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domingo, 8 de maio de 2022

Aula - Introdução à Nutrologia

Fui convidado pelo pessoal da Liga de Nutrologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais para ministrar uma aula Introdutória à Nutrologia. Será amanhã pelo google meet. Aqueles que tiverem interesse é só me solicitar por e-mail: menutrologia@gmail.com

Abaixo alguns dos slides.

Espero que gostem.






sexta-feira, 8 de abril de 2022

[Divulgação] Evento para Médicos nutrólogos e Nutricionistas

 


Ganepão 2022 - 10º International Conference of Nutritional Oncology / Congresso Brasileiro de Nutrição em Câncer / (ICNO/CBNC) e o 4º Congresso Internacional de Nutrição, Exercício e Saúde (NEXSA).

Data: de 08 a 11 de junho de 2022, sendo dias 8 e 9 de junho presencial, em São Paulo/SP e dias 10 e 11 de junho, 100% Online.

Quatro dias de intensa atividade científica e didática, dividida por áreas de interesse que chamamos de “trilhas de sucesso da nutrição”, que são: nutrição clínica, consultório, nutrição oncológica (ICNO) e nutrição em atividade física (NEXSA), sob responsabilidade do nosso corpo docente multiprofissional composto por renomados professores nacionais e internacionais da América Latina, Estados Unidos e Europa. Conteúdo científico e prático relevante, networking e uma nova forma de experiência em eventos serão os grandes destaques dessa edição.

Informações, programação e inscrições: www.ganepao.com.br

E-mail: secretaria@ganepao.com.br

Fone: (11) 97879.0664

domingo, 6 de março de 2022

E-book: Conhecimento, cuidado e respeito

No dia Mundial da obesidade (04/03) do ano de 2022 a Associação Brasileira para estudos da obesidsde e síndrome metabólica (ABESO) juntamente com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e metabologia (SBEM)  prepararam uma publicação de 12 páginas com sobre o tema do Dia Mundial da Obesidade de 2022: “Obesidade: conhecimento, cuidado e respeito!”. O foco é a ampliação do conhecimento sobre a obesidade, o caminho para redução do preconceito e a melhora do cuidado das pessoas.

quinta-feira, 3 de março de 2022

[Conteúdo exclusivo para médicos] - Cansaço, fadiga e/ou fraqueza: queixa comum no consultório do Nutrólogo

Cansaço ou fadiga são sensações de exaustão ou perda de energia. Fraqueza via de regra significa Diminuição da força muscular ou necessidade de maior esforço para se locomover ou movimentar os músculos.

São queixas extremamente comuns no consultório de Nutrologia. Razão? Paciente sempre tende a pensar: estou fraco, pode ser falta de algum nutriente: vitamina, mineral. E na maioria das vezes, após realizarmos um inquérito alimentar, a gente detecta algumas deficiências pontuais. Muitas vezes a baixa ingestão de água pode ser a causa.

O intuito desse post é auxiliar médicos a pensarem em prováveis etiologias e ampliar o leque de possibilidades de diagnósticos diferenciais. 

Epidemiologia

A fadiga ou fraqueza não escolhem classe social e raramente os pacientes apresentam-nas como a principal queixa. 

Nos EUA é o 9º sintoma mais comum na atenção primária. Já um estudo no Reino Unido mostrou que entre 15.000 pessoas, 38% dos avaliados apresentavam sintoma de fadiga excessiva, sendo que 18% referiam que essa queixa já existia há mais de 6 meses.

Atinge mais mulheres que homens: 28% para 19%.

Apesar de ser um sintoma frequente, há poucos estudos, dada a dificuldade de se encontrar um diagnóstico. Essa imprecisão acaba prejudicando o estabelecimento de parâmetros (etiologias, fisiopatologia, critérios diagnósticos) que permitam a sua avaliação em estudos metodologicamente bem delineados.

O médico e fadiga

Embora sejam queixas que o paciente consideram importantes, uma parcela dos médicos rechaçam esses pacientes, justamente pela dificuldade de estabelecimento de um diagnóstico correto. Isso atrapalha a relação médico paciente. O paciente acredita que seja uma causa orgânica e os médicos na maioria das vezes podem achar que seja uma etiologia funcional. 

É importante diferenciar a Fadiga convencional da Síndrome da fadiga crônica (Encefalite miálgica). Tem post sobre ela aqui: https://www.ecologiamedica.net/2022/06/sindrome-da-fadiga-cronica.html

