quinta-feira, 23 de junho de 2016

Comer de 3 em 3 horas

Um pequeno texto elaborado pelo meu amigo nutricionista ´Prof. Marcelo Carvalho



COMER DE 3 EM 3 HORAS - Muito se tem discutido a necessidade ou não de se comer de 3 em 3 horas. Fato que o ser humano está habilitado para permanecer por mais de “3 horas” sem se alimentar. Porém, é importante e relevante entender bioquimicamente o que significa comer de 3 em 3 horas, ou seja, 6 refeições.

No estudo em questão (Am J Clin Nutr 2016), randomizado, crossover, os pesquisadores compararam o efeito no organismo de se realizar 6 refeições/dia (no mesmos horários) durante 14 dias com um padrão alimentar irregular, onde os participantes variaram o número de refeições de 3 a 9 refeições/dia durante 14 dias. Cabe salientar que nesse estudo estamos falando de mulheres saudáveis não obesas e que a ingestão total de carboidratos, proteínas e lipídios foi idêntica nos dois grupos.

Como forma de avaliarem essas repercussões foi verificado o efeito térmico dos alimentos (gasto de energia), lipidograma, perfil glicídico (metabolismo dos carboidratos), apetite subjetivo, hormônios intestinais e composição corporal

VAMOS AOS RESULTADOS ENTRE OS DOIS GRUPOS: O efeito térmico dos alimentos foi maior no grupo que consumiu as 6 refeições/dia, a glicose plasmática foi menor no grupo que fez as 6 refeições/dia.

COMPOSIÇÃO CORPORAL, perfil lipídico, GLP-1, PYY e GRELINA não tiveram alterações relevantes entre os dois grupos, embora a percepção de plenitude, de saciedade ter sido maior no grupo que fez as 6 refeições/dia, bem como a sensação de fome foi menor.

Com esses resultados percebemos que não ocorrem alterações relevantes dos marcadores quando se avalia a mesma dieta distribuída aleatoriamente ao longo dia.

Sobretudo esses dados sugerem que o consumo regular ( 3 em 3 horas - 6 refeições/dia) promove aumento no efeito térmico dos alimentos, sensibilidade a insulina (haja vista a redução da glicose) e benefícios quanto a percepção subjetiva de fome, o que de certa forma fará com que o paciente consiga ter mais fidelidade ao plano alimentar.


Por outro lado, esses dados deixam claro que isso não é uma regra, ou seja, temos que adaptar o número de refeições a real condição que os nossos pacientes tem de realizá-las. Sempre ao montar um plano alimentar eu me pergunto: "Qual a real contribuição que estou dando para a saúde desse paciente?" Muitas vezes não prescrevemos o que é ideal, mas para aquele paciente é uma manobra que irá contribuir para a sua evolução. Afinal, o sucesso no tratamento do paciente só irá acontecer se ele conseguir transformar o plano alimentar em hábito.

Fonte: https://www.facebook.com/1137422766280000/photos/a.1137424696279807.1073741831.1137422766280000/1163030653719211/?type=3&theater

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