domingo, 31 de março de 2024
Ajudando a prevenir o reganho de peso após a retirada dos agonistas do receptor de GLP-1
sábado, 30 de março de 2024
Posicionamento da SBEM-GO sobre Implante de gestrinona
O que ninguém te conta sobra o Lipedema
Post que minha afilhada Dra. Esthefania escreveu comigo.
Anabolizantes e suicídio
A postagem abaixo foi feita por um amigo psiquiatra. Há muitos anos estamos trocando experiências sobre efeitos dos Esteróides anabolizantes (EAAs) na saúde mental humana. E o que tenho percebido me assusta, ano após ano.
Quando comecei a atender em 2009, jamais imaginaria que a situação chegaria ao ponto atual. Consigo relatar pelo menos uns 50 casos de pacientes que tiveram a vida devastada após uso de anabolizantes. Vi, ouvi, acolhi:
- Pacientes com depressão que tiveram sintomas agravados, principalmente ao final de ciclos ou quando a droga vai decaindo na circulação.
- Pacientes com quadro de ansiedade generalizada que após uso de EAAs abriram quadro de síndrome do pânico ou ficaram extremamente hiper-reativos, agressivos.
- Pacientes borderline que após uso tiveram exacerbação dos sintomas, com consequências legais/criminais.
- Pacientes com transtorno bipolar que fizeram mania psicótica após início do uso.
- Pacientes com transtorno bipolar que desencadearam mania e foram a falência ou se endividaram.
- Pacientes com transtorno ansioso que começaram a ter ideação suicida e outros até tentaram suicídio.
- Pacientes com transtorno bipolar que passaram a ter compulsão sexual após o uso, levando ao término de casamentos de décadas.
- Pacientes previamente saudáveis que após o uso abriram quadro de esquizofrenia.
- Pacientes com TDAH que pioraram os sintomas após o uso e passaram a ter comportamentos de risco.
- Pacientes bipolares que passaram a ter comportamento de risco e contraíram DSTs.
- Paciente que com o uso tornou-se totalmente agressivo, destruindo o seio familiar, seja por agressão aos filhos ou violência doméstica contra a esposa.
- Pacientes que sob uso de EAAs tornam-se um perigo para a vida em sociedade, devido agravamento de transtornos psiquiátricos de base, favorecendo brigas de trânsito, agressões físicas contra terceiros e até mesmo a praticar crimes.
Vitamina B3 e aumento do risco cardiovascular
sexta-feira, 29 de março de 2024
Hormonologia não é especialidade médica e nem área de atuação segundo Nota da Associação Médica Brasileira (AMB)
Fonte: https://amb.org.br/noticias/nota-amb-hormonologia-inexistencia-da-especialidade-ou-area-de-atuacao/
Várias sociedades médicas ligadas à AMB se posicionaram favorável à Nota, entre elas:
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia: https://www.endocrino.org.br/noticias/sbem-manifesta-apoio-a-decisao-da-amb-sobre-hormonologia/
Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1820-febrasgo-apoia-a-nota-da-amb-sobre-hormonologia
Sociedade Brasileira de Medicina do esporte e do exercício: https://www.medicinadoesporte.org.br/nota-amb-hormonologia-inexistencia-da-especialidade-ou-area-de-atuacao/
Implantes hormonais de gestrinona - A verdade
quarta-feira, 20 de março de 2024
CREMESP se posiciona sobre Soroterapia e Soro da beleza
Fadiga x Síndrome da Fadiga crônica: Qual a diferença ?
É comum os pacientes e leitores aqui do blog me perguntarem a diferença entre Fadiga e Síndrome da Fadiga crônica (SFC ou doença de intolerância ao esforço sistêmico - DIES). Como tem texto sobre ambos os temas aqui, postarei abaixo os links mas antes deixarei alguns ensinamentos.
Fadiga é um sintoma. SFC é um conjunto de sinais e sintomas que tem como peça central o sintoma fadiga, combinado com mal-estar após esforço e sensação de sono não reparador. Toda Síndrome da fadiga crônica (DIES) tem fadiga no seu quadro clínico, mas nem toda fadiga se encaixa na Síndrome da fadiga crônica.
Na maioria dos casos, o diagnóstico de síndrome de fadiga crônica é um diagnóstico de exclusão, no qual a fadiga persiste por pelo menos 6 meses e de acordo com a Academia Nacional de Medicina, o diagnóstico de SFC requer a presença dos 3 sintomas abaixo e a intensidade dos sintomas deve ser moderada ou grave por pelo menos 50% do tempo:
- Fadiga: diminuição ou prejuízo perceptível na capacidade de um paciente de se envolver em atividades que desfrutava antes do início da doença, com esse prejuízo continuando por mais de 6 meses e associado a fadiga grave de início recente, não relacionada ao esforço e não aliviado pelo repouso.
- Mal-estar pós-esforço (PEM): Os pacientes apresentam piora dos sintomas e função após exposição a estressores físicos ou cognitivos que foram previamente bem tolerados.
- Sono não reparador: Os pacientes se sentem tão cansados após uma noite de sono.
O cumprimento do critério para o diagnóstico requer todos os 3 sintomas acima, juntamente com um dos sintomas abaixo:
- Comprometimento cognitivo - Problemas com o pensamento ou função executiva, agravados por esforço, esforço ou estresse ou pressão do tempo.
- Intolerância ortostática - Agravamento dos sintomas ao assumir e manter a postura ereta. Os sintomas são melhorados, embora não necessariamente eliminados, deitando-se ou elevando os pés.
terça-feira, 19 de março de 2024
SBD se manifesta sobre a prática de Soroterapia
terça-feira, 12 de março de 2024
Educação continuada em Nutrologia
Criei com meus afilhados um grupo de Educação continuada em Nutrologia (EDUCONUTRO) no telegram, totalmente gratuito.
O espaço é destinado ao envio de artigos, divulgação de eventos na Nutrologia. Aqueles que quiserem contribuir com artigos serão bem-vindos.
Link do grupo: https://t.me/+2PuF9mZ6DbxhN2Qx
Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo Goiânia - Joinville
CRM-GO 13.192 | RQE 11.915
CRM-SC 32.949 | RQE 22.416
www.nutrologojoinville.com.br
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www.ecologiamedica.net
www.provadetitulodenutrologia.com.br
Instagram: @drfredericolobo e @nutrologo
Facebook: Dr. Frederico Lobo
YouTube: Dr. Frederico Lobo
segunda-feira, 11 de março de 2024
- Dr. quanto está a sua consulta?
Tempos atrás, uma seguidora me perguntou sobre o valor da minha consulta. Passei o contato da secretária e ela se informou. Dias após ela enviou novamente um direct e perguntou o porquê do valor da consulta ser R$800. Então calmamente expliquei, o porquê de eu não atender planos de saúde e do valor da consulta ser esse. E antes que ela viesse com a máxima de que todo médico deve exercer a medicina por amor e não por dinheiro, expliquei que exerço meu papel social de inúmeras maneiras.
Primeiramente expliquei que esse valor está dentro da média que os Nutrólogos cobram, com a diferença que fico 1h a 1:30 com o paciente e ainda forneço o retorno (gratuitamente) que dura de 30 a 40 minutos.
Depois expliquei que muitos Nutrólogos cobram menos, mas “embutem” na prescrição do tratamento, soros, exames, procedimentos realizados na própria clínica. Ou seja, ele cobra menos, mas, sabe que ganhará com soro, pacotes, procedimentos, já que ele indicará para o paciente realizá-los na própria clínica. Diariamente atendo casos assim, de pacientes que foram em “Nutrólogos” ou falsos Nutrólogos (Médico que se diz Nutrólogo mas não tem RQE) e gastaram, 10, 15, 20 mil em clínicas luxuosas.
Expliquei que meu atendimento é personalizado e ético. Sou transparente com meus pacientes. Não indico farmácia de manipulação, faço exame físico minucioso, solicitação racional de exames, anamnese detalhada, pratico educação nutricional dentro do consultório. Estou me atualizando diariamente. Tenho Nutricionistas que treinei ao longo dos anos, da minha inteira confiança e que exijo que sigam meus preceitos éticos e morais. Ou seja, um trabalho minucioso, personalizado, demorado, é difícil fazer por plano de saúde. Já que a maioria remuneram de 80 a 120 reais a consulta + retorno. Por esse valor, jamais conseguiria entregar para meus pacientes o que faço, da maneira que faço.
Por último expliquei, que meu trabalho social exerço no SUS, coordenando um ambulatório de Nutrologia há 09 anos.
Há bons profissionais que cobram menos, claro! Basta procurar. Para vocês não caírem em ciladas. preparei algumas dicas.
Ou seja, ele só pode divulgar em redes sociais que é Nutrólogo se tiver o RQE, do contrário configura uma infração ética e propaganda enganosa. Ter feito pós-graduação não confere título de Nutrólogo. Se ele colocar nas redes sociais Pós-graduação em Nutrologia e não tiver RQE, obrigatoriamente tem que colocar em seguida, em caixa alta: NÃO ESPECIALISTA, de acordo com a resolução vigente de publicidade médica do Conselho Federal de Medicina.
Dica 2: Tratamento nutrológico geralmente é um acompanhamento por toda a vida, desconfie de tratamentos miraculosos e de difícil adesão (quantidades excessivas de medicações a serem tomadas, fórmulas com preços exorbitantes). Eles geralmente não são sustentáveis ao longo prazo. Ninguém quer ficar dependente de várias medicações por toda a vida.
⚠️As vezes um médico tem a consulta mais barata porém, ele te indicará tratamentos caríssimos e sem respaldo científico (feitos na maioria das vezes na própria clínica) e até mesmo proibidos pelo Conselho Federal de Medicina. Ou seja, o barato pode sair bem caro.
Dica 3: Não existem tratamentos milagrosos quando se trata de Nutrologia. O paciente precisará mudar hábitos de vida, seguir uma alimentação mais saudável, praticar atividade física, dormir bem, construir boas relações interpessoais. Isso não é medicalizável. O médico age como um norteador e o paciente é quem trilha o caminho, colhendo os benefícios/frutos de suas ações.
Dica 6: Desconfie de tratamentos que são proibidos pelo Conselho Federal de Medicina, tais como terapia antienvelhecimento, modulação hormonal, hormônios para fins estéticos, ganho de massa muscular e melhora da performance esportiva.
Sendo que a própria ABRAN tem em seu site um parecer contra Modulação Hormonal:
www.abran.org.br/2018/03/04/posicionamento-sobre-a-modulacao-hormonal/
Dica 7: A prática de comercializar medicações/suplementos dentro do consultório é proibida. Está vetada no código de ética médica no capítulo VIII e artigo 69: “ Exercer simultaneamente a medicina e a farmácia ou obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela prescrição e/ou comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade profissional.” Ele pode abrir uma empresa que vende a aplicação de fármacos e nutrientes injetáveis, realiza procedimentos.
Médico também não pode indicar farmácia de manipulação.
Dica 8: Há muitas fake News em saúde. Profissionais que alastram pânico na Internet, criam problemas para te vender soluções. Desconfie sempre.
Para mais dicas acesse: https://www.nutrologogoiania.com.br/a-nutrologia/a-consulta-nutrologica/
sexta-feira, 1 de março de 2024
Lipedema: conceito, diagnóstico, tratamento e enganações
- Distribuição DESPROPORCIONAL da gordura corporal. Ou seja, acumulando mais em membros superiores ou inferiores
- Nenhuma ou limitada influência da perda de peso na distribuição da gordura nos membros
- Hipertrofia dos adipócitos bilateral, simétrica e desproporcional nos membros
- Poupa preservação das mãos e pés (fenômeno do manguito)
- Envolvimento dos braços aproximadamente 30%
- Sinal de Stemmer negativo
- Sensação de peso e tensão nos membros afetados
- Dor à pressão e ao toque nos membros
- Edema sem depressões
- Tendência acentuada para formação de hematomas
- Piora dos sintomas ao longo do dia
- Não é melhora da dor ou do desconforto com a elevação dos membros
- Telangiectasias e marcas vasculares visíveis ao redor dos depósitos de gordura
- Hipotermia da pele
- Tipo I (aumento da deposição em quadris e coxas),
- Tipo II (extensão até joelhos, principalmente em face interna),
- Tipo III (até tornozelo), t
- Tipo IV (acometimento de membros superiores): 30% dos casos
- Tipo V (apenas porção inferior das pernas é afetada).
- Estágio 1 (pequenos nódulos subcutâneos palpáveis sem alterações cutâneas),
- Estágio 2 (lipoesclerose nodular com irregularidades cutâneas),
- Estágio 3 (pele com textura irregular em aspecto “casca de laranja” com macronodulações subcutâneas palpáveis),
- Estágio 4 (lipolinfedema).
- Antioxidantes com N-acetilcisteína (NAC), Zinco, Selênio, Ácido alfa lipóico: Sem evidência
- Antiinflamatórios com o ômega 3, quercetina, pycnogenol, curcumina: Sem evidência
- Tratamento do intestino com Glutamina, Cúrcuma, prebióticos, probióticos e enzimas digestivas: Sem evidência.
- Uso de vitamina D e B12: sem evidência.
- Aminas simpaticomiméticas como Venvanse e ritalina: pois fariam contração de arteríolas levando a uma menor pressão intracapilar: sem evidência.
- Uso de hormônios como a gestrinona: Sem evidência
- Dieta mediterrânea: devido o padrão "antiinflamatório" há alguns estudos mostrando melhora nos quadros leves.
- Dieta cetogênica: melhora na composição corporal, relatos de caso evidenciando melhora da dor. Há alguns trabalhos com a VLCKD: Very low calorie ketogenic diet: Baixa evidência
- Suplementos que teoricamente alterariam a composição corporal: quitosana, L-carnitina, Cromo, Efedrina, Sinefrina, Piruvato e Acido linoleico conjugado: Sem evidência
- Drenagem linfática: pode atenuar os sintomas, aliviar a dor e reduzir o inchaço.
- Di Renzo L, Cinelli G, Romano L, Zomparelli S, Lou De Santis G, Nocerino P, Bigioni G, Arsini L, Cenname G, Pujia A, Chiricolo G, De Lorenzo A. Potential Effects of a Modified Mediterranean Diet on Body Composition in Lipoedema. Nutrients. 2021 Jan 25;13(2):358. doi: 10.3390/nu13020358. PMID: 33504026; PMCID: PMC7911402. https://www.mdpi.com/2072-6643/13/2/358
- Aula da minha amiga Dra. Tatiana Abrão (Médica Nutróloga e Endocrinologista): https://www.youtube.com/watch?v=_eknmuqtIPQ
- Kruppa P, Georgiou I, Biermann N, Prantl L, Klein-Weigel P, Ghods M. Lipedema-Pathogenesis, Diagnosis, and Treatment Options. Dtsch Arztebl Int. 2020 Jun 1;117(22-23):396-403. doi: 10.3238/arztebl.2020.0396. PMID: 32762835; PMCID: PMC7465366. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7465366/pdf/Dtsch_Arztebl_Int-117_0396.pdf
- Keith L, Seo CA, Rowsemitt C, Pfeffer M, Wahi M, Staggs M, Dudek J, Gower B, Carmody M. Ketogenic diet as a potential intervention for lipedema. Med Hypotheses. 2021 Jan;146:110435. doi: 10.1016/j.mehy.2020.110435. Epub 2020 Nov 27. PMID: 33303304. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33303304/
- AMATO, ACM, et al. Criação de questionário e modelo de rastreamento de lipedema. J Vasc Bras. 2020;19: e20200114. https://doi.org/10.1590/1677-5449.200114
- Verde, L., Camajani, E., Annunziata, G. et al. Ketogenic Diet: A Nutritional Therapeutic Tool for Lipedema?. Curr Obes Rep 12, 529–543 (2023). https://doi.org/10.1007/s13679-023-00536-x
- CORREAT, et al. Lipedema e características relevantes: revisão de literatura. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 6, n. 6, p. 30748–30761, 2023. DOI: 10.34119/bjhrv6n6-317. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/65402.
- Dra. Ximene Antunes (Médica Endocrinologista): https://www.instagram.com/p/C4d2USuuYoW/?img_index=1
- https://abeso.org.br/lipedema-a-gordura-fora-de-lugar/
- Cannataro, R.; Michelini, S.; Ricolfi, L.; Caroleo, M.C.; Gallelli, L.; De Sarro, G.; Onorato, A.; Cione, E. Management of Lipedema with Ketogenic Diet: 22-Month Follow-Up. Life 2021, 11, 1402. https://doi.org/10.3390/life11121402
- Bonetti G, Herbst KL, Dhuli K, Kiani AK, Michelini S, Michelini S, Ceccarini MR, Michelini S, Ricci M, Cestari M, Codini M, Beccari T, Bellinato F, Gisondi P, Bertelli M. Dietary supplements for lipedema. J Prev Med Hyg. 2022 Oct 17;63(2 Suppl 3):E169-E173. doi: 10.15167/2421-4248/jpmh2022.63.2S3.2758. PMID: 36479502; PMCID: PMC9710418. https://www.jpmh.org/index.php/jpmh/article/view/2758/1022
- Vyas A, Adnan G. Lipedema. [Updated 2023 Jan 30]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK573066/