Abaixo um apanhado de causas de Fadiga e fraqueza muscular

  • Desidratação aguda ou crônica: <30ml/kg/dia de líquido
  • Desnutrição
  • Dietas restritivas: principalmente cetogênica e low carb mal elaborada
  • Sarcopenia
  • Obesidade
  • Obesidade sarcopênica
  • Baixa ingestão de qualquer um dos macronutrientes: Carboidratos, lipídios e proteínas
  • Deficiência de Ferro
  • Deficiência de Zinco
  • Deficiência de Magnésio
  • Deficiência Potássio
  • Deficiência de Fósforo
  • Deficiência de Tiamina
  • Deficiência de Riboflavina
  • Deficiência de Vitamina B12
  • Deficiência de Ácido fólico
  • Deficiência de Vitamina C
  • Deficiência de Vitamina D
  • Estresse crônico
  • Ansiedade
  • TDAH
  • Bipolaridade
  • Depressão
  • Insônia
  • Síndrome da Apnéia obstrutiva do sono
  • Síndrome de Burnout
  • Medo do desconhecido
  • Privação de sono
  • Medicações: quimioterapia, radioterapia, beta-bloqueadores, insulina, agonistas alfa 2 de ação central, anticolinérgicos, anti-histamínicos, antipsicóticos, antidepressivos, benzodiazepínicos.
  • Sedentarismo e Overtrainning
  • Anemias: Ferropriva, Megaloblástica, Falciforme, Talassemias
  • Neoplasias
  • Doenças endócrinas: Hipotireoidismo, Hipertireoidismo, Diabetes mellitus tipo 1 e 2, Hipogonadismo, Hipoglicemia, Síndrome da mulher atleta, Síndrome de cushing, Doença de Addison, Climatério
  • Doenças hepáticas: Insuficiência hepática, Hipertensão portal, Hepatites infecciosas, Hepatite autoimune
  • Doenças renais: Doença renal crônica
  • Doenças Pulmonares: Hipertensão pulmonar, Doença Pulmonar obstrutiva crônica, tabagismo
  • Doenças cardíacas: Insuficiência coronaria (cardiopatia isquêmica), insuficiência cardíaca, Valvulopatias, Arritmias cardíacas, Hipotensão, Sarcoidose
  • Doenças infecciosas: Hepatites, Doença de Lyme, HIV, Tuberculose, Covid e pós-covid, Parasitoses, Bacteremia oculta, Pós-chikungunya, Pós-zika, Pós-dengue, 
  • Intoxicação crônica por metais tóxicos: alumínio, chumbo, mercúrio, arsênico.
  • Síndrome da fadiga crônica: não existe fadiga adrenal!
  • Fibromialgia
  • Doenças autoimunes: Lúpus eritematoso sistêmico, Artrite reumatoide, Dermatopolimiosite, Doenças do tecido conjuntivo, Doença celíaca, Doença Bheçet
  • Doenças inflamatórias intestinais: Crohn e retocolite ulcerativa, Supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO), Supercrescimento fúngico (SIFO).
  • Doenças neurológicas: Esclerose múltipla, ELA, Doença de parkinson, Miastenia Gravis, Doenças neuromusculares
  • Mitocondriopatias



Tabela com causas de Fadiga e Fraqueza muscular (clique para ampliar)

Autores: 
Dr. Frederico Lobo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Médico Nutrólogo
Dra. Vanessa Sinnott - CRM-RS 40069 - RQE 36789 - Médica especialista em Clínica Médica e Nutróloga 
Dra. Edite Magalhães - CRM-PE 23994 | RQE 9351 - Médica Nutróloga
Dr. Pedro Dal Bello - CRM-SP RQE - Médico Nutrólogo e Oncologista clínico
Dr. Alexandre Matos - CRM-BA - RQE - Médico Nutrólogo 
Dr. Pedro Paulo Prudente - CRM-GO - RQE - Médico especialista em Acupuntura e Medicina do esporte
Dra. Natalia Jatene - CRM-GO - RQE - Médica especialista em Clínica Médica e em Endocrinologia
Márcio Jose de Souza - Profissional da educação física e Nutricionista
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e profissional da educação física

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Estratégias que podem te ajudar a ter mais adesão ao tratamento para emagrecer



Ao longo dos anos, percebemos que o tratamento da obesidade tende a ser fadado ao fracasso se alguns cuidados não forem tomados. 

Para exemplificar isso, a gente faz algumas perguntas:
1) Quantas pessoas no seu círculo social, que você viu perder uma quantidade considerável de gordura e sustentaram até hoje esse emagrecimento?
2) Quantos emagreceram somente com dieta e atividade física e sustentaram após 5 anos essa perda de peso?
3) Quantos perderam e foi por cirurgia bariátrica?
4) Quantos emagreceram e foi devido a uma combinação de dieta, atividade física e uso de medicação?

Menos de 10% dos pacientes conseguem perder peso somente com dieta e atividade física e sustentar essa perda de peso ao longo de 5 anos. 

Isso nos mostra o quanto a obesidade é uma doença CRÔNICA, COM FORTE COMPONENTE GENÉTICO E AMBIENTAL, COM VÁRIAS CAUSAS (MULTIFATORIAL), RECIDIVANTE e com inúmeros fatores que perpetuam o processo e favorecem o reganho de peso. 

Mas se há casos de sucesso, devemos olhá-los com mais atenção e analisar a razão do sucesso. E a prestação de contas é um dos determinantes desse sucesso.

Prestação de contas? Sim e nada tem a ver com contabilidade. Dividimos essa prestação de contas em 2 tipos: a interna e a externa. 

Prestação de contas: INTERNA

Nela agimos por nós mesmos. Ela diz respeito a formas objetivas que temos de avaliar o nosso resultado (emagrecimento). Há 3 formas de prestação de contas interna:

1) Vigilância: o paciente necessita se pesar ou fazer bioimpedância para avaliar de forma objetiva como está progredindo (há pacientes que geralmente pioram quanto se pesam, mas via de regra a maioria realmente precisa). 

Há uma vertente dentro da Nutrição comportamental que condena a pesagem, porém os estudos de Terapia cognitivo comportamental mostram justamente o contrário. A vigilância contínua promove melhores desfechos.

Mesmo que balança não represente a realidade exata do seu peso, em um período de 15 dias dá para se ter uma noção de como você está indo. Atenção aos períodos pré e pós-menstruais. Atenção também à constipação intestinal (intestino preso).

2) Rastreamento de calorias: caloria não é tudo, mas a estratificação (estimativa) da ingestão de calorias é fundamental no processo de emagrecimento. 

Não consideramos o rastreamento calórico (recordatório alimentar) uma estratégia universal, porém,  nossa prática clínica percebemos que auxilia bastante, principalmente para aquele paciente que "acha" que está seguindo o plano alimentar. 

Há trabalhos também que validam a utilização desses recordatórios alimentares, para fins de aumentar a adesão ao tratamento.

