quarta-feira, 28 de junho de 2023

Novo medicamento para obesidade (Retatrutida) reduz até 24% do peso, mostra estudo

Na semana passada foi apresentado no Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), um novo fármaco para tratamento da obesidade. A droga está em fase de teste, porém, até o momento mostrou resultados altamente promissores, comparado a perda ponderal igual cirurgia bariátrica, quando administrada a dose máxima. A  retatrutida ocasionou a perda de peso média de 24,2% após 48 semanas de uso semanal

Isso é um resultado inédito em um teste com menos de um ano de duração para tratar obesidade —o estudo é de fase 2, que testa eficácia, dosagem e segurança

Paralelamente estão conduzindo outros 2 trabalhos, com a Retatrutida e ambos mostraram redução da gordura no fígado e melhora significativa na glicemia de jejum e hemoglobina glicada no diabetes tipo 2. 

Qual o mecanismo de ação da Retatrutida?

Ela consiste em uma substância que se liga a três receptores hormonais: 
  1. O GLP1, que também é o foco de medicações já conhecidas à base de semaglutida; 
  2. O GIP, que é alvo da também promissora tirzepatida; 
  3. O glucagon, hormônio que atua na supressão do apetite e tem poder de reduzir a gordura no fígado.
Como a pesquisa foi feita?

A pesquisa  incluiu 338 adultos com IMCigual ou superior a 30 ou com IMC de 27 a menos que 30 que tinham pelo menos uma condição de saúde relacionada ao peso. 

De forma aleatória, eles foram divididos para receber diferentes doses de retatrutida subcutânea ou placebo ao longo de 48 semanas. 

Com 24 semanas de estudo, já foi possível notar redução de peso, que seguiu até o fim da pesquisa.

Resultados do estudo 

Após 48 semanas, a Retatrutida promoveu: 
  • -8,7% de peso no grupo que tomou 1 mg; 
  • -17,1% no grupo que tomou 4 mg (iniciando com dose de 2mg ou 4 mg); 
  • -22,8% do peso em pessoas que tomaram 8 mg (começando com dose de 2mg ou 4mg);
  • -22,8% do peso em pessoas que tomaram 8 mg (começando com dose de 2mg ou 4mg); 
  • -24,2% no grupo que tomou 12 mg. 
As reduções são notórias quando comparadas ao grupo placebo, que diminuiu 2,1% do peso corporal. Além disso, o composto teve efeito maior na perda de peso em pessoas com obesidade mais grave (IMC superior a 35) e em mulheres. Os efeitos colaterais mais comuns foram semelhantes aos provocados por medicamentos já conhecidos, com intensidade de leve a moderada: 
  • Náusea
  • Diarreia
  • Vômito
  • Constipação.
O artigo publicado no The New England Journal of Medicine, conclui que, em adultos com obesidade, a droga mostrou "reduções substanciais" no peso corporal ao longo de 48 semanas. Agora, estudos maiores são necessários para comprovar segurança, eficácia comparativa, riscos e benefícios da substância.

Aguardemos cenas dos próximos capítulos. Como citei acima, ainda está em fase de teste.

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