que descreve a doença do comer compulsivo e a solução dos Doze Passos. O formato das reuniões pode variar, mas todos os grupos são unânimes em buscar a recuperação em três níveis - físico, emocional e espiritual - através dos Doze Passos, e o único requisito para ser membro é o desejo de parar de comer compulsivamente.

Você poderá ouvir um orador abrir a reunião e falar por 10 a 15 minutos sobre como era a vida antes de vir para CCA, o que aconteceu e como ele ou ela está agora; ou alguém poderá ler algo da literatura de CCA ou de AA (Alcoólicos Anônimos). Outros membros irão compartilhar sua experiência, força e esperança. Você terá a oportunidade de se apresentar como um recém chegado, se você desejar. Você irá descobrir que não está sozinho e que existe uma saída para o desespero. Sendo o anonimato um princípio crítico no programa de CCA, você está seguro de que aquilo que compartilhar será confidencial. Isto garante a segurança necessária para você compartilhar suas experiências honestamente.

Você poderá reconhecer a sua própria história quando ouvir a partilha dos outros. Escutar irá ajudá-lo a encontrar outros que têm aquilo que você quer, seja perda de peso, clareza, alegria, ou recuperação da obsessão. Você poderá pedir a alguém para ser seu padrinho. Um padrinho irá ajudá-lo a trabalhar os Passos do programa a fim de atingir a recuperação que procura. 

Quando membros compartilham, você poderá ouvi-los falar sobre Deus ou um Poder Superior. CCA não é um programa religioso e não apóia nenhuma ideologia religiosa específica. Trata-se de um programa que pratica princípios espirituais, e os membros abordam esses princípios com um Poder Superior do seu próprio entendimento.

Uma lista pode ser passada para que todos coloquem seus nomes e telefones a fim de que membros possam se ajudar fora das reuniões. Algum membro da reunião que você freqüenta poderá lhe telefonar e responder quaisquer perguntas sobre o programa. Você também terá a oportunidade de anotar os números de telefones de outros membros para pedir ajuda. O telefone é um importante instrumento em CCA para dar e pedir ajuda, e para lembrar que você não está sozinho.

A duração das reuniões varia entre uma e duas horas e geralmente elas incluem um intervalo. Durante o intervalo, sinta-se a vontade para fazer perguntas e para olhar a literatura de CCA, o que ajudará você a entender melhor o programa. Ao pedir ajuda, você está dando um importante passo em direção a recuperação.
Como CCA é auto-sustentável, uma sacola será passada para a coleta de doações.

Você notará que alguns membros trabalham voluntariamente para o andamento da reunião como o secretário do grupo, o tesoureiro e o recepcionista. Membros descobrem que prestar serviço a CCA os mantém sem comer compulsivamente. O serviço é importante na recuperação deles porque os permite dar de volta para a Irmandade que salvou a suas vidas. Oportunidades de serviço existem em vários níveis na Irmandade, desde fazer o café e arrumar as cadeiras em uma reunião até estar na Assembléia. 

A reunião geralmente é encerrada com uma leitura como as promessas de CCA. Se você não se sentir bem na reunião que você assistiu, tente um grupo diferente em local e horário diferentes. É uma boa idéia assistir a pelo menos seis reuniões antes de decidir qual é a melhor para você. 

O que você não irá encontrar em uma reunião de CCA são pesagens, pacotes de refeições, taxas, mensalidades, "deveria", "teria" ou julgamentos.

Você irá encontrar nas reuniões:
Aceitação - como você é agora, como você foi e como você será.
Compreensão dos problemas que você está enfrentando agora - problemas quase que certamente compartilhados por outros no grupo.
Comunicação que surge como resultado natural da nossa compreensão e aceitação mútua.
Recuperação da sua doença.
Poder para entrar em um novo modo de vida através da compreensão e da aceitação de si mesmo, da prática do programa de recuperação dos Doze Passos, da crença em um Poder Superior a você mesmo, e do apoio e companheirismo do grupo.

Se você decidir que é um de nós, vos damos as boas vindas de braços abertos. Quaisquer que sejam as suas circunstâncias, nós te oferecemos o presente da aceitação. Você não está mais sozinho. Bem vindo a Comedores Compulsivos Anônimos. Bem vindo a casa.

O CCA é para você ?

01
Eu como quando não estou com fome ou deixo de comer quando meu corpo necessita se nutrir?
02
Faço farras alimentares sem razão aparente, às vezes até me sentir empanturrado ou passar mal?
03
Tenho sentimentos de culpa, vergonha ou constrangimento em relação à maneira como eu me alimento?
04
Como sensatamente na frente de outras pessoas e desconto depois, quando estou sozinho?
05
Minha maneira de comer está afetando minha saúde ou minha maneira de viver?
06
Quando minhas emoções estão intensas - sejam positivas ou negativas - eu me vejo procurando por comida?
07
Meus comportamentos alimentares fazem a mim ou aos outros infelizes?
08
Já cheguei a usar laxantes, vômitos, diuréticos, excesso de atividade física, medicamentos para controle do apetite, injeções ou intervenções médicas (incluindo cirurgias) para tentar controlar meu peso?
09
Faço jejum ou restrinjo severamente a comida para controlar meu peso?
10
Eu fantasio sobre como a vida seria muito melhor se eu usasse um tamanho diferente ou tivesse outro peso?
11
Eu preciso mascar ou ter algo em minha boca o tempo todo, como comida, chicletes, balas ou bebidas?
12
Já cheguei a comer comida congelada, queimada, estragada, retirada de recipientes no supermercado, ou do lixo?
13
Existem certas comidas que não consigo parar de comer depois de dar a primeira mordida?
14
Já cheguei a perder peso com dietas ou períodos de controle, seguidos por períodos de intenso descontrole com a comida e/ou ganho de peso?
15
Passo muito tempo pensando em comida, discutindo comigo mesmo sobre se comerei e o que comerei, planejando a próxima dieta ou cura através de exercícios físicos, ou contando calorias?
Você respondeu “sim” a várias destas perguntas? Caso tenha respondido, é possível que você tenha ou esteja a caminho de ter um problema de comer compulsivo ou de comer além das suas necessidades. Descobrimos que uma das formas de interromper esta doença progressiva é praticando o programa de recuperação de Doze Passos de Comedores Compulsivos Anônimos. CCA é uma Irmandade de pessoas que, compartilhando experiências, forças e esperanças, estão se recuperando do comer compulsivo. Damos as boas vindas a todos que desejam parar de comer compulsivamente. Não há taxas ou mensalidades para membros; somos autossustentáveis através de nossas próprias contribuições, não solicitando nem aceitando doações de fora. CCA não está afiliado a nenhuma organização pública ou privada, movimento político, doutrina ideológica ou religiosa; não nos posicionamos em a ssuntos externos. Nosso propósito primordial é nos abster de comer compulsivamente e levar a mensagem aos que ainda sofrem.
O CCA é para você? 
Apenas você poderá responder a esta pergunta. Ninguém poderá tomar esta decisão por você. Nós que agora estamos em CCA descobrimos um modo de vida que nos permite viver sem necessitar da comida em excesso. Acreditamos que o comer compulsivo é uma doença progressiva que, assim como o alcoolismo e outras doenças, pode ser detida. Lembre-se que não é vergonha admitir que você tem um problema; o mais importante é fazer algo a respeito.
Reuniões 

Há grupos de CCA espalhados em algumas cidades brasileiras. 

