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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

A frutose das frutas é um problema? Causa esteatose hepática? Engorda?


Vários trabalhos já demonstraram que o consumo EXCESSIVO de frutose pode ter a sua metabolização um pouco problemática, com consequente aumento do risco da elevação do triglicérides, ácido úrico, piora da resistência à ação da insulina e maior risco de esteatose hepática (gordura no fígado). Em ratos principalmente isso ocorre, mas os estudos em humanos não mostram isso, principalmente quando se trata de consumo de frutas. 

E devido a essa questão, muitas pessoas tem reduzido o consumo das frutas com medo da frutose presente nesse grupo de alimentos.

Mas, a frutose da fruta é mesmo um problema?

A resposta é: NÃO! O problema da frutose está ligado somente devido ao seu consumo através de produtos processados e ultraprocessados, ou seja, aqueles que são adicionados de xaropes diversos (xarope de glicose, xarope de agave, xarope de milho). O consumo de frutas NÃO está associado com os problemas que relatei acima, muito pelo contrário, as frutas exercem papel PROTETOR com relação ao perfil lipídico, gordura no fígado e ação da insulina. A fruta geralmente tem fibra na composição, sendo uma das principais fontes de fibras da nossa alimentação.

Uma banana ou uma maçã, por exemplo, possuem entre 4 a 7g de frutose por unidade, sendo fonte de vitaminas, minerais e fibras que são importantes para a manutenção da saúde. Por outro lado, alguns alimentos ultraprocessados adicionados de xaropes podem conter 30g a 40g de frutose por unidade/porção, com pouca ou nenhuma fibra, além de serem nutricionalmente bem pobres. Esses sim podem trazer consequências negativas se forem frequentes na dieta.

Portanto, comam mais frutas e reduza o consumo de alimentos enriquecidos com xaropes/açúcares.

Autor: Dr. Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Revisor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ovos: colesterol e risco cardiovascular

Todo dia a mesma ladainha na hora de fazer as orientações nutricionais para pacientes dislipidêmicos (seja aumento do colesterol ou de triglicérides):

- O senhor pode comer até 4 ovos por semana.
- Mas doutor e o colesterol?
- Fica tranquilo pq não irá aumentar.

 Mais um mito quebrado !
Próximo paciente...

Um estudo publicado esse ano no European Journal of Clinical Nutrition, seguiu 14185 indivíduos ao longo de 6 anos e constatou que não havia diferenças entre os grupos estudados no que toca a doença cardiovascular (infarto agudo do miocárdio, AVC ou cirurgia cardíaca e revascularização).

 Os grupos foram divididos conforme o consumo de ovo:
1) nenhum ovo1 por semana,
2) 2 a 4 ovos por semana,
3) 4 por semana

Foram avaliados 2 vezes ao ano durante 6 anos. Após ajuste para confundidores como sexo, idade, calorias ingeridas, adesão à dieta mediterrânica e outros fatores de risco cardiovascular, não foi encontrada qualquer associação entre o consumo de ovo (muito ou pouco) e as doenças cardiovasculares.

Outro estudo, publicado em 2010  no Nutrition Journal buscou verificar o efeito do uso moderado (2 a 3 ovos por dia) na função endotelial e nos níveis de coltesterol e triglicérides em pacientes já portadores de dislipidemia. O estudo conclui que  uso moderado de ovos (2 a 3/dia) não alterou função endotelial e dislipidemia de adultos dislipidêmicos. Já o que eles chamam de Ovo substituto apresentou benefícios, talvez por ter 12 vitaminas. Para ler mais, acesse o link: http://www.nutritionj.com/content/9/1/28

Com isso percebe-se que existe uma fobia dos ovos por parte de alguns pacientes com alterações cardiovasculares prévia. Isso leva muitas pessoas a evitar a vida toda o seu consumo, sem necessidade. O ovo é muito rico nutricionalmente, pois possui por exemplo: Ácido fólico, Riboflavina, Vitamina B12, Vitamina D, Vitamina A, Vitamina K, Selénio, Colina, Luteína, Zeaxantina.

Ao consumir ovo não precisamos de juntar carne nem peixe, ele tem uma proteína de altíssimo valor biológico. As formas mais saudáveis e que preferencialmente devem ser consumidas são: Ovo mexido (em azeite e a temperaturas moderadas), ovo escaldado, ovo cozido (com a gema mal cozinhada). De preferência sempre a Ovos caipiras e se possível (se tiver na sua região) opte pelos caipiras enriquecidos com ômega 3.

Fontes:
  1. http://www.nature.com/ejcn/journal/vaop/ncurrent/abs/ejcn201130a.html 
  2. http://www.nutritionj.com/content/9/1/28