sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Alimentação à base de fibras reduz risco de morte em 22%, diz estudo

Comer bastante fibra ajuda a prevenir contra doenças cardiovasculares, infecciosas e respiratórias, reduzindo, desta forma, o risco total de morte em até 22%. Esses são os resultados preliminares de um estudo feito nos Estados Unidos e que será divulgado na revista da Associação Médica Americana.

Pesquisadores americanos do Instituto Nacional do Câncer avaliaram informações sobre 219.123 homens e 168.999 mulheres, que responderam um questionário sobre alimentação no início do acompanhamento, entre 1995 e 1996, e foram reavaliados nove anos depois. Nesse tempo, morreram 20.126 homens e 11.330 mulheres.

As fibras são nutrientes que não são digeridos pelo organismo e que não possuem calorias. Elas são encontradas em nozes, legumes, cereais integrais, farelos, pão integral, frutas e vegetais. De acordo com Yikyung Park, um dos autores do estudo, o consumo diário de fibras pelos participantes do estudo variou entre 13 g a 29 g para os homens, e 11 g a 26 g para as mulheres.

Os resultados mostraram que os que consumiram mais fibras (20% entre todos os voluntários) tiveram um risco de morte 22% menor na comparação com aqueles que comiam menos o nutriente.

Os pesquisadores afirmam que uma série de estudos já vem demonstrando os benefícios das fibras contra doenças cardíacas, câncer, diabetes e obesidade. Segundo Park, a fibra auxilia na digestão, reduz o nível de colesterol, melhora os níveis de glicose e da pressão, diminui inflamações, entre outros benefícios.

O recente estudo americano demonstrou ainda que o risco de desenvolver uma doença cardiovascular, infecciosa ou respiratória, entre aqueles que consumiram a maior quantidade de fibras, diminuiu de 24% a 56% nos homens, e de 34% a 59% nas mulheres.

- Uma dieta rica em fibra alimentar pode proporcionar benefícios significativos para a saúde.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=9999

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Que exames ginecológicos a mulher deve fazer a cada idade?

Durante a infância, há algum exame específico que as meninas devem fazer?

Durante a infância, as meninas são acompanhadas pelos médicos pediatras, porém no momento da telarca (aparecimento das mamas), que ocorre entre 8 e 10 anos de idade, elas podem ser consultadas por um ginecologista.

A partir de quantos anos uma adolescente deve ir ao ginecologista?

Adolescência é um período da vida que se estende dos 10 aos 20 anos de idade e a consulta com um ginecologista poderá ser feita se a adolescente quiser, desejar, planejar o início da atividade sexual ou já tê-la iniciado. É interessante também que a adolescente acompanhe sua mãe para que desmistifique a consulta com o ginecologista.

Uma adolescente precisa fazer exames ginecológicos?

O exame ginecológico da adolescente dependerá da história clínica e de suas queixas. Se já iniciou atividade sexual, é necessário o exame de prevenção do câncer do colo do útero (Papanicolaou), que será iniciado 2 (dois) anos após a data da primeira relação sexual.

Dos 20 aos 30 anos, que exames uma mulher deve fazer?

Dos 20 aos 30 anos, deve ser feito o exame ginecológico clínico com:
1) exames das mamas
2) exame especular (com aparelhinho)
3) toque vaginal
4) Papanicolau.

E dos 30 aos 50?

Aos 35 anos poderá ser feita a primeira mamografia, de acordo com o NIH – National Institute of Health, e a seguir aos 40 anos.

E dos 40 aos 50?

Após os 40 anos, as mamografias poderão ser feitas a cada 2 anos.

E dos 50 em diante?

Após os 50 anos de idade ou quando a paciente estiver na menopausa, poderá fazer densitometria óssea para verificar a presença de osteoporose, além da mamografia anual e da citologia oncótica (Papanicolaou). Ultrassonografia para controle do endométrio (membrana de dentro do útero) e dos ovários deverá ser feita. Sempre o exame clínico com palpação da tireoide e mamas deve complementar o restante do exame ginecológico, além da medida da pressão arterial. Também nessa ocasião poderá ser feito exame para prevenção de câncer de intestino (colonoscopia) ou ser orientada a procurar o médico especialista de intestino (proctologista), que orientará quanto a esse exame.


No caso de haver casos de câncer de mama na família, uma mulher precisa fazer os exames preventivos com mais frequência do que as outras mulheres? E deve começar a fazer a mamografia mais cedo? Com qual idade?

Caso haja câncer de mama na família, a idade da primeira mamografia deverá ser aquela 10 (dez) anos antes da idade em que a parente apresentou o câncer. Por exemplo, se foi aos 45 anos de idade, a primeira mamografia será aos 35 anos de idade e depois aos 40 anos, de rotina.

E quando houver outros casos de câncer? A mulher deve ter um acompanhamento mais frequente?

Câncer de colo do útero é de prevenção rotineira.

Câncer de dentro do útero (endométrio) e câncer de ovários poderão ter seu diagnóstico precoce pela ultrassonografia endovaginal, da região púbica (porém a história com sintomas e exame ginecológico continuam sendo os mais importantes).

O câncer de vulva é diagnosticado precocemente pelo exame da região vulvar, às vezes até pela própria paciente, que pode se autoexaminar, usando um espelho.



Autora: Dra. Lana Maria de Aguiar é doutora e pós-doutora em Obstetrícia e Ginecologia pela Universidade de São Paulo (USP).

Fonte: http://idmed.uol.com.br/mulher/que-exames-ginecologicos-a-mulher-deve-fazer-a-cada-idade.html?utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed

Dieta é eficaz no tratamento do Déficit de atenção com hiperatividade (TDAH)

Pesquisadores holandeses publicaram na revista “The Lancet” um estudo que observou efeitos benéficos do tratamento nutricional, através da ingestão de alimentos hipoalérgicos em crianças com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).

O objetivo primário do estudo foi investigar o impacto do tratamento nutricional, através da restrição de alimentos e compostos que influenciam no TDAH, como aditivos alimentares, corantes artificiais e aromatizantes, emulsificantes, nitratos e sulfitos, entre outros. Já o objetivo secundário foi analisar o papel da alergia alimentar na indução do transtorno.

Trata-se de um estudo randomizado, controlado, dividido em duas fases. A primeira fase consistiu no recrutamento de crianças de 4-8 anos (n = 100) diagnosticadas com TDAH, em que foram divididas em dois grupos, durante cinco semanas, à dieta com restrição à determinados alimentos (grupo dieta de eliminação, n = 50) ou dieta geral com recomendações de hábitos saudáveis (grupo controle, n = 50).

A dieta de eliminação foi baseada segundo a proposta de Hill e Taylor (2001) que consiste em número limitado de alimentos hipoalergênicos, como o arroz, peru, cordeiro, legumes e verduras (alface, cenoura, couve-flor, repolho e beterraba), pêras e água. Todos os outros alimentos foram proibidos, sendo os demais legumes, frutas e carnes permitidos apenas sob supervisão. O cálcio foi fornecido diariamente através de bebidas não lácteas com adição de cálcio. O objetivo foi de propor uma dieta de eliminação tão abrangente quanto possível para cada criança, a fim de tornar a intervenção mais viável.

As crianças que apresentaram melhorias clínicas quando submetidas à dieta de restrição (melhora de pelo menos 40% na escala de classificação da doença) prosseguiram para a segunda fase do estudo. Os alimentos que estimulam a síntese de IgG (imunoglobulina G) e alimentos que não estimulam IgG (classificados em de acordo com a resposta individual da criança, através de testes no sangue), foram adicionados à dieta para avaliar o efeito da hipersensibilidade alimentar mediada por IgG (ativada principalmente na presença de antígenos e toxinas).

Entre o início e o final da primeira fase, o grupo da dieta de eliminação melhorou em 23,7% o escore para classificação do TDAH em relação ao grupo controle (p < 0,0001). A pontuação total das crianças submetidas à dieta de eliminação que continuaram até o final da segunda fase diminuiu em 20,8% (p <0,0001), em relação ao grupo controle, em que a pontuação foi aumentada de acordo com os sintomas da doença.

No entanto, na segunda fase, em que as crianças foram avaliadas de acordo com a ingestão de alimentos capazes de ativar ou não IgG, a recidiva dos sintomas de TDAH ocorreu em 19 das 30 (63%) crianças, independente dos níveis de IgG no sangue.

“A dieta de eliminação rigorosamente supervisionada é um valioso instrumento para avaliar se o TDAH é induzido por alimentos. No entando, a prescrição de dietas com base em exames de sangue IgG deve ser desencorajado, pois não houve diferença na recidiva dos sintomas entre os alimentos que aumentam ou não IgG no sangue”, comentam os pesquisadores.

“Portanto, nosso estudo mostra efeitos consideráveis de uma dieta de eliminação de alimentos envolvidos no desenvolvimento TDAH. Assim, postulamos que a intervenção nutricional deve ser considerada em todas as crianças com TDAH, desde que os pais estejam dispostos a seguir uma dieta restrita, e desde que seja feita sob supervisão de especialistas para evitar o desequilíbrio nutricional”, concluem.

Artigo:
Título: Effects of a restricted elimination diet on the behaviour of children with attention-deficit hyperactivity disorder (INCA study): a randomised controlled trial.
Autores: Pelsser LM, Frankena K, Toorman J, Savelkoul HF, Dubois AE, Pereira RR, et al
Periódico: Lancet.
Vol: 377
Data: Fev/2011.

Fonte: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/?acao=bu&id=489

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Métodos de pesquisa subestimam contaminação química das embalagens de alimentos

De acordo com nova pesquisa, materiais que entram em contato com alimentos são uma fonte subestimada de contaminantes químicos

Um estudo publicado essa semana na revista científica Journal of Steroid Biochemistry and Molecular Biology concluiu que a exposição à substâncias tóxicas que migram para os alimentos de populações inteiras foi subestimada. O estudo denominado Químicos Desreguladores Endócrinos e outras substâncias preocupantes que entram em contato com alimentos: Uma análise atualizada da exposição, efeito e avaliação de risco questiona a precisão de métodos usados para medir o desprendimento das substâncias que compõem as embalagens e sugere ainda que a exposição de crianças não é sempre estimada realisticamente. De acordo com os pesquisadores, liderados por Jane Muncke, os efeitos de contaminantes químicos devem ser avaliados não só de acordo com os critérios atuais, mas também a desregulação endócrina, mix de contaminantes e desenvolvimento da toxicidade.

Jane afirmou que a avaliação de exposição de químicos que se desprendem de embalagens é estimada com uma incerteza aparente. “Dada a natureza complexa dos polímeros modernos, não é sempre possível saber quais substâncias foram incorporadas no material plástico que poderiam migrar para o alimento”, explica. Ela disse também que testes atuais da maneira que são feitos podem subestimar ou superestimar os níveis de exposição.

O estudo também demonstra preocupação com as análises atuais que somente avaliam monômeros e aditivos individualmente ao invés de questionarem todo o processo de migração. Ao considerar a tinta e adesivos de embalagens “pode se dizer que atualmente não há uma avaliação sistemática de tudo o que migra da embalagem para o alimento e que pode ser tóxico”, diz Jane.

