terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Consumo de café (horário) e risco de mortalidade

Introdução e Objetivos

Identificar os padrões de consumo de café ao longo do dia na população dos EUA e avaliar suas associações com mortalidade por todas as causas e causas específicas.

Métodos

Este estudo incluiu 40.725 adultos do National Health and Nutrition Examination Survey (1999–2018) com dados dietéticos completos e 1.463 adultos do Women’s and Men’s Lifestyle Validation Study com registros alimentares completos de 7 dias. Foi realizada uma análise de cluster para identificar padrões de consumo de café ao longo do dia.

Resultados

Neste estudo observacional, dois padrões distintos de consumo de café ao longo do dia foram identificados: o padrão matutino (36% dos participantes) e o padrão ao longo de todo o dia (14% dos participantes). Esses padrões foram validados no Women’s and Men’s Lifestyle Validation Study. Durante um acompanhamento mediano (intervalo interquartil) de 9,8 (9,1) anos, foram registradas 4.295 mortes por todas as causas, 1.268 mortes por doenças cardiovasculares e 934 mortes por câncer. Após ajuste para as quantidades de café com e sem cafeína, horas de sono e outros fatores de confusão, o padrão matutino, em comparação com o padrão ao longo de todo o dia, foi significativamente associado a riscos menores de mortalidade por todas as causas (razão de risco: 0,84; intervalo de confiança de 95%: 0,74–0,95) e mortalidade específica por doenças cardiovasculares (razão de risco: 0,69; intervalo de confiança de 95%: 0,55–0,87) em comparação com aqueles que não consumiam café. O momento do consumo de café modificou significativamente a associação entre a quantidade de café ingerida e a mortalidade por todas as causas (P-interação = 0,031); maiores quantidades de café foram significativamente associadas a um menor risco de mortalidade por todas as causas em participantes com padrão matutino, mas não naqueles com padrão ao longo de todo o dia.

Conclusões

Beber café pela manhã pode estar mais fortemente associado a um menor risco de mortalidade em comparação com o consumo de café em outros momentos do dia.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Leite e Consumo de Cálcio Associados a Menor Risco de Câncer de Cólon

O consumo de laticínios, especialmente leite, apresentou uma associação significativa com a redução do risco de câncer colorretal (CCR) em mulheres, de acordo com dados de um grande estudo de coorte britânico.

Para cada 300 mg de cálcio consumidos diariamente, o risco de CCR diminuiu em 17%, sendo essa a associação inversa mais forte identificada entre quase 100 fatores dietéticos analisados. Uma análise baseada em genética sobre o consumo de leite reforçou a associação significativa com a redução do risco de CCR.

O estudo, que incluiu dados de 542.778 mulheres, também confirmou evidências substanciais pré-existentes que vinculam o consumo de álcool a um maior risco de CCR, relataram Keren Papier, PhD, da Universidade de Oxford, Inglaterra, e coautores na Nature Communications.

“Neste grande estudo prospectivo sobre dieta e câncer colorretal, encontramos uma associação positiva marcante para o álcool e uma associação inversa robusta para o cálcio”, escreveram os autores. “Associações inversas também foram observadas com outros fatores relacionados a laticínios, como leite de vaca, iogurte, riboflavina, magnésio, fósforo e potássio, que, em análises posteriores, pareceram ser primariamente decorrentes da associação desses fatores dietéticos com o cálcio.”

“Evidências adicionais de um possível papel causal do cálcio na incidência de câncer colorretal foram fornecidas por uma análise complementar do consumo de leite geneticamente previsto, que provavelmente também reflete a ingestão de cálcio”, acrescentaram.

Segundo especialistas em dieta e câncer, o estudo forneceu as evidências mais robustas até hoje de um efeito protetor do cálcio no risco de CCR.

“Este importante estudo com mais de meio milhão de mulheres no Reino Unido fornece evidências convincentes de que o consumo de laticínios, particularmente leite e iogurte, está associado à redução do risco de câncer colorretal, com o cálcio presente no leite sendo um dos principais fatores”, afirmou Ian Givens, PhD, da Universidade de Reading, em Berkshire, Inglaterra. “Os achados estão alinhados com pesquisas anteriores e, notavelmente, utilizaram marcadores genéticos de consumo de leite para fortalecer as conclusões. O que é particularmente preocupante é que muitas mulheres no Reino Unido, especialmente entre os grupos mais jovens, estão consumindo menos laticínios e têm uma ingestão de cálcio abaixo dos níveis recomendados.”

Embora limitado pela natureza observacional do estudo, os resultados fornecem orientação sobre modificações dietéticas que podem reduzir ou aumentar o risco de CCR, observou Tom Sanders, DSc, PhD, do King’s College London.

“Na minha opinião, as mensagens principais deste artigo são que consumir álcool acima dos limites seguros (mais de 14 unidades por semana) aumenta o risco de câncer colorretal em mulheres, mas que beber cerca de meio litro de leite de vaca por dia (o que fornece cerca de 300 mg de cálcio) é provavelmente protetor”, disse ele.

Andrew Prentice, PhD, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, acrescentou que “os resultados enfatizam que o consumo de leite é particularmente benéfico e mostram evidências de que esse efeito pode ser amplamente devido ao cálcio presente no leite, levantando a questão de saber se suplementos de cálcio também podem ser protetores. Ainda não há consenso sobre isso, mas, como nutricionista, continuarei a obter meu cálcio de leite e alimentos lácteos, que são ricos em muitos nutrientes.”

Para indivíduos que não consomem leite, o estudo identificou outras fontes de cálcio que podem ajudar a reduzir o risco de câncer colorretal (CCR), como brócolis ou tofu, destacou Lisa Wilde, PhD, da Bowel Cancer UK.

Apesar de inúmeras investigações, o papel dos fatores dietéticos no risco de CCR permanece incerto, observaram Papier e coautores na introdução do estudo. A Agência Internacional para Pesquisa em Câncer classificou o álcool e as carnes processadas como carcinogênicas e a carne vermelha como “provavelmente carcinogênica”, em parte com base em achados sobre CCR.

O terceiro relatório de especialistas do Fundo Mundial de Pesquisa sobre Câncer/Instituto Americano para Pesquisa sobre Câncer também concluiu que há “evidências convincentes” de associações entre maior consumo de álcool e carnes processadas e aumento do risco de CCR, continuaram os autores. Além disso, os especialistas descobriram que laticínios, leite de vaca, cálcio, suplementos de cálcio, grãos integrais e alimentos ricos em fibras “provavelmente” reduzem o risco de CCR, enquanto maior consumo de carne vermelha “provavelmente” aumenta o risco.

Para esclarecer as relações entre fatores dietéticos e o risco de CCR, os pesquisadores realizaram uma análise sistemática de 97 fatores dietéticos e suas associações com o risco de CCR em 542.778 participantes do Million Women Study, que documentou 12.251 casos de CCR durante um acompanhamento médio de 16,6 anos. Todos os participantes completaram um questionário alimentar detalhado, e 7% também realizaram uma avaliação alimentar online de 24 horas.

A análise identificou 17 fatores dietéticos com associações positivas ou negativas significativas com o risco de CCR (P<0,009). Entre esses, o consumo de álcool e cálcio teve as associações mais fortes. Cada 20 g/dia de álcool foi associado a um aumento de 15% no risco de CCR (IC 95% 1,09–1,20, P<0,0000001). Em contraste, cada 300 mg/dia de cálcio foi associado a uma redução significativa no risco de CCR (RR 0,83; IC 95% 0,77–0,89, P<0,000001).

O consumo de carne vermelha e processada também aumentou o risco de CCR. Os outros fatores tiveram associações negativas com o risco de CCR, incluindo leite de vaca, fósforo, riboflavina, grãos integrais, magnésio, iogurte, folato, carboidratos, açúcares totais, vitamina C, frutas, cereais matinais, potássio e fibras alimentares, que apresentaram valores de risco relativo entre 0,07–0,83.

Papier e colegas também realizaram uma análise de randomização mendeliana sobre o consumo de leite, um método estatístico que utiliza variantes genéticas para avaliar relações causais. Com base em dados de três grandes estudos populacionais, a análise mostrou que o risco de qualquer CCR diminuiu 40% para cada 200 g/dia de leite de vaca consumidos (IC 95% 0,46–0,74), incluindo uma redução de 40% para câncer de cólon (IC 95% 0,43–0,77) e 51% para câncer retal (IC 95% 0,31–0,67).

“Além de confirmar as bem-estabelecidas associações positivas do consumo de álcool, carne vermelha e carnes processadas com o risco de câncer colorretal, esta grande análise prospectiva fornece evidências robustas que apoiam o papel protetor do cálcio dietético”, concluíram os autores. “Pesquisas adicionais são necessárias para investigar os benefícios ou riscos gerais à saúde associados a maiores ingestões de cálcio.”