Você também pode participar das reuniões On-lines (via internet), no link acima há o passo-a-passo para participar.


Perguntas e respostas mais frequentes

O que é comer por compulsão?
CCA acredita que comer por compulsão é uma doença - uma doença progressiva - que não pode ser curada, mas que, como muitas outras doenças, pode se detida.
Antes de chegar em CCA, muitos comedores compulsivos se consideravam glutões, proscritos sociais na aparência ou apenas claramente sem força de vontade. CCA crê que esta doença pode ser detida se a pessoa estiver disposta a seguir um programa simples que provou ser um sucesso para um número sem fim de comedores compulsivos.
Após reconhecer que comer compulsivamente é uma doença, a força de vontade não está mais envolvida, visto que o comedor compulsivo sofredor perdeu o poder de escolha sobre a comida. O mais importante é encarar os fatos da doença e tirar proveito da ajuda disponível. Tem que haver também o desejo de recuperar-se. Nossa experiência demonstrou que o programa de CCA funciona para aqueles que desejam sinceramente parar de comer compulsivamente; raramente funciona para aqueles que não estão totalmente certos de que querem parar.

O que queremos dizer com "comedor compulsivo"? 
Por definição, "compulsão" significa "um impulso ou sensação de estar sendo levado irresistivelmente a executar alguma ação irracional". Não é somente o quanto comemos que faz de nós o que somos, mas a maneira como nos comportamos em relação à comida. Alguns comedores compulsivos comem em segredo, enquanto outros alternam o empanturramento e o jejum. Entretanto, todos os comedores compulsivos têm uma coisa em comum: são levados, por forças que não compreendem, a comer mais ou menos do que eles precisam, e comem essa comida de formas que não são racionais.

Como posso saber se sou um comedor compulsivo? 
Só você pode decidir.
Muitos membros atuais de CCA ouviram da família, de amigos, e mesmo de médicos, que tudo que eles precisam era um pouco de autocontrole e força de vontade para perder peso e comer normalmente. Acreditando nisso, essas pessoas experimentaram períodos frustrantes de dietas e perda de peso, apenas para recuperar todo o peso perdido e ainda mais. Essas mesmas pessoas finalmente se voltaram para CCA, porque elas sentiram que seus hábitos alimentares as derrotaram, e elas estavam prontas a tentar qualquer coisa para serem libertas da terrível compulsão por comer demais.
Outros, com muito menos peso a perder ou com menos tempo de comer compulsivo, também se voltaram para CCA. Eles descobriram o suficiente sobre o comer compulsivo para reconhecer que se trata de uma doença progressiva.
Em CCA, comedores compulsivos são descritos como pessoas cujos hábitos alimentares têm causado problemas crescentes e contínuos em suas vidas. É preciso enfatizar que apenas a própria pessoa pode dizer se a comida se tornou um problema incontrolável.

Preciso estar com um determinado excesso de peso para vir para o CCA?
Não. A experiência mostra que CCA funciona para quase todos que querem parar de comer compulsivamente, não importando de que tamanho o indivíduo seja.
Algumas pessoas que vêm para o CCA já alcançaram seu peso normal; outras talvez estejam abaixo de seu peso normal. Elas se voltam para o CCA para encontrar um modo de vida em que elas possam viver confortavelmente sem voltar aos hábitos alimentares compulsivos.
Existem tantos graus de excesso de peso quantos são os membros de CCA, variando de peso normal até aqueles que têm dezenas de quilos a perder. Seja qual for o peso, todos tiveram o desejo de parar de comer compulsivamente têm as mesmas vantagens ingressando em Comedores Compulsivos Anônimos. Sua relação em comum está expressa no primeiro passo: "Admitimos que éramos impotentes perante a comida e nossas vidas tinham se tornado ingovernáveis."

Eu falhei em todas as dietas. Como CCA pode prevenir estes "deslizes"?
Ninguém falha em CCA. Enquanto a pessoa quiser continuar voltando às reuniões, a recuperação é possível.
"Deslizes" de voltar ao comer compulsivo não precisam necessariamente acontecer em CCA, mas isso acontece com algumas pessoas. Embora os "deslizes" possam ser breves algumas vezes, eles podem também levar a "farras alimentares" e ganho de peso. Sempre que acontece um "deslize", os membros são encorajados a esforçarem-se por obter toda a ajuda disponível para eles no CCA.
Aqueles que já passaram por esses períodos dizem que um "deslize" acontece devido a causa específicas. Talvez eles tenham esquecido que eram comedores compulsivos e tenham se tornado confiantes demais. Ou talvez tenham se deixado ficar demasiadamente preocupados com negócios ou compromissos sociais para se lembrarem da importância de abster-se de comer compulsivamente. Ou talvez tenham se deixado ficar cansados, afrouxando suas defesas mentais e emocionais. Qualquer que seja a causa, a solução foi encontrada com a prática do programa de recuperação de Doze Passos de Comedores Compulsivos Anônimos.

CCA vai me ajudar com uma dieta?
Para aqueles que buscam a ajuda de uma dieta, CCA recomenda uma consulta a um profissional qualificado. Depois de muitos anos de controvérsias sobre planos alimentares, CCA aprendeu que não é função endossar ou distribuir informações sobre nutrição, guias de saúde e planos alimentares para seus membros. O programa de CCA dá possibilidade aos comedores compulsivos de absterem-se da comida em excesso um dia de cada vez. Comedores Compulsivos Anônimos, entretanto, apóia qualquer membro que queira seguir os conselhos de um profissional sobre nutrição.
CCA não é um clube de dieta. Os membros se recuperam praticando o programa espiritual de CCA. Eles encontram, entre outras coisas, liberdade em relação à obsessão por comida, poder de agir racionalmente em situações difíceis e um modo melhor de viver.

Como CCA pode me ajudar se tenho bulimia ou anorexia?
Todos que decidirem fazer parte de CCA são recebidos com amor e companheirismo. Comedores Compulsivos Anônimos apóia o esforço de recuperação de cada um e aceita qualquer membro que deseja parar de comer compulsivamente.
Quando as pessoas perguntam sobre assuntos médicos, CCA sempre recomenda que eles procurem a orientação de um profissional. Comedores Compulsivos Anônimos publica literatura sobre seu programa e comer compulsivo, e não sobre desordens alimentares específicas como bulimia e anorexia.