A exposição de crianças está subestimada?

Jane diz que a exposição de crianças com contaminantes pode ser maior do que se acredita já que o montante de comida que elas consomem que é afetada pela migração de químicos tóxicos é muito maior do que as estimativas atuais. Um estudo britânico revelou que crianças consomem em média 1.6 vezes mais comida que teve contato com embalagens plásticas do que a abordagem de estimativa da União Europeia prevê.

Além disso, os pequenos pacotes que crianças compram na maioria das vezes possuem uma superfície maior em relação ao volume e por isso uma maior migração de por kg de alimento. Esses fatores podem significar que crianças estão sendo expostas a níveis de contaminantes maiores do que os considerados seguros atualmente.

Texto originalmente publicado nosite Food Production Daily – www.foodproductiondaily.com/Quality-Safety/Current-approaches-underestimate-contaminant-exposure-from-FCMs-study em 09 de fevereiro de 2011.

Por Fabiana Dupont e Fernanda Medeiros, do site Tao do Consumo.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Comunidade usa água contaminada por agrotóxicos no interior do Ceará

Incolor, inodora, insípida. Assim é a água que a comunidade de Tomé, no alto da Chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte (a 198 km de Fortaleza), recebe nas torneiras de todas as suas casas. Contudo, ao analisar 46 amostras dessa água retiradas de diferentes pontos de distribuição, um estudo da Faculdade de Medicina da UFC (Universidade Federal do Ceará) constatou que em todas há resquícios de diferentes tipos de defensivos agrícolas, o que faz dessa água uma ameaça à saúde de todos que a ingerem.

Supostamente por denunciar esse fato, o líder comunitário José Maria Filho, conhecido como Zé Maria do Tomé, foi morto com 19 tiros em abril do ano passado, crime até hoje impune. E agora, o Ministério Público do Estado do Ceará ingressou na Justiça uma ação civil pública para pedir a suspensão imediata da entrega dessa água aos moradores do local e sua substituição por água potável, própria para o consumo, nem que seja por carros-pipa.

A água, distribuída pelo SAAE (Sistema Autônomo de Água e Esgoto) de Limoeiro do Norte, é retirada de canais do projeto de irrigação Jaguaribe-Apodi, do Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas). Nesse projeto, estão instaladas empresas nacionais e multinacionais que produzem frutas e grãos e que pulverizam agrotóxicos nas plantações, tanto com o auxílio de tratores como de aviões. Da mesma forma que atingem as lavouras, esses defensivos caem na água, que corre a céu aberto entre os lotes irrigados, até chegar nas casas das famílias de Tomé.

A água é cobrada regularmente pelo SAAE. “Em síntese, o SAAE de Limoeiro do Norte cobra pelo serviço de fornecimento de água, o qual vem prestando de forma absolutamente ineficiente, pois fornece água imprópria ao consumo humano aos consumidores residentes na comunidade do Tomé”, diz a ação civil pública assinada pela promotora Bianca Leal Mello da Silva Sampaio.

A permissão para o uso da água é dada pela Fapija (Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi), que, em troca, recebe do SAAE o equivalente aos custos da energia elétrica do projeto de irrigação, cerca de R$ 350 mil por mês. Apesar de fornecer a água, o próprio presidente da Fapija, Raimundo César dos Santos, não garante que ela é potável. “Essa é uma água de uso exclusivo para irrigação. A gente não se responsabiliza por ela”, afirmou, minimizando, em seguida, o tom de alerta da própria fala. “Fizemos um estudo de R$ 1.500 nessa água e não encontramos nada de errado. E lá está disponível para qualquer cidadão atestar isso também.”

Em frente a um das piscinas do projeto que funcionam como reservatório, porém, a própria entidade mandou instalar placas com os seguintes dizeres: “Atenção, água não potável” e “Atenção, proibido banho e pesca”.

Santos justifica a permissão para o uso da água para abastecimento humano como uma forma de viabilizar o uso da energia elétrica para o bombeamento para irrigação. “Estamos no alto da Chapada do Apodi, a 110 metros de altitude, e toda a água que passa pelos 40 quilômetros de canais precisa ser bombeada o tempo todo. São 4.800 metros cúbicos de água por hora e sete bombas. Se não for assim, não dá para ter plantação de nada”, afirmou.

Danos à saúde

O estudo do grupo Tramas, da Faculdade de Medicina da UFC, constatou a presença de 22 princípios ativos de agrotóxicos na água consumida pela comunidade de Tomé, assim como em outras quatro localizadades. Entre os defensivos há inseticidas, fungicidas, herbicidas e acaricidas. Eles são usados, segundo o geógrafo Diego Gadelha, do curso de Saneamento Ambiental do IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará), especialmente para combater uma praga das plantações de banana, a sigatoka-amarela, um fungo que aparece nos bananais em períodos chuvosos, por causa da umidade.

Quando há pulverização aérea, o veneno não atinge só a água. As casas dos moradores da região também são afetadas, além dos próprios moradores. A pulverização com trator também não evita estragos. “Há um estudo da Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará) que mostra que água subterrânea, de poços, também está contaminada. Com isso, os animais, os alimentos, as pessoas, tudo está sendo atingido. E os danos vão aparecer principalmente a longo prazo, já que o veneno fica se acumulando no organismo”, disse.

Para alguns que trabalham na agricultura, os sintomas, porém, já são visíveis. Pelo menos 17 pessoas na comunidade tiveram câncer, doença que pode estar relacionada à exposição prolongada aos agrotóxicos. Outros apresentaram doenças como dermatites, desregulação hormonal, dificuldades respiratórias e insuficiência do fígado e dos rins. Um agricultor de 29 anos morreu por uma doença crônica no fígado. Em todos esses casos, percebeu-se a influência de substâncias usadas nos defensivos agrícolas.

Depois da morte de Zé Maria com 19 tiros, bem na época em que foi divulgado o estudo da UFC comprovando a existência de agrotóxicos na água entregue no Tomé, a população dali – cerca de 2.000 pessoas - ficou assustada. Ainda assim, todo dia 21, data em que o líder da comunidade foi morto, acontece uma manifestação na região.

A constatação de que a água está imprópria para o consumo humano, porém, não fez com que a maioria parasse de usá-la. “Há uns três meses, a prefeitura começou a mandar água em carros-pipa para abastecer caixas d'água da localidade. Só que, aos poucos, como não é nada simples sair de casa com o balde para buscar água, as pessoas voltaram a usar a da torneira. E a própria prefeitura, há um mês, deixou de abastecer de novo os reservatórios com água potável”, disse o geógrafo Gadelha. “Como os problemas não surgem do dia para a noite, todos vão usando”, completou.

Para o presidente do SAAE, Antônio Mauro da Costa, as pessoas querem a água ali, e não há agora outra forma de levar se não retirando do projeto de irrigação. A única alternativa seria a construção de uma adutora, no valor de R$ 7,5 milhões, dinheiro que ainda não tem previsão de ser conseguido. Costa afirma que também tem estudos que mostram que a água é boa para o consumo, apesar de a Fapija ter instalado placas informando que ali a água não é potável.

“Se ali a água é contaminada, a do rio Jaguaribe também é, e a dos outros afluentes e de toda região do Vale do Jaguaribe também são, porque aqui existe a maior empresa a céu aberto do Nordeste, onde mais de 10 mil pessoas são empregadas. E a luta é para se aumentar a área irrigada. Se não puder mais usar os defensivos, tudo isso vai acabar”, disse Costa.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/02/13/sem-alternativa-comunidade-usa-agua-contaminada-por-agrotoxicos-no-interior-do-ceara.jhtm

sábado, 12 de fevereiro de 2011

‘Há muitas evidências de danos dos agrotóxicos à saúde’, entrevista com a pesquisadora Lia Giraldo

‘Há muitas evidências de danos dos agrotóxicos à saúde’, entrevista com a pesquisadora Lia Giraldo
Publicado em fevereiro 11, 2011 por HC
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A pesquisadora Lia Giraldo explica como os agrotóxicos foram introduzidos no Brasil a ponto de o país ser hoje o campeão mundial no uso de venenos. Lia é pesquisadora do departamento de saúde coletiva, do laboratório Saúde, Ambiente e Trabalho, da Fiocruz Pernambuco. Ela coordena um grupo de pesquisadores responsáveis por revisar os estudos científicos existentes sobre onze agrotóxicos que estão em processo de revisão pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O uso de agrotóxicos no Brasil vem crescendo ano após ano. O país lidera o ranking dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo. Por que consumimos tanto veneno?

Desde a década de 70, exatamente no ano de 1976, o governo criou um plano nacional de defensivos agrícolas. Dentro do modelo da Revolução Verde os países produtores desses agroquímicos pressionaram os governos, através das agências internacionais, para facilitar a entrada desse pacote tecnológico. Em 1976, o Brasil criou uma lei do plano nacional de defensivos agrícolas na qual condiciona o crédito rural ao uso de agrotóxicos. Assim, parte desse recurso captado deveria ser utilizada em compra de agrotóxicos, que eles chamavam, com um eufemismo, de defensivos agrícolas. Então, com isso, os agricultores foram praticamente obrigados a adquirir esse pacote tecnológico. E também com muita rapidez foi formatado um modelo tecnológico de produção que ficou dependente desses insumos, e isso aliado ainda a uma concentração de terras, mecanização, com a utilização de muito menos mão de obra. Tivemos um grande êxodo rural: de lá para cá o Brasil mudou completamente, era um país rural e virou um país urbano, seguindo um fenômeno que aconteceu também em outros países. Então, o Brasil se rendeu às pressões econômicas internacionais na defesa desse modelo. Depois disso houve muito lobby político, e, inclusive, tivemos ministro ligado a empresas produtoras de agrotóxicos. E isso fez com que o Brasil não só passasse a ser consumidor, mas também produtor desses produtos. As cinco maiores produtoras de agrotóxicos tem fábricas no Brasil – Basf, Bayer, Syngenta, DuPont e Monsanto. E depois, dentro dessa linha, e associado ao ciclo de algumas monoculturas como a soja, o algodão, o café e a cana de açúcar, esse modelo casou bem com o modelo de produção de monocultura extensiva , demandando cada vez mais terras, cada vez mais expulsando o pessoal do campo para a cidade. Na divisão internacional do capital, o Brasil ficou com esse perfil de exportador de commodities , com um modelo de desenvolvimento baseado no agronegócio e essa é a explicação para sermos os campeões no uso de agrotóxicos.

A pressão para que os agricultores passassem a usar agrotóxicos também foi colocada em prática nos outros países do hemisfério sul?

Sim. Se analisarmos países da América Latina, como a Argentina e o Uruguai, cada um com suas características, perceberemos que isso se repete. Mas no Brasil esse quadro ganha proporções maiores com o nosso gigantismo territorial e também facilidades e estratégias de abertura para o capital externo, com um governo absolutamente permeável. O Brasil estranhamente tem dois ministérios da agricultura, um para o agronegócio, que é o ‘gordão’, com bastante dinheiro, e outro para a agricultura familiar, que é magrinho e com pouquinho dinheiro. São dois ministérios da agricultura com políticas completamente divergentes. E por onde a bancada ruralista consegue pressionar a casa civil? Por dentro. Criaram uma estrutura por dentro do governo, que é o Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento], onde passam os interesses do agronegócio. A bancada ruralista tem total trânsito no governo através do Mapa. E a agricultura familiar fica na depêndencia do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o MDA. Isso é uma boa evidência para mostrar como tem sido a política do Brasil: uma política ambígua para dar resposta às pressões da globalização.

