sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Whey Protein: quando utilizar e por que buscar orientação de um Nutrólogo





A proteína do soro do leite (whey protein) é amplamente estudada e utilizada como suplemento nutricional, especialmente em contextos de exercício físico, envelhecimento e modulação da composição corporal.  Poucos suplementos são tão bem estudados e com alta evidência científica para a sua utilização. Mas isso não quer dizer que todos devem utilizar. Na Medicina existe uma máxima: "Nem sempre, nem nunca" e isso vale para o whey. 

As evidências mais robustas indicam que a suplementação com proteína do soro do leite, associada ao exercício de resistência (treino de força = musculação), aumenta significativamente a síntese proteica muscular por meio da ativação da via AKT/mTOR, com efeito dependente do tempo e da dose, sendo recomendadas doses entre 20-40g próximas ao exercício para maximizar o efeito anabólico. Em outras palavras: Musculação e Whey quando combinados, ajudam a ganhar músculo. 

Em adultos saudáveis, a suplementação com whey protein promove aumento da massa magra (lean body mass), sem impacto significativo sobre massa gorda ou peso corporal total. Sendo que o efeito é mais pronunciado quando há restrição calórica associada, e também se observa benefício em mulheres e idosos, com melhora da performance física, capacidade aeróbica e proteção contra sarcopenia. Ou seja, é um suplemento que faz parte do arsenal terapêutico nutrológico para indivíduos com risco de sarcopenia (baixa massa muscular e redução da força muscular na dinamometria, um teste que realizamos no consultório com um aparelho chamado dinamômetro).

Em indivíduos treinados, há ganhos adicionais de força e massa magra em comparação a suplementos isoenergéticos de carboidrato ou outras proteínas. Ou seja, para quem já treina, ele pode ser um adjuvante, ajudando o paciente a ganhar mais massa e/ou evitar a quebra da massa muscular. 

No contexto cardiometabólico, a suplementação com whey protein pode reduzir LDL-colesterol e colesterol total, especialmente em adultos saudáveis com menos de 50 anos e quando combinada ao exercício físico. Também há redução de triglicerídeos após intervenções de pelo menos 12 semanas, embora não haja efeito relevante sobre pressão arterial ou resistência à insulina (HOMA-IR). Ou seja, no paciente que está acima do peso, com dislipidemia (seja por aumento do colesterol ou dos triglicérides), com alteração na glicemia e na pressão arterial, o Whey pode ser um auxiliar. Sendo que as vias que levam a essa melhoria nos parâmetros metabólicos, ainda não são 100% elucidadas

Quanto aos efeitos sobre inflamação e estresse oxidativo, meta-análises de ensaios clínicos randomizados não demonstram impacto significativo da suplementação de whey protein sobre marcadores inflamatórios (PCR, TNF-α, IL-6) ou de estresse oxidativo (glutationa, malondialdeído, capacidade antioxidante total) em adultos.

No contexto oncológico, há evidências pré-clínicas sugerindo efeitos benéficos do whey protein na prevenção e tratamento do câncer, principalmente como coadjuvante nutricional em pacientes com caquexia, mas os dados de estudos de intervenção em humanos ainda são limitados e não permitem recomendações clínicas específicas, apesar de ser muito prescrito na Nutrologia oncológica. 

Risco do uso de Whey e individualização na prescrição

Com a popularização de redes sociais, surgimento de digitais influencers, o whey protein que há 20 anos era restrito ao nicho de frequentadores de academia,, hoje ficou famoso, sendo um dos suplementos mais buscados por quem deseja ganhar massa muscular, melhorar a performance esportiva ou otimizar a recuperação após o treino.  Mas será que todo mundo deve usar? E, mais importante, você sabia que o uso inadequado pode trazer riscos à saúde?

Muitas pessoas começam a tomar Whey Protein por indicação de amigos, influenciadores ou por modismo. Porém, cada organismo possui necessidades nutricionais específicas, que variam de acordo com idade, sexo, rotina de treinos, exames laboratoriais e até presença de doenças. Por isso, suplementar sem avaliação médica pode gerar efeitos indesejados.

Como Nutrólogo, avalio não apenas a necessidade protéica, mas também a saúde do paciente como um todo. Investigo como está o metabolismo, a função renal e hepática, a dieta habitual e as demandas de proteínas e aminoácidos para indicar a melhor forma de uso do Whey Protein – seja isolado, concentrado ou hidrolisado. Ou seja, sempre devemos indivualizar a prescrição de um suplmento, principalmente quando esse suplemento não é barato, como é o caso do Whey.  Apenas para listar alguns pontos a serem avaliados, antes da prescrição.

