segunda-feira, 25 de junho de 2012

Toxinas podem alterar seu DNA?


Pesquisa recentes apontas a perturbadora possibilidade de que estratégias que tomamos para nos protegermos da exposição a toxinas no ambiente podem ter chegados décadas, ou mesmo um século tarde demais.

Se sua bisavó experimentou uma breve exposição a toxinas, sugerem estes estudos, você e seus filhos podem correr o risco de doenças reprodutivas e possivelmente outras condições. O mecanismo presumível desta desafortunada herança não é uma mutação no próprio DNA, mas mudanças bioquímicas que determinam se nossos genes são ou não ativados – um campo de estudo conhecido como epigenética.

Mais recentemente, pesquisadores da Washington State University, liderados pelo professor Michael Skinner, divulgaram no mês passado que exposições de curto prazo de ratos grávidos a diversos tipos de substâncias químicas causaram doenças de ovário não apenas nos filhos fêmeas mas também em duas gerações subsequentes de fêmeas.

Sintomas que têm paralelos àqueles encontrados na doença de ovário policístico e insuficiência ovariana primária em humanos, ambos redutores da fertilidade, foram identificados em descendentes de ratos expostos a fungicidas, pesticidas, dioxina, combustível de avião e uma mistura de plásticos, mas não entre descendentes do grupo de controle.

Quando foram examinadas células do trato reprodutivo de ratos, as desordens foram ligadas a agrupamentos de um átomo de carbono e três de hidrogênio – chamado de grupo metil – encrustado sobre certos genes. Dependendo da localização e outros fatores, estes grupos de metil agem para inibir a expressão genética.

Este padrão de “metilação de DNA” alterado é um dos mecanismos conhecidos através dos quais o epigenoma que controle os genes são ligados ou desligados, e portanto quais proteínas são produzidas dentro das células. Neste caso, as novas estruturas epigenéticas foram herdadas intactas de uma geração a outra, embora apenas os ratos grávidos originais tenham sido expostos a toxinas.

Esta descoberta impressionante é apenas o mais recente desafio à noção de genética como uma forma de destino. Em 2005, Skinner e colegas – reconhecidos pioneiros neste novo campo de epigenética transgeracional – relataram na Science que quatro gerações de um rato grávido exposto a fungicidas exibiram redução na contagem de esperma e em sua mobilidade.

Deste então, a equipe de Skinner publicou uma série de estudos documentando uma gama de condições que podem ser induzidas em ratos através de uma exposição tóxica ancestral que não altera o código genético. Elas incluem doenças dos rins, anormalidades do sistema imunológico, doenças de próstata e colesterol alto, informa a Mother Jones.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-urgente/toxinas-podem-alterar-seu-dna/

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