E quais são as características destes agrotóxicos hoje. Eles são mais tóxicos do que nos anos 70?

A evolução da toxidade tem mais a ver com a resistência das pragas aos produtos. A motivação da evolução não é para produzir produtos menos tóxicos para a saúde ou o meio ambiente. Mas sim porque a natureza reage e as pragas se tornam mais resistentes, e as empresas são obrigadas a produzir novas moléculas para os agrotóxicos serem efetivos. Isso está aliado também com o aumento da quantidade de uso, porque enquanto eles não conseguem produzir uma nova molécula a qual a praga seja mais sensível, eles aumentam a carga de agrotóxico. Então, existe uma toxidade e um perigo com a introdução de novas moléculas, que são mais tóxicas para os seres vivos, portanto para nós, seres humanos também – para as células, para o DNA, para as estruturas biológicas. Mas também há um grande perigo quando se aumenta a concentração de um produto que está tendo baixa eficácia e se aplica esse produto sozinho ou associado a outro ou a um coquetel de outros produtos tóxicos. Se, aumentando a concentração de determinado produto, ele já começar a ameaçar a saúde pública, esse produto já não pode mais ser usado. Aí inventam uma outra molécula, e assim vai. E como as experiências feitas para o registro são baseadas apenas em efeitos agudos – ou seja, a morte – e não há testes de longo prazo principalmente para a saúde humana, a nova molécula é registrada. Mas uma coisa é ver se um ratinho desenvolve câncer em seis meses ou um ano e outra coisa é uma pessoa ficar exposta durante muitos anos. Então, esses aspectos não são levados em consideração para o registro de novos produtos e, com isso, eles têm conseguido registrá-los, até que nós comecemos a registrar novamente danos à saude e ao meio ambiente e uma série de efeitos negativos que vão então permitir que a agência reguladora casse o registro ou restrinja os produtos.

E quais as consequências disso para o meio ambiente e a saúde dos trabalhadores rurais e também para a população de modo geral?

Muitas vezes tudo é feito para ocultar o risco. Se a saúde pública não tem um sistema de informação capaz de monitorar as populações expostas, sejam elas de trabalhadores que trabalham com os produtos, sejam elas de consumidores que consomem os produtos com resíduos, acaba-se não tendo a informação que permitiria a restrição do uso. Então, a falta de informação muitas vezes tem sido utilizada para manter os produtos no mercado. Não existe, portanto, um monitoramento adequado. O Brasil investe muito pouco em monitoramento e essa falta de informação é o grande álibi das indústrias. As consequências vistas em estudos experimentais são evidências importantes, mas não são suficientes. Porque pode-se alegar que foi em determinado contexto, que é para uma determinada espécie e não para outra, então cria-se sempre uma flexibilidade na hora de extrapolar os dados para a sáude humana. É muito dificil estabelecer essas regras de consumo e de proteção baseando-se nos parâmetros que são adotados, porque eles são criados justamente para proteger o capital. É necessário, portanto, que tenhamos outros indicadores de vigilância da saúde que não sejam apenas esses restritos a estudos experimentais animais, mas sim baseados em estudos clínicos e epidemiológicos. Há uma resistência quanto a esses estudos serem internalizados como parâmetros para tomar as decisões de registro ou de captação de uma molécula, porque ou os estudos não existem, ou são muito restritos. O governo, as universidades e mesmo as empresas não incentivam esses estudos e a falta desse tipo de informação é uma politica para manter a outra política, porque obviamente favorece a manutenção do modelo. Mas existem muitas evidências de danos dos agrotóxicos à saúde, só que, infelizmente, pelos protocolos que são estabelecidos, esses danos não são reconhecidos para a tomada de decisão.

Como aparecem essas evidências?

São evidências clínicas através de doenças, agravos, sintomas, efeitos como abortamento, distúrbios cognitivos, de comportamento, morte, manifestações de neoplasias, tumores, distúrbios endócrinos. E muitas vezes os médicos não associam essas evidências com a exposição aos agrotóxicos, não registram isso, não informam, e os sistemas de informação não incentivam e não capacitam os profissionais. Então, há todo um sistema de ocultamento de risco. Dessa forma, quando se consegue fazer o diagnóstico e documentar, acaba ficando como um caso isolado. O próprio pessoal da saúde pública chama veneno de remédio, ‘remédio para barata, para mosquito’, quando, na verdade, remédio é um conceito farmacológico de cura e não para ser utilizado no lugar da palavra veneno, veneno é para matar uma praga que está atrapalhando a lavoura, não tem nada que ver com a sáude. Então, as confusões conceituais fazem parte desse processo de ocultamento de risco. Antigamente esses produtos todos vinham com uma caveirinha para mostrar que era perigoso, hoje as embalagens vêm com mensagens ecológicas, um bulário com uma linguagem muito sofisticada e de difícil interpretação que as pessoas não conseguem entender. Boa parte dos nossos trabalhadores rurais é analfabeta ou semi-analfabeta e não tem capacidade de entender o que está escrito. Tudo isso faz parte também desse modelo de favorecimento dessa tecnologia que gera muito dinheiro para as empresas produtoras.

Recentemente a Anvisa decidiu pelo banimento de dois agrotóxicos – o endosulfan e o metamidofós. Como a senhora avalia a atitude do país no monitoramento desses agrotóxicos?

Ambos são muito toxicos, têm efeitos adversos muito importantes e esses efeitos são proibitivos. A nossa legislação é muito clara: se o produto tiver evidências de efeitos carcinogênicos, mutagênicos, que podem afetar o desenvolvimento embrionário, etc, tem que ser proibido. Então, o que fazemos é buscar se existem essas evidências para poder manter ou não o produto autorizado.

E hoje há muita pesquisa sobre os efeitos dos agrotóxicos?

A maior parte dos estudos são experimentais, em laborátorios, com animais, com os protocolos que são estabelecidos pelas agências internacionais, e com esses estudos as evidências são muito fortes. Agora, também procuramos levantar evidências clínicas e epidemiológicas, que embora em menor quantidade, também encontramos bastantes informações que mostram efeitos em populações expostas, em situações de pessoas que tiveram agravos e, nesses casos, o profissional que atendeu conseguiu estabelecer relações entre o agravo e a exposição ao agrotóxico. Esse material foi todo usado para orientar a decisão da Anvisa de propor o banimento do Endossulfan e do Metamidofós.

E em que aspectos é preciso avançar para que se tenha mais pesquisa e se consiga avaliar melhor os efeitos desses produtos?

Primeiro, as empresas não poderiam ter o registro apenas com estudos dirigidos pela empresa, porque a maioria desses estudos tem conflitos de interesse. Deveria haver um fundo setorial dessas empresas para que o governo induzisse pesquisas nas universidades públicas; para que as universidades e os institutos de pesquisa públicos pudessem ampliar a capacidade de pesquisas nestas áreas, porque a maior parte das pesquisas que as empresas colocam para defender o interesse da molécula [componente base do agrotóxico], são os estudos que eles promoveram e que não tiveram o controle do setor público.

A autorização dos agrotóxicos é feita apenas com base nesses estudos?

As moléculas que estão em processo de reavaliação pela Anvisa hoje, no passado foram autorizadas apenas com base nesses estudos das empresas. Hoje já temos um papel um pouco mais cuidadoso das agências, basicamente da Anvisa, porém quem ainda tem a obrigação de apresentar as evidências de que a molécula não traz agressividade à saúde é a empresa. Portanto, não temos contra-povas e poderíamos ter contra-provas feitas por órgãos públicos. A reprodução da pesquisa poderia ser feita por um instituto de pesquisa público, com uma certificação de que de fato aquele resultado foi obtido. E não ser baseado apenas em estudos experimentais, mas também de ordem clínica e epidemiológica, porque não se reproduzem os mesmos efeitos de uma espécie para outra.

Mas e no caso de produtos novos, já que não haveria ainda evidências clínicas?

Por serem novos teriam que passar por todos os estudos experimentais os mais precaucionários possíveis, inclusive utilizando células humanas experimentalmente, por exemplo. Isso se pode fazer com amostras de sangue, não precisa explorar a pessoa, pode-se fazer cultura de células humanas para fazer certos testes. E depois, se não tiver nenhuma evidência de mutagenicidade nem outras evidências, a molécula deveria ser utilizada com muita parcimônia, de forma que as pessoas que fossem expostas no trabalho pudessem ser acompanhadas com o tempo, para ver se de fato não houve nenhum problema. Porque após a concessão do registro, não há a previsão de nenhuma reavaliação periódica. A molécula deveria passar a cada cinco anos obrigatoriamente por uma reavaliação a partir de dados coletados em função de monitoramento, mas não há monitoramento nenhum. É questão de ter uma política para isso, que implicaria novos procedimentos dos três orgãos – Anvisa, Ministério da Agricultura e Ministério do Meio Ambiente -, porque o registro passa pela concordância dos três orgãos.

E a política existente hoje foi concordada com os três órgãos?

Os órgãos são mais ou menos independentes, mas quem faz o registro é o Ministério da Agricultura, com base nos pareceres da Anvisa e do Ibama e no seu próprio. Mas do ponto de vista legal, quem dá o registro para a utilização é o Ministério da Agricultura. Mas a Anvisa pode pedir a reavaliação no caso de danos à saúde. Mas a saúde teria que ter não só esse processo. Se os estudos mostram, depois de comprovados, que foram bem feitos, que não há nenhum efeito proibitivo, então, o produto deveria entrar numa quarentena e ficar sob observação. Ao mesmo tempo a população potencialmente exposta deveria ser monitorada e, a cada cinco anos, reveríamos o registro. Essa seria a conduta certa da saúde, mas não existe isso. Cada vez que a Anvisa chama um produto para reavaliar porque na literatura internacional aparecem publicações afirmando que o produto é toxico para a saúde humana, o lobby econômico tenta impedir. Por isso todo o processo é judicializado e o Ministério da Agricultura está direto contra a reavaliação e a favor da manutenção da molécula. Então, é difícil porque além do lobby do agronegócio, há também a própria parte do governo que pressiona a favor de manter a molécula no mercado.

A senhora considera que este lobby seria dificultado com os estudos mais eficientes?

O conflito de interesses existe, mas o que não pode é esse escancaramento das agências governamentais em receber e aceitar esse tipo de pressão. As empresas têm o direito de defender os seus negócios, mas sem que obviamente a saúde pública e o meio ambiente sofram danos. Elas têm que provar que não causam danos para saúde, mas elas não só não provam que não causam danos, como também usam de artícficios cientificistas para obter o registro. Por outro lado, as instituições públicas de pesquisa não estudam, então fica difícil. O governo deve ter uma política de ciência, tecnologia, inovação tecnológica e de resguardo da saúde e do meio ambiente contra a introdução de novas tecnologias que não estão devidamente asseguradas.