Se eu tenho problema de tiróide ou de retenção de líquidos, como CCA pode me ajudar?
CCA recomenda àquelas pessoas que precisam de ajuda para uma condição clínica específica, como problema de tiróide, que consultem um médico qualificado. CCA não dá orientação médica.
Os membros de CCA que sofreram de problemas médicos semelhantes descobriram que o programa de CCA possibilitou-lhe seguir as recomendações médicas com menos dificuldade.

Vocês aconselham o uso de moderadores de apetite durante a perda de peso? 
Comedores Compulsivos Anônimos não pode aconselhar sobre nenhum assunto médico.
A grande maioria de CCAs em recuperação descobriram que eles desenvolvem fortes recursos interiores trabalhando os doze passos. Confiando num Poder maior que moderadores de apetite, eles encontram contínuo sucesso em abster-se de comer compulsivamente.

Um comedor compulsivo não pode usar somente força de vontade para parar de comer excessivamente?
Antes se voltarem para CCA, muitos comedores compulsivos tentaram com todas as forças reduzir sua ingestão de comida e mudar seus hábitos alimentares. Normalmente muitos métodos foram tentados: dietas drásticas, pílulas moderadoras de apetite, diuréticos, injeção de um ou outro tipo. Em outros casos, outros "macetes" para emagrecer também foram tentados: comer apenas nos horários das refeições, cortar as porções de comida pela metade, nunca comer sobremesa, comer de tudo menos doces, nunca comer em segredo, abusar apenas nos fins de semana, pular o café da manhã, nunca comer em pé... a lista poderia se estender indefinidamente.
Claro, cada vez que uma nova tentativa era iniciada ou um novo método era tentado, o comedor compulsivo fazia um juramento solene de "seguir a dieta desta vez e nunca mais sair".
Como essas promessas nunca eram cumpridas, sentimentos de culpa e remorso seguiam-se inevitavelmente.
Através desse tipo de experiência, muitos comedores compulsivos admitiram sua falta de força de vontade para mudar seus hábitos alimentares. Quando eles vieram para CCA, eles admitiram que eram impotentes perante a comida. Se eles não têm força de vontade própria, consequentemente precisam de um Poder maior que eles para ajudá-los a se recuperarem.

O que significa "um Poder Superior a nós mesmos"? 
Antes de ingressar em CCA, muitos comedores compulsivos já haviam percebido que não podiam controlar a sua alimentação. A comida havia se tornado um poder maior que eles.
A experiência de CCA mostrou que, para alcançar a abstinência em relação ao comer compulsivo e manter a recuperação, o comedor compulsivo precisa aceitar e depender de um outro Poder que admita como maior que ele próprio. Alguns comedores compulsivos escolhem interpretações diferentes desse Poder, tal como considerar inicialmente o próprio grupo de CCA como o Poder maior que eles. Entretanto a maioria dos CCAs adotam o conceito de Deus, como Este poder ser entendido pelo próprio indivíduo.

CCA é uma sociedade religiosa?
Não. CCA não é uma sociedade religiosa, visto não requerer nenhuma crença religiosa definida como condição para tornar-se membro. CCA tem entre seus membros pessoas de muitas crenças religiosas assim como ateístas e agnósticos.
O programa de recuperação de CCA é certamente baseado na aceitação de certos valores espirituais. Os membros são livres para interpretar esses valores como acharem melhor, ou não pensar absolutamente neles, se assim o escolherem.
Muitos indivíduos quando chegam a CCA têm suas reservas definidas quanto a aceitar qualquer conceito de um Poder maior que eles. A experiência de CCA mostrou que aqueles que mantiverem a mente aberta sobre este assunto e continuarem vindo às reuniões de CCA não terão dificuldades em achar sua própria solução para este problema tão pessoal.

Não posso parar de comer compulsivamente sozinho apenas lendo a literatura de CCA?
CCA usa a frase "só por hoje" para descrever uma abordagem básica para a recuperação em relação ao comer compulsivo. Não dizemos que não podemos dar mais nenhuma mordida compulsiva enquanto vivermos. Não nos prometemos não comer compulsivamente "amanhã" ou "pelo resto da semana". Nossa experiência anterior nos ensinou que essas promessas nunca funcionaram mesmo, que a compulsão por comer demais provou ser mais poderosa que nossas melhores intenções de não comer em excesso.
Os membros de CCA perceberam que as vinte e quatro horas de hoje são o único período durante o qual eles podem fazer algo. Ontem já passou. Amanhã não chegou ainda. "Mas hoje", o CCA diz, "eu não vou me desviar do meu programa de recuperação. Talvez eu fique tentado a comer demais amanhã, mas amanhã é algo que me preocupará quando chegar. O dia de hoje é tudo que importa".
Juntamente com "só por hoje", CCA enfatiza a importância de três expressões que são freqüentemente ouvidas fora de CCA, também: "simplifique, não complique", "viva e deixe viver", e "as primeiras coisas primeiro". Ao fazer dessas expressões parte fundamental de nossas atitudes perante os problemas da vida diária, somos grandemente ajudados nos nossos esforços de viver com sucesso sem comida em excesso.
O programa de CCA é simplesmente, mas não é fácil. Recuperar-se de um dos mais desconcertantes hábitos compulsivos requer um esforço diligente. Honestidade consigo mesmo, mente aberta e boa vontade são as chaves que abrem a porta para a recuperação.

O que fazer para associar-se a CCA? 
Ninguém se "associa" a CCA no sentido usual da palavra. Não existem fichas de sócios a serem preenchidas. Uma vez que tenhamos ouvido falar em CCA e acreditado que temos um problema alimentar, simplesmente comparecemos a uma reunião local de CCA, de nossa escolha.
Deve-se notar que os membros de CCA não têm que comparecer a um número pré-estabelecido de reuniões durante o período determinado. Alguns membros podem freqüentar uma reunião por semana, enquanto outros preferem vir com mais freqüência, quando têm oportunidade.
O gentil lembrete, "Continue voltando", é baseado na experiência da grande maioria de CCAs que descobriram que sua recuperação é abalada quando eles não vão às reuniões por muito tempo.

Os CCAs têm que freqüentar as reuniões pelo resto de suas vidas? 
Ninguém tem que fazer nada em CCA. Há sempre a escolha entre fazer e não fazer, incluindo a escolha vital entre procurar ou não a recuperação através de CCA.
Acreditando que a alimentação compulsiva é incurável, a grande maioria de CCAs acha importante freqüentar as reuniões regularmente para aliviarem-se dessa compulsão.