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Frutas, verduras e legumes: Janeiro

   


Por que consumir alimentos da safra? Existem vantagens?

Motivo 1: Se está na safra, provavelmente o preço está menor. Mais economia para o seu bolso.

Motivo 2: Tendem a ter maior densidade nutricional, a quantidade de nutrientes, em especial antioxidantes é maior, visto que, utiliza-se menos agrotóxicos e o vegetal precisa se adaptar a situações inóspitas (pragas, calor, frio, umidade, radiação solar, ventos). Ou seja, ele produz mais "defesas", nesse caso os polifenóis, que são antixodantes. Os alimentos da safra são colhidos no momento ideal de maturação, o que significa que estão no auge do seu sabor, textura e valor nutricional. Consumí-los garante que você esteja recebendo produtos frescos e de melhor qualidade.

Motivo 3: Safra = maior abundância. Provavelmente terá menos agrotóxicos (eu disse menos, não que não tenham). Se a está na safra, naturalmente naquela época do ano aquele alimento desenvolve mais facilmente. Não sendo necessário uso de agrotóxicos ou caso o agricultor utilize, a quantidade tende a ser menor. Menos agrotóxico, menos veneno. Em breve o Ministério da saúde publicará um guia sobre efeitos dos agrotóxicos na saúde humana. Tema totalmente negligenciado na Medicina. 

Motivo 4: Os vegetais na safra são encontrados mais facilmente nas feiras e mercados. O Brasil é um país vasto e diversificado, com diferentes regiões climáticas que possibilitam o cultivo de uma grande variedade de alimentos ao longo do ano. Consumir alimentos da safra permite que você experimente uma ampla gama de frutas, legumes e verduras, aproveitando a diversidade da culinária brasileira.

Motivo 5: Sustentabilidade e apoio ao agricultores locais.  Consumir os alimentos da safra vigente é um ato de sustentabilidade, pois respeita o tempo da natureza e economiza energia e recursos extras de forma intensiva ou no transporte por diferentes distâncias. Escolher alimentos da safra muitas vezes significa apoiar práticas agrícolas mais sustentáveis. Como esses alimentos estão disponíveis localmente e não precisam ser transportados por longas distâncias, há uma redução significativa na pegada de carbono associada ao seu consumo. Além disso, os produtores locais que cultivam alimentos da safra geralmente empregam técnicas agrícolas mais amigáveis ao meio ambiente.  Comprar alimentos da safra de produtores locais contribui para fortalecer a economia da sua região. Ao apoiar os agricultores locais, você ajuda a manter empregos na comunidade e a promover um sistema alimentar mais justo e sustentável. 


Frutas de Janeiro
Abacaxi havaí
Ameixa
Carambola
Cupuaçu
Figo
Goiaba
Graviola
Jaca
Laranja pera
Limão taiti
Mamão formosa e havaí
Manga palmer
Maracujá azedo e doce
Melancia
Nectarina estrangeira
Pêssego estrangeiro
Pinha
Pitaia
Sapoti
Uva itália e niágara



Verduras e Legumes de Janeiro
Abóbora 
Abobrinha 
Batata 
Berinjela
Beterraba
Cenoura
Cogumelo
Jiló
Mandioquinha
Pepino
Pimenta 
Pimentão quiabo
Tomate
Alface
Aspargo
Couve
Escarola
Salsāo


Autores
Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915, CRM-SC 32.949, RQE 22.416
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Márcio José de Souza - Nutricionista e Profissional da Educação física

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Feliz 2025

Esse ano estou sem inspiração. Isso é dificil acontecer, mas como vcs me acompanham desde 2010, seria injusto da minha parte não desejar um 2025 para vcs. 


domingo, 15 de dezembro de 2024

Jejum intermitente pode favorecer queda de cabelo?

A popular dieta de jejum intermitente desacelera o crescimento capilar tanto em humanos quanto em camundongos, mostram experimentos.

Um regime de perda de peso amplamente adotado parece inibir o crescimento capilar, segundo dados coletados de camundongos e humanos. O estudo revela que o jejum intermitente, caracterizado por períodos curtos de privação alimentar, desencadeia uma resposta de estresse que pode inibir ou até matar células-tronco dos folículos capilares, responsáveis pelo crescimento do cabelo.

Os resultados, publicados hoje na revista Cell, sugerem que, embora o jejum de curto prazo possa trazer benefícios à saúde, como o aumento da longevidade em camundongos, nem todos os tecidos e tipos celulares se beneficiam.

“Fiquei chocado ao ouvir esses resultados”, diz Ömer Yilmaz, biólogo de células-tronco do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, que não participou do estudo. “Estamos acostumados a pensar que o jejum é benéfico para a maioria, se não todos, os tipos celulares, e bom para as células-tronco. Isso é o oposto do que esperávamos, e parece ser verdadeiro também em humanos.”

Privação deliberada

Na última década, o jejum intermitente tornou-se um dos regimes de dieta mais populares; segundo estimativas, cerca de 12% dos adultos nos Estados Unidos o praticaram em 2023. Uma das formas mais comuns é a alimentação com restrição de tempo, que consiste em comer apenas dentro de um intervalo limitado de horas por dia.

As células-tronco parecem ser particularmente vulneráveis às mudanças na dieta. Por exemplo, Yilmaz e seus colegas relataram em agosto que as células-tronco no intestino de camundongos mostraram um aumento de atividade durante o período de alimentação pós-jejum, ajudando a reparar danos nos intestinos dos animais.

Para investigar se o jejum afeta o crescimento capilar, que pode ser influenciado pelo estresse, Bing Zhang, biólogo regenerativo da Universidade Westlake em Zhejiang, China, e seus colegas rasparam camundongos e os submeteram a dois regimes de jejum intermitente: alimentação com restrição de tempo e jejum em dias alternados, em que os animais jejuavam por 24 horas e, no dia seguinte, consumiam sua dieta normal. Ao final do estudo, que durou três meses, os camundongos em dieta não haviam recuperado tanto pelo quanto os animais do grupo controle, que consumiram um número semelhante de calorias, observaram os autores.

Os pesquisadores atribuíram esse efeito à morte das células-tronco dos folículos capilares. Experimentos adicionais mostraram que o jejum intermitente desencadeou uma comunicação entre as glândulas adrenais, responsáveis pela produção de hormônios do estresse, e as células de gordura na pele. Essa interação levou as células de gordura da pele a liberarem moléculas chamadas ácidos graxos, que prejudicaram o metabolismo das células-tronco e causaram danos que, em alguns casos, resultaram na morte das células-tronco. No entanto, a aplicação de um creme antioxidante antes e durante a dieta preveniu o comprometimento do crescimento capilar, sugerindo que esse efeito não é inevitável.

Para verificar se esse efeito também ocorre em humanos, os pesquisadores randomizaram 49 pessoas em dois grupos: um seguiu um regime de jejum intermitente, e o outro (grupo controle) consumiu alimentos sem restrições de tempo. O crescimento capilar no grupo de jejum foi 18% mais lento em comparação com o grupo controle. Testes moleculares identificaram evidências de que um mecanismo semelhante ao observado em camundongos poderia ser responsável por esse efeito.

É “intrigante” que esses efeitos não tenham se estendido às células-tronco relacionadas à produção e reparação da camada externa da pele, que forma uma barreira imunológica essencial, diz Elaine Fuchs, pesquisadora de células-tronco da Universidade Rockefeller, em Nova York, que não participou do estudo. “Pelo menos alguns de nós concordariam que, a menos que você seja um boi-almiscarado vivendo na tundra do Alasca, o cabelo é dispensável”, afirma Fuchs. “No jejum intermitente, o corpo não sabe quando será a próxima refeição, e a prioridade torna-se proteger os órgãos centrais, dispensando aqueles que não são essenciais.”

Yilmaz e seus colegas também identificaram outro ponto negativo do jejum intermitente: a dieta pode estimular o desenvolvimento de lesões intestinais pré-cancerígenas caso os camundongos apresentem uma mutação genética causadora de câncer durante o período pós-jejum. Esses achados, segundo Yilmaz, devem motivar mais investigações sobre os efeitos do jejum nas células do cérebro e do fígado.

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Inciativa premiada no Prêmio Euro - Inovação na Saúde
By Alberto Dias Filho - Digital Opinion Leader
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Embaixador das Comunidades Médicas de Endocrinologia - EndócrinoGram e DocToDoc

Carta aberta à ANVISA e Sociedade civil brasileira

É notório que, nas últimas décadas, a Endocrinologia tem sido agraciada por inúmeras evoluções tecnológicas, principalmente no desenvolvimento de fármacos com alta potência para o controle do peso e, consequentemente, melhorando diversos parâmetros metabólicos, cardiovasculares, inflamatórios, renais, hepáticos, dentre outros.