Whey protein e função renal

O paciente possui função renal preservada (ureia, creatinina, taxa de filtração glomerular)? Já que a utilização de whey e creatina podem falsear os níveis de creatinina. A relação entre ingestão de proteína e função renal é amplamente discutida na literatura médica, especialmente no contexto de doença renal crônica (DRC). Evidências experimentais e clínicas indicam que dietas hiperproteicas podem induzir hiperfiltração glomerular, aumento da pressão intraglomerular e, ao longo do tempo, promover lesão glomerular, proteinúria e progressão da DRC, principalmente em indivíduos com função renal já comprometida.O mecanismo envolve dilatação da arteríola aferente, elevação da taxa de filtração glomerular (TFG) e ativação de vias pró-fibróticas, como aumento de TGF-β e fibrose intersticial Ou seja, em indivíduos com redução da função renal, dependendo do estágio, devemos ter parcimônia com a quantidade de proteína a ser dada. Se a falta de proteína pode prejudicar o organismo desse paciente, o excesso também pode. Então em especial na DRC, a utilização de Whey deve ser cautelosa. 

Em pacientes com DRC estágios 3–5, recomenda-se restrição proteica para cerca de 0,8 g/kg/dia, pois níveis superiores a 1,3 g/kg/dia estão associados a maior risco de albuminúria, aceleração da perda de função renal e aumento da mortalidade cardiovascular.

Meta-análises de ensaios clínicos randomizados mostram que dietas com menor teor proteico reduzem o risco de progressão para insuficiência renal terminal e diminuem a taxa de declínio da TFG, além de reduzir proteinúria e carga de fósforo.

No entanto, não há benefício claro em restringir proteína abaixo de 0,6–0,8 g/kg/dia, e restrições excessivas podem comprometer o estado nutricional. Em indivíduos sem doença renal prévia, a literatura não demonstra que o consumo de proteína dentro dos limites recomendados (até 1,3 g/kg/dia) cause dano renal significativo.

Estudos observacionais sugerem que o excesso proteico pode ser prejudicial, mas não há consenso sobre risco de desenvolvimento de DRC de novo em pessoas saudáveis.

A qualidade da proteína também é relevante: proteínas de origem animal estão associadas a maior risco de progressão da DRC em comparação às proteínas vegetais, que parecem ser menos nefrotóxicas.

Portanto, a piora da função renal associada à ingestão proteica é bem estabelecida em pacientes com DRC, especialmente com consumo acima de 1,3 g/kg/dia, enquanto em indivíduos saudáveis, o risco é menos claro e parece depender de fatores adicionais, como predisposição genética, comorbidades e tipo de proteína ingerida.

Tipos de whey

Primeira coisa, qual tipo de whey a ser utilizado? Qual irei prescrever para o meu paciente? 

O Whey Protein Concentrado (WPC) é a forma mais comum e acessível. Ele passa por um processo de filtragem simples e mantém parte da gordura e da lactose. Costuma ter cerca de 70% a 80% de proteína e é indicado para pessoas que não têm intolerância à lactose. 

Já o Whey Protein Isolado (WPI) passa por uma filtragem mais avançada, removendo quase toda a gordura e lactose. Isso faz com que ele tenha mais de 90% de proteína. É ideal para quem busca alta pureza proteica ou tem intolerância à lactose. 

O Whey Protein Hidrolisado (WPH) é pré-digerido, ou seja, suas proteínas já estão quebradas em partículas menores (não 100% do produto). Isso facilita a absorção rápida pelo organismo, sendo indicado em casos de recuperação rápida pós-treino ou situações clínicas específicas. É importante ressaltar que a hidrólise (quebra) não é total, ou seja, o WPH não é uma fórmula composta apenas por aminoácidos e que pode ser utilizada em pacientes com alergia à proteína do leite de vaca. Inclusive, mesmo em pacientes com sensibilidade à caseína, o WPH pode gerar sintomas.

De forma simples: o concentrado é mais natural e econômico, o isolado é mais puro e leve, e o hidrolisado é o mais rápido na absorção. A escolha depende do objetivo, da tolerância e da recomendação do nutrólogo ou do nutricionista.

Whey e doença hepática

Há doença hepática ou alteração de enzimas hepáticas que exija cautela na sua prescrição? A suplementação com whey protein em pacientes com doença hepática exige cautela, pois os riscos potenciais dependem do tipo e gravidade da doença hepática, do padrão de consumo e da presença de comorbidades. A literatura médica aponta que o uso crônico e abusivo de whey protein, especialmente sem orientação profissional e em indivíduos sedentários, pode estar associado a efeitos adversos sobre a função hepática, incluindo aumento de marcadores inflamatórios, apoptose hepatocelular e elevação de transaminases, conforme demonstrado em modelos experimentais com doses elevadas e uso prolongado. Esses efeitos são mais pronunciados em situações de sobrecarga proteica e podem agravar quadros de disfunção hepática pré-existente.