Algumas perguntas devem ser feitas durante análise do recordatório:

1º - Estimar o quanto você está ingerindo no dia e proporção dos macronutrientes.
2º - Determinar onde você está "errando" e as comorbidades associadas a esse "erro". Falo erro com aspas, pois, as vezes, errada foi a estratégia adotada pelo médico para o seu caso. Temos que normalizar que em tratamento de obesidade muitas vezes não acertamos de primeira o melhor tratamento. E/ou muitas vezes teremos que alternar as estratégias terapêuticas. 
  1. Está fazendo mais refeições livres além das ofertadas pelo nutricionista? 
  2. Como está o padrão alimentar?
  3. Está beliscando? 
  4. Está hiperfágico?
  5. Está tendo quantos episódios de compulsão alimentar por semana? Será que precisaremos entrar com medicação e/ou pedir uma avalição psiquiátrica?
  6. Está tendo episódios de compensação alimentar: tais como jejum, dietas restritivas, detox, vômitos, uso de laxantes ou diuréticos, exercícios físico extenuante na tentativa de compensar episódios de compulsão?
  7. Como está a sua relação com a comida? Está gerando mais ansiedade e favorecendo um comer transtornado?
  8. Está fazendo psicoterapia?
  9. Quais momentos do dia tende a ingerir mais calorias e com isso sabotar o que foi proposto?
  10. Há fome emocional? 
  11. Há apetite para algum alimento específico? 
  12. Qual o sentimento predominante nos momentos em que tem compulsão e/ou ingere aquilo que não estava dentro do programado com o Nutri.
3º - Mostrar o quanto você conseguiu reduzir de calorias se comparado ao que ingeria antes. Às vezes o paciente não está perdendo peso na balança e fica desanimado, mas quando se compara ao que ele era antes do tratamento, detectamos um grande avanço. Principalmente no que se trata de volume e qualidade das refeições. Por isso, o reconhecimento de avanços é importante.

3) Estabelecer metas de exercícios e cumprir essas metas, sendo realista. 

A gente orienta aos nossos pacientes que essas metas de início podem até não serem ambiciosas, mas o feito é melhor que o perfeito. E o feito por 20 minutos sempre será melhor que o nada feito. 

Prestação de contas: EXTERNA

É aquela prestação de contas na qual o outro vai te validar. O outro vai te analisar. O outro vai te falar se você teve ou não um bom resultado e/ou se está progredindo, estacionado o regredindo no processo.

a) Profissionais: Nutrólogo, Nutricionista, Endocrinologista: ter pessoas que olharão/acompanharão seu resultado. Os estudos mostram que esse tipo de prestação de conta aumenta as chances de sucesso em um processo de emagrecimento. 

Por isso, orientamos que no tratamento da obesidade as consultas devem ser mais periódicas com o nutricionista. O ideal é de 15 em 15 dias. Ter alguém fiscalizando a evolução geralmente promove melhores desfechos de acordo com alguns estudos. 

Se o paciente está indo bem, ele tende a ficar mais motivado e se ele está indo mal, a gente revisa a estratégia adotada. Como dissemos acima, as vezes erramos na estratégia escolhida. As vezes precisamos alternar as estratégias. 

b) Blog: há estudo mostrando que os pacientes que escreveram blog relatando o processo tem melhores resultados que aqueles não fizeram. Que tal escrever um blog e ali falar das suas dificuldades, colocar as fotos das suas refeições. Postar seu progresso. Há milhões de pessoas nesse barco e com certeza alguém gostará de te acompanhar. 

c) Grupos de whatsApp em que um estimula o outro: um adendo, abominamos grupos de desafios. Uma coisa é um grupo em que as pessoas possuem o mesmo objetivo (que é perder peso) e um estimula o outro. 

Outra coisa, bem nociva por sinal (iatrogênica na verdade), são grupos de competição (desafios), no qual a perda de peso é estimulada de forma errada, pois não leva em conta que as pessoas possuem individualidade biológica, histórias de vida diferentes, realidades financeiras diferentes, constituição familiar diferentes.

Autor: Dr. Frederico Lobo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Médico Nutrólogo
Revisores:
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Márcio José de Souza - Profissional de Educação física e Graduando em Nutrição.
Dra. Edite Magalhães - CRM , RQE - Médica especialista em Clínica Médica
Dr. Leandro Houat - CRM 27920 , RQE 20548 - Médico especialista em Medicina de Família e comunidade

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Como a insegurança alimentar tem afetado o sistema imunológico de mais de 10 milhões de brasileiros

Abaixo, uma entrevista que dei com meu amigo Pedro Dall Bello sobre efeitos da insegurança alimentar.

Como a insegurança alimentar tem afetado o sistema imunológico de mais de 10 milhões de brasileiros

Entre as principais sequelas provocadas pelo surgimento da pandemia do novo coronavírus, destaca-se o aumento do número de desempregados no Brasil. De acordo com dados divulgados em 27 de maio de 2021 pelo IBGE, a taxa de desemprego chegou à marca 14,7% da população, sendo o maior percentual desde 2012. Com isso, o acesso à alimentação básica tem sido restringido, fazendo o país voltar ao mapa da fome segundo classificação feita pela ONU, na qual mais de 5% da população encontra-se em situação de insegurança alimentar. 

Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha entre 11 e 12 de maio deste ano, contando com a participação de pouco mais de 2.000 pessoas de 146 municípios de diferentes regiões e classes sociais do Brasil, cerca de 41% dos entrevistados que receberam auxílio emergencial em 2021 dizem ter faltado comida em casa. 

O estudo revelou que nos casos de famílias com filhos de até 6 anos, 35% alegam que tiveram menos alimentos que o suficiente. Os dados ainda apontam que quando apenas um dos adultos do ambiente familiar está empregado, 29% não conseguem acesso à quantidade de comida necessária. 

É o caso da moradora do bairro Alvarenga, em São Bernardo, Amanda Reis, 30, que mora acompanhada dos três filhos pequenos e o marido, único adulto empregado da casa. Com dificuldade para se recolocar no mercado de trabalho e conseguir arcar com os custos do aluguel da casa, a desempregada comenta sobre a falta de alimentos. “Desde o fim do ano passado percebemos que acabaríamos passando fome, mesmo com o salário do meu marido e o auxílio emergencial.” 