Dito isso, enormes desafios têm sido impostos a nós, formadores de opinião e divulgadores da boa prática clínica, de forma ética e compreensível tanto para os colegas de profissão quanto para a sociedade civil.

Tem nos preocupado a crescente autoprescrição e a ausência da necessidade de receituário médico retido no que concerne aos análogos do receptor de GLP-1, com ênfase na semaglutida, gerando consequências gravíssimas à saúde pública no Brasil, a citar:
1. Muitos efeitos colaterais por uso abusivo em altas doses, sem qualquer tipo de orientação médica especializada.
2. O uso meramente recreativo dessas medicações por indivíduos que não possuem indicação clínica prevista em bula, aumentando os riscos de efeitos colaterais e maximizando a chance de desabastecimento nas farmácias para aqueles pacientes que realmente se beneficiariam dos análogos de GLP-1.
3. Indivíduos com baixo peso e transtornos alimentares graves, como anorexia nervosa, utilizando principalmente semaglutida, aumentando muito os riscos de desnutrição e internações hospitalares.
4. A falta de orientação médica para suspensão dessas medicações em casos de procedimentos anestésicos com necessidade de sedação, conforme recente orientação das diversas sociedades de anestesiologia por todo o mundo, aumentando o risco de broncoaspiração, uma vez que, sem orientação clínica, muitas vezes pode haver omissão por parte do paciente, já que este tende a desconhecer suas possíveis complicações.
5. Aplicação dos fármacos por profissionais médicos e não médicos em seus próprios consultórios, sem qualquer fiscalização ou adequação de armazenamento, cobrando altos valores, lesando o código de ética médica, que proíbe a venda de medicações nesse contexto.
6. Aumento do risco de falsificações e propaganda enganosa, inclusive de produtos ainda não disponíveis no Brasil, como a tirzepatida, podendo cursar com efeitos adversos graves, conforme foi noticiado pela imprensa nas últimas semanas, causando, inclusive, hospitalizações de pacientes submetidos a essa má prática clínica.

Devemos ter, portanto, como objetivo principal, mudar, via ANVISA, o tipo de receituário necessário para o uso dos análogos de GLP-1 e coagonistas GLP-1/GIP para o tratamento de diabetes mellitus e/ou obesidade:

a) Semaglutida via subcutânea 0,25; 0,5; 1,0; 1,7 ou 2,4 mg/semana.
b) Liraglutida via subcutânea 0,6; 1,2; 1,8; 2,4 ou 3,0 mg/dia.
c) Dulaglutida via subcutânea 0,75 ou 1,5 mg/semana.
d) Semaglutida via oral 3, 7 ou 14 mg/dia.
e) Tirzepatida via subcutânea 2,5; 5; 7,5; 10; 12,5; 15 mg/semana.

Acreditamos que a obrigatoriedade de receituário comum retido para esses fármacos trará muito mais segurança para os pacientes, da mesma forma que, no começo do século, isso ocorreu na prescrição de antibioticoterapia, sendo uma grande vitória para a Medicina no Brasil. É válido destacar também que a necessidade de prescrição médica e receituário para os análogos de GLP-1 e coagonistas GLP-1/GIP já é uma prática no mundo inteiro, sem reduzir seu acesso à população, inclusive incentivando uma maior frequência de seguimento com o especialista. Temos profunda convicção de que o caminho em nosso país deverá ser o mesmo.

A tendência é que, nos próximos anos, novos fármacos de alta potência no controle do peso cheguem ao mercado, e temos que estar preparados para evitar maiores complicações para nossos pacientes, protegendo-os de prescrições inadequadas e aumentando a capacidade de fiscalização desses receituários, coibindo falsificações e vendas fora do contexto das farmácias.

Enfatizamos que a ausência de necessidade de receituário retido para os análogos de GLP-1 é um grave problema de saúde pública, e uma solução célere é mandatória.

Salada 23: Salada guirlanda (Natalina)

Essa salada é ideal para se utilizar no natal e apesar de ser simples, fica esteticamente apresentável. Dois itens são essenciais: Para dar o contraste, o prato no qual a salada ficará disposta deve ser de cor clara, preferencialmente branco. Precisará de um Bowl ou tigela de aproximadamente 15cm de diâmetro, para colocar ao centro e ir montando a salada. A idéia é que a salada pareça uma guirlanda natalina. 

Ingredientes:
20 tomates bem vermelhos e arredondados (se não encontrar, pode ser o cereja)
Ramos de alecrim para colocar na lateral, para dar aspecto de pinheiro
Alface crespa cortada em tiras de 1 cm
Alface roxa cortada em tiras de 1 cm
Repolho roxo cortado em tiras de 0,5cm
20 bolinhas de muçarela de bufala ou queijo de cabra em bolinhas
1/2 xícara de Oleaginosas trituradas, da sua preferência
Sal a gosto

Para o molho:
4 col de sopa de vinagre balsâmico
2 colheres de sopa de azeite
2 colheres de sopa de mel
 
Modo de Preparo:
Posicione o bowl ou a tigela no centro do prato.
Vá distribuindo as folhagens ao redor do bowl para formar a guirlanda. Salpique sal a gosto. 
Pegue os ramos de alecrim e vá colocando na lateral, para dafr aspecto de pinheiro natalino.
A ideia é que as bolinhas de queijo e os tomates imitem as bolinhas de natal. Então, distribua uniformemente ao longo da "guirlanda".
Depois espalhe as oleaginosas da sua preferência.

O molho é simples. Basta emulsionar o vinagre balsâmico com azeite e depois o mel.  Separe e coloque para ser servido à parte. 


Para quem ainda não leu os posts publicados:

Introdução à salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada.html

Princípios básicos da salada: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/01/boracomersalada-post-1-principios.html

Salada 1: Berinjela com castanha do Pará (ou castanha do Brasil), uva-passa e hortelã: 

https://www.nutrologogoiania.com.br/salada-1-berinjela-com-castanha-do-para-ou-castanha-do-brasil-uva-passa-e-hortela

Salada 2: Salada de inverno de abacate com frango cítrico: 

http://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-2-salada-de-inverno-de-abacate.html?m=0

Salada 3: Salada de inverno de rúcula: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/06/salada-3-salada-de-inverno-de-rucula.html

Salada 4: Salada com legumes assados: 

https://www.ecologiamedica.net/2022/07/salada-4-salada-de-legumes-assados.html

Salada 5: Salada de Picles de pepino com molho de alho:

 https://www.ecologiamedica.net/2023/04/salada-5-salada-de-picles-de-pepino-com.html

Salada 6: Salada vegana de lentilha crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-6-salada-vegana-de-lentilha.html

Salada 7: Salada cítrica de grão de bico: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/07/salada-7-salada-de-grao-de-bico-citrica.html

Salada 8: Salada de frango com molho pesto de abacate: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/08/salada-8-salada-de-frango-com-molho-de.html

Salada 9: Salada de berinjela com passas e amêndoas: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-9-salada-de-berinjela-com-passas.html?m=0

Salada 10: Salada com molho homus

https://www.ecologiamedica.net/2023/11/salada-10-salada-com-molho-homus.html

Salada 11: Salada de atum crocante: 

https://www.ecologiamedica.net/2023/12/salada-11-salada-crocante-de-atum.html

Salada 12: Trigo cozido com especiarias

https://www.ecologiamedica.net/2024/02/salada-12-trigo-cozido-com-especiarias.html

Salada 13: Salada de Pequi com molho de mostarda e mel

https://www.ecologiamedica.net/2024/04/salada-13-salada-de-pequi-ao-molho-de.html

Salada 14: Salada de Quinoa com frango dourado

https://www.ecologiamedica.net/2024/05/salada-14-salada-de-quinoa-com-frango.html

Salada 15: Salada Waldorf

https://www.ecologiamedica.net/2024/05/salada-15-salada-waldorf.html

Salada 16: Salada de inverno cítrica

https://www.ecologiamedica.net/2024/06/salada-16-salada-de-inverno-citrica.html

Salada 17: Salada de inverno de cogumelos

https://www.ecologiamedica.net/2024/06/salada-17-salada-de-inverno-de-cogumelos.html

Salada 18: Salada Grega

https://www.ecologiamedica.net/2024/07/salada-18-salada-grega.html

Salada 19: Salada de Chicória (escarola) com páprica defumada

https://www.ecologiamedica.net/2024/08/salada-19-salada-de-chicoria-escarola.html

Salada 20: Salada de chicória com tahine

https://www.ecologiamedica.net/2024/08/salada-20-salada-de-chicoria-com-tahine.html

Salada 21: Salada de chicória com tofu amassado

https://www.ecologiamedica.net/2024/09/salada-21-salada-de-escarola-com-tofu.html

Salada 22: Tabule tradicional

https://www.ecologiamedica.net/2024/09/salada-22-tabule-tradicional.html

Salada 23: Salada Natalina em formato de guirlanda

https://www.ecologiamedica.net/2024/12/salada-23-salada-guirlanda-natalina.html

sábado, 14 de dezembro de 2024

Presente de Natal - Banco de questões de Nutrologia, resumos, guidelines

Preparei para alguns amigos um banco com mais de 1000 questões de Nutrologia, centenas de questões de provas de título anteriores. Na íntegra as de 2022, 2023 e 2024... Os guidelines mais recentes, editais passados, bem como a lista de aprovados desde 2014. Todos para download gratuitamente. Ao longo do ano alimentarei o drive com mais materiais. Objetivo: os alunos se preparem melhor para a prova de 2025. 