Quais são os requisitos para se tornar membro de CCA? 
Não existem "requisitos" no sentido usual da palavra. A terceira tradição diz: "O único requisito para se tornar membro de CCA é o desejo de parar de comer compulsivamente".
Nada mais é perguntado ou exigido de ninguém. A aceitação e a prática do programa de recuperação de CCA fica inteiramente a critério do indivíduo.

Quanto custa se tornar membro de CCA?
Não há obrigações financeiras de nenhuma espécie com relação à associação a CCA. Este programa de recuperação está disponível a todos que quiserem parar de comer compulsivamente, não importando sua condição financeira.

Como CCA se mantém?
A maioria dos grupos locais "passam a sacola" nas reuniões para cobrir as despesas da sala, da literatura, e outras despesas adicionais. Os valores excedentes às despesas do grupo são mandados para o intergrupo, o escritório regional, e o Escritório de Serviço Mundial, cujos serviços aos comedores compulsivos dependem primordialmente dessas contribuições regulares.
CCA sempre foi inteiramente auto-sustentável por meio de suas próprias contribuições regulares.
Não é aceita nenhuma doação de fora.

O que é o Escritório de Serviço Mundial (WSO)?
O WSO é um centro de serviços cuja função principal é levar a mensagem de CCA a um nível mais abrangente alcançando muitos comedores compulsivos que ainda sofrem.
O Escritório de Serviço Mundial publica a literatura de CCA, incluindo "Lifeline", revista mensal de recuperação de CCA. O WSO também envia comunicados regulares a todos os grupos e intergrupos, proporcionando um elo entre eles e deixando-os informados sobre assuntos que dizem respeito a CCA como um todo. De modo a manter estes contatos os grupos, intergrupos e regiões registrados e publica periodicamente revisões das listas de endereços das reuniões.
O Escritório de Serviço Mundial também atua na área de informação pública, respondendo a pedidos dos representantes da mídia, profissionais de saúde, e outros interessados no comer compulsivo e no programa de CCA.
O endereço do Escritório de Serviço Mundial pode ser informado em nossa página de contato ou diretamente em www.oa.org (em Inglês).

Quem dirige o CCA?
O CCA é realmente incomum nisto, pois não tem direção central; apenas um mínimo de organização formal. Não tem escritório ou executivos exercendo poder ou autoridade sobre a Irmandade ou os membros individualmente.
Mesmo na mais informal organização, entretanto, alguns trabalhos têm que ser feitos. Por exemplo, em alguns grupos locais alguém tem que arranjar o local de reunião, responder pelas finanças do grupo, certificar-se de que a literatura adequada sobre CCA esteja disponível, e manter contato com os centros de serviços local, regional e internacional. A nível internacional, as pessoas precisam ser responsáveis pela manutenção e o bom funcionamento do Escritório do Serviço Mundial.
Tudo isso significa que o CCA a nível local, regional e internacional precisa de pessoas responsáveis para executar certas obrigações. É importante compreender que esses membros apenas executam serviços. Eles não tomam decisões individuais, não emitem julgamentos individuais afetando outros grupos ou o CCA como um todo. As pessoas que aceitam essas responsabilidades prestam contas diretamente a quem servem.

O que é o programa de recuperação de Doze Passos?
Os Doze Passos são o coração do programa de recuperação de CCA. Eles oferecem um novo modo de vida que possibilita ao comedor compulsivo viver sem a necessidade de comida em excesso. Os passos são apenas sugestões, baseadas na experiência dos membros
de CCA em recuperação. A experiência mostrou que membros que fazem um esforço sincero para seguir estes passos e aplicá-los na vida diária parecem conseguir muito mais de CCA do que aqueles membros que parecem considerar os passos casualmente.
As idéias expressas nos Doze Passos, que se originaram de Alcoólicos Anônimos, refletem a experiência e a prática de discernimentos espirituais conforme registrado por pensadores em muitas épocas. Sua maior importância reside no fato de que funcionam! Possibilitam que comedores compulsivos e milhares de outros que praticam os Doze Passos levem vidas felizes e produtivas. Eles representam a função sobre a qual CCA foi construído.

Os Doze Passos
Aqui estão os Doze Passos que são sugeridos como um programa de recuperação para o comedor compulsivo:1. Admitimos que éramos impotentes perante a comida - que tínhamos perdido o domínio de nossas vidas.
2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmo poderia devolver-nos a sanidade.
3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.
4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
5. Admitimos perante a Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano e exata natureza de nossas falhas.
6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse das nossas imperfeições.
8. Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e quando estávamos errados nós o admitimos prontamente.
11. Procuramos, por meio da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade e relação a nós e forças para realizar essa vontade.
12. Tendo experimentado um despertar espiritual graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos comedores compulsivos e por em prática estes princípios em todas as nossas atividades.

" A permissão para usar os Doze Passos de Alcoólicos Anônimos para adaptação foi concedida por A.A. World Services, Inc.

O que significa a "sanidade" mencionada nos Doze Passos?
A palavra sanidade deriva do latim "sanus" que significa "sadio, saudável". A frase latina "mens sana in corpore sano" significa simplesmente "uma mente sadia num corpo sadio".
Muitos CCAs admitiram seu comportamento irracional em relação à comida, no passado. Uma pessoa com mente sadia não iria reincidir em ações que não funcionaram e ainda esperar resultados diferentes. No segundo passo não está implícito que os comedores compulsivos sejam mentalmente perturbados, mas que, no que diz respeito às atitudes e sentimentos com relação à comida, sanidade não pode ser alegada. Ao voltar-se para CCA e expressar o desejo de retornar a um comportamento racional, eles deram um passo para alcançar "uma mente sadia num corpo sadio".

O que são as Doze Tradições? 
As Doze Tradições são meios pelos quais CCA permanece unido por uma causa comum. Estas Doze Tradições representam para o grupo o que os Doze Passos representam para o indivíduo. São os princípios sugeridos para assegurar a sobrevivência e o crescimento dos diversos grupos que estão compreendidos em Comedores Compulsivos Anônimos.
Como os Doze Passos, as Doze Tradições têm sua origem em Alcoólicos Anônimos. Estas tradições descrevem atitudes que aqueles primeiros membros consideraram importantes para a sobrevivência do grupo.
Os membros de CCA asseguram a unidade do grupo, tão essencial para a recuperação individual, praticando as atitudes sugeridas pelas Doze Tradições seguintes.