Whey e deficiência ou excesso de proteínas

Os exames laboratoriais mostram deficiência ou excesso de proteínas séricas (albumina, pré-albumina)? Isso o médico deve saber antes de prescrever whey. 

Comorbidades, alterações no metabolismo e excreção de proteínas

O paciente apresenta doenças metabólicas crônicas (diabetes, dislipidemia, gota) que interfiram no metabolismo proteico? Há uso de medicações que impactam metabolismo de proteínas ou rins (ex.: diuréticos, corticoides, quimioterápicos)?

Como está a dieta? Existe alguma intolerância? Há alguma deficiência associada?

A ingestão proteica via alimentação já é suficiente para as necessidades diárias, no caso a meta protéica estipulada por mim e pelo meu nutricionista? Ou seja, o paciente consegue atingir essa meta apenas com comida? 

O paciente tem restrições alimentares (vegetariano, vegano, intolerância à lactose, intolerância histaminérgica) que justificam o uso de Whey Protein?

O consumo de proteína está bem distribuído ao longo do dia ou concentrado em apenas 1 ou 2 refeições?

Existem deficiências nutricionais associadas (ex.: ferro, vitamina D, zinco, B12) que precisam ser corrigidas antes ou junto com a suplementação?

A dieta habitual do paciente apresenta adequado aporte energético para que a proteína seja utilizada de forma anabólica, e não como fonte de energia?

Qual o objetivo da prescrição? Para quem, quando, onde, por quanto tempo?

Muitas vezes o paciente chega até mim, já querendo a prescrição. Mas a questão mais importante: Po r que utilizarei whey ? O paciente deseja hipertrofia, emagrecimento, manutenção de massa magra ou reabilitação clínica? Quem é esse paciente e qual o seu objetivo?

Há condição clínica especial (idoso com sarcopenia, paciente pós-cirúrgico, atleta de alta performance) que justifique a suplementação do whey? Vamos ter que utilizar por quanto tempo ? Qual a quantidade? Dá para adquirir pela dieta? Qual a praticidade?

O paciente possui rotina de treinos ou atividade física que justifique o maior aporte proteico?

Whey protein e intolerância gastrintestinal 

O paciente apresenta queixas gastrointestinais (distensão, diarreia, intolerância) que podem piorar com o uso de Whey Protein, mesmo isolado ou hidrolisado? Isso é algo que ocorre muito na minha prática, já que uma parte dos meus pacientes são portadores de intolerância alimentar.  Outra parte são pacientes com problemas digestivos, que podem ter piora dos sintomas ao utilizar determinado tipo de Whey. Ou seja, individualização sempre e muitas vezes é uma tentativa de erro e acerto.

Whey custa dinheiro e dinheiro não nasce em árvore

E último ponto e talvez mais importante, principalmente para quem trabalha com sáude pública: questão financeira. Será que o paciente tem condições financeiras para manter o suplemento de forma contínua, sem comprometer a qualidade da alimentação básica? Whey bom não é barato e pode comprometer a renda de muitas pessoas. Será que não é mais prudente tentar adquirir pela alimentação? 

Conclusão

Várias particularidades estão em jogo e por isso a auto-suplementação é contraindicada. Por isso reafirmo a frase que citei no começo desse texto: Medicina nem sempre e nem nunca.  Muitas vezes, antes de pensar no suplemento, é necessário corrigir deficiências nutricionais ou ajustar hábitos alimentares. Só assim o Whey Protein terá efeito otimizado. Afinal, não adianta investir em suplemento caro se a base da alimentação não está adequada.

Investir em acompanhamento especializado não é custo, mas sim garantia de saúde e melhores resultados. Ao cuidar do seu corpo com responsabilidade, você terá ganhos mais consistentes, sem colocar em risco rins, fígado ou o equilíbrio metabólico. Cansei de atender pacientes que jogaram dinheiro no lixo, 300, 400, 500 reais em whey, utilizando de forma errada, piorando sintomas, alterando função renal. Então se você está pensando em tomar Whey Protein, lembre-se: cada organismo é único, e o que funciona para um amigo pode não funcionar para você. A orientação de um médico ou nutricionista garante um uso mais seguro seguro. Lembre-se: Autosuplementação pode custar caro. 

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Gostou do texto e quer conhecer mais sobre o meu trabalho, clique aqui.

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