A alternativa encontrada até o momento tem sido a busca por doações de cestas básicas. Especialmente com a redução do auxílio emergencial, que ao final de 2020 equivalia a R$ 600 e que suspenso desde o início deste ano, só retornou em abril, no valor de R$ 250, a família de Amanda passou a enfrentar a insegurança alimentar. “A solução foi pedir a ajuda da Central Única das Favelas, que tem uma sede em São Bernardo, onde a gente vai buscar as cestas básicas todo mês”, disse ela. 

Impactos da fome no sistema imunológico 

De acordo com o nutrólogo Pedro Dal Bello, a diminuição da oferta de nutrientes como proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais, pode gerar os mais variados sintomas. “Esses indivíduos podem sofrer forte impacto emocional e alterações orgânicas, que por vezes podem ser irreversíveis, como a deficiência em vitamina B12.”  

Entre os sintomas mais encontrados em casos clínicos de constatação de problemas causados por fome, o especialista destaca os efeitos gerados pela pobreza de ingestão de proteínas. “A pessoa tende a perder músculo e com isso apresentar cansaço, fraqueza, piora da imunidade, alterações em cabelos e unhas, palidez, turvação visual e palpitações.”  

Segundo Dal Bello, além dessas consequências, alimentos que são fontes de proteína também apresentam vitaminas e minerais, que trabalham em conjunto, sendo importantes para a manutenção do equilíbrio do corpo. 

Efeitos da insegurança alimentar em diferentes faixas etárias 

Para o nutrólogo Frederico Lobo, os riscos envolvendo a saúde de pacientes da faixa pediátrica, indivíduos com até 18 anos, se relacionam com a maior necessidade de nutrientes e a formação do organismo. “Quando há uma situação de insegurança alimentar ou até mesmo fome, com certeza isso repercutirá no crescimento do jovem e até mesmo na cognição.”  

Além disso, a exposição à pobreza nutricional pode facilitar que pessoas pertencentes a essa faixa etária desenvolvam doenças crônicas não degenerativas na fase adulta. Entre os problemas mais comuns gerados por essa situação, estão a diabetes e a hipertensão arterial. 

Outro grupo de indivíduos bastante fragilizado quando se encontram em situação de insegurança alimentar, são os que pertencem à faixa etária acima dos 65 anos, aponta o especialista. “Tendem a possuir um organismo com menos reservas de nutrientes e muitos já apresentam doenças associadas que podem por si só agravar a perda da massa muscular.”  

A exemplo do impacto de doenças preexistentes no organismo de pessoas idosas, até mesmo o uso de alguns medicamentos pode favorecer a perda nutricional. “O tratamento da diabetes tipo 2, por exemplo, conta com a Metformina, que contribui para a redução dos níveis de vitamina B12”, alerta o nutrólogo. 

De acordo com Lobo, no caso dos adultos, apesar dos riscos oferecidos à saúde pela alimentação inadequada, não há a mesma gravidade dos problemas que são gerados pela fome em crianças e idosos. 

Melhores opções de alimentos para doação 

Ambos os especialistas destacam que apesar da inacessibilidade às carnes, por conta da alta nos preços, é importante priorizar alimentos que são fontes de proteína e ferro durante a montagem de uma cesta básica. “Por não ser viável a compra de carne vermelha, que é rica em proteína e ferro, as leguminosas são uma boa alternativa, já que fornecem ambos, além de carboidratos e outros nutrientes.” 

Entre as opções sugeridas de leguminosas, estão feijão, soja, ervilha, lentilha e grão de bico. Além da ausência, em muitos casos, de alimentos ricos em proteínas citados anteriormente, o leite é outro elemento importante que acaba sendo deixado de lado quando as pessoas reúnem alimentos para doação, de acordo com os nutrólogos. 

Por fim, o erro mais comum na montagem de cestas básicas é o acréscimo exagerado de comidas com altas taxas de carboidrato refinado. “A maioria são ricos apenas em carboidratos e alguns fortificados com ferro e ácido fólico, porém, pobres em outros nutrientes como magnésio, zinco e fibras”, concluem os especialistas. 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Como saber se o médico é especialista ?

Tempos através fiz um post para o instagram do movimento Nutrologia Brasil (que sou criador e coordeno com alguns amigos) sobre como saber se um médico é especialista naquela área que ele diz ser. Muita, mas muita gente veio me falar no inbox ou e-mail que ficou surpresa ao descobrir que determinado médico X ou Y não era especialista.

Então ensinarei aqui no blog, pois, é um serviço de utilidade pública. Basta de pacientes serem enganados por usurpadores de títulos.

Primeiro entrar nesse link aqui: https://portal.cfm.org.br/busca-medicos/

Escrever o nome do médico e a Unidade Federativa (UF) que ele atua.

Quando encontrar o nome do médico, você deverá verificar se ele tem o número de Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em determinada área. Se ele não tem esse número, ele provavelmente não é especialista. 

Todo médico que é especialista, caso queira divulgar que é especialista sem estar cometendo uma infração ética, tem obrigação de ir ao CRM do seu estado e registrar a sua especialidade. O CRM então fornecerá esse registro para os que fizeram residência ou foram aprovados na prova de título. 

Para cada especialidade registrada, o CRM dá um RQE. Ou seja, o RQE é liberado exclusivo para aquela especialidade.

Boas buscas, surpreendam-se com o tanto de profissional que mente descaradamente que é algo que não é. É absurdo, ainda mais em um país que muitos gritam pelo fim da corrupção. 

sábado, 15 de janeiro de 2022

Depoimento do Dr. Leandro Houat - Médico de família e comunidade em Jaraguá do Sul - SC

 


Dr. Leandro Houat (@leandrohouat) é um dos meus 22 afilhados na medicina. No começo de 2021 ele me procurou para comprar o e-book Tô na Nutro e agora, posteriormente comprou os outros e-books e depois se inscreveu no processo de apadrinhamento. Hoje é um grande amigo e me orgulha vê-lo crescendo profissionalmente. 

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Outubro Rosa - Câncer de mama x Nutrientes

O Outubro Rosa foi criado no início da década de 90, mesma época em que o símbolo da prevenção ao câncer de mama, o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York e desde então, promovido anualmente em diversos países.

Consiste em uma campanha de conscientização feita por diversas entidades, objetivando mostrar a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.

O câncer de mama é 5ª maior causa de mortalidade do mundo. Após uma revisão, criei essa imagem com os principais nutrientes com ação sabidamente "quimiopreventiva" no câncer de mama.

Também consta na imagem as fontes com maior concentração dos nutrientes. São alimentos que devem ser incorporados à alimentação, principalmente por mulheres com histórico familiar de câncer de mama.


sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Cinco motivos para não e consultar comigo



Abaixo resolvi listar 5 fortes motivos para você NÃO se consultar comigo:

Motivo 1: Se você deseja ganho de massa por estética! Não trabalho com hipertrofia em pessoas saudáveis (somente sarcopênicos). Pacientes que desejam hipertrofia e atletas, encaminho para o meu Nutricionista Rodrigo Lamonier @rodrigolamoniernutri ou para o meu amigo também Nutrólogo Rodrigo Costa @rodrigonutrologo Não trabalho com melhora de performance. 

Motivo 2: Se deseja a prescrição de hormônios apenas para fins estéticos. Se quer “ciclar” ou implantar chip de beleza, existem profissionais dispostos a fazer isso. Eu abomino esse tipo de prática, portanto não perca o seu e o meu tempo! Nutrólogo geralmente não prescreve hormônios, só em situações específicas (sarcopenia acentuada, caquexia, grandes queimados). Se você tem déficit hormonal o profissional mais habilitado para a prescrição de hormônio é o Endocrinologista, não um Nutrólogo! Não prescrevo testosterona para ninguém. Nem para quem tem déficit. Posso até fazer o diagnóstico, mas quem prescreverá e acompanhará será o endocrinologista. Lembrando que de acordo com resolução do Conselho Federal de Medicina, a prescrição de Anabolizantes quando não há deficiência comprovada é considerada infração ética. https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&id=23324)

Motivo 3: Se você deseja receber soro na veia, fazer tratamentos "ultramodernos quânticos", exames sem validação do Conselho Federal de Medicina. Eu trabalho com o que está dentro das normas do Conselho Federal de Medicina. Na Clínica Medicare não realizamos qualquer tipo de procedimento, exceto realização do exame Bioimpedância (feito pelo Nutricionista Rodrigo Lamonier)
Motivo 4: Se você acredita que eu, sozinho, conseguirei te fazer alcançar os seus objetivos. É um trabalho conjunto: te oriento e você coloca em prática. Ainda não faço milagres e nem fui canonizado.
Motivo 5: Se você procura tratamentos milagrosos, com resultados ultrarrápidos, às custas da sua saúde e com métodos que as Sociedades médicas abominam. Esse médico não sou eu! Eu honro os 32 médicos da minha família.

Programar-se visando metas modestas, porém alcançáveis e sustentáveis em longo prazo é o melhor caminho a ser seguido. Parem de se iludir.⠀
Caso não se encaixe nesses grupos, estarei humildemente disposto a te ajudar de todas as formas possíveis.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Deficiência de vitamina D é preditor de mau prognóstico em pacientes COVID-19

Baixos níveis de vitamina D é uma condição frequente nos dias atuais e está correlacionada ao aumento do risco de infecções do trato respiratório. 

Em pacientes afetados por doença respiratória aguda devido infecção pelo coronavírus (COVID-19), as respostas imunológicas e inflamatórias estão diretamente associadas à gravidade da doença. Em consideração ao papel da vitamina D no sistema imunológico, o objetivo deste estudo foi analisar os níveis de vitamina D em pacientes com insuficiência respiratória aguda devido ao COVID-19 e avaliar as suas correlações com a gravidade da doença e o prognóstico.

O estudo retrospectivo e observacional analisou ​​dados demográficos, clínicos e laboratoriais de 42 pacientes com insuficiência respiratória aguda por COVID-19, atendidos na Unidade de Tratamento Intermediário Respiratório.

Oitenta e um por cento dos pacientes apresentaram baixos níveis de vitamina D. Posteriormente, a população do estudo foi estratificada em quatro grupos: sem deficiência de vitamina D, com insuficiência da vitamina, deficiências moderada e deficiência grave. Não foram encontradas diferenças em relação às características demográficas e clínicas. Uma análise de sobrevida destacou que, após 10 dias de hospitalização, os pacientes com deficiência grave de vitamina D apresentavam 50% de probabilidade de mortalidade, enquanto aqueles com níveis de vitamina D maiores que 10 ng/mL apresentavam risco de mortalidade de 5% (p = 0,019).

Com essa pesquisa, os autores concluíram que a hipovitaminose de vitamina D foi frequentemente observada em pacientes com COVID-19 e insuficiência respiratória aguda. Pacientes com deficiência grave da vitamina tiveram um risco de mortalidade significativamente maior. A deficiência grave de vitamina D pode ser um marcador de mau prognóstico nesses pacientes, sugerindo que o tratamento adjuvante pode melhorar os resultados da doença.

Referência: Carpagnano GE, Di Lecce V, Quaranta VN, et al. Vitamin D deficiency as a predictor of poor prognosis in patients with acute respiratory failure due to COVID-19 [published online ahead of print, 2020 Aug 9]. J Endocrinol Invest. 2020.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Perda de peso e redução da mortalidade - Por Dr. Bruno Halpern



A associação entre #obesidade e maior risco de doenças crônicas e redução da expectativa de vida é bem estabelecida, embora o risco individual dependa mais da distribuição de gordura do que do peso em si.

No entanto, é muito difícil provar que perder peso reduz risco de mortalidade por algumas razões: 1- perder peso de forma significativa (ao menos 10%) e manter a longo prazo é difícil, e somente estudos muito grandes conseguiriam responder essa questão 2-estudos observacionais confundem perdas de peso intencionais com as não intencionais, em q a pessoa perde peso por estar doente e assim, tem mortalidade maior.