Link: https://encurtador.com.br/qAJhs

att

Dr. Frederico Lobo

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Parabéns aos aprovados na prova de título de Nutrologia de 2024

Foi publicado hoje o resultado dos aprovados na prova de título de Nutrologia de 2024. Esse ano somente duas afilhadas prestaram, porém, ambas foram aprovadas. http://abran.org.br/media/files/lista-de-aprovados-2024.pdf

Dra. Ana Gabriela Magalhães - Divinópolis - MG

Dra. Esthefânia Garcia de Almeida - Araxá - MG

Muito feliz pela aprovação de ambas. Participaram de praticamente todas as mentorias que realizei em 2023/2024. Destrincharam o edital, resolveram todo o banco de questões (mais de 1500 questões). Leram os mais de 600 Flashcards. Resultado: aprovação.

Em 2025 pelo menos 8 afilhados prestarão e espero novamente 100% de aprovação. O Brasil precisa de bons Nutrólogos.

Elaborei um drive com banco de questões, editais passados e lista de aprovados. Acesso gratuito. Clique aqui: https://encurtador.com.br/qAJhs

Att

Dr. Frederico Lobo


domingo, 1 de dezembro de 2024

Frutas, verduras e legumes: Dezembro

   


Por que consumir alimentos da safra? Existem vantagens?

Motivo 1: Se está na safra, provavelmente o preço está menor. Mais economia para o seu bolso.

Motivo 2: Tendem a ter maior densidade nutricional, a quantidade de nutrientes, em especial antioxidantes é maior, visto que, utiliza-se menos agrotóxicos e o vegetal precisa se adaptar a situações inóspitas (pragas, calor, frio, umidade, radiação solar, ventos). Ou seja, ele produz mais "defesas", nesse caso os polifenóis, que são antixodantes. Os alimentos da safra são colhidos no momento ideal de maturação, o que significa que estão no auge do seu sabor, textura e valor nutricional. Consumí-los garante que você esteja recebendo produtos frescos e de melhor qualidade.

Motivo 3: Safra = maior abundância. Provavelmente terá menos agrotóxicos (eu disse menos, não que não tenham). Se a está na safra, naturalmente naquela época do ano aquele alimento desenvolve mais facilmente. Não sendo necessário uso de agrotóxicos ou caso o agricultor utilize, a quantidade tende a ser menor. Menos agrotóxico, menos veneno. Em breve o Ministério da saúde publicará um guia sobre efeitos dos agrotóxicos na saúde humana. Tema totalmente negligenciado na Medicina. 

Motivo 4: Os vegetais na safra são encontrados mais facilmente nas feiras e mercados. O Brasil é um país vasto e diversificado, com diferentes regiões climáticas que possibilitam o cultivo de uma grande variedade de alimentos ao longo do ano. Consumir alimentos da safra permite que você experimente uma ampla gama de frutas, legumes e verduras, aproveitando a diversidade da culinária brasileira.

Motivo 5: Sustentabilidade e apoio ao agricultores locais.  Consumir os alimentos da safra vigente é um ato de sustentabilidade, pois respeita o tempo da natureza e economiza energia e recursos extras de forma intensiva ou no transporte por diferentes distâncias. Escolher alimentos da safra muitas vezes significa apoiar práticas agrícolas mais sustentáveis. Como esses alimentos estão disponíveis localmente e não precisam ser transportados por longas distâncias, há uma redução significativa na pegada de carbono associada ao seu consumo. Além disso, os produtores locais que cultivam alimentos da safra geralmente empregam técnicas agrícolas mais amigáveis ao meio ambiente.  Comprar alimentos da safra de produtores locais contribui para fortalecer a economia da sua região. Ao apoiar os agricultores locais, você ajuda a manter empregos na comunidade e a promover um sistema alimentar mais justo e sustentável. 


Frutas de Dezembro
Abacaxi Pérola
Acerola
Ameixa nacional
Amora
Cereja estrangeira
Coco Verde
Figo
Framboesa
Graviola
Kiwi Estrangeiro
Laranja Pera
Lichia
Limāo Taiti
Maçã Fuji, Red Del e Granny Smith
Manga Haden, Palmer, Tommy
Maracujá Doce
Melancia
Melāo Amarelo
Nectarina nacional e estrangeira
Pêssego nacional
Romā
Uva Itália, Niagara, Rubi



Verduras e Legumes de Dezembro
Alho-poró
Abobrinha
Aspargos
Beterraba
Brócolis
Cenoura
Couve-bruxelas
Cogumelo
Endívias
Hortelã
Manjericão
Maxixe
Mostarda
Nabo
Palmito
Pepino
Pimentões
Rabanete
Rúcula
Salsa
Salsāo
Tomate

Autores
Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915, CRM-SC 32.949, RQE 22.416
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Márcio José de Souza - Nutricionista e Profissional da Educação física

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Diagnóstico de diabetes é atualizado- Por Dra. Natália Jatene - Endocrinologista


O diabetes é uma condição de saúde crônica que tem impactado cada vez mais pessoas em todo o mundo, inclusive no Brasil, de acordo com a endocrinologista Dra Natália Jatene. 

A doença é caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue, que ocorre devido a problemas na produção ou ação da insulina, um hormônio essencial para o metabolismo energético do organismo. A insulina é responsável por permitir que a glicose entre nas células, onde será usada como fonte de energia. Quando há um desequilíbrio nessa função, os níveis de glicose no sangue ficam altos, gerando uma série de complicações ao longo do tempo.

Incidência e Prevalência

A incidência e a prevalência do diabetes têm crescido de forma alarmante nos últimos anos. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), atualmente mais de 16 milhões de brasileiros vivem com essa condição, e estima-se que cerca de 8% da população adulta seja afetada pela doença. Esse aumento é atribuído principalmente a mudanças no estilo de vida, como sedentarismo, má alimentação e aumento da obesidade, que são fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.

O diabetes é uma das principais causas de complicações como doenças cardiovasculares, amputações, cegueira e insuficiência renal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com diabetes quadruplicou nas últimas décadas, com cerca de 422 milhões de adultos afetados globalmente. Isso mostra a necessidade urgente de medidas preventivas e de conscientização, além de um cuidado médico adequado para os que já convivem com a doença.

Sinais e Sintomas

Os sintomas podem variar dependendo do tipo da doença e da gravidade. No entanto, alguns sinais clássicos e iniciais podem indicar a presença da condição:
1. Poliúria (aumento da frequência urinária)
2. Polidipsia (sede excessiva):
3. Polifagia (fome excessiva):
4. Perda de peso inexplicável
5. Cansaço e fraqueza
6. Infecções frequentes

Além desses sinais, o diabetes tipo 2 pode ser assintomático em suas fases iniciais, o que torna o diagnóstico precoce mais difícil. Por isso, muitas vezes o diabetes tipo 2 só é descoberto quando surgem complicações mais graves, como problemas cardíacos, renais ou visão prejudicada.

Principais Tipos de Diabetes

Diabetes Tipo 1: É uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. A causa exata do diabetes tipo 1 não é conhecida, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais estejam envolvidos. Esse tipo é mais comum em crianças, adolescentes e jovens adultos, e os sintomas costumam aparecer rapidamente.


Diabetes Tipo 2: Este é o tipo mais comum, representando cerca de 90% dos casos. Ele ocorre devido à resistência à insulina, onde as células não respondem adequadamente ao hormônio, além de uma produção insuficiente de insulina. O tipo 2 está fortemente associado ao excesso de peso, sedentarismo e fatores genéticos.