As Doze Tradições
1. Nosso bem-estar comum deve estar em primeiro lugar; a recuperação individual depende da unidade de CCA.
2. Somente uma autoridade preside, em última análise, o nosso propósito comum - um Deus amantíssimo que se manifesta em nossa consciência coletiva. Nossos líderes são apenas servidores de confiança; não têm poderes para governar.
3. Para ser membro de CCA, o único requisito é o desejo de parar de comer compulsivamente.
4. Cada grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que digam respeito a outros grupos ou a CCA em seu conjunto.
5. Cada grupo é animado por um único propósito primordial - o de transmitir sua mensagem ao comedor compulsivo que ainda sofre.
6. Nenhum grupo de CCA deverá jamais sancionar, financiar ou emprestar o nome CCA a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à Irmandade, a fim de que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos afastem do nosso objetivo primordial.
7. Todos os grupos de CCA deverão ser absolutamente auto-suficientes, rejeitando quaisquer doações de fora.
8. Comedores Compulsivos Anônimos deverá manter-se sempre não-profissional, embora nossos centros de serviço possam contratar funcionários especializados.
9. CCA jamais deverá organizar-se como tal; podemos, porém, criar juntas ou comitês de serviços diretamente responsáveis perante aqueles a quem prestam serviços.
10. Comedores Compulsivos Anônimos não opina sobre questões alheias à Irmandade; portanto, o nome de CCA jamais deverá aparecer em controvérsias públicas.
11. Nossas relações com o público baseiam-se na atração em vez da promoção; cabe-nos sempre preservar o anonimato pessoal em jornais, no rádio, em filmes, na televisão e em outros meios públicos de comunicação.
12. O anonimato é o alicerce espiritual das nossas tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.

" A permissão para usar as Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos para adaptação foi concedida por  A.A. World Services, Inc"

O que são os Doze Conceitos?Os Doze Conceitos descrevem a estrutura de serviço de CCA e os princípios espirituais que afetivamente conectam nossos servidores ao seu trabalho e uns aos outros.

Os Doze Conceitos
1. A responsabilidade e a autoridade finais pelos serviços mundiais de CCA recaem na consciência coletiva de toda a Irmandade.
2. Os grupos de CCA delegaram à Conferência de Serviço Mundial a manutenção ativa de nossos Serviços mundiais; por conseguinte, a Conferência de Serviço Mundial é a voz, autoridade e consciência efetiva de CCA como um todo.
3. O direito de decisão, baseado na confiança, torna possível uma liderança efetiva.
4. O direito de participação assegura para todos igualdade de oportunidades no processo de tomada de decisões.
5. Os indivíduos têm o direito de apelação e petição, a fim de assegurar que suas opiniões e queixas pessoais sejam cuidadosamente consideradas.
6. A conferência de Serviço Mundial confiou a Junta de Custódios a responsabilidade principal pela administração de Comedores Compulsivos Anônimos.
7. A Junta de Custódios tem direitos legais e responsabilidades a ela conferidos pelos Estatutos de OA Inc., subparte A; os direitos e responsabilidades da Conferência de Serviço Mundial lhe são conferidos por tradição e pelos Estatutos de OA, subparte B.
8. A Junta de Custódios delegou ao seu Comitê Executivo a responsabilidade de administrar o Escritório de Serviço Mundial.
9. Competentes servidores de confiança, juntamente com métodos apropriados de escolhê-los, são indispensáveis para o funcionamento eficaz do serviço em todos os níveis de serviço.
10. A responsabilidade pelo serviço é equilibrada por cuidadosa definição das atribuições de serviço; desta forma, evita-se a duplicação de esforços.
11.A administração do escritório de serviço Mundial feita pelos Custódios deve sempre ser auxiliada pelos melhores comitês permanentes, equipes executivas e consultores.
12. O fundamento espiritual dos serviços garante que:
a) Os comitês ou juntas de serviço de CCA nunca se tornem sede de perigosa riqueza ou poder.
b) Fundos operacionais suficientes acrescidos de uma ampla reserva sejam o princípio financeiro prudente de CCA.
c) Nenhum membro de CCA seja colocado em posição de autoridade irrestrita.
d) Todas as decisões importantes deverão ser alcançadas depois de discussão, votação e, sempre que possível, por unanimidade substancial.
e) Nenhuma ação de serviço deverá jamais ser pessoalmente punitiva ou uma incitação à controvérsia pública.
f) Nenhum comitê ou junta de serviço de CCA execute qualquer ato de governo e cada um deles permaneça sempre democrático em pensamento e ação.
A permissão para usar os Doze Conceitos de Alcoólicos Anônimos para adaptação foi concedida por A.A. World Services, Inc.

Porque CCA dá tanta ênfase ao "Anonimato"?
Anonimato é essencial dentro da Irmandade, mas de forma alguma impede os membros de saber o último nome de outros membros. Significa que, dentro de cada grupo, os princípios de CCA são colocados acima das personalidades. Anonimato oferece aos membros a certeza de que suas confidências não serão reveladas.
Anonimato também é vital a nível público de jornal, rádio, filmes e televisão. Por essa prática, os membros asseguram-se de que o culto do ego e autoglorificação não serão a destruição da Irmandade de CCA.
Humildade é fundamental para o anonimato. Ao pôr em prática estes princípios, ao abdicar da distinção entre pessoas em favor do bem comum, os membros de CCA asseguram que a unidade de Comedores Compulsivos Anônimos continuará. De acordo com a primeira tradição: "A recuperação pessoal depende da unidade de CCA"... e anonimato é essencial para a preservação desta unidade.



Contato do CCA nacional: contato@comedorescompulsivos.org.br Fone (21) 2532-5174

domingo, 26 de abril de 2015

Você conhece a alergia à proteína do leite de vaca ?



A alergia à proteína do leite de vaca (mais conhecida como APLV) é uma reação alérgica às proteínas presentes no leite de vaca ou em seus derivados (queijo, iogurte ou outros alimentos que contêm leite). Esta é a mais frequente das alergias alimentares: estima-se que ocorra em 2,2% das crianças nos primeiros anos de vida.

A causa da APLV não é totalmente definida, uma vez que diversos fatores podem contribuir para o seu surgimento, tais como:
  • Contato com o alérgeno alimentar (o intestino das crianças é imaturo e a ingestão das proteínas do leite pode iniciar um processo de inflamação); 
  • Predisposição genética (cerca de dois terços das crianças com APLV têm casos de alergia em familiares do primeiro grau); 
  • Crianças que passam por excessivos cuidados em relação à higiene tem pouco contato com agentes infecciosos, o que altera o desenvolvimento do sistema imunológico e pode aumentar a susceptibilidade a doenças alérgicas; 
  • Etnia e mudanças na dieta são outras causas que também podem se associar ao desenvolvimento desta alergia.
Entenda as manifestações e como diagnosticar:

As manifestações clínicas da APLV dependem do tipo de resposta do sistema imune à presença do alérgeno: IgE mediada, não IgE mediada ou mista. No primeiro caso, a reação ocorre geralmente em até duas horas após o contato com o alérgeno e é caracterizada por alterações na pele (urticária e inchaço na superfície da pele) e na mucosa da boca, que podem ser acompanhadas de manifestações respiratórias (rinite, asma) e gastrointestinais (vômitos e dores abdominais). Já as reações não mediadas por IgE demoram mais a aparecer e normalmente são relacionadas a sintomas gastrointestinais como diarreia, vômitos e possível perda de peso; podendo também ocorrer dermatite. Nas manifestações mistas dermatite e esofagite representam os principais sintomas, mas a asma pode ser detectada como uma das reações.