Estudos de intervenção demonstram que pessoas que perdem mais de 10% tem redução de riscos, mas em geral esses são estudos de poucos anos. A melhor evidência de longo prazo vem de estudos com cirurgia bariátrica , q tb demonstram redução de riscos.

Agora, um estudo com mais de 20mil pessoas e quase 30 anos de seguimento mostra que sair da obesidade para o sobrepeso no início da vida adulta (ao redor de 25 anos) reduziu em 54% o risco de mortalidade precoce nesse grupo em comparação aos que permaneceram com obesidade. O risco desses indivíduos se igualou (ou foi até um pouco menor) do que o de pessoas que sempre tiveram apenas sobrepeso.

O longo tempo de seguimento reduz a chance de que quem perdeu peso perdeu por estar doente e analisa melhor dados de perda intencional de peso. Também dá a idéia de quanto mais precoce melhor essa perda, pois quando a perda ocorre mais para frente na vida, o resultado é menos claro (mas talvez ainda precisamos de mais anos de acompanhamento).

Esse é um estudo observacional, com suas limitações. E também mostra que, infelizmente, é muito mais comum pessoas saírem de pesos “normais” para sobrepeso e obesidade do que pessoas que conseguem fazer o caminho inverso. Obesidade não se resolve “espontaneamente”. Perder peso e manter vai contra nossa biologia básica e exige tratamento continuo. Essa é uma informação a precisa ser passada para levarmos a doença e o tratamento a sério. Se mais pessoas conseguirem bons resultados, conseguiremos reduzir essas taxas de complicações! 


sábado, 6 de junho de 2020

6 de Junho - Dia do Combate à Desnutrição Hospitalar


A Campanha Diga não à Desnutrição é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN) que visa tornar de conhecimento público a prevalência, os problemas causados pela desnutrição hospitalar.

No Brasil, a taxa de desnutrição varia entre 20 e 60% em adultos hospitalizados e durante a hospitalização esta condição piora progressivamente principalmente em idosos e pacientes críticos.

  • 1 a cada 3 pacientes internados é desnutrido (hospitais públicos e privados);
  • Destes pacientes, somente 7% são diagnosticados como desnutridos;
  • Pacientes desnutridos têm tempo de internação 3 vezes maior; a desnutrição apresenta como principais complicações: pior resposta imunológica, atraso no processo de cicatrização, risco elevado de complicações cirúrgicas e infecciosas, maior probabilidade de desenvolvimento de lesões por pressão, aumento no tempo de internação e do risco de mortalidade, com consequente considerável aumento dos custos hospitalares.
  • A identificação precoce da desnutrição, bem como o manejo, por meio de ferramentas recomendadas, possibilita estabelecer conduta nutricional mais apropriada e melhora do desfecho nestes pacientes.

Uma equipe multidisciplinar especializada é fundamental para implantar e difundir ações (“cultura” da identificação/diagnóstico precoce, tratamento e prevenção da desnutrição hospitalar).

#Nutrologia
#NutrologiaHospitalar
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#DiaD
#Desnutrição
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5 de Junho - Dia Mundial do Meio Ambiente - O que você fazer para minimizar impactos ambientais ?


Ontem, 5 de Junho foi comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente e na minha concepção, é impossível ter saúde se não se respeita o meio ambiente.

Somos seres integrados a um ecossistema e qualquer disrupção nessa simbiose pode levar a algum tipo de transtorno, como por exemplo:
  • Cronodisrupção.
  • Poluição do ar, solo, águas.
  • Poluição luminosa (excesso de luminosidade no período noturno).
  • Poluição sonora.
  • Ambientes não-biofilicos (pouco verde)
  • Pouco contato com a natureza.
  • Baixo conforto térmico.
Há 14 anos estudo a inter-relação entre saúde e meio ambiente (essa foi a razão de montar esse blog). Cada dia me convenço mais da força dessa simbiose e que não existe poluição, o que existe é envenenamento. Essa poluição a qual estamos sendo submetidos deveria ser considerada um problema de saúde pública mundial. Entretanto, é negligenciada até mesmo por nos médicos, afinal há poucos estudos sobre disrupção endócrina, carcinogênese oriunda de agrotóxicos e metais tóxicos...doenças neurodegenerativas e sua correlação com poluentes orgânicos persistentes (POPs) e metais tóxicos. Uma das poucas sociedades médicas que estudam esses efeitos é a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), com a campanha sobre Disruptores endócrinos. Além disso lançou um Guia dos Disruptores endócrinos. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) também tem um posicionamento acerca dos agrotóxicos e provável carcinogênese.


E o que podemos fazer para tentar minimizar esse impacto na nossa saúde?
  • Jogue lixo no lixo
  • Separe os lixos e recicle.
  • Ajude a educar e conscientizar próximas gerações.
  • Defenda o meio ambiente (todos os biomas em especial o cerrado, o berço das nossas águas).
  • Dê preferência por uma alimentação mais "limpa".
  • Compre de produtores locais e de preferência orgânicos.
  • Durma bem, afinal sono = qualidade de vida.
  • Não tenha muito tecido adiposo, a cascata que ele gera vai muito além de bioquímica.
  • Pratique atividade física pois ela é adjuvante no nosso processo de destoxificação.
  • Exponha-se ao sol.
  • Tenha contato com a natureza.
  • E lembre-se que tudo está integrado.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Por que é errada e anti-ética a solicitação de exames previamente à primeira consulta?


Pacientes  frequentemente questionam secretárias de médicos se ele pode fazer a solicitação de exames previamente à primeira consulta e com isso o paciente já chegar com os exames realizados.

A maioria alega 3 motivos:
1) Morar fora da capital ou em outro estado.
2) Para já sair do consultório com uma conduta.
3) Alguns médicos que fazem isso.

Primeiramente é importante explicar para que serve um exame.

Na Medicina denominamos de exames complementares ao diagnóstico aqueles exames (laboratoriais (sangue, urina, fezes), de imagem) que complementam aos dados da anamnese e do exame físico para a confirmação das hipóteses diagnósticas.

Ou seja, ele é justamente denominado complementar, pois serve para complementar o que o médico já postulou de diagnóstico durante a consulta. Portanto, na nossa opinião jamais deve ser solicitado antes do paciente consultar.

Podendo até ser enquadrado como uma prática anti-ética, por infringir 3 artigos do Código de ética Médica.

No Capítulo III do Código de Ética Médica, que trata da Responsabilidade profissional, o Conselho Federal de Medicina (CFM) afirma que: “É vedado ao médico: Art. 14. “Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País”.

No Art. 35: "É vedado ao médico: Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos médicos".

E por último e mais importante, de acordo com o CFM: Art. 80: "É vedado ao médico: Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não responda à verdade". Ou seja, se o médico não fez o ato de consultar o paciente, ele não pode solicitar o exame.

Infelizmente pacientes que moram em outra localidade, terão que se deslocar duas vezes. Ou, se for durante a pandemia, poderão fazer retorno via telemedicina. 

É lastimável que alguns colegas ainda façam isso para atrair pacientes. Esse tipo de prática acaba sobrecarregando os planos de saúde. Se o plano de saúde é sobrecarregado, ele acaba repassando isso para o paciente, ou seja, aumenta a mensalidade do plano.  Agora imagine então o bolso daqueles que não possuem plano de saúde e terão que arcar com exames particulares.

Além disso, inúmeros exames desnecessários acabam sendo solicitados e muitas vezes por erros laboratoriais (o que pode ocorrer na Medicina, levando a falsos positivos ou falsos negativos) geram uma nova cascata de exames justamente para investigar o exame com erro analítico.

Portanto, nós não recomendamos a solicitação de exames previamente à primeira consulta. O exame é complementar.  A solicitação configura infração ética perante o conselho. 

Autores:
  • Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13.192 - RQE Nº 11.915.
  • Dra. Karoline Calfa - Médica Nutróloga, Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Especialista em Clínica Médica.  CRM-ES 6411 | RQE Nº: 6156,  RQE Nº: 10585, RQE Nº: 10584. Conselheira do CRM-ES. Responsável pela Câmara técnica de Nutrologia do CRM-ES. 

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Obesidade e coronavirus por Dr. Bruno Halpern


Dois pesquisadores irlandeses publicaram na excelente revista Obesity uma hipótese que poderia explicar, ao menos em parte, porque estaríamos vendo uma maior gravidade de infecções em indivíduos com obesidade. 

👉A tese seria que o vírus poderia se depositar no tecido adiposo, que na obesidade já é mais inflamado, e assim, gerar mais inflamação, além de ser liberado aos poucos, minando as estratégias de defesa e gerando cada vez mais inflamação, que acaba por gerar respostas gravíssimas no corpo.

👉Há um racional por trás: um dos receptores que facilitam o vírus a entrar nas células está presente em grandes quantidades no tecido adiposo; outros vírus sabidamente podem se depositar em gordura; e muitas das substâncias produzidas pelo corpo em pacientes graves são amplamente produzidas no tecido adiposo. Esse reservatório também poderia explicar tempos mais longos de presença de vírus em algumas pessoas.

👉Para tornar essa hipótese mais forte seria preciso localizar o vírus em amostras de tecido adiposo, o que não foi feito ainda, mas não é tecnicamente difícil.

👉De toda forma, cada vez é mais claro a importância da obesidade como fator de risco independente de complicações. O lado bom é que sabemos que perdas de peso pequenas (de 5-15%) e exercício físico moderado já reduzem inflamação e poderiam (não comprovado mas altamente provável) já ajudar a reduzir parcialmente os riscos. 

Ref: Ryan. Is adipose tissue a reservoir for viral spread, immune activation and citokyne amplification in Covid-19? Obesity 2020 #coronavirusbrasil #obesidade #covid19brasil

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Felicitações


Minha gratidão a todos vocês que acompanham esse blog desde 2010. Que sempre comentam, mandam mensagens via comentários ou redes sociais. Vocês que me motivam a continuar escrevendo e compartilhando informações de qualidade.

Desejo a todos um Feliz Natal e um excelente 2020.

Abraço

Dr. Frederico Lobo


quinta-feira, 14 de novembro de 2019

14 de Novembro - Dia Mundial do Diabetes

O Brasil tem 17 milhões de adultos (entre 20 e 79 anos) convivendo com o diabetes, o equivalente a 11,4% da população nessa faixa etária. Os dados são 9º Atlas de Diabetes, produzido pela IDF (Federação Internacional de Diabetes).

Desde o último levantamento da entidade, feito em 2017, o aumento de casos no Brasil foi de 31%. Isso coloca o país na lista das dez nações que apresentaram maior elevação de casos da doença no mundo todo —estamos em quinto lugar, atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.

Globalmente, a estimativa do documento é que 463 milhões de adultos sejam diabéticos, com cerca de 32 milhões de casos na América Central e do Sul. A diabetes tipo 2, em que há uma resistência à insulina (diferente da tipo 1, em que o corpo deixa de produzir o hormônio por perder as células beta do pâncreas), é responsável por até 90% dos casos.

O mapeamento ainda identificou que existem 38 milhões a mais de pessoas vivendo com diabetes em todo o mundo em comparação com o último Atlas. Para os estudiosos, é um indício importante do crescimento de casos da doença.

A pesquisa ainda estima que 95.800 crianças e adolescentes menores de 20 anos conviviam com a diabetes tipo 1 no Brasil —índice que coloca o país em terceiro lugar no ranking mundial, depois de EUA e Índia.

Custos da doença e mortalidade

Quando não tratado ou controlado, o diabetes pode causar diversas complicações à saúde, especialmente para o sistema cardiovascular, com comprometimento tanto de pequenos vasos (microvascularização) como dos grandes (macrovascularização).

Os cuidados com a saúde de quem convive com a doença, claro, impactam na economia das famílias e do país. A despesa médica anual com esses pacientes ficou em US$ 3.117, a mais alta na América do Sul. A entidade estima que, até 2030, o gasto com diabetes na região aumente em 15,3%.

No quesito mortalidade, o Brasil novamente assume a liderança com 135.200 mortes causadas por complicações da diabetes —o número corresponde a 55,6% dos óbitos registrados na América do Sul, um total de 243.200 adultos entre idades de 20 a 79 anos.

Os dados ainda dão conta de que a mortalidade é maior entre homens (122.200) do que em mulheres (121.000), e que os números são maiores em países de renda média em comparação às nações consideradas de alta renda.

Obesidade como fator de risco

De acordo com o Manual MSD, a obesidade e o aumento de peso são fatores importantes para o desenvolvimento de resistência à insulina, provocando a diabetes tipo 2.

Nesse quesito, o Brasil já havia demonstrado dados igualmente preocupantes. A pesquisa Vigitel 2018, preparada pelo Ministério da Saúde, mostrou que entre 2006 e 2018 o número de obesos no Brasil aumentou em 67,8%.

O crescimento do índice foi maior justamente entre os adultos, nas faixas de 25 a 34 anos (84,2%) e 35 a 44 anos (81,1%).

Mas nem todos os números são desanimadores. A pesquisa revelou ainda um aumento de 15,5% no consumo de frutas e hortaliças entre 2008 e 2018; e um crescimento de 25,7% na prática de exercícios físicos. Houve ainda uma queda de 54,4% no consumo de bebidas açucaradas e refrigerantes entre adultos.

A população também aumentou sua consciência em relação à própria saúde. Os cerca de 40% de entrevistados que receberam o diagnóstico de diabetes demonstraram ter maior conhecimento sobre suas necessidades e sentiram-se estimulados a procurar o serviço de saúde para iniciar o tratamento o quanto antes.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Aumento de ansiedade pode estar correlacionado a aditivos de alimentos processados

Substâncias largamente utilizadas para manter o sabor, reforçar o aroma e prolongar o tempo de conservação dos alimentos industrializados, os aditivos alimentares estariam relacionados a mudanças comportamentais em animais, causando um aumento da ansiedade. Essa foi a conclusão de um grupo de pesquisadores da Georgia State University, nos Estados Unidos, que realizou o estudo com ratos de laboratório.

Em artigo publicado no periódico científico Scientific Reports, os pesquisadores afirmaram que ao colocar os camundongos em contato com emulsificantes sintéticos (utilizados em alimentos como biscoitos, bolos e margarinas para melhorar sua textura e prolongar sua conservação), foi possível observar mudanças comportamentos e aumento da ansiedade dos roedores. 

Para realizar as observações, os estudiosos acrescentaram os aditivos alimentares na água de camundongos machos e fêmeas. Após 12 semanas, foi possível observar o efeito das substâncias na alteração do comportamento dos animais: os machos apresentaram sintomas semelhantes à ansiedade humana enquanto as fêmeas reduziram suas interações sociais.

Esse estudo deu sequência a um trabalho realizado anteriormente pelos cientistas, que observaram a presença de inflamações nos intestinos dos camundongos que consumiam os emulsificantes sintéticos. De acordo com os autores do trabalho, essa inflamação também se estendeu ao sistema nervoso, afetando os comportamentos dos animais — diferentes trabalhos já constataram uma forte interconexão entre o sistema nervoso central e os trilhões de microrganismos que vivem na região intestinal, uma ligação conhecida como "eixo cérebro-intestino". 

De acordo com os autores do trabalho, é possível estabelecer uma relação entre o funcionamento do organismo dos camundongos com o dos humanos. Resta agora realizar estudos mais aprofundados para entender como o comportamento das pessoas é afetado pelo consumo dos aditivos alimentares, além de estudar a relação entre o "eixo cérebro-intestino". 

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2019/01/aditivos-de-alimentos-processados-tem-relacao-com-aumento-de-ansiedade.html?fbclid=IwAR3ScrYsYl4rS4E81ILy5K3C2voM5kbbIm7K3zbxvO2ozJJwJOv5ObPREQo

sexta-feira, 6 de julho de 2018

O que não é Nutrologia?


Todos os dias no consultório é a mesma história para os pacientes:

Paciente ACHANDO que foi a um nutrólogo e na verdade o médico não é especialista: lembrando que só é especialista em Nutrologia ou quem fez a residência ou tem o título. Se não tem, não é NUTRÓLOGO.A maioria dos que se dizem nutrólogos não o são. Para saber se o profissional é nutrólogo basta entrar no site do Conselho  de Medicina e buscar o nome do profissional: http://www.cremego.org.br/index.php?option=com_medicos

Paciente ACHANDO que Nutrologia é sinônimo de Ortomolecular, Medicina Quântica, Homeopatia, Medicina Integrativa (conceito que conseguiram deturpar), Chips hormonais, Anabolizantes, Excesso de suplementos, Doses cavalares de vitaminas e minerais. A Associação Brasileira de Nutrologia emitiu um documento em 2017 mostrando que isso não faz parte do roll de procedimentos nutrológicos.

Alguns médicos deturpam a Nutrologia e fazem leigos e outros médicos acharem que Nutrologia é aquilo que eles praticam. A Nutrologia é uma especialidade séria e que no momento sofre um processo de desmoralização por parte de alguns profissionais. .

Quer saber o que é NUTROLOGIA de verdade? www.nutrologogoiania.com.br

Montei uma pequena biblioteca descrevendo: O que é Nutrologia. A história da Nutrologia no Brasil. O que não é Nutrologia. Diferença entre Nutrólogo e Nutricionista...Endócrino...Médico do esporte. Vários textos mostrando como a Nutrologia pode auxiliar no tratamento de várias doenças.