Diabetes Gestacional: Esse tipo ocorre durante a gravidez e é caracterizado pela hiperglicemia (alta concentração de glicose no sangue) que surge pela primeira vez durante a gestação. Ele aumenta o risco de complicações tanto para a mãe quanto para o bebê, e a mulher que teve diabetes gestacional tem mais chances de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

Outros Tipos de Diabetes: Há outros tipos menos comuns, que podem ser causados por condições genéticas, uso de medicamentos como corticosteroides, doenças do pâncreas e algumas síndromes endócrinas.

Fisiopatologia do Diabetes

A fisiopatologia do diabetes varia de acordo com o tipo. No diabetes tipo 1, o sistema imunológico destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Com isso, há um déficit absoluto de insulina, o que impede o transporte da glicose para as células. No diabetes tipo 2, o problema é a resistência das células à insulina e uma secreção inadequada do hormônio pelo pâncreas. A insulina é produzida, mas as células do corpo não conseguem responder a ela adequadamente, o que resulta na permanência de glicose elevada no sangue.

No diabetes gestacional, acredita-se que os hormônios da placenta criem uma resistência temporária à insulina, comprometendo o controle da glicose durante a gravidez. O controle inadequado desses níveis pode trazer consequências graves tanto para a mãe quanto para o bebê, como macrossomia fetal (bebês muito grandes), hipertensão e risco de pré-eclâmpsia.

Diagnóstico do Diabetes

As novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) de 2024 introduziram mudanças importantes nos critérios diagnósticos do diabetes mellitus (DM) e pré-diabetes, destacando avanços para uma detecção mais precoce da condição:

Principais atualizações:
Incorporação do TTGO-1h:
A glicemia de 1 hora após a ingestão de 75 g de glicose no Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG, agora chamado TTGO) foi incluída nos critérios diagnósticos:
Diabetes: ≥ 209 mg/dL.
Pré-diabetes (hiperglicemia intermediária): 155-208 mg/dL.
Este critério é mais sensível e prático que o de 2 horas, permitindo diagnóstico precoce e intervenções mais eficazes.

Critérios diagnósticos revisados:
Glicemia de jejum: ≥ 126 mg/dL.
HbA1c: ≥ 6,5%.
Glicemia ao acaso com sintomas típicos: ≥ 200 mg/dL.
Glicemia após 2h no TTGO: ≥ 200 mg/dL.

Recomendações para rastreamento do Diabetes:
Indicado a partir dos 35 anos ou em indivíduos mais jovens com sobrepeso/obesidade e ao menos um fator de risco adicional (ex.: histórico familiar, hipertensão, dislipidemias, sedentarismo, SOP, entre outros).
Uso do questionário FINDRISC para avaliar o risco de diabetes tipo 2 em pessoas com menos de 35 anos, complementando a triagem.

Reforço na confirmação diagnóstica:
Exige-se a repetição de qualquer exame alterado, salvo em casos específicos (ex.: combinação de glicemia de jejum elevada e HbA1c ≥ 6,5%).
Essas mudanças visam ampliar a precisão e a praticidade no diagnóstico, além de permitir intervenções preventivas mais cedo, reduzindo riscos de complicações graves associadas a condição

Tratamento e Importância do Endocrinologista

O tratamento da doença varia conforme o tipo e a gravidade da condição. Para o diabetes tipo 1, a única opção de tratamento é a insulina, que pode ser administrada por injeções ou bombas de insulina. Já o diabetes tipo 2 pode ser tratado com mudanças no estilo de vida, medicamentos orais (como metformina) e, em alguns casos, com insulina ou outros injetáveis, caso o controle glicêmico não seja atingido com as medicações orais.

Nos últimos anos houve um grande avanço no tratamento da hiperglicemia , com medicamentos que trazem benefícios além do controle glicêmico como a redução do peso , mortalidade cardiovascular, impedir progressão de doença renal e também em tratar a doença gordurosa do fígado

O desconhecimento dos sintomas, e os inúmeros mitos e estigmas que envolvem a doença muitas vezes levam o paciente a não buscar atendimento especializado em tempo hábil de se prevenir as complicações

O médico endocrinologista é de fundamental importância no diagnóstico e acompanhamento da doença pois o tratamento requer monitorização contínua e a realização de exames periódicos para avaliar o controle glicêmico e a presença de complicações. O endocrinologista também orienta o paciente sobre a importância de aderir ao tratamento, manter uma alimentação saudável, praticar atividade física e realizar a automonitorização da glicose, especialmente para os que usam insulina.

A Importância do Estilo de Vida e Prevenção

Para prevenção as mudanças no estilo de vida são essenciais. Uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, ajuda a manter o peso adequado e reduz o risco de resistência à insulina. A prática regular de atividade física, de preferência 150 minutos semanais de atividades aeróbicas, também é recomendada. Para aqueles com histórico familiar ou que apresentem fatores de risco, como obesidade ou hipertensão, a realização de exames periódicos pode ajudar a identificar precocemente a condição e prevenir complicações.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

No Brasil, ultraprocessados causam perda anual de pelo menos R$ 10 bilhões - Por Meghie Rodrigues (O Joio e O Trigo)

Novo estudo calcula custos relativos a mortes e doenças relacionadas ao consumo de biscoitos, salgadinhos, macarrão instantâneo, sorvete e companhia O aumento no consumo de produtos ultraprocessados está gerando um custo bilionário à economia brasileira. 

Mais especificamente, o Brasil perde R$ 10,4 bilhões todos os anos com mortes e doenças agravadas pela ingestão contínua de ultraprocessados. Esta é a principal conclusão de um relatório lançado nesta quinta-feira (21) pela ACT Promoção da Saúde, organização que atua na defesa de políticas de saúde pública. 

Segundo o estudo, quase o total desse montante (R$ 9,2 bilhões) responde pelas perdas econômicas causadas pela morte prematura de pessoas em idade produtiva, o que gera uma baixa no mercado de trabalho. 

O número reforça os achados de um estudo publicado em 2022 no American Journal of Preventive Medicine, que estimou a morte de 57 mil brasileiros por ano por doenças intimamente ligadas com o consumo de ultraprocessados. 

O número corresponde a 10,5% das mortes por todas as causas no país. Os achados foram novidade até para quem esteve à frente do estudo. “A parte dos custos nos surpreendeu bastante porque estamos falando de apenas 20% das calorias vindo de ultraprocessados — o impacto que isso tem no aumento de fatores de risco é muito maior proporcionalmente falando,” diz o biólogo Eduardo Nilson, autor do relatório e pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) e da Fiocruz Brasília. Ele também é autor do estudo que estimou as 57 mil mortes. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE de 2017-2018 mostram que cerca de 20% calorias consumidas pelo brasileiro adulto — ou 400 em uma dieta de 2.000 calorias diárias — vêm de produtos ultraprocessados. 

O consumo desses produtos entre os brasileiros aumentou 5,5% na última década. “Quando se fala de consumo de ultraprocessados, falamos da proporção em média que estes produtos ocupam na dieta do brasileiro”, explica Deborah Carvalho Malta, professora da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais. Especialista em inquéritos epidemiológicos, Malta coordenou o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) entre 2006 e 2015.[1]  

Fechando a conta dos R$ 10,4 bilhões em perdas, o estudo também estimou que hospitalizações, procedimentos ambulatoriais e farmácia popular geram um custo de quase R$ 1 bilhão por ano (R$ 933,5 milhões) ao Sistema Único de Saúde, o SUS. Além disso, ainda há os custos previdenciários — de aposentadorias precoces e licenças médicas — e os custos por absenteísmo, causados por internações e licenças médicas: somam R$ 263,2 milhões ao ano. 

O prejuízo totalizado, segundo o estudo, é duas vezes o valor investido anualmente no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e 300 vezes o que é investido no programa de Cozinhas Solidárias.

Para ler a reportagem completa acesse o site do O Joio e O trigo: https://ojoioeotrigo.com.br/2024/11/no-brasil-ultraprocessados-custam-r-10-bilhoes-aos-cofres-publicos/


terça-feira, 19 de novembro de 2024

Ozempic e Mounjaro ganham versão manipulada: é seguro? Pode ou não pode?

Mas antes de explicar, sugiro que você me siga no instagram: @drfredericolobo para mais informações de qualidade em Nutrologia e Medicina. Lá, posto principalmente nos stories, informação de qualidade e no feed, junto com meus afilhados postamos sobre vários temas. Caso queira agendar consulta presencial ou por telemedicina, clique aqui.

 

Link para a reportagem: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2024/11/11/versoes-manipuladas-de-ozempic-e-mounjaro-sao-cercadas-de-polemica-entenda.htm

Horas sentado, anos perdidos: malefícios do comportamento sedentário

 Quando se fala em evolução da espécie, a primeira imagem que vem à cabeça de muita gente é aquela representação em fileira que vai do macaco até o homem moderno, da esquerda para a direita.

Nos últimos tempos, porém, artistas resolveram atualizar a figura que encerra a linha, colocando um sujeito à frente de um computador. 

O desenho contém imprecisões científicas, mas tem lá seu fundinho de verdade, ao menos ao expor um dos hábitos mais frequentes do ser humano no século 21: ficar sentado.

Se olharmos pelo retrovisor da história biológica, veremos que nosso corpo não foi projetado para o imobilismo.

Pois é, pode parecer um tanto mais cômodo, mas horas e horas numa cadeira cobrarão um preço da saúde. E aí, já parou para pensar como anda sua rotina de trabalho e lazer e como ela repercute no organismo?




Medicamentos para obesidade podem ajudar a reduzir o consumo de álcool

Pontos principais:

Medicamentos para obesidade, juntamente com um programa de telessaúde, podem reduzir o consumo de álcool dos pacientes.

A redução no consumo de álcool foi especialmente notada entre aqueles com maior peso corporal e aqueles que bebiam mais no início do estudo.

SAN ANTONIO — Medicamentos para obesidade, independentemente da classe ou geração, foram associados à redução do consumo de álcool entre indivíduos participantes de um programa de perda de peso por telessaúde, de acordo com uma apresentação feita por uma palestrante.

Durante o evento ObesityWeek, Michelle I. Cardel, PhD, MS, RD, FTOS, diretora de nutrição da Weight Watchers e professora adjunta da Universidade da Flórida, apresentou dados indicando que pessoas envolvidas em um programa de manejo da obesidade por telessaúde que receberam prescrição de medicamentos para perda de peso relataram beber menos álcool. A redução foi especialmente observada entre mulheres, indivíduos com maior peso corporal e aqueles que apresentavam altos níveis de consumo de álcool no início do estudo.

“Anedoticamente, ouvimos de pacientes que eles simplesmente não tinham mais interesse em álcool. Seus desejos haviam diminuído. Quando bebiam, sentiam-se muito mal e relataram que estavam bebendo muito menos do que antes de iniciar os medicamentos para obesidade. Principalmente, isso foi relatado por pacientes em medicações GLP-1, como semaglutida ou tirzepatida,” disse Michelle I. Cardel ao Healio. “Então, ficamos curiosos. Avaliamos o consumo de álcool em nosso protocolo clínico inicial. E se começarmos a avaliá-lo após o início do tratamento e verificarmos as mudanças? 

Quando analisamos os dados, ficamos realmente surpresos ao ver que a maioria das pessoas estava reduzindo o consumo de álcool. Isso ocorreu em todas as classes de medicamentos para obesidade. Achávamos que veríamos isso apenas com os GLP-1 devido ao efeito nos centros de adição no cérebro. Ficamos muito surpresos ao observar esse efeito também com medicamentos como naltrexona ou metformina.”

Todos os participantes desta análise estavam inscritos em um programa de manejo de peso por telessaúde e iniciaram um medicamento para obesidade entre janeiro de 2022 e agosto de 2023, com reposição do mesmo medicamento entre outubro e novembro de 2023.
No início do estudo, 14.053 participantes forneceram informações sobre idade, sexo, raça, altura, peso e consumo semanal de álcool, sendo novamente avaliados no momento da reposição da medicação.

No geral:
4% dos participantes estavam usando metformina.
5% estavam em bupropiona/naltrexona (Contrave, Nalpropion Pharmaceuticals).
Menos de 7% estavam usando agonistas de receptor GLP-1 de primeira geração, como liraglutida (Saxenda ou Victoza, Novo Nordisk) ou dulaglutida (Trulicity, Eli Lilly).
A maioria usava GLP-1 de segunda geração:
44% em tirzepatida para diabetes (Mounjaro, Eli Lilly).
13% em semaglutida injetável 0,5 mg, 1 mg ou 2 mg (Ozempic, Novo Nordisk).
Menos de 1% em semaglutida oral 7 mg ou 14 mg (Rybelsus, Novo Nordisk).
28% em semaglutida injetável 2,4 mg (Wegovy, Novo Nordisk).
Menos de 1% em tirzepatida para perda de peso (Zepbound, Eli Lilly).

Cardel e colegas observaram uma redução significativa no consumo semanal de álcool em todas as classes de medicamentos para obesidade, com 45% a 51% dos participantes relatando menor consumo semanal de álcool (P para todos < .0001).

Comparados às mulheres, os homens tiveram menor probabilidade de reduzir o consumo semanal de álcool (OR ajustada = 0,74; IC 95%, 0,64-0,85; P < 0,0001), mas não houve diferenças de acordo com idade ou raça/etnia, de acordo com a apresentação.

Em comparação com indivíduos classificados como sobrepeso, maior classe de obesidade inicial foi associada a uma maior probabilidade de reduzir o consumo de álcool:
classe de obesidade I (OR ajustada = 1,26; IC 95%, 1,07-1,48; P = 0,0045);
classe de obesidade II (OR ajustada = 1,49; IC 95%, 1,26-1,77; P < 0,0001); e
classe de obesidade III (OR ajustada = 1,63; IC 95%, 1,36-1,96; P < 0,0001).

Além disso, em comparação com indivíduos que bebiam menos no início do estudo — uma a três doses por semana para mulheres e uma a seis doses por semana para homens — aqueles que relataram maior consumo de álcool inicial tiveram maior probabilidade de reduzir o consumo enquanto usavam um medicamento para obesidade (OR ajustada = 5,97; IC 95%, 5,17-6,91; P < 0,0001), especialmente os com níveis mais altos de consumo semanal (OR ajustada para pelo menos sete doses por semana para mulheres e 15 doses por semana para homens = 19,18; IC 95%, 13,25-28,86; P < 0,0001).

“Ficamos muito surpresos ao ver essa redução em todas as diferentes classes de medicamentos para obesidade,” disse Cardel ao Healio. “Isso levanta a questão: será que é um efeito fisiológico exclusivo dos medicamentos ou é o fato de que, quando as pessoas estão em uma jornada de manejo de peso, as estratégias de mudança comportamental incorporadas para reduzir a ingestão calórica acabam também diminuindo o consumo de álcool? Ou seria uma combinação de ambos? Precisamos de pesquisas futuras com estudos randomizados e controlados por placebo para realmente conseguir diferenciar os efeitos dos medicamentos isoladamente das estratégias que as pessoas adotam ao tentar perder peso.”

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Minha experiência com o Vipassana

Novembro de 2018 embarquei em uma aventura com meu melhor amigo. Somos amigos desde 2003 e há anos planejávamos participar do Vipassana no interior de São Paulo. 

Mas afinal, o que é Vipassana e por que resolvemos fazer?

O Vipassana é uma técnica de meditação redescoberta por Buda (Gotama) há mais de 2.500 anos. Significa “ver as coisas como realmente são”, que busca erradicar o sofrimento humano por completo, trata-se de uma arte de viver.

Já tinha feito alguns cursos de meditação ao longo da vida, mas fazer Vipassana era um desafio. Mas por qual motivo? Porque para aprender vipassana é necessário um curso completo de 10 dias! Ou seja, eu tive que decidir abdicar de 10 dias da minha vida, e, além disso, 10 dias em silêncio em um Centro de Meditação em Santana de Parnaíba. 

Mas mais do que apenas silêncio, no Vipassana não podemos nos comunicar com gestos e nem olhares. Ou seja, cada um em sua vivência. 

Então fomos. Saímos de Goiânia e descemos em Guarulhos. De lá um Uber nos levou para Santana de Parnaíba. Uma propriedade rural em meio a uma mata fechada. Entregamos nossos pertences, incluindo celular, livros ou qualquer forma de distração. 

A programação diariamente era essa:

4:00 -  Tocava o sino para acordamos.
05:00 - Sentavamos na cama e ficávamos meditando no quarto
6:30 - 8:00h - Nos dirigíamos para tomar o café da manhã vegetariano;  
8:00 - 9:00h - Dirigíamos para a sessão de meditação em grupo no salão coletivo. Mulheres de um lado e homens do outro.
11:00 - 12:00h - Almoçávamos no refeitório, lavávamos os pratos e depois nos dirigíamos para a meditação no quarto ou na sala, segundo instruções do professor;
13:00 - 14:30h - Meditávamos na sala ou no quarto;
14:30 - 15:30h - Sessão de meditação em grupo no salão;
15:30 - 17:00h -  Meditação na sala ou no quarto segundo instruções do professor;
17:00 - 18:00h - Pausa para o chá no refeitório. Lanche vegano, sendo a última refeição do dia;
18:00 - 19:00h  - Sessão de meditação em  grupo no salão;
19:00 - 20:15h - Palestra;
20:15 - 21:00h - Sessão de meditação em  grupo no salão;
21:00 - 21:30h  - Horário para perguntas públicas no salão de meditação (sobre a palestra da noite e também sobre a técnica);
21:30h - Hora de se recolher para o quarto;
22:00h - Apagar das luzes.  

Alimentação vegetariana muito saborosa, com pouco sal, sem cebola e sem alho. Sendo que a última refeição era o lanche às 17:00. Depois somente no outro dia, no café da manhã. Ou seja, jejum em média de 14 horas. 


Algumas regras do espaço, ou seja, diretrizes (silas) que todos os alunos concordam em seguir:
  • Não matar qualquer ser (incluindo insetos e outros animais);
  • Abster-se de roubar;
  • Abster-se de qualquer atividade sexual;
  • Abster-se de mentir;
  • Abster-se de usar qualquer intoxicante (salvo remédios prescritos).
  • Observar o nobre silêncio: não é permitido conversar, fazer gestos, comunicar com olhares ou mandar bilhetes para os outros colegas. Qualquer problema deveríamos conversar com os instrutores. 
  • Durante a meditação, tínhamos que seguir as instruções e orientações exatamente como eram dadas. 
  • Não podíamos ter nenhuma outra prática espiritual ou religiosa. A justificativa era que assim sentiríamos os benefícios de Vipassana de forma justa e pura. Aqui se inclui canto de mantras, queima de incensos, Yoga, jejum, orações.
  • Separação de homens e mulheres, isso ocorria em todos os ambientes, começando no 1º dia e terminando no último.  
  • Abster-se de contato físico com qualquer pessoa;
  • Não podíamos praticar nenhum exercício físico além da caminhada. 
  • Não podíaos usar objetos religiosos: terços, japamalas, cristais, imagens.
  • Proibido tabaco ou qualquer substância. 
  • A nossa vestimenta tinha que ser simples, confortavel e com cores claras. 
Os alunos antigos (aqueles que já concluíram o curso de 10 dias) devem seguir mais três preceitos:
Não comer após o meio-dia;
Não usar adereços;
Não dormir em camas elevadas.


E por que resolvi fazer?

Testar meus limites e aprender uma nova técnica de meditação. Ver como meu corpo e cérebro funcionaria. 

O que achei?

Experiência incrível. Pensei que fosse enlouquecer com aquele silêncio. O jejum me fez perder muito líquido. O sono ficou muito profundo. Insights surgiram da hora que eu acordava até a hora de dormir. Refleti sobre o meu propósito de vida, sobre meus planos. Foi uma experiência surreal. Porém, na noite do 5º dia, após o instrutor dar uma coordenada da técnica, achei que não fosse conseguir e desisti. 

Informei o instrutor, comuniquei meu amigo, pedi o Uber, 23:00 já estava em Goiânia. 

Vale a pena?

Muito. Quero tentar concluir os 10 dias, pois, descobri que a coordenada não era tão impossível. Meu amigo terminou os 10 dias e achou burrice eu ter desistido. 

Qual o custo?

Não tem valor específico. Cada um dá o quanto pode. 

Como participar?

Fazer a inscrição no site, meses antes e aguardar. https://www.dhamma.org/pt-BR/schedules/schsarana

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Afilhados aprovados na seleção de 2025

Os afilhados aprovados na seleção de apadrinhamento em 2025 foram:

1) Caroline Abbud - Médica 
2) Gabriel Barbosa - Médico

Ambos serão treinados até passarem na prova de título de Nutrologia.

Próxima seleção: de 10/10/2025 a 13/11/2025

Link para participar da seleção: https://forms.gle/RfoBAy8StUMwNo9YA

No momento os meus afilhados são:

1. Adrielly Cunha – Médica em Goiânia – GO: @adriellyocunha

2. Alexis Souza – Especializando em Nutrologia (USP) em São Paulo – SP

3. Aline Rocha Lima - Médica Oncologista em São Paulo - SP

4. Ana Carolina Baminger – Médica em Ji-Paraná – RO: @Anacarolinabaminger

5. Ana Gabriela De Magalhães – Médica especialista em Clínica Médica em Divinópolis – MG: @Draanagabriela_Magalhaes

6. Ana Carolina Miranda – Médica especialista em Endocrinologia em Recife – PE

7. Ana Paula Pires Lázaro – Médica especialista em Clínica Médica e Endocrinologia em Fortaleza – CE: @Dra_Anapaulalazaro

8. Camila Duarte Froehner (Monitora) – Médica especialista em Clínica Médica e Nutróloga em Lages – SC – @dra.camila_froehner

9. Carla Letícia Rigo Grzybowski – Médica especialista em Clínica Médica e Medicina Intensiva em Porto Alegre – RS: @Carlagrzybowski

10. Caroline Abbud – Médica em São Paulo – SP: @carolineabbud

11. Edite Magalhães (Monitora) – Médica especialista em Clínica Médica e Nutróloga em Recife – PE – @draeditemagalhaes

12. Emanoel Junio Eduardo – Médico especialista em Medicina de família e comunidade e especializando em Nutrologia USP – São Paulo – DF: @Emanoelje

13. Esthefânia Garcia De Almeida – Médica especialista em Clínica Médica e Endocrinologia em Araxá – MG: @Draesthefaniagalmeida

14. Fausto Mota – Médico e Nutricionista em Curitiba – PR

15. Gabriel Henrique Barbosa – Médico em São Paulo – SP: @drgabrielhbarbosa

16. Harla Dalferth – Médica Nutróloga em São Paulo – SP

17. Helena Bacha (Monitora) – Médica especialista em Nutrologia – São Paulo SP

18. Jhony Willians – Médico Endocrinologista em Maceió – AL – @drjhonywgusmao

19. Lara Virginia Lordello Melo – Médica especialista em Clínica Médica em São Paulo – SP: @Lara_Lordello_Melo

20. Lia Bataglini – Médica especialista em Nutrologia – São Paulo SP

21. Lourdes Menezes – Médica especialista em Clínica Médica em São Paulo – SP: @Lourdes.Menezes__

22. Márcio José de Souza - Nutricionista e Profissional de Educação física - Joinville - SC

23. Marta Maria Coelho De Sousa –Médica em São Paulo – SP: @Marta.Coelhoo

24. Rodrigo Serrano – Médico em João Pessoa – PB – @rodserranoandrade

25. Paulo Victor Quinan – Médico Residente de Oncologia clínica – Goiânia – GO

26. Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional de Educação física - Goiânia - GO

27. Vanessa Sinnott Esteves – Médica Nutróloga e especialista em Clínica Médica em Porto Alegre – RS: @Dravanessanutro


segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Grupo NUTROpdfs

Grupo de educação continuada em Nutrologia, criado pelos membros do Movimento Nutrologia Brasil: https://t.me/+QbffHC2qvqxhODkx

Nosso site: https://movimentonutrologiabrasil.com.br/

Instagram: @nutrologiabrasil

Curso de Nutrologia para acadêmicos: @cursodenutrologia

sábado, 2 de novembro de 2024

Abordagem nutricional da candidíase de repetição

A mulher que nunca sofreu desse mal, que atire a primeira pedra! Sim, pois quando chega o desconforto, quase sempre sabem do que se trata. É uma das queixas ginecológicas mais comuns na minha prática clínica. 

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Mas porque isso acontece? Primeiro, é importante saber que a Candidíase é uma doença ocasionada por fungos, especificamente pela Candida Albicans, que pode se manifestar na pele (micoses), boca (mais conhecido como “sapinho”), estômago, intestino e no órgão genital feminino.

Várias são as causas para o aparecimento da Candidíase: 
  • Alteração no sistema imunológico: geralmente deficiente decorrente de déficit de nutrientes ou outras doenças que podem levar a alteração imunológica. As mais comuns são diabetes, pacientes oncológicos em quimioterapia ou pacientes com infecções de repetição e que fazem uso de vários ciclos de antibiótico
  • Disbiose intestinal (desequilíbrio na flora intestinal na qual a flora patogênica se sobressai à flora normal), 
  • Roupas íntimas de tecido sintético
  • Má higiene pessoal
  • Climatério e menopausa
  • Distúrbios hormonais
  • Relações sexuais
  • Período menstrual
  • Consumo exagerado de alimentos ricos de carboidratos refinados
  • Dieta com restrição severa de alguns nutrientes, levando ao déficit nutricional.
  • Privação de sono
OS sintomas geralmente são ardência, corrimento vaginal em grumos (queijo talhado), vermelhidão, desconforto na relação sexual, irritação. Esses sintomas são especificamente femininos, pois, apesar do homem também se contaminar, quase nunca é manifestado, devido a questões hormonais ou quando manifestamos é a na forma de apenas uma vermelhidão ou ardor na glande.

O que muitas mulheres não entendem, mesmo depois de terem realizado todo o tratamento (o marido também precisa muitas vezes) uso de antifúngicos, cremes vaginais, é que o quadro pode voltar ao longo da vida. E aí entra o ginecologista para fazer a investigação. 

Por trás de tudo isso, há outros sintomas que podemos correlacionar com o por quê dessa manifestação persistente: 
  • Avidez por doces: não se sabe o motivo, mas é uma queixa comum nas pacientes com candidíase de repetição. 
  • Fadiga inexplicável
  • Ansiedade exacerbada
  • Presença de Supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO) e Supercrescimento fúngico (SIFO)
Esses sintomas podem coexistir nos quadros de candidíase crônica. Nunca achei explicação lógica e nem evidências na literatura científica, mas o fato é que quando tratamos corretamente através de medicações e dieta, a maioria desses sintomas tendem a melhorar. Porém, com alta recorrência.

Para o fungo sobreviver, é necessário um ambiente favorável para seu crescimento e multiplicação. Isso também é determinado pela alimentação. Simples assim: quando sua alimentação é rica em carboidratos refinados, álcool, refrigerantes e uma dieta pobre em fibras, o ambiente intestinal fica mais propício para uma microbiota patogênica,  o que de forma indireta favorece o surgimento da candidiase. A constipação intestinal também pode favorecer a recorrência das crises. Assim como a ocorrência de infecções urinárias de repetição. Ao longo dos anos tenho visto muito isso no consultório.

Hoje em dia, grande parte da população adquiriu hábitos alimentares e comportamentais que os deixam mais expostas e susceptíveis a agressores. Alimentos industrializados,  junk foods, refrigerantes e outras facilidades aumentaram a demanda e procura por esse tipo de produto, fazendo com que o fator nutricional e a qualidade do alimento não seja a opção mais importante para alimentação cotidiana.

Os fungos, quando crescem de maneira desordenada, podem favorecer que outros tipos de fungos cresçam também, aproveitando esse ambiente propício e pode influenciar em diversas reações, que vão muito além do desconforto da mulher. 

Fique atenta se você ingere carboidratos refinados em excesso. Alguns autores (sem evidência científica) acreditam que o fungo produz uma neurotoxina (substância que envia mensagens para o cérebro), fazendo com que na ausência desses alimentos, você tenha maior avidez por carboidratos refinados, em especial, alimenos doces.

Fique alerta aos principais fatores de risco para um crescimento fúngico desordenado:
- Baixo consumo de frutas, legumes e verduras: baixa ingestão de fibras. Menos de 35g por dia já pode ser facilitador
- Alimentação pobre em nutrientes: baixa densidade nutricional
- Alto consumo de carboidratos refinados
- Jejuns prolongados podem levar a uma redução da atividade imunológica
- Alto consumo de adoçantes artificiais: alguns autores acreditam que eles influenciem a microbiota intestinal
- Estresse mental e emocional (principalmente correlacionado aos fatores acima)
- Uso frequente de antiácidos, antibióticos, corticoides, anticoncepcionais, laxantes
- Higiene e roupas íntimas inadequadas, pouco ventiladas

Para evitar recorrência, sempre ao fazer o tratamento farmacológico para fungos, faz se necessário um tratamento nutricional concomitante. 

Somente um médico será capaz de diagnosticar seu caso e instituir o tratamento adequado para seu caso.

O tratamento pode incluir:
  • Uso de antifungicos orais como Fluconazol ou Itraconazol
  • Uso de cremes vaginais como Nistatina ou Miconazol
  • Uso de óvulos vaginais com probióticos e alguns ácidos
  • Banhos de assentos
  • Ajuste dietético, com adequação do volume calórico
  • Uso de fitoterápicos
  • Reposição de vitaminas e minerais que se estiverem em déficit podem piorar a resposta imunológica
  • Tratamento da doença de base
  • Uso de probióticos via Oral (cepas específicas)
Treinei o meu nutricionista ao longo dos anos para elaborar um plano alimentar para tais pacientes. O paciente primeiro passa em consulta comigo e posteriormente o nutricionista elabora o plano alimentar.

A maioria dos casos apresentam melhora quando seguem a dieta à risca. Porém há alta taxa de recorrência, principalmente naquelas pacientes que retomam os hábitos alimentares e de vida anteriores.

Primeira coisa que fazemos aqui na clínica é indicar uma Ginecologista especialista nisso. Ela faz a coleta da secreção vaginal no consultório, lê a lâmina e prescreve o tratamento imediatamente. 

Dra. Fernanda Ferrari – Médica Ginecologista e Obstetra (Infecções do trato urinário) – CRM 26482 RQE 18563. Fone: 62 99124-8721. Site: www.fernandaferraria.com.br Instagram: @fernandaferrari

Posteriormente, o paciente passa em consulta comigo e depois com nutricionista Rodrigo. 

Autor: Dr. Frederico Lobo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Médico Nutrólogo 

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Frutas, verduras e legumes: Novembro

   


Por que consumir alimentos da safra? Existem vantagens?

Motivo 1: Se está na safra, provavelmente o preço está menor. Mais economia para o seu bolso.

Motivo 2: Tendem a ter maior densidade nutricional, a quantidade de nutrientes, em especial antioxidantes é maior, visto que, utiliza-se menos agrotóxicos e o vegetal precisa se adaptar a situações inóspitas (pragas, calor, frio, umidade, radiação solar, ventos). Ou seja, ele produz mais "defesas", nesse caso os polifenóis, que são antixodantes. Os alimentos da safra são colhidos no momento ideal de maturação, o que significa que estão no auge do seu sabor, textura e valor nutricional. Consumí-los garante que você esteja recebendo produtos frescos e de melhor qualidade.

Motivo 3: Safra = maior abundância. Provavelmente terá menos agrotóxicos (eu disse menos, não que não tenham). Se a está na safra, naturalmente naquela época do ano aquele alimento desenvolve mais facilmente. Não sendo necessário uso de agrotóxicos ou caso o agricultor utilize, a quantidade tende a ser menor. Menos agrotóxico, menos veneno. Em breve o Ministério da saúde publicará um guia sobre efeitos dos agrotóxicos na saúde humana. Tema totalmente negligenciado na Medicina. 

Motivo 4: Os vegetais na safra são encontrados mais facilmente nas feiras e mercados. O Brasil é um país vasto e diversificado, com diferentes regiões climáticas que possibilitam o cultivo de uma grande variedade de alimentos ao longo do ano. Consumir alimentos da safra permite que você experimente uma ampla gama de frutas, legumes e verduras, aproveitando a diversidade da culinária brasileira.

Motivo 5: Sustentabilidade e apoio ao agricultores locais.  Consumir os alimentos da safra vigente é um ato de sustentabilidade, pois respeita o tempo da natureza e economiza energia e recursos extras de forma intensiva ou no transporte por diferentes distâncias. Escolher alimentos da safra muitas vezes significa apoiar práticas agrícolas mais sustentáveis. Como esses alimentos estão disponíveis localmente e não precisam ser transportados por longas distâncias, há uma redução significativa na pegada de carbono associada ao seu consumo. Além disso, os produtores locais que cultivam alimentos da safra geralmente empregam técnicas agrícolas mais amigáveis ao meio ambiente.  Comprar alimentos da safra de produtores locais contribui para fortalecer a economia da sua região. Ao apoiar os agricultores locais, você ajuda a manter empregos na comunidade e a promover um sistema alimentar mais justo e sustentável. 


Frutas de Novembro
Abacate breda
Abacaxi pérola
Acerola
Amora
Banana prata
Coco verde
Graviola
Jaboticaba
Jaca
Laranja lima
Maçã fuji e red del
Mamão havaí
Manga palmer e tommy
Melāo amarelo
Melancia
Nectarina nacional
Pêssego
Sapoti
Tangerina murcote
Uva thompson



Verduras e Legumes de Novembro
Almeirāo
Abobrinha
Aspargos
Berinjela
Beterraba
Brócolis
Cebola
Cenoura
Couve
Espinafre
Hortelã
Manjericão
Maxixe
Mostarda
Nabo
Palmito
Pepino
Rabanete
Tomate

Autores
Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915, CRM-SC 32.949, RQE 22.416
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Márcio José de Souza - Nutricionista e Profissional da Educação física