Somente o MÉDICO está apto a dar o diagnóstico de alergia alimentar. Apenas com um diagnóstico preciso é possível determinar o melhor tratamento para esta alergia. Há muitos relatos de sintomas e reações adversas relacionadas ao leite de vaca em que, após uma investigação detalhada, conclui-se não serem alergias de fato. Desta forma, para evitar equívocos, o diagnóstico deve ser baseado em:
  • investigação clínica detalhada com os dados da criança, sintomas, quantidade de leite necessária para desencadear a reação, etc.; 
  • exame físico para a busca de sinais na pele, estado nutricional ou outras reações;
  • dieta de restrição, na qual se deve eliminar completamente e a ingestão da proteína do leite de vaca;
  • teste de provocação oral (TPO) que é o método mais confiável para estabelecer ou excluir o diagnóstico;
  • exame de sangue para a identificação de IgE específica e teste cutâneo de hipersensibilidade imediata, quando houver suspeita de alergia mediada por IgE.

A falta de um diagnóstico preciso pode aumentar os riscos e até levar a criança à morte por anafilaxia e asfixia, uma das reações mais graves causadas pela APLV.

História clínica (anamnese e exame físico)

A investigação da história clínica da criança deve ser minuciosa e o médico irá verificar:
  • Natureza dos sintomas (qual a causa associada, quais alimentos os pais percebem que, quando ingeridos, causam os sintomas).
  • Frequência, reprodutibilidade e época da última reação (sempre que o bebê consome determinado alimento aparecem os sintomas? São sempre os mesmos sintomas, ou às vezes surgem sintomas diferentes?).
  • Tempo entre a ingestão do alimento e o aparecimento dos sintomas (se surgem logo após a ingestão do alimento suspeito ou demoram para aparecer)
  • Quantidade necessária do(s) alimento(s) para provocar reação.
  • Tipo de alimento ou preparação que supostamente causaram os sintomas.
  • Descrição detalhada dos tipos de reações (se há coceira, descamação da pele, sintomas respiratórios como tosse e chiado no peito ou gastrintestinais como diarreia e sangue nas fezes).
  • Influência de fatores externos no aparecimento dos sintomas (exercícios, estresse, uso de medicamentos, principalmente anti-inflamatórios).
  • Diário alimentar associado aos sinais e sintomas (o que, quando e quanto comeu e o que apresentou). A elaboração de um diário com todas as refeições do dia, preferencialmente por 3 a 7 dias prévios à consulta, pode ajudar o médico a diagnosticar a alergia alimentar e a determinar o alimento suspeito.
  • Histórico familiar de alergia, do tempo de amamentação com leite materno, época de introdução de fórmulas artificiais, ingestão de fórmula à base de leite de vaca no berçário, outros alimentos consumidos e tratamentos dietéticos anteriores (dietas já realizadas).
Tipos de reações



Exames laboratoriais 

Os exames de sangue para determinação de IgE sérica específica ao alimento suspeito (RAST ou ImmunoCap®) e o teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (TC), conhecido como “prick test” ou “prick to prick”, podem auxiliar no diagnóstico quando há suspeita de alergia mediada por IgE ou mista.
  • Exames de sangue para determinação de IgE sérica específica (RAST ou ImmunoCap®): é o exame de sangue utilizado para verificar a presença de IgE específica para determinado alimento. Seus resultados são classificados em classes (1, 2, 3 e 4) ou em níveis absolutos, mas isso não indica diretamente o grau de alergia e nem que a criança realmente desenvolverá alergia se consumir o alimento. Exames positivos não indicam necessariamente que a criança apresenta alergia. A presença de anticorpos deve ser interpretada como uma sensibilidade àquela proteína testada, mas os sintomas clínicos nem sempre estão presentes. Muitas vezes o alimento é retirado da dieta do paciente com base apenas nos testes laboratoriais, o que acaba por repercutir em prejuízos nutricionais e um estigma desnecessário à criança e sua família. Da mesma forma, exames negativos praticamente afastam os tipos de alergias mais imediatas, mas não descartam alergias cujas manifestações são mais tardias e predominantemente do trato gastrintestinal. A avaliação criteriosa dos resultados por profissional especializado é extremamente importante para que as alergias não sejam sub ou super diagnosticadas.
  • Teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (TC) -PRICK TEST: é um teste realizado na pele. O médico faz pequenas escoriações na pele do antebraço ou no dorso com uma lanceta (“agulha”), e coloca substâncias extraídas dos alimentos ou de outros alérgenos sob a forma de extratos das proteínas alergênicas. Após 15 minutos é possível observar se há reação alérgica nos locais onde foram aplicados os alérgenos. Quando há reação, surge uma pápula e o tamanho desta pápula indica se há uma reação mais ou menos forte.
Ambos os testes são válidos apenas para crianças com alergia mediada por IgE ou mista e, mesmo assim, não confirmam o diagnóstico de APLV isoladamente. Assim como nos RASTs, a presença de testes cutâneos positivos pode ser apenas um sinal de sensibilização, não necessariamente relacionada com reações alérgicas. Nenhum alimento deve ser retirado da dieta apenas porque o teste cutâneo foi positivo.
  • Atopy Pach Test: Consiste na deposição dos alimentos (geralmente em pó) no dorso (costas) do paciente, por 48-96 horas. Esse exame está em fase de estudo para ser indicado em casos de reações não mediadas por IgE, mas não há ainda padronização de procedimento e interpretação. Portanto, até o momento não é recomendado na prática clínica diária.
  • Dosagem de IgE total: não é específica para diagnosticar APLV
  • Dosagem de anticorpos IgG ou IgG4: Exames que medem a presença de IgG para alimentos (de sangue ou saliva) não são específicos para alergia alimentar e os resultados normalmente são falso positivos, ou seja, o resultado é positivo para muitos alimentos e normalmente a pessoa não apresenta reação ao consumi-los. Alguns pesquisadores relatam que a forma de interpretar esses exames ainda não está correta. Por essa razão, as sociedades médicas e os conselhos de classes têm se posicionado a esse respeito enfatizando que esses exames não são indicados para o diagnóstico de alergia alimentar. Veja a opinião de sociedades e associações médicas internacionais sobre esse tema http://www.sciencebasedmedicine.org/igg-food-intolerance-tests-what-does-the-science-say/
  • Análise de suco gástrico, análise de cabelo, teste eletrodérmico, etc.: Não possuem função no diagnóstico de APLV e portanto, não são recomendados.
  • Endoscopia e análise histológica (biópsia): pode ser indicada para crianças com sintomas persistentes no esôfago (especialmente na esofagite eosinofílica), estômago ou intestino, com baixo ganho de peso/crescimento ou anemia. Porém, os resultados não indicam diretamente APLV. Esses procedimentos são mais invasivos e indicados para investigar as crianças que não melhoram com a dieta isenta das proteínas do leite de vaca a fim de tentar identificar outras causas para os sintomas.
Os resultados dos exames e testes alérgicos não confirmam o diagnóstico de APLV isoladamente e devem ser analisados em conjunto com a história clínica, a dieta e o teste de provocação oral ou desencadeamento oral.