E de que forma podemos pensar no fim do uso dessas substâncias tóxicas?

Essa é uma pergunta que fazemos o tempo todo. Até o final da década de 60, a produção agrícola era feita sem o uso dessas substâncias. Na história da humanidade, a agricultura é a primeira grande revolução produtiva e a maior parte do tempo foi feita sem isso. E existe toda uma ciência da tecnologia, do que chamamos hoje de agroecologia, que é o que o pessoal fazia antigamente. Agora, na medida em que se muda o modelo de produção na base da monocultura extensiva e em agroquímico, se condiciona e se cria um empobrecimento do solo. E à medida que existem mais agroquímicos, mais pragas resistentes exigem mais química, e, assim, cria-se um círculo vicioso de dependência química. E aí é preciso desmamar, como acontece com uma pessoa com dependência química, mas para desmamar é preciso primeiro garantir aos produtores que passarão para uma agricultura tipo agroecológica ou orgânica, incentivos e segurança, para que eles possam produzir. Como aconteceu antes, quando o crédito rural foi condicionado ao uso do agrotóxico, agora pode acontecer o contrário: ser dado o crédito para aqueles que não usarão agrotóxicos, fazer o inverso e criar uma nova escola de agricultura. As indústrias de agrotóxicos ganharam as universidades e as escolas de agronomia, que passaram a ensinar os agrônomos a só produzirem com química. Então, é preciso reformular o ensino da agronomia também.

E a sociedade em geral e os trabalhadores rurais estão convencidos da importância desta mudança?

Eu acho que a consciência cresceu muito, porque esse modelo é insustentável e se torna cada vez mais caro e cada vez mais dependente de tecnologias pelas quais se terá que pagar royalties e etc. Com isso, a soberania alimentar e a soberania produtiva também vão se perdendo. Esses conflitos permitem espaço para que essas outras alternativas se coloquem. Hoje no Brasil está muito vivo o movimento pela agroecologia, cada vez mais está havendo espaço e interesse por esse outro modelo. Mas não é facil porque não há incentivo por parte do governo. Então, precisaríamos politizar mais essa discussão para que possamos ter, por parte do Estado, outra postura pública perante essas questões.

Ainda existem muito agrotóxicos que são proibidos em outros países e ainda permitidos no Brasil?

Há vários. Esses onze agrotóxicos que estamos no processo de revisão junto à Anvisa estão sendo revistos justamente porque já foram denunciados os efeitos proibitivos deles. E a Anvisa tem uma lista de cerca de 60 produtos já proibidos em outros países. É muito lento esse processo porque infelizmente não temos uma conjuntura política e jurídica favorável à proteção da sáude, mas sim favorável à produção.

Entrevista da Escola Politécnica de Sáude Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), publicada pelo EcoDebate, 11/02/2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Novos dados da obesidade no mundo. Fica uma pergunta no ar

Na primeira semana de fevereiro saiu os resultados do último grande estudo sobre obesidade no mundo. Somos meio bilhão de adultos obesos acima de 20 anos, um em cada 10 adultos. Isso significa que a proporção de obesos dobrou nos últimos 30 anos.

Os números são de uma pesquisa publicada na última semana na revista científica The Lancet, baseada em dados epidemiológicos de vários países que incluem mais de 9 milhões de participantes. Ao mesmo tempo, um dado curioso chamou a atenção dos pesquisadores em outros dois estudos: a queda dos índices de hipertensão arterial e de colesterol nos países desenvolvidos nesse mesmo período.

O estudo foi realizado por pesquisadores americanos, ingleses e suíços e revela que em 2008 mais de uma pessoa em cada dez, na população mundial adulta, já era obesa, com maior porcentagem entre as mulheres. Entre os países ricos, os Estados Unidos aparecem em primeiro lugar, desde 1980, na taxa de obesidade, enquanto a população japonesa se mostra como a menos afetada pelo problema. O Brasil está na 19ª posição no ranking mundial de obesidade masculina e na 15ª posição na obesidade feminina.

Esses dados nos levam a uma análise crítica da nossa metodologia e de nosso arsenal de tratamento da obesidade. Estamos perdendo a guerra contra esse mal, que responde pela grande incidência paralela de diabetes e elevadas taxas de mortalidade potencialmente evitáveis no mundo.

O que poderia explicar o sucesso na redução das taxas de colesterol e pressão arterial e o fracasso na redução do peso das pessoas? Obesidade, colesterol e hipertensão arterial são doenças crônicas muito semelhantes em suas causas e consequências. Todas associadas a estilos de vida inadequados com sedentarismo, stress e erros alimentares. Todas dependem de reeducação alimentar, atividade física e medicamentos. Então, com tantas semelhanças, o que poderia explicar o avanço da obesidade no mundo, tendo em vista a redução das duas outras doenças?

Fonte: http://comersemculpa.blog.uol.com.br/arch2011-02-01_2011-02-15.html#2011_02-11_08_46_25-142670378-0?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Fumar maconha pode adiantar o aparecimento da esquizofrenia

Fumar maconha pode adiantar em quase três anos o aparecimento de esquizofrenia e de outros quadros psicóticos.

A conclusão é de uma revisão de 83 estudos científicos já publicados sobre a relação entre o consumo dessa erva e o transtorno.  Os resultados, divulgados no periódico médico "Archives of General Psychiatry", dão mais munição a pesquisadores que se opõem à liberação da substância ilícita.  No total, os pesquisadores das universidades de New South Wales, Austrália, e Emory, EUA, avaliaram dados de mais de 22 mil portadores de distúrbios psicóticos _sendo 8.167 deles usuários de maconha.

A doença aparecia em média 2,7 anos (cerca de 32 meses) antes entre quem consumia a erva do que nos membros do grupo-controle.

"Acredito que essa relação seja de causa e consequência, e a maconha tem um papel importante [no aparecimento precoce do transtorno] em certas pessoas", disse à Folha o psiquiatra australiano Matthew Large, um dos autores do estudo.

Uma hipótese é que pessoas com predisposição genética para esquizofrenia são mais suscetíveis à influência da maconha.

Nelas, os quadros psicóticos poderiam ser desencadeados pela alteração na concentração de neurotransmissores como dopamina e serotonina, causada pela droga, o que desregularia o funcionamento cerebral.

"Pessoas com histórico familiar de esquizofrenia devem ser instruídas a jamais usar essa droga. Não dá pra arriscar", diz Hélio Elkis, coordenador do Projeto Esquizofrenia do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Segundo o psiquiatra, quanto mais cedo aparece a doença, pior o prognóstico. "Se surge na adolescência, o cérebro não teve tempo de se desenvolver completamente." Isso piora o deficit cognitivo, próprio do transtorno.




Ansiolíticos

Mas para Marcelo Niel, psiquiatra do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, deve-se ter cuidado ao fazer a relação direta entre esquizofrenia e uso da cânabis.

"Em alguns pacientes com vulnerabilidade, isso pode acontecer, mas há fatores que devem ser considerados", ressalva.

Niel afirma que, como a esquizofrenia geralmente começa quando os indivíduos são adolescentes ou adultos jovens, pode ser que o consumo da substância esteja mais relacionado a um hábito do grupo social naquela idade do que a uma causalidade.

"E muitos pacientes esquizofrênicos começam a fumar maconha para aliviar os sintomas do estágio inicial da doença, como ansiedade e depressão", diz.

Matthew Large, o autor do estudo, sugere: "Jovens deveriam evitar o uso de maconha ou, mais precisamente, deveriam se conscientizar sobre os seus riscos.

Como informá-los disso já é outra história", completa.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/873922-fumar-maconha-pode-adiantar-o-aparecimento-da-esquizofrenia.shtml

Álcool mata mais que Aids, tuberculose e violência, diz OMS

O álcool causa quase 4% das mortes no mundo todo, mais do que a Aids, a tuberculose e a violência, alertou a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta sexta-feira.

O aumento da renda tem provocado o consumo excessivo em países populosos da África e da Ásia, incluindo Índia e África do Sul. Além disso, beber em excesso é um problema em muitos países desenvolvidos, informou a agência das Nações Unidas.

No entanto, as políticas de controle do álcool são fracas e ainda não são prioridade para a maioria dos governos, apesar do impacto que o hábito causa na sociedade: acidentes de carro, violência, doenças, abandono de crianças e ausência no trabalho, de acordo com o relatório.

Cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem anualmente por causas relacionadas ao álcool, disse a OMS em seu "Relatório Global da Situação sobre Álcool e Saúde".

"O uso prejudicial do álcool é especialmente fatal em grupos etários mais jovens e beber é o principal fator de risco de morte no mundo entre homens de 15 a 59 anos", afirma o relatório.

Na Rússia e na CEI (Comunidade dos Estados Independentes), uma em cada cinco mortes ocorre devido ao consumo prejudicial, a taxa mais elevada do planeta.

A bebedeira, que muitas vezes leva a um comportamentos de risco, agora é prevalente no Brasil, Cazaquistão, México, Rússia, África do Sul e na Ucrânia, e está aumentando entre outras populações, segundo a OMS.

"Mundialmente, cerca de 11% dos consumidores de álcool bebem bastante em ocasiões semanais; os homens superam as mulheres em quatro a cada uma. Eles praticam constantemente um consumo de risco em níveis muito mais elevados do que as mulheres em todas as regiões", disse o relatório.

Em maio passado, ministros da Saúde dos 193 países-membros da OMS concordaram em tentar conter o consumo excessivo de álcool e de outras formas crescentes do uso excessivo por meio de altos impostos sobre bebidas alcoólicas e restrições mais rígidas de comercialização.

Fonte: http://bit.ly/hwP2Xw

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Bisfenol (BPA) e estudos recentes

Muita gente chega aqui no blog ao procurar sobre Bisfenol no google.  Afinal, o que é o Bifesnol ? Por que estão falando tanto dele? Por que está sendo proibido em alguns países ? Quais seus reais impactos sobre a saúde humana ?

Conceito

O Bisfenol-A (BPA) é um composto utilizado na fabricação do policarbonato,  um tipo de plástico rígido e transparente. Serve para diluir a resina de poliéster a fim de torná-la mais líquida e facilitar sua laminação.

Onde está presente

O BPA está presente em recipientes de alimentos e bebidas, como mamadeiras, embalagens plásticas e copos infantis. Além disso, pode ser encontrado no revestimento interno (forro) de enlatados (para evitar a oxidação), garrafas reutilizáveis de água (do tipo squeeze) e garrafões de água mineral. Também é encontrado em uma variedade de produtos, incluindo lentes de óculos, CDs e DVDs, computadores,  eletrodomésticos, ferramentas pesadas, equipamentos esportivos, equipamentos médicos. As resinas epóxi são facilmente formadas e resistem a químicos, o que fazem delas úteis em produtos tais como placas de circuito impresso, tintas e adesivos, selantes dentais e película de revestimento interno de latas de metal. Os produtos plásticos compostos por BPA, comercialmente produzidos desde a década de 50, tornaram-se onipresentes devido a resistência de seus fragmentos, transparência visual e  por ter alta resistência ao calor e à eletricidade.

