Vídeo muito interessante da minha amiga Dra. Andrea Pereira, médica nutróloga, que semanalmente posta vídeos com alto nível de evidência científica em seu canal no YouTube: https://www.youtube.com/@dra.andrea.nutrologia/videos
Conteúdo excelente, então sugiro que sigam, inscrevam-se no canal dela e acompanhem.
A live aborda o uso da espirulina na perda de peso, um tema que ganha força principalmente próximo ao verão, quando aumenta a busca por soluções rápidas. A nutróloga Andrea Pereira explica que a espirulina é uma cianobactéria (alga azul-esverdeada) usada há séculos como alimento. O foco do episódio é avaliar se existe evidência científica real sobre seu efeito em emagrecimento.
Cientificamente conhecida como Arthrospira platensis ou Arthrospira maxima, a espirulina é uma fonte natural de proteínas, vitaminas e minerais. Cerca de 60 a 70% do seu peso seco é proteína, contendo ficocianina, polissacarídeos, ácidos graxos poli-insaturados e vitaminas do complexo B. Isso a torna um suplemento concentrado e nutritivo.
Além das proteínas, a espirulina contém carotenoides e minerais essenciais como ferro, zinco, magnésio e selênio. Esses nutrientes participam de processos antioxidantes e de defesa do organismo. Por isso, ela é estudada não só para controle de peso, mas também para imunidade, inflamação e metabolismo.
Em uma revisão científica recente, foram encontrados 96 estudos, sendo 17 realizados nos últimos 10 anos. A maior parte analisou doses entre 2 g e 6 g por dia, geralmente em cápsulas ou pó. Os melhores resultados em perda de peso apareceram quando a dose era superior a 2 g/dia.
Um dos estudos mais citados observou que pessoas obesas e com mais de 55 anos tiveram melhores respostas à espirulina. Ela também demonstrou redução de colesterol LDL, triglicerídeos e glicemia, além de auxiliar na pressão arterial. Esses benefícios metabólicos podem refletir positivamente no controle do peso corporal.
Pesquisas também apontam possíveis efeitos neuroprotetores, sugerindo melhora da memória e prevenção de demências como Alzheimer. Isso pode estar relacionado à alta concentração de aminoácidos essenciais e à proteção contra o estresse oxidativo. Em idosos, sua proteína de alta qualidade ajuda na preservação da massa muscular.
Outros efeitos relatados incluem ação antioxidante, antiviral, antibacteriana e imunomoduladora, ou seja, ajuda o corpo a equilibrar e fortalecer o sistema imune. A espirulina pode reduzir inflamações, o que é importante em quadros de obesidade crônica, já que a inflamação sistêmica dificulta o emagrecimento.
A perda de peso média observada nos estudos varia entre 2% e 5% do peso corporal, quando associada a mudanças no estilo de vida. É fundamental lembrar que nenhum suplemento age sozinho. A espirulina funciona melhor quando combinada a atividade física, reeducação alimentar e acompanhamento multiprofissional.
Os principais efeitos adversos relatados são leves: gases, desconforto intestinal, dor de cabeça e, ocasionalmente, diarreia ou tontura. Pessoas com alergia à espirulina ou doenças autoimunes devem ter cautela. Apesar disso, a maioria dos estudos aponta boa tolerabilidade e segurança nas doses usuais.
A conclusão é que existe evidência científica moderada apoiando o uso da espirulina como coadjuvante no tratamento da obesidade. Ela não substitui dieta, exercícios ou medicamentos, mas pode potencializar resultados sob orientação médica. O tratamento do excesso de peso é multifatorial e deve sempre envolver uma equipe de saúde.

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