Teste de provocação oral (TPO)

O TPO é um procedimento muito importante para confirmar o diagnóstico e para evitar que a criança e/ou a mãe que amamenta permaneçam com a dieta por tempo prolongado de forma desnecessária.

Apesar dos pais terem receio de fazer esse teste, ele ainda é o único método para confirmar o diagnóstico de APLV e também para verificar se houve desenvolvimento de tolerância (melhora).

Durante o teste o leite será reintroduzido na dieta em pequenas doses com aumento progressivo no volume, na presença do médico em ambiente hospitalar ou ambulatorial, a depender do tipo de reação previamente apresentada.

É necessária a presença do médico durante o teste por 2 motivos:
  1. Se a criança apresentar alguma reação será possível medica-la imediatamente, os pais podem subvalorizar ou supervalorizar as reações que a criança apresentou, por não conhecerem exatamente todas as manifestações clínicas que ela poderá apresentar.
  2. Se a criança apresentar reação após a reintrodução do leite é confirmada a APLV e a dieta deverá ser mantida por 6 a 12 meses na dependência da idade e da gravidade das manifestações.
Reações não mediadas por IgE e mistas são tardias e a criança pode não apresentar nenhum sintoma no momento do teste. Nesse caso, ela deverá manter o consumo de leite em casa. Se a criança apresentar alguma reação em até 30 dias, após o término do teste, o médico deverá ser avisado e pode ser confirmado o diagnóstico de APLV caso os sintomas sejam considerados significativos. Caso contrário, o teste é considerado negativo.

Causas do diagnóstico tardio

De acordo com uma pesquisa respondida por 308 pais de crianças com APLV no site www.alergiaaoleitedevaca.com.br, quase metade das crianças (42%) demoraram mais de três meses para terem o diagnóstico confirmado após a suspeita clínica, 35% consultaram mais de 3 médicos e 17% foram diagnosticadas apenas após 1 ano de idade.

De acordo com os estudos mais recentes, quando a criança faz a dieta corretamente e utiliza a fórmula adequada é possível determinar o diagnóstico em, no máximo, 4 semanas (1 mês).

O atraso no diagnóstico normalmente está associado aos seguintes fatores:
  • Não associação dos sintomas apresentados pela criança com APLV;
  • Utilização de fórmulas e/ou substitutos do leite não adequados (ex: leite de cabra, leite sem lactose, fórmulas e/ou suplementos à base de proteína do leite de vaca, etc.);
  • Utilização de fórmulas à base de soja para bebês menores de 6 meses e com reações não mediadas por IgE;
  • Não associação da manutenção dos sintomas e/ou do baixo ganho de peso e crescimento como sinal de transgressão da dieta e/ou reação à fórmula usada para substituir o leite (fórmulas à base de soja ou à base de proteína extensamente hidrolisada);
  • Consumo acidental de alimentos com leite devido ao desconhecimento dos pais sobre a dieta (alimentos que devem ser evitados, ingredientes que possuem proteínas do leite, leitura de rótulos, modo de preparo dos alimentos, etc.);
  • Oferecimento de alimentos com leite para a criança por dó ou por achar que não terá problema apenas um pedacinho;
  • Falta de acesso das famílias aos médicos e nutricionistas para esclarecerem dúvidas. - Longo tempo entre as consultas e demora na reavaliação da resposta à dieta, mantendo a criança ou a mãe que amamenta em transgressão da dieta e/ou em uso de fórmula inadequada por tempo prolongado;
  • Ansiedade da família, falta de confiança ou falta de vínculo com o médico, levando os pais a mudarem as condutas por conta própria e/ou trocarem de médicos quando não observam a melhora imediata da criança.
Tais fatores acarretam retardo no diagnóstico, angústia para as famílias e aumento das despesas com consultas médicas, medicamentos, exames, internações e fórmulas que não foram eficazes.

O seguimento correto da dieta e a utilização da fórmula adequada permite concluir o diagnóstico de forma rápida, mais econômica, sem a necessidade de exames invasivos e com menos sofrimento para a criança e sua família.

O diagnóstico precoce evita que a criança sofra e favorece que ela desenvolva tolerância ao leite mais cedo.

Como tratar APLV?

O tratamento indicado para os casos de APLV é a dieta de exclusão do leite de vaca e de seus derivados, na qual o objetivo é evitar o aparecimento dos sintomas proporcionando mais qualidade de vida e desenvolvimento adequado à criança.

Alguns alimentos são indicados para a substituição ao leite de vaca para garantir que a criança consuma os nutrientes presentes nesse alimento. Quando houver necessidade de utilizar Fórmulas Infantis (FI), as indicadas são: Fórmulas de Aminoácidos, Fórmulas com proteínas extensamente hidrolisadas e fórmulas à base de soja.

As fórmulas infantis à base de soja não são as mais recomendadas, uma vez que é comum que crianças com APLV também apresentem reação à soja. As FI à base de proteínas extensamente hidrolisadas são recomendadas para a maioria dos casos de APLV por serem bem toleradas por 90% das crianças, apesar dessas proteínas serem provenientes do leite de vaca.

As FI à base de aminoácidos não possuem restrições e podem ser utilizadas em todos os casos de APLV, como lactentes com alto risco de anafilaxia e nos casos em que o uso da FI extensamente hidrolisada não resolveu os sintomas.

Crianças em aleitamento materno com suspeita de alergia ao leite de vaca: o leite materno deverá ser mantido. Se a criança não apresentou reações durante o aleitamento materno exclusivo (AME) e os primeiros sintomas ocorreram após a introdução da fórmula ou alimento com a proteína do leite de vaca, a mãe poderá retornar o AME sem fazer a dieta.

Porém, se a criança apresentou sintomas durante o AME a mãe poderá manter a amamentação, mas deverá fazer a dieta, pois as proteínas do leite que ela consome podem ser veiculadas via leite materno, desencadeando as reações na criança. Nesses casos, o acompanhamento da dieta da mãe é imprescindível para se certificar que não há deficiência na ingestão de micronutrientes presentes no leite, especialmente o cálcio.