O problema

Com o passar dos tempos, a colagem que conecta os blocos feitos com o BPA, deteriora, liberando moléculas de BPA. A quantidade liberada é realmente muito baixa, mas os plásticos estão tão dispersos — estão presentes nas mamadeiras infantis, nas garrafas d’água, nas latas de metal para alimentos, nas embalagens para estocar alimentos, que a população está constantemente sendo exposta a estas pequenas contaminações.

Num estudo de 2003-2004, feito pelo CDC/U.S. Centers for Disease Control (nt.: Centros de Controle de Doenças dos EUA, equivale ao Ministério da Saúde brasileiro), perto de 93% das pessoas testadas, com idade de seis anos e acima, tinham BPA A detectável em suas urinas; as fêmeas tinham níveis um pouco mais altos do que os machos.  Estudo recente publicado pela Universidade da California, mostrou que 96% das gestantes estudas na California, apresentavam BPA na urina.

O BPA é uma substância que se enquadra no grupo dos Disruptores endócrinos, ou também denominados de Desreguladores endócrinos. O próprio nome já diz, é uma substância química semelhante a um hormônio que promove alterações no sistema endócrino (mimetiza hormônios, se liga a receptores hormonais, ativa substâncias hormônio-dependentes).

Diversos estudos científicos têm encontrado efeitos notáveis da exposição perinatal do BPA, que incluem:
1) Alterações no desenvolvimento da próstata e da glândula mamária;
2) Hiperplasia intraductal e lesões pré-neoplásicas da glândula mamária na idade adulta;
3) Alterações no útero e ovário;
4) Alterações ligadas ao dimorfismo sexual no adulto;
5) Alterações comportamentais, tais como hiperatividade, aumento de agressividade e déficit de atenção;
6) Alterações no comportamento sexual;
7) Aumento da susceptibilidade ao vício de drogas.
8) Alterações tireoideanas

Embora os riscos inerentes à exposição ao BPA sejam no desenvolvimento fetal, bebês, crianças e mulheres grávidas, há também uma grande preocupação com os efeitos dessa substância em adultos. Tem sido relatado em estudos científicos que o bisfenol-A pode estar relacionado com doença cardiovascular, diabetes, obesidade e disfunção hepática.

Panorama no Brasil

No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) limita o uso da substância em 0,6 mg para cada quilo de embalagem.
Já na União Europeia  a partir desse ano está proibida a fabricação de mamadeiras com o BPA. Mas atualmente ainda não há um consenso sobre a recomendação no uso desta substância.

Em novembro de 2010 a Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu um encontro com especialistas para avaliar as evidências científicas sobre o tema e concluiu que os alimentos são, de fato, a principal fonte de exposição ao BPA. Produtos como brinquedos, resina dentária e papel de nota fiscal teriam importância menor. Os especialistas afirmaram, porém, que os níveis de BPA encontrados em humanos são baixos, indicando que o químico é rapidamente metabolizado e eliminado pela urina.

Médicos conscientes

“O problema é que estamos expostos a uma contaminação contínua e há uma ação combinada do bisfenol com outros desreguladores endócrinos presentes no cotidiano, como agrotóxicos e até o fitoestrógeno da soja. Não se sabe até que ponto um pode potencializar o outro”, afirma a médica Ieda Verreschi, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo. A entidade promoveu no final de 2010 um fórum sobre o assunto e lançou a campanha Diga Não ao Bisfenol A, a Vida Não Tem Plano B. Segundo Dra. Ieda, há indícios de que os desreguladores endócrinos são perigosos mesmo em concentrações inferiores ao limite permitido pela legislação. “Nesse caso, vale o princípio da precaução. Devemos considerar o bisfenol como potencialmente perigoso até provar o contrário.”

Bem, a ANVISA afirma que não há estudos suficientes para proibir a utilização do mesmo na fabricação de determinados plásticos.  Mas a União Européia foi um pouco cautelosa e proibiu pelo menos em mamadeiras. O que já é um avanço ! 



Atualidade

Essa semana um jornal de Brasília me procurou pra uma entrevista sobre o tema, sendo assim fiz uma busca sobre o que havia de mais atual sobre Bisfenol. Até o momento em 2011 (sim,  2011) foram publicados na maior base de dados (Pubmed) "somente" 17 artigos sobre o Bisfenol: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=bisphenol

Quase que semanalmente estão publicando estudos sobre BPA.

Os mais recentes mostram correlação entre BPA e desenvolvimento de hiperatividade e déficit de atenção em filhotes de ratas expostas a baixas doses de BPA durante a gestação.
Artigo: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21277317

Outro estudo mostra que que exposição ao BPA durante a gestação e lactação leva a alterações morfológicas no cérebro dos filhotes e com isso alterações comportamentais na fase adulta.
Artigo: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21277127

A faculdade de Harvard publicou um artigo sobre BPA e saúde de crianças e afirmam categoricamente que apesar de AINDA não existirem estudos em humanos, os estudos em animais mostram alterações. Portanto o BPA é uma substância preocupante e profissionais de saúde devem orientar os pacientes a evitarem exposição.
Artigo: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21293273

Dicas para evitar exposição ao BPA


1 – Use mamadeiras e utensílios de vidro ou bpa free para os bebês

2 – Não esquente embalagens de plástico com bebidas e alimentos no microondas. O bisfenol é liberado em maiores quantidades quando o  plástico é aquecido.

3 – Evite o consumo de alimentos e bebidas enlatadas, pois o bisfenol é utilizado como resina époxi no revestimento destas embalagens.
4 – Evite pratos, copos e outros utensílios de plástico. Opte pelo vidro, porcelana e aço inoxidável na hora de armazenar bebidas e alimentos.
5 – Descarte utensílios de plástico lascados ou arranhados. Evite lavá-los com detergentes fortes ou colocá-los na máquina de lavar louças

6 – Caso utilize embalagens plásticas (tanto de garrafas quanto embalagens alimentares) evitar o uso de embalagens que tenham os símbolos de reciclagem 3 (V) e 7 (PC) na parte posterior da embalagem, eles podem conter bisfenol-A em sua composição .

Medicamento 'a base de curry' pode ajudar na recuperação de AVC

Testes realizados com cobaias animais sugerem que um novo medicamento híbrido, fabricado em parte com curry, pode ajudar a regenerar os neurônios depois de um acidente vascular cerebral (AVC), indicaram pesquisadores americanos nesta quinta-feira.

O composto molecular do curry contém curcumina, um pigmento natural de cor amarela extraído do açafrão (Curcuma longa ou açafrão-da-terra) muito popular no sudeste asiático e no Oriente Médio.

Testes em humanos com o medicamento, que restaura as ligações que alimentam os neurônios, poderão ter início em breve, de acordo com o cientista Paul Lapchak, do conceituado centro médico Cedars-Sinai.

A nova droga não ataca os coágulos que provocam o AVC, mas, quando administrada durante uma hora EM coelhos (que seria equivalente a três horas para humanos), "reduziu os 'déficits motores' - problemas musculares e de coordenação motora - provocados pelo derrame", segundo o estudo.

O composto híbrido, chamado de CNB-001, "atravessa a barreira hematoencefálica, é rapidamente distribuído no cérebro e regula uma série de mecanismos cruciais envolvidos na sobrevivência dos neurônios", explica Lapchak.

O especialista apresentou suas conclusões no Congresso sobre Acidentes Vasculares Cerebrais da Associação Internacional do Coração.

Lapchak destaca que o tempero em si não apresenta os benefícios do medicamento, uma vez que não é bem absorvido pelo organismo e não é capaz de atingir seu objetivo em altas concentrações.

Além disso, sua entrada no cérebro é naturalmente bloqueada pelo mecanismo de proteção conhecido como barreira hematoencefálica, que filtra as substâncias que chegam ao sistema nervoso central através da corrente sanguínea.

Conhecido como ativador do plasminogênio tecidual (tPA), a substância é injetada diretamente na veia para dissolver coágulos e restituir o fluxo sanguíneo.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/02/medicamento-base-de-curry-pode-ajudar-na-recuperacao-de-avc.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Ar condicionado dobra risco de sintomas da síndrome do olho seco

Olhos vermelhos, ardência, coceira e visão borrada são os sintomas da síndrome do olho seco que está lotando os consultórios. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Queiroz Neto, na última semana o número de pacientes com sintomas de olho seco dobrou. Não é para menos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que a incidência da síndrome salta de 10% para 20% no verão entre trabalhadores que abusam do ar condicionado em ambientes fechados e sem ventilação.  Nessas condições, o ar se torna muito seco e até quem tem produção normal de lágrima pode sentir algum desconforto ocular, afirma Neto. O problema, ressalta, é que a exposição diária ao ar seco pode fazer com que este incômodo progrida para uma alteração crônica do filme lacrimal.

O especialista explica que a síndrome do olho seco é a mudança da qualidade ou quantidade em uma das três camadas da lágrima – oleosa (externa), aquosa (intermediária) e protéica (interna). A baixa umidade dos ambientes refrigerados, observa, provoca a evaporação da camada aquosa. Sem lubrificação, os olhos ficam mais vulneráveis a inflamações e infecções. Para piorar, dados da OMS mostram que a higiene precária do ar condicionado facilita a proliferação de vírus, bactérias e fungos em 30% das empresas instaladas no Brasil.

“É isso que explica porque a conjuntivite representa uma das principais causas de afastamento do trabalho durante o verão”, afirma.

Fatores de risco

Queiroz Neto diz que o olho seco pode acometer tanto homens como mulheres, mas a população feminina tem duas vezes mais chance de ter o problema. Isso porque, a síndrome pode estar relacionada às oscilações no nível do estrogênio durante a fase reprodutiva e à falta dele na pós menopausa.

“Blefarite intermitente (inflamação da pálpebra) pode ocorrer por falta de testosterona na região palpebral que interfere no funcionamento da glândula que secreta a lágrima”, explica.

Além do ar seco e alterações hormonais, o médico aponta como fatores de risco:

Medicamentos: Descongestionantes, anti-histamínicos, tranquilizantes antidepressivos, diuréticos, pílula anticoncepcional, anestésicos, beta bloqueadores, anticolinérgicos.

Doenças: Artrite, lúpus, sarcoidose, Síndrome de Sjögren, alergias e Parkinson

Lente de Contato: Hidrofílicas que se hidratam da lágrima

Idade: A partir de 65 anos nossos olhos reduzem em 60% a produção lacrimal

Excesso de lágrima artificial irrita os olhos

O único colírio indicado na terapia de olho seco é a lágrima artificial. Ao contrário do que muitos imaginam não é um medicamento inofensivo. O oftalmologista conta que alguns pacientes instilam este tipo de colírio até 10 vezes ao dia quando a indicação é de 4 vezes. O excesso provoca irritação por causa dos conservantes.

“Como diz o ditado – a diferença entre veneno e remédio é a dose”, afirma. Nem a lágrima artificial é só uma “aguinha” e é necessário analisar a lágrima para indicar o tratamento correto. Para olho seco evaporativo são indicadas fórmulas mais aquosas. Para deficiência na produção da lágrima, as fórmulas são viscosas, esclarece.

Quando a produção lacrimal é prejudicada por blefarite intermitente o tratamento pode ser feito com um creme que contém testosterona. Em casos de inflamações mais graves, destaca, pode ser indicada cortisona ou ciclosporina, um supressor imunológico. A medicação adequada depende sempre da avaliação médica.

“Usar colírio por conta própria pode causar doenças graves como a catarata e o glaucoma que podem levar à cegueira”, adverte.

O tratamento de olho seco severo, destaca, pode exigir o enxerto de plugs provisórios ou permanentes para ocluir o canal da lágrima.

Dicas de prevenção

O especialista diz que para estimular a produção lacrimal, a recomendação é evitar o consumo de carne bovina, gorduras e carboidratos. O primeiro passo para melhorar a lubrificação dos olhos é beber 2 litros de água ao dia. A alimentação deve incluir as fontes de ácidos graxos encontrados na semente de linhaça, óleo de peixes e amêndoas, além de frutas, verduras e legumes ricos em vitaminas A e E.

Nas atividades que exigem concentração visual como o uso de computador ele diz que as dicas são: posicionar a tela 30 graus abaixo da linha dos olhos, fazer pausas de cinco minutos a cada hora de trabalho e piscar voluntariamente.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/02/10/ar-condicionado-dobra-risco-de-sintomas-da-sindrome-do-olho-seco/

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Chá verde e chá branco

Muito se fala sobre as propriedades funcionais do chá branco e verde, mas qual é a real diferença entre eles?

Tanto o chá verde, quanto o chá branco são produzidos a partir de um processo químico de oxidação (incorretamente chamado de fermentação) das folhas de uma planta chamada Camelia Sinensis.

Entretanto, a diferença entre esses dois chás é que o branco é colhido quando as folhas ainda estão bem jovens, ou seja, o que distingue um chá do outro é quando as folhas da planta são colhidas.

As pesquisas indicam que o chá branco, por ter folhas mais jovens, possui maior concentração de catequinas, que são as principais substâncias ativas do chá branco e do chá verde.

Além disso, os estudos comprovam que essas catequinas do chá branco são mais ativas que as catequinas de outros chás. Portanto, acredita-se que, por apresentarem maior concentração de catequinas, seu efeito é mais potente. Porém, vale ressaltar que os estudos sobre o consumo de chá branco em humanos são escassos.

A maior parte dos estudos descrevem fitoquímicos presentes no Chá verde. Como já foi dito acima, consiste em um produto obtido a partir da planta Camellia sinensis, contém mais de 200 compostos, em que os mais conhecidos e mais abundantes são os polifenóis. Estes incluem:
  • Epicatequinas (EC),
  • Epigalocatequinas (EGC),
  • Epicatequina-3-galato (ECG),
  • Epigalocatequina-3-galato (EGCG)
Os polifenóis do chá verde podem desempenhar efeitos benéficos em várias condições clínicas, sendo que as mais estudadas e caracterizadas estão relacionadas ao câncer, sobrepeso/obesidade e doença cardiovascular.
As catequinas presentes nos chás obtidos da Camelia Sinensis são consideradas potentes antioxidantes e antiinflamatórios, pois inibem a ativação do fator NF-kB, que é um ativador da inflamação. Por isso, o consumo regular de chá verde oferece diversos efeitos protetores ao organismo, devido à redução do processo inflamatório de uma maneira geral.

Os estudos indicam que o consumo ideal de chá verde para garantir os benefícios das catequinas é de 4 a 5 xícaras ao dia. Porém, é importante lembrar que ele nunca deve ser reaquecido.

Ação anti-cancerígena do chá verde

Muitos estudos sugerem que o consumo de chá verde está relacionado com a diminuição do risco de diversos tipos de cânceres.

Uma meta-análise publicada em 2006 que avaliou estudos epidemiológicos encontrou que o consumo elevado do chá verde (> 5 xícaras/dia) foi associado com uma redução de 20% no risco de câncer de mama (risco relativo = 0,78, 95% intervalo de confiança [IC], 0,61 a 0,98).

Outra meta-análise também publicada em 2006 encontrou que o alto consumo de chá verde foi associado com uma redução de 18% no risco de câncer colorretal (risco relativo = 0,82; 95% IC, 0,69-0,98).

Outros estudos avaliaram a relação entre o chá verde e câncer de próstata. Um estudo científico controlado acompanhou 60 pacientes com neoplasia intraepitelial prostática de alto grau (NIP, lesão benigna). Os pacientes foram agrupados de forma aleatória para receber durante um ano o extrato de catequinas do chá verde (200 mg, 3x/dia) ou placebo. Trinta por cento dos pacientes do grupo placebo (n=9) evoluíram para o câncer de próstata, enquanto que no grupo chá verde foi de apenas 3% (n=1). Um estudo epidemiológico com cerca de 50.000 homens japoneses mostrou uma relação dose-dependente entre o consumo de chá verde e redução no risco de câncer de próstata avançado.

Ação no Sobrepeso/Obesidade

Estudos clínicos têm analisado o efeito do chá verde na perda e na manutenção do peso. Um estudo duplo-cego e controlado comparou os efeitos da ingestão do extrato de chá verde em 240 adultos japoneses obesos.

Os resultados mostraram que o grupo tratado apresentou redução significativa no peso corporal, índice de massa corporal, massa gorda e circunferência da cintura e do quadril (p < 0,05).

Ação nas  doenças cardiovasculares

Estudos epidemiológicos sugerem que a ingestão de chá verde está associada a um menor risco de doenças cardiovasculares.

Um estudo de coorte prospectivo com mais de 40.000 adultos japoneses mostrou que o consumo de chá verde foi inversamente associado com a mortalidade por doença cardiovascular. As mulheres que consumiram cinco ou mais xícaras/dia apresentaram 31% menos mortalidade por doença cardiovascular.

Um estudo duplo-cego randomizado controlado por placebo com 240 adultos chineses com hipercolesterolemia leve a moderada analisou a suplementação diária do extrato de chá-verde enriquecido com teaflavina. O grupo suplementado apresentou redução de 16,4% nos níveis de LDL (lipoproteína de baixa densidade) e em 11,3% nos níveis de colesterol total em comparação com o grupo placebo.


Obs: Muitos pacientes me perguntam:
1) Dr, como preparo o chá verde?
2) Dr, o chá verde em saquinho tem efeito ??
3) Dr, qual é melhor , cápsula de chá verde ou o chá in natura ?

Bem, vamos por partes.
1 - Preparo do chá

Tem gente que é leiga e não sabe o que está falando quando afirma que o chá tem q ser feito em infusão. Tem estudos mostrando que infusão por até 10 minutos e manutenção em geladeira por até 24h não ocasiona perda dos polifenóis e catequinas. Portanto vai aí a dica pra preparar um chá verde saboroso:
1 colher de sobremesa de chá verde ( +- 10g)
1 litro de água filtrada
1 rama de canela ou erva doce

Ferver de preferência em uma chaleira por no mínimo 5 minutos, até no máximo 10 minutos. Se for possível mexer com uma colher de pau.
Desligar o fogo, esperar esfriar um pouco e começar a tomar. Pode ser armazenado na geladeira por até 24 horas. Mas geralmente indo o seguinte: fazer cedo e tomar até as 14:00.
Atenção, evite de ingeri-lo próximo às refeições ou após pois os polifenóis impedem a absorção de cálcio, magnésio, ferro e zinco.

Para ler mais sobre o preparo: http://www.scielo.br/pdf/cta/v30s1/29.pdf

2 - Chá verde em sachê

Eu prefiro comprar o chá verde orgânico da mãe terra, a quantidade de chá verde no sachê é pouca, portanto faz-se necessário utilizar vários sachês.

3 - Cápsulas (extrato) ou in natura

Existem estudos comparativos e cada um tem suas vantagens. A cápsula tem a questão da comodidade, praticidade, porém o chá in natura (quando adicionado outras ervas ou sucos) pode ser saboroso e uma forma de aumentar a ingestão de água (algo muito comum entre meus pacientes, principalmente mulheres). Portanto estimulo o uso do chá in natura.

Apenas a título de curiosidade:
  • Obesidade: o chá in natura tem efeito maior que o extrato, mas o efeito no índice de massa corpórea (IMC) é igual para os dois.
  • A pressão arterial diastólica reduziu nos dois.
  • Triglicerídeos reduziram com o chá in natura e não reduziram tanto com o extrato.

Dr. Frederico Lobo

Obs: Para ler mais sobre Antioxidantes no blog, veja o post: http://www.ecologiamedica.net/2010/11/antioxidantes.html

Pesquisa conclui que o consumo de brócolis combate inflamações respiratórias

Pesquisadores da University of California – Los Angeles, UCLA, relatam que um composto naturalmente encontrado em crucíferos, como brócolis e outros vegetais, pode ajudar a proteger contra inflamações respiratórias, que provocam asma, rinite alérgica e doença pulmonar obstrutiva crônica.

Publicada na edição de março da revista Clinical Immunology, a pesquisa mostra que sulforaphane, um produto químico no brócolis, desencadeia um aumento de enzimas antioxidantes nas vias respiratórias humanas, oferecendo proteção contra o ataque dos radicais livres que respiramos diariamente com o ar poluído , pólen, escape de diesel e fumo do tabaco.

“Este é um dos primeiros estudos mostrando que brócolis, amplamente disponível como fonte alimentar , ofereceu potentes efeitos biológicos para estimular uma resposta antioxidante em seres humanos”, disse o Dr. Marc Riedl, pesquisador líder do estudo e professor assistente de Imunologia Clínica e Alergia na David Geffen School of Medicine, da UCLA.

“Encontramos de duas a três vezes mais enzimas antioxidantes nas celular da via aérea nasal nos participantes do estudo, que tinham comido uma preparação de brócolis”, diz Riedl. “Essa estratégia pode oferecer proteção contra processos inflamatórios e poderia conduzir a potenciais tratamentos para uma variedade de condições respiratórias.”

A equipe trabalhou com 65 voluntários, que foram dadas diferentes doses orais de alfafa ou brócolis. Brócolis é a mais rica fonte natural de sulforaphane e a alfafa, que não contêm o composto, serviu como um placebo.

Lavagens de fossas nasais foram coletadas no início e no final do estudo para avaliar a expressão gênica de enzimas antioxidantes em células das vias aéreas superiores. Os investigadores encontraram um aumento significativo das enzimas antioxidantes nos que consumiram brócolis, em doses de 100 gramas ou mais, em comparação com o grupo placebo.

A dose máxima de 200 gramas gerou um aumento de 101% de uma enzima antioxidante chamada GSTP1 e um aumento de 199% outra enzima chamada NQO1.

“Uma grande vantagem do sulforaphane é que ele parece aumentar uma ampla gama de enzimas antioxidantes, compostos que podem ajudar a sua eficácia em bloquear os efeitos nocivos da poluição do ar”, disse Riedl.

Segundo os autores, não foram identificados efeitos colaterais graves nos participantes do estudo, demonstrando que esta pode ser uma forma eficaz, segura de estratégia de estimula antioxidante, para ajudar a reduzir o impacto inflamatórias dos radicais livres.

O estudo não permite identificar uma posologia específica mas, ainda assim, os pesquisadores destacam a recomendação do consumo diário de crucíferos, incluindo brócolis e outros vegetais, como parte de uma dieta saudável.

O estudo foi financiado pelo National Institutes of Health, pelo National Institute of Environmental Health Sciences e pela U.S. Environmental Protection Agency (EPA).

O artigo “Oral sulforaphane increases Phase II antioxidant enzymes in the human upper airway“, publicado na revista Clinical Immunology, Volume 130, Issue 3, March 2009, Pages 244-251, apenas está disponível para assinantes.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2009/03/05/pesquisa-conclui-que-o-consumo-de-brocolis-combate-inflamacoes-respiratorias/

Obs: Para ler mais sobre Antioxidantes no blog, veja o post: http://www.ecologiamedica.net/2010/11/antioxidantes.html

Cozinhar demais o brócolis pode destruir suas substâncias benéficas

O brócolis é fonte de cálcio (a melhor dentre os vegetais, por ter um cálcio com boa biodisponibilidade) e contêm substâncias com potentes propriedades anticancerígenas. Essa substância é denominada de Sulforafano e estudos têm evidenciado que ele pode ser um agente extremamente potente contra o câncer.

Além disso o sulforafano também tem propriedades anti-inflamatórias, que são vistas com interesse pelos cientistas por sua capacidade de combater os efeitos de muitas doenças crônicas que acompanham a obesidade e o envelhecimento.

Entretanto, cozinhá-lo da forma errada pode destruir a enzima que fornece o Sulforafano.

“O brócolis, preparado corretamente, é um agente anti-câncer extremamente potente – três a cinco porções por semana já são suficientes para causar efeito. Mas, para conseguir os benefícios do brócolis, a enzima mirosinase tem que estar presente; se ela não está lá, o sulforafano, componente preventivo do câncer e anti-inflamatório, não é formado”, diz Elizabeth Jeffery da Universidade de Illinois (EUA). O correto é cozinhar o vegetal no vapor de 2 a 4 minutos. Assim a enzima e os demais nutrientes o brócolis são mantidos.

A parte do brócolis mais abundante em mirosinase são os brotos da planta, que podem ser incluídos na dieta de diversas formas. Os brotos do brócolis quando ingeridos com as outras partes da planta potencializam os efeitos benéficos, já que assim os níveis das substâncias que previnem o câncer ficam mais altos.

O brócolis também traz benefícios para diabéticos e evita dandos nos rins e retina.

Fonte: http://www.upi.com/Health_News/2011/02/06/Overcooking-broccoli-hurts-health-benefit/UPI-16591296968434/

Acupuntura e exercícios são benéficos para portadoras de síndrome do ovário policistíco (SOP)

A síndrome do ovário policístico afeta de 20% a 30% das mulheres que estão na idade fértil.

A síndrome faz com que os ovários produzam mais testosterona, podendo causar acne, obesidade e um crescimento incomum de pelos no corpo.

Além disso, ela também pode fazer com que a ovulação e a menstruação da mulher sejam irregulares.

Uma equipe de cientistas da Universidade de Gothenburg (Suécia) dividiu as participantes de um estudo em três grupos. As mulheres do primeiro tiveram sessões de acupuntura onde as agulhas eram estimuladas manualmente e com correntes elétricas fracas. O segundo grupo recebeu instruções de se exercitar três vezes por semana e o terceiro funcionou como grupo controle.

Os resultados mostraram que houve redução no nível de testosterona nas mulheres que se exercitaram e também naquelas que tiveram as sessões de acupuntura.

Outra melhora que houve no quadro geral das participantes foi que os ciclos menstruais das mulheres desses grupos ficaram mais regulares. Dos dois tratamentos, a acupuntura foi o mais eficaz.

Fonte: http://www.eurekalert.org/pub_releases/2011-02/uog-wwp020711.php

Refrigerante diet pode aumentar chances de doenças vasculares

O consumo de refrigerante diet - que não tem açúcar na fórmula - pode trazer um risco muito maior de doenças vasculares em comparação com aqueles que não bebem refrigerante, de acordo com uma pesquisa apresentada na Conferência Internacional de Derrame de 2001, da Associação Americana de Derrame.

Em pesquisas envolvendo 2.564 pessoas no Northern Manhattan Study (NOMAS) da Universidade de Columbia, cientistas apontaram que pessoas que beberam refrigerante diet todos os dias apresentaram um risco 61% maior de doenças vasculares do que aqueles que relataram não beber refrigerante.

Sal. Em uma pesquisa separada com 2.657 participantes também no NOMAS, cientistas descobriram que a ingestão elevada de sal, independente da hipertensão, foi associada a um aumento significante no risco de acidente vascular cerebral isquêmico (quando um vaso sanguíneo é bloqueado e corta o fluxo de sangue para o cérebro).

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,refrigerante-diet-pode-aumentar-chances-de-doencas-vasculares,677402,0.htm

Segundo o estudo, as pessoas que consumiram mais de 4.000 miligramas de sódio por dia tinham mais que o dobro do risco de AVC em comparação com aqueles que consomem menos de 1.500 mg por dia.

Romã - Excelente fonte de antioxidantes

Considerada desde o império romano como um símbolo de riqueza, a romã contém, entre os diversos compostos bioativos, as antocianinas. Assim como a vitamina C, vitamina E e o betacaroteno, por terem deficiência de elétrons, as antocianinas captam facilmente os radicais livres.

Esses radicais, se produzidos ou absorvidos em excesso, aumentam os riscos para doenças como hipertensão, cataratas, artrite e envelhecimento precoce.

Isso pode ocorrer principalmente quando há demasiada ingestão de bebidas alcoólicas, estresse intenso e muita exposição à poluição, ao tabaco e ao Sol, situações que danificam as células saudáveis.

De acordo com estudos da Universidade de Baroda, na Índia, o fruto tem três vezes mais capacidade antioxidante do que o vinho e o chá verde. Não é por acaso que os povos árabes acreditavam em suas propriedades para fins medicinais.

Compostos da romã

Agora, a Embrapa, juntamente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está tentando desenvolver novas técnicas para o aproveitamento desses elementos da fruta.

O mercado para a romã no Brasil tem crescido consistentemente, o que tem ampliado as áreas cultivadas com o fruto.

A pesquisadora Regina Isabel Nogueira, da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro), espera obter a antocianina e outros compostos bioativos concentrando-os e estabilizando-os por microencapsulação por um processo chamado spray drier.

Nesse processo, pequenas gotas de material líquido são recobertas com um fino filme protetor.

Os materiais microencapsulados (material ativo ou núcleo) são envoltos num material formador de filme (material de parede ou agente encapsulante) onde cápsulas extremamente pequenas podem liberar o conteúdo de forma controlada e sob condições específicas.

Trata-se de uma tecnologia inovadora que tem sido empregada com êxito na indústria de cosméticos, farmacêutica e alimentícia.

Óleo de romã

Também será estudado o óleo obtido por prensagem das sementes da fruta com o objetivo de caracterizar o perfil dos ácidos graxos e as propriedades que possam interessar à indústria de alimentos.

A pesquisadora ainda prevê a opção de cristalizar a casca da romã, expondo-a em contato com a calda de açúcar para reduzir em até 50% o teor de água. Com isto, a fruta aumenta seu tempo de conservação e diminui seu peso e volume, gerando economia no custo de transporte, além de adocicar seu sabor levemente ácido.

Este processo, por ser muito simples, poderá despertar o interesse de produtores como uma forma de apresentar a fruta para consumo de forma semelhante à encontrada hoje por meio do gengibre cristalizado.

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=antioxidantes-roma&id=6163

Obs: 2011 mal começou e a Pubmed está cheia de artigos sobre A Romã http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=pomegranate

Obs2: Para ler mais sobre Antioxidantes no blog, veja o post: http://www.ecologiamedica.net/2010/11/antioxidantes.html

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Chocolate pode conter mais antioxidantes que suco de frutas, diz pesquisa

Cientistas vêm atribuindo aos antioxidantes - como os flavanoides, substância da classe dos polifenóis - um grande número de benefícios à saúde, entre eles a prevenção de males cardíacos, de alterações no sistema nervoso e até mesmo do surgimento de rugas.

No estudo, pesquisadores do Centro para Saúde e Nutrição da Hershey, uma companhia americana fabricante de chocolates, analisaram e compararam a capacidade antioxidante, o conteúdo total de polifenóis e o conteúdo total de flavonoides de sucos e pós de frutas, cacau em pó natural, chocolate amargo (com maior porcentagem de cacau do que o chocolate ao leite) e um pó industrializado para fazer chocolate quente.

As frutas incluídas no estudo foram açaí, romã, oxicoco (cranberry) e mirtilo (blueberry), chamadas de “superfrutas” devido às suas capacidades antioxidantes.

Debra Miller, uma das líderes da pesquisa, afirmou que, com base no valor nutritivo verificado no estudo, "as sementes de cacau devem ser consideradas uma 'superfruta' e produtos derivados do extrato de semente de cacau, como pó de cacau e chocolate escuro, como 'superalimentos'".

A pesquisa foi divulgada na publicação especializada Chemistry Central Journal.

Chocolate quente

A análise demonstrou que a capacidade antioxidante do cacau em pó foi maior do que as dos pós de mirtilo, oxicoco e de romã, na comparação por grama.

Em relação ao chocolate amargo, a análise não mostrou uma capacidade antioxidante ou presença de polifenóis significativamente maior do que a do pó de romã, mas ela foi maior do que a de todos os outros pós testados.

Mas no chocolate amargo, como no caso do pó de cacau, a presença de flavonoides foi maior do que todos os pós de frutas e o achocolatado.

Na comparação com sucos de frutas, o chocolate amargo e bebidas feitas com o pó de cacau natural mostraram ter maior total de flavanoides. No total, o chocolate só perdeu em capacidade antioxidante e total de polifenois para o suco de romã.

Os cientistas também notaram que o achocolatado fabricado para fazer chocolate quente não tem tantos benefícios oxidantes.

O problema com esses pós é que eles passam por um processo de alcalinização para suavizar o sabor do cacau. Mas, neste processo, os compostos de polifenóis são destruídos.

"Os produtos feitos com cacau alcalinizado têm valores baixos de atividade antioxidante, conteúdo total de polifenóis e conteúdo total de flavonoides", afirma o estudo.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/02/110207_chocolate_superfruta_fn.shtml

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A carência de vitamina D

Devido à maior incidência do câncer de pele, temos seguido a recomendação de diminuir ou mesmo evitar a exposição da pele ao sol. Em todas as idades, o banho de sol tem sido restrito às primeiras horas da manhã e ao final da tarde e na maioria das vezes tem sido ignorado. Entretanto, o sol é necessário para que a vitamina D seja sintetizada no nosso organismo.

Pesquisas tem evidenciado os problemas de saúde que a falta da vitamina D acarreta em todas as faixas etárias. Em um estudo realizado nos USA em 2008, e publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”, cerca de metade das crianças e adultos norte-americanos apresentam níveis inferiores ao ideal de vitamina D e até 10% das crianças apresentam sérias deficiências.

Além da má calcificação óssea em crianças e adolescentes, e da osteoporose nas mulheres na pós menopausa e no homem idoso, pesquisas mais recentes associam a deficiência de vitamina D às mais variadas doenças como asma, infecções de repetição, doenças auto imunes, aumento de casos de câncer, alterações cardiovasculares e alterações cerebrais como Síndrome de Parkinson, Mal de Alzheimer e Esquizofrenia.

A comunidade científica continua a debater qual seria o nível ideal de vitamina D para o organismo. As pessoas em geral são classificadas como deficientes caso a presença do composto no sangue seja inferior a entre 15 e 20 nanogramas por mililitro. Mas muitos médicos acreditam agora que o nível ideal de vitamina D deveria ser superior a 30 nanogramas por mililitro.

A principal fonte de vitamina D para o ser humano é a exposição à luz solar. Tudo o que diminua a transmissão de radiação solar UVB para a superfície da Terra ou qualquer coisa que interfira com a penetração da radiação UVB na pele irá afetar a síntese cutânea de vitamina D3. A melanina, pigmento que dá cor a pele humana, é extremamente eficiente em absorver a radiação UVB, portanto, o aumento da pigmentação da pele reduz acentuadamente a síntese de vitamina D3. Da mesma forma, um filtro solar com proteção solar 15 absorve 99% da radiação UVB incidente, e assim, quando aplicados na pele, diminuem 99% a síntese de vitamina D3.

Além do sol, a vitamina D pode ser encontrada em alguns alimentos, como por exemplo, no peixe – uma porção de 100 gramas de salmão fresco oferece entre 600 e mil unidades internacionais de vitamina D. Os alimentos fortificados com vitamina D são na maioria das vezes insuficientes para satisfazer as necessidades de uma criança ou de um adulto em vitamina D.

Referências

1. Developmental Vitamin D Deficiency and Risk of Schizophrenia: A 10-Year Update. McGrath JJ, Burne TH, Féron F, Mackay-Sim A, Eyles DW. Schizophr Bull. 2010 Sep 10.

2. Role of vitamin d in cardiovascular health. Reddy Vanga S, Good M, Howard PA, Vacek JL. r J Cardiol. 2010 Sep 15;106(6):798-805. Epub 2010 Aug 1.

3. Nutrition in oncology: the case of micronutrients (review). Ströhle A, Zänker K, Hahn A. Oncol Rep. 2010 Oct;24(4):815-28.

4. The role of vitamin D in asthma. Sandhu MS, Casale TB. Ann Allergy Asthma Immunol. 2010 Sep;105(3):191-9.

5. Assessing vitamin D in the central nervous system.Holmøy T, Moen SM. Acta Neurol Scand Suppl. 2010;(190):88-92.

6. Vitamin D deficiency and its relationship with rás mineral density among postmenopausal women living in the tropics. Bandeira F, Griz L, Freese E et all. Arq rás Endocrinol Metab. 2010;54(2):227-232.7. Assessment of Vitamin D in Population-Based Studies Vitamin D deficiency: a worldwide problem with health consequences. Michael F Holick and Tai C Chen. American Journal of Clinical Nutrition, Vol. 87, No. 4, 1080S-1086S, April 2008.

Fonte: http://www.clinicaberenicewilke.com.br/9889/69075.html

Meditação pode alterar estrutura do cérebro, diz estudo

De olhos fechados, em silêncio e, de preferência, sentados, os praticantes da meditação de atenção plena devem se concentrar em apenas uma coisa: a respiração. A técnica é antiga, da tradição budista, mas começou a ser mais difundida depois de ter sido usada em um curso não religioso de redução de estresse, criado em 1979 por Jon Kabat-Zinn, professor da Escola Médica da Universidade de Massachussets.

Os benefícios da técnica, conhecida também como "mindfulness", já foram relatados em vários estudos.

A lista vai da melhora de sintomas de esclerose múltipla (como diz estudo publicado na "Neurology") à prevenção de novos episódios de depressão (demonstrada em artigo na "Archives of General Psychiatry").  Mas, agora, um estudo mostra, pela primeira vez, os efeitos provocados por essa meditação no cérebro.

A pesquisa, publicada hoje na "Psychiatry Research: Neuroimaging", foi feita pela Harvard Medical School, nos EUA, em conjunto com um instituto de neuroimagem da Alemanha e a Universidade de Massachussets.  E o mais importante: as mudanças ocorreram em apenas oito semanas de meditação em praticantes adultos iniciantes.

As conclusões foram feitas após comparações entre as ressonâncias magnéticas dos que praticaram a meditação e de um grupo-controle que não fez as aulas.

Outros estudos já haviam sugerido que a meditação causa mudanças no cérebro. Mas eles não excluíam a possibilidade de haver diferenças preexistentes entre os grupos de meditadores experientes e não meditadores.

Ou seja, não era possível afirmar se os efeitos eram causados pela prática.

MENOS ESTRESSE

Todos os 16 participantes da pesquisa, com idades de 25 a 55 anos, deveriam obedecer a um critério: não ter feito nenhuma aula de meditação "mindfulness" nos últimos seis meses ou mais de dez aulas em toda a vida.

Eles frequentaram oito encontros semanais, com duração de duas horas e meia.

Também foram instruídos a fazer 45 minutos de exercícios diários e a praticar os ensinamentos da meditação em atividades do dia a dia, como andar, comer e tomar banho.

Para avaliar as mudanças, todos os participantes e o grupo-controle fizeram ressonâncias magnéticas antes e depois do período de aulas.

Os exames iniciais não indicaram diferenças entre grupos, mas as ressonâncias feitas após o curso mostraram um aumento na concentração de massa cinzenta no hipocampo esquerdo naqueles que haviam meditado.

Análises do cérebro todo revelaram mais quatro aumentos de massa cinzenta: no córtex cingulado posterior, na junção temporo-parietal e mais dois no cerebelo.

BENEFÍCIOS

Britta Hölzel, pesquisadora da Harvard Medical School e uma das autoras do estudo, disse à Folha que isso pode significar uma melhora em regiões envolvidas com aprendizagem, memória, emoções e estresse.

O aumento da massa cinzenta no hipocampo é benéfico porque ali há uma maior concentração de neurônios, afirma Sonia Brucki, do departamento científico de neurologia cognitiva e do envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia.

"Antes, acreditava-se que a pessoa só perdia neurônios durante a vida. Agora, vemos que podem brotar em qualquer fase da vida, e determinadas atividades fazem a estrutura do cérebro mudar."

Isso significa que o cérebro adulto também é plástico, capaz de ser moldado.

No ano passado, um estudo dos mesmos pesquisadores já mostrava redução da massa cinzenta na amígdala cerebral, uma região relacionada à ansiedade e ao estresse, em pessoas que fizeram meditação por oito semanas.

Mas qualquer um que começar a meditar amanhã terá esses mesmos efeitos benéficos em algumas semanas?

"Provavelmente sim", diz a neurologista Sonia Brucki.

Ela ressalta, no entanto, que a idade média dos participantes da pesquisa é baixa e, por isso, não dá para afirmar com certeza que isso acontecerá com pessoas de todas as idades.

Agora, a pesquisadora Britta Hölzel quer entender como essas mudanças no cérebro estão relacionadas diretamente à melhora da vidas das pessoas.

"Essa é uma área nova, e pouco se sabe sobre o cérebro e os mecanismos psicológicos relacionados a ele. Mas os resultados até agora são animadores."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/868050-meditacao-muda-estrutura-do-cerebro-diz-estudo.shtml

Exercícios físicos podem melhorar memória de idosos

A prática regular de exercícios físicos moderados durante um ano pode aumentar o tamanho do hipocampo cerebral em adultos com mais de 55 anos, proporcionando um aumento da memória espacial, segundo um novo estudo.

O hipocampo é a área do cérebro responsável pela formação de todos os tipos de memória.

O estudo, conduzido por pesquisadores das universidades de Pittsburgh, Illinois, Rice e Ohio State, foi publicado na revista especializada "Proceedings of the National Academy of Sciences".

"Os resultados de nossa pesquisa são particularmente interessantes por sugerirem que mesmo modestas quantidades de exercício podem fazer com que adultos idosos sedentários registrem melhora substancial da memória e da saúde do cérebro", explica Art Kramer, diretor do Beckman Institute na Universidade de Illinois e principal autor do estudo.

"Estas melhorias têm implicações importantes para a saúde de nossos cidadãos e para o aumento da população idosa em todo o mundo", acrescenta.

Para seu projeto, os cientistas convocaram 120 idosos sedentários sem qualquer sinal de senilidade e divididos ao acaso em dois grupos. O primeiro começou a praticar um regime de exercícios leves, como caminhar 40 minutos por dia, três vezes por semana. O segundo manteve apenas atividades como alongamento e exercícios de tonificação muscular.

Os resultados mostram que o grupo que praticou a atividade aeróbica registrou um aumento do volume do hipocampo nos dois lados do cérebro (2,12% no esquerdo, 1,97% no direito).

As mesmas regiões do cérebro dos participantes que ficaram no grupo dos exercícios de alongamento sofreram um aumento de 1,4% e 1,43%, respectivamente.

"Estamos acostumados a achar que a atrofia que ocorre no hipocampo no fim da vida é praticamente inevitável", diz o autor. "Mas nós mostramos que mesmo exercícios moderados durante um ano podem aumentar o tamanho desta estrutura. O cérebro nesta fase permanece maleável".

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/868435-exercicios-fisicos-podem-melhorar-memoria-de-idosos.shtml

Açúcar


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A internet pode até ajudar uma consulta médica, mas não substituí-la

Com o livre acesso dos pacientes à informação, há também fatores positivos que enriquecem uma consulta médica e nutricional. A monotonia das consultas unilaterais, onde sempre impera um monólogo tende a acabar. O médico orienta e o paciente concorda. Os pacientes estão falando mais, perguntando mais e exigindo uma explicação mais convincente dos seus males.

Com um maior esclarecimento, os pacientes tendem a aderir melhor ao seu tratamento. Entendem porque estão tomando esse ou aquele remédio e passam a encarar uma orientação nutricional com uma maior possibilidade de adequação ao plano proposto. Passam a saber trocar alimentos e comer adequadamente em casa, no trabalho e no lazer. Não precisam mais das tabelas e tem maior liberdade de conduzir seu tratamento.

A informação adequada nunca é demais. Não se constitui em um desafio ao médico. Perguntar enriquece a consulta e não ofende. Pelo contrário, dá ao médico e à nutricionista a chance de estreitar os laços da relação e fidelizar o paciente. Com isso o paciente pode entender a diferença entre uma consulta virtual e uma consulta real. Isso será muito bom para ambas as partes.

Apesar das freqüentes solicitações dos e-pacientes em serem consultados e medicados pela internet, eles precisam entender o risco dessa atitude. Nada substitui a consulta médica, pois ela define as sutis diferenças entre as pessoas e suas doenças e comprovam que diferentes pessoas com doenças semelhantes muitas vezes devem ser tratadas de maneiras diferentes. Assim, as descrições superficiais dos problemas médicos expostos pela internet nunca poderão substituir a riqueza de uma consulta médica tradicional.

Fonte: http://comersemculpa.blog.uol.com.br/arch2011-01-01_2011-01-15.html