Durante a fase de diagnóstico é preciso fazer a dieta de forma rigorosa, pois caso contrário não será possível concluí-lo. Portanto, é preciso ler o rótulo antes de consumir qualquer alimento, cosmético ou medicamento e tomar muito cuidado com alimentos preparados fora de casa.

O tempo de dieta dependerá do tipo de reação que a criança apresenta.
  • Sintomas sugestivos de reações imediatas: 3 a 6 dias
  • Sintomas sugestivos de reações tardias: até 14 dias
Após esse período, se a criança apresentar remissão dos sintomas, o leite deverá ser introduzido novamente na dieta da mãe. Caso os sintomas retornem é confirmado o diagnóstico de APLV e a mãe deverá manter a dieta enquanto estiver amamentando e por período variável, de acordo com a idade do bebê e a gravidade das manifestações clínicas.

Caso a criança não apresente melhora dos sintomas nesse período é preciso investigar se não houve ingestão acidental de alimentos com leite. Se não for o caso, é necessário investigar alergia a outros alimentos, como a soja ou o ovo por exemplo. Nesse caso, o leite e a soja deverão ser retirados da dieta da mãe pelo mesmo período.

A mãe não deverá retirar muitos alimentos ao mesmo tempo da sua alimentação. Dietas muito rigorosas podem acarretar carências nutricionais importantes para a mãe e para o bebê, além de elevar o nível de estresse e prejudicar a produção de leite.

Se a criança não apresentar melhora após a retirada de até três alimentos pelo tempo proposto é possível que a criança não tenha APLV.

Existem casos de crianças que reagem a múltiplas proteínas e não apresentam melhora com a dieta da mãe. Nesses casos, quando a suspeita de alergia alimentar é muito consistente, médico e mãe poderão decidir qual o melhor procedimento a seguir.

A mãe não deverá ficar em dieta por tempo prolongado se a criança não apresentar melhora dos sintomas.

Bebês e crianças menores de 2 anos não amamentadas com suspeita de APLV

Para crianças que não são amamentadas ao seio materno, as fórmulas à base de proteínas do leite de vaca devem ser substituídas por outras de valor nutricional equivalente, mas denominadas “hipoalergênicas” ou “não alergênicas”.

Relação das fórmulas indicadas e não indicadas para o diagnóstico e tratamento da APLV

A escolha da fórmula deverá ser baseada na idade e no tipo de reação que a criança apresenta. As fórmulas de soja não são indicadas para crianças menores de 6 meses e com reações não mediadas por IgE ou mistas, pois o risco de alergia concomitante à soja pode chegar a 60%. As fórmulas à base de proteína extensamente hidrolisada são bem toleradas mas algumas crianças podem reagir. As fórmulas à base de aminoácidos são as únicas consideradas não alergênicas.

Além da substituição do leite a criança deverá seguir a dieta isenta dos seus derivados e de alimentos e medicamentos preparados com esses ingredientes, caso já esteja ingerindo alimentos sólidos.

Se a criança apresentar remissão dos sintomas no período indicado é estabelecida a suspeita de APLV e deverá ser orientado o teste de provocação oral, sob supervisão médica, para confirmar ou descartar o diagnóstico.

Porém, se os sintomas não desaparecerem durante a dieta de exclusão é preciso investigar alguns fatores:
  1. Consumo acidental de alimentos com leite: caso tenha ocorrido, é necessário corrigir a dieta e contar o tempo novamente;
  2. Reação à fórmula: se a criança estiver recebendo uma fórmula à base de soja ou à base de proteína extensamente hidrolisada, é preciso suspeitar de reação estes produtos antes de descartar a hipótese de APLV. Nesse caso é preciso substituí-la e contar o tempo novamente. Apenas as fórmulas à base de aminoácidos são consideradas não alergênicas e podem descartar a hipótese de APLV por completo.
  3. O diagnóstico não é APLV: se a criança estiver seguindo a dieta corretamente, está recebendo uma fórmula à base de aminoácidos e não apresentou melhora dos sintomas, é possível que ela não tenha APLV.
Crianças maiores de 2 anos

Crianças maiores de 2 anos já consomem alimentação sólida como a da família e é possível repor as proteínas e vitaminas presentes no leite a partir de outros alimentos isentos das proteínas do leite de vaca, atentando-se à leitura dos rótulos, à composição e ao modo de preparo dos mesmos.

O único nutriente que não é possível atingir apenas com alimentos é o cálcio. Portanto, crianças bem nutridas e que se alimentam adequadamente podem repor o cálcio por meio de suplementos vitamínicos ou de bebidas enriquecidas com cálcio.

Nessa idade, as crianças com reações mediadas por IgE podem usar as bebidas originais à base de proteína isolada de soja suplementadas com cálcio. Se houver a suspeita de alergia concomitante à soja ou a criança apresentar reações não mediadas por IgE ou mistas, o leite poderá ser substituído pelas bebidas de cereais, como o arroz, suplementadas com cálcio.

Porém, quando a criança apresenta alergia a múltiplos alimentos (três ou mais) a oferta de nutrientes fica muito comprometida e não é possível atingir a necessidade de todos os nutrientes apenas com a alimentação. Nesses casos, os estudos sugerem que o leite deve ser substituído por uma fórmula hipo ou não alergênica e nutricionalmente completa, adequada à idade da criança (ex: fórmula à base de aminoácidos para crianças maiores de 1 ano). É válido ressaltar que nesses casos a fórmula não é apenas um substituto do leite, mas um complemento alimentar.

As crianças nessa idade já comem de tudo, já sentem vontade e é mais difícil controlar a dieta. Portanto, é necessário que os pais sejam cautelosos com os alimentos oferecidos à criança e que expliquem aos familiares e à escola a necessidade do seguimento correto da dieta.

O tempo de dieta para confirmar o diagnóstico depende do tipo de reação que a criança apresenta, conforme descrito no quadro a seguir.

Se houver melhora dos sintomas após esse período, a suspeita de APLV é confirmada e o teste de provocação oral deverá ser programado com o médico para estabelecer o diagnóstico.

Caso os sintomas persistam, é preciso investigar os mesmos fatores citados para crianças menores de 2 anos não amamentadas

Referências
  1. Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição. Guia prático de diagnóstico e tratamento da Alergia às Proteínas do Leite de Vaca mediada pela imunoglobulina E. Rev Bras Alerg Imunopatol. 2012; 35(6): 203-233.
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  6. http://www.alergiaaoleitedevaca.com.br/diagnosticos
  7. http://www.danonenutricao.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/noticias/voce-conhece-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca